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Resumo
Este artigo da área da arquitetura e do urbanismo tem como objetivo explanar a devida
importância do Desenho Universal, mostrando seus conceitos e utilizações
concomitantemente ao conceito de acessibilidade. O objetivo é discutir a necessidade de
compreensão dos conceitos e diretrizes não só pelos profissionais da arquitetura e design,
mas também de toda a população e usuários dos ambientes arquitetônicos e espaços urbanos.
Para tal, é necessário refletir sobre o ensino desse conceito no Brasil, de forma a qualificar
os profissionais para que possam assim difundir esse conceito que cada vez mais se tem
mostrado de necessidade urgente. Demonstrar a proposta do Desenho Universal aplicado à
sociedade como democratização e simplificação do uso, promovendo segurança nos espaços
públicos e privados. Do projeto à execução, o Desenho Universal obedece aos parâmetros
que levam à criação ambientes, edificações e produtos que atendem as expectativas e
necessidades de todos os públicos. A metodologia utilizada envolveu a pesquisa bibliográfica
baseada em material científico (livros, revistas, artigos e teses) e pesquisas eletrônicas, além
de conhecimentos obtidos ao longo do curso de especialização e vida profissional.
Palavras-chave: Desenho universal. Acessibilidade. Diversidade.
1. Introdução
A muito tempo se discute o conceito de desenho universal. O objetivo é, constantemente,
buscar formas de reduzir e amenizar as barreiras arquitetônicas enfrentadas por pessoas com
deficiência física e tornar os ambientes construídos mais acessíveis a diversidade humana.
Para que isso seja possível, é de extrema importância que a formação acadêmica de
profissionais da arquitetura, urbanismo, design e engenharia exerça sua função de forma a
garantir a disseminação da consciência entre a relação ambiente-pessoas, e a partir disso
possibilitar que os profissionais das áreas relacionadas ao projeto de produtos e ambientes
atuem conscientemente, de maneira a tornar realidade a inclusão social do nosso país.
A arquitetura deve ser aliada da liberdade e igualdade de utilização dos espaços e elementos
de utilização destes por todos os usuários. Todo e qualquer espaço habitável digno deve
contemplar as necessidades do ser humano em todas as etapas e circunstâncias da vida. Falar
em desenho universal, abrange um conceito muito mais amplo do que a simples adaptação de
espaços para pessoas com dificuldade ou incapacidade de locomoção, deficiência visual,
auditiva ou de qualquer natureza. Desenho universal consiste em ambientes, produtos,
mobiliário e utensílios desenvolvidos para todo e qualquer tipo de pessoa, que podem ser
utilizados em qualquer momento ou situação da vida, seja em dificuldades permanentes ou
temporárias e ainda facilitar, simplificar e democratizar o uso.
Esse conceito deve ser estabelecido tanto na arquitetura como no urbanismo e no design de
produto, proporcionando mais qualidade de vida, conforto e segurança. Sendo fator decisivo
para a estrutura de uma sociedade que prioriza a eliminação das barreiras arquitetônicas e
ambientais, que compreende e respeita a diversidade, que é um fato humano inerente.
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De acordo com a NBR 9050(2015) existem sete princípios do desenho universal: uso
equitativo; uso flexível; uso simples e intuítivo; informação de fácil percepção; tolerância ao
erro; esforço físico mínimo e dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente. Que
será abordado mais detalhadamente ao longo deste artigo.
2. A universalização do homem
O arquiteto e urbanista e o designer devem prezar pelo conforto e bem estar do maior número
de usuários do ambiente ou do determinado objeto, que deve ser utilizado em segurança e sem
esforços desnecessários, numa relação direta de pessoa – ambiente. Para que se ajuste à
necessidade do usuário o ambinete é modificado por este, e após a modificação dos processos
produtivos em meio a Revolução Industrial e a especulação imobiliária, o produto final
(arquitetura, urbanismo e design) sofreu um distanciamento das reais necessidades dos
usuários, o que dificulta a interação entre o usuário e o ambiente.
O conceito consiste na elaboração de produtos, ambientes e serviços que possam ser usados
por maior parcela possível da população, sem segregação das suas capacidades fisicomotoras,
idade, sexo ou habilidade. Porém, esse conceito tem sido utilizado de maneira inadequada por
vários profissionais, pois veem apenas como sinônimo da aplicação de normar técnicas de
acessibilidade, quando na verdade o Desenho Universal vai muito além disso. O que resulta
em projetos fracos e problemas de acessibilidade nas edificações.
Há muito se sabe que a partir do momento em que barreiras ambientais e físicas são
removidas a capacidade funcional e congnitica das pessoas é aumentada, sendo necessário
observar aspectos muito mais amplos e universais para discutir as necessidades dos usuários,
para que os ambientes sejam inteligíveis e itilizáveis por todad as pessoas.
Em um ambiente acessível, seja ele um espaço em um edificação ou um ambiente urbano,
todos pordem circular e utilizar tudo o que é proposto e não apenas uma parte deles, portanto
o proprósito está em estabelecer acessibilidade integrada, apresente o usuário algum tipo de
deficiências ou não, trazendo ao termo: acessibilidade, uma meta de ampla inclusão.
De acordo com estudos da arquiteta Silvana Cambiaghi, esse objetivo pode ser alcançado de
três formas distintas:
A NBR 9050/2015 mostra que foram definidos sete princípios do Desenho Universal,
centrados no ser humano e sua diversidade, estabelecendo critérios para que edificações,
design de interiores, o urbanismo e os produtos criados atendenssem o maior número de
usuários em planejamentos e obras de acessibilidade.
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a) Uso Equitativo
De acordo com o dicionário Aurélio(2001), equidade é a “disposição de reconhecer
igualmente o direito de cada um.” Portanto, o uso equitatido visa propor espaços,
objetos e passíveis de serem utilizados por usuários com capacidades distintas,
independente de idade ou habilidade, evitando discriminar ou censurar qualquer
usuário, consequentemente propiciando privacidade, proteção e segurança para todos.
Determinando ainda, o desenvolvimento e fornecimento de produtos atraentes para
estes usuário, afinal precisam sentir-se atraidos e motivados e não segregados,
utilizando produtos e espaços diferenciados por causa de uma dificuldade e/ou
deficiência. O design deve ser útil e comercializável às pessoas com habilidades
diversas;
b) Uso Flexível
Criar ambientes que possibilite atender às necessidades de usuários com diferentes
habilidade e ainda preferências diversificadas, onde esses ambienter possam propiciar
adequações e transformações, oferecendo diferente maneiras de uso, para destros e
canhotos por exemplo e assim facilitas a destreza do usuário, mesmo com tempos de
reação a estimulos distintos;
e) Tolerância ao erro
Conceito que engloba a segurança na concepção de ambientes, através dos materiais
de acabamentos e demais itens, possibilitando minimizar riscos e ações acidentais ou
não intencionais na utilização de ambientes ou objetos. Para tal, os elementos que
apresentam riscos são isolados ou até mesmo eliminados. Coloca-se avisos de riscos,
evita-se falhas e ações inconscientes.
Esses princípios apresentados devem ser aplicados, além de orientar para novos projetos e
concepções da arquitetura e design, para analisar o já existente, e ainda, utilizado para
orientação, ensino e capacitação de futuros profissionais da área e orientação para os
consumidores, pois sabemos que uma população bem informada é o maior agente fiscalizador
e orientador de uma sociedade.
Com base em todo estudo, podemos dizer que o conceito de Desenho Universal só alcançará
seu objetivo no momento em que conseguir ser aplicado em todos os âmbitos da vida, dentre
eles: moradia, trabalho, educação, lazer, transporte, meios de comunicação e etc., por meio de
múltiplas soluções e não soluções encontradas separadamente.
3. A importância da aplicação
Antes de toda a evolução que existe na arquitetura atualmente, o fator pessoal do usuário não
tinha tanta relevância como acontece hoje. Os espaços eram concepção de forma vasta, para
determinada categoria, pensando apenas no coletivo e não no individual. Com o passar do
tempo a especificação dos espaços foi ficando mais pessoal, mas não ainda individual. A
concepção de espaços deve ser uma relação íntima entre pessoa e espaço. De acordo com o
filósofo Allan Botton, em seu livro a Arquitetura de Felicidade, o espaço em que o indivíduo
vive é expressamente responsável pela sua felicidade, o espaço em que habitamos não supre
apenas nossas necessidades físicas e sim uma relação com aquele espaço, de segurança,
introspecção e alegria, onde cada um decodifica seu espaço de maneira diferente.
É preciso entender o significado de se conceber um espaço para pessoas, modelar, dar leitura
e principalmente compreender as necessidades daquele espaço. Deve-se sempre levar em
conta o dinamismo da vida, no desejo incansável de alavancar novos conceitos para uma
arquitetura em que cada vez mais predomine a inclusão. A arquitetura deve ser elaborada de
acordo com a vivência de cada usuário.
O reconhecimento da importância da inclusão dos conceitos do Desenho universal m nosso
país é de fundamental importância para a mudança de paradigmas na arquitetura, urbanismo e
design, para que se possa induzir um processo de democratização dos espaços públicos e
privados e amadurecimento das profissões relacionadas a produção de espaços, tanto no
exercer como no ensinar.
Uma sociedade que consiga de fazer inclusiva se definiria pela valorização e respeito das
diferenças, assumindo um conceito de igualdade e considerando a diferença como princípio
básico e fundamental. Onde qualquer ato de discriminação seja inaceitável, mesmo na
arquitetura e no urbanismo, pois a vida de uma pessoa pode sim ser restringida pelo ambiente
em que vive e realiza as suas atividades, de acordo com o contexto urbano e o espaço
construído. Para atingir esse objetivo, é preciso que haja mudança de entendimento, aceitação
e atitude de todos os agentes sociais envolvidos, não só arquitetos, urbanistas, designers e
engenheiros, mas também usuários, consumidor, empresários e instituições governamentais.
A partir do momento em que o espaço não se adapta às capacidades do usuário, o mesmo
tende a ser passivo, quando na verdade deveria se comunicar e interagir com os espaços. É a
partir do desenho universal que essa distância funcional é reduzida, entre os elementos dos
espaços e as capacidades distintas das pessoas.
Para o consumidor, saber que um determinado produto acompanha os conceitos do desenho
universal é uma segurança, o que é vantagem para as empresas, já que amplia o número de
possíveis usuários para seus produtos e serviços, melhorando a satisfação e em consequência
a fidelidade.
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Apesar do que é estabelecido no decreto, poucas mudanças são percebidas na prática, as discussões e
reflexões a cerca deste tema continuam sendo deixadas de lado. O que é de indiscutível importância, já
que o item III do art. 5º da resolução nº 2, de 17 de junho de 2010 do Ministério da Educação, que
institui as diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação de arquitetura e urbanismo diz que:
5. Conclusão
dificuldades físicas, cognitivas ou pessoal sem nenhum tipo de dificuldade, para oferecer
oportunidades iguais para todas as pessoas, independente da postura normativa existente. Para
tal, talvez o primeiro ponto seja explanar para todos os profissionais da construção civil,
dentre eles arquitetos e urbanistas, designers e engenheiros civis, sobre o conceito discutido
para que se possa reconstruir a visão de concepção de espaços em cima de total igualdade na
forma de perceber, utilizar e interagir com um edifício, com um ambiente e com um espaço.
É preciso mostrar também, em especial para os graduandos da área, a abordagem da
acessibilidade e do futuro da arquitetura inclusiva em nosso país. Desenho universal é muito
mais do que privilegiar pessoas com deficiência, pois prevê o uso coletivo em equipamentos,
edificações urbanas, espaços arquitetônicos e produtos por todas as pessoas
independentemente do modo vida, idade, sexo e nas diferentes situações da vida. O arquiteto
Marcelo Pinto Guimarães, Ph.D. em Design, da escola de arquitetura da UFMG
(Universidade federal de Minas Gerais) diz que :
Assim, o conceito de desenho universal permite o entendimento de que a
acessibilidade planejada para pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade
reduzida esteja integrada às demais soluções para outras pessoas sem deficiência
aparente ou graves problemas de mobilidade. Então, o conceito de desenho universal
compreende soluções de alta qualidade e amplos benefícios para todas as
pessoas.(GUIMARÃES, 2008)
Referências
ABERGO. O que é ergonomia. Disponível em:
< http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em 12 Out 2016
BARROS, Cybele Ferreira Monteiro de. Casa Segura – Uma Arquitetura para a
Maturidade. Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2000.
Conceitos disponíveis em :
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.096/141 . Acesso em: 05 de
outubro de 2016.
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005
Lei Federal n° 13.146/15, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defciência (Estatuto
da Pessoa Com Defciência)
Lei Federal 10.098/00. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade.
MANCUSO, Clarice. Gestão de arquitetura e interiores. Porto Alegre: Editora Sulina, 2016