Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
net/publication/330131960
CITATIONS READS
0 9
2 authors:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Eduardo Morais on 04 January 2019.
1 Relatividade Restrita 1
1.1 Transformações de Lorentz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1.1 Referenciais Inerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1.2 Transformações de Galileu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1.3 Constância da Velocidade da Luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.4 Inconsistências entre Galileu e Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.5 As Transformações de Lorentz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.6 Dilatação do Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1.7 Fórmula de Adição de Velocidades Relativísticas . . . . . . . . . . . . 10
1.2 Mecânica Relativística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2.1 Massa Relativística e Momento Relativístico . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2.2 Equivalência entre Massa e Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2.3 Fótons . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3 Diagramas de espaço-tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.1 Convenções de Notação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.3.2 Cones de Luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 Modelos Gravitacionais 27
2.1 Gravidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.1.1 Gravidade Newtoniana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.1.2 Campo Gravitacional Newtoniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.3 Equação de Poisson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.1.4 Relatividade Geral - A Gravidade por Einstein . . . . . . . . . . . . . 38
2.1.5 As Duas Formas de Entender a Gravidade . . . . . . . . . . . . . . . 39
3 A expansão do Universo 41
3.1 Blueshift e Redshift . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.2 A Lei de Hubble . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.3 O Princípio Cosmológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4 Curvatura Tempo-Espacial 51
4.1 Curvatura em Espaços Bidimensionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.1.1 Espaço Bidimensional Plano - Curvatura Nula . . . . . . . . . . . . . 54
4.1.2 Espaço Bidimensional Esférico - Curvatura Positiva . . . . . . . . . . 56
v
vi SUMÁRIO
5 Dinâmica Cósmica 83
5.1 A Equação de Friedmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
5.2 Densidade de Energia Crítica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.3 A Equação do Fluido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.4 A Equação da Aceleração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
5.5 Equações de Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
5.6 Constante Cosmológica - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Afterword 157
Capítulo 1
Relatividade Restrita
1
2 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
Figura 1.1: As leis de Newton são invariantes com a mudança do referencial S para o referencial
S 0.
! ! !
r =D+ r . (1.1)
Derivando a Eq.(1.1) em relação ao tempo, encontraremos as relações vetoriais de veloci-
dade entre S e S 0 .Assim:
1.1 TRANSFORMAÇÕES DE LORENTZ 3
! !
d!r dD dr
= + . (1.2)
dt dt dt
Considerando:
d!r
=!
v , (1.3)
dt
!
dD !
=V , (1.4)
dt
!
dr !
= v0 , (1.5)
dt
obtemos a seguinte relação:
! ! !
v = V + v0 , (1.6)
onde:
!v é a velocidade do ponto em relação ao referencial S;
!
V é a velocidade do referencial S 0 em relação ao referencial S;
!0
v é a velocidade do ponto em relação ao referencial S 0 ;
Como o eixo x é colinear ao eixo x0 , logo inferimos que a coordenada y será equivalente
à y (se houvesse três coordenadas, teriamos também que z seria igual à z 0 ). Dessa forma, a
0
Na época de Galileu, era consenso que o tempo era absoluto, e não havia desvios de
intervalos de tempo entre dois referenciais. Se representermos o tempo por t no referencial
S e t0 em S 0 , as equações de transformação de referencial serão:
t = t0 (1.8)
!
x0 = x Vt, (1.9)
y0 = y , (1.10)
z0 = z . (1.11)
Observe que a notação vetorial foi omitida apenas porque, em cada uma das equações,
somente uma dimensão foi considerada.
4 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
onde:
c é a velocidade das ondas eletromagnéticas ou velocidade da luz;
0 é a constante de permeabilidade magnética no vácuo;
"0 é a constante de permissividade elétrica no vácuo:
Sabendo que os valores dessas constantes são:
6
0 = 1; 257 10 H/m, (1.13)
12
"0 = 8; 854 10 F/m , (1.14)
o valor para a velocidade da luz (ondas eletromagnéticas) será:
v =V +c .
) v>c. (1.16)
Por outro lado, se a luz se propagar em relação ao referencial de éter, então c = v. Então,
a velocidade da luz em relação a espaço-nave será:
v0 = c V
1.1 TRANSFORMAÇÕES DE LORENTZ 5
) v0 < c . (1.17)
De acordo com (1.16) e (1.17), constatamos então que a velocidade de propagação da luz
não seria constante para todos os referenciais através do uso das transformações de Galileu.
Essa inconsistência produz duas hipóteses excludentes:
t > t0 , (1.18)
l < l0 . (1.19)
Tinhamos pelas Transformações de Galileu que x0 obedecia às equações do movimento
uniforme, ou seja:
x = x0 + V t )
x0 = x Vt . (1.20)
Sabemos por (1.18) e (1.19) e os postlados da relatividade que a equivalência (1.20) é falsa.
Então, será feita uma hipótese baseada na homogeinidade do espaço-tempo que tal relação
seria de proporcionalidade ao invés de equivalência. Então:
x / x0 Vt , (1.21)
e por …m:
x0 = (x V t); (1.22)
onde seria uma constante de proporcionalidade. Tal constante tem a característica especial
de depender de V . Uma boa transformação de coordenadas devia ter propriedade de 1,
quando V c;validando assim com extrema aproximação as transformações de Galileu para
as velocidade normais das atividades humanas. Vamos concentraragora nossas atenções no
referencial O0. Se considerarmos que o referencial O se move a velocidade constante V
de O0 , x será a coordenada no referencial inercial móvel , x0 e t0 serão respectivamente a
coordenada e o tempo no referencial inercial …xo. Com esse conceito em mente, a Eq.(1.22)
para esse caso será:
x = (x0 + V t0 ); (1.23)
Imagine que um fóton F seja disparado paralelamente aos eixos x-x0 : No referencial O,
ele foi disparado no instante t = 0, assim como, disparado no instante t0 = 0 no referencial
O0 . Portanto as origens de O e O0 são coincidentes em t = t0 = 0. Como o movimento
é´paralelo aos eixos x-x0; as coordenadas y e z não se alteram. Assim:
y = y0 (1.24)
z = z0 (1.25)
x = ct , (1.26)
x0 = ct0 . (1.27)
ct = (ct0 + V t0 ); (1.28)
ct0 = (ct V t): (1.29)
O produto do primeiro termo de (1.28) pelo primeiro de (1.29) deve ser igual ao produto
do segundo termo de (1.28) pelo segundo termo de (1.29). Assim:
c2 tt0 = 2
(ct0 + V t0 )(ct V t) )
c2 tt0 = 2 0
t (c + V )t(c V ) )
c2 = 2
(c + V )(c V ) )
2 c2
= )
(c + V )(c V )
2 c2
= (1.30)
c2 V2
1
Agora, multiplicaremos por c2
o nominador e o denominador:
1
2 c2 c2
= 1 )
c2 V2 c2
2 1
= V2
(1.31)
1 c2
= q 1 (1.32)
V2
1
c2
x = ([ (x V t) + V t0 ]) )
x
= (x V t) + V t0 )
x
= (x V t) + V t0 )
8 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
x
V t0 = (x V t) )
x
V t0 = + (V t x) )
1 x
t0 = + (V t x) )
V
1 x
t0 = 2
+ (V t x) )
V
x x
t0 = 2
+ (t ) )
V V
x x
t0 = 2
+t )
V V
x 1
t0 = 2
1 +t )
V
2
Agora, substituimos de acordo com a Eq.(1.31):
2 0 1 3
x 1
t0 = 4 @ 1 1A + t5 )
V V2
1
c2
2 0 1 3
t0 = 4x @ 1 1A + t5 )
1
V V2
1
c2
" ! #
V2
x 1 c2
t0 = 1 +t )
V 1
x V2
t0 = 1 1 +t )
V c2
x V2
t0 = +t )
V c2
V
t0 = x +t )
c2
V
t0 = t x (1.33)
c2
8
>
> t0 = t V
x
>
> c2
>
>
< x0 = (x V t)
(1.34)
>
> y0 = y
>
>
>
>
: z0 = z
s
2 2
c 1 1
t= v t + c t0 )
2 2 2
1 2 1 1
c ( t)2 = v 2 ( t)2 + c2 t02 )
4 4 4
v2
( t)2 t02 = 2
( t)2 )
c
v2
( t)2 2
( t)2 = t02 )
c
v2
( t)2 1 = t02 )
c2
( t02 )
( t)2 = 2 )
1 vc2
t0
t= q : (1.40)
v2
1 c2
Substituindo(1.32) em (1.40):
t= t0 . (1.41)
x ( x0 + V t0 )
= )
t t0 + cV2 x0
1.2 MECÂNICA RELATIVíSTICA 11
x x0 + V t0
=
t t0 + cV2 x0
Se dividirmos o denominador e o nominador por t0 teremos:
x0 0
x t0
+ V t0t
= t0 0 )
t t0
+ xt0 cV2
x 0
x 0 + V
= t x0 V )
t 1 + t0 c2
E assim:
v 0 +V
v= 1+v 0 V2
(1.43)
c
encontraremos:
v V
v0 = 1 v V2
(1.45)
c
m = m(v): (1.46)
Para explicitarmos essa dependência, imaginemos o seguinte. Em um sistema referencial S
duas partículas A e B com velocidades iguais (V ) e opostas se diregem uma em direção à
outra. Considerando as massas dependentes da velocidade, temos:
mA = mB = m(V ): (1.47)
Por convenção, vamos de…nir que a massa da partícula em repouso seja m(0) = m0 .
Após algum tempo, ocorre uma colisão inelástica1 entre elas, de modo que após tal colisão,
o sistema formada pelas duas partículas …que parado (ver Fig.1.7). Se a massa do sistema
for dado por M (v), após a colisão, o sistema terá massa dada por:
1
Na colisão inelástica, as partículas permanecem unidas após a colisão,
12 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
m (v) (v V ) = V m0 )
V
m (v) = m0 (1.50)
v V
Podemos fazer uma observação. A velocidade da partícula A no referencial S é V ,
enquanto que em S 0 é v. O referencial S 0 se movimenta com uma velocidade Vs0 = V . A
fórmula de adição de velocidades, dada pela Eq.(1.45), para esse caso será:
V Vs0 V ( V)
v= Vs0
= ( V)
1 V c2 1 V c2
2V
v= 2 (1.51)
1 + Vc2
Se separarmos os termos que tem V; obteremos:
v
2
V 2 2V + v = 0
c
Se multiplicarmos todos os termos por (c2 =v) :
2c2
V2 V + c2 = 0 (1.52)
v
Resolvendo essa equação de segundo grau, temos:
2 s 3
2 2 2
1 2c 2c
V = 4 4c2 5 )
2 v v
" r #
1 2c2 c4
V = 4 2 4c2 )
2 v v
1.2 MECÂNICA RELATIVíSTICA 13
s
c2 1c4 v2
V = 1 4 )
v 2v2 c2
r
c2 1 c2 v2
V = 2 1 )
v 2 v c2
r
c2 c2 v2
V = 1 )
v v c2
r !
c2 v2
V = 1 1 )
v c2
8 q
>
> 2 2
< cv 1 + 1 vc2
V = q (1.53)
>
> c2 2
: v 1 1 vc2
A Fig.1.9 ilustra o comportamento das duas soluções de Eq.(1.52). Vemos que para v ! 0
, o limite à direita da primeira solução (a que contém o sinal positivo dentro do parenteses)
será 1 enquanto que o limite segunda solução será zero. Como para uma transformação de
velocidades esperamos um resultado …nito, a solução que satisfaz o problema será:
r !
c2 v2
V = 1 1 (1.54)
v c2
Se substituirmos (1.54) em (1.50), teremos:
q
c2 2
v
1 1 vc2
m (v) = m0 q )
c2 v2
v v
1 1 c2
q
c2 c2 v2
v v
1 c2
m (v) = m0 q )
v2 c2 c2 v2
v
+ v
1 v c2
q
c2 2
v
1 1 vc2
m (v) = m0 q )
c2 v2 v2
v c2
1+ 1 c2
q
v2
1 1 c2
m (v) = m0 q )
v2 v2
c2
1+ 1 c2
q
v2
Se multiplicarmos o nominador e o denominador por 1+ 1 c2
, teremos:
14 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
q q
v2 v2
1 1 c2
1+ 1 c2
m (v) = m0 q q )
v2 v2 v2
c2
1+ 1 c2
1+ 1 c2
h i
v2
1 1 c2
m (v) = m0 q q q )
v2 v2 v2 v2 v2 v2
c2
1+ 1 c2
+ c2
1 c2
1 c2
+ 1 c2
v2
c2
m (v) = m0 q )
v2 v2
c2
1 c2
1
m (v) = q m0 (1.55)
v2
1 c2
m (v) = m0 (1.56)
Momento Linear é de…do por:
p (v) = mv . (1.57)
Assim, para encontrarmos o momento relativístico, basta substituirmos a massa m pela
massa relativística, dada na Eq.(1.56):
p (v) = m0 v . (1.58)
Temos que:
d (vp) = pdv + vdp
e consequentemente
v
Z v
m0 v 2 mv
W = q q 0 dv )
2 v2
1 vc2 0 1 c2
0
v
Z v
m0 v 2 v dv
W = q m0 q )
2 v2
1 vc2 0 1 c2
0
Se …zermos as transformações:
v2
u=1 ;
c2
p
v=c 1 u
2v
du = dv )
c2
c2
vdv = du;
2
teremos:
v
2 Z p
c 1 u
m0 v c2 du
W = q m0 p )
1 v2 2 1 u
c2 0
16 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
v
p
m0 v 2 c2 p c 1 u
W = q m0 2 u 1
)
1 vc2
2 2
0
v " r #v
m0 v 2 v2
W = q + m 0 c2 1 )
1 vc2
2 c2
0
0
r v
2
m0 v v2
W = q + m0 c2 1 )
1 v2 c2
c2 0
q 2 v
v2
m 0 v 2 + m0 c2 1 c2
W = q )
v2
1 c2
0
v
v2
m0 v 2 + m0 c2 1 c2
W = q )
2
1 vc2
0
v
m0 v 2 + m0 c2 m0 v 2
W = q )
2
1 vc2
0
v
1
W = m0 c2 q )
v2
1 c2 0
1
W = m0 c2 q 1 )
v2
1 c2
m0 c2
W =q m0 c2 (1.63)
2
1 vc2
Pelo Teorema do Trabalho-Energia, W = K = K. Portanto, de acordo com a Eq.(1.63),
a energia de uma partícula será:
m 0 c2
K=q m 0 c2 : (1.64)
2
1 vc2
Rearranjando a equação, teremos:
m c2
q 0 = K + m 0 c2 :
v2
1 c2
1.2 MECÂNICA RELATIVíSTICA 17
m 0 c2
E=q = m 0 c2 : (1.65)
v2
1 c2
Para uma velocidade nula, basta calcular o limite da função para v ! 0; teremos:
lim E = m0 c2 :
v!0
Esse limite indica que um corpo em repouso possui energia, denominada Energia de
Repouso (E0 ):
E0 = m0 c2 : (1.66)
A Eq.(1.66) estabelece uma relação entre massa e energia, sendo possível a conversão de
um para outro.
Dessa forma, a energia total de um corpo será a soma da energia cinética com a energia
de repouso2 :
E = E0 + K : (1.67)
Pelo fato dos físicos crerem que o momento linear é um conceito mais fundamental que
a energia cinética, vamos deduzir uma expressão de equivalência massa-energia, tendo o
momento linear como argumento. Primeiro, comecemos com a expressão do momento rela-
tivistico, que é dado pela Eq.(1.58):
p = m0 v (1.68)
Vamos elevar os dois membros ao quadrado e em seguida multiplica-los por c2 :
p2 = 2
m20 v 2 )
p2 c2 = 2
m20 v 2 c2 )
2 2 2 v2
pc = m20 c4 (1.69)
c2
Vamos isolar v 2 =c2 na expressão do fator de Lorentz, dada pela Eq.(1.32):
1
=q )
v2
1 c2
2 1
= v2
)
1 c2
2
Havendo outras formas de energia, estas devem ser incluidas na Eq.(1.67), de forma que a energia total
seja um somatório de todas as manifestações de energia.
18 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
v2 1
1 = )
c2 2
v2 1
=1 (1.70)
c2 2
1
p2 c2 = 2
m20 c4 1 2
)
p2 c2 = 2
m20 c4 m20 c4 )
2 2
p2 c2 = m 0 c2 m 0 c2 (1.71)
De acordo com a Eq.(1.65), teremos:
2
p2 c2 = E 2 m0 c2 )
E 2 = p2 c2 + m20 c4 . (1.72)
E 2 = p2 c2 + E02 (1.73)
1.2.3 Fótons
No …nal do séc.XIX, foi proposto por Max Planck que a luz e outras ondas eletromagnéticas
não tinha energia distribuída continuamente. Ao invés disso, consistia de pequenos pacotes
de energia denominados quanta, onde um quanta de luz foi denominado fóton. Nascia ai a
mecânica quântica. Ele sugeriu que a energia de um quanta fosse proporcional à frequência
de emissão da onda (v). A constante de proporcionalidade …cou conhecida com a constante
de Planck (h):
Ef ot = hv . (1.74)
Apesar de estranho, a mecânica quântica prevê para a luz a dualidade onda-partícula. A
frequência de um feixe luminoso pode ser dada por:
c
v= ;
hc
Ef ot = . (1.75)
1.3 DIAGRAMAS DE ESPAÇO-TEMPO 19
E 2 = p2 c2 + m 2 c4 = p2 c2 )
E = pc (1.76)
hv = pc )
hv
p= (1.77)
c
Desse modo, podemos ver facilmente que um fóton, apesar de não massívo, possui mo-
mento linear.
dt 1
declive = = dx .
dx dt
dx
A velocidade é a taxa de variação da posição em função do tempo v = dt
. Assim, o declive
será:
dt 1
declive = =
dx v
Como a velocidade da luz é constante, podemos escolher unidades de modo que c = 1.
Assim, nesse diagrama, qualquer velocidade é adimensional e sempre menor que um, pois é
uma fração da velocidade da luz[1]. Assim, o declive de um raio luminoso sempre será 45 .
20 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
2. As coordenadas serão representadas por (t; x; y; z). Uma sequência de quatro números,
como (5; 3; 2; 106 ) representa um evento, onde t = 5, x = 3, y = 2 e z = 106 .
Assim, sempre consideraremos a coordenada t primeiro. As coordenadas espaciais
serão mensuradas em metros.
Figura 1.6: (a) Fóton viajando verticalmente no referencial do vagão. (b) Fóton viajando diago-
nalmente no referencial da Terra.
Figura 1.8: Colisão inelástica entre as partículas no referencial S 0 . Note que após a colisão, o
sistema formado pelas partículas permanece em movimento com velocidade V:
q q
c2 v2 c2 v2
Figura 1.9: (a)Grá…co de função v
1+ 1 c2
:(b) Grá…co da função v
1 1 c2
Figura 1.10: (a)Uma partícula em repouso; (b)Um raio luminoso; (c)Um evento; (d)Uma
partícula com velocidade constante; (e)Uma partícula com velocidade variável;
1.3 DIAGRAMAS DE ESPAÇO-TEMPO 25
Figura 1.11: (a) A velocidade de propagação das ondas na superfície da água é constante e provoca
um crescimento da coroa proporcional ao tempo transcorrido. (b) Cone de Luz para um evento
ocorrido no presente.
Figura 1.12: A Terra não percebe instantâneamente um evento ocorrido no Sol. Isto porque nesse
instante, a Terra não é um evento interno ao cone de luz do evento de morte do Sol
26 CAPíTULO 1 RELATIVIDADE RESTRITA
Figura 1.13: A luz que vemos das galáxias foi disparada a muito tempo no passado. Quanto mais
distante a galáxia, mais velho são os feixes de luz.
Capítulo 2
Modelos Gravitacionais
2.1 Gravidade
Dentre as quatro forças da natureza conhecidas atualmente: Forte, Fraca, Eletromag-
nética e Gravitacional, somente as duas últimas são de longo alcance e têm in‡uencia quando
se trata de escalas cosmológicas. Se levarmos em conta que o universo nessas escalas é eletri-
camente neutro, a única força que têm o potencial de intervir e consequentemente determinar
a evolução do universo é a força gravitacional[6].
27
28 CAPíTULO 2 MODELOS GRAVITACIONAIS
entre dois objetos seria proporcional a massa gravitacional dos dois. Juntando esses dois
conceitos, Newton formulou a Lei da Gravitação Universal:
GMg mg
F = ; (2.1)
r2
onde G é a Constante Gravitacional vale2
F = mi a . (2.3)
Nas equações (2.1) e (2.3) houve distinção entre massa inercial (mi ) e massa gravitacional
(mg ), pois considerou-se diferentes situações. Porém, um dos principais fundamentos da física
é que a massa inercial de um corpo é igual a sua massa gravitacional. Ou seja:
mi = mg . (2.4)
Se não considerarmos o princípio da equivalência e combinarmos (2.1) e (2.3), para en-
contrar uma aceleração comum, temos:
GMg mg
F = = mi a ,
r2
GMg mg
a= : (2.5)
r2 mi
onde a razão mg =mi varia de acordo com o objeto. Porém, com as experiências de Galileu
…cou evidente que mi é equivalente a mg . Ao lançar do alto de torres objetos com massas
diferentes e mesma geometria (para igualar os efeitos da resistência do ar), ele observou que
eles chegavam ao solo simultâneamente. Como foram lançados em repouso, a acelereção em
ambos foi a mesma. Isso indica que na equação (2.5), a razão mg =mi sempre será igual para
qualquer objeto, e mg equivale a mi . Assim, (2.5) …ca da seguinte forma:
GMg
a= . (2.6)
r2
Com (2.6), resultada do princípio da equivalência, foi possível calcular o módulo da
aceleração gravitacional na superfície terrestre:
GMterra m
g= 2
= 9; 8 2 . (2.7)
r s
2
Resultado de melhor precisão até 2006. Este valor é obtido experimentalmente, e pode ser atualizado
no site http://physics.nist.gov/constants .
2.1 GRAVIDADE 29
Figura 2.1: (a) Interação gravitacional entre dois corpos massivos. (b) Interação gravitacional
entre três corpos massivos.
30 CAPíTULO 2 MODELOS GRAVITACIONAIS
( ~r2 ~r1 )
F1!2 = Gm1 m2 :
jr2 r1 j3
Com a aplicação desta formula em cada interação, podemos chegar a uma equação mais
completa, dada por:
(~r ~ri )
Fi = Gmmi ;
j~r ~ri j3
onde Fi é a força gravitacional atuante na partícula de massa m causada pela partícula de
massa mi .
Podemos encontrar também a resultante das forças em cada partícula somando todas as
forças que nela atuam:
X
n
(~r ~ri )
F~t (~r) = Gm mi (2.9)
i=1
j~r ~ri j3
Para seguirmos em frente na dedução, vamos lembrar das propriedades do vetor gradiente
de uma função:
~ (x; y; z) = @f @f @f ^
grad f (x; y; z) = rf ^{ + |^ + k.
@x @y @z
O vetor gradiente fornece a direção de maior crescimento da função f (x; y; z). Imaginemos
agora uma função dada por:
1
f= ; (2.10)
j~r ~ri j
onde j~r ~ri j é a distância entre os vetores posição e ~r e ~ri . Se considerarmos as coordenadas
retangulares, temos ~r = x^{ + y^ | + z k^ e ~ri = xi^{ + yi |^ + zi k^ , o módulo da distância entre os
vetores será a raiz da soma quadrática das diferenças de suas coordenadas:
p
j~r ~ri j = (x xi )2 + (y yi )2 + (z zi )2 ) (2.11)
Inserindo (2.11) em (2.10) teremos:
1
f (x; y; z) = p : (2.12)
(x xi )2 + (y yi )2 + (z zi )2
Para esse caso, o vetor gradiente será dado por:
2.1 GRAVIDADE 31
~ (x; y; z) = @f ^{ + @f |^ + @f k^
rf (2.13)
@x @y @z
A derivada parcial de f em relação à x será:
" #
@f @ 1
= p )
@x @x (x xi )2 + (y yi )2 + (z zi )2
@f 1 2 (x xi )
= h i3 )
@x 2 p
(x xi )2 + (y yi )2 + (z zi )2
@f (x xi )
= hp i3 (2.14)
@x
(x xi )2 + (y yi )2 + (z zi )2
@f x xi
= (2.15)
@x j~r ~ri j3
Analogamente:
@f y yi
= (2.16)
@y j~r ~ri j3
@f z zi
= (2.17)
@z j~r ~ri j3
Inserindo (2.10), (2.15), (2.16) e (2.17) em (2.13) obteremos:
~ =r
~ 1 x xi y yi z zi ^
rf = ^{ |^ k )
j~r ~ri j j~r ~ri j3 j~r ~ri j3 j~r ~ri j3
~ 1 (x xi ) ^{ + (y yi ) |^ + (z zi ) k^
r = )
j~r ~ri j j~r ~ri j3
~ 1 | + z k^
x^{ + y^ xi^{ yi |^ zi k^
r = )
j~r ~ri j j~r ~ri j3
1 | + z k^
x^{ + y^ xi^{ + yi |^ + zi k^
~
r = )
j~r ~ri j j~r ~ri j3
~ 1 (~r ~ri )
r = (2.18)
j~r ~ri j j~r ~ri j3
32 CAPíTULO 2 MODELOS GRAVITACIONAIS
Figura 2.2: A força gravitacional atuante em A é causada por um somatório contínuo de partículas
dV que compõem B:
Sabendo que:
~ opera
A variavel de integração da Eq.(2.20) é ri e consequentemente xi , yi e zi . Como r
nas coordenadas x, y e z, ele pode ser posto para fora da integral. Dessa forma:
ZZZ
(~ri )
F~t (~r) = rGm
~ dV: (2.21)
j~r ~ri j
V
Agora, F~t (~r) é proporcional à massa m, e nós de…nimos intensidade de campo gravitacional
(ou simplesmente campo gravitacional) - ~g (~r) - em um ponto ~r no espaço como sendo a
2.1 GRAVIDADE 33
força imposta pela distribuição de massa por unidade de massa, na qual, consideraremos a
partícula de massa m :
F~t (~r)
~g (~r) = ; (2.22)
m
onde F~t (~r) é a força exercida em um ponto de massa m na posição ~r. Se em um sistema
de dois corpos, a massa M puder ser considerada pontual, teremos o módulo da força dado
pela Eq.(2.8) e assim, a intensidade do campo gravitacional é dada por:
GM
j~g (~r)j = ; (2.23)
r2
sendo que o sinal negativo expressa que a força é atrativa e diminui a distância entre os
corpos no decorrer do tempo.
Se não for possível considerar as massas pontuais, então, de acordo com as equações
(2.19) e (2.21), nós podemos escrever (2.22) das seguintes formas:
X
n
(~ri )
~
~g (~r) = rG mi ; (2.24)
i=1
j~r ~ri j
ZZZ
~ (~ri )
~g (~r) = rG dV (2.25)
j~r ~ri j
V
O campo ~g (~r) tem dimensões de aceleração. É o que ocorre de fato na ausência de outras
forças agindo sobre a partícula de massa m.
O cálculo do campo gravitacional em (2.24) e (2.25) com exceção de uns poucos simples
casos, é extremamente difícil. Como a força gravitacional entre um par de partículas massivas
é conservativa, podemos de…nir uma energia potencial gravitacional -E(~r)- à uma partícula
m sujeita a forças gravitacionais. Para duas partículas m e mi , a energia potencial é dada
por:
Gmmi
E(mmi ) = ; (2.26)
j~r ~ri j
onde o sinal negativo aparece devido ao fato de que a força gravitacional é atrativa.
Para os casos onde a partícula de massa m interage com um sistema de partículas mi ,
temos
X
m
mi
E(~r) = Gm : (2.27)
i=1
j~r ~ri j
Para uma distribuição contínua de massa:
ZZZ
(~ri )
E (~r) = Gm dV: (2.28)
j~r ~ri j
V
F~t (~r) = ~
rE; (2.29)
Nos de…nimos potencial gravitacional - (~r)- como sendo o negativo do quociente entre
energia potencial gravitacional e m na posição ~r:
E (~r)
(~r) = : (2.30)
m
Substituindo (2.27) em (2.30), para encontrarmos a expressão do potêncial gravitacional em
um sistema de partículas:
X
m
mi
(~r) = G : (2.31)
i=1
j~r ~ri j
Se compararmos (2.24) com (2.31) assim como (2.25) com (2.32), encontraremos:
~g = r . (2.33)
A relação inversa é dada por:
Z r
(~r) = ~g d~r: (2.34)
rs
Sabemos que:
^ ~g = j^
n nj j~g j cos . (2.36)
Imagine que em algum ponto da supefície S, exista uma massa pontual m, de forma que
a distância desse ponto para algum outro nesta superfície seja dado por r. Sendo assim,
podemos encontrar o módulo da intensidade do campo gravitacional através da Eq.(2.23),
sendo que um sinal negativo deve ser acrescentado já que a força gravitacional é atrativa
e a interação entre os corpos tende a diminuir a distância entre eles. Como n
^ é um vetor
unitário, sabemos que j^
nj = 1. Dessa forma, a Eq.(2.36) …cará:
Gm
n
^ ~g = cos , (2.37)
r2
onde m é a massa, r é a distância entre m e o elemento de área dS e é o ângulo entre
^ e ~g : Se substituirmos (2.37) em (2.35), teremos:
n
ZZ
cos dS
I = Gm . (2.38)
r2
S
A
= : (2.39)
R2
Note que o raio ao quadrado no denominador terá de unidade de área, que se cancela com a
unidade de área do nominador. Imagine uma esfera. Se pegarmos um setor de sua superfície e
aplicarmos a Eq.(2.39), encontraremos o ângulo sólido que referente àquela cone (ver Fig.2.4).
Se ao invés disso, considerarmos a superfície esférica (4 R2 ), teremos que o ângulo sólido de
36 CAPíTULO 2 MODELOS GRAVITACIONAIS
uma esfera completa será 4 esf erorradianos. (Assim como um circulo completo tem um
ângulo de 2 radianos).
Voltando à dedução, se observarmos o interior da integral presente na Eq.(2.38), podemos
observar que temos um elemento in…nitesimal de ângulo sólido. Interpretando, sabemos que
dS é um elemento da área super…cial do corpo. Se nós considerarmos que o ponto que contém
a massa m seja o centro de uma esfera, então, os elementos dS de vários pontos da superfície
estarão inclinados3 em relação a massa m. Dessa forma a função cos que multiplica dS
faz com que a área de dS, se projete em um plano não inclinado em relação à m; de modo
que, com in…nitos pontos projetados em in…nitos planos não inclinados teremos uma esfera
imaginária. Como cos é adimensional, o nominador terá unidade de área que será dividido
por R2 : Então, esse quociente será um grandeza de ângulo sólido:
cos dS
=d (2.40)
r2
Substituindo (2.40) em (2.38) teremos:
ZZ
I = Gm d . (2.41)
S
I= 4 Gm (2.42)
Se considerarmos que exista mais de uma massa na superfície S, teremos:
X
n
I= 4 G mi . (2.43)
i=1
3
Considere que um elemento dS está inclinado em relação à m quando a direção do vetor n
^ ; normal à
dS, e a reta que liga m à dS tenha um angulo diferente de zero.
2.1 GRAVIDADE 37
Podemos ainda considerar que todo o volume encerrado por S seja massívo. Assim, a
Eq.(2.43) …caria da seguinte forma:
ZZZ
I= 4 G dV: (2.44)
V
Como os dois membros estão sendo integrados no volume, podemos desprezar a integral
e obter a seguinte relação:
r ~g = 4 G (2.48)
r r = 4 G )
r2 = 4 G ; (2.49)
Figura 2.5: (a) A órbita de Mercúrio teria um periélio …xo no espaço se não houvesse a interferência
de outros corpos do sistema solar. (b) Deslocamento ângular do periélio de Mercúrio.
Einstein seguiu a seguinte linha de raciocínio: imagine que uma pessoa é trancada em um
compartimento fechado. Essa pessoa abandona um objeto e percebe que ele se acelera rumo
ao chão com aceleração de 9,8 m/s2 : O princípio da equivalência fornece duas interpretações
para isso: (a) o compartimento está em repouso ou em velocidade constante e o objeto foi
acelerado para baixo por uma força gravitacional constante; (b) o objeto …cou parado ou
movimentou-se com velocidade constante e o compartimento foi acelerado para cima. Esse
comportamento está representado na Fig.2.6.
Imagine então que o compartimento está se acelerando no espaço e que um feixe de luz
é disparado perpendicularmente ao sentido de aceleração. Do evento de disparo do feixe
de luz até o evento de chegada, ocorreu um intervalo de tempo onde o compartimento se
movimentou. Conforme Fig. 2.7(a), a trajetória do feixe para um observador dentro da
caixa será curva, pois o chão está subindo para encontrar os fótons. Pelo princípio da
equivalência, os efeitos devem ser os mesmos se considerarmos o feixe sob a ação de um
campo gravitacional. Então a gravidade afeta também os fótons mesmo eles não possuindo
massa.
5
Precessão é o efeito de deslocamento angular do periélio de uma órbita devido às interferências gravita-
cionais de outros astros [11].
2.1 GRAVIDADE 39
Figura 2.6: Princípio da Equivalência. Os efeitos ocasionadas pela aceleração em (a) são os mesmos
que em (b).
Pelo Princípio de Fermat, a luz sempre percorre uma trajetória entre dois pontos pelo
caminho que minimiza seu tempo de viagem, sendo que, conforme o princípio de equivalência,
com a presença de gravidade, esta trajetória é curva. Uma vez que no espaço euclidiano a
menor distância entre dois pontos é uma reta, Einstein concluiu que o espaço não é euclidiano.
A partir dessa conclusão, Einstein pode desenvolver a Teoria da Relatividade Geral,
na qual massa e energia estão interligados de acordo com a equação E = mc2 , e também
que espaço e tempo estão interligados formando um espaço-tempo quadri-dimensional. Em
síntese, a presença de massa e energia causa uma curvatura no espaço-tempo. Partindo da
de…nição de que uma geodésica é a menor distância entre dois pontos [13], temos um terceiro
ponto de vista sobre os efeitos observados pela pessoa dentro do compartimento fechado:
quando ela abandona um objeto, este não sofre ação de nenhuma força, mas simplesmente
segue uma geodésica no espaço-tempo curvo.
A forma de Newton
A massa diz à gravidade como exercer a força - conforme (2.1).
A força diz à massa como acelerar - conforme (2.3).
A forma de Einstein
Massa e energia diz ao espaço-tempo como se curvar.
A curvatura do espaço-tempo diz à massa e energia como se mover.
40 CAPíTULO 2 MODELOS GRAVITACIONAIS
Figura 2.7: Princípio da Equivalência. A trajetória do feixe de luz é a mesma em (a) e (b).
Capítulo 3
A expansão do Universo
ob em
z= , (3.1)
em
41
42 CAPíTULO 3 A EXPANSÃO DO UNIVERSO
Figura 3.1: Blueshift ou desvio para o azul. A fonte emissora está se movendo a uma velocidade !
v
em direção ao observador O; que recebe um comprimento de onda menor que emitido pela fonte.
(a) Evento de emissão da primeira crista de onda. (b) Evento de observação da primeira crista de
onda e emissão da segunda.
c
fem = . (3.3)
em
ob = (c + v) t , (3.4)
em = c t0 . (3.5)
Substituindo (3.4) e (3.5) em (3.2) e (3.3) respectivamente, teremos:
c
fob = ; (3.6)
(c + v) t
1
fem = . (3.7)
t0
Podemos reescrever a Eq.(3.6) da seguinte forma:
1
t
fob = 1 )
c
(c + v)
1
t
fob = v (3.8)
1+ c
3.1 BLUESHIFT E REDSHIFT 43
Figura 3.2: Redshift ou desvio para o vermelho. A fonte emissora está se movendo a uma velocidade
!
v em direção oposta ao observador O; que recebe um comprimento de onda maior que emitido
pela fonte. (a) Evento de emissão da primeira crista de onda. (b) Evento de observação da primeira
crista de onda e emissão da segunda.
t= t0 (3.9)
Substituindo (3.9) em (3.8):
1
t0
fob = )
1 + vc
1
t0
fob = v
: (3.10)
1+ c
fem
fob = v
:
1+ c
1 v
fem = q 1+ fob )
1 V2 c
c2
r
1 v 2
fem = q 1+ fob )
1 V2 c
c2
44 CAPíTULO 3 A EXPANSÃO DO UNIVERSO
v
u
u 1+ v 2
fem = t c
2 fob )
1 vc2
s
1 + vc 1 + vc
fem = 2 fob )
1 vc2
Como o denominador dentro da raiz é um produto notável podemos substituir por:
s
1 + vc 1 + vc
fem = fob )
1 vc 1 + vc
s
1 + vc
fem = fob )
1 vc
s
fem 1 + vc
= : (3.12)
fob 1 vc
Agora vamos substituir (3.2) e (3.3) em (3.12):
s
c
em
1 + vc
c = v )
ob
1 c
s
ob c 1 + vc
= )
em c 1 vc
s
ob 1 + vc
= )
em 1 vc
Vamos escrever da seguinte forma:
s
v
ob em + em 1+ c
= v )
em 1 c
s
v
ob em 1+ c
+1= v (3.13)
em 1 c
v = H0 r , (3.16)
onde v é a velocidade de afastamento, r é a distância para com a Terra e H0 é a constante de
proporcionalidade para a equivalência, conhecida como constante de Hubble. Partindo da
hipótese de que velocidade de afastamento é muito menor que a da luz, podemos substituri
(3.16) em (3.15):
H0 r
z= )
c
46 CAPíTULO 3 A EXPANSÃO DO UNIVERSO
c
H0 = z:
r
Como o desvio z é uma razão entre velocidades e portanto adimensional, a unidade da
constante de Hubble será uma unidade de velocidade por uma unidade de distância. Como
unidade de velocidade usamos km s 1 (quilômetros por segundo) e para distâncias usa-se
Mpc (mega-parsec). Então a unidade da constante de Hubble será km s 1 Mpc 1 :
O valor aceito atualmente para a constante de Hubble é1 :
H0 = (74; 2 3; 6) km s 1 Mpc 1
(3.17)
Se analizarmos o grá…co, vemos que a velocidade de afastamento depende só da distância
da galáxia e não da posição. Infere-se então que a expansão se dá de forma homogênea. Para
entendermos isso, vamos imaginar três galáxias A, B e C cujo as posições são r! ! !
A , rB e rC
respectivamente. A Fig.3.5 mostra que elas estão dispostas na forma de um triângulo cujo
os lados tem comprimentos dados pelas seguinte equações:
rAB = jr!
B r!
Aj , (3.18)
!
rBC = jrC !
rB j , (3.19)
rCA = jr!
A r!Cj . (3.20)
Como a expansão é homogênea, a disposição das galáxias não muda. O que ocorre é
apenas um distanciamento entre elas proporcional a distância de cada uma para com a
1
Fonte: http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2009/08/full
3.2 A LEI DE HUBBLE 47
outra. Então:
rAB (t) / rAB (t0 )
rBC (t) / rBC (t0 )
rCA (t) / rCA (t0 )
A expansão também se dá de forma uniforme. Assim, o fator de expansão será o mesmo
para todos. Dessa forma, temos:
rAB (t) = a(t)rAB (t0 ) (3.21)
rBC (t) = a(t)rBC (t0 ) (3.22)
rCA (t) = a(t)rCA (t0 ) (3.23)
onde a(t) é o fator de expansão, denominado fator de escala. Em t = t0 , temos que o fator
de escala é 1.
No tempo t, o observador da galáxia A, verá a galáxia B se afastar com velocidade:
d
vAB = rAB (t) )
dt
d
vAB = [a(t)rAB (t0 )] )
dt
da
vAB = rAB (t0 ) )
dt
_ AB (t0 ) )
vAB = ar
a_
vAB = rAB (t)
a
Fazendo isso para todas as três galáxias, teremos:
a_
vAB = rAB (t) , (3.24)
a
a_
vBC = rBC (t) , (3.25)
a
a_
vCA = rBC (t) . (3.26)
a
48 CAPíTULO 3 A EXPANSÃO DO UNIVERSO
a_
Podemos ver que o termo a
aparece em todos, representando a constante de Hubble. Então:
a_
H= : (3.27)
a
Dessa forma, a fórmula para velocidades de afastamento é dada por:
v = Hr; (3.28)
dr
v= )
dt
dr = vdt )
Z Z
dr = v dt )
Z Z
dr = v dt )
r = vt )
r
v= : (3.29)
t
Igualando com a Eq.(3.28), temos:
r
v= = Hr )
t
1
t= . (3.30)
H
Esse tempo t = H1 é denominado tempo de Hubble e tem um valor de (13; 2 0; 6) bilhões
de anos para H0 = (74; 2 3; 6) km s 1 Mpc 1 . No entanto, o tempo de Hubble só pode
prever o o intervalo de tempo desde o Big Bang se as galáxias possuírem velocidade constante
desde o início da expansão. Caso contrário, ou o domínio da gravidade retardaria a expansão
sendo o universo mais novo, ou a constante cosmológica dominaria fazendo a expansão se
acelerar e consequentemente fazendo o universo ser mais velho do que o previsto pelo tempo
de Hubble.
3.3 O PRINCíPIO COSMOLÓGICO 49
Curvatura Tempo-Espacial
O primeiro habita um plano, tal como uma folha de papel estirada, conforme Fig.4.1(a)
:
O terceiro também vive em uma espaço plano, porém neste, a temperatura é diferente
em pontos distintos. Imagine que o centro seja mais frio, e a temperatura aumenta
no sentido da periferia, conforme Fig.4.1(c). O inseto e qualquer régua que ele possa
usar para medição são feitos do mesmo material. Nas regiões mais quentes ocorre uma
dilatação térmica, porém, como tudo é feito do mesmo material, o inseto não pode
notar essa dilatação pois tanto ele quanto a reta dilatam na mesma proporção.
51
52 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
Figura 4.1: (a) Espaço Bidimensional Plano. (b) Espaço Bidimensional Esférico. (c) Espaço
Bidimensional Plano com Variação de Temperatura.
onde a temperatura é menor, não haveria dilatação, acarretando que necessitaria de mais
divisões da régua entre os pontos A e B.
Figura 4.2: Menor trajetória entre dois pontos em diferentes espaços bidimensionais.
"Ande para frente por 100 cm. Em seguinda, vire exatos 90 a direita e ande
mais 100 cm. Vire outra vez 90 à direita e ande outros 100 cm. Novamente,
vire à direita 90 e ande 100 cm."
Para cada um dos casos, iremos notar trajetórias diferentes. Para o inseto do espaço
plano - Fig.4.3(a) - essa trajetória forma um quadrado perfeito, onde o ponto inicial coincide
com o ponto …nal. Para os demais, a …gura formada será aberta, composta de linhas curvas
onde o ponto inicial difere do ponto …nal.
53
C
rprev = , (4.1)
2
onde:
rprev é o raio previsto;
C é o comprimento de circunferência;
2 refere-se a relação de proporcionalidade entre circunferência e raio.
O primeiro inseto, ao medir o raio, …ca satisfeito ao ver que suas previsões estava corretas.
O raio medido foi equivalente ao raio previsto. Porém, para o inseto que habita a circunfer-
ência, isto não aconteceu - Fig.4.4. O raio medido foi maior que o previsto. Indignado, ele
calcula e excesso da seguinte forma:
onde:
rmed é o raio medido;
rprev é o raio previsto;
rexce é o raio excedente.
Ao repetir a experiência diversas vezes, alterando os valores do raio, ele percebe que o reio
excedente (rexce ) varia em função do raio medido (rmed ). Combinando estes fatos com o fato
de que ele não retorna ao mesmo ponto após percorrer quatro trajetórias retas equivalentes
perpendiculares entre si ele pôde concluir sem sair da esfera que o espaço que ele habita não
corresponde as leis da geometria plana. Analogamente, o inseto que habita o plano com
temperaturas distintas chegou a mesma conclusão.
Podemos com essa simples experiência mental chegar a duas importantes conclusões:
Conclusão 3 Um espaço curvo é aquele em que não são válidas as leis da geometria plana,
dita geometria Euclideana. Neles ocorrem que a relação entre raio e circunferência nunca
é 2 ; a soma dos ângulos internos de um triângulo nunca é rad, a regra para se fazer
um quadrado nunca gera uma …gura fechada, dentre tantas outras propriedades. Entre as
curvaturas possíveis, pode-se ainda de…nir curvatura positiva quando as regras da geome-
tria euclideana se quebrarem com um sinal (rmed > rprev ) e curvatura negativa quando as
regras se quebrarem com o sinal inverso (rmed < rprev ) [14].
Figura 4.3: Devido as propriedes do espaço em que habitam, os insetos percorrem trajetórias
diferentes para a mesma instrução.
+ + = , (4.3)
quando os ângulos forem medidos em radianos. No plano, podemos montar um sistema de
coordenadas cartesianas a …m de associar a cada ponto um par de coordenadas (x; y).
Como no plano são válidos todas os teoremas da geometria euclideana, tais como o
Teorema de Pitágoras, a distância ds entre um ponto (x; y) e um ponto (x + dx; y + dy) é
dada por:
Se (4.4) é válida para todo o espaço bidimensional, o espaço é plano. Se for necessário,
pode-se utilizar outro sistema de coordenadas, tal como as coordenadas polares onde cada
ponto será descrito por um par de coordenadas (r; ). Nesse caso, a distância ds entre um
ponto (r; ) e um ponto (r + dr; + d ) pode ser deduzida considerando primeiramente as
transformações de coordenada:
x = r cos (4.5)
y = rsen (4.6)
Derivando (4.5) e (4.6) de acordo com a regra do produto, temos:
Para calcularmos uma distância ds entre um ponto Q(r; ), e um outro ponto próximo
0
Q (r + dr; + d ); na superfície da esfera de raio R, devemos primeiramente pegar um par de
pontos opostos, e considerar a geodésica que passa por eles como sendo o primeiro meridiano-
Fig.4.7(a). A distância entre o pólo norte e o ponto Q é r, e o ângulo é referente ao arco
formado por r: Depois devemos considerar um plano imaginário P-Fig.4.7(b), e projetar a
distância r e o ângulo sobre ele, de modo que o primeiro meridiano seja colinear ao eixo
das abscissas. Em seguida, montar um sistema de coordenadas polares, onde é o angulo de
inclinação em relação ao primeiro meridiano e (projeção de r sobre P) será o raio-Fig.4.7(c).
Podemos observar na Fig. 4.7 as seguintes relações:
= Rsen . (4.11)
1
Grande círculo é aquele formado quando a esfera é cortada por um plano que passa por seu centro.
4.1 CURVATURA EM ESPAÇOS BIDIMENSIONAIS 57
r=R (4.12)
r
= . (4.13)
R
Se isolarmos R em (4.13) e substituirmos em (4.11), podemos encontrar o valor de :
r
= =)
sen
sen
= r (4.14)
De acordo com a Fig. 4.7 (b), um ponto pode ser de…nido por um par de coordenadas
( ; ). Desse modo, são válidas as seguintes relações:
x = cos ; (4.17)
y = sen . (4.18)
Diferenciando (4.17) e (4.18) e posteriormente elevando ao quadrado, temos:
Figura 4.7: Sistema de coordenadas polares montado sobre a superfície da esfera. (a) Visão geral da
superfície esférica. (b) Projeção do plano P. (c) Vista de cima da esfera, onde o primeiro meridiano
está orientado no sentido horizontal (eixo das abscissas).
4.1 CURVATURA EM ESPAÇOS BIDIMENSIONAIS 59
(ds)2 = cos2 (d )2 + 2
sen2 (d )2 + sen2 (d )2 + 2
cos2 (d )2 :
(ds)2 = (d )2 + 2
(d )2 : (4.21)
Observando a Fig. 4.8, podemos notar que os valores de e r, nas equações (4.11) e
(4.12) respectivamente, se aproximam quando muito pequenos.
d = dr : (4.24)
Substituindo (4.24) em (4.22), temos:
r
(ds)2 = (dr)2 + R2 sen2 R
(d )2 . (4.25)
É importante ressaltar que a superfície da esfera é limitada e pode ser calculada por
4 R2 . Com isso, a maior distância entre dois pontos (passando pela geodésica) será R, isto
é, para um ponto P , seu ponto mais distante será o ponto oposto, tal como o pólo norte é
o ponto mais afastado do pólo sul. Em contraste, o espaço plano é in…nto e não há limites
para as possibilidades de distância.
60 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
r
(ds)2 = (dr)2 + R2 senh R
(d )2 . (4.26)
Figura 4.10: Para determinar a distância entre dois pontos próximos em um espaço plano tridi-
mensional, usa-se coordenadas esféricas.
@f @f @f
df = dx + dy + dz + ::: (4.30)
@x @y @z
@x @x @x
dx = dr + d + d , (4.33)
@r @ @
onde:
@x
= sen cos , (4.34)
@r
@x
= r cos cos , (4.35)
@
@x
= rsen sen : (4.36)
@
Substituindo (4.34), (4.35) e (4.36) em (4.33), temos:
En…m, para calcular (dz)2 devemos observar que z = z(r; ). Então, para esse caso, a
Eq.(4.30) …cará assim:
@z @z
dz = dr + d , (4.45)
@r @
4.2 CURVATURA EM ESPAÇOS TRIDIMENSIONAIS 63
onde:
@z
= cos , (4.46)
@r
@z
= rsen . (4.47)
@
Substituindo (4.46) e (4.47) em (4.45), teremos:
= Rsen , (4.57)
onde é o angulo referente a projeção, dado por:
r
= . (4.58)
R
Então:
r
= Rsen . (4.59)
R
Como temos agora o valor da projeção de R, faremos um procedimento em coordenadas
esféricas, identico ao usado paa encontrar a distância em um espaço plano tridimensional.
Assim, os eixos x, y e z são as três dimensões do espaço imaginário onde a esfera está sendo
projetada. As equações de conversão são dadas por:
2
Esse não se refere ao raio de curvatura, mas sim a projeção da distância r no plano imaginário consid-
erado. Naquele caso, essa projeção foi designada por .
4.2 CURVATURA EM ESPAÇOS TRIDIMENSIONAIS 65
Agora, para calcularmos (dy)2 , usaremos o mesmo procedimento usada para se deduzir
a Eq.(4.44).
(ds)2 = (d )2 + 2
(d )2 + 2
sen2 (d )2 =)
(ds)2 = (d )2 + 2
(d )2 + sen2 (d )2 (4.73)
Substituindo (4.59) em (4.73), temos:
r
(ds)2 = (d )2 + R2 sen2 (d )2 + sen2 (d )2 . (4.74)
R
O valor de se aproxima do valor de r à medida que tende a zero. Então:
dr = d . (4.76)
Substituindo (4.76) em (4.74), temos:
r
(ds)2 = (dr)2 + R2 sen2 R
[(d )2 + sen2 (d )2 ] : (4.77)
r
(ds)2 = (dr)2 + R2 senh2 R
[(d )2 + sen2 (d )2 ] : (4.78)
4.3 CURVATURA DO ESPAÇO 67
Para espaços Esféricos, temos um raio de curvatura real e uma constante de curvatura
k = +1.
Para espaços Planos, temos um raio de curvatura in…nto e uma constante de curvatura
k = 0.
4.4 Métricas
As relações (4.9),(4.25),(4.26),(4.56),(4.77) e (4.78) fornecem a distância ds entre dois pontos
próximos. Relações desse tipo são conhecidas como métricas. As três métricas possíveis
para um espaço tridimensional homogêneo e isotrópico são dadas por (4.56),(4.77) e (4.78),
e podem ser simpli…cadas na forma:
(d )2 = (d )2 + sen2 (d )2 , (4.80)
3
Nesse caso, raio imaginário é uma propriedade da curvatura. Ele não existe em si, mas as características
do espaço apontam para sua existência.
68 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
e
8
>
> Rsen Rr ; para k = +1
>
<
Sk (r) = r ; para k = 0 (4.81)
>
>
>
: Rsenh r ; para k = 1
R
x Sk (r); (4.82)
r
(ds)2 = (dr)2 + R2 sen2 (d )2 + sen2 (d )2 . (4.83)
R
Para encontrarmos um outro sistema de representação para (4.83), vamos partir de (4.82)
para encontrarmos expressões equivalentes de (dr)2 e R2 sen2 Rr e então substituí-las. De
acordo com (4.81), se k = +1, então
r
Sk (r) = Rsen .
R
Impondo a condição (4.82), teremos:
r
x = Rsen . (4.84)
R
Assim:
r
x2 = R2 sen2 ; (4.85)
R
r x2
sen2 = ; (4.86)
R R2
dx 1 r
= R cos )
dr R R
dx r
= cos )
dr R
r
dx = dr cos )
R
dx
dr = (4.87)
cos Rr
(dx)2
(dr)2 = :
cos2 Rr
Aplicando a identidade trigonométrica sen2 x + cos2 x = 1, temos:
(dx)2
(dr)2 = r
: (4.88)
1 sen2 R
(dx)2
(dr)2 = 2 : (4.89)
1 Rx 2
Agora, podemos substituir (4.85) e (4.89) em (4.83). Assim:
(dx)2
(ds)2 = x2
+ x2 (d )2 + sen2 (d )2 .
1 R2
Para …nalizar, substitui a equivalência (4.80):
(dx)2
(ds)2 = x2
+ x2 (d )2 . (4.90)
1
R2
x=r. (4.92)
Então:
x2 = r 2 (4.93)
70 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
dx = dr :
Assim:
r
x2 = R2 senh2 ; (4.98)
R
r x2
senh2 = ; (4.99)
R R2
Como R é constante, derivamos a Eq.(4.97) em relação à r :
dx 1 r
= R cosh )
dr R R
dx r
= cosh )
dr R
r
dx = dr cosh )
R
dx
dr = (4.100)
cosh Rr
2 (dx)2
(dr) = :
cosh2 Rr
Aplicando a identidade trigonométrica senh2 x cosh2 x = 1, temos:
4.5 A MÉTRICA DE MINKOWSKI 71
2 (dx)2
(dr) = r
: (4.101)
1 + senh2 R
2 (dx)2
(dr) = 2 : (4.102)
1 + Rx 2
Agora, podemos substituir (4.80), (4.85) e (4.89) em (4.83). Assim:
(dx)2
(ds)2 = x2
+ x2 (d )2 : (4.103)
1
R2
(dx)2
(ds)2 = 2 + x2 (d )2 , (4.104)
1 k x2
R
onde:
(d )2 = (d )2 + sen2 (d )2 .
Embora as equações (4.79) e (4.104) sejam escritas de formas diferentes, ambas repre-
sentam um espaço homogêneo e isotrópico. As suas funcionalidades variam de acordo com
a escolha do sistema de referenciais.
d = c(t2 t1 ): (4.105)
Podemos expressar vetorialmente essa distância por:
72 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
p
d= (x2 x1 )2 + (y2 y1 )2 + (z2 z1 )2 . (4.106)
Por (4.105) e (4.106), temos que:
p
d = c(t2 t1 ) = (x2 x1 )2 + (y2 y1 )2 + (z2 z1 )2 )
( x0 )2 + ( y 0 )2 + ( z 0 )2 c2 ( t0 )2 = 0 (4.109)
Analizando (4.107) e (4.109), percebemos que existe uma quantidade padrão dependente
apenas da coordenada tempo-espacial:
2 2 2 2
( x)2 + ( y)2 + ( z)2 c2 ( t)2 = ( x0 ) + ( y 0 ) + ( z 0 ) c2 ( t0 ) = 0:
V
dt0 = dt dx (4.113)
c2
dx0 = (dx V dt) (4.114)
4.5 A MÉTRICA DE MINKOWSKI 73
2 2 2 V V2
0 2
(ds ) = 2
(dx) 2dxV dt + V (dt) 2
c 2 2
(dt) 2dt 2 dx + 4 (dx)2 )
c c
2
V 2V
(ds0 )2 = 2
(dx)2 2 2 dxV dt + 2
V 2 (dt)2 c2 2
(dt)2 + 2c2 2 dt dx c2 (dx)2 )
c2 c4
2
2V
(ds0 )2 = 2
(dx)2 2 2 dxV dt + 2
V 2 (dt)2 c2 2
(dt)2 + 2 2 dtV dx (dx)2 :
c2
Cancelando os termos opostos:
2
2V
(ds0 )2 = 2
(dx)2 + 2
V 2 (dt)2 c2 2
(dt)2 (dx)2 :
c2
Agrupando os termos com c2 2
(dt)2 e 2
(dx)2 :
V2 1
(ds0 )2 = 2
(dx)2 2
(dx)2 2
+ 2 c2 2 V 2 (dt)2 c2 2
(dt)2 )
c c
V2 V2
(ds0 )2 = 2
(dx)2 1 + c2 2
(dt)2 1 )
c2 c2
V2 V2
(ds0 )2 = 2
(dx)2 1 c2 2
(dt)2 1 : (4.116)
c2 c2
Substituindo a Eq.(1.31) na Eq.(4.116):
1 1
(ds0 )2 = 2
(dx)2 2
c2 2
(dt)2 2
)
Se compararmos a Eq.(4.117) com a Eq.(4.112) vemos que ds0 = ds. Isso signi…ca que
se medirmos o intervalo em K e em K 0 , os valores serão iguais. Assim, o interva-lo ds é
invariante à troca de referenciais pelas Transformações de Lorentz.
Se na Eq.(4.111) agruparmos o conjunto das coordenadas espaciais (dx)2 + (dy)2 + (dz)2
, podemos reescreve-la da seguinte forma:
Podemos representar as coordenadas espaciais de outros modos sem ser pelo sistema de
eixos cartesianos. De acordo com a Eq.(4.79), (dsespaço ) pode ser representado por:
Sk (r) = r . (4.120)
Por …m, a Métrica de Minkowski será:
(dr)2 = c2 (dt)2 )
dr = c (dt) )
4.6 A MÉTRICA DE ROBERTSON-WALKER 75
dr
= c (4.123)
dt
A métrica de Minkowski é útil quando não se consideram os efeitos gravitacionais. Para
encontrarmos uma métrica no tempo-espaço quadridimensional, voltemos a Eq.(4.118):
(dx)2
(ds)2 = a(t)2 2 + x2 (d )2 c2 (dt)2 : (4.128)
1 k x2
R
expande uniformemente, sendo que a métrica de Robertson-Walker não é válida para esses
casos.
ds = a(t)dr . (4.131)
Figura 4.11: Um observador na origem do sistema referencial e uma galáxia no ponto (r; ; ).
x Sk (r) .
4.7 DISTÂNCIA PRÓPRIA 77
r
Sk (r) = Rsen )
R
r
x = Rsen )
R
x r
= sen )
R R
x r
arcsen = )
R R
x
r = R arcsen (4.133)
R
Substituindo (4.133) em (4.132) teremos:
x
dp = a(t) R arcsen R
(4.134)
Sk (r) = r )
r=x (4.135)
Substituindo (4.135) em (4.132) teremos:
dp = a(t) x (4.136)
r
Sk (r) = Rsenh )
R
r
x = Rsenh )
R
x r
= senh )
R R
x r
arcsenh = )
R R
x
r = R arcsenh (4.137)
R
Substituindo (4.133) em (4.132) teremos:
x
dp = a(t) R arcsenh R
(4.138)
78 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
Distância própria
8
>
> a(t) R arcsen Rx ; ) (k = +1)
>
<
dp = a(t) x (k = 0) ; ) (k = 0)
>
>
>
: a(t) R arcsenh x ; )
R
(k = 1)
Devido ao fato da equação da distância própria ter a forma dp = a(t)r com a coordenada
comóvel r constante, a taxa de variação da distância em função do tempo será:
d d
(dp ) = [a(t)] r )
dt dt
d (dp ) da
= r)
dt dt
d_p = a_ r (4.139)
Isolando r em (4.132), temos:
dp = a(t)r = ar )
dp
r= (4.140)
a
Substituindo (4.140) em (4.139):
a_
d_p = dp . (4.141)
a
Como d_p é um valor de taxa de variação de distância pelo tempo, podemos fazer uma
inferencia à velocidade e considerar:
vp = d_p (4.142)
Assim, substituindo (3.27) e (4.142) em (4.141) :
vp = Hdp . (4.143)
Se considerarmos o valor de tempo atual na escala absoluta (t = t0 ), teremos:
vp (t0 ) = H0 dp (t0 ):
Supondo que a velocidade de afastamento seja igual a velocidade da luz, isolaremos dp
na Eq.(4.143):
vp = c = Hdp )
4.7 DISTÂNCIA PRÓPRIA 79
c
dp =
H
Quando consideramos o tempo atual, essa distância é chamada distância de Hubble (dH ).
Então:
c
dH (t0 ) = H0
(4.144)
a (t) dr = cdt )
dt
dr = c (4.145)
a (t)
O membro esquerdo dessa equação é independente de t, ao contrário do membro direito
que depende de t. Suponhamos que essa galáxia emita luz à comprimento e , medida por
um observador su…ciente próximo a ela. Nos concentrando em apenas uma crista de onda
do feixe emitido, temos que o tempo de emissão foi te e o mesmo foi observado no tempo t0 :
Então,
Zr Zt0
dt
dr = c )
a(t)
0 te
Zt0
dt
r=c (4.146)
a(t)
te
80 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
t0 + o
Zr Z c
dt
dr = c )
a(t)
0 te + e
c
t0 + o
Z c
dt
r=c (4.147)
a(t)
te + e
c
t0 + o
Zt0 Z c
dt dt
=
a(t) a(t)
te te + e
c
te + e
R c
dt
Adicionar o termo a(t)
nos dois membros:
t0
te + e t0 + o te + e
Zt0 Z c Z c Z c
dt dt dt dt
+ = +
a(t) a(t) a(t) a(t)
te t0 te + e t0
c
dt dt
A integral a(t) entre a emissão sucessivas ondas de luz é igual a integral a(t) entre a
observação sucessivas ondas de luz. Se observarmos os limites de integração, perceberemos
que o intervalo de tempo considerado é c referente ao comprimento de onda da luz visível e
esta na ordem de 2 10 15 s . Se comparado ao tempo de Hubble, esse tempo é tão pequeno
e insigni…cante que o universo não tem tempo de se expandir. Assim, o fator de escala
permanece constante:
te + ce t0 + co
Z Z
1 1
dt = dt )
a(te ) a(to )
te t0
1 te + e 1 to + o
[t]te c
= [t]to c )
a(te ) a(to )
4.7 DISTÂNCIA PRÓPRIA 81
1 e 1 o
te + te = to + to )
a(te ) c a(to ) c
1 e 1 o
= )
a(te ) c a(to ) c
e o
= )
a(te ) a(to )
o a(to )
=
e a(te )
Como o fator de escala no tempo atual é a(to ) = 1, temos:
o 1
= (4.148)
e a(te )
o e
z = ;
e
o
z = 1;
e
1
z = 1;
a(te )
1
1+z = : (4.149)
a(te )
Podemos concluir pela Eq.(4.149) o que está representado na Fig.4.12: o redshift obser-
vado é uma simples consequência da expansão do universo e não do efeito Doppler.
82 CAPíTULO 4 CURVATURA TEMPO-ESPACIAL
Figura 4.12: Como o comprimento de onda é uma medida espacial unidirecional, é afetado pela
espansão do universo.
Capítulo 5
Dinâmica Cósmica
Conforme discutido anteriormente, o universo é de…nido por sua curvatura (k), seu raio (R)
e seu fator de escala (a(t)). Medir a curvatura do universo é teoricamente simples. Basta
desenharmos um triângulo extremamente grande a veri…carmos se a soma de seus ângulos
internos é menor, igual ou maior que 180o .
Podemos concluir também que, se caso a curvatura do universo for positiva, ele será
…nito e terá a circunferência dada por C0 = 2 R0 . Se pensarmos um pouco na expansão do
universo, e associarmos o fato de que a circunferência C0 foi menor no passado, chegaremos a
conclusão que C0 não pode ser muito menor que a distância de Hubble ( 4040 M pc) . Isso
porque se assim fosse, estariamos vendo duas ou mais imagens de tempos distintos da mesma
galáxia, pois haveria tempo su…ciente para os feixes de luz contornarem o espaço. Como não
observamos coisas desse tipo, logo concluimos que se a curvatura do universo for positiva,
o raio é bem grande se comparado à distância de Hubble. Tomemos o seguinte exemplo:
imagine que o universo tenha uma circunferência de 10 milhões de anos-luz ( 3 M pc):
Imagine que um observador na Terra esteja olhando para uma galáxia à 2 milhões de anos-
luz. Com a curvatura positiva, ele estaria vendo duas imagens. Uma referente a luz emitida
pela mesma galáxia à dois milhões de anos e outra referente a emissão realizada à 12 milhões
de anos, cuja qual, ja teve tempo de contornar o universo.
r2 = 4 G . (5.1)
Essa equação fornece uma relação entre potencial gravitacional e a densidade de massa em
um ponto no espaço. O gradiente do potencial determina a aceleração do de um objeto,
sendo possível calcular sua trajetória no espaço. Em contrapartida, a equação de campo de
Einstein fornece a relação matemática entre a métrica tempo-espacial, energia e pressão em
um determinado ponto. A trajetória de um objeto corresponde ao caminho percorrido em
uma geodésica do espaço-tempo.
83
84 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
Figura 5.1: Em um unverso bidimensional, o observador estaria vendo duas imagens de tempos
distintos da mesma galáxia.
Podemos estabelecer uma relação entre o fator de escala (a(t)), constante de curvatura (
k ) e o raio (R), assim como podemos descrever a curvatura, a densidade de energia ("(t)) e a
pressão (P (t)) do universo usando de conceitos advindos da física clássica. Para encontrarmos
uma equação que relaciona todos esses itens , vamos fazer o seguinte. Considere uma esfera
de massa Me distribuida homogêneamente e contínua ao longo do tempo. Imagine que ela
se expande ou contrai e consequentemente seu raio Re (t) se altera com o passar do tempo.
Imagine que uma massa in…nitesimal m esteja na superfície da esfera. Dessa forma, existe
uma força gravitacional que atrai a massa da esfera Me e a massa m em sua superfície. A
força é dada pela Eq.(2.8):
mMe
Fg = G : (5.2)
Re (t)2
Pela segunda Lei de Newton, a força que age sobre a massa m na superfície esférica é
equivalente ao produto da massa m pela derivada de segunda ordem do raio em relação ao
tempo:
d2 Re
F =m (5.3)
dt2
Temos assim duas expressões para uma mesma força que age na partícula de massa m.
Se igualarmos (5.2) e (5.3), teremos:
d2 Re Me
= G : (5.4)
dt2 Re (t)2
Se multiplicarmos cada lado da equação por um elemento in…nitesimal do raio, teremos:
d2 Re Me
2
dRe = G dRe : (5.5)
dt Re (t)2
Vamos integrar os dois lados separadamente. A integral do primeiro termo será:
5.1 A EQUAÇÃO DE FRIEDMANN 85
Z Z
d2 Re d dRe
I= dRe = dRe (5.6)
dt2 dt dt
Suponhamos que a função Re (t) seja uma primitiva de uma função (t). Assim, teremos:
dRe
(t) = ; (5.7)
dt
e consequentemente
1
I= [ (t)]2 (5.9)
2
Inserindo a Eq.(5.7):
2
1 dRe
I= (5.10)
2 dt
1
I= GMe +U
Re
GMe
I= +U (5.11)
Re
Igualando (5.10) com (5.11) :
2
1 dRe GMe
= + U. (5.12)
2 dt Re
Lembrando que U é simplesmente uma constante de integração.
A energia cinética de qualquer corpo massivo é dada por
86 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
2
1 1 dx
Ec = mv 2 = m , (5.13)
2 2 dt
assim como a energia potencial gravitacional entre dois corpos de massa m e M é dada por
Mm
Ep = . G (5.14)
R
Tendo em mente que Re tem dimesões de comprimento, ao compararmos as duas últimas
equações com os termos da Eq.(5.12), poderemos observar a seguinte relação:
Ec Ep
= +U )
m m
Ec + Ep = mU: (5.15)
Essa relação expressa uma conservação de energia, pois, conforme Re se altera, a esfera
continuará sob sua própria in‡uência gravitacional.
Conforme comentado anteriormente, a massa da esfera está distribuida homogeneamente.
Assim, concluimos que a densidade é ditribuída homogeneamente, e dessa forma, com a
mudança nas dimensões da esfera, ela depende do tempo. Podemos escrever:
4
Me = Re (t)3 (t) , (5.16)
3
onde a densidade está representada por , sendo o restante da equação o volume esférico.
Considerando que a alteração do raio da esfera seja isotrópica, podemos escrever a função
Re (t) da seguinte forma:
R_ e = a_ re (5.18)
1 G 4
(a_ re )2 = Re (t)3 (t) + U )
2 Re 3
G 8
(a_ re )2 = (a(t)re )3 (t) + 2U )
(a(t)re ) 3
5.1 A EQUAÇÃO DE FRIEDMANN 87
(a_ re )2 8 2U
2 = G (t) + )
(a(t)re ) 3 (a(t)re )2
2
a_ 8 2U
= G (t) + . (5.19)
a(t) 3 a(t)2 re2
Essa é a forma newtoniana para a Equação de Friedmann.
Considerando a energia de repouso de cada partícula, dada pela Eq.(1.66)1 , temos:
E = mc2 :
Percebemos que, se massa é equivalente a energia. Assim, toda forma de energia e não
apenas a massa deve contribuir com os efeitos gavitacionais. Então, se dividirmos cada lado
da equação pelo volume, teremos:
E mc2
= ;
V (t) V (t)
sabendo que o volume se altera ao longo do tempo. O quociente da massa pelo volume
nos fornece densidade ( (t)), enquanto que a energia de repouso divido pela volume, por
de…nição, é denominada densidade de energia (" (t)). Assim:
" (t)
(t) = : (5.20)
c2
Sunstituindo (5.20) em (5.19):
2
a_ 8 G 2U
= 2
" (t) + . (5.21)
a(t) 3c a(t)2 re2
Assumindo:
2U kc2
= ;
re2 R2
teremos:
2
a_ 8 G kc2
= " (t) :
a(t) 3c2 R2 a(t)2
Por comodidade, podemos reescreve-la desta forma:
a_ 2 8 G kc2
a
= 3c2
" (t) R 2 a2
, (5.22)
onde k é a constante de curvatura. A Eq.(5.22) pode ser deduzida através do tensor energia-
momento. Podemos ainda adicionar o parâmetro de Hubble, dado pela Eq.( 3.27) , onde:
1
Vamos neste caso denotar a energia de repouso por E.
88 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
a_
H(t) = :
a
Dessa forma, a equação de Friedmann …cará:
8 G kc2
H(t)2 = " (t) (5.23)
3c2 R2 a(t)2
Imagine que temos um universo plano e a constante de curvatura seja nula. Dessa forma,
teremos:
8 G
H(t)2 = " (t) :
3c2
Para um determinado valor de H(t)2 , a densidade de energia crítica será:
3c2
"c = 8 G
H(t)2 : (5.24)
Então, podemos reescrever a densidade de energia da seguinte forma:
8 G kc2
H(t)2 = "c )
3c2 a(t)2
kc2 8 G
= "c H(t)2 )
a(t)2 3c2
a(t)2 8 G
k= "c H(t)2 (5.26)
c2 3c2
Inserindo (5.24) em (5.26):
a(t)2 8 G 3c2
k= H(t)2 H(t)2 )
c2 3c2 8 G
a(t)2
k= H(t)2 H(t)2 )
c2
5.2 DENSIDADE DE ENERGIA CRíTICA 89
a(t)2
k= H(t)2 [ 1] (5.27)
c2
Dessa forma, se a densidade de energia do universo for superior que a densidade crítica
(" (t) > "c ), vamos ter > 1, e de acordo com a Eq.(5.27), a constante k será maior que zero,
2
visto que o termo a(t)c2
H(t)2 é positivo. Teremos então um universo esférico com curvatura
positiva.
Caso contrário, se a densidade de energia do universo for menor que a densidade crítica
(" (t) < "c ), teremos < 1, e consequentemente, a constante k menor que zero. O universo
será então hiperbólico com curvatura negativa.
Se a energia do universo for igual a energia crítica, o universo será plano.
Conhecendo o valor da constante de Hubble, podemos calcular o valor da densidade de
energia crítica atual. Ficará assim:
8
< "c0 = 3c2 H 2
8q G 0
: = 3c2
H2
2 2
+ 3c H0
2
"c0 8 G2 0 G 8 G H0
onde a velocidade da luz (c) é dada pela Eq.(1.15) , a constante de Hubble (H0 ) é dado
pela Eq.(3.17) e a constante gravitacional (G) por (2.2):
H0 = (74; 2 3; 6) km s 1 Mpc 1
19
H0 = (24; 06 1; 17) 10 s 1.
Portanto:
"c0 = (9; 3 0; 9) 10 10
J=m3 = (5805 561) MeV/m3
A densidade crítitca geralmente é usado em sua equivalente massiva. Então, de acordo
com a Eq.(5.20):
"c0 3H02
0 = = )
c2 8 G
0 = (10; 35 1; 0) 10 27
kg/m3 :
Para se ter uma idea, este valor é o equivalente ao de um próton à cada 162 litros.
Com respeito à curvatura do universo, não é conveniente usar a densidade apenas, mas
sim a razão entre a densidade e a densidade crítica. Podemos então, de acordo com a
Eq.(5.25) de…nir esta razão como sendo o parâmetro de densidade, variável com o tempo:
"(t)
(t) = (5.28)
"c (t)
90 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
H(t)2 8 G kc2
= (t) (5.30)
"c (t) 3c2 "c (t)R2 a(t)2
Inserimos na equação anterior, a Eq.(5.24):
H(t)2 8 G kc2
3c 2 = 2
(t) 3c2
)
8 G
H(t)2 3c 8 G
H(t)2 R2 a(t)2
8 G 8 G 8 G kc2
2
= (t) )
3c 3c2 3c2 H(t)2 R2 a(t)2
kc2
1 = (t) )
H(t)2 R2 a(t)2
kc2
1 (t) =
H(t)2 R2 a(t)2
Se considerarmos o tempo atual o fator de escala será 1, e a equação …cará da seguinte
forma:
kc2
1 0 = H02 R2
(5.31)
dE = dQ dW: (5.32)
O trabalho é o produto da força pela distância percorrida:
W = Fh
Imaginemos um sistema termodinâmico adiabático, caracterizado por um tubo fechado
em uma das extremidades e um embolo móvel na altura h (ver Fig. 5.2 ). Com a aplicação
5.3 A EQUAÇÃO DO FLUIDO 91
Figura 5.2: A força aplicada no embolo altera sua altura para h + dh. Consequentemente, o
volume varia de V para V + dV .
de uma força F , o embolo se move para uma altura h + dh. O trabalho realizado por essa
movimentação será:
dW = F dh . (5.33)
Como se sabe, o acréscimo de volume nesse sistema será dado pela área de seção do
embolo A multiplicado pela distância percorrida pelo mesmo:
dV = Adh:
Consequentemente
dV
dh = . (5.34)
A
Se inserirmos (5.34) em (5.33), teremos:
dV F
dW = F = dV .
A A
Como sabemos que pressão é o quociente entre força e área, podemos reescrever a equação
anterior da seguinte forma:
dW = P dV (5.35)
Ao inserirmos (5.35) em (5.32) vamos obter:
dE = dQ P dV: (5.36)
Voltando à cosmologia, podemos considerar o universo como sendo um sistema adiabático.
Sendo assim, não existe trocas de energia entre ele e um meio externo - dQ = 0. A Eq.(5.36)
então pode ser escrita da seguinte forma:
92 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
dE + P dV = 0 (5.37)
Se as diferenciais da equação forem com respeito ao tempo, teremos:
dE dV
+P =0)
dt dt
E_ + P V_ = 0 (5.38)
Considerando que, o volume de uma esfera é dado por:
4 3 4
V (t) = r = (a (t) R)3 )
3 e 3
4 3 4 3
V (t) = r = R a (t)3 (5.39)
3 e 3
a taxa de variação do volume em relação ao tempo é dada por:
dV 4 3 da
= R 3a (t)2 )
dt 3 dt
4 3 a_
V_ = R a (t)3 3 )
3 a (t)
4 3 a_
V_ = R a (t)3 3 : (5.40)
3 a (t)
Se inserirmos (5.39) em (5.40), encontraremos:
a_
V_ = 3V (t) : (5.41)
a (t)
a_
E_ = V (t) "_ + 3"(t) : (5.44)
a (t)
Ao inserimos as equações (5.41) e (5.44) em (5.38), vamos encontrar:
a_ a_
V (t) "_ + 3"(t) + P 3V (t) =0)
a (t) a (t)
a_ a_
V (t) "_ + 3"(t) + 3P =0)
a (t) a (t)
a_
V (t) "_ + 3 ("(t) + P ) = 0
a (t)
Temos uma multiplicação igualada a zero. Consequentemente, um dos dois termos deve ser
deve ser nulo. Logicamente, o volume do universo no decorrer do tempo não é zero. Então:
a_
"_ + 3 ("(t) + P ) = 0;
a (t)
na qual, podemos representar apenas por:
8 G kc2
a_ 2 = a(t)2 " (t) (5.47)
3c2 R2
d 2 d 8 G kc2
a_ = 2
a(t)2 " (t) )
dt dt 3c R2
da_ 8 Gd
2a_ = a(t)2 " (t) + 0 )
dt 3c2 dt
8 Gd da d"
2a•
_a = 2
2a(t) " (t) + a(t)2 )
3c dt dt dt
8 G
2a•
_a = _ (t) + a(t)2 "_
2a(t)a" (5.48)
3c2
Se dividirmos a Eq.(5.48) por 2a(t)a_ :
2a•
_a _ (t) a(t)2 "_
8 G 2a(t)a"
= + )
2a(t)a_ 3c2 2a(t)a_ 2a(t)a_
a
• 8 G a(t)_"
= 2
" (t) + )
a(t) 3c 2a_
a
• 8 G 1 a(t)_"
= 2" (t) + )
a(t) 3c2 2 a_
a
• 4 G a(t)_"
= 2
2" (t) + (5.49)
a(t) 3c a_
Se substituirmos (5.46) em (5.49), vamos obter:
a
• 4 G
= [2" (t) 3 ("(t) + P )] )
a(t) 3c2
a
• 4 G
= [2" (t) 3"(t) 3P ] )
a(t) 3c2
a
• 4 G
= [ "(t) 3P ] )
a(t) 3c2
a
• 4 G
= ["(t) + 3P ] )
a(t) 3c2
a
• 4 G
a
= 3c2
(" + 3P ) ; (5.50)
que é a forma usual para a equação da aceleração do universo. Note que se a densidade
de energia e a pressão forem positivas, a aceleração é negativa e a expansão desacelera com
o tempo. Com isso, é reduzida a velocidade relativa entre dois pontos no universo com o
passar do tempo.
5.5 EQUAÇÕES DE ESTADO 95
A Equação de Friedmann:
2
a_ 8 G kc2
= " (t) ; (5.51)
a 3c2 R 2 a2
A Equação de Fluido:
a_
"_ + 3 (" + P ) = 0; (5.52)
a
A Equação da Aceleração:
a
• 4 G
= (" + 3P ) : (5.53)
a 3c2
Das três equações acima, apenas duas são independentes, uma vez que a Eq.(5.53) é
obtida á partir das outras duas. Temos então duas equações e três icógnitas - a(t) ; P (t)
e " (t) - que são variáveis macroscópicas do universo. Precisamos de mais uma equação
independente para resolvermos o sistema.
Para encontrar esta equação, devemos considerar as características macroscópicas das
componentes do universo. Isto é, devemos fazer uma descrição estatística do mesmo. Um
exemplo de como isso funciona se encontra na Lei de Clapeyron
P V = nRT; (5.54)
para gases perfeitos, onde por exemplo, velocidade, energia e massa de cada partícula não in-
teressa, mas sim, uma média estatística das características macroscópicas de todas as partícu-
las em conjunto: pressão, volume e temperatura. Equações desse tipo onde são chamadas
Equações de Estado.
Para calcular o fator de escala-(a), densidade de energia-(") e pressão-(P ) como uma
função do tempo cósmico, nós precisamos de uma equação de estado que relacione matem-
aticamente todas essas variáveis. Se considerarmos uma equação na forma:
P = P (") ;
então nosso sistema estará completo e poderemos saber qual foi o comportamento do universo
no passado e como ele se comportará no futuro.
Em geral, a física de materia condensada lida com substâncias onde a pressão é uma
função não linear da densidade. Isso faz com que as equações de estado para esses casos
sejam extremamente complexas. Cosmologicamente, se tratarmos o universo como um ‡uido
96 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
cósmico, onde as galáxias desempenhem o papel de partículas, ele será extremamente diluído,
fazendo com que a equação de estado …que mais simples e assuma a forma:
P = !" ; (5.55)
P V = N kT (5.56)
onde N é o número inteiro de partículas e k é a constante de Boltzmann.
A densidade do gás é dada por:
M
= )
V
M
V = ; (5.57)
onde M é a massa total do gás, que é calculada somando as massas de todas as partículas:
X
N
M= mi :
i=1
M = N: (5.58)
De acordo com (5.58), a Eq.(5.57), que representa o volume pode ser reescrita assim:
V =N : (5.59)
PN = N kT )
P = kT (5.60)
5.5 EQUAÇÕES DE ESTADO 97
Pela Eq.(1.67), temos que energia total de uma partícula será a soma das energias de
repouso e cinética da mesma:
E = E0 + K ,
onde E é a energia total, E0 é a energia de repouso e K é a energia cinética. Como estamos
considerando a velocidade desprezível em relação á velocidade da luz, sua energia cinética
também será (K 0). A energia total de um corpo será então:
E E0 ;
que pela Eq.(1.66) assume a forma
E mc2
e se dividirmos cada lado pelo volume, teremos a densidade de energia em termos da densi-
dade de massa:
E m
= c2
V V
" c2 ; (5.61)
e consequentemente
"
: (5.62)
c2
Se inserimos a Eq.(5.62) na Eq.(5.60) :
kT
Pn~ rel "n~ rel ; (5.63)
c2
onde os índices n~ rel indicam que estamos tratando o gás como não relativístico.
Temos então uma equação de estado em termos da temperatura e densidade de energia.
Nosso objetivo agora será encontrar uma relação entre a velocidade de cada partícula e a
temperatura para eliminar essa última da Eq.(5.63).
Considere uma caixa cúbica de lados L e volume V; preenchida por um gás de inúmeras
partículas de massa , tal como na Fig.5.3. Vamos primeiramente encontrar a relação entre
a pressão exercida pelas partículas do gás sobre a parede pintada, que é perpendicular ao
eixo x.
Assumimos que a colisão entre uma partícula do gás e a parede seja elástica. Assim,
a partícula incialmente com velocidade vx (direção x perpendicular a parede), …ca com a
velocidade vx após a colisão. A variação de momento linear da partícula foi:
p = vx vx )
p = 2 vx ;
e consequentemente, o momento linear transferido à parede é dado por:
98 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
Figura 5.3: Massa se movimentando dentro de uma caixa cúbica de volume V e lados L:
p = 2 vx ; (5.64)
A partícula se choca várias vezes contra a mesma parede. Depois de colidir, o intervalo
de tempo para com um segundo choque é dado pelo tempo em que a partícula gasta para
atravessar todo o comprimento L, se chocar contra a outra parede e voltar atravessando
novamente o comprimento L: Este intervalo de tempo é dado por:
2L
t= ; (5.65)
vx
Conforme fora comentado, queremos achar a relação entre pressão e velocidade. Sabendo
que pressão é de…nida como força por unidade de área e também que força é a taxa de
variação do momento linear em relação ao tempo, temos:
F 1 dp
P = = :
A A dt
A área nesse caso será a de um quadrado de lado L: Então, teremos:
1 dp
P = (5.66)
L2 dt
Podemos também calcular a pressão com a força média aplicada na parede pelo gás
durante um intervalo de tempo t:
Fmed 1 p
P = = 2 : (5.67)
A L t
Substituindo (5.64) e (5.65) em (5.67):
Fmed 1 2 vx
P = = 2 )
A L 2L=vx
5.5 EQUAÇÕES DE ESTADO 99
vx2
P = : (5.68)
L3
Esse resultado se aplica à apenas uma partícula. Para encontrarmos a pressão exercida
pelas N partículas do gás faremos:
X
N XN 2
vxi
P = Pi = )
i=1 i=1
L3
X
N
2
P = vxi : (5.69)
L3 i=1
1 X 2
N
vx2 v : (5.70)
N i=1 xi
Substituindo (5.70) em (5.69):
N 2
P = v : (5.71)
L3 x
Como nossa caixa é cúbica, o volume V é encontrado elevando o lado ao cubo.
V = L3 :
Então:
N 2
P = vx )
V
P V = N vx2 ; (5.72)
onde, pela Eq.(5.56) teremos:
P V = N kT = N vx2 )
kT = vx2 : (5.73)
Sabendo que a energia cinética de uma partícula se movendo em uma trajetória paralela ao
eixo x é:
1
Kx = vx2 ; (5.74)
2
podemos reescrever (5.73) da seguinte forma:
kT = 2Kx )
1
Kx = kT (5.75)
2
100 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
Essa relação é válida apenas para direção x. Como não há (para esse caso) um sentido
preferencial de trajetória para as partículas, podemos assumir a isotropia do sistema. Assim,
é estatisticamente correto assumirmos as correlações:
1
K= v2 : (5.78)
2
Então:
1
K= vx2 + vy2 + vz2 )
2
1
K=3 vx2 = 3Kx ;
2
1
Kx = K; (5.79)
3
onde K é a energia cinética média de translação de uma molécula. Inserindo (5.79) em
(5.75), teremos:
1 1
Kx = kT = K )
2 3
3
K = kT : (5.80)
2
A energia cinética de uma partícula não relativística é:
1
K= v2 : (5.81)
2
Então, por (5.80) e (5.81), teremos:
3 1
K = kT = v2 )
2 2
Para um gás não-relativístico, a equação que relaciona temperatura e a raiz quadrada da
velocidade é:
3kT = v2 )
1
kT = v2 . (5.82)
3
5.5 EQUAÇÕES DE ESTADO 101
Assim, a equação de estado para um gás não relativístico pode ser encontrada substi-
tuindo (5.82) em (5.63) :
1 hv 2 i
Pn~ rel "n~ rel )
3 c2
hv2 i
Pn~ rel 3c2
"n~ rel . (5.83)
Ou seja, para um gás não relativístico a constante ! da Eq.(5.55) será:
hv 2 i
!= , (5.84)
3c2
sendo que v 2 << c2 : A maioria dos gases com que nos deparamos cotidianamente não
é relativística. Por exemplo, no ar atmosférico presente em um quarto, as moléculas de
nitrogênio se movem velocidade quadrada média de hv 2 i = 500m=s, onde ! 10 12 .
Gás Relativístico
dE + P dV = 0 , (5.85)
onde E é a energia total do gás, P é sua pressão assim como V é seu volume. Se derivarvos
(5.85) em relação ao tempo, teremos:
dE dV
+P =0. (5.86)
dt dt
Se isolarmos a pressão na Eq.(5.86), encontraremos:
dE
dt
P = dV
(5.87)
dt
Vamos considerar que cada partícula do gás tenha um energia . Sendo que N é o número
de partículas do gás, a energia total será dada por:
E=N : (5.88)
Se derivarmos com respeito ao tempo, teremos:
dE d
=N (5.89)
dt dt
Substituindo (5.89) em (5.87) :
d
dt
P = N dV
:
dt
102 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
É conveniente fazermos uma troca de variáveis, para que sejam consideradas as taxas de
variação em relação ao fator de escala a (t). Se assim …zermos, teremos:
d da
da dt
P = N dV da
)
da dt
d
da
P = N dV
(5.90)
da
Para encontrarmos a equação de estado que procuramos, devemos primeiramente de…nir
d
os termos da e dV
da
.
Suponhamos que toda a superfície que encerra volume do gás aumente ou diminua em
torno de um centro comum (tal como se considera o universo nos modelos cosmológicos).
Então seu volume será o volume de uma esfera, dada por:
4
V (t) =r (t)3 :
3
Como r é uma distância própria, o fator de escala não está presente nele. Vamos reescrever
a equação em coordenada comóveis considerando como sendo a distância comóvel, o valor
atual do raio (R):
4 3
V (t) = R a (t)3 : (5.91)
3
Derivando (5.91) em relação à a (t):
dV 4 3
= R 3a (t)2 )
da 3
dV 4 3 1
= R a (t)3 3 )
da 3 a (t)
dV 4 3 1
= R a (t)3 3 )
da 3 a (t)
dV 4 3 1
=3 R a (t)3 (5.92)
da 3 a (t)
Substituindo (5.91) em (5.92) :
dV V (t)
=3 (5.93)
da a (t)
Antes de de…nir o segundo termo, vamos relembrar da Eq.(1.77) que fornece o momento
linear de um fóton:
hv
p= ; (5.94)
c
onde v é a frequencia, h é a constante de Planck e c a velocidade da luz. Como se sabe,
a frequência de uma onda se equivale ao quociente entre a velocidade de propagação e o
5.5 EQUAÇÕES DE ESTADO 103
comprimento da mesma. Como o fóton é uma partícula de luz, sua velocidade de propagção
é c e seu comprimento será representado por : Dessa forma:
c
v= : (5.95)
h
p (t) = : (5.97)
0 a (t)
h
p (t) a (t) = : (5.98)
0
Podemos perceber que para a função de multiplicação entre o momento linear e o fator de
escala ao longo do tempo, a quantidade h= 0 é conservada. Se considerarmos o tempo atual,
onde por de…nição, o fator de escala é 1, teremos:
h
p0 = : (5.99)
0
p0
p (t) = (5.101)
a (t)
Vamos usar nesse momento a Eq.(1.72) que fornece a energia total de uma partícula
relativística em termos de seu momento linear:
2
= p2 c2 + m20 c4 )
q
= p2 c2 + m20 c4 : (5.102)
s
p20 2 2 4
= 2 c + m0 c (5.103)
a (t)
d 1 1 3
= q p20 c2 ( 2) a (t) )
da 2 p20
c2 + m20 c4
2
a(t)
d 1 (p20 c2 )
= q 3 )
da p20 2
c + m 2 4 a (t)
c
a(t)2 0
d 1 a (t)2 p (t)2 2
= q 3 c )
da p20 2 2 4 a (t)
2c + m c 0
a(t)
d 1 p (t)2 c2
= q : (5.104)
da p20
c2 + m2 c4 a (t)
a(t)2 0
d 1 p (t)2 c2
= : (5.105)
da a (t)
Sabemos pela Eq.(1.76) que a energia de um fóton é dada por:
= pc: (5.106)
Substituindo (5.106) em (5.105) :
2
d 1
= )
da a (t)
d
= (5.107)
da a (t)
Como já sabemos, refere-se a energia de uma partícula. Para enconrarmos a energia
total, devemos multiplicar pelo número de partículas N :
E=N (5.108)
Derivando, obteremos:
dE d
=N )
da da
1 dE d
= (5.109)
N da da
5.5 EQUAÇÕES DE ESTADO 105
1 E a (t)
P = )
3 a (t) V (t)
1 E
P = :
3 V (t)
Temos uma grandeza de energia dividida por uma grandeza de volume. Logo, temos uma
grandeza de densidade de energia (") :
1
P = "
3
Para diferenciar essa equação de estado de gases relativisticos da dos gases não relativísticos,
adotaremos o indice rel :
! 0 (5.112)
O valor é associado à componente não relativística. Como se sabe, o universo é
preenchido por esssa componente. Associaremos à essa componente não relativística, o
nome materia. De acordo com a Eq.(5.55), a pressão causada pela materia é pequena
e pode desprezada:
Pn~ rel = 0 (5.113)
106 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
Radiação
1
!= 3
(5.114)
O valor é associado à componente relativística, ou seja, os fótons. Vamos nos referir
a essa componente como sendo radiação. A pressãocausada por ela é dada por:
1
Prel = "rel (5.115)
3
Constante Cosmológica
!= 1 (5.116)
Devido à evidencias observacionais, sabe-se que o universo hoje se expande acelerada-
mente, apesar das equações (que só consideram os efeitos gravitacionais) preverem o
contrário. Isso se deve à uma outra componente que exerce uma pressão negativa e
possui ! = 1; constante no tempo. Á essa componente deu-se o nome de energia
escura ou constante cosmologica, nome cujo qual vamos adotar daqui por diante. A
pressão exercida porela é dada por:
P = " (5.117)
r2 =4 G , (5.118)
e a equação de campo para aceleração gravitacional gravitacional:
r = ~g :
Combinando as duas equações e isolando a densidade, temos:
2
Por uma questão de adaptação à obra literaria de referência, o sinal da Equação de Poisson (5.118)
será positivo, diferentemente do deduzido na Eq.(2.49). Vale ressaltar que esse sinal depende de qual é
considerado o sentido positivo na hora da dedução, que na referência [6] provavelmente foi inverso do que
consideramos aqui.
5.6 CONSTANTE COSMOLÓGICA - 107
1
r~g :
=
4 G
Em um universo estático, a aceleração gravitacional deve ser nula em todo o ponto
(~g = 0). Dessa forma, = 0 ; e o único meio do universo ser estático era não possuindo
massa, o que é impossível.
Quando Einstein viu que as equações de campo da Relatividade Geral previa um universo
que se colapsava, ele teve que adicionar em suas equações uma constante que atuava como
uma antigravidade e deixava o unverso estático. Em termos newtonianos, o que ele fez
basicamente é adicionar uma constante na equação de Poisson:
r2 + =4 G :
Esse novo termo …cou sendo conhecido como constante cosmológica e tem dimensões de
(tempo) 2 : O universo podia ser estático se a constante cosmológica assume o valor =
4 G .
Em termos relativísticos, o que Einstein fez foi inserir a constante cosmológica em suas
equações. Se a equação de Friedmann for deduzida novamente à partir das equações de
Einstein, agora com , encontraremos:
2
a_ 8 G kc2
H(t)2 = = " (t) + : (5.119)
a 3c2 R2 a(t)2 3
A equação do ‡uido não muda, permanecendo assim na forma:
a_
"_ + 3 (" + P ) = 0: (5.120)
a
Com o termo , a equação da aceleração vai assumir a forma:
a
• 4 G
= (" + 3P ) + : (5.121)
a 3c2 3
Por de…nição, teremos:
8 G
" ; (5.122)
c2
e consequentemente
c2
" = (5.123)
8 G
A Eq.(5.119) assumirá a forma:
2
a_ 8 G kc2 8 G
= " + " )
a 3c2 2
R a(t)2 3c2
2
a_ 8 G kc2
= (" + " ) (5.124)
a 3c2 R2 a(t)2
108 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
4 G P
r2 + = (" + 3P ) = 4 G +3 : (5.126)
c2 c2
Para permanecer estático, o universo deve ter velocidade de expansão e aceleração nulas
(a_ = 0 e a
• = 0; respectivamente). Se a
• = 0; então a Eq.(5.121) …cará assim:
4 G
(" + 3P ) = 0: (5.127)
3 3c2
Se inserirmos (5.122) em (5.127), encontraremos:
8 G 4 G
" (" + 3P ) = 0 )
3c2 3c2
4 G
(2" " 3P ) = 0 )
3c2
8 G kc2
" = (5.131)
c2 R2 a(t)2
De acordo com (5.122), teremos:
kc2
= : (5.132)
R2 a(t)2
Como estamos considerando um universo estático, o fator de escala será constante durante
todo o tempo. Então:
a (t) = a0 = 1;
e consequentemente
kc2
= 2 )
R
kc2
R2 = :
2 c2
R = )
R= pc (5.133)
Einstein, mesmo insatisfeito com os resultados publicou o seu modelo de universo estático
com curvatura positiva. Apesar de todos os esforços com a constante cosmológica, esse
modelo ainda continuava instável. Para vermos isso, consideraremos a equação da aceleração:
a
• 4 G 4 G
= (" + 3P ) + : (5.134)
a 3c2 3
onde 4 G = :
Einstein considerava a radiação como sendo insigni…cante para a dinâmica cósmica. Dessa
forma, somente materia e constante cosmológica poderiam afetar a evolução do universo.
Como a equação de estado aponta uma pressão nula para componentes não relativísticas
(materia), a Eq.(5.134) …ca na forma:
a
• 4 G 4 G
= 2
"+ :
a 3c 3
Se lembrarmos que = "=c2 ; veremos que essse modelo é estático. Mas, como a constante
cosmológica não se altera no decorrer do tempo, a densidade de materia não pode se alterar
para que o universo permaneça estático.
Acontece que o próprio Einstein, quando formulou a Teoria da Relatividade Restrita,
descobriu a conversão massa e energia dada por:
110 CAPíTULO 5 DINÂMICA CÓSMICA
E = mc2 :
Sabemos que no interior estelar, a todo momento, massa se transforma em em energia na
forma de radiação pelo processo de fusão nuclear. Vamos considerar que uma quantidade
de materia se converte em radiação. A equação da aceleração então deve considerar as duas
formas de manifestação de energia:
a
• 4 G 4 G
= ("n~ rel + 3Pn~ rel + "rel + 3Prel ) + : (5.135)
a 3c2 3
Sabemos que:
8
< P
~ rel = 0
n
;
: P = 1"
rel 3 rel
e então
a
• 4 G 4 G
= (" n
~ rel + " rel + " rel ) + : (5.136)
a 3c2 3
Por conservação de energia, temos a equação:
Para um universo homogeneo e isotrópico, a relação entre a(t) ; P (t) e " (t) é dada pelo
sistema composto pelas seguintes equações:
A Equação de Friedmann:
2
a_ 8 G kc2
= " (t) ; (6.1)
a 3c2 R 2 a2
A Equação de Fluido:
a_
"_ + 3 (" + P ) = 0; (6.2)
a
A Equação de Estado:
P = !": (6.3)
Em princípio, dada as condições de limite apropriadas, podemos calcular através de (6.1),
(6.2) e (6.3), as variáveis a(t) ; P (t) e " (t) para qualquer tempo.
111
112 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
X
"= "! , (6.4)
!
Logicamente, teremos também para cada componente uma equação do ‡uido, dada pela
Eq.(6.2). Assim:
a_
"_ ! + 3 ("! + P ) = 0 )
a
a_
"_ ! + 3 ("! + !"! ) = 0 )
a
a_
"_ ! + 3 (1 + !) "! = 0: (6.6)
a
Vamos reescreve-lada seguinte forma:
d"! 3 da
+ (1 + !) "! = 0: (6.7)
dt a dt
Pela regra da cadeia, podemos fazer:
d"! d"! da
= : (6.8)
dt da dt
da
Substituindo (6.8) em (6.7) e evidenciando dt
encontraremos:
d"! da 3 da
+ (1 + !) "! = 0 )
da dt a dt
da d"! 3
+ (1 + !) "! = 0: (6.9)
dt da a
da
Sabemos que hoje, o universo expande aceleradamente no decorrer do tempo. Então dt
6= 0.
Para que a Eq.(6.9) seja verdadeira, temos:
d"! 3
+ (1 + !) "! = 0:
da a
Se for a intenção encontrar "! (a), devemos resolver esta equação diferencial. Então:
d"! 3
= (1 + !) "! )
da a
d"! da
= 3 (1 + !) : (6.10)
"! a
6.1 EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DE ENERGIA 113
ln "! = 3 (1 + !) ln a )
3(1+!)
ln "! = ln a +C )
3(1+!)
exp (ln "! ) = exp ln a +C )
eC = "0 : (6.12)
Inserindo (6.12) em (6.11), vamos encontrar:
3(1+!)
"! (a) = "0 a : (6.13)
De acordo com (5.112), o parâmetro ! para a equação de estado que considera a materia
é nulo. Assim, a densidade de energia será encontrada se inserimos esse resultado em (6.13):
3(1+0) 3
"m (a) = "m0 a = "m0 a )
"m0
"m (a) = : (6.14)
a3
"r0
"r (a) = : (6.15)
a4
Para entender esta diferença entre materia e radiação, vamos pensar que a densidade de
energia de ambas as componentes seja:
onde a grandeza n é a densidade do número de partículas que nada mais é que o número de
partículas dividido por unidade de volume. Então:
no de part{culas
n= :
[V ]
O volume do universo é dado por V = 4
3
R3 a (t)3 = V0 a (t)3 : Então, como V0 é constante,
podemos considerar a relação:
V / a3 ;
e consequentemente
1
n/ : (6.17)
a3
Vamos considerar mais uma vez uma esfera de raio comóvel re que se expande com o uni-
verso (Fig.6.1). Quando o raio próprio se expande num fator de 2, o volume aumenta 8
vezes e a densidade do número ne partículas diminui 8 vezes. A energia das partículas
não-relativísticas (matéria) é composta apenas por sua energia de repouso, E = mc2 , que
permanece constante com a expansão. Sabendo disso, vemos pela Eq.(6.16) que a densidade
de energia da materia não relativística é proporcional à n : Logo:
1
"m / n / : (6.18)
a3
Para a componente relatívistica (radiação), a energia de cada fóton será dada pela
Eq.(1.75):
6.1 EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DE ENERGIA 115
hc
E= :
Visto que o comprimento de onda tem dimensão de comprimento, ele se expande com o
universo. Por conveniencia, devemos considerar então
hc
E=; (6.19)
0a
hc
"r = n : (6.20)
0a
1 hc
" r = Kp )
a3 0 a
hcKp 1
"r = 4
:
0 a
hcKp
Como 0
é um termo constante, é válida a relação:
1
"r /
: (6.22)
a4
Para chegarmos à essa conclusão, tivemos que assumir que o número de fótons do universo
permanece constante com o tempo, o que não é condizente com a realidade. Para nos
convensermos disso, basta imaginarmos que o Sol emite 1045 fótons por segundo. Porém,
podemos considerar o resultado (6.22) como aproximadamente correto, visto que a Radiação
Cósmica de Fundo (RCF), uma consequência do Big Bang, tem um número de fótons muito
maior que o emitido por todos as estrelas em toda a história do universo. Para ver como
isso é verdadeiro, vamos considerar os dados experimentais à respeito da RCF. A densidade
de energia atual da RCF é:
33
nL 2; 6 10 ! m 3: (6.25)
Vamos assumir que as galáxias estão emitindo luz nessa taxa por todo tempo que o
universo possui, to = H 1 14Gyr 4; 4 1017 s. Assim, a densidade de energia das
estrelas é dada por:
33 3
"est nLt0 2; 6 10 !m 4; 4 1017 s )
15 3
"est 1: 144 10 J m )
A Radiação Cósmica de Fundo é uma relíquia do tempo de quando o universo era quente
e denso o su…ciente para deixar os fótons opacos. Se nós extrapolarmos esse tempo , en-
contraremos um universo tão quente e denso que até os neutrinos eram opacos. Como
conseqüência, devemos ter hoje um Fundo Cósmico de Neutrinos, análogo à Radiação Cós-
mica de Fundo. A Radiação Cósmica de Fundo formou-se quando o universo tinha 379.000
anos de idade e o Fundo Cósmico de Neutrinos, quando ele tinha apenas 2 segundos de idade.
A densidade de energia dos neutrinos deveria ser comparável com a energia dos fótons. Um
cálculo detalhado indica que a densidade de energia de cada sabor de neutrino deveria ser
4
7 4 3
"= "RCF 0 0; 227"RCF 0 : (6.27)
8 11
Podemos concluir que neutrinos são relativísticos, pois sua energia é muito maior que
a energia de repouso, E = m c2 . Assim, o parâmetro de densidade para os 3 sabores de
neutrinos será:
10 4 eV5
E ; (6.29)
a
para E > m c2 . Se a energia média das partículas de neutrino cair para aproximadamente
E m c2 , eles deixarão de ser considerados radiação e serão considerados materia. É
importante notar que o Fundo Cósmico de Neutrinos ainda não pode ser detectado. A
tecnologia atual só permite a detecção de neutrinos com energia maior que 0; 1 M eV , maior
que os neutrinos do Fundo Cósmico de Neutrinos.
6.1 EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DE ENERGIA 117
5 5
r0 = RCF + 0 = 5; 0 10 + 3; 4 10 )
r0 = 8; 4 10 5 : (6.30)
Conhecemos a densidade de energia da Radiação Cósmica de Fundo com muito boa
precisão. Podemos calcular o quanto deveria ser a densidade de energia do Fundo Cósmico
de Neutrinos. Infelizmente, não temos muito conhecimento sobre a densidade de energia
total da materia não-relativística e a constante cosmológica. Evidênciais atuais fornecem
um parâmetro de densidade de 0; 3 para a materia não-relativística e 0; 7 para a constante
cosmológica. Assim, quando combinamos em um modelo as propriedades de um universo
real, o chamamos de Modelo de Mercado. Este modelo tem r0 = 8; 4 10 5 para radiação,
m0 = 0; 3 para a matéria não relativística e 0 = 0; 7 para a constante cosmológica.
É importante notar que este modelo considera a curvatura espacial nula, ou seja, espaço
tridimensional plano.
Vamos então organizar os dados que temos até agora. De acordo com a Eq.(6.13) referente
a evolução temporal da densidade de energia de cada componente em função do fator de
escala, ao considerarmos os valores das Eqs.(5.112, 5.114, 5.116) para o parâmetro !, teremos:
8
>
> " (a) = "m0 a 3 ) para ! = 0;
>
< m
"r (a) = "r0 a 4 ) para ! = 1=3; (6.31)
>
>
>
: " (a) = "
0 ) para ! = 1:
O parâmetro de densidade atual de cada componente, considerando o modelo de mercado,
é:
8
>
> = 0; 3 ;
>
< m0
r0 = 0; 7 ; (6.32)
>
>
>
: 5
0 = 8; 4 10 :
A razão entre parâmetro de densidade da constante cosmológica e a o parâmetro de
densidade da materia não-relativística é:
" 0 0 0; 7
= = )
"m0 m0 0; 3
118 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
" 0
2; 3: (6.33)
"m0
Na linguagem dos cosmólogos, a constante cosmológica "domina"sobre a materia. No
passado, porém, quando o fator de escala era menor. Utilizando as Eqs.(6.31), a razão entre
as densidades é:
"m0 m0 0; 3
= = 5
)
"r0 r0 8; 4 10
"m0
= 3571: (6.36)
"r0
Isto vale supondo que os três sabores de neutrino são relativísticos. Caso algum deles não
seja, esse valor será ainda mais elevado. No passado, houve um momento onde "m (a) e "r (a)
eram iguais. Utilizando as Eqs.(6.31), teremos:
3
"m (a) "m0 a "m0
= 4
= a = 1:
"r (a) "r0 a "r0
De acordo com (6.36):
"m (a)
= 3571a = 1 )
"r (a)
1
a= )
3571
4
a = 2; 8 10 (6.37)
6.1 EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DE ENERGIA 119
8 GX
2
2 a_ 3(1+!) kc2
H = = "!0 a )
a 3c2 ! R 2 a2
!
8 GX kc2
a_ 2 = a2 "!0 a 3(1+!)
)
3c2 ! R 2 a2
8 GX kc2
a_ 2 = "!0 a2 a 3(1+!)
a2 )
3c2 ! R 2 a2
2 8 GX kc2
a_ = 2
"!0 a2 3(1+!)
)
3c ! R2
8 GX kc2
a_ 2 = "!0 a (1+3!)
(6.39)
3c2 ! R2
Cada termo do membro direito da Eq.(6.39) tem uma diferente dependência do fator
de escala. A radiação contribui com um termo / a 2 , a materia com um termo / a 1 ; a
curvatura com um independente de a e a constante cosmológica contribui com um termo
/ a2 . Resolvendo a Eq.(6.39), não encontramos um solução analitica simples para a (t). No
entanto, considerando modelos de universo simpli…cados com componentes isoladas, teremos
importantes percepções sobre a física da evolução do universo.
120 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
kc2
a_ 2 = )
R2
cp
a_ = k: (6.40)
R
As únicas soluções seriam um universo plano estático (k = 0; a_ = 0) e um universo com
cuvatura negativa. Desconsideramos um universo positivamente curvado, pois uma constante
de curvatura positiva na Eq.(6.40) iria proporcionar um número complexo. Substituímos
então k = 1 na equação. Assim:
c
a_ = : (6.41)
R
Em um universo em expansão, esperamos que a velocidade da mudança do raio seja
positiva (a_ > 0). Então, para um universo vazio com curvatura negativa, temos a_ = c=R. O
fator de escala atual então pode ser descrito como:
_ 0)
a0 = at
c
a0 = t0 :
R
Como a0 = 1; podemos veri…car que:
1 c
= : (6.42)
t0 R
Vamos econtrar uma expressão para a (t) : Reescrevendo a Eq.(6.41) em termos diferen-
ciais, com o sinal negativo e considerando a Eq.(6.42):
da c 1
= = : (6.43)
dt R t0
Vamos agora resolver esta equação difrencial:
1
da = dt )
t0
Z Z
1
da = dt )
t0
1
a (t) = t + C1 : (6.44)
t0
Como valor inicial, temos que o universo iniciou sua expansão com o Rp = 0. Logo, a (0) = 0.
Então
6.2 UNIVERSO COM CURVATURA 121
1
a (0) = 0 + C1 = 0 )
t0
C1 = 0:
A Eq.(6.44) assume a forma:
t
a (t) = ; (6.45)
t0
que pode ser visualizada em verde na Fig.6.2.
Esse modelo é conhecido como o Universo de Milne. Em termos Newtonianos, se não
existe força gravitacional, a velocidade de afastamento entre dois pontos não diminui. Se
não existe também a constante cosmológica, a velocidade de afastamento entre os mesmos
dois pontos não aumenta. Podemos então concluir que no universo de Milne, a velocidade de
expansão é constante. Assim, a idade atual do universo é exatamente a mesma que o tempo
de Hubble.
t 1
t0 = = ) (6.46)
a H0
t 1
t0 = = )
a a_ 0 =a0
t0 a0
= )
a0 a_ 0
1
t0 = ;
a_ 0
Substituindo a Eq.(6.41), teremos;
R
t0 = ; (6.47)
c
tal como em onde (6.43).
Um universo vazio em expansão pode não parecer nada além de uma curiosidade matemática.
Porém se o universo tem uma densidade de energia " que é muito menor que a densidade
crítica "c (então teremos 1), o comportamento linear do fator de escala, dado pela
Eq.(6.45) é uma boa aproximação do comportamento real do fator de escala em função do
tempo.
Suponha um universo em expansão com o parâmetro de densidade desprezível, sendo
plausível a aproximação de um universo vazio curvado negativamente, com o tempo atual
dado por t0 = R=c: Você observa uma fonte luminosa, como uma galáxia, que tem um
redshift z. O feixe de luz que você observa agora em t = t0 , foi emitido em um tempo
passado t = te . De acordo com a Eq.(4.149), se considerarmos o tempo te temos:
1
1+z = : (6.48)
a (te )
122 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
Para um universo vazio, temos a Eq.(6.45) que fornece o fator de escala em função do
tempo. Substituindo-a em (6.48), teremos:
t0
1+z = : (6.49)
te
Se isolarmos te em (6.49) e também considerar a Eq.(6.46), teremos:
t0 1
te = = : (6.50)
1+z H0 (1 + z)
Quando observamos um feixe de luz proveniente de uma galáxia, devemos nos questionar
não só sobre o seu tempo de emissão, mas também a sua distância. A Eq.(4.132) nos da a
distância própria como:
Z r
dp (t0 ) = a (t0 ) dr )
0
Z r Z r
dp (t0 ) = a0 dr = dr )
0 0
dp (t0 ) = r: (6.51)
Se a luz foi emitida pela galáxia no tempo te e observada em t0 ; a geodésica nula seguida
pela luz satisfaz a Eq.(4.146):
Z t0 Z r
dt
c = dr = r: (6.52)
te a (t) 0
t0
dp (t0 ) = ct0 ln : (6.54)
te
De acordo com a Eq.(6.49), podemos escrever (6.54) da seguinte forma:
c
dp (t0 ) = ln jz + 1j : (6.56)
H0
Em um universo vazio em expansão, podemos ver objetos que estão atualmente muito
distantes. Porém, à distância maiores que c=H0 ; o redshift cresce exponencialmente com
a distância. À primeira vista, pode parecer contra-intuitivo que você possa ver uma fonte
luminosa à distâncias maiores que c=H0 ; quando temos que a idade do universo é dada
por t0 = 1=H0 :
1
d> c)
H0
d > t0 c: (???) :
Devemos lembrar que dp (t0 ) é a distância própria no tempo de observação. No tempo de
emissão, a distância própria dp (te ) era menor. Temos que a distância própria é:
dp (t) = a (t) dc :
Ao isolarmos a distância comóvel (que é constante), teremos:
dp (t)
dc = :
a (t)
Isso signi…ca que o quociente entre a distância própria e o fator de escala, ambos em função
do tempo, é constante para todo o tempo cósmico. Torna-se válida então a expressão:
dp (te ) dp (t0 )
= )
a (te ) a (t0 )
dp (te ) dp (t0 )
= = dp (t0 ) )
a (te ) a0
dp (t0 )
dp (te ) = (6.58)
1+z
A distâcia própria pode ser encontrada pela Eq.(6.56). Substituindo-a em (6.58), encon-
traremos:
c ln jz + 1j
dp (te ) = (6.59)
H0 1 + z
124 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
Figura 6.2: Fator de escala em função do tempo para diferentes modelos de universos com uma
componente.
8 GX
a_ 2 = "!0 a (1+3!)
: (6.60)
3c2 !
Para modelos de universos com uma única componente, teremos:
8 G"0 (1+3!)
a_ 2 = a : (6.61)
3c2
Vamos reorganiza-la da seguinte forma:
r
8 G"0 (1+3!)
a_ = a 2 : (6.62)
3c2
E depois utilizar a notação de Leibniz para taxa de variação do fator de escala em relação
ao tempo:
r
da 8 G"0 (1+3!)
= a 2 : (6.63)
dt 3c2
Vamos resolver essa equação diferencial separável:
r
(1+3!) 8 G"0
a 2 da = dt )
3c2
6.3 UNIVERSOS ESPACIALMENTE PLANOS 125
Z r Z
(1+3!) 8 G"0
a 2da = dt )
3c2
r
1 (1+3!) 8 G"0
(1+3!)
a 2 +1 = t+C )
+ 1 3c2
2
r
2 3(1+!) 8 G"0
a 2 = t + C: (6.64)
3 (1 + !) 3c2
Vamos aplicar a condição de Big-Bang, ou seja, no tempo zero, o fator de escala era zero
(a (0) = 0). Então:
r
2 3(1+!) 8 G"0
0 2 = 0+C )
3 (1 + !) 3c2
C = 0: (6.65)
Com esse resultado, a Eq.(6.64) …cará:
r
2 3(1+!) 8 G"0
a 2 = t)
3 (1 + !) 3c2
r
3(1+!) 3 (1 + !) 8 G"0
a 2 = t)
2 3c2
r
3(1+!) 32 8 G"0
a 2 = (1 + !) t)
22 3c2
r
3(1+!) 3 2 G"0
a 2 = (1 + !) t)
1 c2
r
3(1+!) 6 G"0
a 2 = (1 + !) t)
c2
" r # 3(1+!)
2
6 G"0
a (t) = (1 + !) t : (6.66)
c2
a0 a (t0 ) 1: (6.67)
6 G"0
a (t0 ) = (1 + !) t0 = 1:
c2
126 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
Vamos passar o expoente da expressão do lado esquerdo para o lado direito, com sinal inverso:
r
6 G"0 2
(1 + !) t0 = 1 3(1+!) :
c2
Como o número 1 elevado a qualquer expoente é ele próprio, teremos:
r
6 G"0
(1 + !) t0 = 1:
c2
Logo,
r
6 G"0 1
(1 + !) 2
= : (6.68)
c t0
Substituindo (6.68) em (6.66), vamos obter:
2
t 3(1+!)
a (t) = t0
: (6.69)
s s
1 c2 1 c2
t0 = = )
(1 + !) 6 G"0 (1 + !) 2:3: G"0
s s
1 3c 2 1 22 :3c2
t0 = = )
(1 + !) 2:32 : G"0 (1 + !) 23 :32 : G"0
s s
1 22 3c2 1 22 3c2
t0 = = )
(1 + !) 32 23 G"0 (1 + !) 32 8 G"0
s s
1 2 3c 2 2 3c2
t0 = = )
(1 + !) 3 8 G"0 3 (1 + !) 8 G"0
r
8 G"0 2 1
2
= (6.73)
3c 3 (1 + !) t0
D = f! 2 R j ! 6= 1g :
128 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
Logo, (6.77) é valido para ! 6= 1, ou seja, radiação e matéria sem considerar componentes
exóticas desconhecidas.
Ja foi vimos a seguinte relação
1
1+z =
a (te )
que ao consierarmos (6.77), vamos obter
2
t0 3(1+!)
1+z = :
te
O tempo de emissão será dado por:
3(1+!) t0
(1 + z) 2 = )
te
t0
te = 3(1+!)
: (6.78)
(1 + z) 2
Z 2 " #
t0 2
t 3(1+!)
3(1+!) 1 1 2 t0
dp (t0 ) = c dt = ct0 2 t 3(1+!) )
te t0 1 3(1+!)
te
2 t0
3(1+!) 3 (1 + !) (1+3!)
dp (t0 ) = ct0 t 3(1+!) )
(1 + 3!) te
e inserir em (6.80):
" (1+3!) #
2 te 3(1+!)
dp (t0 ) = c 1 (6.82)
H0 (1 + 3!) t0
1
1+z = : (6.83)
a(te )
Aplicando (6.77) em (6.83):
1
1+z = 2 )
t 3(1+!)
t0
1
te 3(1+!) 1
= (1 + z) 2 : (6.84)
t0
Inserindo (6.84) em (6.82):
2 h (1+3!)
i
dp (t0 ) = c 1 (1 + z) 2 (6.85)
H0 (1 + 3!)
O objeto mais distante que pode ser visto foi emitido no tempo t = 0. A distância
própria no tempo de observação para esse objeto é denominada distância de horizonte. Em
um universo descrito pela métrica de Robertson-Walker, temos:
Z t0
dt
dhor (t) = c : (6.86)
0 a (t)
Ou seja, nesse caso, vamos calcular o limite de te ! 0 em (6.80) e (6.82) para obtermos:
3 (1 + !) c 2
dhor (t) = ct0 = : (6.87)
(1 + 3!) H0 (1 + 3!)
Em universos onde ! > 1=3, um observador só pode ver uma porção do universo. Isso
é denominado universo observável. Caso contrário, a distância de horizonte é in…nita e ele
pode observar todo ponto do espaço, supondo ser o universo transparente.
2 1
t0 = :
3 H0
Logo, o fator de escala é expressado por
130 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
2
t 3
a (t) = ; (6.88)
t0
que pode ser observado em vermelho na Fig.6.2.
Inserindo ! = 0 nas Eqs.(6.80, 6.85), vamos encontrar
" #
3 (1 + 0) te
(1+3 0)
3(1+0) 2 h (1+3 0)
i
dp (t0 ) = ct0 1 = c 1 (1 + z) 2 )
(1 + 3 0) t0 H0 (1 + 3 0)
" 1
#
te 3 2c 1
dp (t0 ) = 3ct0 1 = 1 p ; (6.89)
t0 H0 1+z
2 3
(1+3 31 ) " #
3 1+ 1
6 te 3) 7
3(1+ 1 2 (1+3 13 )
3
dp (t0 ) = 1
ct0 41 5= 1
c 1 (1 + z) 2 )
1+3 3
t0 H0 1+3 3
" 1
#
te 2 c 1
dp (t0 ) = 2ct0 1 = 1 : (6.92)
t0 H0 1+z
6.3 UNIVERSOS ESPACIALMENTE PLANOS 131
Tal como com o universo plano composto pela materia, a distância propria no tempo de
emissão dp (te ) será dp (te ) dividida por (1 + z) :
dp (te ) c 1
dp (te ) = = 1 )
1+z (1 + z) H0 1+z
c 1+z 1 c z
dp (te ) = = )
(1 + z) H0 1+z (1 + z) H0 1 + z
c z
dp (te ) = : (6.93)
H0 (1 + z)2
Nesse modelo de universo, a distância própria no tempo de emissão tem um máximo
quando z = 1, onde dp (te ) = 4Hc 0 :
Vamos terminar considerando o universo como composto somente pela constante cosmologica
- . Aqui temos ! = 1. Como ! < 1=3, não podemos usar as equações que vinhamos
utilizando. Ao invés disso, vamos reconsiderar a equação de Friedmann para universos planos
- (6.61)
r
8 G"0 (1+3!)
a_ = a 2 :
3c2
Quando ! = 1, temos:
r
da 8 G"0 (1 3)
a_ = = a 2 )
dt 3c2
r r
da 8 G"0 ( 2) 8 G"0 2
= a 2 = a2 )
dt 3c2 3c2
r
da 8 G"0
= a (6.94)
dt 3c2
Resolvendo essa equação diferencial:
r
8 G"0
a da = dt )
3c2
Z r Z
8 G"0
a da = dt )
3c2
r
8 G"0
ln a = t+C )
3c2
132 CAPíTULO 6 UNIVERSO COM UMA COMPONENTE
r !
8 G"0
exp(ln a) = exp t+C )
3c2
r !
8 G"0
a (t) = C2 exp t (6.95)
3c2
1
C2 = q )
8 G"0
exp 3c2 0
t
r !
8 G"0
C2 = exp t0 (6.96)
3c2
a (t) = eH0 (t t0 )
: (6.99)
6.3 UNIVERSOS ESPACIALMENTE PLANOS 133
dp (t0 ) c z
dp (te ) = = : (6.101)
1+z H0 (1 + z)
Capítulo 7
8 G kc2
H (t)2 = " (t) (7.1)
3c2 R 2 a2
em que H (t) = a=a,
_ e " é a densidade de energia de todas as componentes. A equação (5.31)
nos fornece a relação
k H02
= ( 0 1) : (7.2)
R2 c2
Com (7.2) em (7.1), podemos reescrever a equação de Friedmann da seguinte forma
8 G H02
H (t)2 = " (t) ( 0 1) : (7.3)
3c2 a2
Dividindo por H02 ; teremos
H (t)2 8 G 1
2
= 2 2
" (t) + 2 (1 0) : (7.4)
H0 3H0 c a
De…nindo a densidade de energia critica atual como sendo
3H02 c2
"c0 ; (7.5)
8 G
teremos
135
136 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
chamada "quintessencia", que tem o parâmetro da equação de estado 1 < ! < 1=3.
Porém, vamos considerar nessa sessão somente aquelas três componentes que são conheci-
das.
Assim, temos:
3 4
" (t) = "m + "r + " = "m0 a + "r0 a +" 0 (7.7)
Inserindo (7.7) em (7.6):
H (t)2 ("m0 a 3
+ "r0 a 4
+ " 0) 1
2
= + (1 0) )
H0 "c0 a2
H (t)2 "m0 a 3
"r0 a 4
" 0 1
2
= + + + 2 (1 0) )
H0 "c0 "c0 "c0 a
H (t)2 m0 r0 1
2
= 3 + 4 + 0 + (1 0) ; (7.8)
H0 a a a2
" 0
onde m0 = ""m0c0
; r0 = ""r0
c0
, 0 = "c0 e 0 = m0 + r0 + 0 : No capitulo anterior, foi
introduzido o conceito de Modelo de Mercado que engloba as propriedades do universo real.
Esse modelo tem 0 = 1; que indica um universo espacialmente plano.
Sabendo que H = a=a,
_ podemos reescrever (7.8) como
2
a_ 1 m0 r0 1
2
= 3 + 4 + 0 + (1 0) ; (7.9)
a H0 a a a2
e em seguida vamos multiplicar por a2 :
a_ 2 m0 r0
2
= + 2 + a2 0 + (1 0) )
H0 a a
r
1 da m0 r0
= + 2 + a2 0 + (1 0) )
H0 dt a a
da
H0 dt = q )
m0
a
+ r0
a2
+ a2 0 + (1 0)
Z
da
H0 t = q : (7.10)
m0
a
+ r0
a2
+ a2 0 + (1 0)
Essa não é uma integral fácil de se resolver. Na maioria dos casos, não terá uma solução
analítica. Porém, conhecendo os valores dos parâmetros de densidade, é possível a integração
numérica.
Em algumas circunstâncias, a integral em (7.10) tem uma solução analitica aproximada.
Por exemplo, na seção anterior foi visto que em um universo com radiação, matéria, constante
cosmológica e curvatura, o termo comradiação dominou a expansão nos primeiros estágios do
universo. Nesse limite, a Eq.(7.10) pode ser simpli…cada desprezando os termos com outras
componentes:
7.1 UNIVERSO COM MATÉRIA E CURVATURA 137
Z
da
H0 t q ) (7.11)
r0
a2
Z
ada
H0 t p )
r0
1
H0 t p a2 )
2 r0
p 1
2
a 2 r0 H0 t (7.12)
H (t)2 0 1
2
= 3 + 2 (1 0) : (7.13)
H0 a a
Se este univeso está atualmente em expansão (H0 > 0), é possível prever se ele nunca
deixará de expandir ?
Supondo que que ele expanda até alcançar um tamanho máximo (amax ) e pare de se
expandir, ou seja H (t) = 0. Aplicando essa restrição em (7.13), obtemos:
0 1
0= 3
+ (1 0) )
amax a2max
0
= (1 0) )
amax
0
amax = : (7.14)
0 1
138 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
Para esse modelo com 0 > 1, a solução encontrada é paramétrica na forma de uma
cicloide . Vamos fazer a parametrização
1 0
a( ) = (1 cos ) (7.16)
2 0 1
onde o parâmetro varia de 0 até 2 . Em seguida, derivar (7.16):
da 1 0
= sen )
d 2 0 1
1 0
da = sen d ; (7.17)
2 0 1
e por …m substituir as Eqs.(7.16, 7.17) em (7.15):
Z 1
2
0
1
sen d
H0 t = s 0
)
1 0
0
+1 0
2 1
(1 cos )
0
Z
1 0 sen d
H0 t = rh i)
2 0 1 2( 0 1)
(1 cos )
+1 0
7.1 UNIVERSO COM MATÉRIA E CURVATURA 139
Z Z
1 0 sen d 1 0 sen d
H0 t = rh i=2 r h i)
2 0 1 2( 0 1) 0 1 2
(1 cos )
( 0 1) ( 0 1) (1 cos )
1
Z
1 0 sen d
H0 t = p rh i)
2( 0 1) ( 0 1) (2 1+cos )
(1 cos )
Z s
1 0 (1 cos )
H0 t = 3 sen d )
2( 0 1) 2 (1 + cos )
Z s
1 0 sen2 (1 cos )
H0 t = 3 d )
2( 0 1) 2 (1 + cos )
1 0
t( ) = 3 ( sen ) : (7.18)
2H0 ( 0 1) 2
Com as Eqs.(7.16, 7.18) pode-se plotar o grá…co a (t), que se encontra na Fig.7.1
Como disse anteriormente, o parametro é nulo no Big-Bang e assume o valor de 2 no
Big-Crunch (colapso). Para sabermos o tempo decorrente desse ciclo, devemos impor esses
limites ao resultado da integração (7.18):
1 0
t (2 ) = tcrunch = 3 ( sen )j20 )
2H0 ( 0 1) 2
1 0
tcrunch = 3 (2 sen2 0 + sen0) )
2H0 ( 0 1) 2
1 0
tcrunch = 3 (2 ) )
2H0 ( 0 1) 2
0
tcrunch = 3 (7.19)
H0 ( 0 1) 2
140 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
Figura 7.1: Grá…co do fator de escala em função do tempo cósmico para universos com materia e
curvatura positiva. Foi utlizado 0 = 1:1:
Tal como foi dito do capítulo passado, para universos planos, onde 0 = 1, temos um
fator de escala que mantém o comportamento
2
t 3
a= ;
t0
que pode ser visualizado na Fig.7.2.
Porém, para universos com 0 < 1, temos que integrar a Eq.(7.15) com a utilização de
parâmetros. A parametrização necessária para esse caso será
1 0
a( ) = (cosh 1) ; (7.20)
2 (1 0)
da 1 0
= senh )
d 2 (1 0)
1 0
da = senh d ; (7.21)
2 (1 0)
7.1 UNIVERSO COM MATÉRIA E CURVATURA 141
Figura 7.2: Grá…co do fator de escala em função do tempo para espaço-tempo plano.
Z
1 0 senh d
H0 t = rh i)
2 (1 0) 2(1 0)
(cos 1)
+1 0
Z
1 0 senh d
H0 t = r h i)
2 (1 0) 2
(1 0 ) (cosh 1)
+1
Z
1 0 senh d
H0 t = 3 rh i)
2 (1 0)
2 2 1+cosh
(cosh 1)
Z
1 0 senh d
H0 t = 3 rh i)
2 (1 0)
2 (1+cosh )
(cosh 1)
142 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
Z s
1 0 (cosh 1)
H0 t = 3 senh d )
2 (1 0 )2 (1 + cosh )
Z s
1 0 senh2 (cosh 1)
H0 t = 3 d
2 (1 0 ) 2 (1 + cosh )
Z
1 0
H0 t = 3 (cos 1) d )
2 (1 0 ) 2
1 0
t( ) = 3 (sin ): (7.22)
2H0 (1 0)
2
Coms as Eqs.(7.20, 7.22) foi plotado o grá…co do fator de escala com respeito ao tempo que
pode ser visualizado na Fig.7.3.
É importante notar que quando a ! 0, o comportamento tende a ser identico ao obser-
vado em um universo plano, visto em Fig.7.2. Porém, quando a ! 1, o comportamento
tende a ser linear, tal como universos dominado apenas pela curvatura negativa.
Podemos perceber que o comportamento do universo é totalmente dependente do parâmetro
de densidade 0 . Valores com 0 < 1, indicam que a densidade de energia desse modelo
está abaixo do valor de densidade crítica (" < "cr ) e isso ocasiona uma expansão eterna,
denominada Big-Chill: Por outro lado, se a densidade de energia for maior que a densidade
crítica, ocorrerá o colapso ou Big-Crunch. A Fig.7.4 mostra um grá…co comparativo entre
esse comportamentos e nos leva a conclusão de que nesse modelo com materia e curvatura,
o destino do universo depende da densidade de energia.
0 = m0 + 0 =1)
7.3 UNIVERSO COM MATERIA E CONSTANTE COSMOLÓGICA 143
Figura 7.3: Grá…co do fator de escala no tempo para universos com curvatura negativa. Foi
utlizado 0 = 0:9:
0 =1 m0 : (7.23)
Trabalhando com a equação de Friedmann em (7.8), temos:
H (t)2 m0 r0 1
2
= 3 + 4 + 0 + (1 0) )
H0 a a a2
H (t)2 m0 1
2
= 3 + (1 m0 ) + (1 1) )
H0 a a2
H (t)2 m0
2
= 3 + (1 m0 ) : (7.24)
H0 a
O primeiro termo do membro direito representa a contribuição da materia e é sempre
positivo. O segundo termo representa a contribuição da constante cosmológica e é positivo
quando m0 < 1 pois implica em 0 > 0 assim com é negativo quando m0 > 1 pois implica
em 0 < 0: Desse modo, um universo com 0 > 0 continuará á se expandir para sempre.
Em um universo com 0 < 0, a constante cosmológica impõe um força atrativa e não
repulsiva. Desse modo, o universo irá expandir até um raio máximo seguido pela contração
ocasionada pela força atrativa da constante cosmológica. O raio máximo será alcançado
quando H (t)2 = 0. Inserindo isso em (7.24) :
144 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
Figura 7.4: Grá…co comparativo dos comportamentos do fator de escala para os modelos de
universo plano, aberto e fechado.
m0
3
+ (1 m0 ) =0)
amax
m0
= m0 1=0)
a3max
m0
a3max = )
m0 1
1
3
m0
amax = : (7.25)
m0 1
Reescrevendo (7.24) da seguinte forma:
2
2 m0 a_
H (t) = H02 + (1 m0 ) = )
a3 a
2
da m0
= H02 a2 + (1 m0 ) )
dt a3
7.3 UNIVERSO COM MATERIA E CONSTANTE COSMOLÓGICA 145
s
da m0
= H0 + a2 (1 m0 ) )
dt a
da
q = H0 dt )
m0
a
+ a2 (1 m0 )
Z
da
H0 t = q )
m0
a
+ a2 (1 m0 )
Z r
a
H0 t = da )
[ m0 + a3 (1 m0 )]
Z r
a
H0 t = da )
[ m0 + a3 (1 m0 )]
Z 1
a2
H0 t = p da: (7.26)
[ m0 + a3 (1 m0 )]
u 2 = a3 ) (7.27)
3
u = a2 ;
logo
3 1
du = a 2 da: (7.28)
2
Inserindo as Eqs.(7.27, 7.28) em (7.26) teremos:
Z 2
3
du
H0 t = p )
[ m0 + u2 (1 m0 )]
Z
2 du
H0 t = p ) (7.29)
3 [ m0 + u2 (1 m0 )]
2 m0
= : (7.30)
m0 1
Logo
Z
2 du
H0 t = p q :
3 ( m0 1) 2
u2
2 u
H0 t = p arcsen : (7.31)
3 ( m0 1)
Inserindo (7.27, 7.30) em (7.31):
3
2 a2
H0 t = p arcsen q : (7.32)
3 ( m0 1) m0
m0 1
Esse modelo é valido para constante cosmológica negativa e seu comportamento pode ser
visualizado na função de cor azul da Fig.7.5. Porém, existem evidencias de que a constante
cosmológica tem um valor positivo. Como a Eq.(7.33) não é valida para esse caso ( basta
observar em (7.23) que 0 > 0 implica em m0 < 0 ) vamos integrar a equação de outra
maneira. A Eq.(6.35) fornece a expressão para a escala do universo de quando as densidades
de energia da materia e da constante cosmológica foram equivalentes:
1 1
3 3
m0 m0
am = = (7.34)
0 1 m0
De…nindo
7.3 UNIVERSO COM MATERIA E CONSTANTE COSMOLÓGICA 147
Figura 7.5: Grá…co do fator de escala em função do tempo para o universo composto por materia
e constante cosmológica.
2 m0
= = a3m : (7.36)
1 m0
Logo
Z
2 du
H0 t = p p
2
)
3 (1 m0 ) + u2
q
2 2
H0 t = p ln u + + u2 : (7.37)
3 (1 m0 )
" #
3
q
2 a 2 2
H0 t = p ln + am 3
a3m + a3 )
3 (1 m0 ) am
" 3 q #
2 a 2 1 1
H0 t = p ln + am a3m + am a3 )
3 3
3 (1 m0 ) am
2 s 3
3
3
2 a 2 a
H0 t = p ln 4 + 1+ 5 (7.38)
3 (1 m0 ) am am
2 3
v
2 6 3
a2 u a3 7
6 u 7)
H0 t = p ln r + t1 +
3 (1 m0 ) 4 m0
m0
5
1 m0
1 m0
"r s #
2 1 m0 3 1 m0
H0 t = p ln a + 2 1+ a3 )
3 (1 m0 ) m0 m0
"r s #
2 1 m0 3 1 m0
t= p ln a + 2 1+ a3 : (7.39)
3H0 (1 m0 ) m0 m0
Se quisermos calcular a idade do universo por esse modelo, devemos nos lembrar que em
t0 a escala será a0 = 1.
"r s #
2 1 m0 2
3 1 m0
t (a0 ) = t0 = p ln a0 + 1 + a30 )
3H0 (1 m0 ) m0 m0
"r s #
2 1 m0 1 m0
t0 = p ln + 1+ )
3H0 (1 m0 ) m0 m0
"r r #
2 1 m0 m0 1 m0
t0 = p ln + + )
3H0 (1 m0 ) m0 m0 m0
7.4 UNIVERSO COM RADIAÇÃO E MATÉRIA 149
"r r #
2 1 m0 1
t0 = p ln + (7.40)
3H0 (1 m0 ) m0 m0
1 1 19 1
H0 = (74; 2 3; 6) km s Mpc = (24 1) 10 s :
Utilizando esses valores em (7.40) e (7.41) teremos:
H (t)2 m0 r0
2
= 3 + 4 : (7.42)
H0 a a
Vamos manipilá-la:
2 2
1 a_ 1 da m0 r0
= 2 2 = + )
H02 a H0 a dt a3 a4
2
da m0 r0 m0 r0
= H02 a2 + = H02 + )
dt a3 a4 a a2
s s
da m0 r0 r0 m0
= H0 + = H0 a+1 )
dt a a2 a2 r0
da
H0 dt = r )
a
r0
a2 arm
+1
150 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
1 a da
H0 dt = p r ) (7.43)
r0 a
arm
+1
Z Z a
1 a da
H0 dt = H0 t = p r )
r0 0 a
arm
+1
Z Z a
1 a da
H0 dt = H0 t = p r )
r0 0 a
arm
+1
teremos
Z u
1 arm (u 1) arm du
H0 t = p p )
r0 0 u
Z u Z u Z u
a2rm (u 1) du a2rm 1 1
H0 t = p p =p u du
2 u 2 du )
r0 0 u r0 0 0
" 3 1
#a
a2 2 3 1 a2 2 a 2 a 2
H0 t = p rm u2 2u 2 = p rm +1 2 +1 )
r0 3 r0 3 arm arm
0
" 3 1
#
a2rm 2 a 2 a 2 2 3 1
H0 t = p +1 2 +1 (0 + 1) 2 + 2 (0 + 1) 2 )
r0 3 arm arm 3
" 3 1
#
a2 2 a 2 a 2 2
H0 t = p rm +1 2 +1 +2 )
r0 3 arm arm 3
" 3 1
#
a2rm 2 a 2 a 2 4
H0 t = p +1 2 +1 + )
r0 3 arm arm 3
" 3 1
#
4 a2rm 1 a 2 3 a 2
H0 t = p +1 +1 +1 )
3 r0 2 arm 2 arm
" 3 1
#
4 a2rm 1 a 2 3 a 2
H0 t = p 1+ +1 +1 )
3 r0 2 arm 2 arm
7.4 UNIVERSO COM RADIAÇÃO E MATÉRIA 151
1
a 2
Vamos evidenciar a expressão arm + 1 :
( 1
)
4 a2rm a 2 1 a 3
H0 t = p 1+ +1 +1 )
3 r0 arm 2 arm 2
" 1
#
4 a2rm a 2 a 1 3
H0 t = p 1+ +1 + )
3 r0 arm 2arm 2 2
" 1
#
4 a2rm a a 2
H0 t = p 1+ 1 +1 )
3 r0 2arm arm
" 1
#
4 a2rm a a 2
H0 t = p 1 1 +1 : (7.44)
3 r0 2arm arm
Para termos uma ideia do comportamento em alguns intervalos especi…cos dessa função,
vamos reescrevê-la de outro modo:
8 " # 21 9
4 a 2 < a
2
a =
H0 t = p rm 1 1 +1 )
3 r0 : 2arm arm ;
p " # 12
2
3 r0 a a
H0 t = 1 1 +1 )
4a2rm 2arm arm
" # 12 p
2
a a 3 r0
1 +1 =1 2
H0 t )
2arm arm 4arm
1 p
a a2 a 2
3 r0
1 + 2 +1 =1 2
H0 t )
arm 4arm arm 4arm
" # 12 p
2
a a a a3 a2 3 r0
+1 + 3 + 2 =1 2
H0 t )
arm arm arm 4arm 4arm 4arm
1 p
3a2 a3 2
3 r0
1 + =1 H0 t )
4a2rm 4a3rm 4a2rm
p
3a2 a3 3 r0 9 r0 2 2
1 + 3 =1 H0 t + H t )
4arm 4arm 2
2arm 16a4rm 0
p
3a2 a3 3 r0 9 r0 2 2
+ 2 = H0 t + H t )
4arm 4arm 2
2arm 16a4rm 0
p
a3 3a2 9 r0 2 2 3 r0
= H t H0 t
4a3rm 4a2rm 16a4rm 0 2a2rm
152 CAPíTULO 7 UNIVERSO COM MÚLTIPLAS COMPONENTES
a3 9 r0 2 2 p
3a2 = H t 6 r0 H0 t
arm 4a2rm 0
a3 9 r0 2 2 p
3a2 = H t 6 r0 H0 t (7.45)
arm 4a2rm 0
Para interpretar a Eq.(7.45), é necessário lembrarmos que no universo com materia e
radiação o fator de escala não diminui. Isso indica que com o passar do tempo, o universo
somente cresce. Quando o fator de escala é relativamente pequeno, o tempo cósmico também
é relativamente pequeno ao compararmos com um tempo onde o fator de escala é muito maior
que o dito anteriormente. Logo, quando a arm temos que t trm . Desse modo, os termos
3 9 r0 2 2
a =arm e 16a4 H0 t são desprezíveis. A Eq.(7.45) assume a forma
rm
p
3a2 6 r0 H0 t )
p 1
2
a 2 r0 H0 t ; (7.46)
que é exatamente a equação para o fator de escala em função do tempo para universos
compostos somente por radiação.
Por outro lado, se a arm , logo t trm : Para esse caso, a Eq.(7.45) …ca:
a3 9 r0 2 2
H t )
arm 4a2rm 0
9 r0 2 2
a3 H t )
4arm 0
p 2
3 r0
a3 p H 0 t :
2 arm
Como arm = r0 = m0 , obteremos:
0 12
p
3
@ q r0
a3 H0 tA )
2 r0
m0
0 12
p
3
@ q r0
a3 H0 tA )
2 r0
m0
2
3p 3
a m0 H0 t ; (7.47)
2
que é a expressão para universos compostos somente por materia.
Se quisermos saber o valor de trm , que é aquele onde materia e radiação tem densidades
de energia equivalentes, teremos que considerar a = arm . Inserindo isso na (7.44), teremos
7.5 MODELO DE MERCADO 153
4 a2rm 1 1
trm = p 1 1 (1 + 1) 2 )
3H0 r0 2
p !
4 a2rm 2
trm = p 1 )
3H0 r0 2
p ! 2
4 2 a
trm = 1 p rm )
3H0 2 r0
5
Utilizando os valores de densidade aceitos no modelo de mercado, r0 = 8:4 10 e m0 =
0:3, encontramos
Isso indica que a dominação da radiação durou até 44 137 anos após o instante do big
bang.
Figura 7.6: Fator de escala em função do tempo calculado para o modelo de mercado. As linhas
pontilhadas indicam os tempos de equivalencia entre materia-radiação arm = 2:8 10 4 , e materia-
lambda, am = 0:75 e o presente momento, a0 = 1:
Lista de Ingredientes
5
fótons: 0 = 5:0 10
5
neutrinos: 0 = 3:0 10
5
Radiação total: r0 = 8:0 10
materia barionica: mb = 0:04
materia escura: me = 0:26
Materia total: m0 = 0:30
Constante Cosmológica: 0:70
Épocas Importantes
4 4
Equivalência Materia-Radiação: arm = 2:8 10 trm = 4:4 10 anos
Equivalência Materia-Lambda am = 0:75 tr = 9:8 bilhões de anos
Atualidade: a0 = 1 t0 = 13:5 bilhões de anos
[5] SHUTZ, B. F. A First Course in General Relativity. 2 Ed. New York: Cambridge
University Press, 2009.
[9] STEWART, J. Cálculo: volume 2. 6ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
[11] MORAIS, A. M. A. Gravitação & Cosmologia: Uma Introdução. São Paulo : Editora
Livraria da Física, 2009.
[13] HAWKING, S. W. Uma breve história do tempo: do Big Bang aos buracos negros.
Rio de Janeiro : Rocco, 1988.
155
156 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
The back matter often includes one or more of an index, an afterword, acknowledgements,
a bibliography, a colophon, or any other similar item. In the back matter, chapters do not
produce a chapter number, but they are entered in the table of contents. If you are not using
anything in the back matter, you can delete the back matter TeX …eld and everything that
follows it.
157