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GRADUAÇÃO: DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO PENAL – TEORIA DO CRIME


PROFESSORA: CLAUDIANE ROSA GOUVÊA

CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS E


IMPRÓPRIOS
Dentro da matéria penal, quando se inicia os estudos da teoria geral do delito,
um, dentre tantos temas a serem analisados, é o nexo de causalidade. Este pode
ser conceituado como sendo o elo existente entre a conduta praticada pelo agente
e o resultado por ele produzido.

Somente se pode imputar o delito ao indivíduo que for causador de resultado


lesivo ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Por razões lógicas, não se pode
atribuir crimes as pessoas que não tiveram nenhuma relação com o fato punível.
Para ser penalmente responsabilizado, o indivíduo, de alguma maneira, tem de
contribuir na empreitada criminosa, seja prestando auxílio material, ou mesmo
moral, respondendo, neste caso, na condição de partícipe.

O nexo de causalidade, ao lado da conduta, da tipicidade penal e do


resultado, vai compor o primeiro substrato do conceito analítico do crime. Significa,
portanto, que sua constatação é imprescindível na configuração de determinada
infração penal.

Ressalte-se que o Código Penal Brasileiro adotou a teoria da conditio sine qua
non, considerando causa “toda ação ou omissão sem a qual o crime não teria
ocorrido” (art. 13, in fine, do CP).

Falaremos da chamada omissão penalmente relevante. E, ao mencionar sobre


tal omissão, inevitavelmente exporemos sobre os crimes omissivos próprios e
impróprios.
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Antes de definir quando a conduta omissiva vai se transformar numa infração


penal, cumpre informar que as normas penais são divididas em duas espécies:
normas proibitivas e mandamentais.

Norma penal proibitiva é aquela, como o nome sugere, vai proibir que o
agente realize determinada conduta. Assim, a pessoa precisa praticar um
comportamento positivo para infringi-la. Por exemplo, se o tipo penal diz que matar
alguém estará sujeito a pena de reclusão de 6 a 20 anos, tal previsão tipifica a ação
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humana consistente em matar o outro. É, portanto, uma norma proibitiva. Logo,


somente responde por homicídio aquele que, com seu comportamento comissivo,
efetivamente, diminui a vida de alguém.

Pergunta-se: será que é possível matar alguém ficando inerte?

Para o direito penal sim, entretanto, o autor tem de ter o dever de agir e
analisar se, no caso concreto, podia evitar o resultado. Assim, determina-se a
figura do garantidor, pessoa que tem a tarefa de zelar pela integridade da vítima,
nas hipóteses elencadas no art. 13, § 2º do Código Penal.

A norma penal mandamental, pode ser compreendida como sendo a norma


que o tipo penal exigir, para consumação do delito, um comportamento omissivo.
Basta que o indivíduo se mantenha inerte e a infração penal se consumará. É o
caso do crime de Omissão de Socorro, previsto no art. 135 do CP.

Portanto, em última análise, depreende-se que a conduta necessária para


consumar o delito vai depender da espécie da norma penal. Sendo ela proibitiva, o
tipo penal exigirá um comportamento comissivo. Diferentemente, caso a norma
seja mandamental, isso recobrará do autor uma conduta omissiva.

Nessa ordem, é possível descobrir a lógica dos crimes omissivos próprios e


impróprios, porquanto, nos crimes omissivos próprios, o indivíduo vai contrariar
norma mandamental e, por sua vez, nos delitos omissivos impróprios, a norma
penal violada é a proibitiva.

A transgressão de norma mandamental ocorre por inércia do agente. Ele não


realiza uma obrigação a qual estava obrigado pelo tipo penal (por ex. arts. 135,
244, 246 etc, todos, do CP). Então se diz que o indivíduo, na hipótese de violação
de norma mandamental, pratica crime omissivo próprio.
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A seu turno, crime omissivo impróprio se configurará quando o autor, na


condição de garantidor, desrespeitar uma norma penal proibitiva. A omissão da
pessoa que está na condição de garante faz com que ela responda como se
estivesse praticando uma conduta comissiva. Por isso que o delito omissivo
impróprio é também conhecido como crime comissivo por omissão.
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Um exemplo a ser citado é o do salva-vidas. Ele, ao ser contratado, assume a


obrigação de zelar pela segurança dos banhistas, de forma a se evitar afogamentos
em praias e piscinas (art. 13, 2º, “b”, do CP) [1]. Logo, se esse profissional
perceber que uma pessoa está se afogando e, podendo evitar o resultado, por
desídia se mantém inerte, sobrevindo a morte do banhista, ele (salva-vidas) deve
responder por homicídio consumado.

O fato é que o garantidor, por ter o dever de agir em razão das situações
estampadas no art. 13, §2º do Estatuto Penal, responderá por sua omissão como
se estivesse agindo comissivamente.

Outras denominações: crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão, ou


omissivo qualificado. No dia 30 de julho de 2014, um menino de 11 (onze) anos
teve de decepar o braço porque foi atacado por um tigre no Zoológico, em
Cascavel, interior do Paraná (http://g1.globo.com/pr/oeste-
sudoeste/noticia/2014/07/menino-atacado-por-tigre-em-zoologico-tem-o-braco-
amputado.html).

Segundo informou o portal de notícia G1, o pai levou o filho ao Zoológico e,


ao que parece, não prestou os cuidados necessários para se evitar o ataque do
tigre.

Desse acontecimento, caso seja comprovado que o pai foi negligente ao não
cuidar da segurança do filho, deixando o menor, inadvertidamente, aproximar-se
da jaula do animal, bem como se ficar atestado que o genitor podia evitar o
resultado danoso, então o pai deve responder pelo crime de lesão corporal culposa.

A atribuição da responsabilidade penal ao genitor emerge da obrigação


relativa ao poder familiar, disposta no art. 1.634 do CC/02. Desse modo, haverá a
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conjugação das duas situações previstas no art. 13 do Código Penal, as quais


autorizarão a imputação do delito ao pai da criança. Essas situações são poder de
agir (para impedir a lesão) somado ao dever de agir (decorrente do poder
familiar).

À vista disso, constatando a negligência do homem para com sua prole, pelos
motivos levantados, ele comete o delito de lesão corporal culposa.
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Para finalizar, comete crime omissivo próprio a pessoa que o tipo penal
manda agir e, mesmo tendo possibilidade de cumprir o preceito, ela se mantém
inerte.

De outro lado, pratica crime omissivo impróprio, o sujeito que o tipo penal
impõe o dever de não agir e ele, efetivamente, não age. Porém, nesse caso,
responderá pela infração penal por deixar de evitar um resultado o qual estava
obrigado por lei (art. 13, § 2º do CP).

Por fim, esses são os principais aspectos dos crimes omissivos.

[1] Existem salva-vidas que são bombeiros militares, então, nesse caso, é a lei que impõe a
eles o dever de velar pela segurança dos banhistas e não um contrato de trabalho (art. 144, V,
CRFB/88).

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