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Christiane Ferreira

Resenha Crítica do texto “Desigualdades Geográficas: Territórios da globalização


na Amazônia”, de João Márcio Palheta.

O texto “Desigualdades Geográficas: Territórios da globalização na Amazônia”,


de João Márcio Palheta, analisa as transformações territoriais nacionais sofridas em
decorrência da globalização da economia. O autor afirma que a sociedade global não
pode ser pensada sem considerar aspectos históricos e culturais das regiões, que são
integradas através dos “motores da globalização”.
Os “motores da globalização” seriam redes como telefones, fax, internet, que
envolvem o desenvolvimento da tecnologia permitindo a ligação entre regiões e a
facilidade da competitividade, item indispensável no capitalismo na hora de definir
posições de países na escala da economia.
Palheta afirma que ao mesmo tempo em que a globalização permite o
desenvolvimento da sociedade, a desigualdade também aparece como consequência do
desenvolvimento, já que os aspectos sociopolíticos, culturais e econômicos recriam
modos de agir dentro de uma diversidade onde as diferentes influências e dominações
acabam por gerar conflitos.
A globalização sendo um dos processos de aprofundamento da integração
econômica, social, cultural, política, que foi impulsionado pelos meios de comunicação
e tecnologia, trouxe uma mudança na formação da sociedade, em que as informações
chegam de forma veloz em diferentes lugares do mundo e conectando pessoas de
diferentes regiões, influenciando no modo de agir e modificando culturas.
Segundo o autor, o fator desigualdade também acompanhou o processo de
globalização, já que os territórios passaram a funcionar de acordo com sua
potencialidade, e reforçou a interdependência entre as sociedades, fazendo com que
nenhum local esteja livre de sofrer mudanças.
O capitalismo fez com que o fator socioeconômico aumentasse a riqueza de
alguns locais e o empobrecimento de outros que não se desenvolveram na mesma
velocidade das nações mais ricas, seja por falta de recursos ou por consequência da má
distribuição de renda por parte de governantes.
Palheta explica que os países que não apresentam taxa de desenvolvimento
satisfatória acabam por representar um “retrocesso”, fazendo com que fiquem de fora
quando o assunto é potencialidade de economia. Dessa forma, a globalização cria riscos
ao mesmo tempo em que cria oportunidades, incentivando a economia de mercado e
modificando o modo de vida da população.
As diferenças nos modelos de produção impede que a globalização se apresente
de forma igualitária no meio econômico. Nesse cenário, a região amazônica se apresenta
como um meio que representa uma mercantilização, já que a exploração de seus
recursos faz com que ela possa ser considerada.
O autor cita Bunker (1984), que define a Amazônia como uma “região de
economia extrativa”. Segundo ele, a região continuará como fornecedora de matéria-
prima, mudando apenas a intensidade e o ritmo de exploração de seus recursos.
Atualmente, tenta-se conciliar a preservação da Amazônia ao mesmo tempo em
que se considera a região como objeto que viabiliza o desenvolvimento econômico,
entretanto, o autor destaca que ações de preservação têm sido negligenciadas, alterando
as formas de pensar no que diz respeito à valoração dos recursos naturais.
O autor pensa a região amazônica desde a época da exploração da borracha que
impulsionou o desbravamento da floresta, do povoamento do território, da urbanização
dos principais centros e da construção das redes de transporte (Singer, 1994, p.168).
Após o auge da exploração da borracha, outras ações de exploração também permitiram
que a região fosse vista como vantajosa no ponto de vista econômico.
O autor coloca em pauta dois questionamentos: como se pode dividir na
Amazônia os espaços que podem ser utilizados como via de desenvolvimento; e quais
áreas poderiam ser preservadas levando em consideração os interesses da sociedade
local. Ou seja, a Amazônia pode representar benefícios se tiver seus recursos ambientais
bem explorados, mas quais pessoas seriam realmente beneficiadas com a exploração dos
recursos?
Os danos ecológicos causados na região amazônica ocorreram em decorrência
da falta de planejamento na exploração dos recursos que não levaram em consideração
os fatores ambientais, mas visaram somente o capital. Palheta cita como um dos
exemplos a hidrelétrica de Tucurí, que é sempre pautada como fator que prejudica o
equilíbrio ambiental da região, mas que está diretamente ligada com a economia
internacional.
A exploração desequilibrada afeta diretamente as pessoas que habitam a região,
como indígenas e ribeirinhos, que praticam uma espécie de extrativismo sustentável na
região para a própria sobrevivência. O autor ao citar Singer, reafirma que a exploração
desequilibrada da Amazônia não ocorre somente por parte de grandes empresas
multinacionais, mas também por parte de fazendeiros, agricultores e garimpeiros que
visam o lucro através da exportação de materiais e exploração de recursos naturais,
colocando cada vez mais em risco a biodiversidade local.
Palheta destaca também o paradoxo que envolve a drástica mudança no estilo de
vida das pessoas provocada pela globalização. Mesmo em locais extremamente pobres
marcados pela má distribuição de renda, é possível encontrar elementos marcantes da
globalização, como antenas parabólicas ou torres de telefonia.
A biodiversidade, as fontes energéticas, a sociodiversidade, são fatores que
fazem da Amazônia uma fonte de recursos para a humanidade. Entretanto, as tensões
que fazem parte do contexto da globalização na região ainda continuam presentes.
Dessa forma, as relações mundiais contemporâneas do capitalismo impõem
outras circunstâncias históricas de inserção da Amazônia na dinâmica global, onde a
região aparece com características bem diferentes de sua configuração natural e
geográfica.
Situar a Amazônia no âmbito da globalização contraditória implica demonstrar
como e quais processos mundiais se manifestam localmente em diferentes
circunstâncias. A exploração e os ciclos extrativos na Amazônia precisam ser olhados
com senso de responsabilidade, buscando possibilidades de uma ordem política e
econômicas corretas para que uma fonte de riqueza como a Amazônia não seja
prejudicada em seu território.

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