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Um Historiador Revolucionário*

Francisco Iglésias

Caio Prado Júnior afirma sua personalidade como político, homem de negócios e intelectual.
Como homem de letras, e Historiador, economista e filósofo. Se quiséssemos destacar nele uma nota
especial, diríamos que e a de escritor, e, como escritor, a de Historiador. Nessa área realizou suas obras
mais importantes, marcando posição como pioneiro e exercendo profunda influencia em sua geração e
nas subsequentes.
Esta obra tem início em 1933 com o ensaio Evolução Política do Brasil, que o tempo não
envelheceu: continua a ser editado e a ter repercussão. Na primeira e segunda edições aparecia com
subtítulo de DzEnsaio de interpretação materialista da História brasileiradz, para indicar a originalidade
de seu pensamento. Pela primeira vez o marxismo era inteligentemente aplicado na historiografia
brasileira, pois as tentativas anteriores eram débeis. O autor depois abandonou o adendo ao titulo,
criteriosamente, e em 194é publicou o ensaio junto com outros, menores, mas igualmente sérios, como
Evolução política do Brasil e outros estudos, já em 11ª edição. Significativo não é o rotulo, mas a
realização. A estréia auspiciosa teria continuidade alguns anos depois, com notáveis obras históricas.
Em 1934 o autor publicaria URSS, um novo mundo, Dzno qual se encontra uma das chaves de seu
modo de ver Ȃ o interesse pela História viva, no caso a experiência comunista da União Soviética,
apenas iniciada. Nesse livro, da conta dos resultados de quanto se fizera, pois pode observá-la em uma
visita, bem como da filosofia que a orienta, o marxismo, já por ele abordado e ao qual se manterá fiel
ao longo de toda a obra. Esta se caracteriza pelo labor incessante, pela coerência: o livro político teve
segunda edição em 1935 e não foi mais reeditado; o autor o considerou envelhecido, possivelmente
(demais, a censura pré-estadonovista da época criava-lhe dificuldades), mas voltou ao tema vários
anos depois, em 19é2, em o mundo do socialismo. Este, mais ainda que aquele, não é a crônica
convencional de uma viagem, mas seria analise da experiência comunista de nos só tempo, sobretudo a
da União Soviética e da China, enaltecida em seus feitos e organização. O marxismo continuara a
informar-lhe a obra, sendo a base de seu pensamento, como se vê em quanto escreveu, notadamente
em livros de filosofia, a cuja redação se dedica, como se dá em Dialética do Conhecimento, em 1952,
seguido de outros.
Intelectual militante, como convém a um marxista, toda a sua obra e marcada por um sentido
pragmático de luta, o que não leva, porém, a distorções no estudo ou na interpretação. O marxismo
para ele, como para todos os que seguem essa orientação com lucidez, observando-a em sua essência, é
mais um método e uma realidade viva, como o praticou o seu criador, em uma das realizações mais
importantes e fecundas do pensamento, em todos os tempos: não seria o que foi se fosse um dogma ou
formula cômoda de antipensamento. Conta o trabalho do fundador e de seus seguidores, que o
encaram com liberdade crítica. Como é o caso do intelectual Caio Prado Júnior.

* IGLÉSIAS, Francisco (Org). Caio Prado Júnior. São Paulo: Ática, 1982, p. 7-34.

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