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ROMANO

PIA SOCIE D A D E D E SÃO PAULO


PARA O APOSTOLADO D A IMPRENSA
SAO PAULO
Rua Major Maragliano, 2 8 7
N1HIL OBSTAT

São Paulo, 29/9/1937


Frei Damaso O.F.M.
Censor.

lMPRIMATUR Dizem que· a i nfânci a é o encanto que íazcina os


Mons. Ernesto de Paula coraçoes.
Vig. Geral. É sim.
As crianças são os anjos da terra.
Os s e us olhos vívidos refletem a inocência, têm o
candor do lírio, o azul infinito do firmamento, a be­
leza de Deus.
Crianças! sois a obra de Deus.
Jesús vos ama com um amor de predileção. e
vos reserva as finezas de seu coração.
Êle aumentará a beleza de vossa alma, e , con -

servará o perfume da vossa inocênda.


Ide a Jesús.
Amai-o.
No seu coração a vossa alma encontrará o ali­
mento da eternidade. Ao seu contacto a vos sa vida
desabrochará como uma cândida rosa aos dourados
Todos os direitos reservados
raios do sol.
Conhecei Jesús. É o vosso único e eterno amigo.
Estas páginas falam dtle.
Lêde-as. E depois sêde amiguinhos de Jesús.
Infeliz e cnança que não conhece a Jesús.

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A ORAÇÃO DE JESOS

O dia em que o Messias devia imolar-se para a sal­


vação dos homens havia chegado. Jesus, naquela Páscoa,
subindo· à cidade de Jerusalém disse aos Apóstolos: "Eu vo-lo
digo: tu do quanto os Profetas anunciaram vai cumprir-se; o
Filho do Homem será traído, en1regue aos gentios, cuspido,
>
flagelad o e crucificado".
o
::d Dentro de poucas horas Jesús estar ia nas mãos dos seus
.f) acérrimos inimigos.
> Isso era certo, muito certo: J udas estava pac t u an do com
o
os inimigos para a traição, e não tardaria a chegar.
o
rr:I Num instante, Jesús sen tiu tôda a -repugnância da morte.

'M
Uma tr isteza mortal apoderou-se do seu espírito e prostrou -O
l'./') em terra numa dor profunda. Acabrunhado, Jesús gemia
e
C/l de angústia.
O que mais O afligia era a grande ingratidão dos ho­
mens aos quais abrira os segredos do seu amor e que, no
X entanto, Lhe preparavam a morte mais ingrata.
><
<: Assim aflito, de joelhos, dirigiu ao Pai Divino a sua
.':""'
última oração:
- Pai, se for possível , afasta de Mim esta morte, mas
seja f eita a tua vontade e não a minha.
Depoi s , reclinou a cabeça sôbre uma grande pedra e
com eçou a cho rar e a suar sangue.
Suas vestes tingiram-se de vermelho e aquelas gotas
de sangue banharam também o solo .
As árvores, únicas testemunhas , ciciaram na sua lin­
guagem selvagem e misteriosa.

/ / /

MENINOS: - Os pecados são a causa dessa grande


dor de Jesús. Não pequeis.

-4-
-5-
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·o CALICE

r
Nenhuma crio:tura humana ouvira o .gemido abafado
·& Jes:ús; nir�gµém cpnhec:ia a te:qível agonia, íntillla, da
�ud qlm_a.. ,
Do silêncio pavoroso da noite, sôbre as áSOS da ard,.
gem� do trêmµlo l:;irilho das estrêlqs, a. súplica de Jesrl.s
subiu crté ao trono de Deu�.
O Eterno Po:i acolheu o gemido do seu amado Filho
e aceifqu ô supremo sacrífiéio pelá reqonçiliaç.ão dos ho""
méns.
Logo, entre as trevas da ll.oite.1 esboço:-se no' 'céu um
'TQgo clc:trqo, É uJ:nc( luz celesliol. Tomarido-sª $empre mqis
clara, ôt)roXim:dndo�se, envolveu tôda· d .pessoa d� Jesús.
O Messias levanta os olhos e v.ê um mensageiro ce-
·leslied que Ih.e· traiia o conforto· divinQ. Je,.Sl)s aceitqu <:l Ç.X­
doração dô Anjo e recebeu das suas mã:os o cálice m.ié­
'ter.loso.
Sorveu-o.
E o Séu éspítito
sente todos os éfeitds desse· licor 41-
víno. A Paixão não Lhe inspirt:x mais. horror� 1'.
A tris�eza é o pÇIVor dá. :morte trC:tns·fonn.ar�-se e.tn,
alegria é coragem; o :desejo de . ser ct vitima :inocente, q�e
salvaria o mundo, domina todo o seu ser. Numa dc;ce visdo
oontempla tôd,C$ ets dlmas redfrnidas pelq $UCí imolaç�b.
Jesús aceitou a morte. Seu sangue daria a vida eterria
aos· hemens.

/ / I
i
MENINOS: - Aceitai resignados os sacrlftcios e aa pij.
, •ações da vida.

-6- -7-·
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V AM O S

Sereno, confortado, Jesús levantou-se; deixou o lugar


da aparição e voltou para a companhia dos Apóstolos.
A sua voz era resoluta e enérgica; os olhos um pouco
umidecidos indicavam que o Mestre chorara.
Os Apóstolos dormiam. Queriam rezar. . . mas os seus
nervos e xau s tos pelo intenso ·trabalho e fortes emoções não

resistiram às exigências da natureza que reclamava o


repouso.
Pouco a pouco foram acomodando-se no chão e caíram
<
� num s ono profundo.
� Assim deitados encontrou-os o Mestre.
o \.·
ti> Jesús fitou-os com um olhar de ternura e de compaixão;
depois, com voz acentuada, acordou-os, prevenindo-os do
grave perigo .
>< - Não fostes capazes de vigiar um pouco?-disse-lhes.
><
.......
!"""" Confusos, os três ergueram-se. Queriam desculpar-se,
mas Jesús convidou-os a se guí -Lo.

- Vamos - disse-lhes.
- Vamos. . . - responderam os Apóstolos com voz
incerta e o coração maguado . Tomaram-se novamente con­
cientes de tudo, e cabisbaix os, seguiam ansi osos e trêmulos
o Messias.
Coisas ignotas e -sérias os aguardavam. ... - Tremiam . . .
Naquele silêncio noturno os seus passos pareciam per­
der-se num eco interminável.

/ / /

MENINOS: - Enfrentai com coragem tôdas as dificul­


dades da vossa formação.

-8- -9-
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O BEIJO DE JUDAS

Cuidado . . silêncio . . . recomendava Judas ao bando


que o acompa nhava . Era preciso capturar o Mestre antes
de sair do Jardim das Oliveiras.
Um do tumultuoso e confuso de passos chegara aos
ru í

ouvidos dos Apóstolos.


A luz rubra das tochas, as espadas e as lanças dos
soldados refletiam tristemente nas trevas.
Vinham correndo Um leve murmúrio ouviu-se à por­
.

ta do Horto. Judas deu o último aviso aos soldados:


- O Nazareno é Aquele que eu beijar. Prendei-O e
amarrai-O fortement e .

Os Apóstolos, prevendo o peri go instintivamente pen­


,

saram em resistência. Estavam d ispos tos a defender até à


mor te e a vida do Mestre.
De pé firme, esperavam o traidor, prontos para reagir.
Pedro segurava: uma espada na mão.
Judas, cauteloso, chegou junto de Jesús e b e ij ou O
- .

- Judas perguntou-lhe Jesús, - é com um beijo


-

que trais o teu Mestre?


Mas o traidor já fugira.
Os soldados tentam lançar-se contra Jesús, mas Pedro
com um certeiro golpe corta d orel ha de um dêles.
- Não quero resistência, P�dro! - redargu iu o Mes­
tre. E Jesús milagrosamente c urou a ferida do soldado .
Os Apóstolos, enquanto isso, fugiram, desaparecendo
nas trevas.

' ' 1
/ / '
d BEIJO DE JUDAS (Lc. XXII, '48)
MENINOS: - Sêde constantes no vosso amor a Deus.

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À PRESENÇA DE ANÁS

- A quem procurais? -perguntou Jesú� aos inimigos.


- A Jesús Nazareno - responderam êles.
- Sou Eu! - disse Jesús. A estas palavras, todos re-
cuaram e caíram por terra.
- Se é a mim que procurais, eis-me, - disse Jesus, e
oforeceu as mãos para ser algemado_.
Os soldados alegraram-se com a resolução do Naza­
reno.-
.....-
.
Jesús não ofere ceu resistência. Seguia-os docilment e ,
:> com uma atitude digna de um ser superior.
><
>< As 'tochas agitadas ao vento. lançavam nos vultos des­
figurados dos soldados uma luz sinistra.
s:
Entraram no cida de , mergulhada num profundo silên­
cio, fazendo uma tumultuosa algazarra.
Pessoas atraídas pelo estranho clamor. arriscavam pela
janel a olhares de curiosidade .

Arrastado, Jesús foi levado à casa do Pontífice Caifás


que· O esperava ansiosamente. Anás interrogou-O primei­
ramente com mil perguntas sôbre a sua doutrina e depois
enviou-O a Caifás, Sumo Sacerdote. Durante o interrogató­
rio, Jesús foi esboÍeteado.
- ts Tu o Cristo, filho de Deus vivo? - perguntou-Lhe
Caifás.
E Jesús: - Eu o sou.
- Blasfemou! Blasfemou! - exclama Cailás, levan­
tando-se escandalizado e rasgando as vestes: - Ouvistes
a blasfêmia? Que vos pare ce?
Os presentes responderam: - É réu de morte.

/ / J
MENINOS: - Nunca faleis mal dos Ministros de Deus..

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NEGAÇÃO DE PEDRO

Quando Jesús en tregou- Se aos soldados, Pedro salvou­


-se com a fuga.
Não queria, todavia, abartdona r completamente o seu
Mestr e à fúria dos inimigos, mas seguia-O de longe , para
que Lhe pudesse ser útil em boa hora .
A noite era fria.
Tesús es tava respondendo ao interrogatório na casa de
Ccifás. Pedro, em companhia do discípulo conhecido do
Pontífice, entrou no páteo e confundiu-se com as pesscx:s
que agu ar davam o resultado do inquérito, ag rupados em
tôrno de uma fo gue ira.
Faziam-se comentários absurdos e sinistros.
De conversa em conversa, Pedro chegou a sentar-se
·
pe rto do fogo , fingindo uma co mpl e ta indiferença a r espei­
to da so rte do preso.
Mas, a sua timidez traiu-O. Uma criada percebeu o
disfarce; encarou-o e, .sem hesitar, disse-lhe:
- Também tu és discípulo do Galileu?
- Não sou! - respondeu Pedro.
- Sim, - insistiu ela, - estavas com o Galileu ...
- Mulher, não entendo ; creia-me, não O conheço.
Pedro, com o ânimo perturbado pelo remorso de ter
vilmen te negado o Mestre, envergonhado, encaminhou-se
logo para o portão da rua, o n de ficou sàzinho.
Pensava . . . meditava ... lutava com o remorso de con·
ciência. E o galo cantou.

/ / /
NEGAÇÃO DE PEDRO (Mt. XXVL 74) MENINOS: - Fugí das ocasiões perigosas.

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·
UMA NOITE DE OPRÓBRIOS

Passando entre as imprecações e os motejos dos sol­


dados, Jesús foi levado à prisão interna, aguardando a reu­
nião do Sinédrio, que dev�a realizar-se logo ao romper do
dia. Jesús foi entregue à brutal e ébrio soldadesca.
·Os soldados eram homens rudes, de palavreado e ges­
tos triviais, habituados a tratar com assassinos, vagabun­
dos, ladrões, condenad:)s, e com to dos os seres ínfimos da
ccimada social.
Não tinham horro r do sángue; antes pareda que ex­
,

perimentavam umq alegria satânica vendo sofrer as pobres


vítimas
Os verdugos logo submeteram o meigo Jesús às mais
atrozes torturas. Bateram-Lhe, esbofetearam-no, cuspira m ­

-Lhe no rosto, motejaram-nO, blasfemaram.


O :paciente e humilde Nazareno não soltou um l amen ­
to. Tanta calma e resignação incitava ainda mais os algo­
zes, á vi dos de arrancar-Lhe um gemido.

Cada soldado queria ter o detestável prazer de humi­


lhá-Lo mais que os outros, vê-Lo contorcer-se, gemer.
Alguns vendaram-Lhe os olhos, e depois, esbofetean­
do-O perguntavam ironicamente:
- Adivinhc;I, Cristo, quem te bateu?
A ludibriosa zombaria prolonga-se até ao amanhecer,
an g u s tiando cada vez mais o espírito de Jesús, profunda­

mente abatido com as deshumanas e aviltantes vexações.

/ / /
UMA NOITE DE OPRóBRIOS (Mt. XXVIt 27)
MENINOS: - Nunca falteis ao respeito devido aos Mi­
nistros de Deus.
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NO TRIBUNAL

Bem cedo, Jesús foi introduzido na sala do Tribunal


onde. es tava re ü n ido o Sinédrio.
Os maqistrados, os anciãos do povo, os escribas e os
representantes do Templo, sent a dos na tribuna, formavam
o juti. Caifás presi dia a reunião.
Jesús entre dois soldados, ficava de pé.
As t es tem un h as começavam a depor, acusando-O de
vários crimes religiosos; mas os seus depoimentos eram
contraditórios. Os juizes, não tendo provas suficientes, entre­
olhavarn-se. preocupados, temendo suspender a reün ião com
ti
...J um fiasco rumoroso e despedir Je sús por fal ta de culpabili­

dade. De repente, dois in divídu os saem da multidão pedindo


licença para falar. Disse o primeiro:
- Ouvim.o-Lo dizer que destru1ria o T�mplo e o ree­
dificaria em três dias.
- Não dis se assim . contradisse o outro, e desfez a
. .

o
z acusação. A esperança dos juízes desvaneceu-se. Inquie­
tos, calam-se, refletindo.
Caifás, então, desce da cadeira, cheg a perto de Jesús
e Lhe pergunta: - Eu te conjuro, pelo Deus vivo, para
que digas s e Tu és o Cristo, filho de Deus.
- Tu o dizes - respondeu Jesús.
Os juízes, numa e xplosão de ódio, levantam-se dos
bancos rasgando as túnicas.
·- Não p recisam os de testemunhas - exclam ou o Pon­
tífice- Vós mesmos ouvistes a blasfêmia...
- Que vos parece? Proclamou-se Filho de Deus ...
- É réu de mor'te! Morra! responderam unânimes
-

os j uízes e o povo.

/ / /
'MENINOS: - O ódio é uma paixão vil que obceca o
coração.
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UM OLHAR DE JESúS

Depois de uma angustiosa indecisão, Pedro entrou no­


vam ente nopáteo e foi para junto do grupo.
Triste circunstância ...
Uma outra criada reconheceu a sua fisionomia, e com
impertinência, apontou-o logo cros soldados, dizendo:
Também éste estava com o Nazareno.
- Sim, e st av a , - apoiarmn os soldados.
- Nãol Juro que não conheço êsse homem excla-
mou Pedro, indignado.
Os gestos, a voz, os olhares, revelaram, entre tanto, o
seu fingimento. Os soldados no'taram a confusão que o
perturbava e continuaram a importuná-Lo com argutos per­
guntas.
Pedro negava tudo.
De repente outros soldados entraram no páteo. Ao ve­
rem Pedro, exclamaram admirados :
- Tu? Um dêles?
- Não ... - ia negar Pedro, mas um soldados lhe
truncou a palavr a , dizendo: - Não negues ... pois não te
vi no Horto?
Pedro sentia calafrios; começou a rogar pragas e a. jurar
negando. O galo cantou pela segunda vez. Pedro estreme­
ceu, lembrando-se das severas palavras de Jesús.
Nesse momento, Jesús, condenado· à morte, passa pelo
páteo.
O olhar triste do Mestre en con tra-se com o de Pedro.
Num só in stante , Pedro compreendeu tudo. Retirou-se
do páteo, internou-se na solidão· da noite e chorou amar­
gamente o seu pecado.

/ / /
UM OLHAR DE JESUS (Lc. XXII, 61-62) MENINOS: - Não deveis envergonhar-vos de ser dis­
cípulos de Jesús.

-20 - - 21 -

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O REMORSO DE JUDAS

A noticia de que o Siné drio condenara Jesús propagou­


-se pela cidade como um relâ mpago .
Os amigos de Jesús ficaram surpresos e a balados com
o decisão extrema do Sinédrio, cuja atitude não conseguiam
explicar. Os seus inimigos porém receberam-na com um
certo alívio e como uma nova d iversão para a sua curiosi­
dade ávida de fortes emoções.
Judas estremeceu. Num relance de lucidez mental, com­
preendeu a loucura do seu gesto de conseqüências tão fu­
nestas,
A ev i d ência dos fatos desvaneceu-se a sua tem erária
esperança de que o Mestre escaparia das mãos d os solda­
dos como outras vezes fugira dos inimigos.
Mas d esta vez Jesús tinha sido condenado. Sôbre Judas
caia tôda a responsabilidade.
Sem mais s oss êgo , perseg uido pelo rem orso de con­
ciência, furioso, desesperado, o traidor foi ter co m os vís
c úmplices do seu pecado .

Os compradores do Cristo rec ebera m - n o logo, satisfei­


tos com o êxito da traição.
Mas Judas, de aspecto sinistro, mal os avistou, atirou­
lhes as m oedas .exclamando co m voz agitada:
- Tomai o vosso dinheiro . . . pequei vendendo o san­
gue de um inocente.
Os Fariseus, entre gargalhadas e es cárneos , insensí­
veis ao desespêro de Judas, responderam-lhe: - Quê nos
importa! Pensasses an tes !

/ / I
O REMORSO DE JUDAS ( Mr XXll. 3� l MENINOS: - Fugi dos maus companheiros. Nunca
acrediteis nas suas palavras enganadoras.

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JESOS E HERODES

O Sinédrió condenou Jesús por deliio de blasfémia.


O blasfemador, conforme a lei hebraica, devia morrer.
Uma cláusula dodireito romano, entretanto, exigia que a
sentença do
tribunal rel igioso fosse aprovada pela autori­
dade civil.
Jesús,
então, foi conduzido ao tribunal de:• Governador
romano dcx Judéia, Pôneio Pilatos.

Pilatos recebeu Jesús, conversou com éle e inquiriu-O


minuciosamente sôbre as acusaçõ es que os
fudeus Lhe· fa­
ziam.
Convencido de que Jesús era inocente e que os Judeus
O condenaram por ódio, Pilatos queria libertá-10.
Mas os Judeus protestaram veementemente: - É réu
de morte; êle amotina o povo desde a G<:tliléia até· a Judéia.
Ouvindo que Jesús era Galileu , Pilatos resolveu enviá-
10 a H erodes , tetrarca de Galiléia, o q ual . pela solenidade
da Páscoa, achava -se em Jerusalém.
Herodes, prevenido , retiniu o seu conselho numa gÍ"an­
de sala, onde recebeu Jesús. Ansioso de ver o Nazareno,

cuja fama era conhecida em tôda a Galiléia, julgava ter


chegado a hora de presenciar um seu milagre.
Convidou-O logo a realizar na sua presen ça um fato
extraórdinário. Mas Jesús não respondeu uma só palavra
às lisonjeir� palavras do rei cruel e corrompido. S ereno ,
calmo, ouvia-o em silêncio. Herodes não merecia ser aten­
dido.
O rei, desiludido e hum ilhado , julgando Jesús um pobre
demen'te, ordenou que fosse cob�rto com o manto branco
dos loucos, e reconduzido a Pilatos.

/ / /
JESúS E HERODES (Lc. XXIII, 11) IVIENINOS: Sêde simples de coração e recebereis as

bênçãos de Deus.

- 24 - - 25-
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BARRABÁS

Seguido de um corte}<:> de curiosos, entre os escârneos


e zombarias, Jesús vol to u ao Pretório Romano.

Frustara-s e ass i m o plono de Pilatos: passar a Herodes


a solução do melindroso caso do Nazareno.
Mas Herodes, não encontrando nEle crimes de morte,
·

àespedira-0 fantasiado de louco.


Pilatos viu-se numa situ.açào critica e perigosa. O caso
trazia sérias preocupações e exigia uma extraordinária pru-
·

dência.
Pilatos devia salvar da morte um inocente, q u e o po­
vo injustarnen.te queria matar.

Irritado pelos clamores do vulgo ignorante e insaciá­


vel, apresentou-se à multidão:
- Vêde que também Herodes nõo o achou réu de cul­
pa alguma! De que maneira eu poderia condená-10? :Man­
dá-10-ei castigar e pôr em liberdade.
- Não! - protestaram os acusadores clamando: - É
réu de morte.
Pilatos, então , agiu com astúcia. Lembrou-se q u e na
Páscoa era costume soltar-se um criminoso.
Apelou para a conciência do povo , e propôs: - Quem
quereis que solte, Jesús ou Barrabás?
Barrabás era um homi cida, sedicioso, ladrão e odiado
pelo povo.
Jesús, ao contrário, tinha socorrido milhares de pes­
sôas, e muitas dessas estavam alí, podendo reclamar a sua
liberdade.
Mas o povo, sugestionado pelo ódio dos inimigos de
Je$ÚS, domou: - Morra o Galileu, solte-se Barrabás.

BARRABAS {Lc. xxm. 18)


MENINOS: - Preferí a companhia dos bons.

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- -
A F L A G ·E L A C ÷·o
. _.

Pilotos ficou indignado com os Faris.eus sangumanos


e hipócrita.:-; que i.'1.citavam a plebe. Fulminando-os com os

olhares elett.izodos, perguntou exasperado:


- Quê !arei, pois, do Mes..sias ou Cristo?
Mus a turba, unânime, bradou: Crucifica-O .
- Cru­ . .

cifico-O ...
Pilatos não desisEu, porém, de convencer a inultidão
de que não podia pronunciai' uma sentença de morte contra
um inocente.
Dirigiu-senovamente ao público:
- Mas que mal fez Ci. Nazareno? Como condenar um

inocente?
A multidão, agikmdo-se, clamava ince3saritemen.te:
- Crucifica-O, crucifica-O.
Pilatos ficou pensati�o e perplexo, pois, não queria sa-·

tisfazer aos iníquos desejos da turba.


Disse, então: Mandá-10-ei açoitar e pôr em liberdade.
-

E, dirigindo-se aos soldados, ordenou que Jesús fosse


flagelado.
A flagelação era um tormento degradante, horrível.
Flagelava-se com vergas, co1n correías, com cordas e cor­
rentes entrelaçados com pedaços de ossos, de chumbo ou
ferro.
Jesús foi submetido a essa tortura, amarrado a uma
coluna. Os violentos açoites dilaceroram-lhe completamen­
t-9 as carnes, descabrinào os ossos_ Exausto, o inocente Je­
sús caiu no chão, numa poça de sangue. O seu corpo pare­
cia uma chaga viva, semelhante a um leproso.

I 1 .'•
/ I
' '

A FLAGELAÇAO lj::. XIX. J)


MENINOS: - Pensai um pouco nas dores de Jesús.

- 29-·
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A COROAÇÃO DE ESPINHOS

A sanguinolenta flagelação esgotara as fôrças de Jesus.


Os carrascos O ergueram, pois, do pavimento e sen'ta­
ram-nO numa cadeira .

Lembrando-se que Jesús se proclamara rei, r esolveram


preparar uma cena burlesca, parodiando a sua realeza.
-

N
Um trono. uma coroa, um cetro, um manto para a pobre
vítima, e o drama estava completo.
Arrastado brutalmente Jesús foi obri gado a sentar-se
sôbre um tôpo: puseram-lhe nos ombros um pano vermelho,
uma coroa de espinhos na cabeça e um caniço nas mãos
manchadas de sangue.
O novo rei estava paramentodo. Faltavam somente o.s
homenagens. Os saldados retinem se em torno dÊle. Acla­
-

mam-no com ironia seu rei; depois, simulando um desfile,


passam grotescamente em sua fren'te, blasfemando e escar­
µ..:i
a rando-Lhe no rosto.
o De joelhos, aos seus pés, en tre o ridículo e o humilhante
•-<
<> dizem-lhe: - Salve! rei dos Judeus.
< Um soldado, n o tando que a coroa não estava bastante
o
p:: firme, enterrou-o na cabeça com forte!� pancadas, fazendo
o
o Jorrar sangue.

icC Alguns lembraram-se da cerimônia de beijar as mãos;


mas em vez de beijos, eram violentas bofetadas que caíam
nas faces pálidas de Jesús.
Jesús, corno um manso cordeirinho, suportou todos o s
escárneos com heróica pa�ência e sem soltar uma palavra
cl.e queixa ou de indignacão.

/ / /

MENINOS: - Recebei. com humildade as correçoes.

- 30 - - 31 -
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E C CE HOMO

Nesse miserahdo estado, Jesús foi reconduzido 6 pre­


sença do povo.
O G overnador esperou er...i vÇio que a tw·ba se como­
vesse à vista do horroroso espetáculo e tivesse compaixão
do pob re Nazareno.
Coberto de sangue e de escarros, coroado de espinhos,
envolto num farrapo, Jesús não parecia mais um hoI!lem.
Do alto do ·Pretório, Pilatos mostrou-O ao público que
se aglomerava no páteo.
- Eis o homem! - diz- Eis o voss o Rei ...
Os Fariseus, indi gn ados com as protielações de Pilatos
e aquela exibição ofensiva às aspirações ào povo, incita­
rcnn a h.).rba a tumultuar e a dama::- com insistência:
- Morra o Nazareno!
O novo estratag.ema de Pilatos falhara como todos os
ou'tros, para pleitear a inocência de Jesús,
Contrariado e aborrecido, respondeu à multidão amo;..
tina da:
- Tomai-O e cruciíicai-0.
- Não, - responderam êles. - deves condená-10. Nós
temos uma lei, e segundo a lei Êle deve morrer. Condena-O ...
Pilatos sabia que, pronunciando a sen tençá de morte,
condenava um inocente e deshonrava a s ua pessoa.
Levou o Nazareno à sala e interrogou-O sôbre vários
questões.
Mos Jesús não respondia. O seu silêncio solene impres­
sionou fortemente Pilatos, o qual percebeu ter diante de si
uma pessoa extraordinária.

/ / /

ECCE HOMO (Jo. XIX, 5) MENINOS: - Tende comp<rixão dos pobres.

- 33 -
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CONDENADO

Os cabeças do populacho. retinem-se num canto ào


páteo e decidem quebrar definitivamente a indecisão e as
relutâncias de Pilatos.
Correm pois pela multidão. falam, incitam, fazem �erver
os espíritos, dão instruções.
Quando Pilatos assoma qo terràço com uma nova pro­
posta, a turba recebe-o com uma reboante gritaria.
A voz mordaz dos chefes, destacando-se do murmúrio
geral, f ere os ouvidos do irresoluto Pilatos:
- Se não O condenas, não és amigo de Césa!"; quem
.�e proclama reL vai contra CésaL

Pilatos, ouvindo essa arneaça teve calafrios. Sabiq o


,

que era uma denúncia de infidelidade a César; o Imperador


o castigaria impiedosamente, destituíndo-o e exilando-o.
O interêsse pessoal e a viieza prevaleceram em Pilato:=.:.
Desiste do dever de salvar Jesús e cedeu à criminosa von­
tade da plebe criminosa.
Ensurdecido pelos clamores, nU.m ge sto tímido e inde­
ciso, apelo u para a multidão:
- Pois hei de crucificar o vosso Rei?
- Nosso Rei é César! - A cruz ao Galileu, - uíva
freneticamente a plebalha.
Pilatos, comple1arnente dominado pelo furor do povo,
assina a iníqua sentença de morte contra o inocente Jesús.
Depois, querendo eximir-se da responsabilidade do pró-
prio ato, lava as mãos diante da plebe, e diz:
- Eu sou inocente do sangue dêste justo.
O povo, em delírio, brada com cadência:
- Que o Seu Sangue caía sôbre nós e nossos fühos.
/ / /
CONDENADO' (Mt. XXVlI, 24}.
MENINOS: - Resisti aos maus companheiros.

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A MORTE DE JUDAS

Arroj adas as - rn oedas no interior do Templo oos pés dos


seus cúmplices. Judas fugiu perseguido por u ma fôrça mi.$­
teriosa.
Renegado ! Renegado ! Traíste o Filho de Deus . . -
.

bradava-lhe a conciência.
Alucinado, judas corre e ruge, detes,tando-se a si pró­
prio Em seu espírito desesperado surge a lembrança dos
.

benefícios de Jesús, a estima com que o distinguira o Mes­


tre, o s eu bondoso coração . . . Mas isso só aumenta o terror,
o remorso da aima e a insensatez da s ua loucura.
Judas sabia que Jesús era bom, que o teria perdoado,
como perdoara a Pedro, se, vertendo lágrimas de arrepen­
dimento, fosse procurá-10 prometendo emenda.
Estava convencido da misericórdia do Redentor, mas.
o in f el iz recusou -a para ficar eternamente per dido e deses­
perado.
Vagou longas horas pela cidade com a mente per­
turbada .
Esquivava as pessoas. Temia os olhares .
Parecia-lhe que até as pedras liam em sua fronte a
tremenda trai ção, e se levantavam para castigá-lo.
De longe seguiu as cenas do pro cesso contra o Messias.
O quadro lúgubre do Calvário impressionou-o sinis­
tramente.
O pavor assaltou-o no seu interior. Bat�ndo no peito,
arr ancando os cabelos, gemendo de des epêro correu a um
lugar deserto .e, tràgicamente, pôs termo aos seus dias, en­
forcando-se.

I / I

MENINOS: - Confiai sempre em Deus.

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A CR U Z

O suplício da cru z era o mais infamante daquele tempo.


Sàmente os homicidas. · os sediciosos e os escravo s eram
crucificados, afim de que a sua morte incutisse no povo
horror aos crimes .
Jesú s não era um ma�íeitor. A sua i no cênc ia tinha sido
declarada por Herodes e por Pilatos ; mas os endemoninha­
dos Fçriseus, a sediciosa ple be, exigiram que o Nazareno
:morresse crucificado .
Pilatos, assinada a sent�nça capital passou-a ao litor
eom ordens perentór ias . O vii magistrado sentia-se inquieto

e à mercê de sinistros pressen timentos .


Naquele tempo usavam-se vár ias formas de cruz . As
comuns eram em forma de T, t , e de X.
Para a morte de Jesús escolheram a segunda.
O sentenciddo devia carregar o próprio instrumento de
suplício e levá-lo ao lugar da execução.
Quando Pilatos enfregou Jesús aos soldados, os Judeus
correram a buscar a cruz que há tempo estava preparada
para Barrabás. Media três metros de altura, mais ou menos ,
e pesava regu larmente , de maneira que uma pessoa podia

carregá-la sem grandes esforços .


Chegado j unto à escadaria, fesus é violentamente agar ­
rado e submetido ao pêso da cruz.
Resignado, calado, sem prote s tar , o Reden tor s u j ei t ou
os ombros ao madeiro.

/ / I

MENINOS: -Aceitai de boa vontade os sacrifícios.


·A CRUZ (Jo. XIX, 1 71 Aprendei a sofrer calados. A dor é a cruz que deveis car­
regar em vossa vida.

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O CAMINHO DO CALVÁRIO

Cem a cruz às . costas, Jesús saíu do Pretório, escoltado


pc::i r um bom ' número de saldados . .
Longino, centurião, che fiava o pelotão e ncarregado da
execuçao .
-

Mal acabava de apare cer na rua, a multidão que alí


se aglomerava, recebeu o Divino Paciente com gritos, vaias
e clamores selvagens.
Formou-se logo um lúgubre cortej o de homens, m ulhe ­
res e crian ças atraídos pela detestável curiosidade de assis­
tir a uma exec11ção capi tal . Na primeira fila seg u iam os fa­
náticos Fa ri s eu s , orgulhosos e com ares de felina satisfação .
Milhares de pess oas d e tô da a Judéia es tavam em Jeru­
sctlém,para a solenidade da Páscoa. A noticia, pois, de
que o Sinédrio acabava de condenar à m orte o pregador
de uma nova religião, tinha suscitado em mui'tos o desej o
de conh e cer o infel iz traidor da sagrada lei e da religião
de seus pais.
Entre os espectadores estavam também mui tos que ha­
viam sido socorridos por Jesús, os quais, mais uma vez
qu eriam ver a v eneranda figura do benfeitor dos pobres .
Estes compadeciam�se de Jesús e reprovavam a o di osa me­
dida a plicada pela má vontade dos a varentos e mrtlditos
Fariseus.
Jesús, cabisbaixo, sob os olhares daquela multidão, ia
a passo lento e vacilante. A cada mom ento os tropeços e os
sokxvcmcos da cruz Lhe aumentavam as dores lancinantes.
Os so ldado s , enquadrados e de lanças levantadas, im­
prim iam ao cortej o uma nota horripilante.

/ / /
O CAMINHO DO CALVÁRIO (Jo. XIX. 17)
MENINOS: - Nunca fiqueis assistindo a atos que ofen­
dem a caridade.

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A V E R ô N I C A

As Piedosas Mulheres ofereceram aos algozes de Jesús


um episódio comovente .
Essas s e nhoras conheciam J esús desde longa data e
auxiliavam-no na sua missão, fornecendo preciosa ajuda
no Colégio dos · Apóstolos . A notícia, pois, de que o Mestre
tinha sido preso e condenado , atraíra-as ao caminho do
Calvário .
Pálidas, desoladas, esperavam -no com o coração em
tumulto, numa encruzilhada.
Quando Jesús passou perto delas , não hesitaram em
demonstrar-Lhe acatamento e exprimir-Lhe tôda a sua amar­
gura. Quebrando a resistência dos soldados e insensíveis à
vo cif era ção e aos motejos da plebe, colocaram-se de fr on te
de Jesús, chorando e compadecendo-se dEle.
Jesús não parecia mais Aquele. Sua face meiga e fasci­
nante não passava de uma máscara horripilante.
Jesús dirigiu-lhes palavras de ben evolên cia e gratidão,
convidando-as a não chorarem por Êle, mas pelos pecados
dos homens .
A Verônica, uma santa mulher, vendo q u e o rosto do
Mestre estava coberto de sangue, suor, escarros e pó, enxu­
gou-O delicadamente com um pano .
.A fineza foi grata a Jesús.
E realizando um milagre, deixou impressas naquele véu
as suas santas feições. Ê:sse pano conserva-se até hoje e cons­

titui uma preciosa relíquia muito venerada.

/ / /
I .- /

A VERÓ N I C A MENI NOS: - Beijai com veneração a imagem de Jesús


Crucificado.

- 42 -
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ENCONTRO DOLOROSO

Novamente pdtou a lugubre caravana.


Umd senhora, auxiliada pelas amigas . abrindo caminho
na multidéio. aproxima-se de jesús.
Era Nossa Senhora.
Demonstrava ter sofrido muito. Os olhos afogueados e
secos pareciam cansados . No rosto pálido refletia-se tôda a
dôr profunda que obalavà a suo alma. Nao falava, 1na.s
os olhares exprimiam eloqüentemente os sentimentos do
coração .
Os soldados enterneceram-se à v ista daquela cr iGtura
angelical. Sentindo-se indignos, nôo ousarcmi con tr ariar os
desej os da Mãe de Jesús .
Permitiram que Ela se ctvizinhasse de seu Filho.
O encontro de Jesús com sua Mãe Sanü�sima é i n des ­
critível. É impossível interpretar os sentimentos íntimos de
Jesús e Marià n aquele mornen to tão trágico e doloroso . É
certô, porém, que não se poderia imaginar encontro mais
emocionante.
Maria, ao ver seu Filho Divino, amado, adorado, santo.
belo, estendeu instintivamente os braços n um amplexo ma-
ternal e reverente .
·

No instante cm que seus olhos contemplaram o rosto


irreconhecível de J es ú s , Maria sentiu um frêmito a percor­
rer-lhe os membros. Faltavam�lhe as fôrças.
Os homens ingratos matavam o seu adoro.do Filho .
Mas Jesús anim o u -a a esperar, confirmando-lhe que
ressuscitaria gloriosamente depois de ter redimido o gênere
humano.
I i . '
1

E NCONTRO DOLOROSO
MENINOS: Sêde o confôrto dos vossos pais.

- 45
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·
O C I R E N E U

O curto trajeto do Pretório ao Gótgo1a foi muito penoso


e um verdadeiro martírio para Jesµs,
As ruas estreitas e sem calçamento dificultavam a pas­
sagem Cio cortei o, obriga ndo a desfilar en tre duas al as de
!JOVO.
Jesús não tinha mais fôrças.
O longo j ejum, a flagelação e os tormentos, deixaram.­
no tão ex tenu ado , que nem era mais um caminhar, mas
um penoso arraskxr-se sob o pês o da cruz.

A tradição fala de três quedas do Divino Pac ien te , du­


rante a viagem do Calvário.
Os soldados, Longino particularmente, temiam que a
vi tima falecessé no caminho, poís prosseguia com extrema
dificuldade.
Jesús, perdendo sangue pela bôca e pelas narinas, lívi­
do, curvava-se sempre mais sob a cruz . Os soldados O em­
purravam bruscamente, mas em vão . Jesús arfava e tinha
a vista of uscada.

Numa encruzilhada o cortejo encontra-se com um gru­


po de pessoas que v o ltava m do campo.
Os soldados reconheceram Simão, que voltava do tra­
balho. homem forte, alto, e natural de Cirene, na A frica.
O centurião teve uma feliz idéia.
Dirigiu-se a Simão e convidou-o a carregar a cruz do
Nazareno , e Sünão, por breve tempo, aliviou o Divino Con­
denado.

/ / /

o CIRENEU ( Lc. xxm . 2 6 ) •


MENINOS: - Auxiliai os fracos e os pobres .

- 46 - - 47 -
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SôBRE O CALVÁRIO

Arrastado pelos soldados, exausto, Jesús atingiu o cu­


me do Calvário.
O Calvário ou Gólgota, era uma pequena colina pr6Xi­
ma à cidade, de onde se descortinava o lindo panorama
da majestosa Jerusalém .

Os soldados fazem, então, os últimos preparativos para



a crucificaçõ:o.
Colocam a cruz no chão, perto da fossa, escolhem os
pregos e empunham os martelos.
Jesús, cambaleante, chega junto da cruz e lança sôbre
ela tristes olhares.
Reclinando a cabeça, pensava nas nossas almas que
seriam redimidas com a sua morte, naquele madeiro.
Depois foi despido das vestes e seu corpo tir itante a­
' ,

pareceu estriado de sangue e cavado de flagelos.


Temeram os soldados que o Nazareno viesse a falacer.
Depressa deram-lhe o narcótico amargo, que se oferecia
aos condenados para não sentirem as d ores da agonia.
Mas Jesús não bebeu; quis morrer concientemente, so­
frendo por nós até ao fim .
Logo os soldados estenderam-no brutalmente sôbre a
.cruz. Pregaram-lhe uma por uma as mãos e depois os pés.
Os pregos, sob as violentas marteladas, rasgaram as car­
nes, quebraram os ossos e imobilizaram o corpo sacratíssi­
mo de Jesús.
Um frêmito doloroso atravessou-lhe o corpo quando a
última mar'telada ecoôu lugubremente no silêncio profun­
do . Jesús fechou os olhos marmóreos. Estava crucificado.

/ / I
MENINOS: - Evitai os pecados; êles são a causa das
O CA LV A RIO ( Me XV . 23) dores de Jesús.
Sô BR E

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e R u e ·1 F 1 e A D o

A cruz foi, logo, suspendida com c or das e fincada na


cova, em meio dos gritos da multidão. Com o abalo o cor­
po estremeceu violentamente, lacerando profundamente as
t en" das .
...

A o mesmo tempo eram crucificados dois malfeitores,


00
um à direita , outro à esquerda do Mess ias .
(")
Jesús foi pôsto no meio, como se fosse o mais impio dos
homens.
No alto de sua cruz, foi pregado o s e g u in te letreiro: -
JESúS NAZARENO, REI DOS JUDEUS .
·

Um dos ladrões, homem celerado, embora sofresse hor­


rivelmente, começou também a escarnecer de Jesús, porque
o sofria com resignação. Blasfemando, dizia:
o
- Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós tam­
..:(
o bém.
O outro, porém , a dmirado pela paciên cia do Divino
Mártir, movido pela graça de Deus, dirigiu-se ao compa­
r1heiro que continuava a insu lt ar Jesús, e repreendeu-o:
- Cala-te ! nem tu temes a Deus , estando no mesmo
suplício? Nós, é ver da de estamos sofrendo merecidamente,
,

porque estamos pag dndo a pena dos nossos crim·es; mas


Éste é inocente e não fez mal a ninguém.
Depois, arrependido, e voltando a cab e ça para Jesús,
suplicou-o ardentemente:
- Senhor, lembra-te de mim quando en'trares no teu
R e ino
.

Jesús aceitou a súplica do ladrão, e respondeu-lhe:


- Hoje estarás comig o no Paraíso .

/ / /

lVIENINOS : - Detestai sinceramente os pecados.

50 -
· - 51 -
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V I N A G R E

Os soldados romanos , formand


o u m círculo em tôrn o
das cruz es, vigiavam aguardando
a morte dos supliciadcs
.
Alheios àquela cen a de dor, e no intu
ito de impress ic ­
nar as turbas com seu espírito
arg uto e ímp io, não cessa­
vam êles de insül tar com escârneos
e grac ejos os míse rcs
m oribundos.

Repartiram po is , entre si, as


ves tes das ví tim as, qu e .
conforme a lei daq uele tem
po, lhes perten cia m.
As poucas peças do ves
tuá rio de Jesús foram div
das em qu atr o partes. Res ió:­
tava a iún ica . Esta era .inc
til, duma peça úni ca. on sú­
Não chegando a um acôrdo
, tiveram a idéia de sor tec
la para de ddi r q ual dêles ­
devia possuí -la .
Sortearam -na .
Nesses momen tos Jes ús
en tra em agoni a. Ab rin
olhos e vendo só trevas, do ·: t·
solta um lam ent o e exclam
a:
- Eli, Eli, lam ma sabactani
? que quer dizer: De us me: ...:
porque Iile aba ndo nas te? .
Depois, arden do em feb re,
dis se Jes ús : - Tenho sêd s
Um do s sol dados correu log
o a ensopar um a eso on i :: :
em vinagre e enc ost ou- a
aos láb ios do Mo
rib und o, M e �:
os outros, bur lan do,
dizi am :
- Deixa, vej am os se vem
Elias sal vá- Lo.
Jes ús pro vou o vin agre e
rec uso u-o .

/ / /
V t N A GRE (Jo. XIX, 29) MENINOS: - Fazei por amor de Jesús
ção de gula. uma mortifica­

- 52 --
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ALEGRIA SATÂNICA

A morte é sempre um fenômeno que impressiona.


Um moribundo inspira-nos compaixão e piedade. Ces�
som o ódio e as inimizades diante do homem que morre.

Parece que até os animais respeitam a morte.


Fazendo excepção a essa lei da natureza, os inimigos
de Jesús mostraram-se de uma maneira satânica cruéis e
cí nicos com o moribundo Jesús.
Extravasaram aos pés da cruz todo o seu ódio mor­
tal, aproveitando-se do aparente triunfo sôbre a pobre ví­
tima, cujos últimos anélitos foram recebidos com uma m o r ­
daz e acerba zombaria.
Povo, algozes, Fariseus e ministros do Templo sentem
como que um prazer malsão de apostrofar sarcàsticamen te
Jesús e escarnecê-10 com frases cheias de ironia e de oàien­
to cinismo.
Diziam: - Salvou os outros, e não se salva a si mesmo.
- ó Cristo, Rei dos Judeus, desce agora da cruz e en­
tão creremos em ti.
- Confiou em Deus . . . Vejamos agora se vem salvá-
10, pois disse que era Filho de Deus.
E a multidão, agitando freneticamente os braços, repe­
tia também as blasfêmias e as vozes mordazes dos escar­
nece,dores:
- Ah! Tu és Aquele que destrói o Templo de Deus, e
o reedifica em 'três dias?
. .Desce agora da cruz !
.

Os soldados romcmos, por sua vez, também insultavam


Jesús, exclamando: - O Rei dos Judeus na cruz? ! . . . Se
és rei, livra-te.

/ / /
A LEGRIA S AT ÂNIC A ( Me. '/:V, 29) MENINOS: - Não pronuncieis palavras injuriosas.

- SS -
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M Ã E N O S S A

Maria estava também aos pés da cr u z . O s e u olhar


meigo animava Jesús n os cruéis sofrimentos e i�pirava-lhe
confôrto.
A santa Mãe sçfria com �le.
Ao vê-:Ja, Jesú s sentia-se como que aliviado . Num mo­
mento os seus olhos compassivos e benignos, infundindo
coragem e esperanças, pousaram-se sôbre ' Ela e as mu lhe ­
res que choravam a s eu s pés.
Madalena, a grande pecadora convertida por Jesús,
abraçada ao pé da cruz, soluçav� fortemente.
Madalena amava Jesus com tôdas as veras da sua alma.
Ao lado de Maria estava o dis cípul o amado, João, o
predileto. Os outros Apóstblos haviam abandonado o M est re
no Jardim das Oliveiras. João, pelo contrário, desprezando
os ultrajes dos vis caluniadores, seguiu coraj osamente o seu
ama do Mestre.
Jesús antes de expirar despediu..,Se com um fio de voz
daquelas pessoas, que lhe eram tão caras.
Dirigindo-Se a 11aria e indicando com o olhar João, disse:
-. Senhora, eis o teu filho !
E a João: - Filho, eis a tua mãe !
Foi assim que Jesús constituíu Maria San tíss ima mãe
espiritual de to dos os homens, representados no discí­
pulo João.
Maria é, pois, a nossa mãe espiritual, a qual vela pela
nossa salvação.
Os s oldados , mudos, observavam atônitos essa cena de
intimidade, pensando nas palavras misteriosas .
Cessaram, então, de insultar a Jes ú s .

/ / /
M ÃE N O S S A (J o XIX, 25)
MENINOS: - Sêde bons filhos de Maria.

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M O R T O !

Nwn derradeiro es fôrço , fesús ergueu a cabeça ao céu.


Ofereceu ao Pai Celeste · o seu sacrilicio para: a reden­
ção dos homens, e rezo u pelos seus algozes.
- Pai, - disse, - perdoai-lhes porque não sabem o que
estão fazendo.
Depois, bradou com íôrça:
- Tudo está consumado. Pai, em tuas mãos encomendo
o meu e spírit o .

E, i ncl in a ndo a cabeça, expirou .


O Messias, o Nazareno que vinha trazer aos· homens
o perdão de Deus e abrir as portas da felicidade eterna,
ó
.......
.._..
morria cr uci ficado pelos próprios Judeus que aguardavam
ct sua vinda.
A turba acolheu a morte de Jesús com um alívi o e

um murmúrio de satisfação.
Mas . . que contraste! . . . A natureza, então, estreme­
.

ceu no seu seio misterioso.


Aquela Vítima era o Filho de Deus , o Criador do mundo'.
O céu e a terra estremeceram pela grande lou cura dos
homens e cobriram-se de luto. Fenômenos terrificantes acom­
panharam o último suspiro de Jesús.
Era pouco d epoi s do meio dia. O céu escureceu-se,
golpeado de relâmpagos; a terra tremeui o s rochedos par�
tiram-se; os sepulcros abriram-se e deixaram sair os res­
suscitados, q ue entraram na cidade de Jerusalém e conver­
saram com muitos.
No Templ o de Jerusalém o véu que separava o Santo
do Santíssim o ràSgou-se por mão invisívei, de alto a bàixo.

1 1 /
MENINOS: - Não pronuncieis o nome de Deus em vão.
- 58 -
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TERROR PÂNICO

A multidào, os sacerdotes , os soldados foram todos to­


mados de pânico.
Num momento aniquilara-se d audaz arrogância e j ac­
tância. Calados, tremendo, debandaram como que perse­
g uidos por uma fôrça o cul ta Corriam com o espírito em
.

tumulto, temendo serem atingidos pelos castigos de Deus.


Os curiosos convenceram-se então que o Sinédrio pra­
ticara uma injustiça enorme contra o inocente Messias En­ .

verg onhados e arrependidos batiam no peito, exclamando :


- Era verdadeiramente o Filho de Deus . . .

Os Fariseus e chefes da Sinagoga viram i.rrefutàvel­


mente desmascarada a sua impiedade. Aos o lho s da nação
passavam por monstruosos sanguinários .
O seu zêlo pelo culto de. Deus era pois uma vil hipo­
crisia para dissimular as aspirações egoístas e ocultar as
iníquas explorações da boa fé do povo.
À eloqüência dos
fatos não resistiriam as tentativas de
uma desculpa evasiva.
O povo tin ha provas evidentes para opinar sôbre êles.
Pereceberam que o sangue inocente invocado sôbre si mes­
mos atingia-os terrivelmenle.
Como fantasma, o Cristo crucificado perseguia-os
um

dia e noíte, perturbando-os, atormentando-os, cobrindo de


infelicidade a sua mísera existência.
-
O centurião ·e os soldados desconcertados, exclamaram:
,

- Era verdadeira.mente u:m j usto.

I / /

MENINOS: - O pecado traz castigos eternos.


_

- 6 0 -- - 61 -
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O LADO ABERTO

Jesús morreu na tarde da sexta-feira que pre ce dia as

solenidades pascoais dos Hebreus.


Ao pôr do sol começava o des canso do sábado, obri­
gatório até ao anoitecer do dia seguinte. Nesse dia eram
categoricamente pr oibi das t ô das as o cu paçõ es manuais, até
mesmo cozinhar.
Aquele sábado, pois, era solene, sendo o sábado da
Páscoa.
S egundo a lei judaica, os corpos dos supliciados não
podiam ficar suspensos no mad ei r o durante os dias da
Páscoa .
Os Judeus, portanto, dirigiram-se a Pilatos p edindo que
mandasse r etirar os corpos dos sentenciados.
Não rara s vezes as pobres vítimas, antes de morrer,
passavam m ais de um dia na cruz, entre dores indizíveis.
Por isso, era costume quebrar a s pernas aos supliciados
antes de serem dados à sepultura .

Pilatos atendeu aos pedidos do s Judeus e enviou solda­


dos para constatar se realmente os s en ten cia do s haviam
morrido.
Os le gados examinaram o corpo d e J es ú s e verificaram
que :t:le estava verdadeiramente morto Não lhe quebarraro,
. .

pois, as pernas, como fizeram com os dois ladrões.


Um dos soldados, afim de tirar tôda a dúvida, fincou
a lança no lado de J esús transpassando-Lhe o pefto.
Dêsse ferimento correu água e sa ngue .

A tradição diz que êsse s ol dado chamava-se Longino.

O LADO ABERTO (Jo. XIX, 34 ) / / /


MENINOS: - Recebei bem os sacramentos.

- 62 -
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JOSÊ D'ARIMATÉIA

Os disclpulos, as piedosos mulheres e os amigos de


Jesús logo se interessaram para dar sepultura ao corpo do
Mestre antes de iniciar-se o Sábado. Não deviam absoluta­
mente permitir que o corpo adorável do Redentor fosse sa­
crHegamente profanado pelos soldados.
José d' Arimatéia, nobre senador de Israel, membro do
Sinédrio, amigo oculto de Jesús, sem demora foi ter com
Pilatos, e solicitou o corpo do Mestre.
Segundo a tradição, os Judeus não concediam aos cor­
pos dos supliciados sepultura nas tumbas de família. A lei
romana, pelo contrário, permitia ceder os cadáveres aos
parentes ou amigos que os requisessem.
José d'Arimatéia era discípulo de Jesús.
Pilatos recebeu-o solicitamente e cedeu o corpo do
Messias ao eminente Senador.
O Governador admirou-se quando soube que Jesús mor­
rera tão ràpidamente.
O pobre Pilatos estava abalado ainda e sob a pressão
de um misterioso terror pela sentença pronunciada injusta­
mente contra o inocente Nazareno.
Uma viBão de fantasmas povoava-lhe a mente. A idéia
que Jesús fosse um Deus causava-lhe terror.
Pilatos era pagão não sabia que Jesús era o Messias,
e

que viera ao mundo para salvar a humanidade.

/ I I
JOSE' D'ARIMATÉIA (Jo. XIX, 38) MENINOS: - Conservai com respeito as imagens de
Jesús.

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DESCIDO DA CRUZ

O tempo urgia.
O nobre Senador agrade c e u a Pilatos e rumou expedi­
tamente ao Calvário.
Alí encontrou outro discípulo de Jesús, Nicodemos,
aquele que t ivera a entreviqta noturna com Jesús.
Nicodemos era um sincero amigo de J esú s , e foi o únko
·

que o defendeu publicamente no Sinédrio.


Agora que J es ús estava morto, quis dar-Lhe outra prova
de seu grande afeto, proporcionando-Lhe honrada sepul­
tura, como convinha aos ricos e nobres.
Comprou 1 00 libras de m irra e aloés, matérias balsâ­
micas e odorífe ras , um l ençol de li nho , e levou·· os ao
Calvário.
Os dois discípulos, auxiliados pelo apóstolo João, des­
pregaram o corpo do Mestre e desceram-no da cruz, com
de_licadeza e suma veneração.
Maria Santíssima recebeu o cadáver nos seus braços
maternais, e apertou-o delicadamente ao pe ito . As piedosas
mulheres, com os olhos rasos de lágrimas_, beij aram reve­
rentemente as sagradas chqgas.
Os discípu,los tirarcan, pois, o cadáver dos braços da
Santa Virgem e estenderam-no no lençol novo. Depois, si­
lênciosos, suspenderam o lençol e encaminharam-se cabis­
baixos para o s epu lcro .
O devoto cortejo seguiu vagaros o num silêncio solene.

/ / /
DESCIDO DA CRUZ (Jo. XIX; 40)
MENINOS: - Beijai com reverência o crucifixo.

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S E P U L T A D O

O sepu lcro achava-se no j ardim de José d' Arimatéia,


a poucos passos do Calvár io.
o b om discípulo ofereceu-o logo para jazigo do corpo
do s eu amado Mestre..
Os orientais costumavam cons tr uir em vida as tumbas
,

em que deviom ser sepultados, e, co mum en te localizayam­


,

nas em seus próprios campos.


José d'Arímatéia mandara esculpir o seu sepulcro numa
rocha do jardim, per to do Calvário.
O Evàngelho, por isso, refere que Jesús foi sepultado
num sepulcro novo.
O corpo de Jesús foi introdu ziào provisoriamente nesse
j azigo, com o intúito de dar-Lhe sepultura definitiva depois
do Sábado.
Os discípulos lavaram o corpo manchado de sang ue e
coberto de pó, limparam as feridas e embalsamaram-no
ligeiramente.
Os orientais embalsamavam os cadáveres para preser­
vá-los da putrefação. Todos os membros do corpo eram
cobertos por uma camada de mirra e aloés e enfaixados
cuidadosamente. As r esin as aromáticas impediam a decom­
posição dos tecidos.
Como lhes res tava pouco tempo, os discípulos fizeram
uma embalsamação superficial do corpo de Jesús.
Terminada essa obra piedosa , saíram êles do sepulcro
e fecharam a câmara mortuária com uma grande pedra .

/ / /

MENINOS: - Recebei dignamente a Santa Comunhão.


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O S G U A R D A S

Os endemoninhados Fariseus nao sossegaram com a


morte de Jesús .

Íntimas e contínuos apreensões lhes torturavam a alma.


l..embra.ram-se das afi rmações de Jesús, assegurando que
?eSsuscitaria ao terceiro dia.
E se ressurgir? Essa dúvida lhes cruciava a alma.
. De pressa vão t er com Pilatos e, ostentando uma reve ­

r.ente submissão, falam com delicadeza ao governador:


- Veio-nos à men te que aquele impostor, quand9 ainda
vi1'o disse:
- Ressurgirei ao terceiro dia.
- Ordena, pois, que o sepulcro seja vigiado · até ao
terceiro dia, afim de impedir que os Discípulos . roubem o
cadáver e, depois, digam ao povo: Ressuscitou dos mortos.
Desta sorte, êste último embuste seria p ior que o primeiro.
Pilatos riu-se da estranha petição daqueles vel hos e de
suas apreensões puerís por um homem morto.

Enfim , satisfazendo�os mais uma vez, respondeu-lhes:


- Tendes uma guarda. Ide, e guardai o sepulcro como
quiserdes. .
Com cortezia despediram-se de Pilatos e foram ao
sepulcro.
Examinaram pessoalmente a lápide que fechava o

iúmulo e selaram-no solenemente com o sigilo do Sumo


Sacerdote .
Dirigiram irttermináveis recomendações aos guardas e
voltaram para a cidade, na certeza de que o Cristo estava
para sempre derrotado.

/ / /
OS GUARDA S (Mt. XXVII. 66)
MENINOS: - Sêde leais e sinceros.

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A R E S S U R R E I Ç Ã O

Um fenômeno pro di gi oso saúda o amanhecer do pn­


:i:neiro dia depois do Sábado.
Enquanto os Hebreus, cá na terra, celebravam a sua
Páscoa, a alma de Jesús descia às regiões do limbo e a­
nunciava a gloriosa redenção às almas dos j ustos que es­
peravam, naquele cárcere obscuro, o dia da libertação.
Jesús passa naquele lugar de noite fria e lança uma
luz divina de celeste felicidade. Exultam as almas dos Pa­
triarcas, Profetas e dos Justos à vista do Cristo Redentor.
Depois dessa viagem glorios a a alma de J esús volta
ao seu corpo.
O cadáver frio e rígido, com todos os sinais da Re­
denção, continua envolto nos panos, tal como o deixaram
os Discípulos .
Lá fora, os guardas vigiam a entrada.
Uma luz celeste ilumina tôda a câmara. O corpo de
Jesús vivifica-se de novo; o coração bate, respiram os pul­
mões, os olhos vêem, os membros se movem e· as tiras de
pano caem por terra. Cheio de vida Jesús se levanta como
que despertando dum plácido sôno.
O seu corpo é resplandescente, glorioso, divino.
Um anj o do céu revolve a pesada lage do sepulcro, e
a luz interior envolve os guardas deslumbrados. A terra rre­
me sob seus pés e êles caem por terra.
Entraram, depois, no sepulcro e não encontraram o
corpo de Jesús .

Aterrados, fogem para a cidade .

/ / /
A RE SS URREIÇÃO ( Mt. XXVIII. 2)
MENINOS: - Ressurgí dos vossos defeitos praticando
a virtude.

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A PALAVRA DO ANJO

As piedosas mulheres esperavám ansiosas o momento


de voltor ao sepulcro e terminar o embalsamamento do cor­
po de Jesús.
Aos primeiros clarões da aurora do terceiro dia, umas
figuras femininas se delineoram no deserto e sinuoso ca­
minho do Calvário.
Indiferentes ao espetáculo da natureza, levdndo mais
aromas, as mulheres caminhavam apressadamente e um
tanto preocupadas.
-
· Quem nos tirará a pedra do sepulcro? - pergun­
tavam umas às outras.
Maria Madal ena e Maria de Cléofas precederam às ou­
tras ·e chegaram primeiro ao jardim.
Junto ao sepulcro, pararam perplexas e espantadas .
O túmulo estava aberto e vazio.
Sem esperar as companheiras, assustadas pela idéia
de que o corpo tinha sido roubado, Madalena apressa-se
a yoltar para a cidade a f iln de referir a triste notícia aos
A pós tolos . .

No entanto chegam as outras m ulheres. Estupefactas,


entreolhando-se, praam ·também elas à entrada do sepul­
cro, indecisas e com mêdo. Depois, passado o primeiro te­
mor, en tram , mas re cuam logo terrificadas.

Dois anjos est avam sentados no lugar onde estivera


Jesús.
Um meri..sageiro celeste lhes diz:
- Não temais, sei que procurais Jesús, o crucificado .
Não está aquí, ressuscitou como dis se·: - Vinde ·e vêde .
Ide, de pressa, e dizei aos Discípulos que ressuscitou e os
espera na Galiléia.
I I /
MENINOS: - Crede sinceramente na palavra do Sa­
cerdote, que é o Ministro. o Enviado de Deus.

- 74 -
- 7 5 -.
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PEDRO E JOÃO NO SEPULCRO

Pedro, depois de sua tríplice negação, não é mais ci­


tado na histó ria da paixão de Jesús.
De longe, chorando de arrependimento, seguiu o desen­
rolar do triste dram a até à tarde de sexta-feira. Recolhen­
do-se depois em casa, pensati vo e aflito aguardava, com
João, o dia da ressurreição.
Improvisamente, cedo ainda, a voz de Madal ena o· a­
o
-
corda do s eu estado de prostração.
Entre soluços, agi tada, a pob re mulher lhe dizia:
·- Ti­
rarcun do sepulcro o Senhor, e não sab,emos onde o escon­
deram. ·
Os olhares de Pedro e João cruzarc..m-se numa interro­
gação muda e cheia de espanto.
o Sem mais hesitar, resolutamente, Pedro saíu de casa e
z foi certificar-se com os próprios olhos.
o João seguiu-o. Sendo mais moço, diz o Evangelho, cor­
to::C
reu m ais depressa que Pedro, e chegou prim eiro ao se­
o
pulcro, mas não entrou.
'"'"""'

Chegando Pedro, en.traram e inspeccionaratn diligente­


mente os recantos do sepulcro. O corpo de Jesús desapare-­
cera verdadeiramente. Os l en çó is de um lado e o sudário
de outro estavam dobrados cuidadosamente.
Observando isto, concluíram que Jesús ressuscitara co­
mo dissera.
Deixaram o sepulcro e voltaram para a cidade com
o ânimo cheio de alegria pelo triunfo do Mestre.

/ 1 1

:MENINOS: - Visitai com respeito e recolhimento a


Igreja.

- - 76 - - 77 -
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J ESúS E A MADALENA

Quando Pedro e João regressaram à cidade, Madalena


ficou à en'trada do s e pulcro dando livre curso às suas lá­
grimas.
Desolada, lançou instintivamente uns olhares para o
jazigo vazio. Nisto viu os dois anjos. Um dêles lhe perguntou:
- Por quê choras, senhora?
- É porque l evaram o meu Senhor e não sei onde o
puseram , - respondeu Madalena .

Mal acabava de dizer isto, percebeu que atrás dela


alguém se aproximava. Virou-se e viu um homem.
O desconhecido logo pergunta: mulher, p:>r quê cho­
--

ras? Quem procuras?


Maria, j ulgando que fosse o jardineiro, disse :
- Se foste tu que O tiraste, dize-me onde O puseste,
porque irei buscá-10.
O desconhecido não respondeu . Olhando-a e sorrindo
pela ingênua pergunta, disse:
- M
ana 1. . . .
.

Era a voz do Mestre.


- Raboni ! . - exclamou Madalena surpreendida, re­
. .

conhecendo Jesús. Procura atirar-·se aos pés do M estre e


beijá-los, mas . . .

- Não me toques, Marial redarguiu Jesús - porque


-

ainda não subí ao meu Pai; m as procurct os meus Discípulos


e di ze lhes que sub irei ao Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e
-

vosso Deus .

/ / /
JESúS E A MADALENA (Jo. XX, 1 6)
MENINOS: - Amai a Jesús de todo o vosso coraçao.

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OS GUARDAS SUBORNADOS

Fugindo do sepulcro, os guardas forqm ter com os Fa­


riseus, e narraram-lhes os inexplicáveis aconteci m en tos de
que tinham s ido vítimas. Com o fim de atenuar a p;rópria
·
responsabilidaàe, exagerando os fatos , descreveram duma
maneiro: impressionante e dramáti ca, aos entontecidos ini­
migos de Cristo, o tremor de terra , a fôrça misteriosa q ue os
imobilizara, a pedra rem ovida misteriosamente, a luz ofus­
can te , os m ensagei ros celestes e tudo o que haviam presen­
ciado .
Os Fariseus interromperam, porém, a narração .
Levantando os punhos e contorcendo as faces, excla­
maram espavoridos: - Estamos perdidos . . . O Nazcrreno
ressurgiu.
Temiam êles o povo.
- Não escaparemos ao furor do povo, - diziam - se
a notícia da Ressurreição do Cristo se difundir entre a mul·
tidão . O povo se convencerá de que o Nazareno era o Mes­
sias tão ansiosamente esperado, e n os castigará pelo g!ande
crime. Não conteis isso a pessoa al gum a, - impuseram
aos guardas estáticos, - e eis a vossa recompensa.
Oferecendo uma boa gorge ta , mandaram que narra s­
sem ass im o milagre da Ressurrei ção : - Enquanto es táva ­

mos dormindo, os Disclpulos vieram de noite e tiraram o


corpo de Jesús.
- lmpossivel, - objetaram os s oldados ; - se o . gover­
nador souJ:?er que dormiamos durante a gucrrda n os casti­
gará de morte.
-- Nada disso, não tenhais mêdo . . . - tranqüilizaram ­
nos os Fariseus. - Nós acalmarem os o governador e vos
salvarem os.
/ / I

os GU ARD AS SUBORN ADOS (Mt. xxvm. 1 3 )


MENINOS: - Não mintais nunca.

- 81 -
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NO CAMINHO DE EMAÚS

A notícia da ressurreição de Jesús espalhou"'se rapida­


mente entre os habitant�s de Jer!Jsalém .
O s epul cro foi logo visitado pelos Discípulos e pelos
incrédulos Fariseus, os quais queriam cíentificar se pessoal­
..

mente do triunfo do seu acérrimo adversário.


Dois disdpulos , entretanto, não queriam prestar fé aos
fatos que se contavam. Queriam que Jesús aparecesse tam­
bém a êles.
Atormentados pelo dor do desengano, decidiram aban·
danar Jerusalém e vol tar às suas casas para ietomar as
ocupações ordinárias.
O passado parecia-lhes u m a ilusão .
Ia �ntardecendo. O sol , reclinando dotemen te os seus
ráio�. recolhia-se, tingindo de rubro árv ores e colinas.
A e;ssa hora os discín ulos saem da Cidade Santa e en­
veredai:P pelo camin}i.o de Emaús.
Tri$tes, seguiam de vagar conversando a meia voz .

.Um amigo conliava ao outro a sua amargura e as


apreensões de sua alma.
Com o era natural, a con verso versou sôbre os fatos
desenrolados em Jerusalém , em tômo do drama do Mestre.
Esforçavam-se por achar uma explicação que lhes esda·
;
recesse o espirita e acalmasse a mágoa.
Enquanto isso, percebem passos de algum pen�grino
que se aproxima. Diminuem a marcha e cedem-lhe o cami­
nho. Mas o desconhecido, notando-lhes a tristeza no rosto,
pára e pergunta:
- Pof quê Gmdai� tristes? Que cohversas sãô essas?
I I I
NO CAM1NHO DE EMAÚS (Lc. XXIV, 12) MENINOS: Escolhei escrupulosamente os vossos
amigos.

-83 -
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1 O JANTAR DE EMAÚS

Os dois am i gos calaram-se, um tanto surpreendidos


pela pergunta.
. - Então, - refletiram, - êsse indivídu o ouviu os nos­
sos segredos?
Um dêles, ocultando a sua perturbação, respon deu :
--
º
(T)
- Como, só tu ignoras o que se passou nestes dias
em Jerusalém?
- Que foi? ! - inquiriu o recém-chegado.
- O fato de Jesús Nazareno, profeta poderoso em o-
bras e palavras, diante de Deus e dos homens, que as nos­
sas a utoridades condenaram inj ustamente e que m orre u

crucificado. :E: verdade que algumas mul heres, visitando o


seu sepúlcro não encontraram mais ali o seu corpo . . . mas . . .
elas não O viram . . . - Terminou o disclpulo fazendo uma
dolorosa reticência .
- O' homens, - exclamou o desconhecido, - como
soís incrédulos e tardirn� para crerdes o que disseram os
Profetas. E não sabieis que o Cristo devia padecer tudo is­
so antes de entrar na glória? - Prosseguindo, traçou a his­
o tória do Messias e, percorrendo todos os Profetas, a partir
de Moisés, explicou-lhes tudo o que as Escrit uras dizem
acêrca do Cristo.
Chegados à a l deia , os discípulos o convidaram para
jantar com êles. Sentado à mesa, o hóspede tomou o pão,
benzeu-o, partiu-o e deu-o aos amigos .
Por essa solenidade significativo: os disclpulos reco­
nheceram Jesús.
Mas o Redentor logo desapare�eu.

/ ! I
MENINOS: - Crêde firmemente na palavra de Deus.

- 84 - - 85 -
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JESúS . APARECE AOS APÓSTOLOS

Màl desaparecera Mestre, os dois discípulos �ntreo­


o

lhararn-se numa interpelação muda de sua descrençl:r.


Depois, com ânimo cheio de alegria e º fé, disseram : -
De fato , não nos sentíamos cheios de ardor, quando nos
explicava as Escrituras?
Na mesma tarde regressaram à Jerusalém e contaram
aos Apóstolos a aparição de Jesús. .
Os discípulos estavam reunidos no Cenáculo, óuvindo
com suma atenção os dois recém -chegados,

De repente, um sêr misterioso aparece no meio da


sala e diz com voz amiga:
- A paz sej a convosco.
Era a saüdação de Jesús. Os discípulos julgar.am ver
um espírito e fugiram pdra um ca n t o da salo, tomados de

pavor.
Mas Jesús continuou : ,
- Por quê estais com mêdo? Tirai essas dúvidas do
vosso coração . .Sou eu mesmo. Eis as minhas mão.s; e mi­
nhas feridas; apalpai e convencei-vos, porque urn espírito
não ºtem carne e ossos, como vêdes que eu tenho.
·

Mas êles ainda duvidavam .


.Ânimo ! -- replicou Jesús . - Tendes alguma co�a de
comer?
Alegres e serenos. os Apóstolos aproximaram-se, en­
-tão, do M es tre , para ouvirem a sua palavra.

/ //
JESúS APARICE AOS APÓSTOLOS (Jo X.X 22-23 )
·MENINOS: - Escutai as divinas inspirações.

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JESUS E TOM�

O Após tolo Tomé não estava no Cenáculo quando


Jesús apareceu aos discípulos.
Quando vol tou , os disdpulos lhe �ram: - Vimos o
Mestre ! Apareceu aqui. e falou conosco.
Tomé sorr iu e objetou:
- Se eu não vir as feridas das suas mãos e não colo ­
o car o meu dedo no seu lado aberto, não acreditarei.
M

Tomé não quis crêr. Tudo aquilo, na sua opinião, era


X
X uma ilusão.
ó
....... Oito dias depois, os discípulos estavam novamente reu­
nidos no Cenáculo. Tomé achava-se presente.
Inesperadamente, envolvido numa luz m isteriosa , Jesús
apareceu no meio dêl e s , dizendo: - A paz esteja convosco .
Os Apóstolos alegraram-se vendo Jesús. Tomé, pelo
contrário, abaixou a cabeça.
Jesús aproxima-se dêle, dizendo severamente:
- Tomé, põe o teu dedo nas minhas feridas e coloca
a tua mão sôbre o meu lado, e não s ej as mais incrédulo.
Tomé, confundido, caiu de j oelhos aos pés de Jesús e
exclamou, entre lágrimas de comoção:
- Senhor meu e meu Deus.
E Jesús erguendo-o, disse:
- Creste, 6 Tomé, porque viste. Bem-aventurados os

que não viram e creram.

/ / /

JtilENINOS: - Bezai com convicção o Credo.

- 88 - - 69 -
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----�.. ----

O PRIMADO DE PEDRO

Um dia, depois duma pesca milagrosa ria práia de Ge­


nesaré, Jesús conyersava amàvelrnente com os seus Após­
tolos.
Em certo momento, chamando Pe dro à parte, Jesús
lhe diz:
· - Simão, filho de João, amas-1Ae mais do que estes?
- Senhor, - exclamou Pedro hesitcmdo. - sabes que
Ta amo.

Respondeu-lhe o Mestre:
- Apascenta os meus cordeiros .
Depois, encarando-o com seus olhos perscrutadores, re-
petiu: - Simão, amas-Me?
- Senhor, - protestou Pedro, - sabes · que. T� am o.
- Apascenta os meus cordeiros, - replicou Jesús.
Pela terceira vez Jesl)s o interroga:
- Símão, filho de João, amas-Me?
Pedro lembrou-se então da tríplice negação n.o Pretó­
rio de Pilatos, e, embora humilhado ainda, respondeu-Lhe
f rancomente:
-· Senhor, Tu conheces tudo , e sabes que Te amo .
E Jesús:
- Apascenta as minhas ovelhas.
Com estas palavras Jesús conferiu a Pedro a autorida­
de de dirigir e governar tôda a Igreja.

/ ! /

O PRI MADO DE PEDRO (Jo XXI, 17) MENINOS: - O Papa é o Vigário de Jesús Cristo. Quem
está com o Papa está com Jesus.

-
- · 96 -· - 91 -
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A ASCENSÃO DE JESúS

No 40°. dia depois da sua ressurre1çao Jesús :�ubiu ao


céu. Portiu desta terra e voltou ao seu Pai Celeste.
Pela manhã, acompanhado dos discípulos, saíu de Je­
rusalém e encaminhou-Se ao Jardim das Oliv eiras , seguin­
do o mesmo caminho qiJe trilhara, carregando a cruz, na
sexta-feira da Paixão. Desta vez, p orém , quão era diforen­
te. Jesús seguia alegre, caminhando para o seu glorioso
triunfo, Também os Apóstolos, à vista do Jardim das Olivei­
ras, tiveram tristes lembranças.

Prosseguiram .
Chegando ao cume do mo nte , �sús estendeu os bra­
ços, e todos se aj oelharam rezando. Depois, Jesús falou
pela última vez; manifestou a su a von tade aos Apés tolos e
instruíu-os sôbre a sua futura missão, de converter ao seu
amor o mundo inteiro. Prome.teu que estaria sempre com
êles para confortá-los e in3pirá-los. Conferiu-lhes poderes
espirituais, e abençoou-os.
Nisto, levemente começou a subir. Os Apóstolos er­
gueram os braços para retê-Lo com êles; mas Jesús, sorrin­
do. subia, subia . . .
Uma nuvem l umin osa O envolveu num esplendor divi­
no; o seu rosto estavo transfi g u rado e era divinamente
belo.
Enfim, desapareceu . Estupefatos, os discípulos fitavam
o céu.
Mas o voz dos Anjos desperta-os subitamente:
- Homens de Galiléia, por quê estais contemplando
o céu? :t:sse Jesús que hoj e subiu ao céu, de lá voltará co­
mo O v ist es qscender .
.
A ASCENSÃO DE JESúS (At. Ap. , I, . 9) I
( I
I /
I

MENINOS: - Pensai um pouco nas belezas do paraíso.

92 - 93
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- . -
A VINDA DÕ ESP[RITO SANTO

Filhos !dissera Jesús aos disdpulos: - quando Eu


-

for arrebatado de vós, voltai pára Jerusalém e esperai no


Cenáculo a vinda do Espírito Santo, o qual vos com.uni-.
....... corá a ciência divina .
-
Os Apóstolos e os Discípulos desceram o monte da
ascensão e regressaram d Jerusalém.
Atendendo à oração e à meditação, na cô1npanhia. de:
Maria, passaram dez dias no Cenáculo.
o A santa Virgem trqtou os Apóstolos com suma cari -
f.... dad� e amor de Mãe.
z
-< Na manhã de Pentecostes, os Discípulos estavam re-
(/)
zando no Cenáculo. O seu ,recolhimento é de-repente in­
terrompido pelo fragor de um vento inipetuoso que fazia
estremecer a casa.
Os Apóstoios levantaram o,s olhos e viram v6.ria5 lín -
guas de fogo suspensas no ar.
Rejubiliram. Era o Espírito Santo prometido quê descia
sôbre êles.
inclinaram as cabeças, e o Espírito Santo encheu-!hes
a alma.
Logo sentiram a ação regeneradora e purificçidora dês-
se luÍrte divino. Um en:tusia.smo no vo , um ardor juvenil, um
desejo ardente de pregar o Evangelho impelia-os a sair e
espalhar-se pelo mundo pre g ando a nova religião.
A pobre humanidade atenàeu à voz dos abnegaàos
Ap6stolos, e os homens encontraram em Jesús a Salvo:çáo
desejada.

/ / /
MENINOS: - Conservai pura a vossa fé. Sêde piedosos
e fervorosos.

- 94 - - 9.5 -
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ÍNDICE
� Oraçõo de Jesús 5
O Cálice . . . . . . 7
Vamos . . . 9
O bei)c de Judas . 11
Na preseriça de Anós 13
Negação de Pedro . . . l.�·
Um!l n_oite de opróbrios 17
No Tribunal . . . . _ . . 19
Um olhar . de Jesús . . . 21
O rêmorso de Judas 2.3
Jesús e Herodes . . _ . 25
.13arrabás . . . , 27
.A Flagelação 29
A coroação de e-Spinhos 31
Ecce Homo . . 33
Condenado . . . . . . . . . 35
A mo;rte de Judas . . . 37
.A Cruz . . . , . . . . . . . 39
O Caminho do Calvório 41
A Verônicà . . . . . 43
Encontro doloroso . . . . -45
O Cireneu . . . . . . . . 47
Sôbre o Calvório . . . 49
Crucificado . . . SI
Vinagre . . . . . .. 53
Aiegria satânica . 55
Mãe nossa . 57
Mor.to! . _ , . . 59
Terror pânico . . . ôl
O lado. aberto . . . . . 63
José d' Arimatéia . . 65
Pescido da Cruz . . 67
Sepultado _ . . . . 69
Os guardas . 71
A Ressurreição . . 13
A pctlavra do Anjo . . 75
Pedro e João no sepulcro 71
Jes6s e a Madalena . . . . 79
Os guardas súbornados . 81
. ?lo caminho de Ema'1s 83
O jantar d.e Emaús 85
Jesús aparece aos Ap6s.tolos 87
Jesús e Tomé . . . 89
O primado de Pedro 91
A vinda do Espírito Santo 95

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