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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0000569-38.2016.8.05.0256
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : JS RODRIGUES SILVA LTDA e EMPRESA BAIANA
DE AGUAS E SANEAMENTO S A EMBASA

Recorrido(s) : JS RODRIGUES SILVA LTDA e EMPRESA BAIANA


DE AGUAS E SANEAMENTO S A EMBASA

Origem : 2ª VARA JUIZADOS ESPECIAIS TEIXEIRA DE


FREITAS
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSOS SIMULTÂNEOS.CONSUMIDOR. EMBASA. CORTE IRREGULAR.


INEXISTÊNCIA DE PROVAS DO INADIMPLEMENTO. PARTE AUTORA QUE JUNTA
OS COMPROVANTES DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE PROVAS ACERCA DA
CONCESSÃO DO AVISO PRÉVIO. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. PESSOA
JURÍDICA. OFENSA À HONRA OBJETIVA. SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de recurso simultâneos interpostos pelas partes contra sentença que


julgou procedente a ação, nestes termos:: “ Face ao exposto: (1)JULGO PROCEDENTE
o pedido para condenar a empresa ré ao pagamento de reparação por danos morais que arbitro
no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), corrigido monetariamente e com juros de mora de 1%
(um por cento), devidos a partir da publicação desta decisão, extinguindo o módulo processual de
conhecimento com a resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo
Civil. ..”
A parte autora ajuizou a ação em razão da suspensão indevida de
fornecimento de água da parte autora sem justa causa, eis que à data do corte a
parte não estaria inadimplente, bem como fundamento no corte sem o aviso
prévio, requerendo a acionante por fim indenização pelos danos morais sofridos.
A Recorrente Embasa busca a reforma da sentença , alegando, em síntese, que
não fora demonstrado o corte no fornecimento de energia, inexistindo portanto
falha na prestação do serviço , bem como que não fora demonstrado o dano
moral alegado; em caráter eventual pugna pela redução do quantum.
O recorrente
2. A sentença recorrida merece reforma. A demonstração do fato básico para
o acolhimento da pretensão é ônus do autor, segundo o entendimento do art. 373,
inciso I, do CPC, partindo daí a análise dos pressupostos da ocorrência de
indenização por danos morais, recaindo sobre o réu o ônus da prova negativa do
fato, segundo o inciso II do mesmo artigo supracitado.
3. Em que pese o quanto alegado pelo réu, a parte autora logrou comprovar
que estava adimplente à data do corte do fornecimento, , tendo colacionado aos
autos no ev.01 as faturas dos meses de outubro, novembro, dezembro de 2015, e
janeiro de 2016.
4. Por seu turno, o réu não faz prova de qualquer fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito da parte autora, como lhe incumbia fazer, nos termos do
art.373, inciso II do CPC.

5. Ademais, não consta dos autosa comprovação de ter a empresa


concessionária procedido ao prévio aviso, na forma exigível , de modo específico e
com antecedência , de molde a possibilitar ao consumidor o pagamento da dívida,
como aliás vem reiteradamente decidindo a nossa jurisprudência.
6. Cumpre salientar que estamos diante de uma relação de consumo, impondo-
se a aplicação das normas do Código de Defesa do Consumidor, as quais
possuem interesse social e são de ordem pública, sendo a responsabilidade da
recorrente objetiva e fundada na teoria do risco do empreendimento.
7. Com efeito, Já é entendimento consolidado que tal notificação de nenhum modo
poderá ser realizada de modo genérico, no corpo da fatura, sem a especificação do
prazo para pagamento e das conseqüências do inadimplemento, a saber, a
suspensão do fornecimento no caso de não pagamento das faturas em aberto no
prazo . Nesse sentido o STJ já consolidou o entendimento,em caso semelhante,
atinente á suspensão do serviço de energia elétrica, conforme julgado:

ADMINISTRATIVO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ENERGIA


ELÉTRICA. INADIMPLEMENTO. SUSPENSÃO DO
FORNECIMENTO. CORTE IRREGULAR. AVISO PRÉVIO
LANÇADO NA PRÓPRIA FATURA DE FORMA GENÉRICA E SEM
EXPLICITAÇÃO DO PRAZO DE 15 DIAS ESTIPULADO PELA
ANEEL. SÚMULA 7/STJ. 1. Incide o óbice das Súmulas 211/STJ e
282/STF em relação à suposta vulneração dos arts. 6º, § 3º, da Lei
8.987/95; 17 da Lei 9.427/96; 188, I, 884, 944 e seguintes do Código
Civil, que não foram examinados pelo acórdão de origem. 2. A esse
respeito, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça não admite
o prequestionamento (ficto) pela simples oposição de Embargos
Declaratórios, reclamando ter havido o efetivo debate na instância
ordinária quanto aos preceitos legais suscitados. Precedente: AgRg
no REsp 1.393.280/RN, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda
Turma, DJe 16.12.2013. 3. Ademais, diversamente do que sustenta
a agravante, a controvérsia não se relaciona com a possibilidade de
inclusão do aviso prévio no corpo da própria fatura, mas sim com a
irregularidade da notificação feita de modo genérico e sem explicitar
o prazo de 15 dias para regularização do débito. 4. Arredar a
conclusão da instância a quo sobre a irregularidade da notificação
demanda reexame do conjunto fático probatório, o que é vedado
pelo enunciado da Súmula 7/STJ. 5. A hipótese dos autos não
permite a revaloração da prova, tendo em vista não se verificar erro
jurídico na aplicação de norma ou princípio. Precedente: AgRg no
AREsp 26.857/GO, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma,
DJe 27.9.2013. 6. Por fim, os precedentes citados pelo agravante
não o socorrem, uma vez que, além de não guardarem similitude
fática com o caso dos autos, esbarram no enunciado da Súmula
420/STJ, cuja ratio decidendi se aplica à espécie, por analogia. 7.
Agravo Regimental não provido. (STJ - AgRg no AREsp: 339935 PE
2013/0141457-4, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de
Julgamento: 01/04/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 15/04/2014)
8. No concernente ao pleito indenizatório pelos supostos danos morais, há de
ser destacado que se trata a parte autora de pessoa jurídica, e que portanto deve
preencher os requisitos específicos elencados na doutrina e jurisprudência para
que faça jus aos danos morais, a exemplo da prova da violação à honra objetiva da
empresa, o seu conceito no mercado, imagem perante clientes e fornecedores,
sendo insuficiente para tanto alegações genéricas, fundadas nos pressupostos
aplicáveis aos consumidores enquanto indivíduos, pessoas físicas.
9. Nestes termos, no caso concreto, entendo que houve a demonstração da
honra objetiva da pessoa jurídica, na medida em que se trata de empresa do ramo
de farmácia de manipulação, em que a utilização da água interfere diretamente em
sua atividade produtiva, ocasionando interrupção da fabricação dos produtos
manipulados, o que repercute diretamente no conceito da empresa junto aos seus
clientes, com o descumprimento de prazos de entrega, e suspensão de toda a
atividade produtiva.
10. O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos
morais, guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a
repercussão do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com
os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantida.
11. Portanto, CONHEÇO DO RECURSO INTERPOSTO PELA RECORRENTE
JS RODRIGUES SILVA LTDA E NEGO-LHE PROVIMENTO, BEM COMO
CONHEÇO DO RECURSO INTERPOSTO POR EMPRESA BAIANA DE AGUAS E
SANEAMENTO S A EMBASA E NEGO-LHE PROVIMENTO, para manter a
sentença objurgada pelos próprios fundamentos. Custas processuais e
honorários advocatícios pelo recorrente EMBASA, que arbitro em 20% sobre o
valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 06 de JULHO de 2017

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

Juíza Relatora

BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ

Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0004207-94.2015.8.05.0230


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : LIZETE MARIA DE JESUS

Recorrido(s) : EMPRESA BAIANA DE AGUAS E SANEAMENTO S A


EMBASA
Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - SANTO
ESTEVÃO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO DO RECORRENTE JS RODRIGUES SILVA LTDA CONHECIDO
E PROVIDO, RECURSO DO RECORRENTE EMPRESA BAIANA DE AGUAS E
SANEAMENTO S A EMBASA CONHECIDO E IMPROVIDO. Custas processuais e
honorários advocatícios pela recorrente EMBASA, que arbitro em 20% sobre o valor
da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 06 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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