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o
He
veganismo acessível+agrobiodiversidade
O que é agrobiodiversi-
dade “Há 150 anos, a humanidade se
alimentava com o produto de 3 mil
espécies vegetais que, em 90% dos
países, eram consumidas localmente.
Hoje, 15 espécies respondem por
90% dos alimentos vegetais e quatro
culturas - trigo, milho, arroz e soja
— respondem por 70% da produção e do
consumo mundiais”[1].
Esse zine é o caderno de Um dia eu comecei a questionar o que eu como e as cadeias que
receitas da oficina produzem e trazem a comida até mim. E comecei a perceber,
muito intuitivamente e através da observação, que quem dita
“Virei vegana, e agora” nossas escolhas alimentares não somos nós. Claro, há muitos
fatores que compõem nosso “gosto”, inclusive culturais.
Mas estou me referindo aqui à produção e distribuição de
Horta da Lage, Perdizes
alimentos: o que está disponível para ser comprado, quem { 3 }
produz, e onde adquirimos as comidas que comemos. Nós
São Paulo, 2018 comemos o que tem para ser comido, afinal. E o que tem para
ser comido, eu percebi, não é baseado nem no que a gente
precisa nutricionalmente, e nem no que a terra oferece em cada
região do planeta. O que tem para ser comido é uma construção
minha,
Quase nenhuma receita é industrial insustentável que responde mais à lógica do
mercado do que a necessidades nutricionais ou a qualquer
(as que
quase todas têm créditos cadeia orgânica de produção de alimentos.
de são ou
não têm eu não sei de on “A ‘dieta-global’ é o resultado
são de domínio público)
de uma cadeia de produção-
distribuição-consumo globalizada,
em que nem os agricultores, nem os
consumidores contam. Pensamos que
decidimos o que comer, mas isso não
acontece” [2].
Ingredientes:
1x de grão de bico cru (seco), de molho por 12 horas
ou mais O omelete deve ficar relativamente fino, porém mais
4cs de aveia em flocos espesso que uma panqueca.
3 dentes de alho 9. Tampe e deixe cozinhar em fogo médio-baixo por
1/4cc de cúrcuma 8-10 minutos (o tempo de cozimento vai depender do
Uma pitada de ervas finas desidratadas tamanho da sua frigideira e, consequentemente, do seu
1cc cheia de fermento omelete).
Sal e pimenta do reino a gosto 10. Quando a superfície estiver seca, o omelete
1 cebola, picadinha parecer firme e as bordas ligeiramente douradas, está
Um punhado de salsinha, picada na hora de virar (cuidado: se você tentar virar cedo
Azeite demais ele vai se partir).
{ 6 } { 7 }
11. Espalhe um fio de azeite sobre o omelete e use uma
1. Escorra o grão de bico demolhado e bata com 2x de espátula de metal fina pra virar (talvez você precise
água no liquidificador. Seja paciente e triture até fazer movimentos curtos de vai-e-vem pra descolar).
ele se desfazer completamente. 12. Deixe cozinhar do outro lado (ainda em fogo
2. Esfregue um pouco da mistura entre os dedos pra médio-baixo), descoberto, por mais 5-6 minutos. Seu
conferir: ela deve ficar macia, sem pedacinhos omelete deve ficar bem dourado dos dois lados, mas
inteiros. não crocante, então fique de olho: se ele parecer
3. Junte a aveia, o alho, cúrcuma, ervas, fermento, muito pálido, aumente o fogo, se estiver queimando,
sal (usei 1cc rasa) e pimenta do reino a gosto e bata diminua.
novamente por alguns segundos. 13. Com um pouco de prática você saberá exatamente
4. Transfira a mistura pra um recipiente grande e qual temperatura e tempo de cozimento funcionam
junte a cebola e a salsinha. pra você e sua frigideira. Coloque agora o recheio
5. Misture bem, prove (grão de bico cru tem um sabor pronto em uma das metades e dobre o omelete. Sirva
desagradável, então não se assuste), corrija o sal e imediatamente.
reserve. 14. Se estiver fazendo mais de um, mantenha os omeletes
6. Aqueça uma frigideira grande (escolha a que grudar prontos (recheados ou não) no forno baixíssimo,
menos na sua casa) e com tampa. coberto (com papel alumínio ou, como faço aqui em
7. Quando ela estiver bem quente, espalhe um pouco de casa, entre duas travessas) pra não ressecar.
azeite, formando um filme (não precisa exagerar). 15. Essa receita rende 5 omeletes grandes. Se não
8. Despeje um pouco da mistura de grão de bico no quiser fazer todos os omeletes de uma vez, guarde o
centro da frigideira e use uma colher pra espalhar a resto da massa em um recipiente fechado na geladeira
massa, como se estivesse fazendo um crepe/panqueca. por até 3 dias.
Pão desqueijo
Baseado na receita da ChubbyVegan:
https://chubbyvegan.net/receitas/pao-de-queijo-vegano/
Ingredientes:
3 xícaras (chá) de batata inglesa bem amassada
3 xícaras (chá) de polvilho doce
2 xícara (chá) de polvilho azedo
2/3 xícara (chá) de óleo vegetal
2/4 xícara (chá) de água morna
1 colher (sopa) de sal marinho Pãozinho de frig ideira
Adaptado de receit
a do blog https:/
com/2015/04/13/p /a
1.Amasse bem as batatas em um bowl grande. Por cima aozinho-de-frigi mabilekolenda.
delas jogue o polvilho doce, o polvilho azedo, o deira-vegan/
fermento e o sal.
2. Jogue a água e o óleo em cima dos ingredientes
secos e misture. Ingredientes:
3.Prove o sal. O ideal é que a massa esteja um pouco 2 colheres de sopa de farinha de grão de bico
{ 8 }
salgada, pois ao assar o sal diminui. { 9 }
4. Vá misturando com as mãos até obter uma massa lisa (ou de arroz)
e homogênea. 1 colher de sopa de linhaça moída
5. Molde as bolinhas e coloque em uma assadeira 1 colher de sopa de azeite ou óleo de coco
(não precisa untar).
1 colher de sopa de vinagre de maçã
6. Asse em forno pré-aquecido em 200C por 25-35 1 colher de chá de fermento químico
minutos 1 pitada de sal
água
Ingredientes: nana
2 carás médios Sorvete de ba
o Ingredientes:
2 colher de sopa de polvilho doce domínio públic
Banana madura congelada
3 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa da água do cozimento do cará 1. Congele bananas sem casca, bem maduras
1 dente de alho 2. Bata as bananas congeladas cortadas ao meio ou
1 colher de chá de cúrcuma em pedaços menores no processador de alimentos
1 colher de chá de sal 3. Você vai ter que ir parando, abrindo a tampa,
mexendo nas bananas para que se ajeitem e sejam
1. Cozinhe o cará com pouca agua, só até cobrir processadas
2. Quando o cará estiver bem mole bate no liquidi- 4. Se for necessário, acrescente um pouco de água
ficador com metade da água do cozimento e o resto ou água de coco
dos ingredientes 5. Quando estiver bem cremoso, está pronto
3. Coloque em um recipiente e ponha na geladeira 6. Despeje em cumbucas pequenas de sobremesa
4. Para comer, tire fatias e aqueça em uma frigi- Você pode comer assim, cremoso, ou colocar no
deira freezer (fica mais duro, com a consistência de sor-
vete)
Diminua o consumo de comida industrializada. Não Questione, repense, mude hábitos antigos e, a essa
patrocine as corporações que controlam a cadeia alimentar altura do século XXI, ultrapassados. Insistir no consumo
industrial atual. de carne e produtos derivados de animais vai nos levar ao
caos ambiental (até grandes veículos de mídia como O Globo
Evite ao máximo comprar alimentos em grandes, e a Folha de São Paulo já estão dizendo isso).
supers e hiper mercados. Não alimente o ciclo que
enriquece grandes empresas do agronegócio e comércio às Cozinhe mais em casa. Diz que não tem tempo pra coz-
custas do trabalho dos pequenos agricultores. inhar, mas tem tempo pra ficar batendo boca em discussões
infrutíferas no Facebook? Mano. Qual é a coisa mais im-
Compre alimentos locais direto do produtor — em portante da vida? Saúde e força pra servir o mundo. Isso
feiras orgânicas/agroecológicas, ou de sítios que en- começa com uma dieta agrobiodiversa que garante sabor e
tregam cestas semanais, ou através de CSAs (Comunidade nutrientes, além de ser socialmente justa e ambiental-
que Sustenta a Agricultura). Ou direto nas hortas. Em São mente sustentável.
Paulo, o Armazém do Campo oferece alimentos da reforma
agrária, produzidos de maneira agroecológica em assenta-
mentos do MST.
Prefira produtos de época. Se você quiser comer mel- “A felicidade é uma reação
ancia no inverno, saiba que a melancia vem do agronegócio:
de longe (é um alimento-viajante e consumidor de petróleo) química. Pra ser feliz não
e cheio de agroquímicos. Ao consumir produtos que estão na precisa de emprego bom, carro
época, você fortalece o pequeno agricultor familiar e in-
centiva o cultivo de espécies locais. E come menos veneno. novo. Só uma alimentação in-
Não compre, plante ;) Comece um cultivo em casa, nem
teligente”.
que seja no parapeito da sua janela, com algumas ervas e — Clara Brandão
aromáticas. Plantar seu próprio alimento (mesmo que em
pequenas quantidades) te tira da lógica do consumo e te põe
na lógica do fazer. Pelo menos umas folhinhas ou uns tempe-
ros você pode produzir em casa.
É claro que a mudança do sistema industrial de
Descubra o mundo das PANC, as Plantas Alimentícias
Não-Convencionais. São aquelas espécies que nascem soz- produção de alimentos para um modelo agrobiodiverso
inhas e que todo mundo chama de "mato" ou inço. Muitas são e agroecológico não depende apenas dos nossos hábi-
comestíveis, nutritivas, fáceis de cultivar e disponíveis
gratuitamente pelos canteiros e hortas das cidades e cam- tos diários. Mas é neles que podemos atuar já, agora,
po. cada um de nós, individualmente e coletivamente.
Procure aumentar a variedade de vegetais em cada É só começar.
refeição. Vá além do alface e tomate. Ao invés de só coz-
inhar batata inglesa, experimente mandioca, inhame, cará.
As PANC folhosas — como celósia, caruru, ora pro nobis
— são ótimas para refogar (igual como faz com couve) e mis-
turar no arroz.
Alessandra Nahra. Gosto de plantas,
bichos, dança, sol, mar, mato, gente
pelada, comida-planta, amor, dese-
jo, entusiasmo, gratidão.
Herbívora zine
Estudo e escrevo sobre agroecologia, edição 3 -
com Júpiter,
permacultura, agricultura urbana, Vênus, Guri,
agroflorestas. Sou plantadora ur- Heitor, Preta
Maria, Noel Rosa,
bana em São Paulo (na Horta da Laje, Ellen Annora
em hortas comunitárias e em proje- Gracias, @mu_tron
alenahra@gmail.com
facebook.com/aherbivora
youtube.com/c/herbivoratube