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Todas as vezes que me olho no espelho e enxergo as inseguranças que a tua partida

construiu em mim

Eu me pergunto se algum dia isso vai passar,

Porque o mundo é uma metamorfose constante

Tudo ao meu redor se desfaz e se refaz

E eu continuo no mesmo limbo, mesmo acreditando que agora estou saudável

Que não vou pirar quando outra pessoa me oferecer afeto e do nada fizer algum
comentário, ou gesto, ou sei lá, qualquer coisa que me lembre de você, me remetendo ao
momento em que eu repeti para mim mesmo,

Eu não quero esses olhos desconhecidos descobrindo meu mundo

Eu não quero essa boca faustosa fazendo meandros em meu corpo

Eu não quero esses braços tomando conta da minha vulnerabilidade

Eu não quero esse príncipe fazendo do meu corpo o seu principado

Mas aí você conseguiu

Você venceu

Você me venceu

E não existe mecânica quântica ou teorias esotéricas que expliquem como foi que você
conseguiu.

Eu cedi

Eu fui cedendo

Eu me cedi

E no fim das contas, eu mereci tudo isso?


Ouvir meu coração tem sido incomum.
Eu nunca sei quando ele realmente está dizendo a verdade.
Acontece que eu não confio tanto nele quanto confiei um dia.
Há resquícios de uma loucura que me olha de espreita, que se insinua para mim, sensualiza a
sua psicopatia gritante
E me rasga ao meio.
Já não sei se sou maremoto ou tempestade.
Caçador de mim em um planeta inóspito.
O que foi que eu me tornei depois de ter você?

Eu não quero saber do seu telefone, seu nome, seu endereço.


Não quero saber do gosto dos seus beijos,
De como o meu corpo reage ao atrito com o teu corpo.
Não quero saber dos teus filmes prediletos, das músicas que estão tocando na playlist
aleatória do seu celular.
Não quero saber o prato que você mais come, se você cozinha, se você quer que eu
cozinhe pra você
Se teu signo é de fogo, ativo e mutável.
Não quero saber da sua posição predileta na hora do sexo, da sua expressão no momento
do orgasmo.
Eu não quero saber de nada
Porque eu olho pra mim e só vejo um abismo.
Não tem nada aqui além de dor, insegurança, os ecos e os uivos das memórias do que
me fizeram e do que eu me permitir fazer.
A psicopatia dorme enrolada em um edredom perfumado e só espera um sinal,
Um barulhinho mínimo de coração querendo descompassar, bater mais forte por outrém
Para vir à tona
E eu não ser mais ninguém.

A palavra vem pronta na ponta da minha língua, porque eu ensaiei a semana toda. Eu
mudei o tom de voz cerca de cinqüenta e cinco vezes, se é que isso é possível, para
tentar soar convincente para você. Mas de que adiantam todos os diálogos, toda essa
preparação intensa para te mostrar um mundo que é só meu? Eu deveria? Deveria te
convidar para dar um passeio pelos cômodos da minha casa e depois te levar para ir ao
campo, montar os cavalos que dormem eu meu jardim, pegar um barco e ir de um lado a
outro do oceano que me corta, chegar a uma ilha deserta onde guardo o que tenho de
mais sagrado e abrir para você? Há placas por todos os lados, proibido tirar as coisas do
lugar e não colocá-las novamente. Proibido alimentar as esperanças se você não tem a
mínima intenção de ficar. Proibido induzir a criar expectativas se você quer apenas uma
noite inteira de sexo e quando o dia raiar e você for pra sua casa, não responder mais as
minhas mensagens, e se eu insistir, coisa que eu não farei, me interditar da sua vida.
Eu deveria?
Proibido! Proibido! Proibido! Proibido!

Quantas vezes ao dia eu penso: se eu não tivesse cedido, quão melhor eu estaria agora?
Eu não sei, mas eu penso. Eu sento na cadeira do escritório e dou início as minhas
tarefas diárias, mas parece que o big bang está prestes a acontecer no meu peito. Há um
movimento aleatório de sentimentos que vem a tona, e ocasionam emoções, que me
arrepiam, que me tomam todo o corpo e quando dou por mim, um nó se formou em
minha garganta e eu não consigo mais dizer uma única palavra sem que um vulcão entre
em erupção nos meus olhos. Não há gravidade que me mantenha no chão, pois eu vago
diante do cosmos no qual estou inserido. É tudo escuro, nada é discernível o suficiente
para que eu possa ter controle da situação e faça parar. E a sensação de que o big bang
se aproxima, aumenta. Meus músculos se tencionam. Eu quero correr, levantar da
cadeira e me trancar no banheiro. Não consigo. Tento parar de pensar na pergunta. Se eu
não tivesse cedido, quão melhor eu estaria agora? Novamente me entrego ao caos
apocalípto que não é mais o início de todas as coisas, mas o fim do mundo como eu o
conhecia. Eu me sentencio pela minha burrice, e me culpo pela minha covardia. Lembro
do dia em que você chegou, o dia em que te conheci, e meu mundo que era plano -
mesmo que Galileu muito antes já tivesse dito que não - tornou-se redondo e eu comecei
a orbitar ao teu redor, te fazendo de sol, bebendo dos teus raios, alimentando-me da tua
presença, respirando todos os dias o mesmo ar que você. Você se tornou minha segunda
pele, e eu só via casa, dentro do teu abraço. Mas tudo foi em vão, o sopro dos ventos, a
movimentação das placas tectônicas, a minha tentativa de ser o único planeta a orbitar
ao seu redor.

Teu corpo todo


Uma constelação
Pela qual me guio
Em direção ao gozo

Primeiro dia de um novo dia


Hoje eu decidi olhar para mim de um jeito mais amoroso
Me abracei fitando os meus olhos no espelho
Percebi que amo demais os meus lábios
E que o furo em meu queixo é um charme que poucas pessoas possuem
E do qual, poucas pessoas desfrutarão.
Decidi cuidar mais do que chamo de casa,
Cada canto da minha estrutura que é carne, alma e espírito.
Fiz um mapa de mim, há pontos tão dóceis e eu sou tão incrível
Que após terminar de me desenhar
Amassei o papel e o engoli.
Não entregarei de bandeja meu manual de instruções a qualquer um.
Serei eu, imensamente eu:
- Mistério sem segredos.
Pronto para ser descoberto pelos sentidos
Ou por um coração que bata no mesmo ritmo que o meu.
A chave, eu só entrego, um dia, a quem me ver como mar
E mergulhar em mim.

Foi como se uma lâmina


Me partisse ao meio
E mesmo assim
Eu continuasse inteiro.

Só precisei reconhecer,
Com o tempo,
Que não precisava
Alocar a responsabilidade
De me fazer feliz a ninguém
Além de mim mesmo.

Suas mãos são tão grandes e parecem conhecer meu corpo com presteza
Todas as vezes que me visitam nervosas.
Eu queria olhar dentro dos teus olhos e não reconhecer a tempestade
Que eu sou, quando me vejo refletido em tua íris.
Você me fala palavras de afeto, e há uma ventania tão grande
Que OZ foi destruída e no meio dos escombros
Só resistem pedaços que se descolaram de mim no passado,
Mas eles não servem mais,
O que se quebra nunca mais volta a ser o mesmo quando realocado.
E eu continuo te ver falar sobre a tua vida
Como você gosta de estar comigo, de invadir meu corpo,
De brincar de me deixar bobo, com vergonha
Das coisas involuntárias que faço
E que são carinhosas, mas quando tu percebe, eu me retraio.

Porque eu me olho no espelho e vejo que estou cedendo de novo


E tudo isso pode não dar em nada
E eu tenho medo de ser estação
Por onde as pessoas passam, deixam seus rastros e se vão.

Mas as suas mãos me seguram de novo e colam meu corpo junto do teu.
Eu sinto o cheiro do seu pescoço
Vejo de perto de que cor são seus olhos, e desvio o olhar da minha figura.
Só por esta noite sinto vontade de me deitar sobre o teu peito e
Esquecer que príncipes usam espadas porque também vão à guerra
E sabem manejá-las, e ferem com a mesma avidez de um cavaleiro.

Você é inteiro um museu que eu queria desbravar


Da boca as panturrilhas, mas...
A tempestade ainda está ali, me faz refém e te faz meu carrasco.

Deitar sobre o teu peito


E esquecer
O costume
De abrir e fechar à porta
Para as pessoas que
Vem
&
Vão.

- Desejo

Você já escalou uma montanha?


Eu sou uma montanha
Talvez teus dedos tenham tocado
Na minha superfície,
Mas dentro de mim
Há uma nascente de água cristalina.
Algo nunca antes visto
Ou tocado por homem nenhum.

Muitos tentaram invadir a minha individualidade,


Mas a sua covardia,
Não foi o suficiente para alcançar
O que me há de mais caro.

E está aqui.

Você já escalou uma montanha?


Foi como se o inverno fosse um pássaro gigante
E debruçasse as suas asas sobre mim.
Você parecia estar morto, John Snow.

Eu ainda estava quente para você.

- A última vez que você me tocou

você pode até ter se vangloriado

de todas as coisas que fez depois de ter me deixado.

aquela competição pra ver

quem feria com mais severidade o outro

não me serviu de nada, além

de tirar do altar que eu tinha te posto.

talvez você não consiga ver

mas eu não sou a mesma pessoa que você

deixou quando foi embora.

escuta, agora o meu nome é doce,

quentura que derrete no paladar de outros lábios

e você me perdeu

e talvez eu tenha achado, no início, que também havia perdido,

mas eu ganhei,

ganhei a chance de recomeçar outra vez.

- plenitude
você não precisa que doa
para se sentir vivo.
o seu vazio também é um sentir-se
completo e inteiro dentro de si.

do que adianta se por na fogueira


& queimar
pelo que, porvir, será loucura?

talvez você decida ficar


ou acabe indo embora na semana que vem,
mas eu não vou me desesperar, meu bem
vou respirar fundo, cavando com um suspiro,
sete palmos pra te enterrar na minha memória
e vou me esquecer de ti.

vou me esquecer do jeito, o cheiro, o gosto.


e outros virão, como em embarcações,
buscando ocupar o posto que foi teu,
soldado.

e eu não vou me desesperar


nem ceder a primeira investida.
vou me resguardar. a vida é guerra,
é louca, e a gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã.

e talvez você fique, ou sejam só promessas,


eu não me importo, as portas estarão sempre abertas
tanto para quem ousar entrar
quanto pra quem preferir sair,
já resisti a invasões que pareceram eternas,
eu não me importo, de verdade,
eu já doí demais
já me destronaram de mim, e hoje eu sou rei.

Quantas vezes você foi brasa pra quem só jogou água em seus sentimentos? Aos
poucos você foi se desgastando, se perdendo, se diminuindo para caber num espaço
que era centenas de vezes menores que a sua grandeza, se mortificando para
satisfazer os desejos de quem só queria jogar com você. Quantas vezes você
mergulhou fundo em pessoas rasas e sentiu a cabeça doer, quase rachar, ao perceber
que não tinha para onde ir, além da superfície? Dói, a gente cansa, perde as
esperanças, e só quer voltar pra casa. Mas onde é casa? Se ao se doar, você abre as
portas, e quando precisa voltar a si, existe apenas uma bagunça. As pessoas vêm e
vão e não fazem questão de por no lugar, as coisas que tiraram. Onde estava a sua
responsabilidade emocional consigo mesmo esse tempo todo? Quantas vezes você foi
um bibelô de gigolô, um parque de diversões, quando na verdade queria ser museu e
morada? E quantas e quantas vezes você ainda pretende se doar para quem não te
respeite como pessoa e só te enxerga como objeto?

que tal nós dois,


únicos, individuais,
com desejos em comum
num poema de Drummond?

eu despido, tu despido,
corpo, alma, ego & tudo o mais
que cabe no corpo
sendo partilhado
no lampejo da pulsão
no afeto
no gozo.

- Nossa, como a gente encaixa gostoso aqui

Queimei a língua
No calor de uma estrela
Que apanhei
No céu da tua boca

Você tem todo o direito de ruir


Nem todo alicerce suporta a
Força da tempestade.

Mas você pode se reconstruir


E se vangloriar por ter sobrevivido.

Você
Meu coração invernou
Eu fechei as janelas e as portas
E me retraí em minha casa.
Estava tudo bagunçado, sala, cozinha, banheiros
& os quartos.

Vaguei por todos os cômodos


Vislumbrando as pegadas dos leões
Que teria que matar daquele dia em diante.

Pensei em fazer um feitiço pra te manter por perto.


Te amarrar em meu calcanhar
Com uma mexa dos meus cabelos,
Mas desisti.
Você precisava ir.

Não foi com maturidade que aceitei a partida


E ela se transmutou em todos os
Monstros que ganharam vida
Nas sombras do meu lar.

Eu em tornei um pântano
Gelado e seco,
E não havia lei da termodinâmica
Que funcionasse comigo,
Para que alguém transferisse calor para mim.

Eu morri quando você morreu em meu peito.


Morri, quando gozei com outro corpo
Que não era o seu.
Desfaleci, metafórica e literalmente
Quando a respiração se tornou pesada,
O ar, rarefeito.
E sem sombra de dúvidas, você não ia mais voltar.

Meu coração invernou


E quando o meu terapeuta olhou dentro
Dos meus olhos, me incitando a trazer a tona
As repostas que meu inconsciente guardava a sete chaves,
Pronunciei o teu nome, com gosto de sangue, entre meus lábios.

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