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PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR

SUMÁRIO DA AULA
É hora de dar início ao estudo da “Teoria do crime”, assunto bastante
extenso, mas que venceremos com paciência e tranquilidade. Nessa
primeira aula dedicada ao estudo do crime realizaremos uma breve
introdução, na qual abordaremos o conceito, as espécies, os sujeitos e
os objetos da infração penal. Veja o sumário da nossa aula:
INFRAÇÃO PENAL
1. Conceito
2. Espécies
A. Diferenças entre crimes e contravenções;
3. Sujeitos
A. Classificação dos crimes quanto ao sujeito ativo;
4. Objetos

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1. CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL:


Infração penal pode ser conceituada sob três aspectos:
MATERIAL:
É o comportamento humano voluntário causador de relevante e
intolerável lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos tutelados,
passível de sanção penal.
Tais comportamentos são definidos por meio de deliberação social a
respeito do que é ou não permitido. Trata-se, portanto, de uma visão
pré-jurídica do fenômeno criminoso.
FORMAL:
É aquilo que a lei determina como infração penal. É uma visão
legislativa do fenômeno, ou seja, é a concepção do direito sobre o que
é infração penal.
Existe uma relação lógica entre os conceitos material e formal de
infração penal, na qual temos o conceito material como precedente
lógico e necessário ao conceito formal.
Perceba que o conceito material é pré-jurídico, sendo fruto da
deliberação social a respeito de quais condutas devem ser
consideradas criminosas. Enquanto o conceito formal, atendendo ao
resultado dessa deliberação anterior da sociedade, apenas explicita
como proibidos na Lei aqueles comportamentos já rechaçados pela
sociedade.
ANALÍTICO:
Esse conceito representa uma visão técnico-jurídica do fenômeno,
dividindo o crime em três substratos (elementos) que devem estar
presentes em qualquer infração penal.
Para o conceito analítico, infração penal é todo o fato típico, ilícito e
culpável. Esses são os três elementos da infração penal, os quais serão
objeto de estudo da nossa próxima aula.

2. ESPÉCIES DE INFRAÇÃO PENAL:


Quando falamos em Infração penal, temos que entender que se trata
de um gênero que possui duas espécies: crime e contravenção. O Brasil
adotou o sistema dualista no que diz respeito à Infração Penal:

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ESPÉCIES DE INFRAÇÃO PENAL

Contravenção penal (Crime


Crime (Delito) anão, delito liliputiano, crime
vagabundo)

A diferença entre essas duas espécies é meramente axiológica


(valorativa), pois ontologicamente (conceitualmente) crime e
contravenção são idênticos.
Tanto é verdade que a conduta de porte ilegal de arma de fogo, foi
contravenção até 1997 (previsto na LCP, art. 19), e com a lei 9.437/97
passou a ser crime, que posteriormente teve sua gravidade aumentada
pela Lei 10.826/03.
Ou seja, a mesma conduta já foi considerada contravenção penal e
atualmente é crime, o que deixa claro que a única coisa que distingue
essas duas espécies de infração penal é o grau de reprovação que a
sociedade atribui a essa conduta. Se mais reprovável (mais grave),
será crime. Se menos reprovável (menos grave), será contravenção
penal.

ATENÇÃO: Não confunda a contravenção penal com Infração penal


de menor potencial ofensivo (IMPO). Considera-se infração penal de
menor potencial ofensivo (IMPO) os crimes cuja pena máxima não
supere os dois anos e todas as contravenções penais.
Percebe-se, portanto, que a contravenção penal corresponde a uma
parcela das infrações penais de menor potencial ofensivo.

A. DIFERENÇAS ENTRE CRIMES E CONTRAVENÇÕES:


Sabendo que a única diferença é valorativa, algumas medidas devem
ser tomadas pelo legislador para diferenciar os crimes da contravenção
no momento de criar os tipos penais. Vamos analisar cada uma delas:
A – ESPÉCIE DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE:
O crime está sujeito à reclusão ou detenção enquanto as contravenções
estão sujeitas à prisão simples, que jamais será cumprida no regime
fechado. Veja o que diz a Lei de Introdução ao Código Penal (Lei
3.914/41), em seu art. 1º:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou
cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração
penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou
de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

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Ademais, tratando do rigor penitenciário da pena de prisão simples


cominada às contravenções, assim diz o at. 6º do Dec. Lei 3.688/41
(Lei de contravenções penais – LCP):
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum, em regime semiaberto ou aberto.

Reclusão Detenção Prisão simples

Crimes mais graves Crimes menos Contravenção penal


graves

Os regimes iniciais Os regimes iniciais Os regimes de


serão: Fechado, serão: Semiaberto e cumprimento serão:
semiaberto e aberto. aberto Semiaberto e aberto
OBS: A regressão OBS: Jamais será
pode fazer com que cumprida no regime
seja cumprida no fechado.
fechado.

B – ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL (AP):


No crime a AP pode ser pública (condicionada ou incondicionada) ou
privada.
Na contravenção penal a AP será SEMPRE pública incondicionada. Esse
inclusive é o teor do art. 17 da LCP:
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de
ofício.

ATENÇÃO! Antes da Lei 9.099/95 a lesão corporal leve (art. 129,


caput, do CP) era perseguida por AP Pública Incondicionada. Porém,
com o advento de tal lei, passou a ser perseguida por AP Pública
Condicionada à representação do ofendido.
Isso fez com que parte da doutrina e jurisprudência concluísse que
vias de fato – art. 21 da LCP (mera contravenção penal) também
passaria a ser perseguida por AP Pública Condicionada, por ser
menos grave que a lesão corporal leve. Respeitando então, o
princípio da proporcionalidade.
Porém, o STF não entendeu assim, ou seja, vias de fato é
perseguida por AP Pública Incondicionada, como toda e
qualquer contravenção penal. Alegou que a gravidade do fato
não tem nenhuma relação com o tipo de ação penal, pois se

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assim fosse o estupro deveria sempre ser perseguido por ação


penal pública incondicionada (o que não ocorre, pois sabemos
que a regra é de ação penal pública condicionada) – HC
80.617/MG.

C – PUNIBILIDADE DA TENTATIVA:
Nos crimes a tentativa é punível (em regra), já no caso de
contravenção penal não se pune a tentativa. Esse é o teor do art. 4º
da LCP:
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.

ATENÇÃO! Falar que não se pune a tentativa nas contravenções, não


quer dizer que não é possível a ocorrência de tentativa nesses casos.
Nas contravenções penais, a tentativa, apesar de possível (no mundo
factível), NÃO SERÁ PUNIDA! Veja um exemplo:
João, dono de um bar, tenta servir bebida alcoólica a José, o qual
está nitidamente embriagado, mas é impedido de fazê-lo por Lucas,
filho de José.
Nessa situação, analisando apenas os fatos narrados, concluímos que
a conduta de João caracteriza uma tentativa de cometimento da
contravenção penal prevista no art. 63, II do Dec. Lei 3.688/41
(LCP):

Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:


(...)
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
Entretanto, de acordo com o art. 4º da LCP, a tentativa de
contravenção penal não será punida. Ou seja, no caso acima temos
uma tentativa de contravenção penal, mas que não será punida.

D – REGRAS DE EXTRATERRITORIALIDADE:
Extraterritorialidade é a possibilidade de a lei penal brasileira se aplicar
aos fatos praticados fora de nosso território nacional. Nos crimes é
possível a ocorrência de extraterritorialidade, veja o art. 7º do CP:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
II - os crimes

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a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir


b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.
(...)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no
parágrafo anterior:
(...)
Já nas contravenções, de acordo com o art. 2º da LCP, não se admite
a extraterritorialidade da lei penal:
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no
território nacional.
E – REGRAS DE COMPETÊNCIA:
Os crimes, em regra, serão julgados pela Justiça Estadual, entretanto
se presentes os requisitos do art. 109, IV, da CF, serão julgados pela
Justiça Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral;
As contravenções, conforme o dispositivo acima, só podem ser de
competência da Justiça Estadual.

ATENÇÃO 1! Contravenção praticada por agente detentor de foro


especial por prerrogativa de função federal será de competência da
Justiça Federal (TRF).
ATENÇÃO 2! Nem mesmo a conexão entre crimes e contravenções
faz com que a contravenção seja julgada na Justiça Federal, nesse
caso ocorrerá a separação dos processos.

F – LIMITE DAS PENAS:


Nos crimes, o limite da pena é de 30 anos, conforme o art. 75 do CP:
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade
não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
Já nas contravenções, o limite é de 5 anos, conforme o art. 10 da LCP:

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Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso


algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas
ultrapassar cinquenta contos.
G – PERÍODO DE PROVA NO “SURSIS”:
O “sursis” é um benefício previsto para o condenado. Prevê a
possibilidade de suspensão da execução da pena privativa de liberdade
durante determinado período, durante o qual o condenado deverá
cumprir certos requisitos para conseguir a extinção de sua
punibilidade.
Nos crimes, esse período de prova do “sursis”, em regra, varia de 2 a
4 anos (podendo ser de 4 a 6 anos), conforme os arts. 77, caput e §
2º do CP:
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2
(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
que:
(...)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o
condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde
justifiquem a suspensão.
Já na contravenção varia de 1 a 3 anos, conforme o art. 11 da LCP:
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender
por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da
pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional.
H – QUANTO AO CABIMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA E
TEMPORÁRIA:
Essas prisões só serão possíveis nos casos de alguns crimes, jamais
nas contravenções (que não admitem o regime fechado nem mesmo
nos casos de condenação definitiva).
I – QUANTO À POSSIBILIDADE DE CONFISCO-EFEITO:
Somente é possível o confisco de bens que configurem produto de
CRIMES, excluídas, portanto, as contravenções desse efeito
extrapenal da sentença condenatória. Esse é o teor do art. 91, II, do
CP:
Art. 91 - São efeitos da condenação:
(...)
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou
de terceiro de boa-fé:

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a) dos instrumentos do CRIME, desde que consistam em


coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato
ilícito;
b) do produto do CRIME ou de qualquer bem ou valor que
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do FATO
CRIMINOSO.
O quadro abaixo resume bem todas essas distinções que trabalhamos
entre as duas espécies de infrações penais (crimes e contravenções)
do nosso ordenamento:

Crime Contravenção

Espécie de pena Reclusão/detenção (art. Prisão simples (art.


privativa de liberdade 1º da LICP) 1º da LICP)

APP incondicionada, Sempre APP


Espécie de ação penal condicionada e AP incondicionada (art.
privada 17 da LCP)

5 anos (art. 10 da
Limite das penas 30 anos (art. 75 do CP)
LCP)

A tentativa NÃO é
Punibilidade da A tentativa É punida (art.
punida (art. 4º da
tentativa 14, II, do CP)
LCP)

Sempre Justiça
Estadual (em caso
Justiça Federal (art. 109
de acusado com
da CF) e Justiça Estadual
Competência para foro por
– a depender dos
julgamento prerrogativa de
critérios de definição de
função, pode ser
competência.
julgado na Justiça
Federal).

2 a 4 anos (regra),
Período de prova do 1 a 3 anos (art. 11
podendo ser de 4 a 6
“sursis” da LCP).
anos (art. 77 do CP).

Não existe (só dos


Possibilidade de Existe (art. 91, II, “a” e
produtos de
confisco “b” do CP).
crimes).

Possibilidade de prisão Existe a possibilidade,


preventiva ou desde que respeitadas as Não é possível.
temporária regras dos arts. 312 e
313 do CPP (preventiva)

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e a Lei 7.960/89
(temporária).

Extraterritorialidade NÃO é possível (art.


É possível.
da lei penal 2º da LCP).

3. SUJEITOS DA INFRAÇÃO PENAL:


SUJEITO ATIVO:
Qualquer pessoa física capaz com 18 anos ou mais.
A pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime?
SIM! Desde que estejamos diante de um crime ambiental, é possível
que a PJ figure como sujeito ativo do delito. Tal possibilidade decorre
do mandado constitucional de criminalização previsto no art. 225, § 3º
da CF:
Art. 225: (...)
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.
Respeitando a determinação constitucional, estabeleceu a Lei
9.605/98, em seu art. 3º:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos
casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.
Quando pensamos em pessoa jurídica como sujeito ativo do crime,
devemos analisar a conhecida teoria da dupla imputação. De acordo
com essa teoria, existe uma obrigatoriedade de imputação simultânea
das pessoas jurídicas e das pessoas físicas que agiram em nome
daquelas.
Ou seja, segundo a teoria da dupla imputação, para que ocorra a
punição de uma empresa pelo cometimento de crime ambiental é
necessário, antes de mais nada, identificar as pessoas físicas que
agiram representado a empresa na prática do ato lesivo.
ATENÇÃO: Em nosso ordenamento jurídico tal teoria não é adotada
pelos tribunais superiores, ou seja, é possível que a pessoa jurídica
responda sozinha pelo crime ambiental praticado (STJ: RMS 39.173
(13/08/2015) e STF: 548.181 – 30/10/2014).

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ATENÇÃO: Às pessoas jurídicas podem ser aplicadas penas


restritivas de direito, prestação de serviços à comunidade e
multa.
A. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO AO SUJEITO ATIVO:
Os delitos podem ser classificados em comuns, próprios e de mão
própria, conforme as características de seus sujeitos ativos:

Crime de mão
Crime Comum Crime Próprio
própria

Não exige qualidade Exige qualidade ou Exige qualidade ou


ou condição especial condição especial do condição especial do
do agente. Ou seja, agente. Somente agente e só o agente
qualquer pessoa quem cumprir a pode praticá-lo.
pode praticá-lo. condição legal pode Crime de conduta
praticar o crime. infungível.

No concurso de No concurso de No concurso de


pessoas, admite pessoas, admite pessoas, somente
tanto a participação tanto a participação admite a
quanto a coautoria. quanto a coautoria. participação.
Exemplo: homicídio, Exemplo: peculato, Exemplo: falso
art. 121 do CP. art. 312 do CP, que testemunho, art. 342
exige a condição de do CP, que somente
funcionário público. pode ser praticado
pela testemunha.
SUJEITO PASSIVO:
É aquele que sofre as consequências jurídicas, podendo ser qualquer
pessoa, física ou jurídica.

ATENÇÃO: ENTES SEM PERSONALIDADE JURÍDICA


(coletividade, família, feto etc.) podem ser SUJEITOS PASSIVOS
DE CRIMES (são os conhecidos “CRIMES VAGOS”).

O Sujeito passivo se subdivide em:


CONSTANTE (MEDIATO/ FORMAL/ GERAL/GENÉRICO):
Será sempre o Estado, interessado na manutenção da paz pública e da
ordem social.

ATENÇÃO: O Estado será sujeito passivo constante, inclusive, nos


crimes perseguidos por ação penal privada.

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EVENTUAL (IMEDIATO/ MATERIAL/ ACIDENTAL/


PARTICULAR):
Será o titular do direito atingido. Por sua vez, o sujeito passivo
eventual, pode ser:
Próprio:
Quando se exige condição ou qualidade específica da vítima. (Exemplo:
Infanticídio, art. 123 do CP).
Comum:
Quando NÃO se exige condição ou qualidade específica da vítima.
(Exemplo: Homicídio, art. 121 do CP).
ATENÇÃO: O Estado pode, simultaneamente, ser sujeito passivo formal
e material da infração penal (exemplo: crimes contra a administração
pública).
SUJEITO PASSIVO
CONSTANTE EVENTUAL
Será o titular do bem jurídico
lesionado.
PRÓPRIO COMUM
Quando se
Quando NÃO se
exige condição
Será sempre o Estado, exige condição
ou qualidade
interessado na manutenção da ou qualidade
específica da
paz pública e da ordem social. específica da
vítima.
vítima.
(Exemplo:
(Exemplo:
Infanticídio,
Homicídio, art.
art. 123 do
121 do CP).
CP).

ATENÇÃO 1! Os crimes podem ser Bicomuns ou Bipróprios. Os


crimes bicomuns são aqueles em que não é exigida característica ou
condição especial nem do sujeito ativo e nem do sujeito passivo. Já
nos bipróprios, é exigida característica ou condição especial de
ambos os sujeitos.
Exemplos:
Homicídio – pode ser praticado por qualquer pessoa contra qualquer
pessoa (bicomum).

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Infanticídio – somente pode ser praticado pela mãe, contra o próprio


filho (bipróprio).
ATENÇÃO 2! Morto não pode ser sujeito passivo de crime, pois não
é titular de direitos. Entretanto, a calúnia contra os mortos é punida,
sendo sua vítima, a família do morto (art. 138, § 2º do CP).
Ademais existe a punição de crimes contra o respeito aos mortos, em
que o sujeito passivo é a coletividade (exs: arts. 209 ao 212 do CP).
ATENÇÃO 3! Animais não podem ser sujeitos passivos de crimes.
Podem ser objetos materiais dos delitos em que seus donos serão os
sujeitos passivos (dano, furto e etc.). Nos crimes de maus tratos
contra os animais (Lei 9.605/98, art. 32), estes são objeto material
do delito e o sujeito passivo é a coletividade.
ATENÇÃO 4! Existem crimes que possuem dupla subjetividade
passiva, ou seja, haverá necessariamente dois sujeitos passivos
eventuais nesses delitos.
Exemplo: Violação de correspondência (art. 151), são sujeitos
passivos eventuais, simultaneamente, o remetente e o destinatário.

4. OBJETOS DA INFRAÇÃO PENAL:


OBJETO MATERIAL:
É a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
É possível crime sem objeto material?
SIM! Nem todo crime tem objeto material. Os crimes de mera conduta
não possuem objeto material, bem como os crimes omissivos próprios.
Os crimes formais podem ou não possuir objeto material (falso
testemunho, por exemplo, não possui objeto material e é crime
formal).
Crimes materiais sempre terão objeto material.
OBSERVAÇÃO: Em momento oportuno, será esclarecida a distinção
entre os crimes formais, materiais e de mera conduta. Trata-se de uma
classificação dos crimes quanto ao resultado por ele produzido, o que
será estudado mais adiante.
Objeto material x crime impossível:
A ausência ou impropriedade absoluta do objeto material faz surgir a
figura do crime impossível (art. 17 do CP).
Exemplo: Disparar contra cadáver caracteriza um crime impossível de
homicídio. Afinal, o objeto material seria o defunto e isso torna

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impossível a ocorrência de um homicídio (não se pode matar um


morto).
OBJETO JURÍDICO:
Revela o interesse tutelado pela norma, o bem jurídico protegido pelo
tipo penal.
Não existe crime sem objeto jurídico, pois, de acordo com o princípio
da exclusiva proteção dos bens jurídicos (relacionado com a missão do
direito penal), o direito penal incriminador só existe para proteger os
bens jurídicos mais importantes do cidadão.

ATENÇÃO! Crimes pluriofensivos são aqueles que protegem mais de


um interesse jurídico (ex: roubo protege incolumidade pessoal +
patrimônio).

Veja o quadro abaixo, em que analisamos 4 crimes e todos os seus


elementos: Sujeito Ativo, Sujeito Passivo Constante, Sujeito Passivo
Eventual, Objeto Jurídico e Objeto Material:

LESÃO
DANO PECULATO ATO OBSCENO
CORPORAL

Pessoa física Pessoa física Funcionário Pessoa física capaz


SUJEITO ATIVO capaz e com 18 capaz e com Público (crime e com 18 anos ou
anos ou +. 18 anos ou +. próprio). +.

SUJEITO
PASSIVO ESTADO ESTADO ESTADO ESTADO
CONSTANTE
**É a coletividade
Estado e
SUJEITO (ente
*Pessoa Titular do eventual
PASSIVO indeterminado e
lesionada. patrimônio. particular
EVENTUAL sem personalidade
lesado.
jurídica).

Dinheiro, valor
OBJETO *Pessoa Coisa Não tem (crime de
ou qlqr outro
MATERIAL lesionada. danificada. mera conduta)
bem móvel.

OBJETO Integridade Moralidade da


Patrimônio. Pudor público.
JURÍDICO física. Adm. Púb.

* Eventualmente é possível que o objeto material e o sujeito passivo


coincidam, porém isso não é uma verdade absoluta conforme se
observa na tabela acima!

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** Eventualmente teremos um sujeito indeterminado e sem


personalidade jurídica como sujeito passivo eventual, são os
conhecidos crime vagos!

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QUESTIONÁRIO DIRIGIDO
1) Conceitue infração penal em seus três aspectos.
2) Dentre os conceitos de infração penal, qual deles tem caráter pré-
jurídico?
3) Quais são as espécies de infração penal?
4) O que diferencia uma espécie da outra? Enumere os 9 aspectos
que as distinguem.
5) Quem pode ser considerado sujeito ativo de um delito?
6) É possível a responsabilização penal de uma pessoa jurídica? Em
caso afirmativo, quando isso pode ocorrer?
7) O que é dupla imputação ou imputação paralela? Esse instituto é
obrigatório no nosso ordenamento jurídico?
8) Quanto ao sujeito ativo, como se classificam os delitos?
9) Como se subdivide o sujeito passivo do delito?
10) O que é um crime bicomum? E um crime bipróprio?
11) O morto pode ser sujeito passivo de um delito?
12) O que é um crime vago?
13) É possível que o estado figure simultaneamente como sujeito
passivo formal e material de um delito?
14) Quais são os objetos da infração penal? Conceitue-os.
15) Existe crime sem objeto material? E sem objeto jurídico?

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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES


1) (CESPE/ TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJDFT/ 2015) Sob o
prisma formal, crime corresponde à concepção do direito acerca do
delito, em uma visão legislativa do fenômeno; sob o prisma material,
o conceito de crime é pré-jurídico, ou seja, é a concepção da
sociedade a respeito do que pode e deve ser proibido.
2) (FMP/ PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE-AM/ 2015) O sistema
penal brasileiro admite a responsabilidade penal das pessoas jurídicas
para os crimes ambientais e contra a ordem tributária.
3) (FMP/ PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE-AM/ 2015) A
responsabilidade penal da pessoa jurídica segue a teoria do concurso
necessário, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
devendo o Ministério Público denunciar a pessoa natural e a pessoa
jurídica, sob pena de inépcia da peça acusatória.
4) (FMP/ PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE-AM/ 2015) A
responsabilização penal da pessoa jurídica, na esteira do entendimento
jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, é autônoma e independe
da responsabilização da pessoa natural, em uma quebra de paradigma
em relação à anterior interpretação sobre o artigo 3º da Lei n.º
9.605/98.
5) (FMP/ PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE-AM/ 2015) A
responsabilidade penal das pessoas jurídicas é inconstitucional, pois
viola o princípio da culpabilidade, segundo a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.
6) (CS-UFG/ ASSISTENTE JURÍDICO – UEAP/ 2014) O sujeito
passivo é o titular do bem jurídico protegido, e o sujeito passivo formal
ou constante, titular do interesse jurídico de punir, que surge com a
prática da infração penal, é sempre o Estado.
7) (CS-UFG/ ASSISTENTE JURÍDICO – UEAP/ 2014) O contexto
dos crimes próprios envolve os crimes que exigem sujeito ativo
qualificado, devendo este cometer pessoalmente a conduta típica,
admitindo-se, entretanto, a coautoria e a participação.
8) (CESPE/ ANALISTA LEGISLATIVO - CÂMARA DOS
DEPUTADOS/ 2014) Na legislação pátria, adotou-se o critério
bipartido na definição das infrações penais, ou seja, estas se
subdividem em contravenções penais e crimes ou delitos, inexistindo
diferença conceitual entre as duas últimas espécies.
9) (CESPE / ESCRIVÃO – PF/ 2013) A responsabilidade penal da
pessoa jurídica, indiscutível na jurisprudência, não exclui a
responsabilidade de pessoa física, autora, coautora ou partícipe do

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mesmo fato delituoso, o que caracteriza o sistema paralelo de


imputação ou da dupla imputação.
10) (CESPE/ DELEGADO - PC-BA / 2013) A tentativa de
contravenção, mesmo que factível, não é punida.
11) (CESPE / PROCURADOR DO DF/ 2013) A responsabilização
das pessoas jurídicas por crimes ambientais, nos casos em que a
infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade, exclui a responsabilidade das pessoas físicas partícipes do
mesmo fato.
12) (CESPE/ DELEGADO - PC-AL / 2012) Apesar de, no campo
fático, ser possível ocorrer a tentativa de contravenção penal, esta,
quando se desenvolve na forma tentada, não é penalmente alcançável.
13) (CESPE / JUIZ – TJAC / 2012) Classifica-se como bipróprio o
crime cujo agente é simultaneamente sujeito ativo e passivo em
relação ao mesmo fato.
14) (CESPE / JUIZ – TJAC / 2012) O aborto com consentimento
da gestante e a violação de sepultura são exemplos de crime vago.
15) (CESPE / DELEGADO - PC - RN / 2009) É possível que os
mortos figurem como sujeito passivo em determinados crimes, como,
por exemplo, no delito de vilipêndio a cadáver.
16) (CESPE / AGENTE - PC - RN / 2009) Considera-se
contravenção penal a infração penal a que a lei comina pena máxima
não superior a dois anos de reclusão.
17) (CESPE/DELEGADO -PC - RN/ 2009) O Estado costuma
figurar, constantemente, na sujeição passiva dos crimes, salvo, porém,
quando se tratar de delito perquirido por iniciativa exclusiva da vítima,
em que não há nenhum interesse estatal, apenas do ofendido.
18) (CESPE / OAB / 2009) Crime próprio é sinônimo de crime de
mão própria.
19) (CESPE / AGENTE - PC - RN / 2009) A infração penal é gênero
que abrange como espécies as contravenções penais e os crimes,
sendo estes últimos também identificados como delitos.
20) (CESPE / AUDITOR TRIBUTÁRIO - PM - Ipojuca / 2009) O
Estado pode ser sujeito passivo formal, mas não sujeito passivo
material, de um crime.
21) (CESPE / AGENTE - PC - RN / 2009) Considera-se crime a
infração penal a que a lei comina pena de reclusão, de detenção ou

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PROFESSORES CARLOS ALFAMA E PAULO IGOR

prisão simples, quer isoladamente, quer alternativa ou


cumulativamente com a pena de multa.
22) (CESPE / AGENTE - PC - RN / 2009) No ordenamento jurídico
brasileiro, a diferença entre crime e delito está na gravidade do fato e
na pena cominada à infração penal.
23) (CESPE / JUIZ – TJ-TO / 2007) Nas contravenções penais, a
tentativa é punida com a pena da contravenção consumada diminuída
de um a dois terços.
24) (CESPE / JUIZ – TJ-TO / 2007) Crime vago é aquele que tem
como sujeito passivo pessoa jurídica não identificada.
25) (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO/2007) Conforme a teoria
da dupla imputação, somente ocorrerá a responsabilidade penal da
pessoa jurídica em crimes ambientais se houver a imputação
simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou
em seu benefício.
26) (85º PROMOTOR DE JUSTIÇA DE SP – MP/SP) O
reconhecimento da responsabilidade penal de pessoa jurídica por crime
de poluição implica, pela impossibilidade de bis in idem, na não
responsabilização penal pessoal dos diretores da sociedade, pelos
mesmos fatos.
27) (85º PROMOTOR DE JUSTIÇA DE SP – MP/SP) O Direito
Penal Brasileiro admite a responsabilização penal da pessoa jurídica,
prevendo a aplicação, exclusivamente, das penas de multa e prestação
de serviços à comunidade.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C E E C E C E C C C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C E C E E E E C E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E E E E E E E

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