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PROCESSO PENAL II

12 DE ABRIL DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Banalização do Direito Penal pelos movimentos sociais (busca de afirmação dos direitos sociais através do
Direito Penal). Esquerda punitiva (livro).
Busca de direitos pela flexibilização de direitos (que é o que o direito penal faz quando é aplicado,
flexibiliza direitos).

Art. 395, CPP:


Na democracia brasileira o direito penal pós viragem democrática de 1988. Em que o processo penal tem
cunho constitucional, que fala de um processo afirmados de garantias e, portanto, protetivo. Das garantias do
cidadão que tem a “arma” do Estado apontada para ele, aquele que está em posição vulnerável ao aparato
estatal. Soma-se isso com outro momento, qual seja, na contemporaneidade (EC 45 em 200), no século XXI,
temos um processo penal brasileiro somado à uma dimensão convencional (princípios, máximas, garantias,
precedentes) do plano dos tratados internacionais, do plano internacional.

Vivemos uma crise: a flexibilização de direitos e garantias pelos atores do sistema de justiça criminal
(macro). Atribui isso à uma ausência de percepção do paradigma da virada democrática pelos agentes da
Justiça Criminal.

Há várias formas de flexibilização que ocorre:


1. Flexibilização da Presunção de Inocência: como as prisões cautelares e aplicação de medidas diversas da
prisão. A liberdade está mais excepcionada do que antes de 2011 (pois não deixa de aplicar as duas
medidas, a de prisão e a alternativa).
2. Flexibilização do devido processo legal: o exemplo é o aumento das nulidades relativas, exigência de
comprovação de prejuízo.
3. Flexibilização do princípio acusatório o problema do papel ativo do juiz. Art. 156, CPP. O juiz
produzindo prova de ofício (o que é absurdo). O art. 156 deixa o juiz atuar na fase policial quanto na
processual.
4. Flexibilização das decisões judiciais: art. 93, XIX, CF. ausência de fundamentação de modelos que são
gerais demais e acabam por se tornar abstratos demais. Gera nulidade absoluta da decisão.
5. Flexibilização da paridade de armas o contraditório tem duas formações (informação e ação). A polícia
junta algo e é encaminhado ao MP e não para a defesa e o provimento judicial acaba sendo uma cópia da
manifestação do MP.
6. Princípio da Legalidade: na sua faceta retributiva, opta-se, hermeneuticamente, por um sentido amplo.
Na lei está expressa que a lei x se aplica ao caso x, mas se faz uma interpretação que amplia a lei,
aplicando a lei x no caso x, y, z. É o caso da prisão temporária, que é só para o indiciado, mas começam
a aplicar a outros casos, como ao suspeito e ao investigado.
Outro exemplo é a execução da pena antes do trânsito em julgado da sentença (em caso de recurso/remessa
aos tribunais superiores). Isso fere questões constitucionais.
A própria condução coercitiva (art. 260, CPP) que só deveria ser utilizada no desenvolver do processo, é
aplicada na fase de investigação.

DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO E DA INICIAL ACUSATÓRIA (ART. 395, CPP):


O juiz rejeitará a inicial quando: inepta, ausência de justa causa e falta de pressuposto processual ou
condição para o exercício da ação penal.
Não só o juiz que deve analisar se há todos os elementos das condições da ação.
Primeiro se analisa se a ação é possível.

As condições da ação continuam sendo as mesmas utilizadas no processo civil.


O contexto de absorção significativa da Teoria Geral do Processo:
Art. 237, CPC/73 Art. 43, CPP (antigo)
Possibilidade jurídica do pedido Fato narrado constitui crime
Legitimidade Manifesta ilegitimidade da parte
Interesse Ausência de causa extintiva de punibilidade

O processo penal não era maduro o suficiente para fazer outro tipo de reflexão que não o positivado pelo
CPC, fazendo uma relação conforme o processo penal mas utilizando requisitos iguais.

Art. 395, II, CPP: aqui não há uma menção expresso no atual CPP, que só fala de condições da ação, não se
enuncia como no antigo art. 43. Não enumerando, o que dá uma maior possibilidade de crítica. Atualmente
nem o novo CPC estipula mais quais são as condições da ação. Há um amadurecimento das novas
problemáticas e novas reflexões.
A partir do contexto atual tem-se novas provocações, quando antes estava estagnado (não conseguindo
trazer maiores reflexões para o processo penal). Atualmente conseguiu-se trazer maiores provocações, tais
como:
1. Incompatibilidade das esferas (civil e penal), ate mesmo pelo conceito de lide (que é conflito de
interesses qualificado por uma pretensão resistida, segundo Carnelutte). Onde está o conflito de
interesses no processo penal? Existe algum interesse contraposto?
Não cabe falar em “interesse maior” na flexibilização da liberdade do indivíduo, mas o que se tem (tirando
as ações penais privadas) é uma entidade, um órgão, com poder acusatório e um indivíduo acusado. Não se
consegue sair da explicação (frágil) de que de um lado há o interesse público e o do outro o interesse
privado. Mas qual seria o interesse privado? Fugir da acusação e provar a inocência?
A visão tradicional era a liberdade individual do sujeito (passivo) e do interesse público do MP (ativo). É
forçar muito para que o processo penal se encaixe no conceito de lide. Se você fala que há um interesse e um
direito material do MP de fazer valer o “jus puniendi”, o que também é uma ideia equivocada, porque o jus
puniendi é do Estado e não do MP. Além disso, há a inexistência de satisfação do interesse do MP.
Satisfação como algo palpável no plano do direito. Inexistência de satisfação a partir de uma condenação.
Até a segunda parte do conceito de lide (pretensão resistida) fica prejudicada, porque é forçoso falar o que é
pretensão resistida no processo penal (porque de um lado há o dever de acusar e de outro se defender?).

2. A questão da autonomia do processo penal. Processualização civil do processo penal. Por mais que o
processo civil esteja mais maduro, o que temos é uma autonomia do processo penal. A aplicação do
processo civil e de seus fundamentos somente pode se dar de forma subsidiária. Só traz para o processo
penal se o processo penal não abordar de forma expressa tal temática. Consegue-se trabalhar com o
processo civil, mas de forma subsidiária, buscando sempre se reafirmar a autonomia do processo penal.
O processo penal tem uma sistemática própria e um sistema próprio.

Hoje há duas formas de pensar a temática das condições da ação no processo penal:
1. Uma adequação da teoria geral do processo ao processo penal. Utilização das mesmas nomenclaturas e
estruturas da teoria geral do processo ao processo penal. É um exercício de adequação mesmo.
Assumindo as condições da ação ao processo penal. É o que prevalece na doutrina e nos
precedentes/jurisprudência (possibilidade, interesse e legitimidade).
2. Pauta-se em uma autonomia do processo penal. O que se teria aqui não seria uma adequação, mas
reclassificação das condições da ação. O que se teria seria as próprias condições da ação onde só a
legitimidade se repetiria. Aury que faz melhor essa reflexão. Quais seriam as condições da ação, então?
a. Prática do fato aparentemente criminoso (fumus comissi delicti): no lugar da possibilidade
jurídica do pedido.
b. Possibilidade concreta: no lugar de interesse.
c. Legitimidade: que não é a ad causam, como no processo civil.
Há uma tríade substituindo a outra a partir de novas reflexões. Abre-se um leque maior de reflexões próprias
do direito processual penal sobre o direito material. O que será analisado será feito sob a luz do direito
material (no processo penal). Essa segunda teoria é de um contexto pós 2008, com a nova redação do art.
395, II, CPP.

Ainda há uma peculiaridade: às duas formas de pensar adicionasse uma condição específica, que é a justa
causa (adotando qualquer das duas formas de pensar há a inclusão da justa causa como condição). Pós 2008
a justa causa passa a figurar no art. 395, II, CPP. Antes de 2008 era um entendimento meramente
jurisprudencial e doutrinário.

CONDIÇÕES DA AÇÃO NA PERSPECTIVA CLÁSSICA/GENÉRICA/TRADICIONAL:


1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: o pedido deveria gerar uma absoluta possibilidade de
provimentos judicias. Há uma relação entre o que a parte busca e o que o juiz pode dar. Possibilidade
jurídica do pedido com o processo penal o que se teria é a possibilidade de subsunção típica (o fato
narrado estar previsto como crime no ordenamento jurídico brasileiro).
Existe um fato investigado e este fato se encaixa em um tipo penal. Essa subsunção deveria ser possível.
Não se deveria/poderia inventar fatos para que se aplica um tipo penal. É o exercício de subsunção. É
aparentemente possível adequar o fato a um tipo, por isso que o pedido na denúncia é inicial, é uma situação
aparente. Seria juridicamente impossível a denúncia por crime culposo que não tenha essa modalidade ou
denunciar por hipótese fática que não expressamente clara no tipo penal (porque o tipo penal é taxativo) ou
denunciar contravenção na modalidade tentada ou denunciar por um tipo penal que está tacitamente
revogado.
Destaques doutrinários de impossibilidade jurídica de pedido (em doutrinadores mais clássicos, como Greco
Filho):
a. O pedido de condenação em pena inexistente ou não admitida no direito/ordenamento jurídico
(como pena cruel, banimento, pena de morte em tempos de paz). Greco Filho e Afrânio Silva
Jardim. Como pedir multa quando não tem previsão de multa para o crime.
b. Denunciar por crime com extinção de punibilidade já ocorrida (José Frederico Marques).
2. LEGITIMIDADE PARA AGIR (ad causam): a relação básica que deve ser feita é a de pertinência
subjetiva para ação. Relacionado com os atores principais, os devidos legitimados. Aqui temos um autor
fixo na maioria dos casos (MP). A legitimidade pode ser ativa. Assim como no processo civil, aqui há a
diferenciação entre legitimidade passiva e legitimidade ativa:
a. Legitimidade Ativa: tudo a ver com a natureza da ação, isso aparece no próprio capítulo do crime
(onde o crime se encontra). Caso de calúnia e injúria (que normalmente é ação privada) em
propaganda eleitoral, mas que aqui é por ação penal pública (art. 350, Eleitoral). Representação
em ação penal privada não possui legitimidade (MP).
i. Legitimidade Ativa Concorrente: mais de uma parte está legitimidade a entrar com uma
ação. O principal exemplo é o da Súmula 714 do STF, que é o crime contra a honra de
servidor público, podendo entrar com uma queixa ou com uma representação. Outra
situação é a de ação privada subsidiária da ação penal pública (que surge da inércia do
MP, sendo a legitimidade do particular concorrente com a do MP). Outro exemplo é a
sucessão processual em caso de ação penal privada (art. 36, CPP). CADI (cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão). Há uma preferencia nessa sucessão.
ii. Legitimidade Ativa de Pessoa Jurídica: a pessoa jurídica que ingressa com ação penal. A
pessoa jurídica pode ingressas com ação penal, como quando ocorre difamação. Tutela
objetiva é possível (como a difamação da pessoa jurídica). O único exemplo é o da
difamação.
b. Legitimidade Passiva: ela recai sobre o suposto autor do fato criminoso. Suposto porque ainda
está começando a persecução criminal. O susposto autor deve ser capaz (maior de 18 anos), se
for doente mental depende da doença. Alguns exemplos de ilegitimidade: homônimo e falsa
identidade, se utilizar de documentos de outro (só pode ser legitimada quem tem relação direta
com o fato).
IMPORTANTE: há manifestações doutrinárias que enquadram a menoridade como impossibilidade jurídica
do pedido (José Frederico Maia).
LEGIMITIDADE PASSIVA DE PESSOA JURÍDICA a regra está na Constituição, que diz que é possível
se falar em responsabilidade penal da pessoa jurídica por crime ambiental (art. 225, §3°, CF). O conceito de
pessoa jurídica não casa com a teoria do delito que temos (porque pessoa jurídica não possui consciência e
nem vontade). Não tem como enquadrar dolo nem culpa. A nossa teoria foi feita para se aplicar às pessoas
físicas. A crítica é que se estamos expandindo o direito penal é necessário que se saiba pensar uma nova
teoria do delito.
O que se tem nos crimes ambientais é que o responsável pela empresa também será processado/denunciado
juntamente com a empresa (teoria da dupla imputação). O STF tem admitido a condenação apenas da pessoa
jurídica, apesar da dupla imputação inicial.
REFLEXÃO: denúncia genérica e responsabilização objetiva (aquela que denuncia todas as pessoas
responsáveis pela empresa). O simples nome da pessoa no contrato social não é suficiente para que denuncie
por crimes empresariais.

3. INTERESSE DE AGIR: binômio do interesse (adequação e necessidade). No civil a necessidade está


quando não se pode obter o requerido de outra forma que não através do provmento judicial e a
adequação é a forma de se atingir o provimento judicial. Mas e no processo penal, qual seria a adequação
e a necessidade? É sempre apertar e forçar os elementos do direito civil no processo penal. A doutrina
clássica divide o interesse em necessidade (que no processo penal é presumida) e adequação também.
Badaró: o direito de agir é inerente ao processo penal, porque não há como punir sem que se utilize do
processo penal, da ação penal. Ele traz o oferecimento de transação penal como um exemplo (porque
embora tenha materialidade e autoria, vai para acordo), porque não haveria necessidade de processar.
A dequação no processo penal seria que poder punir no processo penal é possível no momento (mas isso
seria possibilidade jurídica do pedido). As únicas formas de inciiar uma ação são: queixa e denúncia, não
havendo outros meios.
PERDI UMA PARTE DA EXPLICAÇÃO
Especificidade e efetividade (no alcance do pleito condenatório, viabilidade de satisfação futura da
pretensão).
REFLEXÃO: prescrição virtual (Súmula 438, STJ). Discussão sobre interesse.
Em janeiro de 2010 fulano de 19 anos cometeu um crime.
2016 houve o recebimento da denúncia.
Em janeiro de 2017 houve a sentença condenando-o a 1 ano (prescrição virtual).
Art. 115, CPP: prescrição pela metade para menores de 21 anos, com relação à pena em abstrato. Quando
houve pena concretamente é que se verá se o crime prescreveu ou não. Então para que denunciar? Vai cair
por prescrição retroativa.
O STJ entendeu que não pode. A discussão não acabou, é uma reflexão que ainda deve ser feita no plano do
interesse, porque há diferença entre o juiz anular um processo por prescrição e de nem haver processo
porque não há condição da ação (admissão ou não de uma ação penal).

CONDIÇÕES DA AÇÃO PELA PERSPECTIVA ESPECÍFICA DO PROCESSO PENAL:


1. PRÁTICA DE FATO APARENTEMENTE CRIMINOSO: fumus comissi delicti. Quem trabalha com
isso é o Aury. A lógica é a mesma, se existe mesmo uma prática tomada como crime. Permite-se uma
análise prévia de toda a teoria do crime. Não deveria olhar penas a materialidade do crime, mas também
olhar a culpabilidade, como se há excludentes de culpabilidade antes da instauração do processo.

24 DE ABRIL DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Continuação:
2. PUNIBILIDADE CONCRETA: substitui o interesse de agir. É uma noção de efetividade processual,
mas em relação ao alcance abstrato de um provimento (MP). Essa noção de efetividade é uma noção de
movimentação processual (de que é possível que esse pode chegar a um provimento judicial), não
confundir processo efetivo com processo que tem resultado final de punição.
IMPORTANTE: abandona-se a noção de interesse e necessidade, interesse e adequação. Enquanto antes
havia a relação muito próxima com ausência de prescrição (antiga redação do art. 43, CPP), a partir da
noção de punibilidade concreta há uma relação maior com relação às especificidades do direito penal. Há
uma relação positiva em relação ao ditames do processo penal.
Exemplificando o contexto do “a partir”:
a. Decadência (tanto pública quanto privada): não interrompe, é absoluta.
b. Noção de renuncia, não a expressa, mas a tácita (fato incompatível com a vontade de
ingressar com ação). Só o direito penal tem essa ideia.
É o exercício se determinado processo deve ocorrer.
Porque não perempção nos exemplos? Que é uma forma de extinção de punibilidade (ausência de atuação do
particular na ação penal, art. 60, CPP). Não fala em perempção porque ainda não há uma ação, não há uma
inicial acusatória neste momento que estamos discutindo.
c. Investigado ou indiciado em estado terminal: é um exemplo que não consta em manuais; qual
a necessidade de se instaurar um processo penal (o que é um exemplo que seria possível na
forma clássica das condições da ação).
d. Ausência de punibilidade concreta pela altíssima possibilidade de extinção da punibilidade
por prescrição retroativa: discussão quanto à nomenclatura “prescrição virtual”.
IMPORTANTE: processo penal como penal (é reflexivo, não técnico). É a noção filosófica, o pesar, de que
passar por um processo penal é uma pena, é algo pesaroso. A pessoa processada realmente passa por isto. É
se colocar no lugar do acusador (MP) para que se responsa se a ação penal é necessária.
Art. 4°, §4°, Lei 12.850: problemática dos acordos de delação premiada. Não há lei quanto à forma em que a
delação premiada está acontecendo, é totalmente discricionário. A substituição de uma pena sem a passagem
pelo/por procedimento judicial.
REFLEXÃO: discussão entre punibilidade concreta, princípio da obrigatoriedade e a delação premiada (art.
4°, §4°, deixar de oferecer denúncia). Acordo prévio de pena ou homologado sem processo ou ao menos de
procedimento único/universal.
3. LEGIITMIDADE: não é a ad causam. Quando uma ação começa não há um recurso para/contra
recebimento, o que se pode fazer é impetrar um HC (habeas corpus) pedindo o trancamento (fim) do
processo. aqui se tem as mesmas reflexões (passiva e ativa) que do modelo clássico.
Art. 30, CP: concurso de agentes (coautoria e participação). Art. 29 e 30, CP. Quem é coautor é quem
pratica ato de execução, participante não pratica ato de execução. Como o art. 30 (comunicabilidade) que foi
aplicado ao mensalão, em que particulares foram acusados de praticarem crimes próprios (crime de
peculato). Transcende porque as circunstancias e elementos do crime se repetem. O art. 29, CP, é a
identificação do autor e do partícipe, mas esta identificação deve ser feita de forma madura e restritiva (à
autoria e à participação), evitando-se denúncias exageradamente amplas.
IMPORTANTE: também vale como legitimidade genérica. A rejeição da inicial por ausência de
legitimidade faz coisa julgada apenas formal (pode denunciar novamente pelo fato, desde que se tenha
investigado melhor, trazendo novos elementos, e dentro do prazo prescricional). Não faz coisa julgada
material.

JUSTA CAUSA: nunca esteve na legislação antes de 2008, era uma construção doutrinária e jurisprudencial.
A justa causa é ou não uma condição da ação? A natureza jurídica da justa causa tem duas formas de pensar:
1. A partir de uma teoria geral do processo a justa causa seria “condição sui generes” da ação (aplicada
apenas ao processo penal). É de um contexto anterior à 2008 em que há 3 condições gerais e mais a justa
causa. Há quem entende que com a mudança de 2008 o que ocorre é a confirmação disso, sendo
absorvida pelo art. 395, que separa as condições da ação da justa causa (I e II).
2. A partir de uma visão autônoma do processo penal é que a justa causa é a quarta condição da ação.
Entende que a separação ocorre para dar mais ênfase à justa causa ou que não faz diferença, só está em
um inciso separado, não devendo falar em condição geral justa causa, mas em condições da ação do
processo penal.

A. JUSTA CAUSA CLÁSSICO: elementos probatórios mínimos de autoria e maturidade para dar início ao
processo. lastro probatório mínimo.
PROBLEMATIZANDO: o que guia a autoria e materialidade (deixar de utilizar a questão abstrata, a forma
abstrata). Ainda que a ideia de prova não deve ser utilizado aqui, mas sim elementos informativos mínimos,
não trazer a noção de prova no início, porque o que está no inquérito não é prova (porque só dá pra se falar
em prova no contexto do processo, com a presença de contraditório). Art. 150, CPP (diferença entre prova e
elementos informativos). Art. 155, CPP.
B. JUSTA CAUSA (visão contemporânea): um pouco mais rica. Tem dois vetores:
1. Elementos mínimos de autoria e materialidade (repete-se a visão clássica) e;
2. Controle processual do caráter fragmentário da intervenção penal.
Esse segundo vetor possui um conceito paradigmático por trás, qual seja, o advento do funcionalismo (que
se interliga com a ideia de intervenção mínima do direito penal). Tem-se um direito penal que deve ser
mínimo e fragmentário e subsidiário. A noção de proteção aos bens jurídicos. É uma ligação de ultima ratio
das esferas jurídicas. O direito penal é a última trincheira (ideia de subsidiário). O que discutiremos aqui é
seu caráter fragmentário, aceitação da ideia de que o direito penal deve proteger:
1. Os bens jurídicos mais importantes da sociedade;
2. Das afrontas mais intolerantes.
O direito penal como forma de proteção dos bens jurídicos mais importantes (fragmentário). Deve ser
analisado os tipos de afronta, devendo ser compreendida apenas a afronta mais intolerável. Noção de devida
importância do que está se buscando proteger, ligado ao princípio da insignificância.
Exemplos: falsificação grosseira, crime impossível, crime de bigamia, crime de jogo do bicho, crimes em
que as penas são somente de advertência, etc.

DESTAQUES FINAIS DA JUSTA CAUSA: Prof. Afrânio Silva Jardim.


1. A noção de justa causa ficou deturpada, perdeu um pouco o arcabouço conceitual. Afrânio mudou a
nomenclatura da justa causa que é vista como quarta condição da ação e fala em existência de suporto
probatório mínimo de imputação. Reconhece que esta condição da ação é específica do processo penal.
2. Diz que a noção de justa causa deve ser voltada para o crime como um todo. O que se imputa é o crime,
e o crime é um fato típico, antijurídico e culpável. Não se pode ficar só em prova de autoria e
materialidade, deve olhar se existem elementos, se não existe excludente de atipicidade ou culpabilidade.
Promotor deve/pode observar que falta suporte probatório mínimo, trabalhando com condição da ação.

REFLEXÃO: a justa causa ampliativa se confundiria com fumus comissi delicti, que é a primeira condição
da ação? Segundo Afrânio seria igual. Aury diz que não se confunde porque na teoria do delito (1ª condição)
ainda faz a análise da possibilidade do crime, da sua existência, e que a justa causa faria uma análise de
autoria e materialidade (não se faria uma análise da antijuridicidade, não vai perguntar se tem excludente de
ilicitude, como a legitima defesa, por exemplo).
CPC está contribuindo para um ruptura paradigmática do Processo Penal visto que lá não há mais condições
da ação. O que fazer aqui no Processo Penal?

REFLEXÃO: existem outras condições específicas da ação penal?

03 DE MAIO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)

DESTAQUE 3 (continuação da última aula): não é tão simples diferenciar a primeira condição da última.
Quanto fala do primeiro vetor da justa causa focou-se nos elementos que guiam concretamente a
autoria e a materialidade (exercício que o promotor também deveria fazer), são elementos mais concretos,
mais subsuntivo; no segundo vetor está relacionado com o princípio da fragmentariedade, mais abstrato. É
necessário fazer uma interpretação mais crítica, nesse segundo vetor. Exemplo: interpretação em prejuízo do
réu (como o gato em canais e tv, pode ser interpretado da mesma forma que a gato na energia?).
Devemos achar elementos diferenciadores entre justa causa (nos seus dois vetores, elementos
informativos e caráter fragmentário) e prática de fato aparentemente criminoso (subsuntivo). Para o Daniel
essa diferenciação não é tão simples, na visão contemporânea, pois no plano consequencial ambas tocam a
tipicidade da conduta.
A diferenciação é que a justa causa é mais robusta, possui dois vetores, é mais reflexiva, devido ao
seus elementos informativos. A prática de fato aparentemente criminoso é mais um exercício subsuntivo.

REFLEXÃO 1: além das quatro condições da ação, existem outras condições da ação no processo penal, no
entanto estas são específicas, casuísticas, não aparecem em todos os casos. Enquanto nas quatro condições
que já estudamos são encontradas em todos os casos. São as condições específicas (estão no livro do Aury):
1. Poderes especiais na procuração, no caso de queixa crime (crimes contra a honra). O advogado deve
possuir uma procuração especial, com poderes especiais (art. 44, CPP).
2. Entrada do agente no território nacional nos casos do art. 7° do CP: possui a condição do agente estar
no território nacional para que o Brasil possa julgar caso de crime praticado fora do território
nacional.
3. Trânsito em julgado de sentença anulatória de casamento nos casos do art. 236, § único, CP.
4. Autorização da Câmara dos Deputados dos crimes praticados por Presidente ou Vice (art. 51, I, CF).
5. Constituição definitiva de crédito tributário nos casos de crime fiscal: casos da Justiça Federal, deve
confirmar a inscrição na Dívida Ativa, não tem como MP denunciar e nem o Juiz receber a denúncia
sem a comprovação da constituição definitiva dos créditos tributários. É o término das discussões
administrativas no âmbito fiscal.
6. Decretação de falência em crimes falimentares. A decretação da falência vem antes para que se possa
falar em crime falimentar.
Esses dois últimos exemplos se convencionou chamar de condição de procedibilidade (mas é muito
criticável, porque todos podem ser assim considerados). Essa é a ideia de que existe hoje.
O que Daniel acha: que estamos falando de um processo penal com condições da ação rígida, não ser
fluida. Quando falamos dessa ideia de admissão de condições específicas da ação penal para além daquelas
quatro, autônomas do processo penal, é deixar a teoria das condições da ação penal coisa fluída, é
contraditória em relação a independência, em relação à autonomia do próprio processo penal. Na busca pela
firmeza da nossa teoria (condições da ação do processo penal), acaba-se, com essas casuísticas, com a
firmeza teórica, porque tudo poderá ser condição de alguma maneira, ainda que específica. A existência das
condições específicas da ação penal retiram a firmeza das condições da ação que se busca, uma autonomia e
independência na teoria da condição da ação. É um erro de compatibilidade teórica muito grande das
doutrinas que foram indicadas.

REFLEXÃO 2: a influencia do novo CPC nas condições da ação do processo penal. Com o Novo CPC
surgiram novas teorias que dizem não existir mais, no processo civil, as condições da ação, porque a
nomenclatura específica não está expressamente prevista. Mas há quem ache que não é necessário estar
previsto na lei para que continue existindo as condições da ação, não considerar é ter uma visão muito
legalista (Daniel acha que esta última é mais correta).
A ideia é entender como isso surte efeito no processo penal. Se se está em uma visão clássica de
condições da ação no processo penal tem uma visão e na visão contemporânea possui outra:
1. Respondendo da visão contemporânea o que se tem é que o Processo Penal é autônomo, não importando
como o CPC trata atualmente as condições da ação. O CPC é subsidiário, e o máximo que será usado é
para questões que o Direito Penal/Processo Penal não consegue responder. Temos condições próprias no
processo penal, separadas das condições do processo civil. Não existiria efeitos e os impactos não foram
tão significantes.
2. A concepção clássica, por sua vez, acabaria por abandonar a possibilidade jurídica do pedido, não sendo
mais uma condição de ação (Nestor da Bahia). Como a possibilidade jurídica do pedido no processo civil
atualmente foi abandonada, não há que se falar em possibilidade jurídica do pedido no processo penal,
visto que haveria, para a concepção clássica, uma ligação/dependência entre processo penal e processo
civil. Seria uma análise posteriori.

REFLEXÃO 3: ausência de justa causa faz coisa julgada formal ou material? Fazer coisa julgada formal é
quando é possível discutir aquilo e material é quando não pode mais discutir aquilo. A justa causa no
primeiro vetor é de indício de autoria e materialidade, mas o juiz pode rejeitar a inicial pelo segundo vetor
(princípio da insignificância/fragmentariedade). Depende do vetor, porque se for negada pelo primeiro vetor
a coisa julgada é formal (autoria e materialidade), porque pode haver mais investigação que comprove a
autoria e materialidade, o promotor pode procurar novos elementos e denunciar sobre o mesmo fato. No
segundo vetor (controle caráter fragmentário do direito penal), ai sim a coisa julgada será material, pois ela
atinge diretamente a existência da tipicidade do crime, a existência do crime em si, a existência da tipicidade
do crime (ligado à teoria do delito).
Exemplos: peculato, que só é praticado por servidor público, se se denuncia alguém que não é servidor
público por peculato, não há crime, a coisa julgada é material; mas no caso de não ter achado o corpo ou não
restar comprovada a autoria, o promotor pode procurar mais fundamentos e demandar mais investigação
sobre isso.
No caso de coisa julgada formal não se pode oferecer a denúncia nos mesmos termos; deve trazer
novos elementos sobre o mesmo caso na denúncia.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS:
Ao estudar os pressupostos processuais no processo penal devemos estudar os pressupostos do
processo civil (onde as críticas serão as mesmas) e estudar que a teoria do processo civil não tem aplicação
no processo penal. Haveria essas duas visões (que aplica o processo civil ou que nega a aplicação do
processo civil no processo penal).
A visão que prevalece é a que aplica o pressupostos do processo civil no processo penal (o que será
encontrada em toda teoria clássica).
➢ VISÃO 1 (revalece):
a) Existência:
1. Órgão investido de jurisdição (Judiciário)
2. Presença de partes (MP e Réu/Ofendido e Réu)
3. Demanda (vinculação à peça acusatória)

b) Validade:
1. Positivos:
i. Juiz, competência e imparcial: exceções são a incompetência, suspensão e impedimento.
ii. Legitimidade ad processum (capacidade postulatória)
iii. Citação válida (temos quase os mesmos tipos de citação no processo penal que existem no
processo civil, como a citação por hora certa, mandado, edital, etc).
2. Negativos:
i. Inexistência de coisa julgada
ii. Inexistência de litispendência: mesmos fatos pedindo a mesma coisa.

Qual a possibilidade inexistir os pressupostos de existência? É mera tentativa para tentar forçar
exemplos, não tem como exemplificar a presença das partes que não o MP, réu e ofendido certo (?).
E quanto aos pressupostos de validade? Temos algo no processo penal que se confunde com os
pressupostos da validade. A teoria das nulidades já aborda essa temática de validade, aqui quando há falta de
legitimidade o que se pede é nulidade, não se alega a falta de pressupostos processuais. É isso que Aury fala.
Para ele nem os pressupostos de existência e de validade do processo civil não faz sentido nenhum para
aplicação do processo penal.
O que seria pressuposto processual, então, se não existe a ideia de pressuposto de validade e
existência? Para o Afrânio ele tira os pressupostos negativos da validade e chama de originalidade
(colocando como uma nova condição da ação).
A ideia do Daniel é colocar as condições específicas como pressupostos processuais, essa seria a
solução. Ele estaria repensando os pressupostos do processo penal, o que fortaleceria, ao mesmo tempo, a
teoria das condições da ação.

08 DE MAIO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Quando Afrânio implementa a originalidade como pressuposto penal, é simplesmente a migração dos
pressupostos negativos da teoria geral para a condição da ação penal. Migração dos pressupostos negativos
para o que se denomina originalidade. Vai eliminando os blocos de pressupostos não vai sobrar nada, porque
ainda é previsto no art. 395 e no novo projeto de pesquisa. Os dois negativos são condições da ação, não
pressuposto processual.

Existe um vetor para entender que as nulidades do processo penal, quando absolutas, estão muito
relacionadas com as afrontas aos princípios basilares do processo penal, e havendo essa afronta, podemos
começar a falar de nulidade do processo penal. Essas nulidades podem ocorrer do recebimento da denúncia
até o trânsito em julgado. As nulidades relativas existe uma afronta aparente que precisa ser comprovada, já
as nulidades absolutas a afronta é patente. Se há uma afronta patente há a necessidade de constituir
novamente este ato.
Ex: quando o juiz recebe uma denúncia inepta, é possível arguir lá na frente um vício nesse processo, ele
recebeu quando deveria rejeitar; isso destroça tudo o que aconteceu, anula todos os atos, devendo ser
realizado de outra forma. Toda norma principiológica que envolve competência, imparcialidade (relativo ao
juiz), legitimidade (passiva ou ativa) e citação inválida (é questão de validade [pressupostos estudados
acima] que envolve a figura do juiz, do legítimo e a figura da citação, já são nulidades para o processo penal,
já estão abarcadas pela teoria da nulidade). As hipóteses que se configuram como pressupostos de validade
são abarcadas pela teoria das nulidades do processo penal.

Já temos que os pressupostos de validade estão abarcados pela teoria das nulidades e que os negativos já
estão abarcados pela originalidade (condição da ação).

E os pressupostos de existência? Não possui aplicabilidade prática nenhuma. Quais são os pressupostos de
existência? Não ter juiz (tribunal de exceção); não ter parte acusadora e nem a parte que está sendo acusada
(acusar alguém que já morreu) e nem o que se quer (aplicação de sanção penal, que é o pedido de excelência
do processo penal, como o pedido de pena de morte). Não tem fundamento e necessidade de aplicabilidade
desses pressupostos processuais no processo penal, porque é forçar o entendimento de uma teoria geral no
processo penal. Rubens Casara e Aury fazem críticas. Segundo Aury a aplicabilidade é irreal.

Sobrou, agora, apenas uma disposição abstrata de que caberia a rejeição pela falta de pressuposto, mas o que
seria pressuposto processual já que não sobrou nenhum nessa crítica? O que Daniel dá como solução é
colocar as condições específicas como pressupostos, pois assim se resolveria dois problemas: o de tirar a
flexibilização das condições da ação que as condições específicas gera e de encher os pressupostos
processuais com essas condições específicas. Não há, ainda, pressupostos próprios do processo penal, temos
uma teoria específica de pressupostos processuais no processo penal.

Nas condições da ação temos o processo de uma teoria geral, depois uma crítica e uma adaptação autônoma
(que realizamos no início do semestre). O processo dos pressupostos é a teoria geral, depois uma crítica e
agora o processo penal tem criado suas formas de enxergar os pressupostos processuais no processo penal.

- ACABAMOS ART. 395, II E III

INICIAL ACUSATÓRIA:
1. Regularidade e inépcia: este estudo é um estudo paradoxal, se a denúncia não for regular ela é inepta.
Para saber o que é inépcia da inicial, faz-se um estudo da regularidade da inicial. Uma das hipóteses da
rejeição da denúncia é a inépcia da inicial (art. 395, I). É preciso saber o que é uma inicial acusatória
regular? Art. 41, CPP. É deste artigo que teremos o juízo positivo (o que é inicial regular) e o juízo
negativo (quando é inepto).
Denúncia ou queixa (pública e privada, respectivamente).
Dentro da regularidade há toda uma principiologia por trás. Falar em regularidade em uma inicial
acusatória é afirmar alguns princípios. Falar em uma denúncia regular é falar em reafirmação da ampla
defesa (possibilidade defensiva), a narrativa tem possibilitar uma defesa efetiva. Legalidade (tudo o que se
quer tem que ser retirado da lei). O princípio da culpabilidade (subjetiva) deve trazer que aquele sujeito
praticou o delito, etc. O princípio da correlação acusação-sentença (o juiz não pode julgar extra-petita, deve
existir uma correlação entre o que se pede e o que se julga).
REQUISITOS:
a) Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias: os dados essenciais para a
configuração de um delito devem ser devidamente narrados. São dados fáticos que devem ser
somados, não é a noção de nexo de causalidade da teoria do delito, mas é uma narrativa coerente.
São dados que correlacionam-se com o delito que se quer comprovar. Isso tudo é relacionado
com a noção do nexo de causalidade. É uma relação da narrativa desses dados essenciais e
imputação (delimitar algum crime a alguém). Há um nexo entre a narrativa e a imputação. É
olhar os núcleos do tipo penal, os verbos ali constantes, etc.

Deve haver a junção dos núcleos do tipo mais elemento subjetivo (dolo ou culpa). O dolo
(consciência+vontade) pode ser específico. A culpa se divide em três: imprudência, negligência e imperícia.
Não é suficiente pra a caracterização da exposição fática-regular (daquela que efetivamente imputa):
a) a mera repetição do tipo penal; b) a mera repetição e oitivas testemunhais também não é narrativa regular;
c) a mera menção à folhas do caderno também não é narrativa regular.
DESTAQUE: elementos de tempo e espaço. São obrigatórios quando essenciais ao tipo penal. Exemplo:
furto com repouso noturno, tem que dizer que é a noite; art. 288, CP, deve demonstrar que a associação foi
formada para a prática de vários crimes). Quando não essenciais ao tipo não é obrigatório, mas não pode
deixar tão em aberto que não impossibilite a defesa do acusado.

Agravantes devem ser escritas na peça inicial? PESQUISA

10 DE MAIO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


É necessário que conste os agravantes na inicial (art. 61, CP)? Agravante tem uma consequência na pena
cominada, então deve ser trazida na inicial, até porque oportuna a defesa do acusado. Correntes:
1. A agravante não consta do tipo penal (se fosse do tipo seria elemento do tipo penal, não agravante), por
isso não haveria a obrigatoriedade, pois a matéria de agravante faz parte da dosimetria que é dada pelo
juiz. Art. 385, CPP (o juiz pode reconhecer agravantes embora nenhuma tenha sido alegada), esse é o
argumento legal desta corrente.
Pensando numa forma mais contemporânea e crítica do processo penal, a visão da agravante não pode ser
lida de forma tão simplista, devemos entender qual seria o óbice em constar na inicial as agravantes para
oportunizar ao acusado a sua defesa adequada.
2. A segunda corrente seria a de privilégio à ampla defesa e o contraditório (reação). A agravante não está
somente ligada à dosimetria (um consequencial, o que é necessário para a aplicação da pena), mais do
que matéria de dosimetria é matéria também de imputação (pois a pessoa cometeria a ação com um grau
de reprovabilidade maior, pois tomou alguma precaução ou algo que piora a sua situação juridicamente,
devendo ser oportunizado a ele se defender). Art. 41 determina narrar todas as circunstancias, então para
essa correte tem mais compatibilidade com a primeira parte do art. 41, pois teria maior compatibilidade
com descrição de todas as circunstancias.

O que é denúncia genérica? Uma denúncia que tem um acusado e que é narrado de forma genérica, essa
denúncia não narrou os fatos com todas as circunstancias. A denúncia genérica está muito relacionada no
contexto de concurso de agentes. Embora a denúncia não tenha denunciado todas as circunstancias é inepta.
A denúncia genérica não subjetiva a acusação, sem imputar adequadamente as condutas (muito comum em
crimes societários). Tudo haver com o art. 29, CPP (todos responderam pelo crime na medida da sua
culpabilidade). A denúncia genérica é a imputação objetiva, sem individualizar a pessoa e a sua
culpabilidade.
O principal requisito sobre inépcia da denúncia é analisar o art. 41, sobre a descrição de todas as
circunstancias necessárias.

b) Identificação do acusado: não tem como mais dizer que a denúncia é facultativa. Art. 259, CPP
(clássico da criação do CPP), falando que a identificação do acusado era facultativa, sendo
necessária, quando não possível a completa identificação, a descrição da identidade física do
acusado (como se ele tem tatuagem e qual a tatuagem, etc). Atualmente, contudo, há uma
evolução tecnológica, não devendo se falar em identificação do acusado como sendo facultativo.
Anterior 2008 (art. 356, já revogado) que determinava a possibilidade de citação por edital do
acusado não conhecido, pós 2008 isso foi revogado, não se aplica mais, revoga-se a citação por
edital de acusado não identificado. Deve haver a identificação pessoal do acusado, com nome,
endereço, CPF, identidade. Se não tem como identificar ou demonstrar isso, investiga melhor.
O STJ não aceita mais a denúncia por fotografia.
Lei 12.037: lei sobre a identificação criminal, formas de identificar as pessoas; demonstra a vontade de
mudança.

c) Classificação do Crime: a imputação é uma coisa fática e faz parte da primeira condição (?). No
final irá concluir que ele praticou, numericamente, a dita conduta. É o enquadramento na
previsão expressa de lei, enquadrar numericamente, a conclusão numérica, do CP ou de outra lei.
A imputação é diferente, é mais fática, já aconteceu no momento da narrativa com todas as
circunstancias, a classificação é a conclusão numérica. A conclusão da classificação é do
acusador, principalmente quando o fato narrado pode se encaixar em mais de um tipo penal. A
classificação do delito não é tão simples. Mas e a classificação extremamente correta não é
obrigatória (mas tem que classificar), enquanto a imputação é obrigatória.
A classificação correta não é obrigatória por alguns argumentos: o importante é imputar, porque o juiz pode
mudar a classificação do crime no crime, então o primeiro argumento é a ementatio libeli (o juiz pode dar
classificação diversa, mesmo os fatos iguais, é uma questão jurídica, o juiz pode entender que no que pese
na narrativa do fato ele enquadra em outra conduta), art. 383, CPP; a emendatio libeli é na sentença, os fatos
são iguais e podem ser enquadrados em outro tipo, até mesmo para piorar a situação do réu, porque não
houve nada que brotou no processo porque o acusado teve oportunidade de se defender, pois os fatos não
mudaram, só o entendimento do juiz recai em outro tipo, é uma interpretação jurídica do julgador. O
segundo argumento, que é uma máxima (que é muito utilizada pelo ordenamento jurídico brasileiro) de um
senso comum raso, que diz que isso tudo é possível porque o réu se defende dos fatos, sendo a classificação
um mero detalhe, o que corrobora para a emendatio libeli. É criticável, porque há crimes que várias
exigências (como ter dolo, elementar, etc) e a defesa é exercida de forma a impugnar essas exigências, mas
depois o juiz vai lá e muda a classificação, e talvez o crime imputado pelo magistrado. A defesa traça toda a
sua estratégia a partir da classificação.

A desclassificação é uma coisa que a defesa pode trabalhar, alegar, a mudança de classificação é de
competência do juiz/magistrado.

d) Rol de testemunhas: é o momento em que o acusador deve trazer o rol de testemunhas, na


denúncia, sob pena de preclusão. É o momento ideal é na denúncia. O rol de testemunhas é ao
final, anexo. Embora esse seja o momento, o rol não é obrigatório, mas quando não apresentado o
acusador assume o ônus.
Números de testemunhas: aqui é por rito, há o rito ordinário (8 testemunhas), o rito sumário (5 testemunhas)
e o rito sumaríssimo (3 testemunhas).

Pesquisar se é máximo, se é por fato, se é por réu.

15 DE MAIO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Rol de testemunhas (continuação): é um ônus. É o momento que a acusação tem esse momento para arrolar
testemunhas sob pena de preclusão. Deixar de arrolar testemunha não se confunde com a substituição da
testemunha (porque aqui nesse segundo já houve o arrolamento anterior de testemunha, exemplo é quando a
testemunha morre).
Art. 209, CPP: vai precluir para a acusação, mas não impede o arrolamento de testemunhas por parte do
juízo; “testemunhas do juízo”. A alternativa, então, na prática, quando o MP esquece de arrolar testemunhas
que peça que determinadas testemunhas sejam ouvidas como testemunhas do juízo, ser provocado o juízo
para que ouça a testemunhas do juízo.
Art. 401, CPP: máximo de 8 testemunhas no procedimento ordinário.
Art. 532, CPP: máximo de 5 testemunhas no procedimento sumário.
Art.34, Lei 9.099: máximo de 3 testemunhas no procedimento sumaríssimo.
No rito do júri (rito especial) há duas fases com números diferentes de testemunhas. Na primeira fase há a
possibilidade de ouvir oito testemunhas. Na segunda fase, que é o plenário, o máximo são 5 testemunhas.

RESPOSTA DA PESQUISA: por cada imputação (porque os réus se defende dos fatos, então as
testemunhas são arroladas a partir do número de imputações). Vale para acusação e para defesa.

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA QUEIXA (AÇÃO PENAL PRIVADA):


Quando ele está falando do art. 41 ele está falando em denúncia, mas a queixa-crime é a inicial da
ação penal privada, também deve respeitar o art. 41, aplicando-se tudo o que foi dito até agora sobre a
denúncia à queixa-crime. No próprio caput do artigo há a disposição de que a denúncia e a queixa-crime
serão ineptas caso não respeitem alguns requisitos. Todas as considerações feitas pela denúncia vale para a
queixa-crime. Há peculiaridades na queixa-crime que a denúncia não tem. Então aplica-se o art. 41 mais as
suas peculiaridades:
● Tem que ser feita por advogado (representando o querelante). O principal na atuação desse advogado é o
art. 44, CPP. Deve haver a procuração com poderes especiais (que deve haver menção ao fato criminoso,
além do nome do querelante e do querelado, ou seja, a pessoa contra quem se apresenta a queixa-crime).
Ou seja, na queixa crime o objeto é deve ser delimitado (um pequeno resumo do fato). a grande polêmica
é saber até quando a falta de procuração pode ser corrigida: a) primeira corrente determina que deve ser
sanado dentro do prazo decadencial, que é de 6 meses; b) a segunda posição é do STJ, que se encontra
nos julgados do Celso de Mello, é a posição que tem prevalecido (embora não seja sempre assim),
determina que este vício pode ser sanado a qualquer momento, mediante ratificação dos atos processuais
(art. 568, CPP seria o fundamento).
IMPORTANTE: sedimentou-se jurisprudencialmente que a assinatura do querelante junto com o advogado
na queixa crime supriria a ausência de procuração. O advogado diligente faz as duas coisas.

PRAZO PARA OFERECIMENTO DA PEÇA INICIAL: na privada o prazo é de 6 meses e é um prazo fatal
(se passado esse prazo há a extinção da punibilidade, é decadencial, art. 107, CPP). A ação pública (que
também abarca a ação penal privada subsidiária da pública, condicionada à representação, etc, possui um rol
maior) possui como regra o art. 46, CPP (5 dias o réu preso e 15 dias o réu solto). Existem casos específicos
com prazos específicos e diferentes do CPP, também para o oferecimento da denúncia: art. 54, Lei de
Drogas o prazo é de 10 dias; em crime eleitoral também é de 10 dias e não diferencia se preso ou solto, art.
357, do CE (Código Eleitoral); crimes contra a economia popular é de 2 dias, art. 10, Lei 15.021/51, não há
diferença entre o réu preso ou solto; o prazo é de 48 horas se for crime de abuso de autoridade, art. 13, Lei
4.898/65, mas há projeto de lei no Senado para uma nova lei de abuso de autoridade.
Não há qualquer sanção processual, ou seja, não há nenhuma consequência. É um prazo dito
impróprio nas ações públicas, são prazos impróprios sem sanção processual. Mas a redação do CPP prevê
sanção (art. 801), mas não foi recepcionado por conta da incompatibilidade da irredutibilidade dos subsídios.
Efeitos da não apresentação no prazo (já que não há sanção): 1) surge o direito de ação penal privada
subsidiária da pública, é um direito do particular, em ações públicas mas que há vítima, como o furto e o
roubo (art. 38, CPP); 2) em caso de réu preso há a consequência de influenciar na ilegalidade da prisão por
excesso de prazo, reforço de uma prisão abusiva, da ilegitimidade da prisão, é quase como um argumento, o
resultado disso é o relaxamento da prisão por excesso de prazo; 3) cogitação de responsabilização criminal
por crime de prevaricação (art. 319, CP).
O único prazo que deve ser respeitado é o de prazo prescricional, deve denunciar dentro do prazo
prescricional (mesmo que não haja a sanção expressa, guiando-se pelo art. 109, CPP).

ADITAMENTO: acrescentar, adicionar, pressupõe a existência de uma denúncia prévia. Existem três
espécies de aditamento:
1. Real: modificação típica, adicionar acusação, envolve tipo penal, envolve a acusação mesmo, é a
modificação do direito material da denúncia. Exemplo é adicionar crime, adicionar qualificadora, causas
de aumento, etc.
2. Pessoal: adicionar réu.
3. Impróprio: adicionar elementos importantes para a acusação (importantes para acusar), que não estão
claros na denúncia ou são falhas na denúncia. Pode ser local, nome da rua, modelo de arma,
nomenclatura de documento. São coisas tangenciais que serão esclarecidas. É correção mesmo, corrigir
uma denúncia que não está tão suficiente assim.
JUSTIFICATIVAS PARA ESTE INSTITUTO: privilegiar o contraditório e a ampla defesa; melhor
aproveitamento da instrução (são casos em que existem conexão); afirmação do princípio da obrigatoriedade
(vale muito mais para os dois primeiros aditamentos, que é o real e o material, pois se descobre novas coisas
deve-se incluir na denúncia).
MOMENTO: O aditamento não é obrigatório, é possível que corram ações separadas, podem correr
denúncias separadas. Embora não seja obrigatório, mas possui um momento, qual seja, até o ato
imediatamente anterior à sentença.
IMPORTANTE: o aditamento (real e pessoal) é como se fosse uma nova acusação, assim toda a lógica deve
valer. O aditamento é como se uma nova denúncia fosse (por uma pessoa ou por outro crime e
qualificadora), existindo, assim, coisas práticas e novos efeitos. Se o aditamento é como se fosse uma nova
denúncia está sujeito ao recebimento (vê se tem condições, se existe justa causa).

Perguntas para próxima aula: as consequências do aditamento se comparado com o recebimento. CABE
ADITAMENTO EM AÇÃO PENAL PRIVADA?

17 DE MAIO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


Continuação do Aditamento
A obrigatoriedade é um princípio antigo e há muitos que dizem que o aditamento é decorrente desse
princípio da obrigatoriedade da ação penal (mas Daniel critica esta ideia). A lógica que estaria por trás do
aditamento seria a de aproveitamento daquilo que está sendo produzido, é uma economia de tempo mesmo,
além da prevalência do contraditório.
Há diferença entre a mudança de capitulação (que é interpretação do juiz, não a existência de fato
novo) e do aditamento (que é a existência de fato novo, que deve partir do MP e não do juiz). O juiz, na
modificação do aditamento, verá se o MP tem razão ou não, mas não parte dele.
Principiologicamente falando é que deve haver correlação entre denúncia e sentença (art. 384, CPP,
onde é o MP que deve ser aditar, não o juiz).
Aditamento pessoal não é aditamento real (?).
O principal aditamento que temos que ter na cabeça é o aditamento real. É uma nova acusação e deve
fazer valer o contraditório. O aditamento não é uma coisa corriqueira.
Mutatio libeli não é a mesma coisa que aditamento real (a mutatio libeli é o que está no art. 384,
CPP). Mutatio libeli é o principal exemplo de aditamento real, mas não é sinônimo.
O aditamento, que funciona como uma nova acusação, deve ser recebido, com o juiz fazendo um
juízo de admissibilidade como se faz o juízo de qualquer denúncia. É como se o recebimento fosse um novo
recebimento dentro do mesmo processo. No caso de recebimento de um aditamento como o acusado pode se
insurgir contra o recebimento do aditamento? Habeas Corpus (é o máximo, porque não tem recurso contra
recebimento). Quem se insurge contra a rejeição é o MP e qual seria a medida cabível? Art. 381 OU 581, I,
CPP, da rejeição da denuncia (que é o que é o aditamento) cabe RESE (recurso em sentido estrito). Art. 3° +
art. 581, CPP, também poderia se aplicar o RESE quando da rejeição de aditamento, mas isso não está
previsto em lei, é uma forma de interpretação. Só por equiparação. O MP não é obrigado, ainda, recorrer da
rejeição desse aditamento, ele pode fazer uma nova denúncia.
Outra coisa dessa equiparação é a prescrição, pois o recebimento do aditamento também interrompe
lapso temporal de prescrição do novo crime. Art. 117, CP, porque embora não esteja falando em aditamento,
está falando em recebimento da denúncia (o que em tese é o que o aditamento é). A interrupção se estende
ao recebimento de aditamento.
Da rejeição do aditamento poderia caber RESE e nova denúncia (após a rejeição do aditamento).

REFLEXÃO: aditamento na ação penal privada (queixa). Art. 45, CPP. Regra de aditamento é que só quem
faz é o MP, não há nenhum artigo que falei sobre a possibilidade de aditamento pelo particular. Mas porque
o MP seria o único legitimado a aditar? Há uma contrariedade, porque o interessado é o particular na ação
privada. Mas será mesmo que é o MP que faz ou em algum momento o particular pode fazer?
Segunda máxima é que o particular, como regra, deve ingressar com nova queixa crime dentro do prazo
decadencial (a partir do momento em que fica sabendo da ocorrência do crime), se fica sabendo de novos
crimes ou novas pessoas. O prazo decadencial começa a partir do momento em que o particular toma
conhecimento do fato, sendo diferente do prazo prescricional. O particular numa ação penal privada não
pode escolher contra quem ele irá querelar.
Arts. 45, 46, 48 e 49.
Seria possível, excepcionalmente, o particular aditar? Existem posicionamentos: 1) não haveria óbice no
particular desempenhar aditamento improprio, por mais que não exista previsão legal (pois só fala em
aditamento pelo MP), a lógica do aditamento impróprio envolve questões tangenciais, como correções,
questões estas não tão importantes como as dos outros tipos de aditamento, não sendo crível/lógico, o
particular, se deparando com o erro, chamar o MP para corrigir (Pacelli e Renato Brasileiro); 2) Renato
Brasileiro diz que seria possível, dentro do prazo decadencial, além do impróprio, o querelante desempenhar
o pessoal, ele coloca a questão do conhecimento deliberado ou não, em caso de conhecimento posterior da
autoria, o que Aury dá o posicionamento de uma nova queixa, Brasileiro fala sobre aditamento pessoal,
dentro da mesma queixa, como fundamento do art. 569, CPP (teoria das nulidades), ampliando-se,
excepcionalmente, até mesmo para possibilidades de aditamento real em caso de conhecimento posterior de
novos fatos.
Dividir se é ou não possível o aditamento em queixa e quem é legitimado.

Aditamento não exclui nova denúncia e nem nova queixa. O que na prática acontece mais é o ingresso de
novas queixas e novas denúncia e, se for necessário, se junta depois. Na prática, para não ter problema
ingressa-se com uma nova ação e depois liga-se pela conexão. A hipótese mais corriqueira é a de emendatio
(art. 386, CPP). É uma nova denúncia, tendo recebimento, e que na lógica do aditamento é uma coisa
teórica, mas na prática tem caminhos para se escolher, não havendo um posicionamento homogêneo.
Máximas de aditamento: não é obrigatório, prazo até a sentença, não pode ser aditado após a decorrência do
prazo prescricional, que cabe HC de recebimento, que cabe RESE e nova denúncia em caso de rejeição.

22 DE MAIO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


PROCEDIMENTO E PROCESSO
Procedimento: atos concatenados, é forma, os atos posteriores só ocorrem se os anteriores acontecerem. É
algo formal, que percorre a pretensão acusatória e a pretensão defensiva. Nessa linha de atos concatenados
temos, no procedimento comum, há a o recebimento da denúncia e depois a citação para apresentar defesa.
A oitiva das testemunhas de acusação vem sempre antes das testemunhas de defesa, depois da instrução há
acontece as fases da diligencia e depois as alegações finais. Os procedimentos do Processo Penal estão
limitados ao art. 394, CPP.
Esses procedimentos se dividem em:
1. Procedimento comum: o que diferencia são as penas.
a. Ordinário: crime com sanção máxima igual ou superior a quatro anos.
b. Sumário: crime com sanção máxima inferior a quatro anos. O sumário é especial. Como regra
o sumário se tornou um procedimento não tão comum.
c. Sumaríssimo: crimes de menor potencial ofensivo (Lei 9.099 que limita as penas até dois
anos).
2. Procedimento especial:
a. Dentro do CPP: Tribunal do Júri (arts. 406 a 409), que é um procedimento especial, não
procedimento comum. Há o rito do funcionário publico (art. 523 a 518). Crimes contra a
honra (arts. 519 a 523). Rito dos procedimentos sobre propriedade imaterial (a partir do 524).
Lavagem de dinheiro e outros. Do CPP esses são os principais.
b. Fora do CPP: também existem procedimentos especiais, assim como no do juro o principal
procedimento especial dentro do CPP, o procedimento da lei de drogas fora do CPP; todos
possuem legislação própria. Há procedimento de abuso de autoridade, crimes eleitorais,
crimes falimentares e outros.
Existem peculiaridades em cada procedimento especial. Não existe um procedimento delimitado só sobre a
matéria. Cada procedimento possui peculiares de atos anteriores que não possui no comum. É delimitado,
porque pode haver, por exemplo, crime ambiental com pena máxima de dois anos que será processado no
Juizado Especial.
Como se identifica isso. A pergunta que se tem que responder é se tem rito especial sobre essa
matéria, e depois se olha a pena para saber se vai cair em algum dos três procedimentos comuns.
O rito comum ordinário é subsidiário em todos os ritos, será visualizado em todos os procedimentos.
Aplica-se o comum ordinário em todos os outros ritos. Art. 394, §5°, CPP;

POLÊMICA: §4°, art. 394, CPP. A polêmica está nos arts. 395 (rejeição da denúncia), 396 (resposta à
acusação) e 397 (absolvição sumária), CPP. Se a resposta a acusação e absolvição sumária será aplicado em
todos os procedimentos (como diz o §4°) ou se contrapõe ao princípio da especialidade.
**Defesa preliminar nos crimes de servidor público requer a rejeição da denúncia e a defesa requer a
absolvição sumária.
Ele cobrou o julgado na ultima prova falando sobre isso e pediu para criticar isso aqui.

O procedimento comum ordinário (penas iguais ou superiores a quatro anos, art. 394, 4°, I) tem
início com o oferecimento da peça acusatória, que é a denúncia. No plano abstrato o oferecimento da
denúncia tem que imaginar o MP pós-investigação, pós-elementos informativos, com os elementos
informativos à mão. Antes do oferecimento não se pode brotar nenhuma acusação, o MP deve ter em mãos
elementos suficientes para o oferecimento da denúncia. O titular está previsto no art. 41 e no art. 395.
Após o oferecimento há o juízo de admissibilidade (art. 395), surgindo as duas opções: ou rejeição ou
recebimento da denúncia. Se há recebimento continua-se com a ação, com a rejeição não se continua com a
ação.
Uma problemática que o Daniel coloca é “por que não uma manifestação defensiva antes do juízo de
admissibilidade?”. Se a defesa tivesse voz antes desse recebimento, dessa admissão, a defesa teria o primeiro
motivo de fala no porque o juiz deve rejeitar a denúncia. A defesa não tem voz antes do juízo de
admissibilidade atualmente, embora esse não tenha sido o tramitar do projeto de 2008 que modificou várias
partes do processo penal, que modificou-se antes da promulgação da lei. Teoria dos Jogos na cabeça, porque
o juiz possui um ego, e depois dele receber e a defesa coloca uma preliminar falando sobre o recebimento
errôneo o juiz não se retrataria. Aqui há a criação de monstros, tais como desse recebimento errado (?).

1. INÉPCIA:
A rejeição pode ser feita por inépcia (art. 41, CPP), são a ausência de elementos importantes (como a
ausência de descrição com todas as circunstancias da denúncia, ausência de qualificação, classificação
errônea do tipo/da imputação que é a ausência de congruência, denúncia genérica com a ausência de
individualização da conduta). A denúncia é inepta quando ela fere a ampla defesa. UMA OBSERVAÇÃO:
até quando é possível se alegar/reconhecer inépcia da inicial? Como é uma nulidade pode ser a qualquer
momento, porque nulidade é matéria de ordem pública. Porém há outro raciocínio que possui duas correntes
que diz que é só até a sentença (porque está se defendendo, por questões de ampla defesa que já foi afirmada
antes da sentença), não podendo compor/fazer parte de recurso (MAJORITÁRIA). A segunda corrente é que
como é uma nulidade pode ser reconhecida a qualquer momento, porque é matéria de ordem pública (essa é
a corrente majoritária na doutrina e com recorrência jurisprudencial).
ATENÇÃO - Inépcia faz coisa julgada material ou formal? Para a inépcia a coisa julgada é formal, porque
identificado o vício o promotor pode analisar melhor os elementos e direcionar a denúncia de forma melhor.
Além de tentar interpor outra denúncia ainda cabe o recurso estrito (art. 431, CPP). Há, assim, duas
possibilidades: ou RESE ou apresentação de nova denúncia.

2.a. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO: ainda é o do processo civil. Faz coisa julgada formal ou material?
Depende se há como consertar, se não tiver como consertar faz coisa julgada material, se tiver como
consertar a coisa julgada é formal. Pressupostos de existência nem se faz esse raciocínio. Para pressuposto
de existência não é o raciocínio que se faz (porque aqui o processo não existe), só tem como fazer coisa
julgada com coisa que já existe. Sobrou os pressupostos de validade, que são divididos em pressupostos de
validade positivo e negativo. Os pressupostos de validade positivos se consegue consertar (se não for o
promotor que ofereceu pode só encaminhar para o promotor oferecer) e por isso faz coisa julgada formal. Os
negativos (ausência de litispendência e coisa julgada) a coisa julgada é formal e material, não tem como
consertar. Somente nos pressupostos negativos de validade que cabe coisa julgada formal e material.
Em caso de rejeição por ausência do pressuposto o que o julgador pode fazer? Depende da fundamentação
da decisão do magistrado. Se a fundamentação for ausência de pressuposto de validade negativo cabe RESE
(principal caminho, art. 581, I, isso porque este juízo fica prevento), se a fundamentação for sobre ausência
de pressuposto de validade positivo pode entrar com RESE ou fazer nova acusação (porque aqui faz coisa
julgada formal apenas).

2.b. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO: também gera a rejeição de ação. Quanto à coisa julgada a
legitimidade faz coisa julgada apenas formal, porque pode ser trocado o polo. No entanto, quanto à
possibilidade jurídica do pedido/prática de fato criminoso e quanto interesse/punibilidade concreta não tem
como, faz-se coisa julgada material. Quais são as hipóteses do acusador: na rejeição por ilegitimidade pode
ser RESE ou nova denúncia; possibilidade jurídica e interesse cabe RESE.
3. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA: também posso rejeitar por ausência de justa causa. Temos a concepção
de justa causa tradicional (ausência de elementos mínimos probatórios) e a concepção moderna que versa
sobre os dois vetores (caráter fragmentário do direito penal). Quanto aos elementos de autoria e
materialidade a coisa julgada seria formal, desde que consiga pontuar que estes elementos estão presentes
(não são suficientes esses elementos), cabe nova denúncia ou a interposição de RESE. Quanto aos juízos de
tipicidade e ofensividade (questões do caráter fragmentário do Direito Penal) há a coisa julgada material, e a
única hipótese é a interposição de RESE.

24 DE MAIO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


Nós estamos na primeira hipótese de escolha do juiz, que é a de rejeição.
DESTAQUES:
1. Rejeição tardia da inicial ou retratação acerca de recebimento equivocado: já tem manifestação do TRF e
dos TJ. Isso só existe porque a manifestação da defesa só se dá após o recebimento da denúncia pelo
magistrado. O juiz percebe, após a provocação da resposta a acusação, analisa e vê que assiste razão à
defesa. Pode o juiz se retratar (também chamada de rejeição tardia).
Por mais que o contexto jurisprudencial tenha dado vazão a rejeição tardia e retratação. Mas não há prejuízo
no reconhecimento de nulidade até mesmo antes da apresentação da resposta à acusação por parte do juiz
por ser matéria de ordem pública (muito raro).
Não seria melhor a resposta à acusação vir antes do recebimento da denúncia?
2. Súmula 707 do STF: obrigatoriedade de contrarrazões por parte da defesa (a súmula não identificou o
recurso) pelo seu advogado constituído. Não pode subir o recurso da rejeição da denúncia direto. Tem
que ser oportunizado o direito de contrarrazoar do acusado. A defensoria não pode ser nomeada, porque
ela não consta nos autos desde o início.
3. A grande regra do recurso da rejeição da denúncia é o RESE. Exceção é nos crimes de menor potencial
ofensivo (lei 9099, art. 82), que só aceita apelação.
4. Súmula 709 do STF: erro in procedendo é sinônimo de nulidade (porque eiva de vício), já o erro in
judicando é um erro na valoração* (DIZ DANIEL QUE ISSO VAI CAIR). É erro in procedendo quando
o juiz apenas cita um artigo para rejeitar a denúncia, porque não segue a regra de fundamentação,
portanto eivado de nulidade. Já o erro in judicando é quando há a valoração, há uma fundamentação, mas
a valoração se mostraria inadequada. É possível o juiz errar procedimentalmente e valorativamente. Qual
a consequência de uma nulidade? Anula todos os atos realizados posteriormente. O Tribunal anula e
volta o processo para o juízo refazer o ato e continuar o processo. E quando é um erro in judicando,
como é um juízo valorativo, o Tribunal contrapõe a decisão e irá receber, não vai mandar voltar e
mandar ele receber, o que o desembargador vai fazer é argumentar e essa decisão irá valer como
recebimento.
Salvo quando erro in procedendo (nulidade), o acórdão que aprecia um recurso que tem como objeto da
rejeição da denúncia serve como recebimento dela (porque é erro in judicando).
5. Rejeição Parcial da Denúncia: hoje é possível, mas nem sempre foi assim. O juízo do julgador era
mecânico, analisando apenas o juízo de admissibilidade, não podia aceitar parcialmente, porque não era
a denúncia do MP e o juiz não tem capacidade de acusação, não podendo modificar a denúncia do MP,
cabendo apenas à defesa argumentar contrariamente e depois o juiz decidir. Atualmente é pacífico que a
rejeição parcial é possível. É pacífico esse posicionamento depois das modificações de 2008.
A rejeição parcial é possível tanto quanto aos crimes quanto réus.
REFLEXÃO: sendo a denúncia abusiva, não poderia o magistrado, quando do juízo de admissibilidade,
proceder imendatio libeli (art. 383, CPP) e, desde já, mudar a classificação do crime, recebendo a denúncia
contra esta nova tipificação? Denúncia abusiva é aquela que acusa em demasiado, extrapola no poder
acusatório (imputação de homicídio por dolo eventual em casos em que estejam configurados homicídios
culposos, casos de crimes de trânsito). A questão é a possibilidade de o juiz modificar a tipificação no
recebimento da denúncia para oportunizar a defesa adequada do réu. Mas há muitas críticas, como, por
exemplo, o fato do juiz estar atuando demais.
Não tem previsão em lei (legalidade) para isso e seria uma movimentação demasiada do magistrado, indo
além do momento do art. 385. É quase uma nova denúncia modificada substancialmente pelo juiz.
Por outro lado, se é verdade mesmo que os réus se defende dos fatos, porque o juiz não poderia fazer isso no
recebimento da denúncia em vez na fase da decisão. Ainda mais sentido faz se se pensa que o réu se defende
da imputação, devendo este se defender da imputação correta, não ser modificada no final.

DO RECEBIMENTO: é a segunda hipótese que o juiz pode seguir. Aqui há a admissão da peça acusatória.
O que vamos analisar aqui é o recebimento. Com o recebimento da acusação tem-se a citação do acusado
(primeira consequência). É uma citação para que se efetue a resposta à acusação. Art. 336, CPP. Quando o
399 fala em recebida é uma remissão, uma continuidade do que já aconteceu. É um argumento topográfico,
porque o do art. 399 ficou depois do art. 396. O segundo posicionamento é que o art. 396 é um julgamento
de admissibilidade que chama a resposta à acusação e que pós resposta a acusação já realiza o juízo
definitivo.

25 DE MAIO DE 2017 (QUINTA-FEIRA) - AULA EXTRA:


DO RECEBIMENTO (continuação)
HC 138089 SC.
ATENÇÃO: sendo possível a suspensão condicional do processo (sursis processual, art. 89, Lei 8099) o juiz
recebe a denúncia, mas não cita para a apresentar resposta à acusação, marca audiência. O MP que oferece
essa proposta. Mas e se não tiver proposta e o juiz visualiza o sursis? Depende, porque não há nada previsto
em lei. O que o juiz pode dar vista ao MP para que este observe e requeira ou não o sursis.
● CUIDADO: se o promotor não quiser oferecer a proposta de suspensão condicional do processo? Aplica-
se o art. 28 do CPP. É súmula do STF n 696.
Não existe recurso cabível no ordenamento da decisão que recebe a denúncia. O que as defesas fazem é
impetrar o HC para discutir o recebimento ilegítimo. A movimentação da defesa não preclui quanto ao HC,
podendo o HC para trancamento (quando do recebimento ilegítimo) da ação penal acontecer em outros
momentos.

A decisão que recebe a denúncia precisa ser fundamentada? Qualquer decisão. Existem duas correntes:
1. Maioria da doutrina contemporânea afirma que toda decisão deve ser fundamentada e o argumento é o
art. 93, CF, da fundamentação das decisões judiciais. Deve haver fundamentação do art. 41 e 395, CPP.
2. É o que acontece nos Tribunais Superiores. Embora tenha conteúdo decisório, a manifestação do juiz
não tem natureza de decisão. A natureza jurídica é de despacho, não sendo exigida a fundamentação para
a decisão que recebe a denúncia. Porque vingou o posicionamento de não fundamentação? Porque aqui
ele não foi provocado (?). Essa desnecessidade de fundamentação não se repete em casos de ritos
especiais, como o caso da lei de drogas.

CITAÇÃO NO PROCESSO PENAL:


A citação é para se ter conhecimento do processo e oportunizar a sua defesa. Art. 363 é a formação completa
do processo. Regra: é a citação pessoal. O sujeito é citado para apresentar resposta à acusação. O objeto da
citação é apresentação de resposta a acusação em 10 dias. O prazo não é fatal para a defesa. Porque a
resposta é uma peça obrigatória, por isso ou é apresentado pelo defensor dativo ou pelo defensor público. O
prazo começa a correr do momento da citação, não da juntada. A contagem é a partir do dia seguinte.
Súmula 210 do STF. A defensoria tem prazo em dobro e o MP não.
Art. 798, CPP.
ESPÉCIE DE CITAÇÃO:
1. Por mandado: art. 352. É a grande regra do Processo Penal.
2. Por precatória: art. 354 (descrição de como é a precatória). Não conseguindo citar por precatória se
tentará por hora certa. Art. 355, §2°. Só se existir juízo distante. É excepcional.
3. Citação por hora certa: não existia até 2008, o que acontecia era a citação por mandado e depois por
edital. Agora o que se tem é citação por mandado, depois por hora certa e depois por edital. Art. 362,
CPP. O parágrafo único quando fala em não comparecer fala da não apresentação de resposta. Há
duas situações: se citado por hora certa pode haver a remessa para Defensoria ou nomeação de
advogado dativo. O que ele discute é se o § único obstaculiza a citação por edital. Porque
necessariamente o juiz deve ir para este caminho? Há entendimento que o juiz pode pegar mais um
caminho, não devendo sempre mandar para um dativo, mas citar por edital.

29 DE MAIO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Observação: no juizado especial não existe citação por edital. Lei 9.099, art. 66, § único. Se não encontra a
pessoa no juizado especial encaminha o processo para a justiça comum. O procedimento previsto em lei é
esse, não encontrado remete para a justiça comum. O rito a ser utilizado é o sumário, não o ordinário.

REFLEXÕES ART. 366: Em quanto tempo o prazo prescricional vai ficar suspenso?
O que significa não comparecer? Não apresentar resposta escrita, pois é ela que é o comparecimento do
acusado.
Citado por edital é uma faca de dois gumes: suspender o processo (que não se confunde com sursis),
suspende-se o prazo prescricional (para que o Estado não implique em desídia). Quanto há a suspensão do
processo é para que se evite a figura da revelia no processo penal. Quando do prazo prescricional é para
evitar que o sujeito se beneficie da sua má-fé e da sua própria torpeza (em caso de estar se escondendo).
Forma de evitar punição do Estado que cumpriu todas as previsões previstas (a punição aqui é a ideia de
prescrição do processo no decorrer da sua suspensão).
Quanto tempo esse prazo ficará suspenso? Temos duas posições: A suspensão do processo seguirá a
prescrição do crime (Súmula 415), e passado a suspensão no prazo prescricional ele volta acorrer
novamente, pelo mesmo período. O argumento principal aqui é a crítica quanto à continuidade hade eterno
desse prazo, tornando-se imprescritível. A segunda hipótese é a do STF que determina que não há hipótese
de imprescritibilidade. As hipóteses de imprescritibilidade estariam muito expostas na Constituição e na
Legislação e essa não seria uma delas. A prescrição possui um estoque para ela zerar. Se utilizou o
argumento do princípio da legalidade nos dois fundamentos e qual a principal divergência desses dois
posicionamentos? Se é ou não imprescritível. PEGAR OS POSICIONAMENTOS DO STF E DO STJ
PORQUE NÃO PEGUEI DIREITO.
Outras correntes:
● Deve ser considerado o tempo máximo da pena privativa da liberdade: art. 75, CP. Proporcionalidade,
porque se a pena máxima no país é 30 não tem porque alguém ficar com um processo por mais de 30
anos.
● A suspensão deve ser o tempo da prescrição em abstrato e só. É como se o ficando suspenso a prescrição
continua correndo, não podendo depois contar de novo do zero como acontece com o entendimento do
STJ. Aqui se a suspensão alcançou o termo da prescrição, o processo deve ser extinto.
● Deve ser levada em consideração o mínimo abstrato da pena. Pega a pena mínima do crime em abstrato
para se determinar o tempo que a suspensão pode ocorrer.

A última modalidade de citação é a citação do réu preso: art. 360, CPP. Deve ser citado pessoalmente e por
mandado, no presídio. Se estiver em outro lugar/cidade deve ser por precatória no presídio. Havia uma
corrente que falava que o encaminhamento/condução do réu para ato judicial supriria a citação pessoal. Mas
isso não tem mais aceitabilidade, não supre.
DESTAQUES FINAIS QUANTO À CITAÇÃO:
1. Quanto à citação por edital e a prolatação de decisão de suspensão de processo (art. 366, CPP), Paulo
Rangel fixa que caberia apelação por parte do MP quanto à esta decisão de suspensão, se utilizando do
art. 593, II, CPP. Da sentença cabe apelação, cabendo apelação também de decisão interlocutória. O MP
poderia se insurgir contra isso, cabendo apelação.
2. Citação por carta rogatória no processo penal, bem como intimação de testemunhas: art. 368, CPP.
Aplicação subsidiária no CPC, e a ordem de praxe para o cumprimento deste ato é de cada vara, depende
de cada vara.
3. Existe citação por hora certa no processo penal. Quanto à citação por hora certa existe discussão se não
seria possibilidade de existência de processo sem o devido conhecimento do acusado. Algo, se não
idêntico, muito próximo à revelia. A revelia no processo penal acabou em 1996. Quando na nomeação
do dativo não configuraria revelia? Esta é a discussão. Isso porque dativo é uma ficção, é como se não
tivesse ninguém ali. Se o defensor público for chamado para fazer a defesa nesses casos, é importante
que a defensoria faça o pedido de suspensão. Caso de nomeação da defensoria nos termos do art. 362, §
único, CPP. É possível, utilizando-se do argumento de revelia indireta e das balizas da ampla defesa e do
contraditório buscar a aplicação do art. 366, CPP, que é a suspensão do processo.
FINALIZADA A MATÉRIA DE CITAÇÃO

RESPOSTA À ACUSAÇÃO:
Após a citação à apresentação de resposta à acusação. Art. 396-A, CPP. Antes da resposta a acusação
antes funcionava a defesa prévia (que não se confundia com a preliminar do procedimento de servidor
público) que servia para arrolar testemunhas e eventuais provas a serem produzidas (normalmente era uma
página). Você era citado para ser interrogado antes de 2008. Citava para ser interrogado, depois interrogado
e depois citado para apresentar essa defesa prévia.
A resposta a acusação veio em 2008 e se perfaz em um momento efetivo de defesa. Possui um objeto
amplo, podendo se fazer muita coisa nesse momento. O réu é citado depois do recebimento para apresentar
resposta, podendo alegar tudo o que interessa à sua defesa (art. 396-A, CPP). Resposta à acusação é resposta
obrigatória, assim como os memoriais são (coisa que antes de 2008 não era). Se não tiver ninguém
constituído como advogado a defensoria irá apresentar.
PROBLEMÁTICA: a resposta a acusação é obrigatória em todos os ritos? Não seria demais? É o princípio
da especializada vs o princípio da ampla defesa. O exemplo é a questão dos ritos especiais (há duas
correntes).
Se o objeto da resposta é amplo pode-se chegar a outras questões, como nulidade, para além do
pedido de absolvição sumária. A defesa na resposta à acusação pode trazer o que? O QUE É POSSÍVEL
ARGUIR EM RESPOSTA À ACUSAÇÃO?
1. Arguir preliminares: como por exemplo, incompetência, nulidades (nulidade de citação), rejeição tardia
da denúncia (retratação do recebimento que foi feito), outras exceções específicas (como suspeição,
impedimento, etc). Extinção de punibilidade pode ser colocada em preliminar (art. 107, CPP). Tudo o
que está aqui são nulidades absolutas. O art. 395 podem ser discutidas.
2. É agora que deve ser apresentado o rol de testemunhas, sob pena de preclusão.
3. É a hora de pugnar/pedir para a produção de provas específicas (podendo entrar com esse pedido no
decorrer do processo).
4. Quanto à juntada de documentos, a defesa pode apresentar documentos a qualquer momento, mas na
resposta à acusação também pode apresentar/juntar documentos.

31 DE MAIO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


Arrolamento de testemunha pela DPU: reflexão de Paulo Rangel, que diz que a sanção da preclusão
para a DPU poderia ser flexibilizada. Ele defende que quanto ao arrolamento de testemunhas pela defensoria
pública, ele defende o direito de entrevista anterior à produção de resposta. O objetivo é justamente
possibilitar que o rol de testemunhas seja um rol que seja condizente com a ampla defesa, condizente para o
que se quer produzir na defesa. O objetivo é a relação da produção do rol e a ampla defesa. O que ele faz é
pegar a lógica, desde a prisão do art. 5° a partir do inciso LX, CF e do art. 185, §5°, CPP. O que ele defende
é a condução por parte do Estado do acusado até a defensoria pública, até o gabinete do defensor. Isso
porque o defensor não teve contato com o réu preso, não tendo como realizar uma defesa efetiva, ampla,
pois não teria como arrolar, de forma adequada, um rol de testemunhas (art. 306, §1°, CPP).
A defensoria o prazo de resposta é em dobro (em vez de ser prazo de 10 dias, o prazo será de 20 dias).

Limite das Preliminares: o réu pode trazer preliminares, mas quais são?
● Violação aos dispostos no art. 395 (inepta a inicial): rejeição tardia da denúncia ou retratação do
magistrado).
● Extinção da punibilidade (porque também é prejudicial ao mérito): morte, decadência (quando em
ação penal privada).
● Prescrição (porque também é prejudicial)
E casos de exceção (incompetência, suspeição e impedimento)? Segundo a regra do CPP deveria ser
analisado em autos apartados, devendo haver uma petição própria, não podendo trazer em preliminar de
resposta (art. 396-A, § 1, e 315). Há duas correntes:
1. É possível alegar exceção em preliminar: porque a lei não proíbe; na prática isso vem sendo
admitido.
2. Não seria possível alegar a exceção em preliminar: essa corrente é mais legalista, devido ao art. 396
e o procedimento que se segue.
O caminho bom seria abrir a preliminar da nulidade absoluta por ser norma de ordem pública, cabível de
nulidade (é melhor do que abrir preliminar de exceção). É isso o que vem acontecendo na prática. O art. 396
permite.
O alcance do vocábulo “tudo”: a defesa poderá trazer TUDO o que importe à sua defesa. Qual é o
alcance desse TUDO? A questão tudo deve estar envolvida com a estratégia defensiva, de não trazer na
resposta à acusação que se dependerá da instrução para provar. São situações que não são aconselháveis
trazer na resposta à acusação: questões de dependem de prova (porque vai para a instrução, porque você
quer que isso acabe antes da instrução e elementos relativos à instrução não são analisados
preliminarmente); teses de mérito (teoria do direito penal, como ausência de dolo, participação de menor
importância, desclassificação do crime). A grande estratégia na resposta à acusação deve trazer preliminar,
quando se chega no mérito esquece questões probatórias, só trabalhe com hipóteses do art. 397, que podem
te levar à absolvição sumária).

DEBATE: oitiva (sentido de vista e manifestação quanto à resposta à acusação) do MP pós apresentação de
resposta à contestação. Atualmente, na prática e sem sustentáculo legal, algumas magistrados encaminham o
processo para o MP para se pronunciar sobre isso. O pedido de manifestação do MP quando na resposta à
acusação. Isso deve acontecer? Há duas correntes:
1. É de bom grado, apesar de não ter previsão legal, é importante que isso aconteça. A primeira corrente
determina que em privilégio do contraditório (ação e reação) e por questões de paridade de armas,
como só a defesa falou dessa matéria, que a acusação tenha oportunidade de se manifestar contra isso
(porque ele só acusou e não apresentou teses ou rebateu as testes trazida pela resposta) e com base no
art. 409, CPP. É importante o promotor tomar consciência disso.
2. O MP já falou e chega a ser desigual, ferindo a paridade de armas, pois o MP já falou e a defesa
sempre fala por ultimo. A regra do procedimento comum ordinário o juiz se manifestar. Essa vista
não haveria no procedimento (art. 307, CPP), sendo este o argumento legal. O segundo argumento é
que não há paridade de armas. A terceira é um argumento sóciopolítico criminal, de quebrar essa
tradição de ficar enviando ao MP, seria um fetiche, prejudicial à ampla defesa.
Como isso não chegou em jurisprudência ainda, cada vara faz da forma que quiser.

DA APRECIAÇÃO DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO (art. 397, CPP):


Apreciando a resposta, há consequências, se o juiz analisa a preliminar vai depender se é devido o
acatamento de preliminares. A principal consequência positiva para defesa é absolvição sumária (art. 397,
CPP). Se não houver a absolvição sumária marca a AIJ (audiência e instrução e julgamento) e inicia a fase
de instrução.
Trazidas preliminares, estas devem ser analisadas. Aqui é obrigatória a fundamentação da apreciação
e deve responder tudo o que foi trazido pela defesa relacionada à questões preliminares. O juiz não precisa
mergulhar nos argumentos de forma profunda, mas aqui é exigível o princípio da fundamentação (não como
ocorre nos casos de recebimento da denúncia). RHC 46127. Afronta ao art. 93, CF, erro in procedendo
(ausência de fundamentação), entra com Habeas Corpus por ausência de fundamentação baseada neste art.
93, ausência de fundamentação (vai cair na prova). STF HC 12399.
Hipóteses de Absolvição Sumária: art. 397, CPP.
1. Excludente de ilicitude
2. Excludente de culpabilidade
3. Atipicidade
4. Extinta punibilidade do agente
O art. 397, incisos I a III, está ligado à teoria do delito (absolvição quando inexistentes os substratos do
crimes).
O inciso III se tornou residual, porque ele fala de crime. Os incisos I e II são redundantes, bastaria a
existência do inciso III para que abarcasse o I e II. Só seria necessário III e IV, porque se não é ilícito e se
não tem culpabilidade, não é crime.
Análise de cada hipótese:
1. A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato: as excludentes de ilicitude não estão
previstas somente no art. 23 ou 24 do CP, mas também existem as hipóteses específicas na parte
especial (como o caso de possibilidade de aborto em caso de estupro). A expressão “manifesta”
significa prévia existência de documentação, como vídeos e prova documental e testemunhal.
2. A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade:
novamente a causa manifesta pressupõe presença de prova pré-constituída. Exclui a culpabilidade do
inimputável, mas a absolvição dele é imprópria, porque em casos assim gera medida de segurança.
Não se aplica o inciso II para casos de inimputabilidade (por doença mental), pois em tais hipóteses,
comprovada tal circunstancia, será aplicada medida de segurança. É a chamada absolvição
imprópria. Na prática é absolvido, sendo aplicada medida de segurança, porque ele não sai ileso. A
sentença é absolutória, mas a consequência é a aplicação da medida de segurança. Art. 386, § único,
III, CPP, prevê a absolvição imprópria.
3. Que o fato narrado evidentemente não constitui crime: residualmente são teses de atipicidade. Em
relação a esse inciso, ele estaria restrito às hipóteses de atipicidade ou se poderia colocar neste inciso
coisas como ausência de dolo. A não ser que a ausência de dolo esteja muito comprovada, é melhor
que se guarde isso para o mérito. Mas não é impossível, no plano teórico, que se argumente a
ausência de dolo aqui, mas não é estratégico. Ausência de nexo causal, atipicidade da conduta,
adequação social (o crime não subsiste na nossa conjuntura delitiva), isso tudo cabe aqui. Esse inciso
é mais ampliativo, possuindo um arcabouço maior.
REFLEXÃO: não consegue enquadrar nesses incisos a ausência delitiva (não foi o réu que cometeu o
crime). Art. 415, CPP.
(PEGAR O FINAL DA AULA)

05 DE JUNHO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Art. 397, CPP (teoria do delito: ilicitude, culpabilidade e tipicidade).
Súmula 18, STJ. Extinta a punibilidade (art. 107).
A sentença que extingue a punibilidade é declaratória.
O problema é se IV é uma atecnia muito grande (NÃO PEGUEI BEM ESSA PARTE). Porque a sentença
que extingue a punibilidade seria declaratória, mas há quem fale que deveria se absolver. Aury acha que não
é absolvição sumária, que há uma atecnia do legislador.
Quanto a inciso IV temos que perceber que a natureza jurídica dessa decisão é declaratória (a própria
doutrina e a súmula 18 sedimenta isso). Nessa primeira forma de pensar conclui-se que esse inciso IV é uma
atecnia muito grande, atecnia que não soube separar (porque é diferente dos outros incisos) e o art. 61, CPP
(que o juiz pode declarar a qualquer momento), além disso foge da teoria do delito (que os outros três
incisos abarca).
Uma consequência é o art. 581, VIII, CPP, pois caberia RESE (mesmo que o juiz proferisse como
sentença absolutória), o projeto de Novo CPP suprimiu esse inciso IV. A segunda maneira de pensar é que
por mais que seja atecnico, está lá, e levaria a uma natureza absolutória desse decisão, por força da
determinação legal haveria a modificação da natureza jurídica pós reforma de 2008 (Paulo Rangel defende
isso), mas não tem como sustentar essa modificação simplesmente pela legalidade. A consequência desse
pensamento é que em grau recursal caberia apelação (pois da sentença caberá apelação).
A primeira maneira de pensar prevalece muito na doutrina brasileira, mas na prática tem-se a
prevalência da interposição de apelação. Na prática não depõe de tanto problema, por conta do princípio da
fungibilidade (divergência doutrinária).

Inexiste autoria nessa fase do art. 397? O art. 415 (júri) admite a absolvição sumária quando houver ausência
de autoria, então analisa-se analogicamente. Badaró. A materialidade estaria em tipicidade (inciso III),
porque se não há autoria não há crime, então não há tipicidade.

Absolvição sumária é matéria de mérito, sendo diferente da matéria de juízo de admissibilidade do art. 395.
Além disso, adentra-se à matéria da teoria do delito. Diferente do juízo de admissibilidade aqui se
responderá se há ou não crime. A absolvição sumária não é matéria de juízo de admissibilidade. É matéria
de mérito ainda que não tenha instrução (não se iniciou uma fase probatória, ainda, mas há nas mãos do
magistrado várias provas no inquérito).
A absolvição sumária e o juízo de admissibilidade são momentos diferentes, embora as mesmas
temáticas/matérias são abordadas nos dois momentos. Ilicitude, culpabilidade e tiipicidade é ausência de
iuris comissi delicti e ausência de justa causa.

IMPORTANTE: elemento subjetivo, principalmente o dolo (específico, eventual, direto de primeiro grau,
direto de segundo grau, etc), apesar de ser matéria de mérito, é de difícil adequação com a exigência de
presença manifesta de inexistência do crime prevista no art. 397. O elemento subjetivo acaba ficando para a
instrução (mais estratégica, é aquela coisa de jogar, de guardar isso para um momento posterior).
DESTAQUE: quanto à coisa julgada, é importante salientar que a sentença que absolve sumariamente faz
coisa julgada material. O que prevalece na jurisprudência é que o juiz deve analisar tudo o que se coloca na
sua resposta à acusação. Essa decisão deve ser devidamente fundamentada. No recebimento não precisa
fundamentar, mas aqui deve estar bem fundamentado. Para a defesa o recurso é HC, para o MP em regra é
apelação (destaque pro RESE no caso do inciso IV, dai voltar à discussão anterior).

DESTAQUE: Segundo Gustavo Badaró é possível a absolvição sumária parcial em caso de múltiplas
acusações.

Não absolvendo sumariamente, o juiz nos termos do art. 399, o juiz marca a audiência de instrução e
julgamento. Não tem prazo no procedimento comum, seguindo a agenda do cartório, dando preferência ao
réu preso. No júri tem prazo.

TEORIA GERAL DAS PROVAS:


Conceitualmente a noção geral é que provas em si é um conjunto de elementos produzidos judicialmente,
visando a formação do convencimento, quanto a existência ou não de situação fática, atos ou circunstanciais,
para confirmar o objeto do processo.
DEFINIÇÃO POSSUI TRÊS PONTOS
● Elementos produzidos judicialmente
● Visando a formação do convencimento
● Existência ou não de:
a) Situação fática
b) Atos
c) Circunstancias
Para confirmar ou não o OBJETO DE PROCESSO.

A prova, sua utilização e busca, deve ser corroborada judicialmente (art. 155, CPP). Há uma relação entre
prova e produção judicial dentro do próprio texto (art. 155). Prova é aquilo produzido judicialmente, dentro
do processo (na parte do inquérito é elemento informativo). A noção de provas e contraditório é uma ligação
essencial. Além de afinar o contraditório, a matéria probatória está intrínseca ao próprio direito de ação, faz
parte da lógica dialogal do processo. Se se tem direito de ação, há direito de produzir elementos probatórios,
tendo ciência de que a outra parte poderá questionar o produzido. Há o contraditório pleno tanto em ação
quanto em reação. Pode relacionar prova e ampla defesa, tanto com relação à técnica quanto com reação à
pessoa.
Visando a formação do convencimento do juiz (destinatário). O convencimento do juiz está muito ligado ao
princípio do juiz natural (art. 399, §2°, CPP). A máxima é que o juiz que preside a instrução julga. Antes de
2008 tinha a ideia de que era o órgão jurisdicional porque seria pessoal falar em juiz. Mas agora isso é
assumido como algo fático, sendo o juiz que preside a instrução julga. Adoção do princípio da identidade
física do juiz.

A existência ou não dos elementos está ligado à ideia do crime (situação fática, atos, circunstancias).

Temos no processo penal um rol taxativo de provas? Como se prova? Pode provar do jeito que quiser, desde
que não viole direitos fundamentais. Rege o sistema brasileiro o princípio da liberdade das provas, não
havendo um rol taxativo de meios de provas, sendo limitado apenas pelas provas ilícitas (a limitação é a
ilicitude da coisa). Outra limitação seria o respeito às prerrogativas do advogado (sigilo da conversa
advogado e réu).
ATENÇÃO: a existência do princípio da liberdade das provas não elimina o fato de existirem provas
específicas. Existem provas legalmente específicas no processo penal. Existem provas, circunstancias, atos e
materialidade, que devem ser provados a partir de formas legalmente específicas. O princípio da liberdade
das provas convive com as provas legalmente específicas, tais como:
● Exame de corpo de delito (art. 158, CPP):
● Menoridade: comprovada com certidão de nascimento: súmula 74, STJ.
● Perícias de locais (art. 171, CPP): relacionado a crimes de incêndio

07 DE JUNHO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


DA NATUREZA PROCESSUAL DA MATÉRIA PROBATÓRIA:
Matéria de direito material tem toda discussão sobre a lei processual no tempo. A matéria probatória é
matéria de direito processual, e na sua aplicação no tempo é aplicação imediata (art.2°, CPP). Se há
modificação processual no decorrer do processo, a sua aplicação é imediata, aplicando-se à matéria
probatória. Se a matéria for estritamente processual a aplicação prossegue de maneira imediata, mesmo que
piore a situação. É importante apontar que direito processual muitas vezes está tangenciado com o direito
material (normas híbridas). A regra é a aplicação imediata, mas sendo possível a identificação de abordagem
também de direito material, por esta nova norma, tal aplicação imediata poderá ser questionada, nos casos
em que venha a prejudicar direitos fundamentais do réu.
A temática provas é, em regra, matéria de natureza processual. Mas se falou em pena é de caráter material,
não processual.

- CONFISSÃO DO ACUSADO: não entra no rol das circunstâncias que independem de prova (como fatos
notórios, presunções legais como a menoridade, fatos axiomáticos como o grau de certeza irrefutável como
o art. 162, CPP), devendo estar consubstanciadas outras provas. Art. 197, CPP. Antes a confissão era prova
irrefutável, hoje não é mais assim. Não é tida mais como prova irrefutável, não podendo ser analisada
isoladamente, devendo ser somada com outros elementos do processo. É possível absolvição mesmo quando
há confissão? Sim, porque os outros elementos probatórios podem guiar para outro sentido.
A confissão pode ser retratável e divisível (art. 200). Art. 158, CPP (o corpo de exame de delito não é
suprida a confissão).

SISTEMAS DE APRECIAÇÃO PROBATÓRIA: os sistemas são três (trabalhados pela doutrina).


1. PROVA TARIFADA: historicamente é um sistema relacionado com a confissão como maior valor,
trazendo previamente a valoração das provas. Tinha um montante mesmo, valoração pré-delimitada por
quem mandada (pelo rei ou pela Igreja). A prova tarifada o juiz não possuía uma discricionariedade,
fazia apenas o computo dessas provas, computava o peso (objetivo) dessas provas. A confissão era
irrefutável e o principal, as provas testemunhais tinham valores médios, etc. Não há liberdade no
convencimento, é pré-determinado, objetivo.
2. ÍNTIMA CONVICÇÃO: aqui se tem liberdade na formação do convencimento do juiz e o principal é
que dispensa-se, no entanto, qualquer motivação ou fundamentação. É baseada em convicções morais,
experiências, visão de mundo. Ainda é encontrada a vítima convicção no tribunal do júri, por exemplo.
O jurado julga segundo sua consciência, segundo sua própria convicção. Os jurados não precisam
fundamentar. O íntima convicção ainda não sumiu no Brasil. Art. 5°, XXXVIII, CF.
3. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO: também há liberdade na apreciação. A diferença com o
tribunal do júri é que aqui há motivação/fundamentação. Eles começam iguais (livre convencimento e
íntima convicção), mas o final é diferente. Esta é a grande regra brasileira. Art. 93, IX, CF (motivação
das decisões). Pode relacionar esse livre convencimento com uma crítica a falta de motivação no
recebimento da denúncia (quando já há material probatório quando no recebimento). O juiz deve
fundamentar, não estando preso a fórmulas, mas ele tem que dizer o caminho. Não existe uma valoração
de âmbito quantitativo, ou de questões específicas periciais, podendo o juiz condenar ou absolver
contrário ao material probatório e pericial. A preocupação é se o juiz consegue motivar a decisão.
OBS: o livre convencimento motivado ganha um reforço muito interessante, vai ter um pacto com o art. 489,
§§1°, CPC.
Hoje o livre convencimento motivado está na primeira parte do art. 155, CPP.

ESTUDO DO ART. 155, CPP: a primeira coisa que se retira da primeira parte do 155 são destaques:
1. Fixação conceitual de prova e sua relação entre prova e contraditório judicial. Consegue se retirar o
conceito umbilical do que é prova. Prova pressupõe contraditório judicial. Prova não se confunde
com elementos informativos. Prova é diferente daquilo que é produzido na perícia (são elementos
informativos), o que é produzido no processo é que é prova, porque no processo há contraditório, o
que não há no inquérito policial. Existem três provas do inquérito: prova cautelar, não repetida e
antecipada. A grande regra é que no inquérito se produz elemento informativo. Nunca haverá
elemento informativo no âmbito do processo, sempre é prova. Os elementos informativos, por mais
que não sejam provas, eles não podem ser descartados. O juiz pode considerar os elementos
informativos para julgar, mas não pode exclusivamente utilizar os elementos informativos, deve
utilizar as provas (produzidas no processo) para fundamentar sua decisão. O juiz só pode condenar
por prova. Não é possível o juiz embasar seu conhecimento somente em elementos informativos
(produzidos no inquérito).

19 DE JUNHO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Os elementos informativos são utilizados para formar o opinio delicti (para o MP oferecer a ação) e para
justificar o pedido de medidas cautelares.
Art. 155, CPP.
PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEISE A ANTECIPÁVEIS: podem ser chamadas de provas
mesmo no contexto do inquérito.
PROVAS CAUTELARES:
1. É diferente de medida cautelar. A prova cautelar é resultado/objeto de alguma coisa, que é diferente da
matéria do art. 319, 312, CPP, que fala sobre medida cautelar diversa de prisão. Em algum momento da
investigação é preciso obter um objeto sob pena de ele estar perdido. Lembrar que a regra é que não há
produção de prova no inquérito. A prova cautelar é relacionada com busca e apreensão, prisão cautelar,
etc. Pode se dividir essa ideia em duas vertentes:
2. Quando há risco do desaparecimento do objeto da prova (principal característica), ocorre muito pelo
decurso do tempo pois vai se perder se não realizar isso de alguma maneira e questão de oportunidade
própria da investigação, momento mesmo. Está relacionado com direitos fundamentais e denotam a
fundamentação quando no seu requerimento, como interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário e
fiscal, busca e apreensão, que violam a intimidade, o sigilo nas comunicações, a violação de domicílio.
São meios de obtenção de prova cautelar. Se são excepcionais, precisam de fundamentação, por isto as
provas cautelares para que ocorram dependem de autorização judicial. Art. 93, IX. O que tem acontecido
é pedido de interceptação, por exemplo, muito genéricos.
3. Quanto ao contraditório: como são provas, deve ser contraditório. Prova cautelar é prova e também
possui contraditório, a única coisa é o momento deste contraditório. O contraditório existe mas é diferido
(postergado). Contraditório como conhecer e questionar aquilo que foi produzido. Não é possível o
contraditório neste momento de prova, no momento em que está produzindo, só quando já foi produzido.

PROVAS NÃO REPETÍVEIS:


1. Não tem como ser novamente coletadas ou produzidas, em virtude do desaparecimento ou
perecimento da fonte probatória, que se dará de maneira certa. A diferença entre as cautelares e as
provas não repetíveis é essa, porque aqui elas vão necessariamente perecer. Elas não podem ser
coletadas depois. O desaparecimento é certo. O principal exemplo é o corpo de delito. Tem que ser
naquele momento senão perde a materialidade da coisa.
2. Não precisa de autorização judicial para a sua produção. Essa lógica de representação e do art. 93,
IX, não existe. Há um encaminhamento por parte do delegado para o IML quando em caso de corpo
de delito, por exemplo. Não precisa da participação do juiz.
3. E quanto ao contraditório? Pode contraditar o laudo pericial, podendo arrolar período ou produzir
pareceres com o estado atual. pode contraditar, mas não naquele momento. Não há participação das
partes, aqui as partes não precisam ser chamadas para acompanhar. O contraditório é deferido,
somente em um segundo momento se pode questionar isso.

PROVAS ANTECIPADAS: possui particularidades.


1. Aquelas produzidas antes do momento processual oportuno em razão de sua relevância e urgência. O
que se tem que ter em mente é porque não se pode esperar até o momento correto, que é a instrução.
Por questão de urgência ou de relevância. Art. 225, CPP. Risco de morte de testemunha é um
exemplo.
2. Precisam de autorização judicial, porque se está adiantando uma parte processual, um momento
processual. O delegado ou o MP representa e o juiz decide.
3. O contraditório não é diferido, mas real/efetivo. Antecipa tudo. Antecipa a participação das partes,
com possibilidade de pergunta, de contradição no momento em que estava sendo produzido.
O procedimento da antecipação de prova não tem no CPP, só no CPC, aplicando-se o CPC subsidiariamente.
ATENÇÃO: relação do art. 366 (suspensão do processo) aborda o tema da antecipação de prova. pensar o
366 com a Súmula 455, STJ. Caso de poder antecipar prova em caso de suspensão do processo. o juiz pode
suspender, mas é facultada a produção antecipada da prova. Segundo a Súmula 455, STJ, a fundamentação
quanto à urgência e relevância deve ser concreta. Porque decurso do tempo operado pela suspensão não é
sinônimo de urgência e relevância para fins de urgência e relevância. Art. 363, §único ou 1°. Não pode estar
exclusivamente fundado no decurso do tempo, tem que ter prova de urgência e relevância.
A prova antecipada pode se dar até mesmo no inquérito, fora do momento processual.
As partes podem pugnar pela produção antecipada da prova (defesa também pode, devendo provar que é
relevante, urgente e tal).

ÔNUS DA PROVA: uma noção geral de ônus é o encargo que recai sobre as partes para comprovar a
veracidade das informações por elas formuladas no processo, resultando de sua inatividade uma situação de
desvantagem perante o direito. Encargo é diferente de obrigação, porque as partes podem fazer escolhas e
assumir riscos pelas escolhas tomadas. O juízo probatório do MP tem que ser de certeza. O juízo probatório
da defesa não é de certeza, porque a dúvida tem efeitos. Se a acusação tem que comprovar que aconteceu um
crime de maneira certa, sem dúvida alguma, o que que sobra para a defesa? Qual é o ônus defensivo. Art.
156, CPP. Criticar esse artigo (de que o ônus cabe a quem alega).
Como se dá a distribuição do ônus da prova, é importante entender. Há duas correntes de argumentação:
1. Uma que parte do art. 156, de que a prova caberá a quem a alegar. Aqui há uma distribuição do ônus da
prova, mas como é essa divisão? Fraciona a teoria do crime, que diz que o MP fica adstrito à ideia de
tipicidade e autoria/materialidade (conduta, nexo causal, dolo, etc). Para esta corrente o MP não precisa
adentrar nas excludentes. Para as excludentes vale a máxima de que prova quem alega, então a defesa
estaria responsabilizada em comprovar a ausência de culpabilidade e ilicitude. Evidencia que a defesa
também trabalha no dúvida está no art. 386, VI.
2. É uma corrente mais contemporânea. O argumento aqui é da presunção da inocência, devido o in dubio
pro reo. Para esta corrente o ônus da prova é exclusivo do acusador, porque a acusação deve provar com
certeza a existência de crime. Se a dúvida beneficia a defesa, ela necessariamente vai levar à absolvição.
Não tem como demonstrar que tem crime se tem dúvida quanto ao erro de proibição e legítima defesa,
por exemplo. É somar a noção de provar com certeza da existência do crime, a defesa vai questionar
aquilo que foi trazido. Se satisfeito o encargo do MP (comprovação do crime com juízo de certeza) resta
afastado qualquer encargo probatório positivo para a defesa. Essa corrente faz parte de uma concepção
democrática e constitucional de processo penal. O Estado está em uma posição hierarquicamente
superior a do acusado. Não é o réu que deve provar que inocente, porque a presunção é da sua inocência.
Cabe ao MP comprovar de forma inequívoca a culpa do acusado.

21 DE JUNHO DE 2017 (QUARTA-FEIRA) – PROVA I

26 DE JUNHO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


Indicações para a realização do trabalho.

- INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ: adentra aos incisos do art. 156, CPP.


Existem questões principiológicas dentro dessa temática. Há quem diga que o juiz deve procurar a verdade
real dentro do processo penal, o que gera a ideia de um papel mais ativo do juiz. Temos que começar a
questionar se essa verdade real existe no processo penal. O processo é uma reconstrução, reconstrução
fático-histórica. Existe uma influencia da inquisição na ideia da verdade real, e relacionado com o momento
em que havia algo de sagrado nessa construção. Essa reconstrução de verdade tem-se reconhecido como
uma busca negativamente utópica, nociva, não existe, porque não tem como se reconstruir como
efetivamente aconteceu. A doutrina contemporânea crítica define a verdade real como uma doutrina
falaciosa, porque é uma válvula de escape de flexibilização de direitos do acusado e para que o sistema
acusatório pese e fique desproporcional, você está partindo do pressuposto em que o juiz que julga está
buscando meios probatórios para acusar. Há abertura para a flexibilização de garantias do sistema acusatório
(imparcialidade, paridade de armas). A verdade real só reforça um sistema inquisitivo, não acusatório. Não
há compatibilidade entre sistema democrático e verdade real.
Há outro ramo da doutrina contemporânea que trabalha com a ideia de verdade processual, partindo
da premissa de que a verdade real é nociva. Nessa corrente, a verdade é aquilo que está sendo construído no
processo, o foco é o processo que se encontra no presente, todo o seu material.
O problema não é relativo ao real ou processual, o problema é verdade. Porque o processo é um
sucesso ou insucesso de produção processual.
Se se admite a doutrina contemporânea crítica que demonstra que a verdade real é o reforço do
sistema inquisitivo, a conclusão é que não se admite a iniciativa probatória por parte do juiz.
A conclusão da verdade real e processual (conjunta) leva a crer que a iniciativa probatória do juiz é
possível. O art. 156, CPP, admite-se a iniciativa probatória do juiz, e esses princípios/ideias de verdade
(processual e real) são os argumentos e discursos absolvidos pelo sistema processual brasileiro. Esse é o
estado em que a discussão está no sistema brasileiro. O art. 156 do CPP e a jurisprudência repete essas
problemáticas.

Art. 156, I e II:


1. INICIATIVA ANTES DE INICIAR O PROCESSO (art. 156, I): há um juiz se movimentando antes de
qualquer denúncia. O juiz está atuando no momento inquisitivo e depois o mesmo juiz recebe o processo
que ele mesmo diligenciou. É difícil analisar, observando este artigo, a imparcialidade do magistrado. Há
uma recorrência muito grande de representação doutrinária. Hoje o questionamento é forte quanto a
inconstitucionalidade deste inciso, mas ele ainda tem produzido seus efeitos. Há a incompatibilidade do
sistema acusatório e a questão de imparcialidade (pois fere a parcialidade do juiz), porque não há que se
falar em movimentação e participação ativa do juiz em um momento que ainda não há processo, o que
seria possível seria uma movimentação do juiz quando provocado, mas não há nem provocação nesse
inciso. Essa discussão não é tão pulsante, porque na maioria das vezes o juiz é provocado. No contexto
(do nosso ordenamento) isso também é inconstitucional, porque o contexto do ordenamento é que na
jurisprudência o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 3°, 9.034, e era justamente a da quebra de
sigilo por parte do juiz; no contexto legislativo o novo CPP não traz essa possibilidade no projeto,
trazendo o juiz de garantias (que é o juiz que aparecerá só no inquérito). Para defender essa possibilidade
de iniciativa no inquérito é o argumento da verdade, mas é um argumento inquisitivo demais.
2. INICIATIVA DURANTE O PROCESSO (art. 156, II): na fase processual o juiz já está instruindo esse
processo, devendo saber se o juiz deve só receber e analisar as provas, pode ser ativo ou se ele pode se
movimentar apenas quando há dúvidas pelo o que foi lançado pelas partes. PESQUISA SOBRE ISSO

28 DE JUNHO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


- Pesquisa (apresentação)
Quanto aos poderes instrutórios do juiz (posicionamentos):
1. Literalidade do art. 156, II: que está baseada na verdade real e na vontade do legislador. Esse inciso
foi criado em 2008, utilizando-se do 209 e 196 que refletem a autorização do juiz também produzir
provas. Não tem prevalecido isso aqui, mas é recorrente acontecer, mas não é a posição minoritária
(a minoritária é a que fala que não cabe).
2. Probabilidade de produção probatória pelo magistrado, desde que oriunda de dúvida que surgiu do
debate das partes, ou seja, que vem de elementos produzidos pelas partes. Só a partir daí o juiz
poderia se movimentar, com o argumento de que a parcialidade não se confunde com passividade, o
que não feriria o sistema acusatório. Surge um ponto trazido pela defesa e que teve possibilidade do
MP contraditar, o juiz poderia elucidar o fato (se este não estiver claro). O sistema acusatório se
garante porque quem cria, quem se movimenta, são as partes, que no fim das contas, quem criou esta
situação foram as próprias partes. Um argumento muito bom é do Badaró que diz que não se trata de
movimentação com lado pré-delimitado, se veio uma dúvida, veio uma dúvida processual, podendo
beneficiar tanto a defesa quanto a acusação. Esse é o posicionamento que tem prevalecido, tanto na
doutrina quanto na jurisprudência.
3. Pacceli: prioriza princípios defensivos, como ampla defesa, paridade de armas, in dubio pro reo. Diz
que, se esta dúvida, produzida pelas partes, prejudica a defesa, ela tem o maior condão de ser
dirimida/esclarecida. Se uma dúvida prejudica a defesa numa coerência de in dubio pro reo, podemos
estar condenando um inocente e isso merece um devido esclarecimento, com base naqueles
princípios defensivos. Se ela favorece a defesa, os mesmos princípios não levam ao esclarecimento,
mas a absolvição, devido o risco de condenação inadequada.
4. Aury: não é possível movimentação alguma, em hipótese alguma, porque não é compatível com o
nosso processo penal, com o sistema acusatório, nem com o nosso paradigma (que é democrático).
Usa a crítica do juiz como buscando o divino, a verdade, etc, ou seja, as críticas quanto a verdade
também cabem aqui. Não tem como falar em parcialidade do juiz se ele se movimenta na gestão da
prova.

MOMENTO DA PRDUÇÃO PROBATÓRIA:


Existem alguns locais chamados ideais e alguns locais possíveis:
O momento ideal é a do art. 400, CPP, após a não absolvição sumária e a determinação da audiência de
instrução e julgamento (art. 399, CPP); a instrução é o melhor momento para produção probatória, é o
momento principal de produção probatória; vai até o art. 402. É possível fazer juntada, contudo, antes do
oferecimento de defesa prévia/resposta à acusação (art. 396-A).
Documentos podem ser juntados a qualquer momento.

HÁ MOMENTOS EXCEPCIONAIS: é possível a produção de prova excepcional tanto no momento do


inquérito, quanto após a sentença.
1. A fase recursal (art. 616, CPP) é possível excepcionalmente.
2. Juntada de documento no júri, com base no art. 479, CPP. A juntada tem que ser de três dias úteis de
antecedência se quiser usar o documento no júri. Tem um momento predelimitado.
3. É possível a produção probatória na fase processual, desde que seja com ordem judicial, urgência da
medida, devidamente fundamentada, etc. a peculiaridade aqui é que elas serão corroboradas no
momento adequado. Cautelares e antecipadas.
4. Pós-transito em julgado: revisão criminal, que é ação autônoma de impugnação (art. 623, CPP). A
revisão criminal só é possível para defesa. Outro exemplo é o HC (que tem prova pré-constituída).

PROVAS ILÍCITAS: estuda o art. 5°, LVI, CF, conjuntamente ao art. 157, CPP. Não distinção entre prova
ilícita e prova ilegítima. São inadmissíveis provas ilícitas. O primordial para se intender o que é ilícito é a
aquela que flexibiliza direitos e garantias fundamentais. No âmbito e no rol há direitos e garantias
fundamentais de plano material (inviolabilidade do domicílio e das comunicações, etc) e de ordem
processual (ampla defesa, contraditório e devido processo legal).
Não tem como passar um rol taxativo de provas ilícitas, deve visualizar casuisticamente, a partir da
produção e do contexto da produção.
IMPORTANTE: não existe mais na redação do art. 157 a diferenciação entre prova ilegítima (lei) e ilícita
(constituição). O art. 157 conceitua prova ilícita e coloca prova ilícita como aquelas que violam direitos de
ordem constitucional ou legal, não há mais diferenciação entre ilegítima e ilícita.
Os fundamentos para materializar a temática prova ilícita dentro do processo penal:
1. Preservação dos direitos e garantias individuais: este fundamento tem toda haver com as duas
primeiras aulas do semestre, com relação a concepção do processo penal contemporâneo. O processo
penal como um instrumento protetivo.
2. Para fundamentação das práticas legítimas, dentro do campo dos atores estatais que podem produzir
provas, deve se estar ligado a práticas legítimas, sendo impossível a realização de práticas abusivas.
Disseminação entre os agentes estatais da impossibilidade de adoção de medidas probatórias ilegais.

CONSEQUENCIA: o art. 157 também nos traz a principal consequência de ilicitude de uma prova. a prova
ilícita deve ser desconsiderada e retirada do processo (desentranhadas do processo). Para haver o
desentranhamento este advém do reconhecimento da ilicitude. Essa ilicitude deve ser reconhecida
oficialmente.

PERGUNTA PARA AULA QUE VEM: o juiz com contado da prova ilícita pode ser substituído.

PERDI ALGUNS AULAS


03 DE JULHO DE 2017 (PEGAR COM ALGUÉM!!!!!!!!!)

05 DE JULHO DE 2017 (PEGAR COM ALGUÉM!!!!!!!!!)


DIA 10 NÃO TEVE AULA – FOI O DIA EM QUE ELE FALTOU

12 DE JULHO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)

Reflexões finais quanto a matéria de provas:


1. Art. 157, §2°, CPP: evidencia de que adotamos a descoberta inevitável. Como o §1° é redundante, o
segundo é de erro conceitual (somente juntando os dois parágrafos depreende-se a descoberta
inevitável). Numa tentativa conceitual de fonte independente utiliza-se a aproximação conceitual de
descoberta inevitável.
Crítica ao §1° é a redundância e a crítica do §2° é o erro conceitual (que é provado pela expressão de que
“seria”, por “meios de praxe ou meios regulares”), mas que mesmo com a existência do erro conceitual seria
adotada a mesma redundância.
A aplicação da descoberta inevitável na jurisprudência é muito baixa, porque não chega a ser assumido pelas
autoridades policiais. Não há incidência jurisprudencial porque as provas ilícitas não são reduzidas à termo
pelas autoridades.
2. A prova emprestada: o contexto é um processo originário em que a prova está sendo produzida e um
outro processo em que será recebida a prova produzida no processo originário. Se não há tarifação da
prova não há que se diferenciar uma prova da outra. Características primordiais da prova emprestada
(Badaró):
a. A prova do primeiro processo tem que ser produzida perante autoridade judiciária, portanto
produzida judicialmente.
b. Há o transporte da natureza da prova (se é lícita ou ilícita).
c. Para acontecer a prova emprestada acontece uma autorização, deve acontecer uma autorização.
d. O objeto da prova tem que ser o mesmo nos processos.

IMPORTANTE: para que se possa haver prova emprestada uma coisa deve ser garantida. Deve conseguir
visualizar/existir a garantia do contraditório na produção originária. As partes também devem ser as
mesmas, devem coincidir. Pode haver manifestação no processo que pegou a prova emprestada,
contraditando, mas deve ser visualizado o contraditório no processo originário.
A prova chega ao segundo processo na forma documental, mas tem a mesma natureza da prova emprestada.

3. Princípio da Especialidade da Prova: vinculado aos meios de obtenção. O meio de produção de prova
tem um objeto, devendo estar restrito ao contexto (os meios de produção de prova, principalmente os
específicos, possuem objetos específicos e para se ter o meio de produção de prova, como por exemplo a
interceptação, busca e apreensão e quebra de sigilo, o objeto está vinculado ao que se busca aqui). Há
uma visualização prévia do objeto que se tem, por isso os deferimentos de medidas devem ser bem
fundamentados e específicos (se foi deferida apreensão de mídia, não pode cavar quintal do nada). Tem
que se atentar a esse princípio. Esse princípio é mais discutido em caso de interceptação telefônica (que é
aproveitado em outro processo).
CONCLUSÃO: o princípio da especialidade das provas surge como um limitador de juntada de documento
a esmo e da produção probatória destes, sobretudo a documental, evitando-se juntar os documentos a esmo e
não compatíveis com o objeto da prova originária. Esse princípio de especialidade da prova não evita uma
coisa: o encontro de objeto diverso não impede a noticia criminis, o início de uma investigação (embora não
possa abrir um novo processo de imediato). Não limita (o princípio) o status investigativo, ou seja, o início
de uma investigação (Aury). Exemplos: juntada de resultado de interceptação telefônica e novos réus, não
pode por si só gerar um aditamento subjetivo (quanto a interceptação telefônica o STJ já se manifestou e tem
se admitido muito, desde que tenha ocorrido de forma incidental, lícita, etc, não estava procurando coisa
diversa, etc); juntada de quebra de sigilo fiscal gerando aditamento real.
Não admite prova emprestada testemunhal em processo, porque se quer a produção de prova
testemunhal é só arrolar a testemunha (esse é um entendimento do Aury e ele não fala nada sobre o caso da
testemunha ter morrido). Porque senão teria conexão. Badaró admite a prova emprestada testemunhal desde
que devidamente admitida e preenchido os requisitos para prova emprestada.
Juntada de sentenças condenatórias (que visam influencia na dosimetria).

4. Encontro Fortuito de Provas (ou encontro casual de provas): tem plena admissão no ordenamento e é
argumento jurisprudencial em certas admissões de objeto probatório. “No cumprimento de diligenciais
relativa a um delito, a autoridade policial casualmente encontra provas pertinentes a outra ingração
penal, que não estavam na linha de desdobramento normal da investigação”. O encontro fortuito não tem
suposição de que pode estar relacionado ao crime, mas algo que é flagrantemente suspeito. Pode ser
encontro fortuito auditivo, em interceptação. A diligencia não pode ser lícita, deve ter autorização
judicial, se necessário, deve ser lícito.
5. Gravação Ambiental: captação ou de som ou de imagem (se for feita por agente estatal precisa de
autorização judicial). É um meio específico de produção de prova. Cuidado: a gravação ambiental é
diferente da autorização clandestina (do interlocutor). Lei 12.250, quando um dos interlocutores, com
interesse legítimo (cumulativo) gravam. Os agentes estatais não são interlocutores.

Lei 9.296/96: requisitos específicos para interceptação, tanto materiais (não pode ser a primeira medida)
quanto formais (crimes de reclusão, etc e não pode ser a esmo). Art. 2° (materiais), §único é a lógica da
especialidade.

17 DE JULHO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


INSTRUÇÃO E JULGAMENTO:
É a segunda parte do procedimento ordinário.
Art. 399, CPP: quando o juiz responde a resposta e ao analisar ele já marca a audiência de instrução e
julgamento (§§2°). Faz o art. 397 junto com o art. 399.
Ocorre a intimação das partes.

Há algumas problemáticas da audiência (art. 400, primeira parte):


1. Problemática I: 60 dias (distancia aspecto ideal) argumento para relaxamento de prisão e excesso de
serviço da vara não pode ser motivo para flexibilizar direitos de liberdade.
2. Problemática II: uno (regra somente na lei, mas na realidade é exceção, pois de difícil ocorrência).

Art. 400, CPP: instrução e julgamento:


● Ofendido
● Testemunhas
● Peritos
● Acareações
● Reconhecimentos
COMENTÁRIOS:
1. Declarações do Ofendido: o que é? Art. 201, CPP. A partir do art. 158, CPP, começa a especificação das
provas que existem na perícia. O ofendido é sinônimo de vítima, aqueles crimes em que há vítima
delimitada. Não é testemunha, é vítima (ofendido). Se o ofendido não é testemunha ele não comete
crime de falso testemunho previsto no art. 342, CP, mas ele pode cometer de denunciação caluniosa,
previsto no art. 339, CP, que é um crime específico de calúnia. Ele é intimado mas ele não quer mais ver
quem fez aquilo com ele, pode? Não pode, o ofendido não pode se negar a aparecer. O § 1° não
possibilita a negativa sem motivo justo (é diferente de ter medo e o acusado ser retirado, é afastar o
ofendido da presença do réu quando das suas declarações). Para afastar o acusado deve haver
fundamentação para tanto, não bastando o fato de ser o ofendido. É possível a condução coercitiva do
ofendido.
Veio com a reforma de 2008, que alterou a parte do ofendido inteira. Depois que o Estado confisca o
conflito, a vítima fica como secundária, não tem muita opinião. Agora há a proteção do ofendido (§2°, 4°, 5°
e 6° do art. 201, todos esses parágrafos trazem mecanismos de proteção do ofendido). O ofendido é
informado de tudo o que acontece no processo, se o acusado foi liberado, se foi condenado, etc. o §4° fala de
espaço reservado, o §5° fala sobre o encaminhamento assistencial (custas do ofensor/Estado), §6° fala sobre
a preservação da imagem, honra, intimidade do ofendido, é uma ponte a ser feita com o art. 5°da CF, é o que
dá fundamento para o segredo de justiça. Não é só o juiz que esclarece com o ofendido, a acusação e a
defesa também podem fazer perguntas. (art. 217). Se não tem ofendido vai direto para as testemunhas.
2. Testemunhas: ordem está prevista no art. 400. Acusação e depois defesa. Antigamente havia o sumário
de acusação e defesa. É a forma/lógica de ampla defesa, onde a palavra defensiva deve vir por último. E
a inversão/flexibilização dessa ordem gera prejuízo à ampla defesa? Há vários vieses dentro deste
debate, em torno disso há a prisão e celeridade, entre outras, que a defesa deve/acaba considerando em
plano abstrato há prejuízo, o que levaria à nulidade, mas o que se faz é fechar os olhos para situações que
norteiam essa decisão, como as que falamos anteriormente. No plano concreto é preciso comprovar o
prejuízo (esse é o entendimento atual), aqui haveria a ideia de nulidade relativa. São duas correntes,
então, a de nulidade absoluta e a nulidade relativa (essa última corrente é a que tem prevalecido).

E quanto as quartas precatórias? Há um debate que possui duas correntes: (a) a questão da ordem não cabe
para as precatórias (art. 400, ressalvado o art. 222, que fala das cartas precatórias), sendo esta a que
prevalece e (b) a corrente minoritária que possui como argumentos o fato de que as testemunhas continuam
sendo testemunhas e a ampla defesa e o contraditório devem ser respeitados.

IMPORTANTE: nova redação do art. 212, CPP. A instauração do sistema cross-examination. Antes o
sistema era presidencialista. Perguntava-se ao juiz e o juiz perguntava para a testemunha, é como se o
magistrado fosse um filtro. Mas isso não é adotado mais. Agora é cross-examination. A acusação inquere
sua testemunha e depois a defesa e o juiz pode esclarecer o que quiser. É uma inquirição direta e se inicia
com a parte que arrolou.

Art. 206, CPP: pessoas que podem se recusar a testemunhar são os acedentes, os descendentes, filho adotivo,
etc. Deve ser interpretado junto com o art. 208, CPP. Essas pessoas podem querer depor e podem depor por
necessidade do juízo ou por vontade voluntária. Acontecendo a hipótese de depor, cumula o art. 208, ela não
prestará compromisso. Informante é sinônimo de quem não presta testemunho.
O juiz pode ouvir outras testemunhas além das testemunhas indicadas pelas partes (art. 209, CPP –
testemunhas do juízo).
Proteção à testemunha ou ofendido (art. 217, CPP).
ESSA EU PERDI
Autoridades máximas dos 3 Poderes (art. 221, CPP) podem ser ouvidas em hora e local a ser
determinado por eles (juiz+autoridade).

24 DE JULHO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


- PEGAR O INÍCIO DA AULA COM ALGUÉM
Utilização exacerbada da prova testemunhal

Eventual esclarecimento dos peritos (art. 400, CPP): perito não é testemunha. Não é uma prova oral, é uma
prova técnica, que acaba sendo lastreada por um laudo produzido por este técnico. Esclarece-se um trabalho
realizado, não é perícia naquela instrução, mas a apresentação do trabalho técnico que foi realizado. Os
quesitos são intrínsecos à própria perícia (a partir da resposta que foi dada por ele). Não é todo crime que
tem perito. Existem delitos em que é essencial a prova pericial (mas é pouco utilizada). Deveria ser algo que
o juiz pudesse fazer caso não tivesse sido feito ou transformar isso em coisa de praxe (o perito comparecer
para esclarecer), mas o que é utilizado é o pedido de esclarecimento partir da parte (§2°, art. 400).
Antecedência mínima de dez dias (esclarecimento), art. 159, §5°, CPP.

Diferença entre perguntas e esclarecimentos e quesitos previamente enviadas aos peritos:


a) Perguntas e esclarecimentos: serão feitas a partir de quesitos que já foram respondidos.
O perito, aqui, vai pessoalmente à instrução para falar sobre.
b) Quesitos: serão respostas técnicas oficiais que farão parte constantes da prova técnica.
A diferença é que se quiser adicionar novos quesitos deverá ser apresentado ao juiz e este deferir ou não. O
que não é automaticamente a oitiva do perito, mas pode ser a complementação do laudo técnico. O
esclarecimento o perito vai pessoalmente à instrução.

Art. 159, CPP.


DESTAQUE 1: quando não há oficial o código prevê a possibilidade de pessoas idôneas, portadoras de
diploma de curso superior, ou seja, perito não oficial. § 1°, art. 159. Aqui deve haver dois peritos. Na
ausência de perito oficial para aquela situação pode ser que a justiça redirecione para dois peritos não oficial.
DESTAQUE 2: os peritos oficiais prestam o compromisso de bem servirem à justiça. §2°, art. 159.
DESTAQUE 3: Admite no processo penal o assistente técnico, que é mais parcial do que o perito. §§3° e 4°,
art. 159. É uma pessoa particular, um profissional, que é chamado aos autos para refletir sobre o laudo
pericial que foi feito. Deve ser admitido pelo magistrado e pode contraditar/analisar o laudo que foi
produzido. O papel do assistente técnico é vinculado, pois ele parte de um ponto, que é o laudo produzido
pelo(s) peritos. O assistente técnico também não é testemunha. É facultado às partes a instituição de um
assistente técnico.
DESTAQUE 4: Sendo complexo o caso (quando abrange mais de uma área de conhecimento), é possível a
designação de mais de um perito oficial, podendo cada parte indicar mais de um assistente técnico.
DESTAQUE 5: o laudo, segundo a reforma de 2008, deveria ser produzido no prazo de 10 dias, mas isso é
impossível na conjuntura atual do sistema, que se encontra abarrotado de trabalho.

Do art. 161 até 0 184, CPP, se tem a abordagem do CPP acerca das perícias (local, corpo de delito, etc).

ACAREAÇÕES: comentários gerais apenas. Estão previstas no CPP. É o meio de prova em que surge
eventual divergência e para suprir essa eventual dúvida/divergência há a solicitação para que essas pessoas
as confrontem, confrontem suas versões. A doutrina fala pouquíssimo das acareações. Art. 229 e 230, CPP, a
incidência é a divergência entre declarações. As hipóteses podem ser: (a) entre acusados; (b) entre acusado e
testemunha; (c) acusado e ofendido; (d) entre ofendidos.
Será feito um termo de acareação, que serão os resultados das acareações realizadas. É uma prova
específica. § único, art. 229. Os acareados serão perguntados, o que acontece no termo de acareação é o
resultados de perguntas e o resultado de esclarecimentos. Como o MP trabalha muito com a reutilização das
coisas é uma situação que quase não possui aplicação alguma.

RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS: que também deveria ocorrer neste ato (art. 400). Esses
reconhecimentos estão previstos no art. 226 ao 228, CPP. PEGAR ESSA PARTE PORQUE PERDI (TATI)

Não há muita regulação quanto ao objeto que gera dúvidas, como se deve haver a busca por objetos
idênticos? Não se sabe. Deve colocar o objeto frente ao ofendido. Nada mais é do que mostrar o objeto
específico do crime para que a pessoa fez parte do delito ou não. Há quem diga que segue a mesma lógica do
reconhecimento de pessoas, de que deve colocar uma multiplicidade de objetos idênticos. Há outros que
diga que não é necessário. É um pouco irrelevante. Deve gerar um termo específico (termo de
reconhecimento da coisa/do objeto).
PERDI UMA PARTE
Quanto à vedação na instrução, surge conflito com a lógica protetiva que o CPP evidencia quanto ao
ofendido. Existe, portanto ponderação e razoabilidade por parte do julgador para se proceder eventual
reconhecimento resguardando a figura do ofendido. Por outro lado, trata-se de hipótese em que
aparentemente busca priorizar a presença física do acusado nos atos do processo (contraditório). O acusado
assiste todas as oitivas das testemunhas de acusação e da defesa. Porque o acusado não poderia participar
daquele ato como o ato de conhecimento específico. Art. 226, § único.
PERDI UMA PARTE

Reconhecimento fotográfico não se equipara a reconhecimento pessoal, sendo caracterizado, segundo a


jurisprudência superior (STF e STJ), como prova inominada (aquela que não está no código). Tem validade
desde que corroborado com outros elementos de prova. Deve obedecer, por analogia, as regras do
reconhecimento de pessoas (mostrar fotos de outras pessoas parecidas).

Retrato falado também não tem semelhança com o reconhecimento de pessoas. Nada mais é do que a
reconstrução da imagem a partir das informações do ofendido.

Reconhecimento de voz também não se assemelha ao reconhecimento de voz. Admite-se esse tipo mas
como uma forma de prova geral.

26 DE JULHO DE 2017 (QUARTA-FEIRA) AULA EXTRA


Art. 185, CPP.
Contexto: ampla defesa, divide-se em pessoal (autodefesa) e técnica (defensor). Há sempre o direito ao
silêncio.
Características do interrogatório:
1. Obrigatório: a sua ausência leva à nulidade absoluta. A presença de advogado é também obrigatória
sob pena de nulidade do ato.
2. Personalíssimo
3. Oral: exceção está nos arts. 193 e 192, CPP (surdos-mudos)
4. Judicial: contraditório. Exclui-se a “ótica policial”. Art. 185, CPP (o acusado comparecer frente...).

(COMO CHEGUEI ATRASADA, SÓ COPIEI O QUE ESTAVA NO QUADRO ATÉ AQUI, PEGAR
COM ALGUÉM)

- Da Natureza Jurídica: há pelo menos três correntes


1. Como Meio de Prova: argumentos centrais dessa corrente: (a) legislativo, porque ele está no capítulo
de provas do processo penal e pelo contexto legislativo do CPP foi neste local que se quis colocar o
interrogatório, aqui é pela sua localização topográfica; (b) outro argumento é a necessidade de
judicialização do interrogatório, a proximidade do contraditório que é própria da prova; (3) faz parte
da instrução probatória, seguindo a lógica da produção probatória (3 argumentos centrais aqui).
2. Meio de Defesa: argumentos centrais dessa corrente: (a) momento da autodefesa ou da defesa
pessoal inclusive com relação ao exercício do direito ao silêncio, pois se fosse um meio de prova o
magistrado poderia tomar partido, já que saberia que haveria algum resultado útil ao processo
(podendo o juiz impedir o silencio, falar que o interrogado está se omitindo, etc); (b) entrevista
reservada prévia (art. 185, 5°, CPP), é um direito do advogado e trazendo a possibilidade de
entrevista para que se elabore a defesa há a comprovação da prevalência da prova como meio de
defesa; (c) pós 2008 é o último ato da instrução, o que fortalece a ideia de natureza jurídica de meio
de defesa, porque o acusado ouviu tudo o que foi dito para depois realizar a sua defesa. Tanto no
norte da autodefesa quando na da entrevista prévia mostra que há uma prevalência do meio de prova.
Esse é o posicionamento mais sedimentado.
3. Mista (meio de prova e meio de defesa): presta à instrução probatória e presta à ampla defesa. Ele
prestaria ao contraditório assim como presta a ampla defesa. Só que como meio de defesa em
nenhum momento foi dito que o contraditório não está no meio de defesa (item anterior), pois a partir
do momento em que ele está refutando o que foi dito, ele estaria realizando o contraditório. Ligado
ao contraditório devido à prova e a ampla defesa ligada a defesa (autodefesa e defesa técnica).

- Quanto ao Momento do Interrogatório: é o último ato do procedimento comum.


Problematização: Lei de Drogas, art. 57. E o interrogatório da lei de drogas? Na lei de drogas o
interrogatório permanece como primeiro ato. Devemos começar a pensar se o interrogatório deve ser feito
no primeiro ato? Pode se questionar se a defesa não poderia requerer o interrogatório no final do processo da
lei de drogas de forma a atender a mudança paradigmática do processo penal em 2008? Há duas correntes
com relação à isso.
1. Pós 2008 e por máximas de ampla defesa, na Lei de Drogas o interrogatório deve ser o último ato,
devendo ser aplicado o procedimento comum em procedimento especial, principalmente porque
temos a afirmação do que se quer de um processo penal protetivo, é prejudicial à defesa o acusado
ser ouvido primeiro, sendo mais benéfico à defesa que ele escute tudo primeiro. A lógica do art. 394,
4°, reforça este argumento e o 5° (subsidiariedade do procedimento comum) reforça o argumento de
que o interrogatório deveria vir por último. Além disso, é mais alocado paradigmaticamente de que a
reforma de 2008 produz efeito em todos os procedimentos. É um posicionamento mais doutrinário.
2. O momento na Lei de Drogas o interrogatório continua como primeiro ato, devido ao princípio da
especialidade (que já tem se formado uma massa argumentativa não muito boa) e que não existiu a
revogação expressa, continuando a coexistir e esta não revogação expressa elimina a fala de
possibilidade de revogação tácita (devido ao princípio da especializada), não havendo
incompatibilidade de permanência das duas lógicas no mesmo ordenamento. O nosso processo penal
continua uma colcha de retalhos. Um argumento menos pior seria o de afirmar que se está sendo
legalista (princípio da legalidade), deixando de lado a falácia de que é um procedimento específico.
STJ HC152.776 – ficou assim essa lógica.
IMPORTANTE: por mais que prevaleça essa última corrente, não há óbice, pelas máximas de ampla defesa,
que a defesa requeira a passagem do interrogatório do rito de drogas para o último ato ou, até mesmo, que o
magistrado o faça voluntariamente.
Ainda dentro do momento do interrogatório ainda há outra discussão: pelos termos do art. 196, CPP,
o juiz pode refazer o interrogatório, de ofício ou por pedido fundamentado pelas partes. É uma faculdade e é
excepcional. Não há incompatibilidade do interrogatório do 196 e do interrogatório no último ato. O Daniel
discorda da ideia de poder ser de ofício, mas não discorda da ideia do art. 196. Convive no mesmo contexto
do art. 616 (Tribunal em grau de apelação pode pedir um novo interrogatóriol).

- Do Procedimento do Interrogatório: como o interrogatório ocorre? 187, CPP. O interrogatório no processo


penal possui duas partes, sendo a primeira quanto à pessoa do acusado e depois quanto ao fato.
1. Quanto à pessoa: tem uma relação com a individualização da pena, mas também traz uma certa
humanidade neste ato (há uma pessoa naquele ato). Art. 187, §1°, CPP. O acusado será perguntado
sobre a vida, vida pregressa, se já foi preso ou processado mais alguma vez, pena, se cumpriu, dados
familiares e sociais, etc. Tem muita gente que acha que isso seja nocivo. Alguns dizem que isso se
transmutou no direito penal do autor (Daniel acha que não, porque não fere o direito penal do fato,
pois traz a ideia de humanização, onde se conhece o autor). É obrigatório que o juiz faça isso. Os
vetores que o juiz deve perpassar são: vida, oportunidade sociais, profissão e processos anteriores. E
o direito ao silêncio nessa parte? Prevalece que não há direito ao silêncio aqui, porque ainda não se
chegou aos fatos, apesar disso ser questionável. Lei 13.257/16, art. 41 (perfil dos filhos, se possuem
deficiência e idade, quem ficou responsável por este filho, etc, devendo vir na primeira parte).
2. Quanto aos fatos: aqui ele pode invocar o direito ao silêncio tranquilamente, evocar a ampla defesa,
etc. Essa parte dos fatos também estão concentradas nas perguntas do magistrado. Art. 187, §2°,
CPP. Se verdadeira a acusação feita, não sendo verdadeira, se tem algum motivo particular para
atribuí-la, etc. As partes interrogam? Art. 188, CPP (participação subsidiária das partes quanto às
perguntas). Aqui, ao contrário a inquirição das testemunhas (cross examination), ainda permanece o
sistema presidencialista de inquirição. IMPORTANTE: alguns acham que não deveria seguir esse
modelo presidencialista, devido alguns argumentos: (a) no júri as perguntas são diretas, art. 474, §1°,
CPP; (b) pela lógica da reforma de 2008 (que com esta reforma o art. 188 foi tacitamente revogado);
(c) não há prejuízo ao processo, é só um apego legalista muito grande.

OBS.: em caso de oitiva de testemunha por precatória o interrogatório só se realiza após o retorno dessas (a
ver com o contraditório, ampla defesa e o último ato do processo).

DESTAQUE 1: não comparecimento para o interrogatório é interpretado como invocação do direito ao


silêncio. Quando exercida a devida intimação sem justificativa, deverá ser interpretado como exercício do
direito ao silêncio (não é revelia e não é afronta ao direito da obrigatoriedade do interrogatório).

26 DE JULHO DE 2017 (QUARTA-FEIRA) – AULA NORMAL


DESTAQUE 2: condução coercitiva para o interrogatório. A doutrina e o Pacille tem dito que não cabe
condução coercitiva no interrogatório, pois o direito ao silêncio implica também a não participação no ato. A
doutrina majoritária entende isso. Ninguém pode ser compelido a exercer uma atividade. PERDI UMA
PARTE. É uma participação muito ativa do juiz.

DESTAQUE 3: Interrogatório do réu preso. Há uma discrepância entre o mundo ideal e real. No parágrafo
1° do 185, CPP, dispõe que o interrogatório do réu preso será realizado em sala reservada no local em que o
réu estiver preso e essa é a regra (embora irreal, é uma norma que nasceu morta). É uma redação de 2009.
Cabe algumas críticas. O que acaba acontecendo é que o sujeito acaba sendo levado à presença do
magistrado (§7°). No entanto, pelo teor do §7°, não sendo possível a realização no presídio, o réu preso será
requisitado para ser conduzido à juízo. Essa é a grande regra de fato. O §1°deixa uma brecha para isso,
porque é difícil a garantia de segurança. CRÍTICAS: (a) criou-se a norma do §1° sem estrutura estatal (salvo
os presídios federais poderiam suportar essa segurança); (b) criou-se o §1° dissociada da ideia de audiência
uma, que deve se levar todas as testemunhas e peritos para o presídio, esquecendo-se da lógica do ato uno,
porque embora o interrogatório seja o último ato, deve acompanhar os atos anteriores produzidos em
audiência.
DESTAQUE 4: interrogatório por vídeo conferência, que também foi adicionado pela lei de 2009. §2°, 185,
CPP. É excepcional. Requer decisão fundamentada (de ofício ou requerimento das partes), devendo
preencher alguns requisitos (deve atender algumas das finalidades descritas no §): (a) questão de segurança,
relacionada a organização criminosa ou fuga); (b) viabilizar a participação do réu por condição pessoal
(como de enfermidade); (c) proteção de testemunha ou vítima; (d) responder à gravíssima questão de ordem
pública (criticável, porque se coloca um chavão que pode englobar quase tudo, a crítica é a amplitude da
previsão, não priorizando a participação pessoal, flexibilizando-a).
Art. 217, CPP. Vídeo conferência quando por temor da vítima ou da testemunha (videoconferência
PARA a testemunha). Quando se fala do inciso III, traz não só a videoconferência para a testemunha mas
para o réu também. Não sendo possível a realização de videoconferência da testemunha, vai para a
videoconferência do réu. Mas e se também não é possível a videoconferência do réu (ai vai para a retirada e
condução dele). Em caso de temor, por conta do art. 217 e o III, §2° do art. 185, deve se cogitar primeiro a
videoconferência antes de proceder a retirada do réu do ato (o que não acontece mesmo). Lembrar que a
audiência é uma e por isso a partir da decisão de interrogatório por vídeo conferencia o acompanhamento do
réu quanto a realização da audiência também será por videoconferência (§4°).
Será resguardada a entrevista prévia com o advogado. §5°, art. 185. Como acesso a canais
telefônicos e o defensor que esteja previsto e o defensor presente no presidio (mundo ideal de novo).

DESTAQUE 5: o interrogatório dos réus se dão de maneira separada, art. 191, CPP. Art. 193, CPP
(utilização de intérprete).

DILIGÊNCIAS:
Depois da fase da audiência de instrução e julgamento vem a parte das diligências. Art. 402. O juiz pergunta,
ainda na audiência, se há alguma diligencia a ser requerida pelas partes. Surgiu alguma coisa na audiência,
em sede de produção de provas, as partes podem requerer diligencias. Não pode criar algo novo, pedir
diligência desligada com o que acabou de ocorrer. O seu momento é no fim da instrução probatória. A fase
do art. 402 é obrigatória no rito comum, mesmo que seja para falar que não há diligencias a serem feitas. É
um chamamento para as alegações finais. O mais importante é que essas diligencias adicionais deve surgir
da instrução, não pode inventar nada.
Essa fase possui consequenciais procedimentais:
1. Sem diligenciais (ausência de requerimento ou indeferimento): continuação das diligencias, passando
às alegações finais orais (que são orais, o que é feito escrito são os memoriais). Art. 403. Após isso
deve ser realizada a sentença.
2. Tendo diligência: a curva a ser feita é maior. Que será a aplicação dos memoriais. Art. 404, § único.
A audiência será concluída sem alegações finais. Realiza-se à diligencia e depois deve ser
apresentado os memoriais e após a sentença (10 dias).
ALEGAÇÕES FINAIS: art. 403, CPP. A regra é ser orais. Também pode ser feita por memorial, quando: (a)
ocorrência de diligência (art. 404, § único); (b) complexidade da causa e (c) número elevado de réus. A
amplitude dos memoriais enquanto peça. Em alegações finais pode se trazer a insuficiência probatória.
Alega-se preliminares (nulidades, cerceamentos, inversões de procedimentos, etc), questões de flexibilização
de direito ou de procedimento; as questões de mérito são todas as questões possíveis (condenação ou
absolvição no art. 386, questões probatórias, desclassificações, reflexões quanto a dosimetria também podem
ser feitas e até mesmo questões de regime podem ser trazidas aqui, in dubio pro reo art. 386).

31 DE JULHO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)


O momento de alegar nulidades é agora, nas alegações finais. Seja nulidade relativa ou absoluta (aqui na
relativa deve provar o efetivo prejuízo na inversão da ordem e na absoluta se feriu algum princípio
importante do processo penal e do direito penal). É muito casuístico, dependendo da fase de instrução e das
diligências; depende de cada caso.
As alegações finais não precisam trazer alegações apenas de mérito, pode trazer outras teses.
As alegações finais orais são de 20 minutos prorrogáveis por mais 10. O tempo é para cada defesa
(MP fala 20 minutos e a defesa fala 20 minutos, e se tiver mais de um réu, cada réu possui tempo de 20
minutos).
Em alegações finais é possível trazer, em preliminar, a nulidade por insuficiência de defesa, é
diferente de ausência de defesa, porque a ausência a defesa não se movimentou, enquanto na insuficiência a
defesa não foi suficiente. Súmula 523, STF.
Memorais se tornam regra, mas não deveriam ser.

CONSIDERAÇÕES GERAIS QUANTO A SENTENÇA:

A sentença é composta por relatório, fundamentação e dispositivo. No dispositivo deve constar a


dosimetria (incluindo multa), a manifestação quanto a preventiva e quantum mínimo reparatório. Por mais
que a sentença seja feita no ato (regra) deve estar completa, não podendo ser feita de qualquer maneira e
incompleta. Por isso, para levar a memoriais, deveria ser suficiente quando a causa for complexa.
A sentença conterá a indicação das partes, indicação dos artigos de lei aplicáveis, o dispositivo (art.
381, CPP).
Art. 564, CPP, se não respeitado os elementos da sentença (art. 381) leva a nulidade da sentença.

PEGAR COM ALGUÉM


O que se tem dentro do mérito é a condenação ou absolvição de alguém. A condenação sempre será a pena
prevista (de prisão ou excepcionalmente o art. 28 da lei de drogas), flexibilizar o status libertati de alguém. É
isso que consta no mérito de uma sentença.
Há sentenças extintivas ou terminativas. Assim, no processo penal haveria a sentença de mérito
(absolvição ou condenação) e terminativa/extintiva (que leva a declaração de extinção de punibilidade). Há
algumas polêmicas. De um lado fica que existe um interesse (de que o sujeito quer apresentar sua inocência)
e há outra corrente que fala que não deve chegar ao mérito. Recorrer da sentença de extinção de punibilidade
é possível?
As sentenças extintivas não adentram no mérito, porque o mérito é só absolvição ou extinção. Não
precisa responder porque não está condenando, porque já extinguiu a punibilidade, não entrando no mérito.
PERDI UMA PARTE – COMPUTADOR DESLIGOU E NÃO SALVOU

Princípios importantes para a sentença:


O princípio da fundamentação (é aqui que a fundamentação vai ser norteada), devendo questionar a
mera menção de artigo de lei, mera menção de súmula, etc, não vale como fundamentação. A
fundamentação ela não vale só para o caminho de chegar até a condenação ou não, mas também vai para as
questões de dosimetria, substituição de pena, sobre o regime, etc. Em caso de sentença condenatória a
fundamentação ela deve abarcar todas as áreas da sentença (do mérito à dosimetria da pena, bem como a
substituição de pena, porque não haverá sursis, tudo isso deve ser falado, inclusive questões de liberdade).
Deve fundamentar até mesmo quanto à prisão preventiva, deve fundamentar a liberdade que dará. Não se
admite a sentença per relationem, relacionando apenas com o MP, que é quando se utiliza as razões do
Ministério Público para fundamentar a sentença (não pode referir as alegações da defesa nem para se
absolver, nem para condenar).
O princípio da correlação (acusação-sentença) é que o juiz não pode condenar por outro crime sem
deixar isso de forma clara na sentença. O juiz pode explicar porque ele está interpretando de outra forma na
sentença sem que fundamente adequadamente. É para fazer o princípio da correlação da sentença que existe
a emendatio (383) e a mutatio libeli (384). A (1) emendatio libeli o juiz fala que está dando a sentença por
outro crime, que é diferente da imputação do MP, mas aqui há a mesma conjuntura fática (não há
modificação nos fatos), porque o que o MP quer é que a conjuntura fática leve a uma condenação, só que a
imputação do MP não vincula o juiz, mas sendo a mesma conjuntura fática a imputação pode mudar devido
a cunho interpretativo do MP. O que a gente discute é o texto do art. 383, que acaba reforçando a ideia de
que o acusado se defende dos fatos. Badaró pergunta se a partir da emendatio libeli deve dar oportunidade
para o réu/defesa se defender, isso porque a defesa já apresentou as alegações finais. Bararó afirma que sim,
porque a defesa trabalhou em alegações finais a ideia de um certo crime, a sistemática de um certo crime, de
forma a favorecer a ampla defesa e o contraditório. Pacelli e a maioria da doutrina e jurisprudência tem um
pensamento mais legalista, de que não é necessária a oportunidade da defesa após a emendatio libeli.
(2) a mutatio há uma modificação da conjuntura fática, se há uma nova conjuntura fática não há como
chegar na condenação, porque aqui não haverá coerência, porque há novos elementos e novas conjunturas
fáticas de modo a possibilitar a condenação. Há a modificação da acusação. A lógica é que há uma relação
com o contraditório na mutatio, o feito vai ser baixado, o aditamento vai ser feito e a defesa terá
possibilidade de falar. Se os fatos mudaram o réu deve se defender. É um instituto que precisa da
movimentação do acusador, para que a sentença aconteça de acordo com o princípio da correlação. O caso
mais comum é o de furto e roubo (que deve partir da acusação). Pode o juiz falar que não vai dar a sentença
se o MP não se movimentar? O juiz pode provocar essa movimentação? A mutatio é o procedimento que
ocorre a partir do aditamento e gerará uma sentença agora coerente com a acusação. A mutatio, além de
conceitualmente ser diferente, tem toda uma movimentação consequencial antes da sentença. O juiz não faz
mutatio, ele age a partir de um aditamento/mutatio. É dessa movimentação decorrente do aditamento, e na
sentença o que se observa é a consequência da mutatio. A mutatio é consequencial, não se visualiza na
sentença (a não ser em seu resultado, porque a sentença é dada com a modificação e o aditamento já feito).
Pacelli diz que a desclassificação de crime doloso para culposo não é mutatio (é só uma insuficiência
do MP de comprovar o elemento subjetivo ou de sucesso de uma tese da defesa, não é fato novo). Para ele a
mutatio é, ainda, um aproveitamento de tudo o que foi produzido, só que agora com um crime novo.
OBS: Súmula 696, STF. Se da emendatio ou da mutatio surge algum direito subjetivo ou de direito material,
o juiz tomará as providencias para que a proposta ocorra, para que isso aconteça. É o caso de através da
mutatio ou da ementatio seja possível a proposta de sursis. Se o MP não puder ou não quiser, é aplicada a
súmula 696. A transação é visualizada pelo Daniel como outro exemplo.

02 DE AGOSTO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)

PEGAR O INÍCIO DA AULA

Não se fala de desclassificação imprópria no rito comum ordinário (desclassificação é quando o juiz percebe
que não é homicídio mas conhece que é infanticídio). PERDI

Quanto ao art. 386 existem hipóteses intensas de absolvição. O I é estar provado a inexistência do fato, aqui
não paira dúvida, reconhece-se que o fato não existiu. Se ele não existiu para o penal ele não existe pro civil,
fazendo coisa julgada também no juízo cível. Aquelas absolvições que possuem certeza crassa impacta o
juízo cível.
O II é quando não há prova da existência do fato, tem-se a princípio que o fato existiu e precisa de prova
quanto a isso, partindo de um pressuposto positivo, o que acontece é que a existência específica não se
conseguiu provar, há uma ausência probatória relacionada com a existência do fato. Há algo a provar, mas
há ausência probatória quanto a isso. A conclusão acaba sendo a mesma que a I. No inciso I há prova, mas
há inexistência de fato, enquanto na II não há prova embora o fato tenha existido. Há uma corrente que
afirma que esse inciso II não faz coisa julgada no cível. O II não tem um juízo tão crasso de defesa
(enquanto no I se tem um juiz crasso de certeza). Para aqueles que dizem que a situação não tem juízo crasso
de certeza poderia ser rediscutida no cível (coisa que não ocorre no inciso I), essa é a primeira corrente, de
que não faz coisa julgada no cível e pode ser rediscutido (PACELLI FALA QUE O I NÃO PODERIA SER
REDISCUTIDO NO CÍVEL E O II PODERIA SER REDISCUTÍVEL NO CÍVEL).
De maneira diversa pode interpretar que a ausência probatória quanto a existência do fato está tocando a
existência de um fato (não do fato penal apenas). No inciso II não houve prova, está se falando na
inexistência do fato. Há quem diga que deveria pairar o juízo de certeza, não devendo ser discutido no cível.
É diferente do inciso VII. Faz coisa julgada para o cível também.
O inciso III é residual, pois as hipóteses da atipicidade própria da teoria do delito cai do III, que é um inciso
ampliativo. Quando não constitui o fato infração penal. Aqui fala do crime em si. Se não consegue encaixar
nos outros incisos, encaixa aqui, porque é mais ampliativo. As excludentes caem no inciso VI, é por isso que
se considera que o inciso III é uma atipicidade. O inciso III são hipóteses de atipicidade, porque as
excludentes se encaixam no inciso VI. Prevalece que mesmo a absolvição desse inciso o sujeito poderia
discutir isso no âmbito cível. Se não foi uma infração, mas existe um fato danoso isso poderia ser discutido
no cível.
O inciso IV quando está provado que o réu não concorreu para a infração. Há prova, e a prova aponta para o
fato de o acusado não ter concorrido para a realização da atividade. Está ligado a pessoa (e não ao fato,
como os incisos I e II). Foi comprovado que o réu não participou do crime, é uma negativa de autoria. Se o
inciso I faz coisa julgada no cível o IV também deveria fazer, por lógica. Aqui não tem o autor, havendo
certezas do juízo criminal que não pode deixar de considerar. Esta vincularia quanto a autoria no juízo cível,
não podendo ser proposta ação com relação ao réu que foi absolvido no penal quando está provado que o réu
não concorreu para a infração penal. Aqui há um juízo de certeza (de que o réu NÃO concorreu para a
infração).
O inciso V não se tem prova de que o réu cometeu a infração. Toda vez que há a expressão “está provado”
está comprovado efetivamente que algo ocorreu ou não ocorreu, quando fala de inexistência de prova é
porque o MP não conseguiu comprovar que algo ocorreu ou não. Isso poderia, de alguma forma, ser
discutida no juízo cível, porque a ausência.
O inciso VI em casos que existam circunstancias que excluam o crime ou isentem o réu de pena. A defesa
precisa comprovar as excludentes (lembrar da matéria da primeira prova sobre provas). Há duas correntes,
porque o papel do MP é de juízo de certeza. O inciso VI consagra que a defesa não precisa plantar certezas
na excludente, a diferença se existe um ônus probatório no processo penal a diferença fica mais evidente
aqui, porque a defesa tem resultado absolutório também com o juízo de incerteza (também com as
excludentes). Fala das excludentes (inclusive de culpabilidade) e insuficiência probatória (?). o que está
entre parênteses do inciso é bem importante. Inova trazendo o in dubio pro reo. OBS: prevalece que
absolvição por excludente não vincula o juízo cível. As excludentes, em regra, não vinculam o juízo cível e
as excludentes não negam o fato e não negam a autoria e nem negam o dano. A parte final é muito
importante porque consagra o in dubio pro reo para as excludentes.
O inciso VII não haver prova suficiente para a condenação (é um in dubio pro reo genérico). Embora se
tenha provas essas provas não são suficientes para a condenação do réu. Percebe-se que estas provas não
suficientes para comprovação.

IMPORTANTE 1: quanto a sentença absolutória: produz efeitos imediatamente, produz efeitos imediatos.
Ou seja, tudo o que está apreendido no processo deve ser desenvolvido e o status libertatis deve ser
devolvido e garantido. Não se fala, aqui, em espera nenhuma, pois a sentença absolutória é como se ela
tivesse sido transitada em julgado no momento da sua prolação. Exemplos são os bens apreendidos e o status
libertatis, mas pode também ser a devolução de fiança (que é uma garantia, um depósito), agora que
absolveu pode devolver fiança? Pode. Nada impede do MP recorrer e do acusado recorrer.
Art. 596, CPP. Este inciso reforça esses exemplos, de que a apelação contra essa sentença absolutória não
possui efeito suspensivo, não impedindo que o sujeito seja colocado imediatamente em liberdade.

IMPORTANTE 2: por mais que haja absolvição isso não obstaculiza que o réu recorra. É uma lógica de
interesse. Onde pode estar o interesse? Em mudar o fundamento da absolvição para impedir se discutir isso
no cível ou não.

Vinculada as hipóteses do 386, CPP.

CONSIDERAÇÕES QUANTO À SENTENÇA CONDENATÓRIA:


A condenação é um juízo positivo da pretensão acusatória estatal, não possuindo um artigo com hipóteses
para a condenação. Tudo o que o MP quis foi comprovado e paira o juízo de certeza. É um juízo afirmativo
quanto a pretensão do MP.
Art. 387, I, CPP.
A sentença condenatória só possui efeitos após o transito em julgado. Isso por conta a presunção de
inocência e de não culpa. O efeito suspensivo é abreviado sobre a possibilidade ou não de prender o
sentenciado. A relação presunção de inocência (efeito de não prisão) e sentença condenatória. Há outros
efeitos (efeitos secundários) da sentença condenatória, que também só ocorrem após o trânsito em julgado.
Art. 92, CP (reparação do dano, perda de cargo de servidor público quando o crime tiver alguma relação,
exclusões de direito, etc). Esses efeitos só ocorrem após o trânsito em julgado da sentença. Art. 15, III, CF
(suspensão de direitos políticos), o condenado que teve sentença transitada em julgado perde o direito
político, não podendo votar (Daniel Duarte – Suspensão de Direitos Políticos, artigo). Isso deve ser irrestrito
ou restrito (não há limitação constitucional)? Existem condenações e condenações? O presídio tem urna
eletrônica para aqueles que estão presos preventivamente, então porque todos os que tem sentença
condenatória transitada em julgado perde esse direito?
Condenado, passa-se à dosimetria da pena.
IMPORTANTE 1: previsão do art. 387, IV, fixação de quantum reparatório mínimo. Isso é inovação da
reforma de 2008. O juiz na sentença condenatória, além das atividades dos incisos I a III, deve haver a
fixação de quantum mínimo reparatório quando possível. É para fins de ação civil ex delito, porque vira
título executivo. Necessidade ou não de pedido expresso na queixa quanto ao quantum mínimo? Ficou uma
ressalva na doutrina. Em primeiro momento, doutrinariamente, tem prevalecido que não há a necessidade do
pedido expresso, devendo ser entendido como uma decorrência, algo que o juiz deve fazer, que está em
consonância com o art. 91, I, do CP, sendo uma decorrência lógica da condenação e a lei não faz nenhuma
distinção nesse ponto, falando da necessidade de pedido expresso, se o ele visualiza que tem um dano a
parte. Por outro lado, se na queixa crime é obrigatório ter o pedido de condenação, se pode abrir mão
inclusive da condenação do sujeito, porque não se pode abrir do quantum reparatório? Como na ação
privado os princípios estão mais relacionados com a liberdade das partes (oportunidade e conveniência),
como pode desistir da ação (que o MP não pode), na doutrina há quem afirme que deva vir especificado o
pedido (na denúncia não seria necessário haver o pedido em nenhuma das duas correntes, porque seria
decorrente, mas nessa segunda corrente, em relação a queixa crime, deveria ser expresso).
Existem outros questionamentos quanto essa previsão e o Pacelli também traz no livro dele. Quanto a este
inciso prevalece que é possível a fixação por parte do juiz é pacífico, no entanto tem gente que discorda
dessa fixação, afirmando que é ilegítima: não é um simples efeito da sentença, mas um pesar, e isso não
caberia ao juiz criminal e que o processo penal não é o local para discutir o prejuízo ou não causado a
alguém, o dano ou não causado a alguém, é como se o juiz estivesse julgando a maior o que não é próprio da
pretensão punitiva do Estado. Isso não prevalece por dois argumentos: (a) diz que não é uma pretensão
acusatória, mas uma decorrência e regulação de um efeito que já existia, é um argumento criticável; (b) não
está discutindo matéria civil em juízo penal, está apenas fixando um quantum mínimo, porque o dano teve,
não abrindo qualquer discussão quanto a isso, não fundamentando, apenas fixando um mínimo para o
quantum reparatório, não diz de nexo causal, não entra em responsabilidade civil, é só um exercício de
fixação.
O ideal é o MP colocar no final o pedido de fixação de quantum mínimo reparatório (na queixa também).

IMPORTANTE 2: art. 385, CPP. Que diz expressamente que o juiz pode condenar ainda que o MP peça a
absolvição e reconhecer agravantes que não foram trabalhados pela a acusação. Esse artigo é compatível
com a nossa conjuntura de posição do magistrado e da conjuntura constitucional? Se estamos em uma
situação dialogal da parte, que juiz ativo seria esse que condena quando há pedido de absolvição? Aqui há
um movimento doutrinário fortíssimo quanto a este posicionamento legislativo e fere a imparcialidade
também, além de ferir o acusatório, pois o juiz está movimentando, ferindo a dialética do processo. Do outro
lado, para quem concorda, é o posicionamento legalista e que não o artigo ainda não foi revogado (não é
necessário uma revogação expressa para saber que ele não se aplica).
PESQUISA: diferenças entre rito sumário e sumaríssimo pro rito comum ordinário.
07 DE AGOSTO DE 2017 (SEGUNDA-FEIRA)
CHEGUEI ATRASADA (pegar com alguém)

A intenção é comparar os institutos.

SUMÁRIO:
Em regra não tem diligencia (art. 402), mas se tiver pedido de diligencia pode ser deferido. Art. 535, CPP
(em regra não é possível, mas pode ser que seja deferido).
Art. 397,

SUMARÍSSIMO:
Crimes de menor potencial ofensivo é até dois anos, até 2 anos é JECRIM, as contravenções, etc.
Tem que tomar cuidado com uma coisa: em caso de concurso de crimes irá somar as penas (a pena máxima
de tudo) e ai não pode passar de dois anos. Soma-se as penas máximas em abstrato, continuando de
competência do JECRIM se a soma não for superior à dois anos, se passar de dois anos não fica no JECRIM.
Soma-se as frações de aumento (como se o crime for na modalidade tentada).
Os crimes do JECRIM, quando conexos a outros crimes, eles vão junto, porque a competência do
JECRIM não é atrativa para nada (rouba+crime de menor potencial ofensivo, vai tudo para o ordinário, júri,
etc). o JECRIM fica com crimes apenas de sua competência. Os crimes de menor potencial ofensivo sempre
acompanham, são atraídos pelos outros ritos quando houver crime conexo. Mas lá no outro rito sempre serão
respeitados a lei da Lei 9.099 (as questões específicas, como sursis, transação penal, etc), mas somente
quanto ao crime de menor potencial ofensivo (como se tiver um crime de competência do rito comum e de
um de menor potencial ofensivo, o de menor potencial ofensivo vai para o rito específico e deve ser julgado
e aplicado as regras específicas da Lei 9.099 para o crime de menor potencial ofensivo, não se aplicando aos
outro crime). Art. 492, §1°, CPP.
- COMPARADO O RITO SUMARÍSSIMO COM O SUMÁRIO:
Os autos que se tem não é inquérito, o que dá sustentáculo para oferecimento de denúncia é o termo
circunstanciado (o rito começa na delegacia de polícia).
Aqui há a dispensa de relatório.
Há uma audiência preliminar em que as tentativas vão ocorrer (tentativa de transação penal ou de
composição de danos). Quando se chega na instrução há outras diferenças. Não existindo transação ou
composição civil dos danos o rito prossegue, com o destaque para a defesa existente antes do recebimento da
denúncia. Lei 9.099, art. 176. Em tese a denúncia é a última coisa de uma audiência infrutífera. O promotor
iria denunciar após a audiência infrutífera e a defesa ia ocorrer depois dessa denúncia. Quando começa o art.
177 é o oferecimento da denúncia ou queixa oral (denúncia e queixa imediata e oral depois de infrutífera a
transação ou composição civil na audiência preliminar).
O rito penal começa no art. 169, Lei 9.099.
A denúncia ou queixa oral, em tese, é o último ato da fase preliminar e o início da fase processual. Art. 78,
Lei 9.099. Em lógica é já denunciado e já marcada a instrução.
- DA INSTRUÇÃO NO JECRIM:
A lei não fala em resposta à acusação, mas em defesa da acusação. A resposta à acusação é oral aqui, é a
primeira coisa que acontece (art. 81). Responde a acusação e ali na audiência o juiz faz o julgamento
positivo ou negativo de admissibilidade (fala se recebe ou não a denúncia/queixa). Se for negativo o
processo acaba, sendo positivo inicia-se as oitivas (primeiro vítima e depois testemunhas). Desde 1995 o
interrogatório gera o último ato, o interrogatório como ultimo ato, depois debates orais e depois sentença.
Toda a instrução do procedimento sumaríssimo está no art. 81 da Lei.
Art. 69 (formação do TC) – fase preliminar (transação, composição; OBS: termina com oferecimento de
denúncia ou queixa oral, art. 77) – fase judicial/fase de instrução (limitada no art. 81, ocorre a
defesa/resposta oral, recebimento ou não da inicial, oitivas, interrogatório, debates e sentença). Apelação é
em 10 dias (art. 82). A sentença dispensa relatório.
Se tudo acontece no mesmo dia, o art. 81, em caso de recebimento de denúncia o recurso cabível é a
apelação (na preliminar de apelação). E rejeição da denúncia? Quanto a rejeição há duas correntes: (a) não
há previsão legal na lei 9.099 de recurso de tal decisão, então não caberia RESE para o MP e seria
incompatível com os próprios princípios de simplicidade (Daniel discorda disso); (b) a segunda corrente é
plenamente possível nos termos do art. 581, I, porque o artigo não faz diferenciação/ressalva quanto aos
ritos ordinário, sumário e sumaríssimo. O CPP se aplica à lei 9.099.
O número de testemunhas aqui é máximo de 3.
DESTAQUE QUANTO À FASE PRELIMINAR: importante que se saiba que a transação é um instituto que
cabe algumas críticas. A pena na transação só tem natureza jurídica de pena, mas para ter pena deve haver
um processo, uma sentença, etc. Deixa de flexibilizar alguns direitos fundamentais em detrimento da
ocorrência do processo. Os requisitos da transação estão no art. 76, tendo direito o promotor não pode deixar
de oferecer, porque é direito subjetivo do réu. A transação penal era para acontecer para desafogar o sistema,
mas por ausência de análise de justa causa, autoria e materialidade, etc, por parte do MP, o MP vai para a
transação de forma automática. A transação só deve ser cogitada se tiver o mínimo para o oferecimento de
uma denúncia. A transação só deve ser oferecida, em um mundo ideal, quando presentes elementos mínimos
para uma eventual ação, quando não presentes deveria haver o arquivamento do TC. A grande crítica é que a
transação se transformou em um instrumento de pressão e de violência simbólica.
O acordo faz coisa julgada material, não apenas formal. Súmula Vinculante 35.
A Lei 9.099 fala em vítima, mas no CPP é ofendido, mas não tem muita diferença prática.

08 DE AGOSTO DE 2017 (TERÇA-FEIRA) – AULA EXTRA

Rito Especial – Tribunal do Júri:


Está no CPP, diferente do rito da lei de drogas, falência, etc. É um rito especial que está no CPP.
Art. 5°, XXXVIII, CF: a competência para o julgamento dos crimes dolos contra a vida é do tribunal do júri.
Uma questão de elemento subjetivo (dolo), que exclui os crimes culposos e preterdolosos (dolo no
antecedente e culpa no consequente, como os crimes dos arts. 129, §3°, 213, §2°, 159, §3°, etc).
Art. 74, 1° e 121, CP.
O outro elemento é quanto a natureza dos crimes, que são os crimes contra a vida (art. 121 ao 128).
São 4 crimes no total, nas formas consumadas e tentadas. São os crimes de homicídio, participação em
suicídio, infanticídio e aborto (que possui três tipos). Não entra crimes de patrimônio aqui, mesmo o
latrocínio (Súmula 603, STF), porque priorizou-se o patrimônio.
Dentro da Constituição existem alguns princípios (que Pacelli chama de características) como a
competência do júri (para criticar a legitimidade do tribunal do júri deve-se questionar se é cláusula pétrea,
mesma coisa para o debate da diminuição da maioridade penal). São esses princípios:
1. SIGILO DAS VOTAÇÕES: art. 5°, XXXVIII, b, CF. Votações tem haver com a incomunicabilidade dos
jurados (só quanto a causa) e se comprovada que este princípio foi ferido pode levar à nulidade do
julgamento.
2. SOBERANIA DO VEREDITO: art. 5°, XXXVIII, c, CF. É garantia do réu, porque é de um contexto de
um processo penal democrático (já que a ideia que o réu será julgado por seus pares), não pode o juiz
reformar o veredito, só outro júri pode modificar a decisão de um júri.
E a revisão criminal? A revisão é a desconstituição da condenação. Quando se leva para o Tribunal em caso
de decisão dada por júri, o que ocorre? Manda para novo júri? Vai reabrir o processo para que o réu passe
tudo de novo (plenário)? Não, porque uma garantia do réu não pode flexibilizar outra garantia (soberania do
veredito não pode flexibilizar a possibilidade de ter seu status libertatis restituído). O que prevalece é que é
possível a revisão criminal pelo Tribunal, sem necessidade de realização de outro júri.
3. PLENITUDE DE DEFESA: art. 5°, XXXVIII, a, CF. É uma ampla defesa que se acentua, há um
resguardo maior aqui. A defesa é pessoal e técnica, aqui. Defesa pessoal é que o réu solto pode escolher
não ir no julgamento do plenário e o réu preso pode requisitar para não ir (isso decorre do direito ao
silêncio). Art. 457, §2°. Outro exemplo é a versão do réu que pode ser quesitada. Outro exemplo, ligado
ao direito ao silêncio, é a vedação do art. 478, II, que determina que não se pode utilizar do silêncio do
acusado como argumento de autoridade, sob pena de nulidade. Nem sobre o silêncio e nem sobre a
utilização de algemas.

Arts. 406 à 497, CPP (Tribunal do Júri)

Defesa Técnica: entrevistas reservadas, outras teses não jurídicas (como levar questões morais e ideológicas)
e tréplicas.

DO PROCEDIMENTO:
É bifásico, há duas fases. O CPP chama a primeira fase de instrução preliminar (judicium
acusationis) e a segunda fase de julgamento em plenário (judicium causae). A primeira fase é igual ao do
procedimento ordinário (art. 411). A instrução é bastante parecida com o rito ordinário. Há algumas
diferenças, porque após a instrução haveria a sentença no procedimento ordinário, enquanto no rito do júri o
juiz possui quatro opções. A primeira fase serve para juntar os elementos probatórios necessários para saber
se envia o réu à plenário ou não. As quatro decisões que o juiz pode tomar no fim da primeira fase são:
1. Pronúncia: art. 413, CPP. É o que leva à segunda fase (plenário).
2. Impronúncia: art. 414, CPP. Aqui deve haver insuficiência probatória. Insuficiência probatória (na
absolvição sumária tem um elemento probatório mais robusto). A coisa julgada na impronúncia é formal
e não material (art. 414, §único). O MP pode buscar novas provas e reabrir o processo. A crítica é a
situação de incerteza até a prescrição do crime. A maioria da doutrina fala que a impronúncia é
inconstitucional. Crítica ao in dubio pro societate (incompatível com a presunção de inocência). PODE
CAIR NA PROVA.
3. Desclassificação da conduta: art. 418 e 419, CPP. Há a desclassificação própria (art. 418), que é quando,
por exemplo o crime contra a vida não é doloso, aqui a competência se modifica. Há a desclassificação
imprópria que é quando o juiz se convence de que há/é outro crime, mas a competência continua sendo
do júri. Na mesma decisão há a desclassificação imprópria e a pronúncia. A desclassificação imprópria
tem como consequência a pronúncia.
4. Absolver sumariamente: art. 415, CPP. É diferente do art. 397, CPP (rito ordinário), devido o momento.
A absolvição sumária, aqui, é após a instrução probatória, onde as hipóteses são diferentes. Os incisos do
art. 415 também são diferentes do procedimento ordinário.
a. Inexistência do fato;
b. Inexistência de autoria;
c. Inexistência de crime (residual e ampliativa);
d. Excludentes.
IMPORTANTE: o art. 415, § único, quanto as excludentes, não se absolve sumariamente por
inimputabilidade mental, salvo se esta for a única tese da defesa. Justamente porque o acusado pode ser
absolvido em outra excludente (já que a absolvição por inimputabilidade é imprópria, visto que é
encaminhado para cumprir medida de segurança).
A grande discussão aqui é se a absolvição sumária existe ou não juízo de certeza ou pode aplicar o in
dubio pro reo. O que esquece é que aqui já há produção probatória e no procedimento ordinário não.
DEBATE: presunção de inocência/in dubio pro reo levam à absolvição sumária ou a impronúncia ou se
utiliza do in dubio pro societate, que leva à pronúncia?

09 DE AGOSTO DE 2017 (QUARTA-FEIRA)


Pegar Aury criticando o in dubio pro societate (busca do direito penal como busca da defesa da sociedade
mesmo).
Comparando com o rito ordinário: o rito ordinário termina com uma sentença, enquanto no júri a primeira
fase pode terminar de duas formas, com sentença (caso de absolvição sumária) ou decisão (caso de
pronúncia, impronúncia e desclassificação). Da absolvição sumária e impronúncia cabem apelação, da
pronúncia e da desclassificação cabem RESE. Outra diferença é que na primeira fase não há condenação
(enquanto no ordinário o seu fim leva sempre à absolvição ou à condenação).

Fases:
Art. 395, CPP (idem)
Art. 406, CPP (resposta à acusação)
Art. 409, CPP (vista ao MP): vai mandar para o MP a resposta à acusação, o que é uma bizarrice, porque dá
à acusação a última palavra, esta vista ao MP não deveria existir porque fere a plenitude de defesa, porque a
defesa não está falando por último, fere a paridade de armas e a lógica conceitual de um processo penal
democrático (que não olha para o acusador, mas para o acusado). Traz um desequilíbrio ao processo, visto
que a réplica está desequilibrada, dirigida à defesa realizada. Fere o contraditório (que está sendo maior para
o MP) e a ampla defesa. Fere o devido processo legal. O art. 409 é vista ao MP quanto a defesa apresentada.
SUGESTÕES:
1. Pode questionar a constitucionalidade do art. 409 e não aplica-lo, porque não é compatível com o
nosso instituto, marcando direto às instruções. Como precisa fundamentar, pode declarar a
insconstitucionalidade de forma incidental.
2. Aplicação do art. 409, porém com a advertência ao MP para que ele se limite quanto a licitude ou
ilicitude dos documentos juntados pela defesa. A manifestação, portanto, está restrita aos
documentos juntados na resposta e sua legitimidade.
Art. 411, CPP: marca a instrução com o interrogatório como o último ato, é a mesma coisa que o
procedimento ordinário, mas diferentemente do rito ordinário, entre a resposta a acusação e a vista ao MP
não há a possibilidade de absolvição sumária e entre o inicio e o fim da instrução não há a fase de
diligencias do art. 402. Não sendo possível o pedido de diligencia não é possível a apresentação de
memoriais, não há essa hipótese. É possível, subsidiariamente, a diligencia, invocando a ampla defesa e o
art. 394, §5°, requerer diligencias. OBS: tendo o art. 402, subsidiariamente também terá a fase dos
memoriais.
Objeto da resposta à acusação aqui no júri, qual é? Há a impossibilidade de aplicação do art. 397,
CPP. Há uma especialidade do Tribunal do Júri (do rito) de que a única absolvição sumária é após a
instrução (art. 415, CPP). Pela especialidade o acusado será submetido a toda uma instrução. Afastou-se o
art. 394, §4°, CPP (que os arts. 396 e 398 se aplicam a todos os ritos). Por questões de ampla defesa
(processo como pena) há a possibilidade de aplicação subsidiária (processo como pena e quando está muito
claro que foi excludente, por exemplo, pode se pedir na resposta a acusação a absolvição sumária antes da
instrução, a partir da aplicação subsidiária do art. 397, como prevê o art. 394, §4°, CPP).
O objeto da resposta à acusação no artigo sobre o rito do tribunal do júri repete a expressão “tudo”
do art. 396, CPP, podendo-se alegar tudo o que é de interesse da defesa. O objeto aqui, partindo do
pressuposto de que prevalece a possibilidade do art. 397, só após a instrução, o objeto da resposta à acusação
é restrito: preliminares (como o art. 395), questões que dizem respeito às provas produzidas ou as produções
(como ter sido prova ilícita, juntadas de documentos, produções probatórias) e requisições (quando se
requisita uma prova ou o retorno de um laudo). Aqui é que deve ser feito o arrolamento de testemunhas. No
contexto atual o objeto da prova é restrito.
Em um contexto pro-defesa o objeto é ampliativo, podendo se invocar subsidiariamente uma
absolvição sumária do art. 397 do rito ordinário, falando que não há necessidade sequer da pessoa passar por
uma instrução. É excepcional (a regra é o objeto ser restrito).

O juiz tem que dar uma das quatro decisões no fim da audiência de instrução. Aqui não tem previsão de
memoriais, embora seja o que mais acontece. Aury fala que deveria ocorrer mesmo, porque os processos de
crimes contra a vida são mais complexos e merecem uma defesa mais calma e elaborada. Art. 403, §3°,
CPP. Aqui nos memoriais o objetivo da defesa na absolvição sumária, impronúncia ou desclassificação do
crime e o do MP é sempre a pronúncia. Nos memoriais/alegações finais há sempre um objeto restrito
(devido as quatro decisões que o juiz pode dar).

Destaques quanto ao fim da 1ª fase:


1. Quanto à absolvição sumária:
a. Prevalece ser necessário o seu juízo robusto quanto às provas dessa possibilidade, para a sua
consequência. No entanto a doutrina contemporânea defende a aplicação, consideração da
presunção de inocência e aplicação do in dubio pro reo nessa fase. Embora não seja o que tem
prevalecido devido ao argumento comumente utilizado de in dubio pro societate.
b. Pacelli defende a inconstitucionalidade do inciso I e II do art. 415, CPP. Juízo de autoria e
materialidade o juiz se fizer estaria invadindo demais a função do júri, que é matéria fática que só
o jurado pode julgar/decidir.
c. A desclassificação da primeira fase é diferente da desclassificação em plenário, porque na
primeira fase o juiz manda para o juízo competente, quando desclassificação própria. Já a
desclassificação realizada em plenário, se o júri decidir que é homicídio culposo e não doloso,
por exemplo, é o próprio juiz que preside o plenário que vai julgar, não manda para outro juízo,
se julga na mesma audiência.
d. Impronúncia: visualiza (Daniel)a impronúncia como uma chance para a defesa, devendo ser
tomada como um in dubio pro reo na primeira fase, sendo sua inconstitucionalidade no corpo do
parágrafo e não do instituto da impronúncia, isso considerando o contexto caótico, exigindo-se a
certeza para a absolvição. Daniel acha que o instituto deve prevalecer no ordenamento.
Despronúncia é quando o Tribunal de Justiça opta impronunciar quando do julgamento do
recurso que ataca a pronúncia realizada anteriormente.
2. Quanto à pronúncia há os seguintes destaques:
a. Art. 413, CPP: a fundamentação da pronúncia é objetiva, restrita, é uma fundamentação restrita
às provas produzidas, como provas de autoria e materialidade, não podendo a decisão conter
excesso de linguagem (subjetivar as coisas, exagerar na capitulação/relatório do crime). Não
pode valorar demais a conduta do réu, porque não acabou o julgamento, pois não é ele quem
julga. É nula porque influencia negativamente o jurado e porque ele não está terminando o
julgamento. A decisão da pronúncia deve ser rasa.
b. O que ela deve ter: art. 413, §1°. Dispositivo legal, imputação (qual o crime contra a vida que
está sendo julgado), as qualificadoras e as causas de aumento. Há algumas conclusões: pode, o
juiz, concordar com a denúncia ou não (quanto as qualificadoras), o juiz pode retirar
qualificadoras, mas não pode criar qualificadoras. Outra conclusão importante é que não deve
constar na pronúncia as agravantes.
c. Questão da pronúncia e o in dubio pro societate: a doutrina fala do in dubio pro societate, é aqui
que essa expressão surgiu (no rito do júri), de que é a sociedade que tem que se manifestar sobre
a absolvição ou não do acusado. Está sedimentado na jurisprudência. Havendo uma coerência
probatória mínima, mas sem certeza quanto à absolvição, deveria ser levado para a sociedade
decidir, levado, então, à plenário. É nessa discussão que a pronúncia ou não que mora essa
discussão do in dubio pro societate.
Desconstruindo isso:
● É incompatível com a presunção de inocência;
● É incompatível com o in dubio pro reo;
● Fere o princípio da legalidade (porque não há presunção legal) é pegar uma matéria de competência e
utilizar aqui;
● Incompatível com a existência da impronúncia, porque não convivem em um mesmo ordenamento a
impronúncia e o in dubio pro societate, porque a ideia da impronúncia é quando há ausência de
autoria e materialidade;
● Incompatível com a noção atual do processo penal e de soberania dos vereditos (que é garantia do
acusado e não do júri).
A doutrina majoritária no Brasil discorda do in dubio pro societate, afirmando a necessidade de
predominância do in dubio pro reo.

Terminada a primeira fase com decisão de pronúncia leva-se à segunda fase: O PLENÁRIO.
No plenário há dois momentos; a preparação do plenário (art. 421 e 422) e o plenário.
Arts. 421 e 422, CPP. É chamado de fase de diligencias para plenário, que é completamente diferente da fase
de diligencia do art. 402, CPP. São coisas que se quer fazer no plenário (oitiva de testemunhas, documentos
e demais diligencias). As testemunhas e as diligencias precluem, tem que ser pedido nesse momento.
Documentos tem prazo maior, que é o do art. 479, CPP, de até três dias antes do plenário, sob pena de
nulidade devido o contraditório que não foi respeitado (se não juntou o documento dentro do prazo e
apresenta a documentação na fase do plenário).
Se uma testemunha é muito importante ela deve ser arrolada na forma do art. 461, CPP, com cláusula
de imprescindibilidade (não abro mão dela na forma do art. 461, CPP).
O juiz vai apreciar os pedidos de diligência (como faz na fase do art. 402).

Art. 423, CPP. A preparação do plenário vai se encerrar com um relatório (de que o processo não possui
nenhum vício, que está em ordem e pronto para a realização do plenário e é uma das peças que os jurados
recebem).

Art. 429 e 430, CPP: estando o processo em ordem, intima para o julgamento (art. 431).

OBS: “desaforamento” (art. 427 e 428, CPP) é irar do foro competente, não vai ser mais o foro do processo,
quando há protesto e contaminação do jurado, quem faz isso é o TJ.

DESTAQUES:
O quórum mínimo para o início de uma sessão é 15 pessoas. A lista geral tem 25 jurados gerais, devendo
serem sorteados 7 que formaram o conselho de sentença. Para reformar o conselho de sentença é possível a
recusa de jurados por parte da acusação e da defesa (máximo de 3 recusas para cada parte, sem necessidade
de justificativa). É possível recursar mais de 3 testemunhas, desde que fundamentada a recusa.

Art. 472 é o juramento e os documentos que os jurados irão receber.


Art. 473 é o debate (instrução).

Vedações do plenário: art. 478, CPP:


1. Fazer referência à decisão de pronúncia e posteriores decisões que fizerem referência ao juízo de
admissibilidade da acusação.
2. Fazer referência ao uso de algemas.
3. Fazer referência ao silêncio do acusado.
4. Fazer referência à ausência do acusado no julgamento.
Ainda se aplica o art. 479 que não pode ser mencionado no plenário.

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