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ARTIGO DE REVISÃO

. .
ANALISE ACUSTICA DA AVALIAÇAO VOCAL 1:
-
• •
TAREFAS FONATORIA E MEDIDAS ACUSTICAS.
ACOUSTIC ANALYSIS OF VOICE ASSESSMENT:
PHONATORY TASKS AND ACOUSTIC PARAMETERS.

Mendes. A. • • Cos<o, f. "


I:ISUM01
h .. ll'l!go deKJII.-Q o ifllpt;Jf!Õflt<l dó ono1.. ocilt~ic:o pom o oval.oQOo do W).z folo.Ju e oontodo com r;.._, cllnKOs c/oo de ;n.._,.g~ Aono* ocú•
!CO Õum 111êfrodo .nêioln~Y> 11lltn1dQ r...to• ~IOI»JJCCI do iolo, mottinobtlfl!lObl)ôiii;J\ I) t(.n.III!IJk.Jt- ~ore-deu os ltlt-'os lonalófkll de .WO~o mÕ;lo;>
11!111 1 wb<!lôKimo, bom como os po•ómti!OJ (1({,\llcot poro D o..allocõo 'lOCal A. od~.;lu ç,pllwç&o cliflica e linl-.os onem:.doro1 dtl !IIIIIIJIIt 'OeOo 16Q
ct!;.,1dodos poro oumentor o s11u 1.<fllltt.;Otl 'f'lll.do • llt'Mtl no CIW'OIIaçõo '10«11 fobdo • clldod.:•
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kn· WOI:Ok
~· ~· ~At.toet..-111 . ~'/lolh

Prof. Ora. Ano Mendes


Escalo Superior de Saúde. Univer,idode d$ Aveiro
Compu& Univorsitôrio de Sonliogo • 38 l0·193 AVEIRO
Toll.: 234 40 1 558. ext. 22116 . Fox 234 A0 1 597
EmoJI·Ano.Mendes@e.uoo.uo.pt

INTROOUÇÂO De modo o ob1er um diogn6•1ico d ilerencoo l


o planear uma intervenção terapêutico os ator·
A onólise acústico é um método objectivo, rinoloringologistos e os terapeutas do falo usam
nõo-invosivo que tem o potencial de Fornecer o on6lise ocúslico, juntamente com o loringolo-
informação quanti1a1iva do fole e da voz. gio e o imogiologia, assim como, os escalas
O objec1ivo principal dos1o artigo é descre- audio-o vi.suo-perceptivos.
ver este método com fins clinicas e/ou de inve$- O sé<ulo XX marco o período de onólise
~goçõa na avaliação do voz fo lodo e contado . acústico do som, inicialmente com o realizo·
Serõo a inda apresentadas os torefa.s fonat&. çõo elos o.cilogromos {década de 20}, depois
rios e os porômeh'os ocúslícos mais Frequenl& os especiTogramos em papel (dé<aelo de 40)
men1e uhlizodos nos procedimentos de ovolio- e , após o década de 70, o pouibilidode elo
çõo e o suo interpretação c-linico processamento digital elo som, e ragisto com-

~.,...., lkJFçlo.~7«b .. ~tl• IM .-,.~.wol.-..,fiRo~ 1'"*-~oi.:I.~•IJalowoi~ •""'-~!\' ._~~lltlll.\MO. ~o• [t.r;o..., .


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A.>•'-,.. ibl""lor de Ot;trindclll~ 0.> ~\1 !IM O..mnol..,~loooo ;lo C.•!tO l1ocpl'o'-' dt Vllt N- cio Goo... f'oof-noo .r.d,N,.O do b<ob ~00 11• $eo'o.io
cbu._..............""

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MENDES, A.. E CASTRO E

pulodorizado permitindo a obtenção de outros Poro o análise ocúslico do voz exi~te uma
parâmetros adicionoi5 importantes poro além vo<o«<ade de equipamento, desde software
dos espectrogromos•• 1
• gratuito disponível na lnte<net, passando pelo
Os pa râmetro& a cústicos são o resultado software econômico ao mais sofisticado o dis·
complexa da fonte gl6tico e da ressonância do pendioso.
lracto vocal. Entre o sofrwore gratuito podemos cantor
ReRectem os corocteris.ticos biomec6nicos e com: EMU Speech Doto System•, Proot>,
oerodinõmicos dos sistemas kníngeo e supro- Speec:h Ftlling Sy>lem', Wov....-fe<' e Windows
laríngeo. Tools fot Speech Analy..,•.
No coso destes sistemas apresentarem alte- O software moi> ocessivel: Dr. Speech" ,
rações onotómicos ou fisiológicos poro o Yox Metrio" , Esfill Yoice p tint e Vídeo Yoice
Idade ou ~xo, os resultados acústicos serão Speoc:h Trainig System".
desviantes dos. dados acústicos normativos e O software mais sofisticado e dispendio•o
podem ser indieotii/Os de patologia. onclui o Computer Speech lob", e o Multi-Spe-
A onóli>e ocúshca ê um complemento do ech do Kay Elemetrics", getalmente utilizados
on6lise perceptivo-aud itiva e não devo substi- poro investigoçõo.
tuf.la' . No escolho do equipamento, o factor mais
O ouvido humano parece ser mais fióvel impo.rtonle o ter em conta é o objectivo que se
poro analisor o voz dito "normal' , mos hó prete nde atingir, i.e., clínico ou investigação.
diferenças individuais consideráveis no análise A selecçâo dos tarefas fonotórios é igua~
do voz patológico', mente ctucial tendo em consideroçâo o volido-
Contudo, é o ouvido que possui a sensibili- de e fiobifidade da onóli•o ocúslica.
dade poro determinar o grau de desogradobi- Es.to artigo tem como objectivo descrever os
lidode do voz. e o limitação social quo determi- procedimentos dos vôríos tarefas fonot6rios e
nado disfonio condiciono 1• os porômetros acústicos que se podem exlrair
dolos.
A selecçõo e comporoçõo dos vários
EQUIPAMENTO equipamentos hordwore e soltwote poro o
anóll$8 acústica não sôo objecto desle artigo e
Poro a obtenção do um sinal a cústico robus· serão ap<esentados noutro trabalho.
to dos amostras do voz é necess6,io utilizar um
microfone de alto qualidade, um gravador di-
gital, omplilicodore• e otenuadore>, VOZ FALADA E CANTADA
A distância e o õngulo microfon•boco pre-
cbom de ser constantes. A voz foloda e o voz contada porHihom o
Esta necessidade devE>-se oo facto do inten- mesmo mecanismo do produção$ contudo fisio-
sidade do som ser inversamente proporcional logica mente sôo direrontes.
ao quadrado do distância . A voz falado re•ulto de uma octividode
Por seu lodo, o ângulo do microfone deve motora que é determinado por factores genêti·
ser de 45• poro reduzir o captoçâo do sinal cos, linguisticos, sociots e cu:lturois.
opertódk:o rronsitório resuhanle dos consooo-- A sua produçâo envolve um processo cera.
les e.xpla.sivos. dinômico e biomecànico que necessito do co-
Um tom de colibroçõo gravado antes e/ou ardo noção neurornusculor de três sistemas o no~
dopais de cada sessão de gravação é neces- t6micos, i.e., resplrot6rio, lonngeo e suprolo-
sário como medido de referência. tingeo.

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O sistema respirot6rio, em consonância com O tempo máximo de fonoçõo ITMF) é o
o sistema laríngeo, gero o prenõo subglótica medido de duroçõo máximo do fonoçõo de
necessório poro iniciar o manter o vibração uma vogal, gera lmente /o/, contudo os vogais
dos pregos vocais. /1/ e /u/ •õo por vezes usados.
O sistema loríngeo é o fonte de vozeomen- Estas vogais representam os e)(tens&u orti·
to culot6<ios máximos do Português-Europeu.
O sistema suprolaríngeo modulo o energia E•to• farelos devem ser repetida trê• vezes
produzido pelo fonte sono<o num sinal acústico no mínimo.
que é percebido pelo ouvinte. O TMF corTesponde à medido de maior d u-
Estes sistemas sôo ambos utilizados para o ração dos três e não à médio delas.
voz foloclo e contada. Tamb6m sóo necessórios o feedback vi sual,
Contudo, o voz contado requer o moximi- instruções rigorosos e encora jamento ao utente
z.oçõo do saído vocal. através do coordenação poro obtermo• um TMF com validad e".
do respiração, fonoçõo e resson6nclo'~· 16• A duração máximo dos fricotivos ;.; e /z/
é outro medido que também reRecte o coord.,.
noç-õo eficiente entre o si.stemo respira tório e
TA.REFAS FONATÓRJAS fonatório "
E•to úlhmo tarefa serve poro obter o índice
Exlstem vários testes podron1zodos que sõo •Iz que também reqv..- ··~ repetições.
utilizados nos avaliações protocolares do voz A leitura em voz oito é uma torelo fonoló<oo
falado e contada. do voz fokldo com exigências fisiol6gicos e
As tarefas podem ser douiflcodos em ter· resultados ocúsricos semelhantes ao do d iscur·
mo,s de esforço que pode ~er m6ximo ou sub- so espontôneo', contudo, tem o vantagem de
m6xlmo. permitir fozer comparações intro- e inter~tentos.
As tarefas de esforço m6ximo têm o objecti- A leitura em voz alto deve ser produzido
vo de testar os limites superiores de desempe- com uma a ltura tonal, intensidade subjectivo e
nho, i.e., os limites fisiológico.s do sistema o ser débito verbal confortável poro o utente.
estudado. Os morerio is o ler podem incluir uma lista
As tarefas de eslatço sub-m6ximo sôo p<~ de palavras, poràgrofos e/ ou texto•.
d uzidas de formo conlor16vel e examinam o O ideal é o le ilura de um texto lonetica·
desempenho ~siológico sem recurso 6 forço, mente equilibrado, i.e., um corpus represento·
amplitude de movimento e velocidade. tlvo da língua padrão, em que o número de
As tarefas fonotórios podem a inda ser dos- fonemas que o compõem, ocorre com o fre-
silicodos em tarefas do voz falado ou contado. quôncio relativo do d iscurso espontâneo
comum do• falantes.
Vor. Falada Este texto deve ser baseado em dados nar·
As tarefas do voz falado consistem na pro- motivos em termos das pousos necessórias
dução de sons sustentados, le if\Jro em voz alto poro formar os grupos respiratórios adequo-
e d iscurso e:SpOntõneo. dos, bem corno, os contornos de entooçào, em
As vogais e fricotivos sustenkK:Ios são lor&- eonsequêncio das variações de frequêncio fun-
fo• que locilitom o avaliação do e•tobilidode damental (Fo) e intensidade objecliva PO)
do sistema fonot6rio. O discurso esponlóneo é a tarefa fooot6rio
Através do produção dos vogais sustento· que providencio informoçõo mais reoli•to do
dos podemos obter vários medidos: frequên· comportamento vocal do ut&nte em condições
cio, intensidode, formantes, etc. ditos habituais poro este.

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MENDES. A.. ECASTI!O. E.

Esta ta refa é meno' exigente poro o utente, O registo pul•6til ó excluído por não ser
porque reduz o rormolismo da leHuro em voz usado no diseurso tUpontôneo continuo10.
alto assim como os limitoçõe.s de IHerocio e A EMFV é obtido otrovés do emporelhomen·
pouive~s dificuldades visuais. lo do oltvro tonal com uma frequêncio de refe.
A volidode e fiobilidode do> re>ultodo> rêncio fornecida por um osdlógrofo, piano
de•to tarefa podem ser controlados a través do keyboord ou diopo>ão.
selecçõo e restrição prévio dos tópicos a ~rem Este procedimento pode ser grodaUvo ou
a bordados. om glissondo.
U>ondo o TMF e um e>pectrógrolo poro O utente recebe instruções poro sustentar
onolisor o amostra de voz. os espécttogromos umo vogal com uma altura tonal considerado
podem regista r vários medidos acústicos tais conrorlável e conforme o frequêndo do estímu·
como fo, omplii\Jde, índice >inolruido, medi- lo auditivo que lhe é lornecodo vai modificando
do> de perturbação, etc. o >uo produção.
Poro obter uma amostro repre.Ml'nkltivo des- O estimulo vai descendo progressivamente
tes valores é necessório ter om conta o número om semitons {ST) a té chega r ao tom mais grava
de repetições por tarefa que são necessórios. do regísto modol do utente sem chegar ao
Por exemplo, paro obter uma amostro repre- registo pulsátíl.
sentolivo de va lores de per turboçôo, quer seja Seguidamente, o estimulo auditivo do fre-
do frequêooo ou amplitude, >ão retomendo· quêncio aumento desde o oJturo tor'lol con·
do> sei> tenlotiiiOs poro o voz normal. fortóvel do regi>lo modol até ao moi> ogudo
Este número de repetições deve aumentar do reg isto lol>ete' •"
com o gra u de seve<idode do patologia vocal Cada um destes procedimentos é realizado
Poro determinar o índice hormóniccrruído três vezes.
&ÕO preci$0S pelo menos dez repetições19• Os tons mais agudo> e mais greves pro-
duzidos correspondem aos extremos do EMFV
Vox Contada do ut-e nte e representam os limites fisiológicos
As tarefas do voz contodo com.istem tom· do •is"'mo loringeo.
bém no produção de son> SU$Ientodos, mos A EMfV é expre>so em Hertz {Hz), ST ou
usando o voz contado. O ltovo.S.
Esto> incluem o produçõo de con~gos. o A fiobilidode intro- e inter-examinado-res
exten$ÕO máxima do frequência vocal e o apresento uma grande variabilidade e pode ser
exlonsõo dinâmica. ofectodo pela prático, motivaçã o do utente e
E>tos duas últimos >ÕO tarefas de esforço tipo de instruções.
môx.imo porque reRectem os limites fisiológicos A e>tensõo dlnõmlco iED) é também obtido
do voz do utente. durante o produção de vogais sustentados.
Poro o exlensõo máximo de frequêncio Esta extensão de intensidade é dependento
vocal {EMFV}, lombém de>tgnodo de exten>ão do sexo. do idade, do frequêncio o que o fono-
lonotório, são utilizados os vogais / o/ e /;e/. ção é produzido e dos procedimentos de
A EMFV determino o intervalo de lrequên· mcdiçõo'~ 1 •
elos que o utente pode produzir, de>de o fre- o estimulo auditivo é apresentado o rro·
qu&ncio mais grave do reglsto modol oté ô quências seleccionodas do EMFV.
moi> agudo do registo lol•ote. O utente produz os vogais / o/, /u/ o /i/
0> regi>lo> modo! e lol•ete •ào ombo> emparceirondo o altura ronol com o frequincia
incluídos no EMfV devido õ dificuldade per· do es~mulo IO<necido.
cepruol em os diferencior com ~obilidode. Poro obter o tnlensiôode mínimo., o ulenle

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ANÁliSE ACÚSllCA DA AVAJJN;N;) VOCAl t IAREfAS fONATÓIUA E MEDII>AS ACÚSOCAS.

deve 5er instruído o produzir o vogal o mais A Fo do voz falado é o médio do Fo do di,.
fraco possfvel s.em entrar no sussurro. curso e5pontôneo e da leitura em vo z alto.
A intensidade m6ximo é obtido pelo pro- O soxo masculino apresento uma Fo entre
dução do mesmo vogal e frequêncio o mais 100 e 150 Hz e o sexo feminino entre 180 e
forre pouível sem gritar. 250 Hz.
Vário~ repetições .sõo necess.6rio5 poro A variabilidade de Fo é o desvio padrão
obter o mínimo & o m6ximo do eof. do Fo e oscilo en~e 2 e 4 ST poro o sexo mas-
A1. omoslros do voz conlodo oblidos dos culino e feminino durante o conver$0ÇÕO
vogais sustenlodos podem ser utilizados poro ospontôneo1 • ' 1•
realizar e specttogrornos e outros onóli5e5 ocús~ Esles dodoslombém são confirmados no p<>
ticos de parâmetros, tais como, o vibroto voca l puloç.õo Portugueso-europeio'"·
e o fermente dos ca ntores. A olluro lonol (referenciado no literatura In-
Outros lorefos fonotório> do vo~ contado ternaciona l como pitch) é um porómelro psico-
consislem no produçã o de frase> con1odos e o cústico perceptivo, medido om Me ls e não
canções. deve ser confundido com Fo, o qual conslilui
uma medido obiectiva do sinal acústico.

PARAMfTROS ACÚSTICOS Medidas de Intensidade Vocal


As med1dos do inlensidode -.ocal p<opor·
A1. coroderislicos acústicos do voz são o resu~ ciooom indicação acerco do dinõmieo do voz,
todo dos coroclerí>lico> onotomo.fl>iológicos do resulronte de oiustes na próprio laringe, abaixo
individuo. e acima desta.
Alguns dos parâmetros ocúsricos têm elevada Aboixo do laringe, o s vofioções do intorUi·
correlação com o osperez.o vocal e são tidos dode são conseguidos por alteração do pre•·
como sensíveis poro patologia vocal. .õo de ar subgl6tico.
Poro além disso, podem ser usados poro o) Dentro do laringe os vorioçõe• .õo obtidos
rastreio e prevenção de polologio vocal. b) por ofteroçõo do configuração gl61ico.
sinal de di>fvnçõo fonot6<io, c} leedbock au- Acimo do laringe o intensidade vocal é m<>
diovisual durante o reabilitação vocal, d} mon~ diBcodo fazendo coinc:idir os formontes com os
IOfizoção do lrolomenlo e e} ovolioçõo do efl· hormónicos do fonte',.
c6cio do terapêutico. A inlensidode objectivo vocol é usualmente
medido em níveis de preooo sonoro (SPL) r•
Me didas do Frequê ncia Aectíndo uma escalo fogorítmico.
Fundamental As unidades são em decibei> (dS}.
A frequêncio de vibração dos pregos voca is A lnlensídode vocal falado, variabilidade
6 designado de frequêncio fundomenloi (Fo) . do amplitude o extensã o dinômico são alguns
Éo reflexo dos corocterísticos vibratórios das dos parâmetros mais me.ncionodos do literotu.
pregos vocais durante o suo interocçõo com o ro.
pressão subglótico . A intenSidade vocal médio falado em adultos
bcisrem d~ porômetro1 espectrais, como d urante a letluro em voz alto rondo os 70 dB
o Fo do falo, variabilidade do Fo o o EMFV. SPL e o variabilidade é de 5 ,d dB SPL
Exprimem-se em Hz, se.mitons ou oitavos. A extensõo dinàmico poro a dultos tem um
Ape.sor destes porâmetros serem dependeo. minimo de cerco de 50 dB e um máximo de
tes do sexo, idade e contexto cuhurol do indivi· l 15 dB; sendo que os homens produzem valores
duo, existem alguns valores de referência. I igeiramonHt superiores às mulheres.

131
MENDES, A , E CASTRO E.

A exfensõo d inõmito nos frequêncios E•tes valores oumenlom à medido quo o


médios é superior ô verificado nos eJttremos comportamento vibr-orório dos pregos vocoos se
superior e inferior da EMfV". torno mais desvionte do normal.
A intensidade subjectivo (referenciado no li- O índice harm6nico-ruído (H/ R) é outro
teratura internacional como loudneso e habituo~ modido de per!Vrbaçõo e é expre"o em dS ou
mente referida como volume} é o porômetro openos em índice.
psicoocústico., medido em Phons, que não deve A voz é um instrumento quo.siperiód:ieo com
ser confundido com inlensidode objoc:ll"", o quol dois <omponentes: forma, dê onda qua""""
é o medido fisico objectivo do sinal ocú$1ico. riódieos e ruído.
O H/R resulto do omplitvde médio do onda
Medidos de Perturbação sonoro d ividido pelo amplitude médio do ruído
Existem pelo menos três medidos de pertur- (Boken, 19871'.
bação: ji:tter, shimmer e o índice horm6nico-ruí. h te ruído pode ser gerado de duas formos:
do {H/R). 1) pode exislir uma fonte de ruído nos ou
Jitter e $1\immer sõo referidos como sendo o próximo dos pregos vocais, ou
menor variação (cidopora<idol no frequéncio 21 maior operiodicidode do vibração pode
rvndamental e intensidade respectivomenle1J • l"J. troduzir..se em maior ruído no espectro.
Oscilogroficamente, os formos de onda do
voz né>o lêm d ois periodos exoclomentc iguais. De qvolqver formo, o maior porte dos pro-
Fontes de perfllrboçõo do sinoiiiOCOI podem cedimentos poro mediçé>o de ruído nõo sôo
ser encontrado$ em d1ferentes níveis do circuito capazes de dishnguir entre os duos fontes11 •
de produção do voz: neurológico, biomecãni- Valores normativos revelam médios de H/R
C01aerodinâmico e acústico. por volto de 11 .9 dB com desvio podrõo de
Contudo( os mois frequentemente referidas 2.32 dB. Não foram encontradas d ife renças
s6o os relacionados com o irregularidade dos entro homens e mulheres.
pregos vocais devido o variações do mosso,
tensão, octMdode muscular ou neutonol. Medidas Temporais
As medidos que indicam o oumenlo dos níveis Estas medidos incluem o duração máximo
de perturbação OJudom o detector os limites dos vogais, anteriormente designodo.s de TMF,
fisiológicos do produção normal do voz, mos e a duração m6.ximo do• fricotivos, que pode
também ajudam o detector distúrbio~ vocais •s. ulllíxor a relação S/Z sugerido por Boone".
As medidos do perturbação tém uma forte O TMF é um indicador do eficiente coord•
con~oçõo com o percepção de aspereza e noç3o ex.i.stenle entre os sistemas respiro·t6rio e
rouquidão do voz pelo que, em doen101s com fonol6rio.
potologio vocal s.et~om de esperar valores ele- O..ronte o produção máximo de fonaçõo, o
vados de perturbação quer o nível do frequên- utenle utilizo o m6ximo do suo capacidade
cio quer do amplitude2 1. vital poro sustenfor umo vogal o moior quonti·
As medidos de perturbação podem não ser dode de tempo possível.
Vteis poro diferenciar o etioJogio ou mesmo o As•im sendo, o TMF ó ofectodo pelo capaci-
patologia vocal, mos podem reRectir o suo ..,_ dade vital, vvlgormente designado de suporte
veridode. re$pi rot6<io e o Ruxo aéreo glótico.
Dados normativos referem volores médios Surpreendenfemenfe, a maioria do patologia
de iit1er poro vogais sustentados no registo vocal apresento valores normais de copocido·
modo I de 1% e voloros médios de •himmor de de vital mos um tempo reduzid o de fonoçõo,
0.5%. devido ao inadequado afoito volvulor loríngeo.

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ANÁUSf ACÚSOCA DA AVAJJAÇÃQ VOCAl ~ lAAffAS fONATÓRIA E MEDIDAS ACÚSTICAS.

Valores normativos dependem do idade e coordenação dos sistemas respiratório, fonotc>


sexo e eslõo pre$enles em diversos lrobolhos. rio e orlic:ulot6rio.
De uma forma gorai, podomo~ esperar en- Mais o lndo, medidos temporais do falo,
contrar num adulto do sexo moscullnoJ sem po- como os diodococinéticos alternados ou se-
lologio, um TMF de 20 seg., num adulto do quenciais, reRectem o intecacçõo e o coorde-
3exo feminino cerco de 15 seg e numa criança nação neurorno!Ofo dos sistemas de Fonoçõo e
10 seg." . orticuloçõo.
No entanto, coroclerí.sticos de completçõo Contudo, estas estão poro além do objocli-
fisíco, hóbiros olimenknes e fonatórios enqua- vo de"e artigo.
drados noutro contexto geogr6fico e cultural
podem delerminor padrões do normalidade Vibroto Vocal
diferenles. Vibroto vooal ê uma modulação rítmico do
Po r exemplo, estudos realizados no popu· Fo mais corocteríslico do voz contado e é per~
loção brasileiro mostraram valores inferiores cebido como uma pulsoçõo do altura tonol.
aos do literatura internocionoP 1" 1'. No entonto, o suo produção nõo é ainda
A duroç.õo mó:ximo dos fricotívas utiliza o bem compreendida, estudos recentos sugerem
rócio da produção sustentado do consoante um tremor fisiol6gico dos músc.u~ cricotiroi-
surdo versus o consoante cogno•o $OC\OrO~ deu e tirooritenoideu•,_
baseado.,.,. sons /s/ e /z/. A freqvêncio do vibroto é vsoolmenle encon-
Esle r6cio fornece o medido do índice 5/Z lrodo entre 4.5 o 6.5 pulsos por segundo.
e sustento o teoria de que o vibração dos pr& A ompl1tude do vibroto tem uma foi~o de 2·
gos vocais suficiente poro produzir Fonoçõo -3 dS a té 8·10 dB.
(i.e., fricotivo sonoro /z/1 pode ser mantido O treino vocoJcondiciono um molhor d esen~
durante um período igual ao tompo que o Ruxo volvimento e estabilidade do vibrolo,7 •
aéreo pode ser mantido sem octividode dos
pregos vocois (i.e., fricolivo surdo /z/)". Formante dos Cantores
Valores padrão indicam ser o índice 5/ Z Fotmonte dos cantores é uma ressonõncio
igual o L exlro, corocleríslico do voz conlodo, o qual é
No p<esenço de comporlomento vibratório percebido como dorêzo, projecçõo e timbre
onormol dos preg05 vocoi.s ou encerramento do voz.
gl61ico incompleto, pode existir um escope d e FiSiologicomenle, resulto do gesto orticulo-
ar e redução no copocidodo de sustentar o fc; tór~o de oboixomento do laringe e exponsõo
noção. do cavidade foringeo.
Nestes casos. o relação S/Z pode servir Esta manobro artic.ulotório aumento o com·
como uma medido clínica poro s.eporor fac· primento deste ressoodor em cerco de 2 .5 o 3
lares respirolórios e loríngeos que possam em resultando num formanle com um pico de
estar o conlribuir poro o problema fonotório. energ ia ocústico por volto d os 2800·
Um índice S/ Z superior o 1.4 pode ser -3500Hz".
indicativo de patologia vocor·. A razôo p<ótico poro o fermente dos con-
Outros medidos temporais como o duroçõo IO<ês é que ele permite que o contor seja ouvi-
do falo podem incluir frases. palavras, dilon- do ocimo do orquestro.
gos1 vogais, con.soontes ou mesmo segmentos O Pico de moia< inlensidode p<odvzido por
menores como "voice-on5et-time". umo orquestro sinfônico encontro-se nos 500Hz.
Estas medidos podem fornece r informação O cantor é audível devido, em porte, oo fot·
sobre o produção vocal resultante e reflectir o monte, cujo frequêncio entre 2.8 e 3 .5 kHz se

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MENDES A. f CASTiO. E.

localizo onde o som do orquestro é bastante Potencialmente, oslo~ medidos podem ser
fraco. padronizados poro utilização clínico nacional.
O formante dos cantores, bem como, o Os. procedimentos devem ser os mesmos
vibroto vocal, parecem ser amplamente desen· poro qualquer avaliação vocal poro que o erro
volvidos pelo treino vocal" . de mediçõo oleot6rio seja reduzido.
Tonto o voriobllidode intro-.sujeito como
inter~ujeilo são grandes e hobituolmenle rela-
CONCLUSÕES cionados com;
1) o eleito do pr6~co, motivação ou in""'"
A avaliação acústico do voz lolodo e con- mentaçõo;
tado é um meio objectivo, nõo-invosivo e que 21 o efeito do idade, sexo ou outro vori6vel
pode ter aplicação clinico, pedagógico e de físico do utente; e
investigação do Função voc<JI. 3) o validade dos tarefas.
Em aplicação clinico esse método podo •or
utilizado poro: Apesar do abundância e longevidade dos
o) rosleio e prevenção de patologia vocal, dados normativos dos lolonJes do lnglé"Am•
b) avaliação de distúrbios vocais ricono no literot~.~ro de arquivo, est&s dados não
c) feedbock oodiovi>uol durante o reobilrlo· têm aplicabilidade internocioool.
ção vocal, e A moiono do• dados nonnotiv<>s opresenk>
d) avaliação do eficácia do terapêutico. dos neste trabalho re>uho de produção de lo-
lonles do lnglé,.Americono.
As tarefas Fonotórios e os porõmetros acús-- A ovolioçõo acúsflca começa o ser utilizado
tico• devem ser e>colhido• com base nos objec· no prótico clinico portuguesa, contudo, carece
tivos clínicos ou de investigação. oindo de protocolos especificas que podre·
Em oplicoçào pedagógico vocal, o análise nizom os procedimentos de análise e interpre·
acústico pode ser usodo poro monitorlzor o toçõo do• resultados.
treino vocal de contares. É, por isso, neeess6rio desenvolver bases de
Apltcodo no Lnvestigaçõo, o an6liMt ocósJic-a dados do Portuguê>-éuropeu, abrangendo o
pode - usado como um in>trumeniO poro mel- ciclo vital do Homem com inclusão de ambos
hor compreendet o hrnçõo vocal dos rndividuo• os sexO$, poro oplicaç:õo dinico e de inve.stigo·
normais ou om estudos de patologia vocal. çào, bem como o consolidoçõo dos resul!odos
Este trabalho refere. resumidamente. os tare- por outros oulore• poro >uo pleno fiobilidode e
fas fonot6rios e os porõmetros acústicos mais volidoçõo.
frequentemente utilizadas poro avaliação do A principal concluJào que pode ser retirado
função vocal, discutindo o suo aplicabilidade deste trabalho ó o de que, o análise acústico
clinico e recomendo normas de lnterpretoçõo constitui um m6todo obiectivo não invosivo po-
poro potenciot o volor do análise acústico no deroso, poro ovollor o voz fofodo e COI\todo
ovolioçõo do voz conlodo e falado. contudo, devem ser lomodos precauções no
A ausência de procedimentos e material interpreloçào dos dados.
podronizoclos consfolui um obstáculo séroo poro Meteria! especifico, instruções cuidadosos e
o oplicoção clinico generalizado do owlioçào ensaios repetidos sôo necessórios poro obter
ocú>lieo. medidos válidos e fidedignos.

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