rubricas EDITORIAL

04 www.deco.proteste.pt
VÍRUS DAS REPARAÇÕES
Abrimos-lhe as portas da nossa página na Internet.

06 Em linha FORA DE CONTROLO

> Google ajuda-o a encontrar livros
> Escrita inteligente: mensagens e conversas sem repetições
Mais cedo ou mais tarde, o computador lá de casa pode avariar.
> Ligar para o estrangeiro: poupe € 1 em cada 5 minutos
Como se não bastasse o risco de perder ficheiros, o consumidor
46 Breves esbarra com técnicos incompetentes e desonestos, que metem a
> Ruído nas cidades portuguesas
> Guia prático: 200 modelos de cartas para reclamar mão ao bolso. O estudo que publicamos na página 18 revela
> Chupetas escondem perigos que é preciso estar preparado para tudo: do desconhecimento das
> Instalar um conjunto de cinema em casa
regras de instalação de programas e substituição desnecessária de
49 Passar a Palavra peças à cobrança de trabalhos não efectuados e até a um aparelho
> Afinsa: processos esperam decisão dos tribunais
com novas falhas. Dos 32 serviços que inspeccionámos, só 3
> Encontros Com Sumo na DECO
> DECO: Porto e Coimbra convocam eleições resolveram as avarias de forma correcta e apresentaram facturas
> Novo portal financeiro: destino certo para poupanças completas. Conclusões preocupantes, ainda mais porque as duas
> Consumidores de todo o mundo
avarias que provocámos não exigiam o técnico mais especialista
52 PRO TESTE Sempre da casa. Mesmo entre os 10 serviços que fizeram um bom
As boas e más experiências de alguns consumidores
podem ser úteis para os restantes.
trabalho, os resultados apontam para custos de 25 a 95 euros.
Há uma década que a DECO PROTESTE se dedica ao trabalho
55 Índice
neste terreno: em 1995, com uma inspecção aos reparadores de
televisores; em 1998, aos videogravadores; em 2001, a oficinas
de automóveis; em 2004, aos telemóveis e frigoríficos e, a mais
À mesa em 30 creches recente, em 2005, aos microondas. Os produtos são diferentes, mas
8 os abusos repetem-se: troca de peças não avariadas, cobrança de
trabalhos não realizados e más reparações...
Encontrámos Para acabar com este vírus generalizado, é preciso actuar
problemas de a diferentes níveis. No caso das empresas, urge apostar na
higiene nas
cozinhas, nos formação técnica e criar mecanismos de controlo de qualidade.
utensílios e Os reparadores devem organizar-se no sentido da auto-regulação
equipamentos
a precisar de do sector, promovendo a qualificação e afastando os menos
mais atenção. honestos. Só é possível melhorar o serviço com verdadeiros
As refeições
deveriam profissionais. Um pouco de formação ética também não faria
ser mais mal. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE),
saudáveis enquanto entidade fiscalizadora, tem de estar atenta e actuar
após denúncia do consumidor. Já demos conta das conclusões
dos nossos estudos à ASAE e à Secretaria de Estado do Comércio,

Incompetência a reparar Serviços e Defesa do Consumidor.

O consumidor tem um papel decisivo. Microondas, telemóvel
Más soluções, ou computador, as regras são iguais para qualquer reparação.
serviços muito
caros e facturas Quando entregar o aparelho, exija um documento comprovativo
incompletas: e um orçamento. Qualquer alteração deve ser-lhe comunicada.
das 32 lojas
que visitámos, Após a reparação, exija uma factura discriminada, onde
apenas 3 se identifique o produto, o tipo de intervenção e as peças
fugiram substituídas. Se lha recusarem, peça o livro de reclamações.
à regra da
incompetência Utilizando à gíria informática, um mau serviço não se apaga
com um simples “desliga e volta a ligar”. P
18
PROTESTE 274 Novembro 2006 3
 www.deco.proteste.pt
TESTE A SUA MEMÓRIA
10 EXERCÍCIOS ON-LINE
Qualquer que seja a sua idade,
procure manter a memória sem-
pre activa. Parar, pensar e repetir
é a fórmula para reter uma infor-
mação importante. Aprenda a
cultivar e melhorar a sua memória
com o jogo que lhe propomos no
nosso sítio na Internet.
Memorize e escreva sequências
SIMULADORES
de números, observe as figuras e
Soluções à sua medida no nosso sítio na Net.
em poucos segundos tente dizer
tudo o que viu, olhe para palavras
e tente memorizá-las, leia um tex-
to simples e curto e tente respon-
der a algumas perguntas.
Aceite o desafio e saiba se tem
uma memória de elefante ou se,
pelo contrário, precisa de treinar.
No total, o jogo dura cerca de 30
minutos. Boa sorte! N

CONSUMO
> Aquecer a água e a casa: qual o sistema mais barato?
> Combustível: qual o carro mais barato?
> Electricidade: que potência contratar? Tarifa simples ou bi-horária?
> Pegada ecológica: como melhorar o meu impacto ambiental?
> Rede fi xa: preço de uma chamada e qual o tarifário mais barato?
> Telemóveis: qual o plano de tarifário mais adequado?

DINHEIRO
> Cash-back: como usar o cartão de crédito sem pagar juros?
> Comprar e vender casa: que custos?
> Contas à ordem: qual o melhor banco?
> Crédito à habitação e pessoal: qual o banco mais barato?
> Direitos de quem presta assistência à família
> Imposto municipal sobre imóveis: quanto pagarei?
> Imposto municipal sobre as transmissões: quanto pagarei? Arquivo > Dossiês > Memória: exercícios e dicas para melhorar
> Poupanças: quanto renderão no futuro?
> Seguro automóvel: qual o mais barato?
> Subida da taxa de juro: qual a prestação da minha casa?
> Taxa anual de encargos efectiva global (TAEG): como calcular?
TELEMÓVEIS E ECRÃS LCD E PLASMA
SAÚDE
> Álcool: calcule a sua taxa
> Analgésicos: a dose certa para o seu filho À SAÍDA DO LABORATÓRIO
> Calorias: qual a quantidade certa? Para que tenha acesso a informação sempre actualizada de produtos
> Cancro da pele: teste o seu risco
com uma evolução muito rápida, publicamos os resultados dos testes a
> Doenças cardiovasculares: qual o meu risco?
telemóveis, máquinas digitais, televisores, gravadores de DVD e outros
> Fumar: nível de dependência e quanto poupo se parar?
produtos de electrónica no nosso sítio, mesmo à saída do laboratório.
> Memória: teste o seu estado
Pode assim estar a par das últimas novidades e ver as Escolhas Acerta-
> Osteoporose: quando fazer o exame?
das, bem como as características dos modelos testados.
> Peso: a mais ou a menos?
> Próstata: terei problemas?
Antes de visitar as lo-
> Rinite alérgica e asma: teste o seu risco jas, consulte os nossos
> Sono: sofre de sonolência? guias de compras: es-
clareça alguns termos
técnicos, saiba o que
TESTES COMPARATIVOS ter em atenção e que ti-
Actualizamos regularmente os resultados dos nossos testes na Net. po de modelo e funções
> Computadores portáteis são adequados para as
> Gravadores de DVD suas necessidades.
> Leitores de MP3 Se não tem acesso à Net,
> Máquinas fotográficas digitais contacte para a linha
> Máquinas de lavar roupa e loiça azul do nosso Serviço de
> Telemóveis Informações (808 200
> Televisores LCD e plasma 145) ou para o 21 841 08
58, se ligar a partir de
www.deco.proteste.pt um telemóvel. N Ferramentas > Testes comparativos

4 PROTESTE 274 Novembro 2006

 em linha
telecomunicações e multimédia

LIVROS LEIA E PESQUISE NA INTERNET

Quem defende que a experiência de folhear
um livro em papel não se compara à leitura
numa versão electrónica pode até ter razão.
Mas a Internet oferece muito mais. Que o di-
ga o novo Google Book Search. Este motor
de pesquisa on-line de publicações (livros
e revistas) detecta automaticamente o país
a partir do qual o utilizador acede ao sítio.
Por um lado, disponibi-
liza o conteúdo integral
de um vasto conjunto http://books.google.com
de obras para impres-
são ou download em formato PDF, mas só pa-
ra livros cujos direitos já caíram em domínio
público. É o caso dos Lusíadas, de Luís de Ca-
PARA NOS CONTACTAR mões, obra de leitura obrigatória no ensino na-
cional. Para as restantes obras, o Google Book
ASSINATURAS E ENCOMENDAS Search permite-lhe visualizar um número limi-
> Telefone tado de páginas (nos casos em que o autor
808 200 146 ou a editora o autorizam), alguns excertos ou
> Fax
21 841 08 02
> Correio electrónico
assinaturas@deco.proteste.pt
apenas informações básicas. Por outro, se qui-
ser antes comprar ou pedir emprestado, pode
fazer pesquisas em livrarias ou bibliotecas.
Esta ferramenta é bastante útil, sobretudo para
estudantes e investigadores, pois permite pou-
par horas de pesquisas e deslocações a biblio-
tecas. No caso português, o Google conta com
o apoio da Porbase, o catálogo colectivo on-
line das bibliotecas por-
tuguesas. Se, por exem-
plo, pesquisar o sucesso
de vendas americano In
cold blood, de Truman Capote, fica a saber que
existe um exemplar em duas universidades (na
do Minho e na Faculdade de Letras do Porto).
A pesquisa é pormenorizada ao ponto de for-
necer ao cibernauta a cota do livro, essencial
para levantar o mesmo. Mais: na coluna es-
querda do ecrã, pode clicar em informações
sobre outras obras do autor. N

ESCRITA INTELIGENTE EVITE REPETIÇÕES

ESPANHA, ITÁLIA E BÉLGICA
00 351 21 841 08 58
Os nossos associados têm acesso ao
Serviço de Informações não só em
Portugal, mas também nos países das
nossas congéneres espanhola, italiana
e belga. Se tiver algum problema de
consumo durante a estada nestes
países, pode telefonar-nos.
Entraremos em contacto com o Serviço
de Informações local, para que possam
tomar conta do seu problema.
Serviço de informações
Aconselhamento jurídico
Serviço de Informações
e artigos publicados
Aconselhamento jurídico
21 841 08 58
e artigos publicados
Certamente já experimentou a função auto- como a criação automática de e-mails e o lan-
complete, do Internet Explorer, que permite çamento de programas ou a abertura de pági-
completar de forma automática endereços de nas de Internet, bastando clicar em duas teclas
páginas da Net ou o nome de utilizador e a em simultâneo. Mas o programa tem algumas
palavra-chave numa conta de correio electróni- limitações, por não reconhecer a formatação
co, por exemplo. Agora imagine que pode fazer do texto, nem permitir inserir imagens, aspec-
o mesmo quando escreve e-mails, cartas ou tos a melhorar numa versão posterior. N
mensagens em salas de chat. Se está cansado
de repetir as mesmas abreviaturas, moradas,
frases de saudação e de despedida, entre ou-
tras, o PhraseExpress poupa-lhe tempo.
Trata-se de uma ferramenta de escrita com-
patível com os programas do Windows (Word,
Word-Pad e Excel, etc.), disponível em www.
phraseexpress.com. A versão para não profis-
sionais pode ser descarregada gratuitamente.
Para instalar o programa, o seu computador
deve estar equipado com qualquer uma das

808 200 145 versões do sistema operativo Windows.

9h00 às 13h00
14h00 às 18h00
9h00 às 13h00
(dias úteis; sexta-feira, até às 17h)
14h00 às 18h00
(dias úteis; sexta-feira, até às 17h)
www.deco.proteste.pt
www.deco.proteste.pt
www.deco.proteste.pt
O funcionamento é muito simples. Depois de
instalado, o PhraseExpress permite memorizar
as palavras e as frases mais usadas, sendo de-
pois possível copiá-las para o programa deseja-
do apenas com dois cliques no botão do rato.
Com a função AutoText pode ainda transformar
uma curta sequência de letras numa frase.
Se, por exemplo, digitar “sff”, o programa re-
conhece imediatamente a expressão “se faz
favor”, reproduzindo-a.
Existem outras funcionalidades interessantes, www.phraseexpress.com

6 PROTESTE 269 Abril 2006

 LIGAR PARA A EUROPA POUPE € 1 EM CADA 5 MINUTOS
Tem familiares ou amigos na Ale-
Custo de uma chamada
de 5 minutos (€) (2) manha, França ou Suíça e costu-
Tipo
Operadora e tarifário ma telefonar-lhes com frequên-
de acesso
Alemanha França Suíça cia? Então, o quadro ao lado in-
teressa-lhe.
Horário normal (9h00-20h59) Siga os nossos conselhos e pou-
pe cerca de um euro em cada
GlobalTalk Geral e Flex pré-selecção 0,72 0,88
chamada com cinco minutos de
AR Telecom Plano Lar directo 0,80 duração. Se, por exemplo, fizer
Redvo Voz Indirecto pré-selecção 0,86 10 telefonemas do mesmo tipo
Tele2 chamada 0,86 ao longo do mês, a poupança
poderá chegar aos 10 euros.
AR Telecom Plano Família Plus chamada 0,87
Na comparação, seleccionámos
TMN Fix (1096) Pré ou Pós-pago (1) chamada 0,87 os destinos europeus para on-
Top 1091 Zero chamada 0,88 de os portugueses mais ligam.
Cabovisão Mix e Max directo 1,15 0,97 1,15 Quanto à duração, optámos por
chamadas de cinco minutos – o
PT Comunicações Relação Internacional directo 1,19 1,03 1,19
tempo médio destes telefone-
Novis Residencial pré-selecção 1,42 mas, segundo dados da Autori-
Nacacomunik ACN-2-ACN e Premier pré-selecção 1,55 1,51 dade Nacional de Comunicações.
Oni Duo directo 1,56 1,51 Como pode ver no quadro, uma
chamada de cinco minutos em
Oni OniVox pré-selecção 1,56 1,51
horário normal para a Alema-
Novis Clix (qualquer opção) directo 1,60 1,55
nha custa € 0,72 com os tarifá-
PT Comunicações Base directo 1,60 1,55 rios GlobalTalk Geral e Flex, os
PT Comunicações Simples directo 1,60 1,55 mais baratos para este destino.
Optimus Home directo 2,00
O mesmo telefonema pode ficar
por € 2,00 com o Optimus Ho-
Horário económico (21h00-8h59, fim-de-semana e feriado)
me. Trata-se de uma diferença
Toq 1091 Zero chamada 0,57 0,52 0,57 superior a um euro.
Redvo Voz Indirecto pré-selecção 0,61 Pode ligar para o estrangei-
Tele2 chamada 0,61 ro pela rede fixa através de
acesso directo ou indirecto.
AR Telecom Plano Família Plus chamada 0,62
No primeiro caso, utiliza a li-
TMN Fix (1096) Pré ou Pós-pago (1) chamada 0,62 nha telefónica da operadora.
GlobalTalk Geral e Flex pré-selecção 0,72 0,88 No segundo, recorre à linha de
PT Comunicações Relação Internacional directo 0,80 0,67 0,80 outra operadora (PT Comunica-
ções) e decide a rede a utilizar
AR Telecom Plano Lar directo 0,80
através da marcação de um pre-
Optimus Home directo 0,85 fixo. O acesso é feito chamada a
Cabovisão Mix e Max directo 1,15 0,97 1,15 chamada ou pela marcação au-
Novis Residencial pré-selecção 1,22 tomática do prefixo (trata-se da
chamada pré-selecção). Neste, só
Nacacomunik ACN-2-ACN e Premier pré-selecção 1,26 1,23
pode usufruir de um destes tari-
Oni Duo directo 1,27 1,23
fários de cada vez.
Oni OniVox pré-selecção 1,27 1,23 Se pretender ligar para familia-
Novis Clix (qualquer opção) directo 1,31 1,27 res ou amigos noutros destinos,
PT Comunicações Base directo 1,31 1,27
consulte o nosso simulador na
Internet (www.deco.proteste.pt).
PT Comunicações Simples directo 1,31 1,27
Caso não tenha ligação à rede,
(1) Horário: normal das 9h00 às 19h59 e económico das 19h00 às 8h59. o nosso Serviço de Informações
(2) Com base em preços de Outubro de 2006. ajuda-o (808 200 145). N

PROTESTE 274 Novembro 2006 7

 visitámos 30 escolas
higiene das refeições e equilíbrio nutricional

A maioria das refeições que

testámos não apresentam
muitos problemas de higiene e
conservação. Urge melhorar a
lavagem das saladas,
a higiene dos utensílios
e das instalações

Cozinhas
e saladas por
melhorar

8 PROTESTE 274 Novembro 2006

É desde tenra idade que se desenvolvem
hábitos alimentares saudáveis, algo que de-
ve começar no seio da família e prolongar-
-se às escolas. Entre os 3 e os 6 ou 7 anos,
fase de crescimento acentuado, a qualidade
da alimentação é determinante para o ama-
durecimento físico, piscológico e social.
Nesta altura da vida adquirem-se hábitos
alimentares fundamentais e os erros per-
sistem ao longo dos anos. A conjunção de
factores como a ingestão excessiva, por um
lado, de doces e gorduras, e o desprezo pe-
la inclusão de hortaliças, legumes e frutos,
por outro, nas refeições são os “pecados
capitais” de uma má alimentação, muito
comum hoje em dia.
Mas não basta ter uma dieta nutricional-
mente equilibrada. Durante a preparação,
confecção e armazenamento dos alimentos
devem ser garantidos certos princípios de
higiene, para evitar o risco de toxinfecções.
A higiene pessoal de quem contacta com
os alimentos, a forma como são manipula-
dos, servidos ou conservados, bem como
a higiene das cozinhas e das instalações
onde vão ser consumidos ou conservados
norteiam-se por certas regras, já definidas,
e que é essencial cumprir. Boas infra-estru-
turas são também necessárias para se con-
seguir um resultado final que não levante
problemas.
Instalações com sujidade a mais
> Contentores de lixo sujos e destapa-
dos, portas, paredes, tecto, pavimento e
armazéns num estado de sujidade ina-
ceitável, má limpeza e conservação dos
equipamentos de exaustão e ventilação:
estes são alguns dos motivos que levaram
a que 7 (3 na Grande Lisboa e 4 no Gran-
de Porto) dos 30 estabelecimentos que
visitámos tenham chumbado na análise
aos locais de manipulação dos alimentos.
A colocação de redes de protecção nas ja-
nelas e nas portas de acesso ao exterior,
que evitam a entrada de insectos, é tam-
bém esquecida ou desconhecida por alguns
estabelecimentos. Por vezes, o chão é de
material derrapante e não tem o desnível
adequado para escoar a água e outros lí-
REFEIÇÕES ANALISADAS EM LISBOA E PORTO
> Entre Maio e Junho de 2006, visitámos as cantinas de 30 escolas com ensino pré-
-escolar, com crianças entre os 3 e os 6 anos, da Grande Lisboa e do Grande Porto.
Inicialmente, pedimos autorização a 633 estabelecimentos. Das 147 respostas que
obtivemos, 8 não autorizaram e 14 referiram que a visita não era oportuna (mu-
dança de instalações, obras, etc.). Quase 500 instituições não nos responderam.
Aos estabelecimentos que colaboraram, aqui fica o nosso agradecimento.
> Verificámos o funcionamento (cozinha, gestão dos lixos, etc.), os sanitários e
vestiários dos funcionários, a higiene pessoal e alimentar (boas práticas na pre-
paração, manipulação e conservação). Fizemos análises microbiológicas às mãos
de alguns funcionários que confeccionam e manuseiam a comida e a utensílios
e equipamentos.
> Para conhecer a higiene e conservação das refeições servidas, analisámos amos-
tras de comida. Avaliámos mesófilos a 30°C (testemunho de más condições de
conservação ou fabrico), E.coli, Enterobacteriaceae e Staphylococcus coagulase
positiva (reveladores de falta de higiene), Clostridium perfringens, Salmonella e
Listeria monocytogenes (germes potencialmente patogénicos).
> No Jardim-de-infância de Vialonga, as refeições são fornecidas por uma entidade
externa. Assim, só observámos a cozinha, onde a comida é colocada nos pratos,
e as instalações envolventes.
> Por fim, analisámos o menu diário, através do prato recolhido, e mensal, através
das ementas, para ter uma noção do equilíbrio nutricional das refeições.
Para avaliar a higiene de quem prepara e manipula os alimentos, fizemos análises
microbiológicas às mãos de alguns funcionários
quidos. Por fim, nem sempre as lâmpadas Os sanitários, separados por sexos, são um
têm protecção no caso de quebra. equipamento a não dispensar. Três estabe-
Embora indesejáveis ao nível do funciona- lecimentos não preenchem as condições ne-
mento, as falhas que encontrámos não são cessárias: Escola Básica n.º 1, em Massamá,
difíceis de corrigir. Com mais rigor, os resul- A Voz do Operário, em Lisboa, e Jardim-de-In-
tados podem ser melhorados. fância de Cabêda, no Grande Porto. Os dois
> Para que os objectos dos funcionários primeiros tinham vestiários e sanitários em
não sejam uma fonte de contaminação, é mau estado de limpeza. Na escola de Mas-
essencial um vestiário com cacifos. samá, acresce o facto de as casas de banho
>>
PROTESTE 274 Novembro 2006 9
 MAUS EXEMPLOS ENCONTRADOS PELA DECO PROTESTE

Janelas sem redes de protecção Pragas e insectos Caixote do lixo destapado Fonte possível de Tecto sujo Revela falta de cuidado a limpar
podem entrar sem pedir licença contaminação após a confecção das refeições as instalações

A Muito bom
COMIDA NO ENSINO PRÉ-ESCOLAR: RESULTADOS DO TESTE
B Bom
C Médio Funcionamento
Análises laboratoriais
(higiene e conservação)
D Medíocre
Locais de manipulação

E Mau Instalações sanitárias Higiene

n.a. Não se aplica
APRECIAÇÃO

pessoal (mãos)
microbiológica
dos alimentos

dos utensílios

Menu mensal
GLOBAL

Sobremesa
e vestiário

alimentar
pessoal

Salada

Prato
Sopa
Total

Total

100
Nome da escola e localidade

0
Lisboa

Colégio do Sagrado Coração de Maria Lisboa B A A A B A AFB B A n.a. A n.a. A AFB

Escola Técnica e Liceal Salesiana Santo António do Estoril A A A A B A AFB CFD A n.a. A A A AFB

Escola Básica n.º 4 da Rinchoa Serra das Minas C C A B A A B A A B A n.a. B AFB

Associação para o Bem-estar Infantil Vila Franca de Xira B B B B D E C AFB A n.a. A A A B

Associação Luís Pereira da Mota Loures B B A B B A AFB B A C C n.a. C B

Escola Básica n.º 1 Massamá C E A B C A BFC A A C A n.a. C BFC

Centro Social e Paroquial de Carnide Lisboa D B A C C A BFC B A C A n.a. C BFC

Externato da Luz Lisboa B B A A C A AFB B A D D n.a. D BFC

Escola n.º 77/Jardim Infantil Musgueira Sul B C B C D E C AFB A C C n.a. C C

Escola n.º 117/J.I. Marvila 1, Jardim-de-infância Luísa Neto C C A B C E C B A C C n.a. C C
Jorge Lisboa
Jardim-de-infância Escola Povo das Mercês Rio de Mouro C B B C B E C BFC A C A n.a. C C

Jardim-de-infância de Vialonga Vialonga A C B A B A AFB C A D A n.a. D C

Colégio Galáxia Branca Queluz E C B D E A CFD B C n.a. C A C C

Escola Básica e Jardim-de-infância Vasco da Gama Lisboa B C B B C A B C C D B n.a. D C

Fundação Adolfo Vieira de Brito Lisboa C C C D C A C B A E B n.a. E CFD

A Voz do Operário (Graça) Lisboa E E C E C A CFD BFC A E A n.a. E D

Porto

Jardim-de-infância Os Girassóis Vila do Conde B C A B B A B B A n.a. A n.a. A AFB

Infantário Doremi 2 Campanhã C B C C B A BFC AFB A n.a. A n.a. A AFB

Externato N. Sr.ª do Perpétuo Socorro Porto D C A D D A BFC BFC A n.a. A n.a. A B

Jardim-de-infância Mão Dadas, Associação Solidariedade A A A A C A AFB A n.a. C A n.a. C B
Social Rio Tinto
Escola Básica n.º 1/Jardim-de-infância de Cabêda Alfena D D A C B E C B A n.a. A n.a. A B

Centro Social e Paroquial Santissímo Sacramento Porto B C B C D E CFD BFC A n.a. A n.a. A BFC

Colégio Luso Francês Porto A A A B D A B B A C A n.a. C BFC

Escola Básica 1.º ciclo e Jardim-de-infância n.º 2 D C A D B A BFC A A C A n.a. C BFC
da Afurada Vila Nova de Gaia
Fundação Padre Luís Vila Nova de Gaia B A B C D A B AFB A C A n.a. C BFC

Jardim-de-infância Barbosa du Bocage Boavista C C C E C A C B A n.a. C n.a. C BFC

Jardim-de-infância de Moutidos Águas Santas C C A C D E CFD AFB A C A A C C

Estabelec. de ensino António Nobre, Lda Matosinhos E C C C C A C A A D A n.a. D C

Fundação Couto Vila Nova de Gaia B B B C B E C A A E A n.a. E CFD

Colégio Paulo VI Gondomar B C A C D A BFC BFC A C A E E CFD

10 PROTESTE 274 Novembro 2006


Lâmpadas sem protecção Em caso de quebra, os
vidros podem cair na comida ou magoar alguém
>>
terem acesso directo à cozinha, algo que
detectámos também no Jardim-de-infância
de Cabêda. Esta é uma falha inadmissível,
que requer obras. Outras situações exigem
este tipo de intervenção, como o pavimento
difícil de limpar e a falta de vestiários e de
armários ou de condições para guardar os
bens pessoais dos funcionários.
Lavatórios sem água quente nem escova de
unhas e utilização de toalhas de pano são
lacunas que exigem sobretudo mais disci-
plina do órgão de gestão.
> Inexistência de um plano de limpeza e de-
sinfecção das superfícies e dos utensílios,
limpeza insuficiente dos equipamentos e
utilização de panos com aspecto sujo são
algumas das razões que nos levaram a pe-
nalizar seis estabelecimentos: três na Gran-
de Lisboa e três no Grande Porto.
Mas outras situações merecem críticas: a
higiene inaceitável do acto que envolve a
colocação da comida nos pratos, devido à
forte possibilidade de contaminação dos
alimentos, a substituição do óleo de fritura
apenas quando já tem um aspecto quei-
mado, a não verificação das temperaturas
dos produtos refrigerados e congelados na
altura da recepção e a ausência de termó-
metros para medir as temperaturas das câ-
maras de refrigeração e congelação.
> Nenhum dos 30 estabelecimentos visita-
dos revelou problemas ao nível da higiene
pessoal dos funcionários (entre outros, in-
dumentária, consultas médicas e feridas
protegidas). Mas tal não evitou problemas
ao nível da análise realizada às mãos.
Talheres e mãos sem higiene
> Analisámos pratos, colheres e garfos em
cada visita, os frigoríficos, onde se con-
servam alimentos em geral, e onde tam-
bém se incluem as saladas e sobremesas.
No global, nove escolas (três na Grande Lis-
boa e seis no Grande Porto) não passaram
visitámos 30 escolas higiene das refeições e equilíbrio nutricional
Sistema de ventilação sujo Promove a deposição de Prateleiras com ferrugem Revelam má manutenção
poeiras sobre os alimentos do armazém
neste critério. Detectámos microrganismos Queluz. Daí a importância de limpar os
que provam que não se faz uma limpeza utensílios que entram em contacto com os
adequada aos utensílios. Mais grave é a alimentos.
presença de E.coli, bactéria reveladora de > A segurança dos géneros alimentícios en-
contaminação fecal, encontrada num prato contra-se “à mercê” dos funcionários que
analisado no Colégio Galáxia Branca, em com eles lidam. O perigo de contaminar
>>
EMENTAS MAIS SAUDÁVEIS
> A carne, os fritos, as gorduras, os doces e refrigerantes vieram roubar es-
paço aos legumes, à sopa, ao peixe e à fruta. As consequências estão à
vista: a obesidade tem uma grande prevalência a partir dos 3 anos.
Analisámos o menu mensal das 30 escolas e concluímos que, apesar de
haver aspectos a aperfeiçoar, há um esforço por se fazer ementas mais sau-
dáveis: redução da batata frita, correcta utilização dos fritos e recurso co-
medido aos doces. O excesso de carnes vermelhas e o défice de peixe, de
leguminosas na sopa e de legumes no prato, são opções a ser melhoradas.
> Uma criança entre os 3 e os 7 anos precisa, em média, de 1400 kcal por
dia. Um almoço deve conter entre 350 e 400 kcal. Mas descobrimos valores
extremistas, na ementa diária: cerca de 150 kcal por dose no Infantário Do-
remi 2 (Campanhã) e 1000 kcal na EB Vasco da Gama (Lisboa).
> Enquanto no Colégio Luso Francês, no Porto, a sopa de legumes pesava
75 gramas, a de “coração e feijão” do Infantário Barbosa du Bocage, na Bo-
avista, ascendia aos 319 gramas. O recomendado oscila entre os 150 e os
200 gramas (cerca de 2 conchas).
> O prato principal não deverá exce-
der 230 ou 290 gramas: 80 ou 100 de
carne ou peixe; 70-90 de batata, ar-
roz, massa ou leguminosas; e 80-100
de legumes crus ou confeccionados.
Encontrámos disparidades: mais de
350 gramas (frango assado com ba-
tata frita) na EB Vasco da Gama, e
80 gramas (frango assado com espar-
guete) da escola António Nobre, em
Matosinhos. Na primeira, a dose de
batatas fritas, de mais de 150 gramas,
é inconcebível. Algumas refeições têm
excesso de sal, chegando quase aos
6 gramas diários, teor máximo reco-
mendado. Certas refeições são muito Em 2005, analisámos as ementas
gordurosas e com teores muito baixos de 200 escolas e descobrimos
fritos e doces a mais
de fibra.
PROTESTE 274 Novembro 2006 11
 visitámos 30 escolas higiene das refeições e equilíbrio nutricional
BONS EXEMPLOS ENCONTRADOS PELA DECO PROTESTE
Sistema eficaz de drenagem das águas de lavagem
Impede a acumulação de água suja no chão
>>
os alimentos é uma realidade que não po-
de ser menosprezada. Por isso, a higiene
individual assume uma importância vital.
Pelo facto de o contacto das mãos dos fun-
cionários com a comida ser o aspecto mais
sensível, verificámos se as mesmas se en-
contravam devidamente limpas. Para tal,
efectuámos uma análise microbiológica às
mãos de alguns funcionários. Resultado: oi-
to estabelecimentos (quatro na Grande Lis-
boa e quatro no Grande Porto) não passa-
ram neste exame. Isto porque encontrámos
microrganismos (S. aureus) e coliformes,
sintomáticos de pouco cuidado com a lava-
gem das mãos. Ora, esta deve ser encarada
As saladas nem sempre são lavadas e desinfectadas de forma
adequada. A conservação é descurada: registámos uma
temperatura de 21,5 graus centígrados
como uma regra prioritária para assegurar a
devida segurança alimentar.
> Após a nossa visita, o estabelecimento
António Nobre, em Matosinhos, comunicou-
-nos que iria proceder a obras estruturais,
apostar na formação e implementar novos
sistemas de controlo interno.
Saladas mal lavadas
> Os surtos de intoxicações alimentares,
que por vezes surgem em lares, escolas ou
jardins-de-infância, e cujas más novas nos
chegam através dos jornais, rádios e televi-
sões, estão relacionadas com o desconheci-
mento ou a não aplicação de regras básicas
de higiene. Para avaliarmos a higiene e con-
servação dos alimentos, retirámos amostras
da sopa, do prato de carne ou de peixe, da
salada e da sobremesa (quando não era
fruta). Em Rio Tinto, no Jardim-de-infância
Mãos Dadas, não havia sopa disponível na
12 PROTESTE 274 Novembro 2006
Utensílios limpos e protegidos Evitam a
contaminação dos alimentos aqui processados
panela para realizar a nossa recolha, pelo
que já não foi possível fazer esta análise.
> As saladas nem sempre são lavadas e
desinfectadas de modo adequado. A con-
servação a uma temperatura de refrigeração
adequada, para dificultar a proliferação de
microrganismos, também foi descurada.
Chegámos a registar uma temperatura de
21,5°C. Estes dois factores podem explicar
que, das 20 escolas que serviram salada no
dia da visita, 7 tenham chumbado.
Encontrámos microrganismos a 30°C, em
teores elevados, o que significa que as con-
dições de preparação e confecção das sala-
das não são ideais.
Além disso, detectámos microrganismos
potencialmente patogénicos, bastante mais
preocupantes: Clostridium perfringens, em
teores elevados (mas não perigosos), na
Voz do Operário, em Lisboa. Também en-
contrámos E.coli, indicador de falhas de
higiene, em concentrações superiores ao
admissível, nas fundações Adolfo Vieira de
Brito (Lisboa) e Couto (Vila Nova de Gaia).
> A provável má confecção ou contamina-
ção posterior do prato principal, por termos
encontrado um teor superior ao desejável
de microrganismos a 30°C, no Externato da
Luz, em Lisboa, provocou a nota negativa a
este estabelecimento.
> Das cinco escolas que serviram sobreme-
sa no dia da nossa inspecção, uma (Colégio
Paulo VI, em Gondomar) revelou proble-
mas. Encontrámos, na mesma sobremesa,
bactérias indicadoras de uma má higiene,
como E.coli.
CONSUMIDORES EXIGEM
> O funcionamento da maioria das can-
tinas não apresenta problemas.Contudo,
algumas falhas justificam reparos im-
portantes. Enquanto alguns problemas
são estruturais e difíceis de resolver,
como a realização de obras (por exem-
plo, nas instalações sanitárias para os
funcionários da cantina), outros são fá-
ceis de contornar. Tal como uma maior
preocupação com a limpeza da cozinha,
armazéns, vestiários e sanitários, e na
lavagem do equipamento e utensílios.
> A lavagem e desinfecção das mãos
também pode fazer a diferença, bem
como o simples gesto de fechar a tam-
pa do caixote do lixo. Cabe ao Conselho
Executivo de cada escola assegurar es-
tas práticas. A lei referente aos requisi-
tos necessários ao bom funcionamento
da restauração é bastante completa.
A Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica deve continuar a assegurar
uma fiscalização eficaz neste sector.
> No global, a higiene e conservação
dos alimentos não cria problemas sus-
ceptíveis de pôr em risco a saúde das
crianças. As falhas residem, sobretudo,
na lavagem pouco cuidada das saladas
e, nalguns casos, de falta de higiene a
conservar e preparar os alimentos.
> Muitas vezes, o incumprimento dos re-
quisitos mínimos ao nível, por exemplo,
da higiene do equipamento e dos uten-
sílios, resulta do desconhecimento dos
trabalhadores. Por isso, as direcções
das escolas devem promover acções de
formação esclarecedoras.
> A avaliação do menu mensal revelou
melhorias face ao estudo a 3 mil emen-
tas escolares que realizámos em 2005
(PRO TESTE n.º 261). Mas há arestas a li-
mar: excesso de carnes vermelhas, pou-
ca frequência de peixe e de legumes.
A utilização menos regular de batatas
fritas como acompanhamento e de do-
ces como sobremesa são progressos a
salientar. A bem da saúde das nossas
crianças.
 internet móvel
serviços de banda larga
Longe da velocidade prometida
A velocidade medida ficou
aquém da anunciada pelos
operadores e a cobertura da rede
de terceira geração e meia está
limitada aos centros urbanos
O tempo em que o acesso de
banda larga à Internet era si-
nónimo de serviço fixo, como
o cabo ou o ADSL, faz parte do
passado. A chegada das redes
móveis de terceira geração (3G)
permitiu transferir dados a ve-
locidades elevadas, mas ainda
inferiores à da maioria dos ser-
viços fixos.
Com a recente introdução da
tecnologia de terceira geração e
meia (3,5G), já é possível con-
tratar serviços móveis com velo-
cidades de acesso semelhantes
às dos operadores fixos, com a
grande vantagem de poderem
ser usados em qualquer lado.
A mobilidade é, sem dúvida,
o principal atractivo deste tipo
TESTE PRÁTICO À LIGAÇÃO de acesso e explica o aumen-
to do seu número de adeptos.
Para avaliar a velocidade real dos serviços de banda larga Em paralelo, tem-se registado
móvel, realizámos, entre Junho e Setembro, um teste prático um crescimento na venda de
na grande Lisboa a placas de 1.8 Mbps da Kanguru, TMN computadores portáteis.
e Vodafone, e a 2.4 Mbps da Zapp. Medimos a velocidade Mas, se há pouca diferença ao
de download em locais onde, segundo os operadores, ha- nível da velocidade anunciada
veria cobertura de redes de terceira geração e meia (3,5G). entre os fornecedores de ban-
Para tal, usámos computadores portáteis e um programa pa-
da larga móvel e fixa, o mes-
ra medir e registar a velocidade de download. Optámos por
mo não acontece com o custo.
descarregar dois ou três ficheiros de grandes dimensões (co-
mo jogos) em simultâneo. Objectivo: saturar a ligação para A terceira geração e meia é
garantir a medição da máxima largura de banda disponível. mais cara e o tráfego incluído
As medições decorreram durante períodos de 15 a 30 minu- insuficiente para muitos ciber-
tos. Para evitar que os resultados fossem enviesados, desac- nautas. Entretanto, começam a
tivámos o programa de antivírus e a firewall dos portáteis. aparecer os primeiros serviços
Os preços deste estudo foram recolhidos em 4 de Outubro. da rede 3,5G, com velocidade
máxima de 3.6 Mbps.
Mobilidade limitada
> Apesar dos operadores anun-
ciarem a presença da rede 3G
em todos os centros urbanos
e da 3,5G na maioria das cida-
des, os serviços de banda larga
móvel não estão disponíveis
em todo o lado.
Há inúmeras zonas com cober-
tura 3G deficiente ou inexisten-
te e a rede 3,5G está limitada
às freguesias mais centrais.
> Os equipamentos comercia-
lizados pela Kanguru, TMN e
Vodafone suportam tanto a
tecnologia 3,5G (HSDPA), como
a 3G (UMTS) ou a GSM/GPRS.
Por defeito e sempre que esta
esteja disponível, seleccionam
a rede mais rápida.
Assim, quando o cibernauta se
encontra numa zona sem cober-
tura 3,5G, passam a operar na
3G ou na GPRS, esta última dis-
ponível por quase todo o País.
O mesmo ocorre com o equipa-
mento da Zapp. Nas zonas on-
de a tecnologia CDMA 1xEVDO
não está acessível, o equipa-
mento muda automaticamente
para CDMA 1xRTT, acessível em
quase todo o lado.
Velocidade inconstante
> As velocidades de acesso
medidas durante o nosso teste
são decepcionantes.
>>
PROTESTE 274 Novembro 2006 13
 VERIFIQUE SE TEM COBERTURA
> Antes de contratar um www.tmn.pt
serviço móvel, certifique-se
de que há cobertura nos
locais onde prevê fazer uso
da rede de banda larga.
> Todos os operadores dis-
ponibilizam no seu sítio
uma ferramenta para veri-
ficar a cobertura 3,5G e 3G
www.kanguru.pt
(ou EVDO, para o Zapp) nas
várias freguesias do País.
Para o Kanguru, também é
possível fazê-lo introduzin-
do o código postal.
> Em alternativa, recorra ao
serviço de apoio ao cliente
das operadoras (Kanguru:
800 932 020; TMN: 800
961 010; Vodafone: 16 912;
Ao contrário da Kanguru, TMN e Vodafone, Zapp: 21 007 45 20). www.zapp.pt www.vodafone.pt
a placa da Zapp pode ser ligada a um
computador de secretária pela porta USB

>>
Embora os operadores anun-
ciem uma velocidade máxima
quatro vezes e meia superior
à rede 3G, os valores máximos
que obtivemos ficam muito
aquém do publicitado.
Os valores médios também dei-
xam bastante a desejar, apesar
de ser notória uma melhoria
em relação aos serviços de ter-
ceira geração.
> As redes de 3,5G mostram-se
ainda muito instáveis. O nível
de sinal e a velocidade variam
bastante consoante o local on-
de se acede. Se compararmos
os quatro operadores, os melho-
res resultados de velocidade de
download são os do Kanguru,
onde registámos uma média de
450 Kbps. A média do Zapp foi
sensivelmente a mesma, mas
a rede revela-se mais instável.
TMN e Vodafone ficaram pelo
valor médio de 350 Kbps.
Estas velocidades foram medi-
das em Lisboa e devem ser vis-
tas como um indicador de qua-
lidade destes serviços. Valores
diversos poderão ser regista-
dos noutros locais de acesso.
Contudo, demonstram que os
serviços móveis de 3,5G ainda
estão longe de garantir uma
velocidade constante e próxima
da anunciada. De facto, feitas
as contas, quase nunca conse-
guiram atingir metade da velo-
cidade máxima publicitada.
> Na hora de contratar um
serviço, lembre-se de que es-
tá previsto um período experi-
mental. Este varia consoante o
operador, 15 dias no Kanguru,

SERVIÇOS DE BANDA LARGA MÓVEL: CONDIÇÕES E PREÇO

Tráfego de
Velocidade máxima Duração Preço da placa Mensalidade
Operador e nome do serviço download Período de tráfego ilimitado
anunciada (download) do contrato e activação (€) (€)
incluído (1)
Kanguru Light 512 Kbps 1 GB 1 ano não inclui 99,90 29,90
Kanguru Xpress 1.8 Mbps 5 GB 1 ano 02h00-09h00 ou 09h00-16h00 (4) 99,90 39,90
TMN Banda Larga 640 Kbps 2 GB opcional (2) 7h00-17h00 (5) 149,90 29,90
TMN Banda Larga Plus 1.8 Mbps 6 GB opcional (2) 02h00-09h00 ou 09h00-16h00 (4) 149,90 39,90
Vodafone Banda Larga 640 Kbps 640 Kbps 2 GB opcional (3) 7h00-17h00 (5) 149,90 29,90
Vodafone Banda Larga 1.8 Mbps 1.8 Mbps 5 GB opcional (3) 02h00-09h00 ou 09h00-16h00 (4) 149,90 39,90
Zapp Express L 2.4 Mbps 1 GB 1 ano não inclui 99,00 25,00
Zapp Express XL 2 Gb 2.4 Mbps 2 GB 1 ano 01h00-07h00 99,00 35,00
Zapp Express XL 5 Gb 2.4 Mbps 5 GB 1 ano 01h00-07h00 99,00 45,00

(1) Excedido o tráfego incluído, cada 1 MB custa 0,025 euros.

(2) Se se vincular por 12 meses, o custo da placa é descontado nos 24 meses seguintes.
(3) Se não se vincular por 12 meses, o tráfego mensal máximo é de 1 GB e o preço da placa sobe para 199 euros.
(4) O período é opcional e custa € 5 por mês.
(5) Só para clientes vinculados e durante o contrato.

14 PROTESTE 274 Novembro 2006

 internet móvel serviços de banda larga

ACESSO FIXO E MÓVEL: SOLUÇÕES MAIS BARATAS PARA NAVEGAR

1 GB DE TRÁFEGO DESCARREGADO
Perfil Oni OniDuo 512k Rápido 19,95 19,95
ARTelecom TV.NET.TEL 2 Mb 20,00 20,00
> 10 álbuns de música, 100 fotografias, 1 demo de jogo
Zapp Express L 25,00 25,00
Comentário Kanguru Light 29,90 29,90
TMN Banda Larga 29,90 29,90
> Se considerarmos apenas as mensalidades de Internet, os opera-
dores fixos oferecem, em geral, mais velocidade a um preço mais Vodafone Banda Larga 640 Kbps 29,90 29,90
vantajoso. Contudo, como estão quase sempre associados a outros Clix ADSL 4 Megas 29,90 29,90
serviços (pelo que acresce o custo com a assinatura da linha telefó- Simplesnet 512K 2 Gb (zona ADSL PT) 19,90 15,32 35,22
nica ou da televisão), os serviços móveis tornam-se mais atractivos TVTel Jetsonic 3M/128 Kbits 19,50 15,90 35,40
para quem só quer ter Internet. São apenas batidos pelos serviços Bragatel b net 1 15,41 21,30 36,71
de acesso directo Oni e ARTelecom. Cabovisão Net 512K 19,83 22,45 42,28
PluriNET P2 22,50 21,30 43,80
Internet móvel Internet fixa Netcabo 256 30,38 22,50 52,88
NetMadeira Zzt Tempo 33,00 20,56 53,56
Assinatura da linha telefónica Serviço de televisão
Custo mensal em euros

5 GB DE TRÁFEGO DESCARREGADO
Perfil Oni OniDuo 5Mb Mega Rápido 29,89 29,89
Clix ADSL 4 Megas 29,90 29,89
> 3 filmes, 20 álbuns de música, 200 fotografias, 5 demos de jogos
ARTelecom TV.NET.TEL 5 Mb 35,00 35,00
TVTel Jetsonic 3M/128 Kbits 19,50 15,90 35,40
Comentário
Kanguru Xpress 39,90 39,90
> Se considerarmos apenas as mensalidades de Internet, os opera-
TMN Banda Larga Plus 39,90 39,90
dores fixos oferecem, em geral, mais velocidade a um preço mais
Vodafone 3G Banda Larga 1.8 Mbps 39,90 39,90
vantajoso. No entanto, como estes estão quase sempre associados
a outros serviços (pelo que acresce o custo com a assinatura da li- PluriNET P2 22,50 21,30 43,80
nha telefónica ou da televisão), os serviços móveis tornam-se mais Zapp Express XL 5 Gb 45,00 45,00
atractivos para quem só quer ter Internet. São apenas batidos por OniDuo 5 Mb Mega Rápido (zona ADSL PT) 29,89 15,32 45,21
quatro serviços de acesso fixo. Bragatel b net 2 28,00 21,30 49,30
NetMadeira NetTotal 35,34 20,56 55,90
Internet móvel Internet fixa Cabovisão Net 2 Mbit 35,59 22,45 58,04
Netcabo 4 Megas 35,59 22,50 58,09
Assinatura da linha telefónica Serviço de televisão
Custo mensal em euros

Vodafone e Zapp, e 30 no TMN. um pacote com televisão.

> Os equipamentos testados
da Kanguru, TMN e Vodafone
só podem ser usados em portá-
teis. Já o Zapp pode ser ligado
a um computador de secretária,
através de uma porta USB.
Net fixa é mais barata
> A grande vantagem da In-
ternet móvel face aos serviços
fixos é a possibilidade de ser
usada em todo o lado.
Além disso, não obriga a pagar
uma assinatura mensal de li-
nha telefónica ou a subscrever
> Para comparar o custo dos
serviços móvel e fixo, traçámos
dois perfis de utilização: para
quem descarrega até 1 GB e
até 5 Gigabytes. Dentro da ofer-
ta disponível e para cada zona
de acesso, seleccionámos os
serviços com velocidades mais
próximas. Veja, em cima, a
comparação dos tarifários.
Tenha em atenção que servi-
ços e tarifários estão sempre
a mudar e que os operadores
lançam com regularidade cam-
panhas promocionais.
DECO PROTESTE ACONSELHA
> Os serviços de acesso à Internet móvel de
banda larga ainda têm um longo caminho a
percorrer. A velocidade medida ficou muito
aquém da anunciada pelos operadores e a
cobertura da rede 3,5G é, para já, muito li-
mitada. Só está garantida nos centros urba-
nos e nem sempre é muito estável.
> Ao contratar um serviço, faça uso do pe-
ríodo experimental previsto. Assim, se a co-
bertura for deficiente, fica assegurada a pos-
sibilidade do consumidor devolver o equipa-
mento e ser reembolsado.

PROTESTE 274 Novembro 2006 15

 À espera de novos
fornecedores
Ainda não são visíveis os
efeitos da liberalização.
Optar pelo EDP5D não é por
enquanto uma boa aposta

PERGUNTAS FREQUENTES
Dois meses após a liberalização do mercado eléctrico em Por-
tugal continental, muito há a esclarecer sobre os novos servi-
ços de fornecimento. Damos-lhe resposta a algumas questões.
Para mais informações, consulte o folheto distribuído nesta
edição para o continente.
Quando e como posso mudar de fornecedor?
Para já, só pode mudar para o EDP5D, o único serviço dispo- Decorridos quase dois meses Mudar agora
nível do mercado liberalizado. Novos fornecedores só deverão após a liberalização do merca- só para mais caro
surgir a partir de Janeiro. Nessa altura, analise as várias pro- do eléctrico para consumo das > De momento, há apenas dois
postas e contacte o que lhe parecer mais vantajoso. Este en- famílias no continente, pouco fornecedores para consumo do-
carregar-se-á dos procedimentos necessários à mudança. ou nada mudou. méstico: o recente EDP5D (com
Apesar de já ser possível que a opção “tarifário verde”), no
Que critérios devo analisar na escolha de um novo serviço? outras empresas comerciali- mercado liberalizado, e o ser-
Ao comparar opções, considere, pelo menos, 5 critérios:
zem electricidade, tal não de- viço já disponibilizado pela
1. plano de preços e sua evolução no tempo (os operadores
ve acontecer antes do início EDP Distribuição, no mercado
poderão lançar campanhas promocionais para angariar novos
do próximo ano. Isto porque o regulado. O primeiro dirige-se a
clientes);
2. condições e modo de pagamento; actual nível de preços, mantido famílias com uma potência mí-
3. periodicidade da facturação; artificialmente abaixo do seu nima contratada de 6,9 kVA.
4. outros serviços oferecidos; verdadeiro custo, impede que > Para ajudá-lo a saber se o
5. condições para rescindir o contrato. outros fornecedores consigam, mesmo compensa, traçámos
para já, apresentar preços mais um perfil de utilização de uma
Quantas vezes posso mudar de fornecedor? vantajosos. Assim, só a partir família e fizemos as contas.
Num ano, poderá mudar de serviço quatro vezes, não sendo de 2007, quando este meca- Tomámos como exemplo um
cobrado qualquer encargo por isso. nismo de protecção dos preços casal com dois filhos e uma
ficar sem efeito, são de esperar potência contratada de 6,9
Ao mudar de fornecedor, é preciso substituir o contador?
outros fornecedores. Entretanto kVA. Esta assegura o uso em
Não é preciso mudar o contador, porque este é da proprieda-
e para marcar presença, a EDP simultâneo de um televisor e
de do distribuidor (EDP) e não do fornecedor.
lançou o serviço EDP5D. leitor de DVD, de um computa-

16 PROTESTE 274 Novembro 2006

 electricidade
liberalização

EDP5D NÃO COMPENSA PARA JÁ

A proposta da EDP para o mercado liberalizado não é, para já, vantajosa. Comparámos o novo EDP5D com o serviço da EDP
Distribuição, para uma potência de 6,9 kVA. Tanto em tarifa simples, como em bi-horária, o primeiro sai sempre mais caro.

Tarifa simples Tarifa bi-horária

(60% fora do vazio e 40% vazio)
900 900

EDP5D
EDP5D
800 800
Factura anual (€)

Factura anual (€)

EDP
Distribuição
700 700
EDP
Distribuição

600 600

500 500
3 500 4 000 4 500 5 000 5 500 6 000 3 500 4 000 4 500 5 000 5 500 6 000
Consumo anual (kWh) Consumo anual (kWh)

Com a tarifa simples, um consumidor que optar por contratar
o serviço EDP5D verá a sua factura anual aumentar entre 2,5 e
3,3%, consoante o seu nível de consumo. Quanto maior for o
gasto de electricidade, mais caro fica o novo serviço.
Por exemplo, para o perfil de utilização que traçámos, optar pelo
EDP5D implica pagar mais cerca de 20 euros por ano.
Na tarifa bi-horária, a diferença de preços entre o serviço de EDP
Distribuição e o novo EDP5D é mais evidente. O último é sempre
mais caro: entre 6,3 e 13%, consoante o consumo anual.
Por exemplo, para o perfil de utilização traçado, optar pelo novo
serviço da EDP fará engordar a factura anual em mais de 66
euros, o que representa um aumento de 10,4 por cento.

dor, microondas, máquina de Compare bem as tarifas

lavar a roupa, exaustor, ferro > Actualmente, o EDP5D é me- DECO PROTESTE ACONSELHA
de engomar, combinado e a ilu- nos vantajoso do que o velho
minação da casa. serviço da EDP Distribuição. > Para já, há poucas novidades no mer-
Em média, esta família conso- Mas garante a quem o contra- cado liberalizado. Apenas a EDP lançou
me cerca de 415 kWh, por mês, tar até ao final do ano a inalte- um novo serviço, o EDP5D. Em relação
ou seja, quase 5000 kWh, por ração da tarifa durante 2007. ao já comercializado pela EDP Distribui-
ano. Isto traduz-se, em tarifa bi- > Esta estratégia comercial ção, o primeiro é sempre mais caro.
-horária, numa factura anual de deixa o consumidor numa si- Ao consumidor resta esperar pelo anún-
cerca de 640 euros. Caso mude tuação difícil. Por um lado, se cio dos novos preços e ver o que o mer-
para o EDP5D, esta família pas- optar pelo EDP5D ficará a pa- cado liberalizado reserva. Se nessa altu-
sará a pagar 707 euros, ou se- gar mais até Dezembro, mas ra, optar pelo EDP5D, lembre-se de que
a actual promoção só é válida quando
ja, mais 10,4% (ver gráficos). assegura esse tarifário durante
contratada até 31 de Dezembro.
A explicação é simples: embo- um ano. Por outro, se esperar
ra o EDP5D cobre menos pelo pelos preços do mercado regu- > De qualquer modo, é aconselhável um
encargo de potência, o cus- lado, que serão anunciados até consumo mais moderado e adaptado
to da energia é mais elevado 15 de Dezembro, fica sujeito a às suas necessidades. Pode, por exem-
do que na EDP Distribuição. tomar uma decisão no espaço plo, optar por um tarifário adequado e
Assim, quanto maior for o con- de duas semanas. Na hora de por electrodomésticos energeticamente
sumo da família, mais caro fi- escolher, não deixe de contac- mais eficientes. A prevista subida dos
cará este serviço em relação ao tar o nosso Serviço de Informa- preços também assim o exige.
da EDP Distribuição. ções (808 200 145).

PROTESTE 274 Novembro 2006 17

 SERVIÇO DE REPARAÇÃO DE COMPUTADORES

32 visitados, 29 chumbados
Quando o computador avariar, fica entregue a si próprio.
Muita incompetência, peças boas trocadas e facturas inúteis
para reclamar são as falhas mais graves que encontrámos
Faltam cinco dias para o fim
do prazo de entrega daquele
trabalho importante. Ao ligar o
seu computador, verifica que
este não dá sinal de vida.
É o desespero. Se não tem ne-
nhum especialista por perto, o
próximo passo é procurar um
serviço de reparação. E rápido.
Mas encontrar um competente
e honesto pode não ser tare-
fa fácil. Os nossos estudos a
vários serviços de assistência
técnica mostram que, antes
de pedir uma reparação, deve
estar preparado para tudo: do
desconhecimento das regras
de instalação de programas e
substituição desnecessária de
peças à cobrança de trabalhos
não efectuados e até a um
aparelho arranjado com novas
falhas.

Depressa e bem...
> Se, antes de optar por um
serviço, quiser analisar o preço,
tem pouca liberdade de esco-
lha. Ao entregar um aparelho
avariado, o técnico tem de exa-
miná-lo e fazer um diagnóstico
para nos dar um valor. Este or-
çamento é quase sempre pago,
quando a reparação não é acei-
te. Nestes casos, pedir uma se-
gunda opinião pode sair caro.
> Mesmo tendo sido poucos os
reparadores que indicaram o
preço na altura da entrega do

18 PROTESTE 274 Novembro 2006

computador, na maioria dos
casos, soubemos quanto paga-
ríamos por telefone, antes de
autorizarmos a reparação.
> Seis lojas informaram que co-
brariam um valor mínimo, mes-
mo sem mandarmos reparar.
E, no caso da Chip7, em Lisboa,
acabámos por pagar € 35 só
pelo “diagnóstico e aconselha-
mento” e levar o computador
para casa sem arranjo.
> Entre os serviços que ficaram
com o aparelho, apenas 19 nos
entregaram um comprovativo
de que o computador ficou
à sua guarda, num impresso
próprio, identificando o repara-
dor, o cliente, com número de
ordem de reparação e data de
entrega. Destes, só 11 identifi-
cavam bem o computador.
> Rapidez a reparar foi a regra.
As duas avarias que provo-
cámos não exigiam o técnico
mais especialista da casa, nem
substituição de peças ou um
grande período em reparação.
Mesmo assim, aceitámos que
os serviços demorassem até
Três reparadores cobraram um “pacote
de sistema operativo”, mas instalaram
o programa com a chave original
cinco dias úteis no arranjo.
> Apenas três reparadores de-
moraram mais de uma semana
a concluir o trabalho. O com-
putador foi entregue no próprio
dia ou um dia depois por 14
serviços. Mas, em oito desses
casos “expresso”, a qualidade
da reparação deixou muito a
desejar. Caso para dizer: são
poucos a fazer “depressa e
bem...”.
INSPECÇÃO ANÓNIMA REVELA PRINCIPAIS PROBLEMAS
Serviço globalmente
negativo
Má qualidade
técnica
Má qualidade
da factura
Sem documento
do depósito
Reparação
3
demorada
Licença para enganar
> Para que o consumidor pos-
sa exercer os seus direitos, em
caso de defeito da reparação,
a factura deve conter outros
elementos, além daqueles que
a tornam válida em termos fis-
cais. Ou seja, deve identificar
bem o aparelho reparado e
descrever o trabalho e as pe-
ças substituídas (se for o caso).
Quando levantámos os compu-
tadores, pedimos sempre uma
factura discriminada. No labo-
ratório, confrontou-se o cobra-
do e o que foi realmente feito
pelos técnicos.
> Apenas 10 facturas cumpri-
ram os requisitos e estavam de
acordo com a reparação.
Nas restantes, encontrámos de
tudo. Desde facturas que não
identificam a máquina ou não
>>
29
22
20
11
AVARIAS FÁCEIS DE REPARAR
> Entre Maio e Julho de 2006, avariámos 12 computado-
res, que mandámos reparar a 32 empresas (ver quadro na
página 20), nas zonas de Lisboa, Porto, Aveiro, Coimbra
e Leiria. Entre os reparadores testados, quatro pertenciam
à assistência técnica oficial dos modelos entregues. Os
nossos colaboradores não se identificaram como sendo da
DECO PROTESTE.
> No laboratório, provocámos as mesmas falhas em todos
os computadores. Trataram-se de duas avarias fáceis de
identificar e de reparar: uma no sistema operativo e outra
ao nível do leitor de CD/DVD. Na primeira, eliminámos a
partição do disco rígido, o que faz com que o computador
não “arranque”. Para resolvê-la, bastava instalar o sistema
operativo, devendo utilizar a chave e a licença do cliente
(presente num autocolante em todos os aparelhos).
> A instalação podia ser feita com qualquer CD da mesma
versão do Windows, utilizando essa chave. No leitor de
CD/DVD, desligámos o cabo IDE (cabo de dados que liga a
placa-mãe ao leitor) e, por isso, o leitor não era reconhe-
cido pelo computador. Os reparadores só tinham de voltar
a ligar o cabo. As duas avarias não exigiam a substituição
de qualquer peça.
> Quando entregámos o computador, a razão combinada era:
“não arranca e aparece um erro que diz que o sistema não
é válido”. Alertávamos ainda para o facto de o leitor de CD/
/DVD estar avariado há algum tempo. De seguida, no labo-
ratório, analisámos o trabalho feito e voltámos a avariar os
computadores para levá-los a uma nova reparação.
PROTESTE 274 Novembro 2006 19
 A Muito bom
B Bom
REPARAÇÃO DE COMPUTADORES: RESULTADOS DO NOSSO TESTE ANÓNIMO
C Médio Qualidade da reparação
D Medíocre
E >>

APRECIAÇÃO GLOBAL
Mau

Tempo de reparação

ao leitor de CD/DVD
ligação do cabo IDE
chave de instalação
n.a. Não se aplica descrevem a reparação a outras

sistema operativo

outros problemas
PREÇO (€)
Julho que inventam.
de 2006
> Se as facturas cumprissem as

Factura
nossas exigências, mais quatro

total
Nome e morada
serviços teriam sido aprovados,
ESTIN - Estudo e Informática, Lda.
A A A A A A A A 78,65
pois foram irrepreensíveis no
Rua Aires de Ornelas, 93 r/c, Porto
seu trabalho: a Inforvouga, a
PC.Clinic - Rep. e Manutenção de Computadores, Lda.
B A A A A A A A 38,00 SOSPC, a Chip7, de Perafita, e
Amoreiras Shopping, Loja 1037, Lisboa
Suprides Lisboa, S.A.
B A A A A A A A 40,00
a Vobis. Porém, apresentaram
Rua Francisco Metrass, 107, Lisboa (1)
facturas incompletas, ainda que
Inforvouga - Computadores e Serviços, Lda.
A E A A A A A E 25,00 fiscalmente válidas.
Rua Capitão Pizarro, 12, Aveiro
SOSPC Centro de Saúde Informático
A E A A A A A E 29,00 > Pior foram os últimos serviços
Rua Dr. Luís A. Duarte, 20, Vale das Flores, Coimbra
no quadro, que nos engana-
Chip7 - Computadores, Multimédia e Serviços, S.A.
B E A A A A A E 35,00 ram. Na PC.Clinic, em Loures,
Rua Óscar da Silva, 3047, Perafita (Matosinhos) (1)
Vobis
D E A A A A A E 75,80 na PC.Clinic, na Senhora da
C. C. Vasco da Gama, Loja 2115, Lisboa (1)
Hora e na PC Service, na Ama-
MARLEC - Engenharia de Computadores
B A A E E A E E 67,75 dora, cobraram-nos um “pacote
Rua Francisco Sá Carneiro, 16 - A, Loja A, Amadora
CPRI - Casa Profissionais de Reparação Informática, Lda.
B A E A A A E E 75,70 de sistema operativo” quando,
Travessa Dr. Augusto Martins, 51, Loja B, Nogueira, Maia
na verdade, instalaram o mes-
Webmestra, Lda.
A E A E A A E E 25,00 mo sistema, utilizando a chave
R. Ribeiro dos Reis, Lt 1, Lj 1 A, Mem-Martins, Sintra
Electroplus - Electrónica, Lda.
A E A E A A E E 30,25 do cliente.
Rua da Matinha, Lote 5, cv, Quinta da Matinha, Leiria

112 PC - Serviços Rápidos, C. C. Jumbo, Alfragide A E A E A A E E 34,90 “Só obedece ao CD

2TERA - Comércio Informático, Lda.
Rua João Pedro Ribeiro, 692, Porto
A E A E A A E E 42,35 de instalação original”
Filosoft - Soluções Informáticas, Lda.
> Para resolver a avaria no sis-
B E A E A A E E 54,45
Rua cidade de Tokushima, nº 18, Lote 11, r/c dto., Leiria tema operativo, o único ele-
CPCIS - Comp.ª Port. Computadores, Informática e Sistemas mento necessário, a chave cor-
C E A E A A E E 57,00
Rua Costa Cabral, 575, Porto (1)
Inforlandia - Sist. e Serviços de Informática, Lda.
respondente à licença, estava
E E A A E A E E 60,69
Arrábida Shopping, lj 167, V. N. de Gaia no autocolante de cada apare-
Doutor pc lho. Esta podia ser inserida na
B E A E A A E E 87,00 (3)
C. C. Oita, Loja 420, Aveiro
EISnt, Engenharia Informática, Lda.
instalação de qualquer CD com
A E A E E A E E 99,22
Av. D. João I, 380/384, Rio Tinto, Porto a mesma versão do Windows.
NurseBox Informática > Mas alguns serviços prima-
B E A E E A E E 78,00
Av. Fernando Namora, 35, Loja N, Coimbra
Samsys Informática
ram pela “criatividade”. A res-
B E E E A A E E 90,75
Rua S. Bento das Pêras, 261-263, Rio Tinto, Porto posta mais singular chegou-nos
A.V.I. Electrónica da MBIT, que nos disse que “o
D A A E A E E E 127,05
Praceta do Poder Local, 11 D, Pontinha
Chipstation Informática computador só obedecia ao CD
A E A E A E E E 45,00
Rua Diogo Couto, 9 - C, Linda-a-Velha, Oeiras do cliente”. Mais cinco repara-
Checkup PC, Informática, Lda. dores não instalaram o sistema
C A E n.a. A D E E 39,00
Estrada Nacional 6/5, Pingo Doce de Sassoeiros, Loja 4, Oeiras
operativo, porque nos disseram
TV Marcelo Rua António Pedro, 27 A, Lisboa A A E n.a. A A E E 42,35
que só o fariam com o CD ori-
Papa Vírus Reparação de Computadores, Lda.
Cascais Villa Shopping Center, Loja 1.26, Cascais
B A E n.a. A A E E 140,00 (3) ginal. Com a diferença de que,
Datamaia Informática da Checkup PC, da TV Marcelo,
B E E n.a. A A E E 40,04
Av. D. Manuel II, 1278, Maia, Porto da Papa Vírus, da Datamaia e
Atlas Informática, Lda.
A A E n.a. E E E E 36,30 da Atlas Informática trouxemos
Rua das Flores, 18 S/L dto., Lisboa
Chip7 - Centro de Assistência Técnica Zona Sul o aparelho com a segunda ava-
n.a. E 35,00
Rua Conde Almoster, 90 B/D, Lisboa (2) ria resolvida.
MBIT - Computadores e Serviços de Informática, Lda.
n.a. E 0,00 > Entre os 25 serviços que repa-
Rua Dionísio Santos Silva, 187, Porto (2)
PC.Clinic - Rep. e Manutenção de Computadores, Lda. raram a primeira avaria, 13 não
A E A A A A A E 94,00
Loures Shopping, Piso 2, Infantado, Loures a resolveram da melhor forma,
PC.Clinic - Rep. e Manutenção de Computadores, Lda.
A E A A A A A E 94,00 porque utilizaram uma nova
NorteShopping, Lj 158, S.ª da Hora (Matosinhos)
PC Service chave, sem entregarem o CD
A E A A A A A E 95,00
Centro Comercial Continente Amadora, Loja 22, Amadora de instalação e a licença. Além
(1) Serviço de assistência técnica oficial. (2) A reparação das avarias não foi feita. (3) Preço inclui troca correcta de componentes. disso, dois (CPRI e Samsys)

20 PROTESTE 274 Novembro 2006


foram penalizados, pois subs-
tituíram o disco rígido, quando
este não estava avariado.
> Quanto à falha no leitor de
CD ou DVD, cinco lojas foram
penalizadas. Sem nos informar
disso, a Atlas Informática não
ligou o cabo de dados do lei-
tor e cobrou-nos 36,30 euros.
> Os outros quatro reparadores
optaram por instalar um novo
leitor para dar a avaria como
resolvida.
> Situações mais caricatas le-
varam a não avançar com a re-
paração em duas lojas, a Chip7
de Lisboa e a MBIT do Porto.
Na primeira, após terem rece-
bido o computador, disseram,
por telefone, que a placa-mãe
estava avariada e que, pelo
preço da substituição, mais va-
lia comprar um novo aparelho.
Deram-nos um folheto promo-
cional e tudo.
> Na MBIT, o técnico testou o
computador à nossa frente, in-
>>
SERVIÇOS A PRECISAR DE REPARAÇÃO
Sistema operativo
Na primeira falha,
os técnicos eram
confrontados com esta
imagem: o sistema
não conseguia iniciar,
porque tínhamos
eliminado a partição
do disco rígido
Cabo de dados
desligado
Este era o cabo
de dados que liga
a placa-mãe ao
leitor de CD/DVD.
Estando desligado,
o computador não
reconhecia o leitor
serviço de reparação de computadores
FACTURAS POUCO PROTECTORAS
Para os serviços de reparação, a lei não indica um prazo de garantia. Apenas menciona a possibili-
dade do consumidor reclamar e exigir junto do reparador a correcção de defeitos detectados.
Se, ao receber o computador arranjado, identificar um defeito visível, o cliente deve recusar a repa-
ração ou aceitá-la sob reserva, tendo um ano para exigir a eliminação dos defeitos. Caso se trate de
um defeito oculto, não identifi-
cado quando se recebe o apa-
relho, pode denunciá-lo e exigir
a correcção, desde que esse
ocorra no máximo até dois anos
após a reparação ser concluída.
Tal como para as garantias dos
aparelhos novos, se houver
substituição de peças, os novos
componentes estão protegidos
durante dois anos.
Para fazer valer os seus direitos,
a factura é decisiva. Por isso,
peça-a sempre discriminada,
onde se identifique o compu-
tador e as peças substituídas.
Tudo para que não restem dúvi-
das sobre quem fez o trabalho, BOM EXEMPLO Na ESTIN, entregaram-nos MAU EXEMPLO Com a factura
uma factura completa que descreve da SOSPC estariámos
quando e como. o trabalho feito e identifica bem a loja, desarmados para reclamar.
o cliente e o aparelho reparado Só indica “assistência técnica”
Leitores de CD/DVD Quatro reparadores
substituíram indevidamente o leitor, quando
bastava ligar o cabo para resolver
o problema. No laboratório, verificámos
que os substituídos estavam bons.
A MARLEC nem nos devolveu o antigo
Disco rígido “Que tal um upgrade?”
Os serviços da CPRI O técnico da Chip7,
e da Samsys em Lisboa, fez um
instalaram um diagnóstico errado:
novo disco rígido no disse que a placa-
computador, quando -mãe estava avariada.
o antigo não estava Pior: pelo preço da
avariado. Resultado: reparação, sugeriu que
uma factura mais pesada mais valia comprar um
para o consumidor pagar novo computador
PROTESTE 274 Novembro 2006 21
 serviço de reparação de computadores

>>
formando que só poderia insta- Preços em alta > No geral, verificámos que
lar o sistema operativo com o > Todos os computadores ti- mais caro pode não significar PARA SABER MAIS
CD original ou comprando um nham as mesmas avarias. Con- melhor qualidade. Na Webmes-
novo CD e respectiva licença. tudo, os reparadores optaram tra pagámos € 25, mas não > Como fazer cópias de segu-
> Quando entregamos o com- por diferentes soluções. instalaram o sistema operativo rança: PRO TESTE n.º 270,
putador para arranjar, o mínimo Alguns serviços substituíram com a chave fornecida. Junho de 2006.
> Reparação de microondas:
que se espera é que regresse peças boas, outros não insta- Em comparação, a A.V.I. Elec-
PRO TESTE n.º 260, Julho
com os problemas resolvidos e laram o sistema operativo com trónica (mais cara) cometeu es- de 2005.
sem novas falhas. Ora, neste a chave do cliente e até houve se mesmo erro e ainda acres- > Computadores multimédia:
teste, quatro reparadores con- quem só resolvesse a segunda centou outras falhas que justi- PRO TESTE n.º 259, Junho
seguiram acrescentar avarias. avaria. Noutros casos, apenas ficariam entregar novamente a de 2005.
Placas de rede sem as drives fizeram o diagnóstico. máquina para arranjo.
instaladas, disco rígido com a > Mesmo entre os 10 serviços
alimentação desligada e por- que fizeram um bom trabalho
tas USB frontais sem funcionar técnico encontramos preços
foram alguns dos casos, que desde os € 25 aos 95 euros.
obrigavam a nova reparação. > Se considerarmos apenas a
> Contas feitas, apenas 10 re- qualidade da reparação, por CONSUMIDORES EXIGEM
paradores resolveram as duas € 25, a Inforvouga fez um tra-
avarias do modo correcto e balho exemplar. Mas falhou na > Desconhecimento das regras de ins-
sem novas imperfeições. factura. talação de programas, substituição de
peças não avariadas, facturas de traba-
lhos de reparação não realizados, com-
putadores com novos problemas: este é
o retrato dos serviços de reparação de
8 TRUQUES PARA NÃO SER ENGANADO computadores.
> É sempre útil fazer regularmente cópias de segurança dos seus documentos.
Em caso de avaria, se possível, elimine do disco os ficheiros confidenciais ou > Dos 32 serviços testados, apenas 3 fi-
de natureza pessoal. zeram um bom trabalho, foram rápidos
> Antes de deixar o seu computador em quaisquer mãos, procure a garantia do e apresentaram uma factura completa:
aparelho. Para evitar uma busca interminável, guarde toda a documentação e os com todos os elementos obrigatórios,
programas do computador num único local. Se ainda não passaram dois anos mas também com a identificação do
(ou mais, se lhe deram um prazo de garantia maior) depois da compra e, entre- computador e a descrição adequada da
tanto, não fez nenhum arranjo ou alterações em terceiros, leve-o a um serviço intervenção realizada.
de assistência da marca. Não paga nada pela reparação, se o problema não re-
sultar de mau uso. > Muitos dos problemas encontrados
> Antes de mandar reparar, peça um orçamento e pergunte se este será cobra- podem ter origem na falta de formação
do, caso decida não avançar com a reparação. ou na formação inadequada dos técni-
> Informe-se das condições e deixe o seu con- cos. É urgente, por isso, que este sector
tacto telefónico: avise o técnico de que repara- garanta instrução adequada aos seus
ção ou troca de peças não prevista, alterações profissionais. Ganha-se em qualidade
no orçamento ou na data de entrega, têm de no serviço prestado.
ser-lhe comunicadas antes.
> Mostre que é um cliente atento. Se substitu- > O consumidor tem também um papel
írem peças, diga que quer as usadas. decisivo. Não se deixe intimidar pelo
> Exija um comprovativo de depósito do apa- mundo das novas tecnologias.
relho, com a identificação do reparador, do As regras são as mesmas para qualquer
computador (marca e número de série) e seus reparação. Peça sempre uma factura
acessórios (se for o caso) e a data de entrega. discriminada. Quando solicitada, os re-
Enquanto o aparelho estiver à sua guarda, o paradores são obrigados a passá-la.
serviço é responsável por ele. Se se recusarem, peça de imediato o
> No levantamento e antes de pagar, veri- livro de reclamações. A fiscalização a
fique na presença do técnico se existe al- esse nível, pela Autoridade de Seguran-
Se sentir os seus direitos ça Alimentar e Económica, é essencial.
gum problema. Se houver, solicite logo a sua ameaçados, exija o livro
correcção. E peça uma factura discriminada. de reclamações Serviços precisam de um verdadeiro
choque tecnológico.

22 PROTESTE 274 Novembro 2006

 automóvel
combustíveis alternativos

Abasteça já no posto do futuro

Esgotam-se as
reservas de
petróleo, mas
os combustíveis
fósseis continuam
a ser a primeira
escolha.
O Governo
avança a medo
nas energias de
substituição
Até quando vão durar as reservas
www.deco.proteste.pt de petróleo? Ninguém sabe ao
Calcule o custo
certo a resposta. Dentro de duas MOTORES ELÉCTRICOS
em combustível ou três gerações, podem não ser
Silenciosos e flexíveis, estes motores não poluem, mas de-
do seu carro no suficientes para assegurar a nos-
nosso simulador pendem da produção de electricidade, essa sim com emis-
sa mobilidade. Os combustíveis
sões nocivas.
fósseis - gasolina, gasóleo ou
GPL - não são eternos e, por is-
Baterias São carregadas com a electricidade produzida, actu-
so, há que pensar as alternativas.
almente, a partir de carvão, de gás natural e de petróleo. Por
Sobretudo porque, ao longo dos
isso, a poluição não desaparece. O peso físico e o tempo de
tempos, todos aprendemos que
vida limitado são outros pontos fracos.
a subida (ou descida) do preço
do petróleo é um dos primeiros
Veículos híbridos Combinam motor a gasolina com motor eléc-
efeitos dos desenvolvimentos na
trico e têm baixos consumos e emissões poluentes.
cena política mundial. Com um
Na desaceleração e na travagem, a energia é transformada em
impacto directo nas nossas car-
electricidade e a bateria é poupada.
teiras e no ambiente.
No último estudo sobre as emis- Pilha de combustível (hidrogénio) A energia produz-se pela
sões de gases, publicado na PRO transformação de energia química em eléctrica. Devido aos
TESTE n.º 272, de Setembro pas- problemas de armazenamento do hidrogénio, os fabricantes
sado, concluímos que os carros tentam produzi-lo no veículo, a partir de outros combustíveis,
mais poupados em combustível como o metanol e gasolina. A pilha produz a electricidade, fi-
são também menos poluentes. cando com reservas de
O ambiente agradece. Mas esse hidrogénio. A sua uti-
gesto não chega, devido ao cons- lização tem problemas
tante aumento do número de au- técnicos e financeiros e
tomóveis em circulação. Existem não está para breve a
projectos nacionais, mas os com- sua instalação de série.
bustíveis alternativos estão ainda
longe da utilização generalizada.
>>
PROTESTE 274 Novembro 2006 23
 >>
Portugal arranca
MOTORES DE COMBUSTÃO Substituir os veículos a diesel por
veículos a gás natural nas fro-
O movimento dos êmbolos é provocado pela combustão da mistura de ar e combustível e a ignição tas da Carris e da Sociedade de
feita por compressão. A combustão é eficiente, o que leva a uma economia de combustível e a bai- Transportes Colectivos do Porto
xas emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos, mas emitem mais partículas. (STCP). Introduzir os biocombus-
tíveis numa taxa de 5,75%, face
Diesel Corresponde à fracção pesada da destilação de petróleo. O seu grande poder energético per- ao consumo total de gasóleo e
mite que um litro produza cerca de 10% mais energia do que um litro de gasolina. de gasolina. Estas são algumas
das metas a atingir até 2010, pe-
Biodiesel Obtido por esterificação (transformação de um álcool num éster) de óleos animais ou ve- lo Programa Nacional para as Al-
getais (como o de colza). É ligeiramente mais viscoso do que o diesel e tem um poder energético terações Climáticas (PNAC), apro-
inferior. Por isso, precisa de sistemas de pré-aquecimento ou, em alternativa, de ser misturado com vado em Agosto deste ano.
gasóleo tradicional, até certa percentagem, sem que o motor tenha de ser adaptado. O Governo quer chegar a 2012
sem ultrapassar em 27% os va-
Óleo vegetal puro Produzido a partir de plantas oleaginosas, sem tratamento químico. Mais viscoso lores, registados em 1990, de
que o diesel ou o biodiesel, implica transformações no motor. emissões de gases com efeito de
O óleo é pré-aquecido, antes de ir para os injectores. Dada a com- estufa. E cumprir o Protocolo de
plexidade dos sistemas modernos de injecção, os fabricantes de au- Quioto, para combater o aqueci-
tomóveis estão ainda relutantes em apostar no óleo vegetal. mento global.
No campo dos biocombustíveis,
Bioéter dimetílico Éter produzido a partir de gás natural, mas tam- Portugal não está parado. Mas o
bém de carvão e de biomassa. Pode ser injectado nos cilindros dos passo é lento. Só em Março deste
motores a diesel. Por ter menor poder lubrificante e baixa viscosida- ano foi transposta para a lei na-
de, pode provocar um desgaste mais rápido dos sistemas de injec- cional uma directiva europeia de
ção. Precisa ainda de maior pressão nos injectores e do dobro de 2003, que promove a produção e
volume para produzir a mesma energia que o diesel. a utilização de biocombustíveis e
outros combustíveis renováveis.
O biocombustível, combustível
líquido ou gasoso, utilizado nos
transportes, é produzido a partir
MOTORES DE EXPLOSÃO de biomassa, ou seja, de resídu-
os agrícolas, florestais e até in-
A descarga eléctrica das velas provoca a explosão nas câmaras de combustão, da mistura de ar e dustriais, desde que biodegradá-
combustível, para gerar o movimento dos êmbolos. Poluição e ruído são atributos destes motores. veis. Até 2020, este combustível
deve substituir em 20% os tradi-
Gasolina Corresponde à fracção leve da destilação de petróleo. Quanto maior o nível de octanas, cionais, sobretudo os derivados
mais progressiva é a combustão, evitando o desgaste precoce do motor. de petróleo.
No bom caminho está a Galp
Bioetanol Etanol produzido pela fermentação de açúcar, de amido ou de biomassa. Pode ser mistu- Energia, por exemplo, que anun-
rado com gasolina. Produz menos dois terços da energia produzida pela gasolina. A partir de certa ciou, em Junho último, a incor-
percentagem, o motor e o circuito de alimentação têm de ser adaptados, pois o etanol é corrosivo. poração de 5% de biodiesel em
A partir do bioetanol, produz-se também um éter, o Bio-ETBE (bioéter etil-ter-butílico). cada litro de gasóleo, evitando
a emissão de 400 mil toneladas
Metanol e biometanol Produzido a partir de gás natural ou de biomassa, é semelhante ao etanol, por ano de dióxido de carbono.
mas menos utilizado como combustível devido à sua toxicidade e ao seu carácter corrosivo.

Hidrogénio Produz-se a partir de combustíveis fósseis, de gás na-

Da fritadeira
tural, de biomassa ou pela electrólise da água. A sua combustão é
para o depósito
Em Setembro de 2005, foi inau-
limpa, pois só produz vapor de água. Deve ser armazenado a gran-
gurado o primeiro posto de bio-
des pressões ou liquefeito a temperaturas extremas (-2500C).
diesel, em Sintra, apenas para
abastecer os veículos municipais.
GPL (Gás de petróleo liquefeito) Produz-se pela extracção de hidro-
Mas a produção de biocombustí-
carbonetos e é composto por gás propano e butano. Tem menor po-
vel arrancou mais cedo, em 2003,
der energético do que a gasolina, o que implica maior consumo.
com o “Projecto de Valorização
Energética dos Óleos Alimenta-
Gás natural Dos jazigos de gás natural ou obtido de matéria orgâni-
res Usados”, desenvolvido pela
ca (biogás), é comprimido (GNC), para se usar como combustível.
Agência Municipal de Energia de
Sintra (AMES) em colaboração

24 PROTESTE 274 Novembro 2006


com a Higiene Pública, Empresa
Municipal, e os Serviços Munici-
palizados de Sintra.
Quem vive nos concelhos de Ma-
fra e de Sintra, por exemplo, já
não estranha encontrar, ao lado
dos ecopontos, o “oleão”, para
depositar o óleo usado nas co-
zinhas dos cidadãos. O óleo é,
depois, tratado e misturado no
gasóleo. Evitam-se, assim, pro-
blemas de saneamento, com o
seu tratamento nas estações de
tratamento de águas residuais.
Num futuro próximo, também em
Sintra, irá avançar a produção
local de biodiesel, dado que o
projecto “BioDieNet” teve “luz
verde”. Em números, os objecti-
vos são a instalação de 12 unida-
des de produção, 30 postos de
abastecimento e a utilização de
biodiesel em 2500 viaturas.
NA CIDADE,
COM AS NOVAS
ENERGIAS
Em Portugal, existem automóveis
“alternativos”. O Honda Civic Ima
(em cima) e o Toyota Prius são
alguns dos híbridos disponíveis.
O Volkswagen Touran (ao centro)
funciona a gás natural e a
gasolina (bi-fuel).
Este tipo de veículos são também
produzidos por marcas como Fiat,
Opel e Volvo. A conversão do
motor a gasolina para gás natural
também é possível
Veículos de transporte público movidos a hidrogénio circularam pelo Porto em 2004 e 2005,
no âmbito do projecto europeu “CUTE”. As vantagens estiveram à vista de todos, mas não
passaram à prática depois disso
O “biodiesel” também já chegou
ao Norte do país. No início deste
ano, a sociedade Ecoparque BRA-
VAL (que gere os resíduos urba-
nos, na zona do Baixo Cávado) e
os Transportes Urbanos de Braga
(TUB, empresa municipal) apre-
sentaram o seu projecto. Com o
mesmo método de produção, o
biocombustível será utilizado, já
em 2007, nos veículos da TUB,
da Empresa de Águas, Efluentes
e Resíduos de Braga (AGRERE),
bem como nas frotas municipais
dos seis concelhos da BRAVAL
(Braga, Póvoa de Lanhoso e Viei-
ra do Minho, entre outros).
Energias com futuro
O Gás Natural Comprimido (GNC)
é, sobretudo, utilizado nos ve-
ículos de transporte público,
como os da Carris, em Lisboa,
automóvel combustíveis alternativos
dos STCP, no Porto, e dos TUB,
em Braga. Existem no mercado PARA SABER MAIS
algumas marcas de carros ligei-
ros adaptados ao GNC, mas os > Combustível e emissão de
postos de abastecimento que gases: PRO TESTE n.º 272,
existem são privados, limitados Setembro de 2006.
a autarquias e empresas. O único > Incentivos fiscais em equi-
posto público situa-se em Braga. pamentos ecológicos: DI-
Quanto ao Hidrogénio, durante o NHEIRO & DIREITOS n.º 75,
projecto europeu CUTE (Clean Ur- Maio de 2006.
ban Transport for Europe), circu- > Energia do sol, vento e
laram no Porto, em 2004 e 2005, água: PRO TESTE n.º 265,
Janeiro de 2006.
três autocarros dos STCP, que uti-
lizavam pilhas de combustível.
CONSUMIDORES EXIGEM
> Combustíveis alternativos ainda são
duas palavras estranhas para muitos
consumidores. Contudo, gás natural e
biodiesel vão-se tornando familiares.
No caso do gás natural, por exemplo,
as experiências em algumas empresas
nacionais de transporte público, como a
Carris e os STCP, revelaram-se positivas.
> Existem no mercado veículos de diver-
sas marcas, adaptados a essa forma de
energia, com preços semelhantes aos
convencionais e com as mesmas carac-
terísticas. Até a lei já contempla a sua
utilização e de outras energias alternati-
vas, como comprova o Decreto-lei apro-
vado em Março deste ano.
> Os veículos eléctricos também podem
ser um valioso contributo. O Governo
deve, por isso, garantir que a produção
de energia eléctrica para esses veículos
seja feita com tecnologias “limpas”.
> O grande entrave à difusão dos no-
vos combustíveis está no círculo vicioso
entre a procura e a oferta. Cabe ao Go-
verno investir numa rede de postos de
abastecimento que justifique a procura
de veículos a gás natural ou eléctricos,
nomeadamente por parte das empresas.
Essa ausência de cobertura de abaste-
cimento deve-se à inexistência de uma
procura efectiva de veículos. Por isso, a
consciência ambiental e a escolha dos
consumidores é decisiva.
PROTESTE 274 Novembro 2006 25
 Mais conforto e poupança em casa
O nosso simulador indica-lhe o sistema de aquecimento
mais eficiente e económico para as necessidades da sua família
e adaptado às características da sua casa

SIMULAR CUSTOS NO PORTAL

1.º passo
Um cenário como exemplo
Para melhor ilustramos os resultados que se podem ob-
ter deste simulador, mostramos-lhe as contas para um
apartamento T3, em Lisboa, com uma área bruta de cerca
de 135m2 e habitado por 4 pessoas.
Além de recente, esta casa tem vidros duplos e pré-ins-
talação de aquecimento central. Neste caso, o utilizador
estaria ainda interessado em conhecer quanto gastaria
em sistemas de arrefecimento para o Verão.

Caracterizar a sua casa

Na primeira página, preencha o
formulário com os dados da casa,
do agregado familiar e da utiliza-
ção de equipamentos energéticos.

26 PROTESTE 274 Novembro 2006


Com o aproximar do Inverno, as
famílias portuguesas procuram
soluções para aquecer a casa
com a maior eficácia e a menor
despesa.
Para ajudar o consumidor a
separar o trigo do joio e optar
pelo sistema de aquecimento
WWW.DECO.PROTESTE.PT
2.º passo
Solução mais barata
Depois de incluídos os dados pedidos no formulário, o simulador calcula os custos associados às opções
disponíveis para as suas necessidades. Estas são apresentadas por ordem crescente de custos, de modo
a que possa avaliar qual a mais barata.
Para o nosso cenário, por exemplo, a solução mais barata corresponde à utilização de termoventiladores
e de esquentador a gás.
custos do aquecimento
simulador na net
que melhor concilia as suas seu caso. Estas são determina-
necessidades e carteira, desen- das com base nas característi-
volvemos, o simulador “Quanto cas da casa, preço e custo de
custa aquecer a minha casa?”. instalação e manutenção dos
Assim, o simulador de custos equipamentos. Pode ainda fi-
de aquecimento permite que car a saber, para cada solução
cada utilizador conheça as op- apresentada, qual a repartição
ções mais vantajosas para o de consumos para as diferen-
Refrescar a casa
Além dos sistemas de aquecimento, pode também de-
terminar quanto gastaria, por ano, se incorporasse um
sistema de arrefecimento. Neste simulador, considerá-
mos o aparelho de ar condicionado split moral.
Um lar amigo do ambiente
Como todos os aparelhos para
aquecer e arrefecer a casa são
responsáveis pela emissão di-
recta ou indirecta de dióxido
de carbono, este simulador
indica ainda o sistema mais
amigo do ambiente, tendo em
conta o seu consumo e fonte
de energia. Assim, além de
uma escolha baseada na pou-
pança, pode também ponderar
o critério ambiental.
Cada divisão com o seu gasto
Para cada uma das soluções
apresentadas e carregando no
botão “Detalhe”, pode ainda
ficar a saber como o consumo
é repartido pelo tipo de utili-
zação: para aquecer, arrefecer,
ter água quente ou cozinhar.
tes necessidades da casa, por
exemplo, de água quente.
Neste novo simulador, disponí-
vel no nosso sítio da Internet
(www.deco.proteste.pt), já utili-
zamos a actual regulamentação
dos edifícios como base para
os cálculos das necessidades
de aquecimento e de arrefeci-
mento.
Esta nova versão permite ain-
da a possibilidade de serem
contabilizados os custos de ar-
refecimento e as emissões de
dióxido de carbono produzidos
pelos aparelhos. Na hora de
comprar, esta última informa-
ção ajuda o consumidor a fa-
zer, além da tradicional opção
económica, uma escolha am-
biental. Aproveitámos também
para tornar mais fácil e intuitivo
o preenchimento do formulário.
As necessidades de aqueci-
mento são calculadas segundo
a metodologia apresentada na
recente revisão do Regulamen-
to das Características de Com-
portamento Térmico dos Edifí-
cios. Para os resultados serem
o mais fiáveis e aproximados
da realidade, este simulador
é frequentemente revisto. Isto
permite actualizar factores que
estão em constante mudança.
por exemplo, as tarifas energé-
ticas e o custo dos sistemas de
aquecimento. P
Encomendas
Telefone: 808 200 146
Correio electrónico:
assinaturas@deco.proteste.pt
Loja virtual: www.deco.proteste.pt/loja
PROTESTE 274 Novembro 2006 27

Consumidores exigem investigação
Estão presentes em mais alimentos do que
poderia supor-se, mas há muitas dúvidas quanto
à sua influência na nossa saúde. Conselho: faça
uma alimentação variada e equilibrada
188 AMOSTRAS ANALISADAS EM 4 PAÍSES
> Com base nos resultados das investigações
americanas e de alguns laboratórios euro-
peus especializados, seleccionámos três ca-
tegorias de alimentos nos quatro países que
integram a Euroconsumers (além de Portu-
gal, Espanha, Bélgica e Itália).
Como método de análise, tivemos por base o
seguido pela Food and Drug Administration
(FDA), organismo que controla os medica-
mentos e os alimentos nos Estados Unidos
da América.
> No total, analisámos 188 amostras nos qua-
tro países: 71 de café (20 compradas em Por-
tugal), 63 de conservas ou frascos (20 pro-
28 PROTESTE 274 Novembro 2006
furanos à mesa
causas e riscos para a saúde
venientes do nosso país) e 54 boiões para
bebés (10 de origem portuguesa).
> Na selecção das amostras, tivemos em conta
os seguintes aspectos:
- café. Analisámos tanto café preparado em es-
tabelecimentos de restauração, como feito em
casa, com recurso a diversas opções (máqui-
nas expresso, filtro e cafeteiras do tipo moka);
- refeições preparadas em conserva (à ba-
se de massa, atum e feijoadas), e molhos
para massas (por exemplo, de tomate);
- boiões de comida para bebés. Para as nos-
sas compras, seleccionámos preparados de
carne ou peixe, incluindo sempre vegetais.
Substâncias voláteis e incolo-
res, os furanos podem ser en-
contrados em vários tipos de
alimentos e bebidas. Mas não
só. Entre outros, a poluição
atmosférica e o fumo dos cigar-
ros também os contêm.
São ainda usados com fins in-
dustriais (por exemplo, na pro-
dução de detergentes).
Porém, tais substâncias não
estão relacionadas com os ni-
trofuranos, que são medica-
mentos veterinários anti-infec-
ciosos. Por não serem inócuos,
a União Europeia proibiu o seu
uso no tratamento de animais
destinados à alimentação.
Voltando aos furanos presen-
tes nos alimentos, são ainda
limitados os conhecimentos
sobre os seus reais efeitos no
ser humano. Pela nossa parte,
contribuímos, em conjunto com
os nossos colegas da Eurocon-
sumers (Espanha, Bélgica e Itá-
lia), com um estudo de dimen-
são internacional, para trazer

um pouco de luz sobre a maté-
ria. Mesmo assim, temos cons-
ciência de que ainda há muito
por fazer. Por isso, os consumi-
dores exigem mais pesquisas
da parte das autoridades, de
modo a obterem certezas sobre
um assunto que pode tocar di-
rectamente a saúde pública.
Causas prováveis
> Em 2004, durante uma pes-
quisa sobre o uso da irradiação
em alimentos, investigadores
da Food and Drug Administra-
tion (FDA) descobriram a pre-
sença de furanos numa gran-
de quantidade de produtos.
Mas, para os cientistas, mais
espantoso do que a desco-
berta em si foi a variedade de
alimentos em que tais substân-
cias apareciam.
Estavam em causa sobretudo
produtos em conserva, que
sofrem tratamentos térmicos,
a fim de garantir a respectiva
qualidade bacteriológica.
> Se bem que, até ao momento,
tenham sido analisadas apenas
algumas categorias de alimen-
tos, é possível apontar alguns
factores que provavelmente
estimulam o desenvolvimento
dos furanos.
> As temperaturas elevadas
podem ter um papel importan-
te. Em alimentos frescos, não
foi detectada a presença des-
tas substâncias ou as mesmas
apareceram unicamente em do-
ses muito reduzidas.
> O ácido ascórbico (vitamina
C) e suas combinações é outro
factor. Quando certos alimentos
que o contêm (por exemplo,
sumos de fruta) são conserva-
dos à temperatura-ambiente
durante um longo período, há
o risco de formação de furanos.
E, quanto mais elevada for a
temperatura, mais evidente se-
rá o fenómeno.
> Outra das possíveis causas é
o aquecimento de alguns açú-
cares na presença de ácidos
aminados (constituintes das
proteínas).
> Por fim, também é possível
que a oxidação dos ácidos gor-
dos insaturados (como o rança-
mento, que ocorre por aqueci-
mento e exposição à luz) con-
duza ao aparecimento destas
substâncias.
> Mas, antes de podermos di-
zer com toda a certeza quais
os mecanismos que fazem des-
poletar a sua formação, é ne-
cessário realizar mais estudos,
como, por exemplo, a produtos
que não se apresentem sob a
forma de conserva e a refeições
preparadas em casa. É ainda
importante analisar a quantida-
de que permanece após a aber-
tura das embalagens, já que os
furanos são voláteis e uma par-
te acaba por evaporar.
Riscos incertos
> Os estudos sobre a toxicidade
dos furanos nos alimentos são
pouco conclusivos. No caso de
ratos a que foram administra-
FURANOS NAS NOSSAS AMOSTRAS (1)
País
Café
preparado
Bélgica 2 - 134
Itália 10 - 321
Portugal 35 - 506
Espanha 14 - 201
(1) Valores mínimos e máximos, em microgramas por quilo.
das doses elevadas, revelaram-
-se cancerígenos e genotóxicos,
isto é, capazes de causar da-
nos no ADN. Verificou-se ainda
que passam através das mem-
branas e são absorvidos pelos
pulmões e intestinos. Também
se aponta para que o fígado
seja capaz de extrair do sangue
uma quantidade considerável.
> Com base nas experiências
em animais, e dado que não há
informações disponíveis sobre
a toxicidade no ser humano, o
Centro Internacional de Pesqui-
sa do Cancro (IARC) classifica
os furanos como potencialmen-
te cancerígenos para o Homem.
Porém, segundo alguns investi-
gadores, as doses que absorve-
mos são demasiado reduzidas
para que possam produzir um
efeito nocivo.
Europa começa
a investigar
> A União Europeia está a dar
os primeiros passos no estu-
do dos furanos presentes na
>>
Conservas Boiões
(latas ou frascos) para bebés
menos de 5 e até 40 10 - 60
menos de 5 e até 69 6 - 91
menos de 5 e até 64 5 - 59
menos de 5 e até 93 10 - 149
PROTESTE 274 Novembro 2006 29
 furanos à mesa causas e riscos para a saúde

DICAS DE PREVENÇÃO
Face aos conhecimentos científicos actuais, não
existem riscos imediatos para a saúde, pelo
que os consumidores não terão de alterar os
seus hábitos alimentares. No entanto, indica-
mos-lhe algumas medidas de carácter geral que
pode seguir no dia-a-dia:
– optar por uma alimentação variada e equili-
brada;
– conservar adequadamente os alimentos, não
os guardando durante muito tempo;
– não cozinhar os alimentos em excesso (por
exemplo, no churrasco);
– depois de abrir uma lata ou um frasco, antes
de consumir, deixe os alimentos assim por al-
guns instantes, de modo a que uma parte dos
furanos possa evaporar.

PARA SABER MAIS

> Conservar os alimentos no

frigorífico: TESTE SAÚDE
n.º 63, Outubro de 2006
> Alimentos irradiados: arti-
go no canal Alimentação
no nosso sítio da Internet
(www.deco.proteste.pt).
> Carne de frango, peru
e porco (nitrofuranos):
PRO TESTE n.º 241, Novem-
No churrasco, não cozinhe os alimentos em excesso Deixe as latas abertas por alguns momentos
bro de 2003

>>
alimentação. A Autoridade Eu-
ropeia para a Segurança dos
Alimentos (EFSA) nomeou um
painel de especialistas para
estudar o assunto. O objecti-
vo é melhorar os métodos de
análise e realizar mais pesqui-
sas sobre os furanos (sobre a
sua formação e presença nos
alimentos, a exposição através
do consumo, a eventual toxici-
dade, a influência do modo de
preparação e o papel dos hábi-
tos alimentares).
> Os resultados serão, depois,
reunidos numa base de dados,
que dará origem a um plano de
acção. Mas, para que tal venha
a ser uma realidade, a coopera-
ção entre os Estados-membros
é fundamental.
Mais furanos no café
> Como pode ver no quadro da
página anterior, Portugal foi o
país onde detectámos maior
quantidade de furanos no café.
Estes resultados poderão estar
relacionados com o tipo de ca-
fé tradicionalmente consumido
pelos portugueses.
Também verificámos que a CONSUMIDORES EXIGEM
presença é mais elevada na
versão expresso, tanto consu- > Não existem dúvidas quanto à presença dos
mida em estabelecimentos de furanos na nossa alimentação. Os resultados
restauração como usada pelos do nosso estudo são, por isso, um alerta para
portugueses na sua casa. os consumidores. Mesmo assim, não reflectem
Uma explicação possível será o a repartição nem a quantidade de furanos que
facto de, na variante expresso, absorvemos através da alimentação. E também
não é possível, com base nos conhecimentos
haver maior concentração de
actuais, prever o risco associado ao consumo
café. Mesmo assim, os resulta-
dos alimentos analisados.
dos obtidos não são suficien-
tes para colocarmos objecções > Para uma sólida interpretação dos resultados,
ao seu consumo. os consumidores exigem que sejam feitas mais
> Quanto às conservas e aos pesquisas e aceleradas as já em curso.
boiões de comida para bebés
que analisámos, todos os pa- > Os consumidores reclamam ainda a participa-
íses obtêm valores semelhan- ção activa das entidades europeias e nacionais,
tes. Estão, portanto, em linha para determinar os riscos e estabelecer o que
com os registados pelos inves- cada ser humano pode ingerir sem prejudicar a
sua saúde. Estaremos atentos e aqui lhe dare-
tigadores americanos e euro-
mos conta dos seus desenvolvimentos.
peus noutros estudos.

30 PROTESTE 274 Novembro 2006


Poupe 1500 euros em imagem
Encontrámos diferenças significativas de desempenho
que nem sempre se reflectem no preço. Se quer comprar
um LCD ou um plasma, siga os nossos conselhos
Os televisores LCD e plasma
estão a substituir os aparelhos
tradicionais, sobretudo os de
diagonal de imagem acima dos
72 centímetros, cujo peso ele-
vado é pouco apelativo.
Além da desvantagem estética,
os televisores convencionais
não estão preparados para os
conteúdos de alta definição.
Seleccionámos 28 modelos que
foram comparados consoante o
tamanho do ecrã. De um lado
temos 14 LCDs com diagonais
pt274televisores de imagem de 82 centímetros
Consulte os resultados
(32 polegadas), e do outro, 14
do nosso último teste aparelhos com ecrãs de 102 a
comparativo na Net 107 centímetros (40 a 42 pole-
gadas) dos quais oito são plas-
www.deco.proteste.pt mas e seis são LCDs.
televisores
modelos lcd e plasma
Um mundo
de possibilidades
> Testámos pela primeira vez
LCDs e plasmas de diagonais
de imagem iguais e avaliámos
qual a opção de compra mais
acertada.
> Com excepção do Panasonic
TH-42 PV 60E, os aparelhos
testados apresentam uma base
de suporte.
Esta pode ser removida e subs-
tituída por um kit de fixação
à parede, entregue de origem
apenas nos LCDs da Sanyo e
da Grundig.
> Os televisores avaliados estão
todos equipados com, pelo me-
nos, dois conectores de SCART.
Estes permitem a ligação, por
exemplo, de um vídeo, de uma
caixa descodificadora ou de
um leitor de DVD. Mas a me-
lhor qualidade de imagem só
é obtida através de uma ficha
SCART que aceite sinais RGB,
em particular para a ligação do
leitor de DVD.
> A SCART não só transporta
vídeo, como também áudio e
sinais de comutação num cabo
único. Por exemplo, ao ligar o
leitor de DVD, o televisor passa
automaticamente para o canal
respectivo.
Uma ligação por componen-
tes permite também obter
uma muito boa qualidade de
imagem, mas, por outro lado,
obriga a uma ligação de áudio
>>
PROTESTE 274 Novembro 2006 31
 M Melhor do Teste
N Escolha Acertada TELEVISORES LCD E PLASMA: CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DO TESTE
L Escolha Económica
CARACTERÍSTICAS RESULTADOS
A Muito bom
B Bom Tipo
Ligações Qualidade de imagem
C Médio de ecrã
D Medíocre
entrada saída
E Mau (audio e vídeo) de áudio

sinais de alta definição (1080i)

Diagonal de ecrã medida (cm)

Bloqueio parental com código

n.a. Não se aplica

USB (por exemplo, máquinas

PIP (imagem na imagem) (4)

Ângulo de visão horizontal

SCART

leitor de DVD (sinais RGB)

por componentes (YPbPr)

emissões televisivas (RF)

fotográficas ou pendisk)
para auscultadores (2)

Ligação para PC (VGA)

ligação para PC (VGA)
HDMI (n.º conectores)

para amplificador (3)

Resolução (pixéis)

n.º de conectores

Equipamento
Outras (5)
com RGB
plasma
LCD

Marca e modelo

Formato 16:9 de 32” (82cm)

Panasonic TX-32 LX 60F 1366x768 V 80 2 2 2 V A C G B AFB AFB BFC n.a. D

Sony KDL-32 V2000 1366x768 V 80 2 2 1 V V A C V G,H,I B BFC BFC A D D

Loewe Concept L32 Basic 1366x768 V 80 2 1 1 V V A D V F H,I B BFC BFC BFC B D

Loewe Individual 32 Selection 1366x768 V 80 2 1 1 V V A C V F H,I B BFC B AFB B D

Toshiba 32 WL 66Z 1366x768 V 80 2 1 2 V V B D G,H,I BFC BFC BFC A C D

Samsung LE 32 R 72B 1366x768 V 80 2 1 1 V V B C V F G,H,I BFC BFC BFC AFB A C

Sharp LC 32 GA9E 1366x768 V 80 2 2 2 V B C V G,H BFC C BFC C C D

LG 32 LC 2R 1366x768 V 80 2 1 1 V V D F G,H,I BFC CFD C BFC B E

Philips 32 PF 5321/12 (1) 1367x768 V 80 2 1 2 V B F G,H,I BFC BFC BFC AFB n.a. C

LG 32 LB 1R 1366x768 V 80 2 1 1 V V B D E G,H BFC C C BFC B D

Grundig Vision II - 32LXW 82-9620 Dolby 1366x768 V 81 2 2 V V (6) A V G,H,I C CFD C CFD C C

JVC LT-32 X70 BU 1366x768 V 80 2 2 2 V V B C V I BFC D BFC CFD C C

Sanyo CE 32 HW 03 1366x768 V 81 2 2 1 V V A C E G,H,I BFC D CFD C C D

Thomson 32 LB 320 B5 1366x768 V 80 2 1 1 V V A D V G,H,I,J B D CFD CFD C C

Formato 16:9 de 40 e 42” (102 a 107cm)

Panasonic TH-42 PV 600E 1024x768 V 106 3 2 2 V V A C F G,J,K AFB B AFB A D B

Panasonic TH-42 PA 60E 852x480 V 105 3 2 1 V C G BFC B AFB AFB n.a. B

Panasonic TH-42 PV 60E 1024x768 V 105 3 2 2 V V A C G B BFC B AFB C B

Hitachi 42 PD 9700 1024x1080 V 106 3 2 2 V V A C V V F G,H,I,J B BFC B BFC D B

Philips 42 PF 9631D/10 1024x1080 V 106 2 2 2 V A C V V G,H,I B C B AFB n.a. B

LG 42PC1R 1024x768 V 106 2 1 2 V V D F G,H,I BFC C C BFC D B

Samsung PS-42E71H 1024x768 V 107 2 1 1 V V A C F G,H,I BFC B B AFB C B

Toshiba 42 WL 66Z 1366x768 V 107 2 1 2 V V B D G,H,I BFC C C AFB B D

JVC LT-40 S70 1366x768 V 102 2 2 2 V V B C V I BFC C C AFB C D

Sony KDL-40V2000 1366x768 V 102 2 2 1 V V A C V G,H,I B CFD C AFB C D

Philips 42 PF 7621D/10 1024x768 V 107 2 2 2 V A C V V G,H,I B C C AFB n.a. D

Samsung LE 40R 72B 1366x768 V 102 2 1 1 V V A C F G,H,I BFC C C BFC A D

Loewe Modus L42 1024x1024 V 106 2 1 1 V V A C V F H,I B CFD CFD CFD C B

LG 42LC2R 1366x768 V 107 2 1 2 V V D F G,H,I BFC CFD CFD BFC B E

(1) Modelo em fase final de comercialização.

(2) Saída para auscultadores: A =regulação independente de som; B = silencia as colunas do aparelho.
(3) Saída estéreo para amplificador: C = nível de saída fixo; D = nível de saída variável.
(4) PIP (imagem na imagem): E = com 2 sintonizadores (permite ver 2 canais em simultâneo); F = apenas 1 sintonizador (permite 1 canal com leitor de DVD).
(5) Outras características: G = redução de “chuva”; H = controlo automático do nível sonoro (AVC); I = scrolling vertical das imagens (útil para legendas cortadas); J = slot para cartões de
(6) Este modelo tem uma ligação digital, do tipo DVI.
(7) Preço indicado pelo representante da marca em Portugal (na altura em que fizemos a recolha dos preços, não encontrámos este modelo à venda).

32 PROTESTE 274 Novembro 2006

 televisores modelos lcd e plasma

Formato 16:9 de 32” (82 cm)

DOS TESTES

Consumo

PREÇO
APRECIAÇÃO
Julho de 2006
GLOBAL
Facilidade de utilização

(entre... e...)
Velocidade de zapping
Reflectividade do ecrã

Qualidade do som

funcionamento

Panasonic TX-32 LX 60F

Teletexto

stand-by

100
0

Formato 16:9 de 40 e 42” (102 a 107 cm)

C BFC B B C B C BFC 1 369,99 - 1 699,00

B AFB D A C A C BFC 1 389,00 - 2 061,00

B AFB D A C C D BFC 1 729,00 - 2 199,00

D AFB E A D D D BFC 2 790,00 - 3 579,00

B B D B C B C BFC 1 575,00 - 1 799,00

C C D B C B D BFC 1 320,00 - 1 639,00

B AFB E B C B C C 1 554,00 (7)

B BFC D B C B D C 949,00 - 1 549,99

B C C B D B C C 1 244,00 - 1 599,00 Panasonic TH-42 PV 600E

B C E A D D C C 1 390,00 - 1 799,99

E BFC D B C C D C 1 095,00 - 1 799,00

C AFB C A D B C C 1 389,00 - 1 790,00

B C E B D C C CFD 1 075,00 - 1 249,00

B B E A D B C CFD 1 440,00 - 1 799,00

E B D A C A E B 2 355,00 - 2 900,00

E AFB D A C A D B 1 660,00 - 2 199,00

E B D A C A E B 1 946,00 - 2 399,00

E AFB D A C B E B 3 150,00 - 3 990,00 Panasonic TH-42 PA 60E

E B D A C C E BFC 2 600,00 - 3 044,00

E A C A C B E BFC 1 369,00 - 2 207,00

E C D B C B E BFC 1 385,00 - 1 929,00

D B D B C B D BFC 3 207,00 - 3 699,00 REPRESENTANTES

C AFB C A D A E C 2 390,00 - 2 899,00 GRUNDIG PHILIPS
B B D A C A D C 2 389,00 - 3 162,00 www.grundig.pt 21 415 67 00 www.philips.pt 21 416 33 33
HITACHI SAMSUNG
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LOEWE www.sony.pt 21 891 20 00
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PROTESTE 274 Novembro 2006 33

 >>
separada e não tem a conveni- mais eficaz é o que permite
ência da comutação automática introduzir um código numéri-
PRONTOS PARA A ALTA DEFINIÇÃO de canais. co no menu. Sem esta opção,
As entradas HDMI possuem to- uma criança mais crescida po-
Quase todos os LCDs e plasmas
das as qualidades dos SCART, de desbloquear o televisor.
que testámos possuem uma reso-
e ainda a vantagem do trans- > A opção imagem na imagem
lução superior à das actuais emis-
porte de vídeo e áudio ser feito (PIP) existe em 14 dos modelos
sões televisivas e DVDs em formato
digitalmente. testados. Nos aparelhos com
PAL (576 linhas horizontais).
Alguns leitores de DVD já têm um sintonizador, pode, por
Nestes casos, os aparelhos têm de
HDMI, o que normalmente per- exemplo, acompanhar um jogo
preencher de forma artificial as li-
mite obter uma imagem melhor de futebol numa pequena jane-
nhas do ecrã em falta (interpolação), o que pode diminuir
do que a conseguida com uma la no canto do ecrã, enquanto
a qualidade de imagem. Esta resolução elevada é também
SCART. vê um filme em DVD.
útil para ler conteúdos em alta definição (HD). Nas emis-
Se quiser usar o televisor como Com dois sintonizadores pode
sões televisivas, as transmissões em HD poderão ter 720
monitor do computador, veja se ver dois canais de televisão ao
ou 1080 linhas.
o modelo dispõe de entradas mesmo tempo.
Estas emissões em alta definição começam a estar dispo-
VGA ou DVI.
níveis por satélite, em canais pagos e gratuitos. Por cabo
Com esta ligação pode, por Baixa qualidade
também já existem, mas são ainda diminutas. Nas emis-
exemplo, praticar o seu jogo de imagem
sões televisivas via hertziana (captadas com uma antena)
de computador preferido ou ver A imagem é, sem dúvida, o as-
ainda não é possível receber conteúdos HD. Os discos de
as suas fotografias digitais em pecto mais importante de um
alta definição (HD-DVD e Blu-Ray), já existem no mercado,
grande formato, no conforto da televisor. Para avaliá-la testá-
mas não são compatíveis com os leitores actuais.
sua sala. mos o desempenho de cada
Comprar um LCD ou um plasma não significa um acréscimo
> O bloqueio parental é uma um dos LCDs e plasmas em
de qualidade relevante, mas assegura que poderá usufruir
vantagem para quem tem crian- emissões televisivas, ligados
das emissões de alta definição. Os televisores que tiverem
ças. Esta função é útil para a um leitor de DVD e com si-
o logótipo com a designação “HD Ready”, estão prepara-
controlar o acesso dos mais pe- nais de vídeo de alta definição
dos para as emissões em alta definição.
quenos a certos canais ou blo- (HDTV a 1080i). Este último
quear totalmente a utilização critério teve uma classificação
do televisor. mais exigente, dado que o de-
Apenas o LCD Philips 32 PF sempenho dos aparelhos é
5321/12 não possui esta fun- bastante superior com este tipo
ção. O sistema de bloqueio de sinais. O LCD Sony KDL-32

DESCUBRA AS DIFERENÇAS
> Os televisores testados diferenciam-se pelas características do seu ecrã.
O nível de luminância nos plasmas é reduzido, pelo que a sua utilização
em salas com luz natural abundante os faz perder visibilidade.
Já os LCDs podem ser utilizados nestas condições, porque têm um nível
de luz mais elevado, idêntico ao dos televisores tradicionais.
Concentre-se na imagem. A reflexão do ecrã e o ângulo de
> A reflexão do ecrã tem também influência na qualidade de imagem dos visão fazem a diferença na hora de escolher um bom modelo
televisores. Os plasmas são mais reflectivos que os LCDs. Por isso, devem
ser colocados num sítio em que não apanhem luz directa, proveniente,
por exemplo, de uma janela ou candeeiro.
> O ângulo de visão é, por sua vez, mais amplo nos plasmas. Este cri-
tério é decepcionante nos modelos LCD, já que, por exemplo, quando o
espectador se senta lateralmente em relação ao aparelho, não consegue
ver bem a imagem. Em alguns casos, é evidente a perda de luminosidade
e a distorção das cores.

34 PROTESTE 274 Novembro 2006


V2000 e o plasma Panasonic
TH-42 PV 600E foram os apa-
relhos que tiveram melhores
resultados neste teste.
Ao compararmos uma transmis-
são em PAL (formato das actu-
ais emissões televisivas) nestes
aparelhos com um televisor
tradicional, verificámos que
apenas os melhores plasmas
e LCDs têm uma qualidade de
imagem semelhante.
A maioria dos LCDs testados
têm uma qualidade de imagem
decepcionante e não passam
da mediania.
De um modo geral, os proble-
mas encontrados incidem na
falta de detalhe em cenas mais
escuras e nos efeitos de arras-
tamento em cenas rápidas.
> Entre os LCDs de 82 centíme-
tros, o Panasonic TX-32 LX 60F
obteve o melhor desempenho,
tanto nas emissões televisivas,
como na utilização com leitores
de DVD.
No geral, o aparelho apresenta
uma boa reprodução de cores
e uma imagem bastante deta-
lhada.
Entre os televisores com um
ecrã de 102 a 107 centímetros,
os plasmas registaram os me-
lhores resultados.
Estes aparelhos são uma opção
mais vantajosa para quem quer
grandes diagonais de imagem.
Pela positiva destacam-se os
plasmas testados da Panaso-
nic, TH-42 PV 600E e TH-42 PA
60E. Enquanto o plasma Loewe
Modus L42 e o LCD LG 42LC2R
são os exemplos de uma má
qualidade de imagem.
O Loewe tem, por exemplo,
uma má reprodução de cores e
arrastamento perceptível.
Já o LG apresenta pouco deta-
lhe em zonas escuras da ima-
gem e efeitos de arrastamento
acentuados.
> A sonoridade registou resul-
tados animadores. A qualidade
televisores modelos lcd e plasma
FOTOS EM GRANDE FORMATO
O computador pode tornar-se pouco cómodo na hora de
mostrar as fotografias digitais aos seus amigos. Como tal,
alguns televisores permitem exibir fotos digitais através
de ligações USB ou por slots para cartões de memória.
A ligação USB, presente em três dos aparelhos testados,
é mais conveniente, pois permite ligar qualquer máquina
fotográfica digital ou pendisk.
Já o slot só aceita cartões de determinadas máquinas.
O que obriga o consumidor a verificar se os cartões da
sua máquina fotográfica digital são compatíveis com o
televisor. O Panasonic TH-42 PV 600E destaca-se dos outros modelos com slot para cartão de me-
mória, por ser o único que permite utilizá-lo para gravar programas de televisão. As gravações estão
comprimidas em MPEG4, logo, com uma qualidade de imagem fraca.
de som de alguns destes apa- relho que menos electricidade centímetros, se optar pelo Pa-
relhos é bastante boa. gasta nesta categoria (92 Wat- nasonic TX-32 LX 60F (€ 1369),
A mudança de um canal para ts). Entre os televisores de 40 e o Melhor do Teste e a nossa
outro é demorada em vários 42 polegadas, os plasmas são Escolha Acertada, pode poupar
aparelhos. Alguns duram quase os que mais consomem. mais de 1400 euros em relação
dois segundos, o que pode ser Enquanto os valores médios ao Loewe Individual 32 Selec-
frustrante para os utilizadores para os LCD são de 165 Watts, tion (2790 euros).
menos pacientes. para os plasma são de 251 Wat- > Entre os televisores de dia-
> A facilidade de utilização foi ts. O aparelho com o consumo gonal de imagem de 102 a 107
analisada por um painel de mais elevado é o plasma Hita- centímetros, se decidir comprar
utilizadores que efectuaram di- chi 42 PD 9700 (296 Watts). o plasma Panasonic TH-42 PA
versas operações comuns como 60E (€ 1660), a nossa Escolha
sintonizar canais, navegar nos Preços mais acessíveis Acertada e também o Melhor
menus, usar o teletexto, regular > Os preços dos produtos de do Teste nesta categoria, vai
as cores ou mudar de canal. tecnologias recentes estão em poupar cerca de 1547 euros em
Os resultados não são muito constante mudança. comparação com o LCD Toshiba
positivos. Oito dos modelos Nos aparelhos de ecrã de 82 42 WL 66Z (3207 euros).
testados chumbaram, por te-
rem uma estrutura de menus
confusa ou um comando mal
concebido.
> Tivemos especial atenção ao ESCOLHA ACERTADA
consumo em modo stand-by.
O valor mais baixo é o do plas- > A qualidade de imagem destes aparelhos nem sempre é a
ma Panasonic TH-42PV60E com melhor e os preços, apesar de cada vez mais baixos, ainda não
apenas 0,2W. são acessíveis a todos os consumidores.
> Existem, no entanto, alguns > Dos aparelhos com ecrã de 32 polegadas, o Panasonic TX-32
aparelhos com consumos de LX 60F (entre € 1369,99 e € 1699,00) é, pelo seu bom desem-
stand-by decepcionantes, co- penho, o Melhor do Teste. E a nossa Escolha Acertada, por ter
mo é o caso do plasma Loewe uma excelente relação entre a qualidade e o preço.
Modus L42, com 3W. Em fun- > Quanto aos televisores com diagonal de imagem de 40 a
cionamento normal, os LCDs 42 polegadas, os plasmas Panasonic TH-42 PV 600E (entre
testados de 32 polegadas con- € 2355 e € 2900) e o Panasonic TH-42 PA 60E (entre € 1660 e
€ 2199) receberam o título de Melhor do Teste. O último modelo
somem em média 114 Watts.
é a nossa Escolha Acertada nesta categoria.
O Sharp LC 32GA9E é o apa-
PROTESTE 274 Novembro 2006 35

Cinema na ponta dos seus dedos
Modelos que gravam em DVD, cartões de memória
e discos rígidos internos ameaçam a cassete.
Mas a Mini-DV resiste como a melhor opção
Nada melhor do que um pas-
www.deco.proteste.pt
seio à beira-mar para dar asas
Consulte os 1202 ao seu instinto cinematográ-
preços que recolhe- fico. Acompanhado pela mais
mos em 127 lojas
de 14 distritos fiel das assistentes técnicas: a
sua câmara de filmar.
A tecnologia traz à luz do dia
novos modelos que parecem
decididos a relegar a Mini-DV
para a história. Nos anos 90,
as câmaras Mini-DV fizeram fu-
ror. Aparelhos menos pesados
e mais compactos, qualidade
de imagem inédita e possibi-
lidade de fazer montagens e
cópias sem perder qualidade
eram alguns dos atractivos que
assinaram a certidão de óbito
das antigas Hi-8.
36 PROTESTE 274 Novembro 2006
câmaras de vídeo
33 modelos digitais à prova
Agora, estará a cassete Mini-
-DV moribunda? Antes de esco-
lher, lembre-se de que a qua-
lidade dos aparelhos não de-
pende do seu suporte, mas da
própria câmara. Por isso, hoje,
ainda se justifica investir num
desses modelos.
Poupe nos consumíveis
> O orçamento já não é razão
para deixar de fazer filmes.
Os preços dos aparelhos têm
vindo a descer e também não
são os suportes de gravação
que vão arruiná-lo: por uma
hora de “filme”, gasta cerca de
€ 5, com a cassete Mini-DV.
> Para reutilizar a sua cassete,
pode passar as imagens para
o computador e gravá-las em
DVD. Ao utilizar a ligação USB
1.1, as imagens perdem qua-
lidade. Se o seu computador
não vier equipado com um gra-
vador de DVD ou não tiver uma
ligação DV, pode comprar, à
parte, uma placa PCI firewire (a
partir de € 20) e um gravador
de DVD interno ou externo (a
partir de 35 e 70 euros, respec-
tivamente). O desembolso de
alguns euros compensa a longo
prazo. Pelo preço de uma cas-
sete Mini-DV quase compra um
pacote de 10 DVD-R.
> No computador tem a vanta-
gem de poder editar as grava-
ções. Cortar o que não interes-
sa e inserir efeitos: o limite é a
sua imaginação, com a ajuda
de um programa de edição de
vídeo, como o Windows Movie
Maker, de origem com o Windo-
ws XP. Se preferir um programa
mais completo, conte gastar, no
mínimo, 80 euros.
DVD pouco prático
> Nalguns casos, o DVD ven-
ceu como suporte de gravação,
também à custa do sucesso
dos leitores nas salas de estar.
> O vídeo é gravado no mes-
mo formato dos clássicos DVD
(MPEG 2), mas os discos usa-
dos são mais pequenos.
O DVD-R, aceite por todos os
modelos testados, é gravável
uma única vez. Por isso, só é
indicado para quem não quer
editar as suas filmagens.
> Os aparelhos da Panasonic e
da Hitachi utilizam como supor-
te regravável o DVD RAM. Este
tem dois lados, cada um com
18 minutos de vídeo em alta
qualidade (comparável à das
Mini-DV). Assim, para gravar no

Alguns aparelhos aceitam um cartão de memória para guardar fotografias.
É mais fácil aceder a estas e a resolução permitida é superior à obtida quando se grava na fita
Mini-DV, como nos modelos Sony DCR-HC35, Panasonic NV-GS27EG-S e JVC GR-D340 EK
lado B, tem de retirar o disco e
virá-lo. Pouco prático na “hora
H”. Além disso, ainda que per-
mita fazer a edição na própria
câmara (apagar ou combinar
trechos, por exemplo), este for-
mato não é aceite por muitos
leitores.
> A pensar nisso, todas as câ-
maras do nosso teste que gra-
vam em DVD RAM aceitam ou-
tro tipo de DVDs regraváveis.
> No caso do DVD-RW, antes de
começar a filmar, deve formatá-
lo para o chamado video mode
(modo de vídeo) ou para o vi-
deo recording mode (modo de
gravação de vídeo). No primei-
ro, o seu leitor da sala acolherá
de bom grado o DVD, mas não
será possível eliminar da câma-
ra as cenas indignas do seu ta-
lento. No segundo modo, pode
fazer edição na câmara, mas o
seu leitor não reconhecerá fa-
cilmente o DVD. Terá de utilizar
a câmara como leitor.
> O DVD+RW funciona sempre
em video mode e, por isso, só
permite fazer alterações bási-
cas no próprio aparelho. Mas é
lido pela maioria dos leitores.
> Reproduzir directamente as
suas obras-primas no leitor de
DVD é uma vantagem das câ-
maras que gravam nesse for-
mato, se não faz questão de
editar as imagens. Os DVDs
mais vulgares (DVD-R, DVD-RW),
reconhecidos pela maioria dos
Os elevados valores de resolução anunciados
(como 4 megapixéis) referem-se à gravação
de fotos. Os vídeos são sempre gravados
em resolução PAL (cerca de 0,4 megapixéis)
leitores de DVD, gravam cerca Escolha Acertada. Com essa ca-
de 20 minutos em cada lado, pacidade pode registar mais de
na qualidade máxima. sete horas de filme.
Muito menos do que as cas- > Quase todas as câmaras de
setes Mini-DV (60 ou 80 minu- vídeo testadas permitem tam-
tos). Um labirinto sem muitas bém tirar fotografias e gravá-las
saídas, portanto. em cartões de memória, tal co-
> Existem câmaras que gravam mo numa máquina fotográfica
PARA SABER MAIS
em cartões de memória, por digital. Contudo, a qualidade
vezes, também com uma me- das imagens não é boa: muitas
mória interna, mas não as in- câmaras não calculam bem o > Televisores: LCD e plasma,
na página 31 desta edição.
cluímos neste teste. valor da exposição. As resolu- > Como fazer as ligações na
ções podem ir até aos 5 mega- sua câmara: PRO TESTE
À medida do talento pixéis, mas resultam do trata- n.º 255, Fevereiro de 2005.
> Alguns modelos possuem um mento electrónico da imagem > Guia prático: Conheça o
disco rígido de 20 e 30 GB, (interpolação). A resolução real mundo do digital.
mas custam mais do dobro da é geralmente mais baixa.
>>
FUTURO EM ALTA DEFINIÇÃO
A Sony HDR-HC3 (entre € 1290 e € 1590) avança o futuro das câmaras de filmar
digitais: a gravação em alta definição (HDV). Trata-se de um modelo que tam-
bém utiliza a cassete Mini-DV, mas com uma resolução de imagem muito
superior (1920 x 1080). A resolução PAL (720 x 576), utilizada pelas
outras câmaras do teste, fica-se pelas 576 linhas horizontais.
Para conseguir tirar partido da maior resolução, tem de utilizá-
la junto com um bom televisor LCD ou plasma.
Num televisor normal, a resolução é sempre limitada
para PAL e será inútil optar pelas gravações em al-
ta definição.
Em comparação com os aparelhos testados, a
Sony HDR-HC3 obriga a um maior desembolso.
Contudo, se possui um ecrã LCD ou plasma e
quer ter a melhor qualidade de imagem e de
som, num equipamento fácil de utilizar, esta é Sony HDR-HC3 Com este modelo,
uma opção a ponderar. ganha em qualidade de imagens
PROTESTE 274 Novembro 2006 37
 Panasonic NV-GS500EG-S Panasonic NV-GS300EG-S Canon MVX4i Panasonic NV-GS180EG-S

M Melhor do Teste
N Escolha Acertada
CÂMARAS DE VÍDEO DIGITAIS : CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DO TESTE
L Escolha Económica

Outras possibilidades (7)

ou a preto e branco (PB)
A Muito bom Cartão Qualidade da imagem Quali

Visor ocular a cores (C)

de memória (4:3 e 16:9) do

Capacidade do zoom
B Bom

máxima das fotos

Peso (gramas) (2)

C Médio

iluminação fraca
do monitor LCD

com microfone
tipo aceite (4)
D Medíocre Suporte de gravação

estabilizador
(megapixéis)

incorporado
luz artificial

de imagem
Volume (3)

luz natural
E Mau

Dimensão
resolução
n.a. Não se aplica

óptico
USB
Marca e modelo

Panasonic NV-GS500EG-S Mini-DV 670 JJJJJ SD 4,0 2.0 C JJJJ 12 A,C,D BFC B B B C
Panasonic NV-GS300EG-S Mini-DV 540 JJJJ SD 3,0 2.0 C JJJJ 10 A,C,D B B B B C
Canon MVX4i Mini-DV 490 JJJ SD (5) 4,0 2.0 C JJJ 10 A,B AFB AFB B B C
Panasonic VDR-D300EG-S DVD-R/-RW/RAM (8cm) 660 JJJJ SD 3,0 2.0 C JJJJ 10 C B BFC B B C
Sony DCR-SR90 Disco rígido 30GB 615 JJJJ 3,0 (6) 2.0 C JJJJ 10 C BFC B B A C
Sony DCR-DVD505 DVD-R/-RW/+RW (8cm) 630 JJJJ MS Duo 4,0 2.0 C JJJJJ 10 B,C BFC BFC B B C
Panasonic NV-GS180EG-S Mini-DV 490 JJJ SD 2,3 2.0 C JJJ 10 D BFC C C A C
Sony DCR-HC46 Mini-DV 450 JJ MS Duo 1,0 2.0 C JJJJ 12 A,C,D BFC C B A C
Sony DCR-HC94 Mini-DV 560 JJJ MS Duo 3,0 1.1 C JJJJ 10 C,D C C B B C
Sony DCR-DVD405 DVD-R/-RW/+RW (8cm) 600 JJJJ MS Duo 3,0 2.0 C JJJJ 10 B,C BFC B A C D
JVC GZ-MG505 Disco rígido 30GB 510 JJJ SD 5,0 2.0 n.a. JJJJ 10 C C BFC D B C
Canon DC40 DVD-R/-RW (8cm) 540 JJJ Mini-SD 4,0 2.0 C JJJJ 10 C B BFC C B D
Canon DC10 (1) DVD-R/-RW (8cm) 450 JJ Mini-SD 1,2 2.0 C JJJ 10 BFC BFC C B C
Canon MVX460 Mini-DV 435 JJ SD 1,0 1.1 C JJJJ 20 A,B,C B C C D C
Canon MVX450 Mini-DV 435 JJ SD 1,0 1.1 C JJJJ 20 C B C C D C
JVC GZ-MG77 Disco rígido 30GB 435 JJ SD 2,0 2.0 n.a. JJJJ 10 C BFC C D C C
Sony DCR-DVD304 DVD-R/-RW/+RW (8cm) 450 JJJ MS Duo 1,0 C JJJJ 12 C C C C A C
Panasonic VDR-D150EG-S DVD-R/-RW/RAM (8cm) 550 JJJ SD 0,3 2.0 C JJJ 30 C C C B C
Canon MV950 Mini-DV 450 JJ SD 0,8 1.1 C JJJJ 25 C BFC C C C D
Canon MV900 Mini-DV 445 JJ C JJJJ 25 C BFC C C C D
Sony DCR-HC35 Mini-DV 470 JJ 1.1 C JJJ 20 A,D C C C D C
Canon MV930 Mini-DV 450 JJ SD 1,0 1.1 C JJJJ 25 C C C C D D
Canon DC100 DVD-R/-RW (8cm) 465 JJ 0,8 (6) C JJJJ 25 C C C C D C
Panasonic NV-GS27EG-S Mini-DV 425 JJJ 1.1 PB JJJ 30 D C CFD C D C
Hitachi DZ-BX 35 DVD-R/-RW/+RW/RAM (8cm) 490 JJJ SD 0,3 C JJJJ 25 C C C C C C
Sony DCR-DVD105 DVD-R/-RW/+RW (8cm) 440 JJJ 0,3 (6) C JJJ 20 C CFD C B D
JVC GZ-MG21 (1) Disco rígido 20GB 400 JJ SD 0,3 2.0 n.a. JJJ 32 C C D D D C
JVC GZ-MG37 Disco rígido 30GB 405 JJ SD 0,3 2.0 n.a. JJJJ 32 C C D D D C
JVC GR-D360 E Mini-DV 490 JJ SD 0,3 1.1 C JJJ 32 C DFE D C D
JVC GR-D340 EK Mini-DV 485 JJ C JJJ 32 C DFE D C D
Samsung VP-DC165W DVD-R/-RW/+R(DL)/+RW (8cm) 500 JJJ MS / SD 0,5 2.0 C JJJ 33 B,D CFD E D B D
Samsung VP-DC163 DVD-R/-RW/+R(DL)/+RW (8cm) 500 JJJ MS / SD 0,5 2.0 C JJJ 33 D CFD E D B D

(1) Modelo em fase final de comercialização. (2) Incluindo bateria, cartão de memória e pega para transporte. (3) Quanto mais J , maior é o aparelho. (4) SD = Secure Digital; MS = Mem
(6) Valores de resolução correspondem à gravação em disco rígido ou em DVD. (7) Outras possibilidades: A = entrada DV; B = entrada analógica de vídeo; C = monitor LCD em formato 16:9;

38 PROTESTE 274 Novembro 2006

 câmaras de vídeo 33 modelos digitais à prova

>>
> A ligação por USB 2.0 permite
transferir rapidamente os víde-
os, tal como acontece se utili-
zar uma ligação DV. O USB 1.1.
é melhor para transferir fotogra-
fias ou vídeos comprimidos.
> No zoom, os fabricantes anun-
ciam grandes valores, porque
multiplicam o zoom óptico pelo
Sony DCR-HC46 digital. O zoom óptico é o úni-
dade
Facilidade de utilização
co realmente útil, onde a am-
pliação é feita pelas lentes.
No digital, o software do apa-
relho amplia as imagens, mas
estas perdem nitidez.
> Todas as câmaras do teste
permitem filmar em formato
16:9 ou em 4:3. Só pode usu-
fruir do formato 16:9, com um
televisor dessas dimensões.
REPRESENTANTES
> No som, os resultados não
são brilhantes. Numa altura em
que as câmaras estão perto de
caber na palma da mão, o mi-
crofone fica próximo de alguns
mecanismos internos que pro-
duzem ruídos mecânicos (como
o zoom óptico e o funciona-
mento da cassete, se for o ca-
so). Alguns modelos têm uma
ligação para microfone externo,
que pode atenuar os ruídos.
> Presente em todas as câma-
ras do teste, o monitor LCD

som
Qualidade do monitor

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B C B B C C C BFC 1 250,00 - 1 565,00
C C C B B C B BFC 1 099,00 - 1 149,00 > Para dar largas ao seu talento cine-
C C C B B C C BFC 579,00 - 779,00 matográfico, as câmaras Mini-DV conti-
D C D B C A B C 629,00 - 679,00 nuam a ser a melhor opção. O título de
D C D B C A B C 579,00 - 619,00 Melhor do Teste foi atribuído à Panaso-
B C B B C C C C 920,00 - 1 149,00 nic NV-GS500EG-S (entre € 1150,00 e
B C C B C B B C 645,00 - 799,00
€ 1499,00) , à Panasonic NV-GS300EG-
S (entre € 800,00 e € 1099,00) e à Ca-
C C D B C A C C 514,00 - 629,90
non MVX4i (por 799 euros). Estes três
C C D B C B B C 469,00 - 499,00
modelos gravam em cassete Mini-DV,
C C n.a. B C C C C 349,00 - 429,00 mas pode tratar as imagens no compu-
C B E B C B C C 389,00 - 499,00 tador e depois arquivar em DVD.
C C D B C B C C 398,00 - 449,00 > Se o seu orçamento é mais restrito,
C C D B C C C C 539,00 - 649,00 pode encontrar um aparelho de qua-
C C E B C B C C 265,00 - 429,00 lidade por pouco mais de 500 euros.
C C E B C C C C 399,00
Com um preço muito interessante e um
bom desempenho, a Sony DCR-HC46
C C E B C B C CFD 419,00 - 621,38
(entre € 525,00 e € 649,00) é a nossa
B C E C B C C CFD 525,00 - 690,00
Escolha Acertada. Para os interessados
B C E C C C C CFD 735,00 - 920,00 na câmara de vídeo “dois em um”, que
C C D B C B C CFD 329,00 - 469,00 permite filmar e fotografar, com um
C C E B C B C CFD 277,00 - 389,00 resolução aceitável, a Panasonic NV-
B C E C C C B CFD 448,00 - 610,00 -GS180EG-S (entre € 500,00 e € 709,00)
B C E C D C B CFD 412,00 - 69,00 é também Escolha Acertada. Antes de
comprar, procure o melhor preço.
ory Stick; MS Duo = Memory Stick Duo. (5) Cartão de 16MB fornecido com o aparelho.
D = utilização como webcam.

PROTESTE 274 Novembro 2006 39

 máquinas de lavar loiça
encastráveis

Lentas e ruidosas
Os modelos testados continuam a ter programas
longos e consumos elevados. Se optar pela nossa
Escolha Acertada, pode poupar 600 euros
Pode não vê-las mas elas exis-
tem, ou não fossem já um dos
electrodomésticos mais frequen-
tes nas cozinhas actuais.
Testámos 14 máquinas de lavar
loiça que ficam totalmente in-
tegradas, ou seja, de fora pare-
cem um simples armário.
Estes aparelhos são os mais
apetecíveis do ponto de vista
estético e revelam ser, na maio-
ria dos casos, fáceis de utilizar.
Os programas de lavagem eco-
nómicos são muito demorados,
enquanto que os gerais, apesar
de mais curtos, têm um consu-
mo de energia elevado.

Rapidez ou poupança
> Para avaliar os aparelhos,
testámos o seu comportamento
em dois programas.
O geral (universal, normal, au-
to, entre outras designações,
consoante as marcas) que lava
entre 50 e 65°C e o económico
(bio, eco, etc.) que utiliza uma
temperatura mais baixa (50°C).
Nas máquinas, Miele G 1470
SCVi e Whirpool ADG 7557 só
foi avaliado o primeiro.
No caso da Miele o programa
geral é automático. A própria
máquina permite adaptar a

www.deco.proteste.pt
Consulte os 640
preços que recolhe-
mos em 100 lojas
de 12 distritos

40 PROTESTE 274 Novembro 2006

duração da lavagem, tempe-
ratura da água e pré-lavagem
(se necessário), à sujidade da
loiça. Na Whirpool ADG 7557,
o programa geral utiliza uma
temperatura mais baixa (50°C),
razão pela qual não avaliámos
um segundo.
> A opção económica de la-
vagem procura responder às
preocupações ecológicas e am-
bientais dos consumidores.
Experimentámos estes dois
programas tendo em conta que
correspondem, tanto quanto
possível, a uma utilização co-
mum das máquinas.
Por sua vez, também verificá-
mos se, para a loiça com a
mesma sujidade, os resultados
são muito diferentes.
> Quanto à lavagem, concluí-
mos que, independentemente
do programa utilizado, a maio-
ria das máquinas é muito efi-
caz. Com excepção da Ariston
LI 640 A que chumbou neste
critério, tanto no programa ge-
ral, como no económico.
> A maioria das máquinas me-
lhorou a sua eficácia no progra-
ma económico.
Na opção geral, as máquinas
demoram entre cerca de uma
hora e meia (B) e quase três
horas a lavar a loiça (E).
Neste programa a Indesit foi a
máquina mais rápida (89 minu-
tos) e a Whirpool ADG 7557 a
mais longa (177 minutos).
> No económico, o tempo de
lavagem aumenta na maioria
dos aparelhos. De facto, neste
programa, para diminuir o con-
sumo de água e electricidade,
o fabricante reduz a temperatu-
ra da água (de 65° para 50°C),
compensando com um aumen-
to do tempo de lavagem.
Apenas a máquina da Teka teve
uma duração ligeiramente mais
curta (106 minutos) no progra-
ma económico que no geral BEM EQUIPADAS
(110 minutos).
> Três máquinas destacam-se > Todos os modelos estão bem equipados com características
que podem facilitar a sua utilização. O cesto superior regulável
pelo consumo excessivo de
facilita a arrumação da loiça. Esta possibilidade é bastante útil
água e electricidade (E) no
para lavar copos altos, colocar pratos no cesto superior ou pe-
programa normal. Estes apare- ças maiores no inferior.
lhos passam para um consumo Apenas as máquinas testadas da Balay, Zanussi, Indesit e Teka
consideravelmente mais baixo possuem esta opção.
na opção económica (C). A gaveta para os talheres facilita a lavagem, porque permite
Na maioria das máquinas, os alinhá-los isoladamente.
resultados ao nível do consumo > O temporizador é vantajoso porque permite programar a al-
de água e electricidade são um tura em que o aparelho deve começar, facilitando a lavagem
pouco melhores neste progra- no horário económico. O modelo testado da Miele oferece um
ma, embora a maioria se fique maior intervalo de tempo, pois permite a programação da lava-
gem desde 30 minutos até 24 horas.
pela mediania (C).
> A regulação do sal e do abrilhantador é também muito útil.
Mesmo com uma duração mais
Quanto mais posições a máquina tiver melhor. Se o consumi-
longa é possível, em alguns ca- dor achar que a loiça fica pouco brilhante ou apresenta man-
sos, poupar cerca de 20% de chas de água seca depois da lavagem, poderá ajustar as posi-
energia. ções do sal e do abrilhantador para ter melhores resultados.
Atenção à limpeza
do filtro
> Na caixa ao lado e no quadro Este terceiro
comparativo, apresentamos-lhe tabuleiro permite
pôr os talheres
o equipamento de forma mais um a um.
pormenorizada. Das máquinas
testadas só a
> Em casa, poucos consumido- Miele tem este
res limpam o filtro da máquina equipamento
após cada utilização. Por isso,
e para tornar o nosso teste o
mais próximo da realidade, agi-
mos da mesma forma.
Verificámos que os vestígios
deixados na loiça são mais fre-
quentes, pelo que aconselha-
mos a limpeza do filtro entre
cada lavagem ou, no mínimo,
com alguma frequência (a cada
três utilizações).
> Depois de lavada, convém
que a loiça esteja seca e sem
manchas, o que nem sempre
acontece. O cesto superior
Experimentámos regular a po- regulável facilita a
arrumação da loiça.
sição do abrilhantador para o Mas apenas alguns
máximo e verificámos que, na modelos oferecem
maioria dos casos, o resultado esta possibilidade
final é melhor.
>>
PROTESTE 274 Novembro 2006 41
 >>
Para evitar as manchas de gulação é automática. tados foram no geral positivos. Indesit não tem o indicador de
água, especialmente visíveis Para saber qual a rigidez da Apenas na Ariston LI 700 plus a sal. A ausência deste sinal po-
nos copos, convém regular a água na sua área de residên- loiça apresentou-se ainda com de revelar-se um incómodo da-
quantidade de sal depositada cia, consulte a empresa que pingos de água no fim da lava- do que mesmo ao abrir o reci-
de acordo com a rigidez da fornece a sua casa. gem do programa geral (D). piente é difícil ver a quantidade
água local. Quanto mais dura for a água, > Comum a todos os mode- de produto ainda existente.
Este ajustamento deve ser feito mais sal terá de pôr na máqui- los são as luzes que indicam Os comandos e os avisos lu-
logo na primeira utilização. na de lavar loiça. quando o abrilhantador e o sal minosos, que assinalam a falta
Na máquina da Miele esta re- > No teste à secagem, os resul- acabam. Apenas a máquina da de sal ou abrilhantador, ficam

Whirlpool Whirlpool
ADG 9148/ 1 ADG 7557

M Melhor do Teste
MÁQUINAS DE LAVAR LOIÇA ENCASTRÁVEIS: CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DO TESTE
N Escolha Acertada
L Escolha Económica EQUIPAMENTO PROGRAMA GERAL SEGUNDO PROGRAMA (ECO, BIO, ETC.)
A Muito bom lavagem lavagem
regulação do cesto superior

B Bom
duração duração

Facilidade de utilização
C Médio
arranque programado

D Medíocre

Desempenho total
tempo (minutos)

tempo (minutos)

E Mau
n.a. Não se aplica
apreciação

apreciação
consumo

consumo
secagem

secagem
eficácia

eficácia
brilho

brilho

Marca e modelo

Whirlpool ADG 9148/ 1 V A A B 128 D C A A A 216 E C A B

Bosch SGV 55 M 43 EU V B A B 117 C C A A A 160 E C B B

Siemens SE 65 M 352 EU V B A B 117 C C A A A 160 E C B B

Miele G 1470 SCVi V A A A 139 D D A B

n.a.
Whirlpool ADG 7557 A B A 177 E C A B

AEG-Electrolux F 86080 VI V A A B 118 C E A A B 164 E C A B

Balay 3 VF 911 NB V A B C 111 C C A B B 138 D B B B
Zanussi ZDT 110 V A A B 114 C E A B A 139 D C A B

Zanussi ZDT 200 V V A A B 118 C E A A B 142 D C A B

Fagor LF-073 IT V B C A 134 D C A B A 174 E C B B

Indesit DI 630 A (1) V B B B 89 B C A B B 141 D C B B

Teka DW7 60 FI V V B B C 110 C C B B C 106 C C B B

Ariston LI 700 plus (1) V C C D 96 C C B C A 160 E C B C

Ariston LI 640 A (1) E C C 88 B C D E C 150 D C C C

(1) Modelo em fase final de comercialização.
(2) Tendo em conta o consumo de água, electricidade, detergente, abrilhantador e sal, bem como a amortização do aparelho em 10 anos e considerando 7 lavagens por semana.

42 PROTESTE 274 Novembro 2006

 máquinas de lavar loiça encastráveis

na parte de cima da porta, pelo desvantagem, sobretudo para programa que está em curso
que terá de prestar mais aten- quem prefere fazer as lavagens termine, desperdiçando água e REPRESENTANTES
ção a estes indicadores. à noite, de modo a usufruir da electricidade.
AEG-ELECTROLUX/
tarifa bi-horária (quando a elec- ZANUSSI 21 440 39 00
Máquinas barulhentas tricidade é mais barata). Poupe quase 600 euros www.electrolux.pt
> A maioria das máquinas tes- A Ariston LI 700 plus é, de to- > Os preços das máquinas en- ARISTON/INDESIT 21 723 47 00
www.ariston.pt
tadas são fáceis de utilizar. das, a máquina mais barulhen- castráveis variam muito. Se op-
BALAY/BOSCH/
Integrados no armário, estes ta (E). tar pela Whirpool ADG 9148/1
SIEMENS 21 425 06 00
electrodomésticos até passa- > Quanto à protecção contra (a partir de € 480), a nossa Es- www.balay.pt/bosch.pt/siem-
riam despercebidos, não fosse inundações, todos os apare- colha Acertada, em detrimento nes.pt
o ruído que provocam. lhos estão equipados com uma da Miele G 1470 SCVi vai não FAGOR 21 424 74 00
Este aspecto pode ser uma bomba que retira a água, quan- só poupar 583 euros, como www.fagor.pt

do esta ultrapassa um certo também optar pela máquina MIELE 21 424 81 00

PARA SABER MAIS
> Máquinas de lavar loiça:
PRO TESTE n.º 268, Novem-
bro de 2006.
> Detergentes para a máqui-
na da loiça: PRO TESTE n.º
237, Junho de 2003.
Protecção contra inundações
nível, ou com um sistema que
bloqueia a entrada da água em
caso de fuga.
Também é importante que a
máquina tenha uma sinalização
visível caso este sistema avarie.
Nenhum dos modelos testados
provocou uma inundação.
No entanto, ao testar a bomba
verificámos que, em algumas
máquinas, esta faz com que
a água entre e saia até que o
PREÇO (€)
Julho de 2006
www.miele.pt
que obteve a melhor Aprecia-
TEKA 23 432 95 00
ção Global do teste. www.teka.pt
A Miele custa a partir de WHIRPOOL 21 940 62 00
€ 1063, ou seja, mais do que o www.whirpool.pt
dobro da Whirpool.
Também verificámos grandes
variações de preço de uma loja
para outra.
A Bosch SGV 55 M 43 EU tanto
pode ser comprada por € 660 Madeira. Os preços nas regiões
como a € 950, ou seja, uma di- autónomas são, regra geral,
ferença de 290 euros. mais elevados.
Por esta razão, aconselhamos Por fim, convém não esquecer
a informar-se sobre os preços o custo da montagem do apa-
das diferentes lojas antes de relho que varia em função da
tomar uma decisão. distância e do tempo neces-
> Tenha também em conta que sários. Estas máquinas trazem

na Madeira e nos Açores nem sempre manual de instruções,

sempre é possível encontrar os que segundo os fabricantes são
APRECIAÇÃO
GLOBAL mesmos modelos que estão à bastante fáceis de seguir.
Aquisição Custo
(entre... e...) por lavagem (2) venda em Portugal Continental. Mas se preferir, há lojas que
É o caso das máquinas testa- disponibilizam ou indicam fun-
Ruído

das Bosch e Teka que não fo- cionários para fazer a monta-
100
0

ram encontradas à venda na gem da máquina.

B A AFB 480,00 - 709,00 0,31

B B B 660,00 - 950,00 0,38

B B B 720,00 - 999,00 0,39

B A B 1 063,00 - 1 179,79 0,52

ESCOLHA ACERTADA
C C B 458,00 - 650,00 0,29

C A B 740,00 - 1000,00 0,43

> Testámos 14 máquinas de lavar loiça e verificámos que nem
C B B 443,00 - 629,00 0,29 todas são eficazes. Consumos muito elevados e ruído a mais
C A B 435,00 - 580,00 0,30 são algumas das principais falhas.
C A B 468,00 - 645,00 0,32 > O programa de lavagem económico permite poupar água e
electricidade, mas em contrapartida demora, na maioria dos ca-
C A B 593,00 - 745,00 0,33
sos, muito mais tempo do que o geral.
D C BFC 415,00 - 569,00 0,29 > Dos modelos que comparámos, a Whirpool ADG 9148/ 1 (entre
C B BFC 569,00 - 852,00 0,35 € 480,00 e € 709,00) é simultaneamente a Melhor do Teste e a
nossa Escolha Acertada, tendo em conta a sua relação entre a
E C C 540,00 - 699,00 0,31
qualidade e o preço. Este último título foi também conquistado
D A DFE 435,00 - 629,00 0,30
pela Whirpool ADG 7557 (entre 458 e 650 euros).

PROTESTE 274 Novembro 2006 43

 Dar poder aos consumidores
Através de escolhas conscientes, cada um
de nós pode contribuir para proteger o Planeta
e melhorar as condições de vida das populações

Café, cacau e arroz, entre ou- exemplo de que existem pesso-

tros, são produtos originários
de regiões em vias de desen-
volvimento e cujo comércio é
controlado por uma mão-cheia
de multinacionais. E quem con-
trola, já se sabe, dita as regras
do jogo. Ao longo de anos, o
consumo sem restrições dos re-
cursos naturais e o desrespeito
pelos direitos dos trabalhado-
res têm sido uma constante.
Mas a situação está a mudar.
Vanessa Sequeira, assassina-
da na Amazónia enquanto de-
senvolvia uma pesquisa, é um
as a defender um novo mode-
lo de desenvolvimento, muitas
vezes, com prejuízo da própria
vida. A questão da sustentabi-
lidade, que passa pela respon-
sabilidade social das empresas,
integrando as esferas ambien-
tal, social e económica, já não
pode ser ignorada, nem pelas
multinacionais nem pelas agen-
das políticas. Mesmo assim,
para que o sistema funcione, o
consumidor tem de ser activo,
o que depende de informação
e educação eficazes.

MUDAR O MUNDO
A venda de produtos certificados é reduzida, mas cresce todos
os anos. Eis um resumo dos principais conceitos envolvidos.
> Desenvolvimento sustentável. Visa satisfazer as necessidades
das populações sem prejudicar o ambiente e, assim, o futuro
da Humanidade (combate à pobreza, perda de biodiversidade,
aquecimento global, etc.).
> Responsabilidade social das empresas. As empresas respei-
tam de forma voluntária e transparente critérios ambientais,
sociais e económicos, não só ao nível interno, como também
implicando os intervenientes na cadeia de produção. Os nos-
sos inquéritos junto dos consumidores mostram que estes se
interessam cada vez mais sobre o tema.
> Comércio justo. Assenta em três pilares: pagamento de um
preço justo aos produtores; contratos a longo prazo entre estes
e os importadores; e pagamento antecipado das encomendas.
> Consumo responsável. A voracidade do consumo nos paí-
ses ocidentais traz, muitas vezes, a destruição dos recursos
das regiões mais pobres e uma maior carga horária e piores
condições de segurança para os trabalhadores. O consumo
responsável vai além da qualidade dos produtos, implicando
escolhas baseadas em critérios ambientais e sociais.

44 PROTESTE 274 Novembro 2006


Todos responsáveis
> Atribuir fundos ou patrocinar
iniciativas junto das populações
dos países pobres não basta.
Se o ditado chinês fosse rees-
crito, diria que é mais susten-
tável ensinar a pescar do que
entregar o peixe sem contra-
partidas. A nova dinâmica nas
relações exige que produtores,
empresas e consumidores pas-
sem a ter objectivos comuns.
> As alterações climáticas têm
demonstrado de modo brutal a
necessidade de mudanças nos
processos produtivos. Um dos
pilares dos novos conceitos é a
adopção de práticas de protec-
ção do ambiente (menos emis-
sões de gases, maior controlo
de recursos hídricos, etc.).
> Além disso, se querem fazer
a diferença no plano social,
as empresas devem recusar a
mão-de-obra infantil, dar con-
dições de segurança e higiene,
pagar preços dignos e evitar a
discriminação salarial com ba-
se no sexo, raça ou religião.
> Os consumidores, por sua
vez, podem fazer escolhas res-
ponsáveis, preferindo os artigos
cujo processo de produção res-
peite o ambiente e os direitos
dos trabalhadores e exigindo
informação das empresas.
O respeito pelas condições de trabalho ao longo da cadeia
de produção é uma das bases do desenvolvimento sustentável
ideias para garantir o futuro
PARA SABER MAIS
> Responsabilidade social
das empresas do sector do
café: PRO TESTE n.o 272,
Setembro de 2006.
> Calçado desportivo e cho-
colate: PRO TESTE n.o 266,
Fevereiro de 2006.
> Chocolate preto: PRO TESTE
n.o 262, Outubro de 2005.
Falta de transparência
> Nem sempre as empresas co-
municam as suas políticas de
responsabilidade e, quando o
fazem, clareza e transparência
não são a regra. Esta é a con-
clusão de uma pesquisa pelos
sítios na Net das empresas por-
tuguesas com maior volume de
vendas. Algumas anunciam ac-
ções na área social, ignorando
o ambiente. Outras confundem
responsabilidade social com
patrocínio e mecenato.
> Ainda assim, o mercado está
a mexer e os nossos empre-
sários já perceberam o poder
dos consumidores nas relações
comerciais e que, para serem
bem sucedidos, têm de ir mui-
to além da simples venda de
produtos.
consumo responsável
Portugal mais ético
As empresas portuguesas começam a aderir aos diversos códigos
de conduta que permitem receber certificações e rotulagem na
área ambiental e social. Destacam-se as seguintes.
Eco Management And Audit Scheme (EMAS)
> Minimizar o impacto ambiental das empresas, se
necessário, indo além das exigências legais.
> Mais de 50 certificações (têxteis, pasta de papel,
hotelaria, electrodomésticos e cimentos).
SA8000
> Respeitar as condições de trabalho ao longo da ca-
deia de produção.
> Ainda só 3 certificações (construção, transportes e
alimentação).
Forest Stewardship Council (FSC)
> Garantir que as florestas são geridas de forma sus-
tentável.
> Mais de uma dezena de empresas da pasta de pa-
pel certificadas.
Rótulo ecológico
> Reduzir o impacto ambiental ao longo da cadeia de
produção, contribuindo para o desenvolvimento sus-
tentável.
> Produtos certificados nos sectores das tintas, têxteis
e hotelaria.
Rótulo de comércio justo
> Assegurar, entre outros, um preço mínimo aos pro-
dutores.
> Vários produtos em lojas de comércio justo.
CONSUMIDORES EXIGEM
As certificações, os códigos de conduta
internos e do sector, assim como prá-
ticas no âmbito da responsabilidade
social, são fundamentais para implicar
as empresas num novo modelo de de-
senvolvimento. Mas, em pleno século
XXI, nada disto fará sentido se tais ini-
ciativas se mantiverem no anonimato.
A comunicação é essencial. Só com um
claro conhecimento dos produtos e das
políticas das empresas o consumidor
pode fazer escolhas responsáveis.
PROTESTE 274 Novembro 2006 45
 breves
MENSAGENS
FRAUDULENTAS
> O Instituto do Consumidor aler-
ta para um esquema fraudulento
que tem vindo a ser efectuado
através da Internet. A entidade
avisa que estão a ser enviadas
mensagens para as caixas de
correio electrónicas de clientes
(particulares e colectivos) de ins-
tituições de crédito que se refe-
rem a uma alegada “reactivação
das contas”.
> Através da utilização indevida
do nome e do logótipo de uma
instituição bancária, a mensagem
solicita que seja preenchido um
formulário de confirmação dos
dados da respectiva conta.
> O Instituto do Consumidor
chama assim a atenção do pú-
blico para o que parece ser um
esquema fraudulento, destinado
a obter dados pessoais e confi-
denciais.
O Instituto do Consumidor reco-
menda, acima de tudo, que não
preencham o formulário e que se
certifiquem, junto das respecti-
vas instituições, sobre a veraci-
dade das mensagens recebidas.
CASTANHAS
QUENTES E BOAS
> Com o Outono chega a época
das castanhas. Este é um fruto
muito popular, sobretudo na al-
tura do São Martinho.
> Cruas, secas, assadas ou cozi-
das, as castanhas são nutritivas
e contêm uma boa quantidade de
vitamina B1 e de sais minerais.
O fruto do castanheiro pode ser
utilizado na culinária, a acompa-
nhar os assados, por exemplo.
Rica em hidratos de carbono e
com alto teor de água, a casta-
nha é pobre em gordura mas de
difícil digestão.
46 PROTESTE 274 Novembro 2006
BARULHO
FORA DE
HORAS
Medimos o ruído
junto a 15 vias
de grande tráfego e
os resultados foram
ensurdecedores
> Na TESTE SAÚDE n.º 63, de Ou-
tubro, seleccionámos 15 zonas,
perto de habitações e vias de
trânsito intenso, distribuídas por
Porto, Lisboa e Albufeira.
Aí medimos os níveis de ruído,
durante os períodos diurno e
nocturno nos passados meses
Grande parte dos portugueses
convive com o ruído ilegal
de Junho e Julho. A lei estabe-
lece que, em zonas mistas (com
habitações, comércio e serviços),
o ruído ambiente global não po-
de ser superior a 65 DB(A).
No período nocturno entre a
meia noite e as 7 horas, o limite
é de 55 decibéis.
Em 13 dos 15 locais, concluímos
que não eram cumpridos os li-
mites de ruído ambiente exterior
durante a noite (55 dB(A)) e que
seis ultrapassam os 65 dB(A) du-
rante o dia.
Em Miraflores (Oeiras), durante
24 horas, junto a prédios novos
e considerados de qualidade su-
perior, o nível sonoro à noite ex-
cede o valor legal. Os principais
culpados pelo intenso ruído nos
locais avaliados são a A1, a 2.ª
circular, o IC19, a A5, CRIL, entre
outros.
Em Barcarena (Oeiras), junto à
A9, os níveis legais são cumpri-
dos, devido à barreira acústica
que reduz as emissões de ruído.
No Porto, a zona que mais in-
fracções comete é a da Boavista.
A principal fonte de ruído é o
tráfego da VCI, em que os níveis
atingem à noite os 61,3 dB(A).
> O combate ao ruído de tráfego
rodoviário está a cargo das au-
toridades locais. Medidas como
promover a utilização de trans-
portes públicos, condicionar a
utilização de vias com grande
afluência de trânsito, trocar os
pavimentos das estradas por as-
falto mais suave e instalar bar-
reiras acústicas nas bermas das
vias podem fazer toda a diferen-
ça. As empresas de construção
devem, por sua vez, garantir que
as habitações cumpram os requi-
sitos obrigatórios de isolamento
acústico.
> Dormir é uma necessidade bio-
lógica, que permite restabelecer
o nosso organismo. Uma noite
mal dormida pode ter conse-
quências durante o dia: sono-
lência, dores de cabeça, falta de
concentração e irritabilidade são
alguns dos problemas. À noite
o ruído pode, muitas vezes, ser
causado por acontecimentos iso-
lados, mas mais preocupante é
quando este se torna um hábi-
to incontornável. Os casos mais
graves têm surgido junto às prin-
cipais vias de tráfego e nos gran-
des centros urbanos. P
CARTAS PARA RECLAMAR COM SUCESSO
Saber quando e a quem reclamar é indispensável para defender os seus
direitos. Queixar-se tarde e à entidade errada é o caminho para o fracasso

> Um consumidor bem infor-
mado está mais protegido, pois
pode defender-se de forma mais
eficaz. Depois de conhecer os
seus direitos, é importante saber
exigir, de forma clara e precisa,
que estes sejam respeitados.
Para isso, não basta ter razão.
Na maioria das situações, é pre-
ciso fazer com que os outros per-
cebam que temos razão.
> Um acidente de automóvel
numa bela manhã de domingo,
uma avaria num aparelho acaba-
do de comprar ou uma intoxica-
ção alimentar no seu restaurante
favorito: de um momento para o
outro, pode ser confrontado com
uma destas situações. Infeliz-
mente, não há soluções fáceis,
mas com o nosso guia prático
200 Modelos de Cartas pode sa-
ber como proceder perante qual-
quer um destes problemas.
> O livro apresenta 200 exem-
plos de como solucionar, de
forma eficaz, alguns conflitos do
quotidiano. E é acompanhado
por uma ferramenta multimédia
muito útil: um CD-ROM que o
ajudará a encontrar facilmen-
te os documentos que procura,
adaptá-los à sua situação e im-
primi-los num abrir e fechar de
olhos.
> Este guia prático pretende
mostrar-lhe como colocar por
escrito as suas queixas e reivin-
dicações, através de exemplos
simples, mas rigorosos.
Sugerimos que comece por ler o
capítulo Como defender os seus
direitos? Aí encontrará conselhos
práticos gerais e úteis para diver-
sas situações.
> No índice dos modelos de
cartas encontra de forma rápida
a carta que pretende. Mas não
deixe de ler o texto introdutório
de cada uma delas. O seu caso,
mesmo que lhe pareça seme- Encomendas
lhante, pode não estar sujeito Telefone: 808 200 146
Correio electrónico:
aos mesmos prazos ou à mesma assinaturas@deco.proteste.pt
lei do exemplo dado no livro. P Loja virtual: www.deco.proteste.pt/loja

CHUPETA ESCONDE PERIGOS

Tenha cuidado ao escolher a chucha do seu
bebé. Verifique se tem furos de ventilação
e se a corrente não é muito comprida

> A chucha é para a grande for alérgico ou sensível ao látex.

maioria dos bebés um elemento
de conforto e segurança.
Mas também está associada a
problemas dentários (quando
usada por muito tempo) e a oti-
tes. Por isso, deve restringir-se o
uso desta em crianças com oti-
tes frequentes.
Ao comprar a chucha para o seu
filho tenha em atenção alguns
aspectos e mantenha alguns cui-
dados no dia-a-dia.
> As chuchas podem ser de látex
ou silicone. Enquanto o látex é
mais flexível e suave, o silicone
é o mais indicado se o seu filho
Verifique se a chucha possui
furos de ventilação suficientes,
para deixar o bebé respirar, se
esta ficar acidentalmente presa
na boca.
> Outro elemento que não pode
descurar é a corrente que prende
a chucha à roupa. Esta não po-
de ser muito comprida, havendo
o perigo de se enrolar à volta
do pescoço do bebé e causar
asfixia.
> Confira regularmente a condi-
ção da chucha. Veja se está es-
tragada ou muito gasta e não es-
queça a sua limpeza diária. P

PROTESTE 274 Novembro 2006 47

 breves
NUMA SALA MUITO
PERTO DE SI
Para melhor usufruir
do seu conjunto de
cinema, ajudamos-lhe
a instalá-lo
em sua casa
> Assistir a um bom filme é sem-
pre aliciante para os amantes de
cinema. Melhor ainda se o pude-
rem fazer no conforto do lar.
Para recriar o efeito cinematográ-
fico na sua sala de estar, pode
comprar um kit de cinema em ca-
sa (veja o nosso último teste na
edição n.º 273, de Outubro). A
forma como este é instalado po-
de fazer toda a diferença na hora
de ver o seu filme preferido.
> Alguns fabricantes dão suges-
tões para a disposição das co-
lunas do kit de cinema em casa,
pelo que deve começar por ex-
perimentá-las.
Para um som de maior qualida-
de, as colunas devem ser coloca-
das à mesma distância do local
de audição (em princípio, o sofá)
e à altura dos ouvidos.
Estas devem estar espalhadas
pela sala, numa espécie de cír-
culo em relação ao ponto de re-
cepção do som.
> Por vezes as colunas traseiras
são colocadas junto ao sofá,
muito mais próximas que as res-
tantes. Para evitar que o som de
cada coluna chegue em alturas
diferentes, regule os tempos de
atraso. O volume terá também
que ser regulado em cada uma
48 PROTESTE 274 Novembro 2006
MAIS RECICLAGEM
PRECISA-SE
> Portugal é o país que recicla
menos lixo dentro da União Eu-
ropeia a Quinze. Um estudo da
British Institute for Public Policy
Research avança que apenas 3%
do lixo que produzimos é recicla-
do. Em contrapartida, os portu-
gueses são o segundo povo que
menos lixo produz entre os paí-
ses analisados: um total de 434
quilos anuais por pessoa.
COMIDA SAUDÁVEL
NA ESCOLA
TV > As novas regras para uma ali-
mentação saudável nas escolas
excluem os fritos e limitam a
Central Receptor Sub- oferta de chocolates, bolos, ge-
woofer
l Fr lados, entre outros, nos seus bu-
nta a dironta
Fro uerd eit l fets (bares) e máquinas de venda
esq a
automática.
> O Ministério da Educação pre-
tende avançar com as novas re-
gras alimentares nas escolas,
ainda este ano lectivo. E avança
SISTEMA CLÁSSICO que será o início de um esforço
continuado que exige um forte
empenhamento dos pais (ver
também página 8 desta edição).
Tras
eira dire eira
Trasuerda ita
esq CORREIO MAIS LEVE
> Se está farto da publicidade
endereçada que todos os dias en-
Uma correcta disposição de todas as colunas
requer paciência e um bom ouvido chem a sua caixa de correio, con-
tacte a Associação Portuguesa de
Marketing Directo (Apartado 310,
2796-094, Linda-a-Velha).
para que seja uniforme. Estes televisor, ao mesmo nível das > Assim, passará a constar de
ajustes requerem alguma paci- restantes colunas do conjunto. uma lista de oposição e terá a
ência e bom ouvido. Alguns apa- > Alguns fabricantes anunciam garantia de que, pelo menos as
relhos trazem um microfone que que o subwoofer (coluna dos empresas associadas da entida-
regula de forma automática estes sons graves) pode ser posta em de, não voltarão a incomodá-lo.
elementos. qualquer local. Mas o melhor sí- Outra solução passa por contac-
A coluna central deve ser colo- tio é, de facto, junto ao televisor, tar directamente a empresa que
cada por cima ou por baixo do entre as colunas da frente. P lhe envia a correspondência.
PRO TESTE sempre
REPARAÇÃO
COM GARANTIA
Devido ao uso intensivo do seu
carro, da Renault, o nosso leitor
S.F., de Ourém, tinha interesse
no apoio lombar do assento.
Em Abril do ano passado,
enviou-o para a oficina (Lizauto,
em Leiria) e, entre outros, pediu
para que aquele dispositivo
fosse rectificado. Mas, menos de
quatro meses depois, na viagem
que o levaria de férias, a peça
deixou de funcionar.
Por estar de férias, dirigiu-se a
um concessionário da Renault
em Braga, a Confiauto.
Aí, explicou que a peça tinha
sido reparada menos de quatro
meses antes. Foi informado de
que a garantia da reparação
ainda se encontrava em vigor,
pelo que nada teria a pagar, se
apresentasse cópia da factura.
S.F. lá conseguiu que lhe
enviassem o documento por fax
a partir de Ourém. Mas, depois,
a Confiauto disse-lhe que a peça
estava partida e deveria ser
trocada. Como tal, o leitor teria
de pagá-la. Acabou por fazê-lo,
mas, porque a reparação estava
na garantia, exigiu da Lizauto o
desconto do montante gasto
em revisões ao carro.
O concessionário recusou,
alegando que o problema estava
na peça e não na reparação.
O leitor resolveu contactar a
Renault, que, embora não tenha
reconhecido responsabilidade,
se dispôs a converter 90% do
dinheiro pago em reparações ou
produtos. Todos os produtos têm
garantia de dois anos. Se, nesse
período, avariarem e precisarem
de reparação, a garantia é
interrompida para só ser
retomada quando são entregues.
Quanto às reparações, mesmo
fora da garantia, beneficiam
de um prazo em que, se algo
acontecer, o cliente tem direito
a nova intervenção sem mais
custos. Para exigir a correcção de
defeitos visíveis, tem um ano a
contar da reparação.
Tratando-se de defeitos ocultos,
este período passa para o dobro.
Este caso resolveu-se a contento
do leitor. Esgotadas todas as
opções extrajudiciais, uma
solução mais rápida e barata do
que os tribunais é o Centro de
Arbitragem do Sector Automóvel
(21 795 16 96). N
CAMA ESPANHOLA
MAIS SONOLENTA
Precisando de uma cama
para criança, em Maio do ano
passado, a nossa leitora E.O.,
de Setúbal, deslocou-se à loja
Teljorge, também na cidade
sadina, onde pagou um sinal
de 150 euros.
O móvel foi-lhe prometido para
um mês e meio mais tarde.
Mas o tempo passou e nada
aconteceu. Os telefonemas e as
cartas sucederam-se. A leitora
exigia a entrega do bem ou a
devolução do sinal, enquanto
que a empresa ia prometendo
novas datas, que nunca eram
cumpridas. Justificação: a cama
era feita em Espanha…
Já no início de Outubro, E.O.
enviou nova carta, ameaçando
que nos entregaria o caso, se a
situação não fosse regularizada.
E assim fez.
Perante uma situação de atraso
na entrega de um produto, se
perder o interesse no negócio,
tem direito ao dobro do sinal
(isto se a nota de encomenda
referir expressamente que o
consumidor adiantou uma
quantia a título de sinal).
Por isso, não deixe de reclamar.
A lei está do seu lado. N
DEVOLUÇÃO TARDIA
à Venca uma carta registada,
com aviso de recepção, a dar
Em Março de 2005, a nossa oito dias para a devolução
leitora E.F., da Charneca da do dinheiro. Como a empresa
Caparica, encomendou alguns persistiu no desrespeito pelos
produtos à Venca, tendo pago seus direitos, contactou-nos
por Multibanco 22,73 euros. para que a ajudássemos.
Como os produtos nunca Só em Junho a Venca nos
mais chegavam, contactou a respondeu, desculpando-se
empresa e foi informada de pelo atraso e justificando o
que iriam ser enviados contra- sucedido à “estimada cliente”
-reembolso. Para levantar a através de um “extravio na
encomenda, teria de pagá-la de encomenda”. E acabou por
novo e suportar um adicional devolver-lhe o dinheiro.
pelo facto de a modalidade ser Nas vendas à distância, tem 14
contra-reembolso. Após alguma dias para avaliar se o produto
argumentação, a empresa lhe interessa ou desistir. Se o
repetiu a encomenda, que, vendedor omitir informações
afinal, bastaria ser levantada nos essenciais, o prazo é alargado
correios, sem custos extra. para três meses. Até 30 dias
Mas, como se passaram após a rescisão do contrato,
semanas e esta encomenda o cliente deve reaver o seu
tardava em chegar, E.F. telefonou dinheiro e devolver os produtos
para a empresa e anulou o em bom estado. Pense bem
pedido. Só que o reembolso, antes de pagar adiantado.
sempre prometido para os 8 a Nas vendas por catálogo,
15 dias seguintes não foi feito. só pague quando levantar
Já em meados de Abril, enviou os produtos nos correios. N
Deolinda Maria Marques Dias
Largo do Jardim, n.o 3, 1.o Dt.o
4019-123 Porto
Compra & Leva
Rua do Comércio, Lote 4
3000-456 Coimbra
ção
Carta registada, com aviso de recep
Porto, 1 de Dezembro de 2006
do, adquirido a 28 de No-
Assunto: devolução de um vesti
vembro de 2006
Ex.mos Srs.,
que regula as vendas à
Ao abrigo do disposto na legislação
por este meio resol ver o contrato relativo à
distância, venho
to acim a refer ido. Ness e sentido, procede-
compra do produ
rei à devolução da merc adori a.
ma, solicito-vos que me
Ainda de acordo com o mesmo diplo
restit uído o valor da enco mend a, no montante de € 45,
seja
lução, no valor de € 2, per-
acrescido das despesas de devo
do um total de € 47, no prazo máximo de 30 dias.
fazen
Sem outro assunto, subscrevo-me,
Deolinda Marques Dias
Para anular um contrato de uma venda à distância
e reaver a quantia gasta, envie uma carta idêntica
PROTESTE 274 Novembro 2006 49
 PRO TESTE sempre
BLOQUEIO
NA INTERNET
Em finais de Dezembro de 2004,
o nosso leitor M.M., do Porto,
subscreveu o serviço OniDuo,
que, além de telefone em acesso
directo, lhe permitiria navegar na
Internet. A linha telefónica ficou
operacional no início de Janeiro
e M.M. pôde logo começar a
fazer chamadas.
Já o serviço ADSL 512 kbps, que
deveria ter sido activado em
nove dias, acabou por sê-lo nove
meses depois…
Durante este período, decorreu
uma verdadeira novela, em que,
infelizmente, o protagonista
foi o nosso leitor. A princípio,
disseram-lhe que o modem
deveria estar mal instalado.
Em seguida, já seria uma avaria
no equipamento de casa ou
no próprio modem. A hipótese
seguinte, e muitos telefonemas
depois, foi a palavras-passe ter
sido activada em nome de outro
cliente. Já íamos em Fevereiro e
a Oni prometia máxima urgência.
Os contactos com a empresa
sucederam-se, mas o problema
continuava por resolver e eis
que, num abrir e fechar de olhos,
chegávamos a Abril, com a Oni
a manter a promessa de uma
solução urgente.
Mas M.M. resolveu contra-atacar
e escreveu-nos.
Podemos dizer que, da nossa
parte, também não foi fácil.
Tivemos de usar de toda a
persistência até obtermos
uma resposta, que chegou
em Setembro.
A Oni acabou por pedir
desculpas ao leitor, fazer
a ligação e efectuar a
compensação na mensalidade,
pelos meses em que o serviço
não tinha sido utilizado.
Mas o ideal teria sido mesmo,
que, além da compensação,
M.M. tivesse sido também
50 PROTESTE 274 Novembro 2006
indemnizado pelo tempo em que
não utilizou o serviço. No artigo
da página 13 desta edição, pode
consultar a nossa mais recente
análise aos fornecedores de
acesso à Net móvel. N
FOTÓGRAFO
EM FUGA
Estávamos em finais de 2004,
quando os nossos leitores
S.C. e J.P., a alguns meses do
casamento, resolveram contratar
os serviços do fotógrafo Hélio
Félix, com estúdio no Barreiro.
Por um serviço que incluía 200
fotografias, álbum de provas e
uma reportagem em vídeo, foi
acordado um preço de 1500
euros. Na assinatura do contrato,
pagaram 10% deste valor.
Pouco antes do casamento, que
ocorreu em Agosto de 2005,
o fotógrafo tirou imagens da
noiva numa prova do vestido.
Já no grande dia, fez o seu
trabalho normalmente, tendo
cobrado metade do montante
do orçamento (€ 750), mas não
passou factura ao casal.
Nesse momento, comprometeu-
-se a entregar as provas no prazo
de uma semana e as 200 fotos e
o vídeo no período de um mês a
contar da data dos pedidos.
Expirados os prazos, os nossos
leitores tentaram, por diversas
vezes e meios, contactar Hélio
Félix, mas em vão. Este nunca
atendeu o telemóvel e, quando
se deslocaram ao Barreiro,
verificaram que o estúdio já
não existia. Apenas em duas
ocasiões respondeu às inúmeras
mensagens electrónicas enviadas
pelo casal, uma das quais para
dizer que estava muito ocupado
a fotografar eventos de moda e
a realizar trabalhos para um livro
que ia publicar. Mesmo assim,
prometia entregar as provas,
no máximo, em duas semanas.
Quanto ao resto do trabalho,
até ao final de 2005, não lhe
seria possível terminá-lo.
O casal soube, entretanto,
que se tinha mudado para
um estúdio em Lisboa. Tentou
localizar o fotógrafo, mas sempre
que se deslocou às novas
instalações, nunca o encontrou.
Os nossos leitores
pagaram ao fotógrafo
10% do valor
do orçamento e, mais
tarde, 50%, num total
de 900 euros.
Só receberam factura
da primeira tranche.
Mais de um ano
e meio depois do
casamento, ainda
nem sequer viram as
fotografias e o vídeo
Já no início de Novembro, e
cansados da situação, S.C. e J.P.
pediram a nossa intervenção.
Porém, quase um ano depois,
Hélio Félix não deu sinal de vida.
Os nossos leitores pagaram
€ 900 e não receberam uma
imagem sequer. Além disso,
não lhes foi entregue recibo
relativo a 750 euros.
Ora, por cada produto ou serviço
que compra, o consumidor tem
direito a uma factura, entre
outros, com a identificação
das partes, a descrição dos
bens e o preço por unidade
e total. Mas, mesmo que não
lhe seja entregue no momento,
ainda pode exigi-la através de
carta registada, com aviso de
recepção. Se o vendedor ou
prestador de serviços não a
emitir no prazo de cinco dias,
sujeita-se a uma contra-
-ordenação fiscal.
O consumidor poderá denunciá-
-lo junto da Direcção-Geral
dos Impostos ou do serviço
de finanças da sua área de
residência.
Este caso torna-se de difícil
solução, pois o fotógrafo cortou
todas as vias de diálogo e não
demonstra interesse em resolver
o assunto.
Uma possibilidade seria exigir
a devolução do dinheiro, na
medida em que o trabalho não
foi entregue. Mas, tendo em
conta que se trata de imagens
irrepetíveis, relativas a um dia
muito especial, é óbvio que
os leitores estão sobretudo
interessados em obrigar Hélio
Félix a entregar-lhes as fotos
e o vídeo. Como tal, poderão
primeiro recorrer a um centro
de arbitragem de conflitos de
consumo. Se o problema não
ficar resolvido, terão de contratar
um advogado e levar o caso a
tribunal, onde poderão também
reclamar uma indemnização
pelos danos morais sofridos. N
PISCINA COM
ATRASO OLÍMPICO
O nosso leitor J.C., do Barreiro,
mandou construir uma piscina
e uma casa de apoio no seu
monte alentejano, localizado na
região do Redondo. No princípio
de Julho de 2004, adjudicou
a obra à Aqualudus, que lhe
apresentou um orçamento
superior a 38 mil euros.
A empresa comprometeu-se
a terminar os trabalhos (que
durariam cerca de 15 dias)
no início de Setembro.
Mas os problemas começaram
de imediato, pois as obras
arrancaram no momento em
que deveriam ter terminado,
o que até seria de menos, se
tudo tivesse sido correctamente
efectuado.
Manuel Calado
Rua do Vale de Cima, n.º 37
7440-999 Alter do Chão
ção
Carta registada, com aviso de recep
de 2006
Alter do Chão, 15 de Novembro
obras
Assunto: atraso na realização de
Durante a construção, foram
detectadas diversas deficiências
técnicas: problemas com a
qualidade do betão, desrespeito
pelo tempo de espera entre
as várias fases de betonagem,
rebentamento de tubos do
circuito de água durante o
teste de pressão, deficiente
escoamento das águas no
passeio em torno da piscina,
enfim, como nas famosas Leis
de Murphy, aconteceu tudo o
que havia para acontecer.
Estas complicações, confirmadas
pelo encarregado da Aqualudus,
tiveram como consequência
o olímpico desrespeito pelos
prazos. A gerente da empresa
ia sempre dando 15 dias
para finalizar a obra, que,
contudo, eram sistematicamente
desrespeitados. Pior ainda:
Ex.mo Sr. Jorge Oliveira
Travessa do Faz-tudo, n.º 20
7440-888 Alter do Chão
apesar de a obra ter sido
quase abandonada, a J.C., iam
sendo exigidas as tranches
combinadas. E o leitor, na
esperança de que tal pudesse
desbloquear a situação, ia
pagando.
Mesmo com uma abundante
troca de correspondência
exigindo a conclusão da obra, a
Aqualudus agia como se a razão
estivesse do seu lado.
A dado momento, propôs até
o fim do contrato, que o leitor
recusou. Mas o mais curioso foi,
em Maio de 2005, enviar uma
carta em que afirmava que obra
estava concluída.
Toda esta situação fez com que o
leitor se sentisse profundamente
lesado, tanto mais que, para
acompanhar o andamento dos
trabalhos, acabou por prejudicar
a sua vida profissional.
Para prevenir conflitos, o aviso de recepção, como a que
ideal é assinar um contrato apresentamos, dando um prazo
com data para início e para concluir a obra.
Se este não for respeitado, pode
conclusão das obras, prevendo
uma indemnização para o exigir o fim do contrato ou uma
consumidor em caso de atrasos. indemnização. No último caso,
Quando não há contrato e as o mais certo é ter de contratar
coisas correm mal, poderá um advogado e recorrer aos
enviar uma carta registada, com tribunais. N

Ex.mo Sr.,
No dia 1 de Setembro, acordámos
ação
que, até ao final daquele mês, a
do telhado da minha moradia.
19 MESES SEM GÁS
sua empr esa proce deria à repar
lhos ainda estão bastante atra- Em Julho de 2004, o nosso leitor A.T., de Sintra, celebrou um contrato
Já estamos em Novembro e os traba
sados, pelo que chove dentro de
casa. de fornecimento com a Lisboagás. Mas, em meados de Outubro de
de
vária ordem, pois, não só tenho 2005, ainda não tinha sido contactado, para combinarem uma data
O atraso causa-me prejuízos de ões em resta urantes com
iares e fazer refeiç
habitar em casa de famil para a instalação das tubagens. O leitor escreveu à Lisboagás, dando
liário e demais recheio estão a
alguma regularidade, como o mobi 10 dias para regularizar a situação e contactou-nos, pedindo ajuda.
que pass a.
degradar-se a cada dia
r que a obra seja concluída até ao Apesar da insistência, só em Janeiro deste ano, recebemos notícias.
Assim, venho por este meio exigi
30 de Nove mbro , reser vando-me desde já o direito de Dizia que, segundo os seus registos, o cliente teria desistido, pelo que
próximo dia
de outra empr esa, impu tando a V. Ex.a os respecti-
solicitá-la junto entretanto tiver de gastar não tinha sido prevista a instalação de infra-estruturas na sua casa.
bem como os mont antes que
vos custos, Acrescentava que tinha contactado A.T. e que, como este mantinha
devido ao atras o na refer ida obra.
o interesse no contrato, prometia o início das obras para a primeira
Sem outro assunto, subscrevo-me,
quinzena de Janeiro. Mas só em Fevereiro o leitor teve a instalação
Manuel Calado concluída e inspeccionada. É inadmissível que A.T. tenha ficado durante
19 meses sem um serviço público e essencial. Em casos idênticos,
envie uma carta registada, com aviso de recepção, expondo os factos
A construção desta piscina foi uma sucessão de erros, que se traduziu
no desrespeito brutal pelos prazos. Para resolver casos idênticos, e dando um prazo. Se não obtiver resultados, contacte-nos, para que
siga este modelo de carta possamos pressionar a empresa e chegar a um desfecho positivo. N

PROTESTE 274 Novembro 2006 51

 passar a palavra

ELEIÇÕES NA DECO LESADOS DO CASO AFINSA À ESPERA

e Porto. Daqui resultaram mais
Coimbra de 27oo processos, num valor
Nos termos do Regulamento das pelo correio, para a sede da de- próximo de 62 milhões e 500 mil
Delegações Regionais, convoca- legação (R. Padre Estevão Cabral, euros, enviados para Espanha,
-se a Assembleia da Delegação 79, 5.º, sala 504, 3000-317 Coim- a cargo da nossa associação
Regional de Coimbra, abrangen- bra) até 1o de Dezembro. de consumidores congénere, a
do os associados da DECO, resi- Para esclarecimento dos associa- OCU, que interveio no processo
dentes nos distritos de Coimbra, dos, transcrevem-se os artigos de reclamação de créditos da
Viseu, Guarda e Aveiro, para 15 do Regulamento das Delegações Afinsa. Aguardam-se, agora, as
de Dezembro, pelas 20 horas, Regionais. Espera-se a maior decisões dos tribunais.
na sede da delegação da DECO, participação para este acto elei- > Como a sede da Afinsa era em
com um ponto único na ordem de toral dos sócios residentes nos Espanha, e como a lei portugue-
trabalhos: distritos da área geográfica de sa não permite que associações
- eleição da direcção e da mesa actuação da delegação regional. de consumidores representem
da Assembleia da Delegação pa- Coimbra, 1 de Setembro de 2006, investidores em processos de
ra o triénio 2007-2009. O presidente da mesa da Assem- insolvência, celebrámos um pro-
As listas deverão ser remetidas, bleia-Geral, Paulo Mota Pinto. P tocolo com a OCU. A nossa asso-
ciação comprometeu-se a repre-
sentar os credores portugueses
Regulamento das Delegações Regionais > Cerca de 3 mil telefonemas em igualdade de circunstâncias
Art.° 5.º sobre o caso Afinsa chegaram à com os investidores espanhóis.
1. A Assembleia Geral é constituída por associados da DECO re- DECO entre 18 de Julho e 31 de > A Afinsa surgiu nos anos 80,
sidentes na área geográfica da direcção regional que estejam no Agosto, data-limite para os asso- em Portugal, dedicando-se, en-
pleno gozo dos seus direitos sociais. ciados e consumidores lesados tre outros, à comercialização de
2. Compete à Assembleia-Geral eleger a mesa da Assembleia- entregarem toda a documenta- selos. Mas os contratos eram ce-
Geral e a direcção da Delegação Regional, em votação secreta, ção. No mesmo período, a DECO lebrados com a sede, em Espa-
por listas fechadas. atendeu mais de 2600 consumi- nha, onde a empresa foi decre-
4. A Assembleia Geral é dirigida por uma mesa formada por 1 dores nas instalações de Lisboa tada insolvente. P
presidente e 2 secretários.
Art.° 6.º
1. A direcção é constituída por 5 ou 7 membros, assumido o car-
go de presidente o primeiro elemento da lista.
ENCONTROS COM SUMO
Porto Os Encontros Com Sumo, inicia- As sessões decorrem em horário
De acordo com a alínea a) do h, 5.° andar, 4050-610 no Porto) tiva da DECO, contam com a co- pós-laboral, após as 18 horas.
número 2 do art.° 5.º do Regula- até 30 dias antes da data estabe- laboração da Área Metropolitana Em Novembro, a única excepção
mento das Delegações Regionais lecida para as eleições. de Lisboa. A inscrição é gratuita cabe ao encontro sobre os cui-
e dos nºs. 1 e 2 do Regulamento A divulgação das candidaturas e pode ser feita por correio elec- dados a ter na compra a crédito,
Eleitoral, convoca-se a Assem- aceites, deverá ser feita até 15 trónico (formacao@deco.pt) ou cuja sessão decorrerá a partir
bleia-Geral da Delegação para dias antes da data das eleições. ainda por telefone (21 371 02 39). das 17 horas. P
o dia 8 de Janeiro de 2007, das Só poderá usar o direito de voto,
14h00 às 20h00, na sede da De- o associado que esteja no pleno ENCONTROS COM SUMO EM NOVEMBRO
legação Regional, com um ponto gozo dos seus direitos sociais.
único na ordem de trabalhos: O prazo para a respectiva regu- Tema Cidade Dia
- eleição dos Órgãos Sociais para larização não poderá ser inferior Condomínio Odivelas 8
o triénio 2007/2009. a 48 horas da data das eleições.
Compra de casa Sesimbra 10
As listas de candidatura deverão O Presidente da Mesa da Assem-
ser remetidas para a sede da De- bleia-Geral, António Alfredo Costa Segurança alimentar Sesimbra 17
legação (Rua da Torrinha nº. 228 Teixeira. P
Compra a crédito Vila Franca de Xira 23

52 PROTESTE 274 Novembro 2006

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vestir, e com base nas suas res-
postas, é possível saber qual o
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produtos disponíveis. P
CONSUMIDORES DE TODO O MUNDO
EVENTOS DESPORTIVOS:
COMIDA COM PROBLEMAS
O panorama da comida servida em acon-
tecimentos desportivos não é famoso.
A revista australiana para a defesa do
consumidor, Choice, na sua edição de
Agosto, foi a seis destes eventos e en-
controu alguns problemas. Embora a
maioria da comida fosse segura, em 5
das 84 amostras de comida testada ha-
via bactéria em níveis preocupantes que indicam descuido nas
práticas de manuseamento dos alimentos. Alguns locais precisam
de melhorar tais aspectos para evitar problemas futuros.
PIMENTOS COM PESTICIDAS
A revista suíça de defesa dos consumido-
res, J’Achète Mieux, testou, em Setembro,
15 amostras de pimentos de várias lojas,
com o objectivo de saber se tinham pesti-
cidas. Os resultados, mesmo assim, não
foram muito preocupantes: sete amos-
tras não tinham resíduos. Contudo, um
pimento de agricultura biológica tinha
resíduos acima do permitido, o que pode
significar que foi contaminado por produtos de agricultura tradi-
cional. Já em 2002 (PRO TESTE n.º 223) testámos pêras e tomates
e, na altura, encontrámos resíduos de pesticidas, embora dentro
de níveis aceitáveis.
ALIMENTOS ESPECIAIS,
EXAGERO DOS FABRICANTES
Muitas marcas alegam que os alimentos
que comercializam possuem benefícios
para a saúde, além do seu conteúdo
nutricional, aconselhando mesmo os
consumidores a ingerir determinadas
porções por dia. A Which?, revista in-
glesa de defesa do consumidor, colo-
cou um desafio a duas famílias: comer,
durante um mês, dez alimentos (frutos secos, chá verde, cho-
colate preto ou morangos) na dose indicada pelo fabricante.
As reacções foram um pouco diferentes, mas iguais em conside-
rarem que tal regime era difícil de manter, monótono, mais caro
e, por vezes, mais calórico. Grande conclusão: se não se praticar
uma alimentação variada, não é a ingestão destes produtos que
a vai tornar mais saudável. P
PROTESTE 274 Novembro 2006 53
índice
Este índice inclui os principais testes e estudos Carregadores e pilhas 271 06 G Q
publicados na PRO TESTE até à presente edição. Casa: Gás: Queijo:
Os assuntos estão apresentados por ordem al- – conforto térmico 254 05 – segurança das instalações 262 05 – conservar (R) 257 05
fabética, sendo indicados a edição (REV) e o ano – isolamento acústico 252 04 – tarifas 263 05 – flamengo 256 05
em que foram publicados. Os temas tratados – pintar (cuidados a ter) (R) 244 04 Gravação: – ralado 252 04
numa pequena rubrica (e não no âmbito de um – qualidade de construção 251 04 – de vídeo 245 04
estudo mais exaustivo) estão assinalados (R). Centros de inspecção automóvel 272 06 – digital (R) 265 06 R
Chocolate preto 262 05 – gravadores de DVD 264 05 Reciclagem:
Chupetas (cuidados a ter) (R) 274 06 Guia de Preços 264 05 – pilhas 256 05
ASSUNTO REV ANO Cinema em casa: – plástico (R) 266 06
– ecrãs 248 04 H – pneus 266 06
– como instalar um kit (R) 274 06 Hambúrgueres 266 06 Refeições dos hospitais 263 05
A – kits 273 06 Hábitos alimentares (inquérito) 272 06 Responsabilidade social das empresas:
Acidentes domésticos 258 05 Colchão e almofada (R) 256 05 Hipermercados (impacto ambiental) 268 06 – automóveis 246 04
Acrilamida nas batatas 254 05 Colunas de som 251 04 Hospitais: – bolas de futebol (R) 270 06
Agências de viagens: Combustíveis alternativos 274 06 – qualidade do ar 265 06 – cadeia de produção (R) 273 06
– férias de Inverno 261 05 Comércio justo 266 06 – refeições 263 05 – café 272 06
– férias de Verão 256 05 Comida chinesa (take-away) 270 06 – detergentes 265 06
– como reclamar do serviço (R) 271 06 Companhias aéreas e aeroportos I – marcas e conceitos 274 06
Água: 245 04 (inquérito) 269 06 Impressoras: – petrolíferas 264 05
– aromatizada 268 06 Comportamento ao volante (inquérito) 270 06 – de jacto de tinta 271 06 – tomate 271 06
– da torneira 267 06 Computadores: – multifunções 267 06 Ruído nas cidades (R) 274 06
– poupar (R) 262 05 – arquivar dados 270 06 – portáteis para fotografias 271 06
– radioactividade (R) 263 05 – monitores TFT 272 06 – tinteiros alternativos 272 06 S
Alimentos: – multimédia 259 05 Informática: Saladas de fast-food 265 06
– com açúcar (R) 267 06 – para estudantes 261 05 – agendas digitais 245 04 Saldos (R) 265 06
– com ómega 3 (R) 269 06 – portáteis (guia de compras) 268 06 – redes com e sem fios 248 04 Salmão fumado 257 05
– menus escolares 261 05 – reparação 274 06 Insecticidas 268 06 Scooters 260 05
– nos hospitais 263 05 Consumo dos automóveis (R) 269 06 Instalações de gás 262 05 Segurança alimentar:
Ambientadores 254 05 Crianças: Internet: – cuidados a ter (R) 271 06
Ambiente (impacto do consumo) 273 06 – barreiras de protecção 260 05 – antivírus e firewalls 255 05 – questões 265 06
Antibióticos no mel e geleia 265 06 – brinquedos – comparação internacional de preços 259 05 – reivindicações da DECO PROTESTE 266 06
Aparelhagens (micro) 261 05 (responsabilidade das empresas) 253 04 – comprar música 260 05 Segurança nas escolas (inquérito) 273 06
Aquecimento da casa (simuladores) 274 06 – cadeiras para automóvel 270 06 – filtros anti-spam 250 04 Segurança passiva 266 06
Aquicultura 267 06 – cadeiras para refeição 267 06 – fornecedores de acesso com fios 261 05 Seniores (tempos livres) 262 05
Ar condicionado: – ementas escolares 261 05 – fornecedores de acesso sem fios 274 06 Símbolos:
– guia de compras (R) 259 05 – fraldas (R) 255 05 – tarifas 273 06 – e alegações nos produtos 257 05
– teste comparativo 268 06 – obesidade infantil 260 05 – telefonar pela Internet 266 06 – ecológicos 256 05
Aspiradores de arrastar 269 06 – parques infantis 257 05 Sistemas de navegação automóvel 266 06
Aspiradores portáteis 267 06 – toalhitas de limpeza 254 05 L Sol (cuidados a ter) (R) 270 06
Automóvel: Cuidados dentários (R) 261 05 Leitores: Supermercados:
– cadeiras de criança 270 06 – de DVD 253 04 – compras ao domicílio 257 05
– carrinhas familiares a gasóleo 259 05 D – de MP3 265 06 – preços 269 06
– centros de inspecção periódica 272 06 Decapantes 252 04 – multimédia 264 05
– citadinos 268 06 Desodorizantes (R) 253 04 Limitador de volume do iPod 270 06 T
– consumo (emissões de gases) 272 06 Detergentes: Tatuagens e pircíngues 260 05
– estacionar com ajuda (R) 267 06 – e ambiente (R) 245 04 M Telefone:
– familiares 245 04 – lava-tudo 245 04 Máquinas: – inteligentes 273 06
– fiabilidade 265 06 – loiça 259 05 – de café (expresso) 253 04 – satisfação (inquérito) 256 05
– kits mãos-livres e auriculares 264 05 – roupa 270 06 – de café (filtro) 264 05 – sem fio 266 06
– MPV’s médios 271 06 Digitalização de VHS para DVD 266 06 – de lavar loiça (R) 271 06 – tarifas do fixo 273 06
– pequenos familiares 263 05 DVD (disco versátil digital): – de lavar loiça encastráveis 274 06 Telemóveis:
– pneus 270 06 – gravadores 264 05 – de lavar roupa 271 06 – auriculares e kits para carro 264 05
– oficinas (inquérito) 267 06 – teste a leitores 253 04 – de lavar e secar roupa numa só 272 06 – reparação 243 04
– segurança activa e passiva 266 06 – de secar roupa 262 05 – satisfação (inquérito) 255 05
– sistemas de navegação 266 06 E Máquinas fotográficas digitais 269 06 – tarifas 262 05
– testes de colisão 271 06 Edredão: como manter (R) 254 05 Marcas (responsabilidade social) 274 06 – teste 272 06
Azeite (R) 256 05 Electricidade (simuladores) 267 06 Mel (antibióticos) 265 06 Televisores LCD e plasma 274 06
Azeitonas 271 06 Electricidade (liberalização) 274 06 Micotoxinas 259 05 Termóstatos de aquecimento central 273 06
Electrodomésticos: reparação (R) 248 04 Microondas: Tinteiros alternativos 272 06
B Elevadores 249 04 – com grill 262 05 Toalhitas:
Baterias recarregáveis 252 04 Emagrecer (consultas de nutrição) 271 06 – reparação 260 05 – de higiene pessoal (R) 259 05
Berbequins 266 06 Ementas: – simples 273 06 – de limpeza 254 05
Bibliotecas 266 06 – das escolas 261 05 Minifornos eléctricos 266 06 Tomate 271 06
Bicicletas: – dos hospitais 263 05 Mochilas escolares (escolher) (R) 272 06 Torneiras termoestáticas (R) 268 06
– equipamentos de segurança (R) 272 06 Energia: Monitores TFT 272 06 Torradeiras 267 06
– guia de compras 269 06 – consumo dos aparelhos 254 05 Transporte escolar (segurança) (R) 273 06
Binóculos (guia de compras) 262 05 – desempenho dos edifícios 271 06 O Transportes públicos e poluição 250 04
Blusões impermeáveis (R) 264 05 – fontes renováveis 265 06 Obesidade infantil (R) 260 05
Bolas de futebol (R) 270 06 – tarifa bi-horária e potência 267 06 Oficinas automóveis (inquérito) 267 06 V
Bricolagem: equipamento (R) 265 06 Escadotes 273 06 Óleos alimentares (R) 261 05 Vasos (R) 262 05
Brinquedos 264 05 Escolas (inquérito sobre segurança) 273 06 Organismos geneticamente Vinho:
Escovas de dentes eléctricas 264 05 modificados (OGM) 269 06 – Alentejo (tinto) 264 05
C Etiquetas para cuidar da roupa 272 06 – Dão (tinto) 253 04
Cadeiras: Explicadores e centros 272 06 P – Verde (branco) 242 03
– de criança para automóvel 270 06 Painéis solares 258 05
– de criança para refeição (R) 267 06 F Pão 258 05
– de jardim 257 05 Farinheiras 268 06 Parques:
Café: Ferros de engomar a vapor 270 06 – de campismo (R) 270 06 NÚMEROS ATRASADOS
– responsabilidade dos produtores 272 06 Fogões 255 05 – de cidade (R) 273 06
– teste 261 05 Formatos de compressão de aúdio (R) 271 06 – de estacionamento 255 05
808 200 146
Caldeiras murais a gás 263 05 Fornecedores de acesso à Internet 274 06 – infantis 257 05 assinaturas@deco.proteste.pt
Câmaras de vídeo digitais: Fornos de encastrar 244 04 Pilhas e carregadores 271 06
– ligações 255 05 Fotografia: Piscinas turísticas 259 05 Do n.º 164 ao n.º 176 € 3,74
– teste 274 06 – cartões de memória 243 04 Pneus para carro: Do n.º 177 ao n.º 187 € 4,49
Camisolas polares (R) 266 06 – compressão (R) 263 05 – aparelhos para medir a pressão 270 06 Do n.º 188 ao n.º 198 € 4,71
Cantinas dos jardins-de-infância 274 06 – impressão de fotografia digital 268 06 – manutenção (R) 272 06 Do n.º 199 ao n.º 220 € 4,89
Capacetes: – rolos 246 04 – teste 270 06 Do n.º 221 ao n.º 231 € 6,01
– de bicicleta (escolher) (R) 269 06 Fraldas (R) 255 05 Preços (afixação nas lojas e montras) 273 06 Do n.º 232 ao n.º 242 € 6,32
– de bicicleta para adulto 258 05 Frigideiras antiaderentes 261 05 Preços no supermercado 269 06 Do n.º 243 ao n.º 253 € 6,64
– de mota 246 04 Frigoríficos: Probióticos (leites fermentados) 273 06 Do n.º 254 ao n.º 264 € 6,98
Carnaval (R) 266 06 – combinados 259 05 Protocolos: Do n.º 265 ao n.º 274 € 7,32
Carne: – duas portas 270 06 – análises da água 260 05
– de bovino 250 04 – poupar no consumo (R) 247 04 – Inatel 261 05 Preços com IVA válidos até 31/12/2006.
– de peru (R) 264 05 – reparação 244 04 – turismo da natureza 259 05 Edições esgotadas: n.º 155, 171, 188 e 195.
Cartões de memória 243 04 Furanos nos alimentos 274 06 Publicidade na televisão 255 05

PROTESTE 274 Novembro 2006 55