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RESUMO
ABSTRACT
Music is an important element in human life and is present from the intrauterine stage.
As all human existence is perceived by the time, the music is presented as a means by
which the time is revealed. The elements of time - duration, succession, memory and
change - related to the music, it is a succession of sounds that oscillate in rhythms. This
study deals with a literature search aimed to reflect on the relationship between being,
time and music. The readings showed that the man is the creator and music receiver,
this process involves experiences that evoke feelings and emotions that are in the
unconscious of being and can be revealed through new tapping, emanating memories
and new sensations. Thus, one learns that the music comes from the man and back to
the same and it is time that allows the reframing of past situations that are experienced
in this and will be part of the memories in the future.
INTRODUÇÃO
O presente estudo, desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, visa
refletir sobre as relações entre o ser, o tempo e a música. A música, pelo seu caráter
temporal nos permite pensar o trajeto que ela percorre no ser humano, num círculo
infinito de idas e vindas que podem acessar passado, presente e futuro. Na concepção de
Da Câmara (2011), dentre as modalidades da arte, é considerada como a mais temporal
de todas elas. É a arte do tempo e se releva por meio de sua sucessão. É dinâmica, à
medida que a escutamos e experienciamos o tempo. A qualidade imaterial do tempo não
permite que o sujeito retorne ao passado. Pensando a música neste contexto, notamos
que ela é irreversível, mesmo que consigamos repetí-la, mas sem conseguir retornar ao
que se viveu e ouviu anteriormente. É definindo o tempo como acontecimento que
melhor exprimimos o que é o fenômeno musical. A experiência musical envolve sempre
o tempo vivido de alguém e isto não se efetiva sem emoção. Emoção e tempo são
constitutivos desta experiência.
Apesar de podermos experimentar o tempo em um fluxo contínuo, a sua
definição é uma difícil tarefa. Gadamer (apud REIS, 2011), afirma que a sua natureza
parece um mistério insondável, pois “a dificuldade de compreendê-lo é que nosso
espírito é capaz de conceber o infinito e se vê rodeado pela finitude” (p. 5).
Para discutir o tempo é importante abordar também o conceito de espaço, pois
estes são unidades dependentes para coexistir. O espaço trata-se de um elemento
reversível no qual podemos retornar posteriormente, nos permitindo regressar a lugares
aprazíveis onde já estivemos. No entanto, com o tempo não ocorre o mesmo, pois ele
não permanece assim como o que vivemos e que vai se perdendo. Para compreender o
caráter temporal dos acontecimentos recorremos ao espaço, pois ele nos permite reviver
fisicamente o que foi vivido outrora (DA CÃMARA, 2011).
O tempo apresenta-se com um paradoxo: “ser e não ser, nascer e morrer,
aparecer e desaparecer, criação e destruição, fixidez e mobilidade, estabilidade e
mudança, devir e eternidade” (REIS, 2011, p. 2). Ainda para o autor, é sob essa
dificuldade de sua compreensão que reside a sua inapreensão. O tempo é, pois, aquilo
que não é apreensível, mas apesar de invisível, intocável, impalpável, ele pode ser
percebido. É por meio da natureza, das estações e da diferença entre dia e noite que o
percebemos. Com ele nos deparamos com a nossa própria existência fluindo. Sabemos o
que é, o vivemos a todo o momento. No entanto, quando se questiona sobre o tempo a
pergunta se torna difícil de responder (Ididem).
Para falar do tempo referimo-nos sempre a um passado, em oposição ao presente
e ao que viveremos posteriormente. Esta suposição sugere três modalidades do tempo:
passado, presente e futuro, e sem elas é difícil delimitar as suas dimensões (DA
CÂMARA, 2011).
COMPREENDENDO O TEMPO
MÚSICA E TEMPO
O percurso que a música faz no homem o coloca como criador e receptor da arte
musical estabelecida. Este homem/sujeito é compreendido como uma realidade que
concebe o entrelaçamento de diversos componentes (MORIN, 1996). Esta justaposição
não se dá apenas no nível psíquico e físico, mas também a partir do encadeamento de
“experiências do conhecimento sobre a própria existência, dando sentido ao mundo,
1
Musicalmente o andamento está relacionado à velocidade na qual a música será executada. Pode se
configurar em lento, rápido e moderado.
criando, a cada momento, um novo sentido para a realidade circundante” (CRAVEIRO
DE SÁ; TEIXEIRA, s/d, p. 2).
Quando este homem elabora sua arte por meio de sua linguagem, sons, cores e
formas, palavras, que do desorganizado chega a algo organizado e potencialmente
significativo e portador de sentido, este sujeito está sendo criativo (MACEDO, 2003).
Então, este homem é o próprio sujeito músico/receptor.
Esta música, que vem do sujeito pode conduzí-lo de várias formas por meio da
formação de imagens, visualização de cores, cenas, formas, texturas etc....
Música tal, que tem a capacidade de narrar, descrever, dissertar e
percorrer o tempo numa velocidade inconcebível. Música que conduz
a um estado de pura vitalidade/.../ música que conduz a outros estados
de humos e de consciência... música que, muitas vezes, organiza e,
outras tantas, desorganiza...música que, em alguns momentos,
equilibra e, em outros, causa reação totalmente contrária...música-
corporalidade, música-tempo...multiplicidades...(Craveiro de Sá, 2003,
p.131).
Fonte da Imagem
I. NICEIAS, Mayara Divina Teles. Música e Tempo. Portfólio apresentado como
requisito para aprovação na disciplina de Psicologia da Música no Mestrado em Música
da Escola de Música e Artes Cênicas. Goiânia: UFG, 2015.
Referências
PINTO, Marly Chagas Oliveira; PEDRO, Rosa Maria Leite Ribeiro. Música, modos de
subjetivação e sociedade. In: SBS – XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. UFPE,
Recife, 2007.