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No direito romano, período arcaico (até o século II a.C.) e no período clássico (séculos II a.C. a III
d.C.), antes de o Estado chamar para si a função-dever de pacificar conflitos, os particulares
faziam uso da autotutela ou autodefesa (justiça pelas próprias mãos), em que havia a sujeição
total de uma parte à outra pela força.
Em outra fase, a da auto composição, ao invés da vingança privada, a vítima aceitava a ofensa
ao seu direito através da submissão (não reagindo) ou da desistência (deixando de prosseguir
com sua pretensão) ou, ainda, da transação, em que as partes envolvidas faziam concessões
mútuas. Todos esses casos eram resolvidos pelas próprias partes.
Surge depois a substituição facultativa das partes por árbitros de sua confiança (arbitragem
facultativa), que resolviam o conflito de forma imparcial.
A partir da era clássica greco-romana, o direito processual civil passou a ganhar foros científicos
apartando-se dos preconceitos religiosos e superstições. O processo romano, com influência do
grego, passou por três períodos marcantes e sucessivos: o das ações da lei (legis actiones), o do
processo formular (per formulas) e o do processo extraordinário (cognitio extra ordinem).
O processo das ações da lei era baseado no procedimento oral, impondo a presença das partes,
e totalmente apegado ao formalismo primitivo. Havia duas fases (in iure e in iudicio). A primeira
desenvolvia-se perante o magistrado que era encarregado da administração da justiça e a
segunda diante do juiz que prolatava a sentença.
O processo formular, por sua vez, representou um avanço para a época e influenciou o processo
moderno, mas ainda manteve as duas fases. Instituiu as formas nas quais se fixava, por escrito,
a questão a ser debatida; o magistrado passa a assumir papel ativo na direção da demanda e o
processo deixa de ser aplicação exclusiva para os cidadãos romanos e estende-se aos
estrangeiros.
Com a derrocada romana, o processo sofre um retrocesso devido aos conceitos rudimentares
dos germânicos (bárbaros) sobre o direito e, somente a partir do século XI, com as
Universidades, principalmente com a de Bolonha, na Itália, é que o direito processual passou a
ser reestruturado, dando surgimento ao processo comum, com a fusão de institutos e normas
dos direitos romano, germânico e canônico, perdurando até o século XVI.
Nesse período (judicialismo), foi entre os séculos XII e XIII que se destacou a produção de obras
referentes ao tema, como as dos jurisconsultos Tancredo (Ordo Iudiciarius) e Guilherme Durante
(Speculum Iudiciale), da escola bolonhesa ou judicialista. Mas, foi a partir do início do século XVI
até o começo do século XIX que ocorreu um dos mais longos períodos de evolução do direito
processual, passando pelas etapas do praxismo, procedimentalismo e processualismo científico.
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No Brasil, de início, o Processo tinha como base as Ordenações Filipinas e leis portuguesas. Em
1850, foi editado o Regulamento 737, primeiro Código de Processo Nacional para as causas
comerciais, abrangendo, posteriormente, as civis, por determinação do Regulamento 763/1890.
Pela constituição de 1891, o direito processual passou a ser matéria de competência legislativa
da União e dos Estados, o que deu ensejo ao direito processual da União (Decreto 3.084/1898)
e a tantos outros códigos de processo civil dos Estados, o que não foi uma boa experiência.
Somente com a Constituição de 1934 é que a União passou a ter competência exclusiva para
legislar sobre processo civil, instituindo, assim, o processo unitário.
Em 1973, foi editado o atual Código de Processo Civil (CPC) – Lei 5.869, de 11/01/73, que será
revogado quando entrar em vigor o novo Código de Processo Civil.
Direito material ou direito substantivo é o conjunto de normas que regulam os fatos jurídicos
que se relacionam a bens e utilidades da vida, contrapondo-se, neste sentido, ao direito
processual ou formal.
O direito material são os bens jurídicos que são titulados por uma pessoa. Direito processual é
um conjunto de normas e princípios que regulamentam a maneira da aplicação do direito
material. O direito processual e o direito material caminham juntos diante de uma situação de
conflito de interesses (lide). Sendo o direito processual um instrumento que tem como função
servir ao direito material que por sua vez carrega os fundamentos do direito.
O corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida
(direito civil, penal, administrativo, comercial, tributário, trabalhista). Em outras palavras, o
direito processual é um conjunto de normas e princípios que regulamentam a maneira da
aplicação do direito material.
Segundo Humberto Theodoro Jr. (2011), a ampla aceitação e obediência à ordem jurídica pelos
membros da coletividade se dão porque ela se estabeleceu fundamentada na garantia da paz
social e do bem comum. O que autoriza ao Estado, diante de uma transgressão a essas garantias,
a adoção de medidas de coação, tendo em vista a proteção do ordenamento e sua credibilidade.
O direito processual é aquele que diz respeito aos processos civis e criminais. Trata-se do ramo
do direito cuja função é a organização dos tribunais de justiça e a supervisão das pessoas que
participam dos processos judiciais. O direito processual abarca o conjunto de normas que
regulam todos os aspectos da função jurisdicional do Estado e que estipulam os trâmites a seguir
pelo direito positivo em casos concretos.
O direito processual, para além de ser um dos ramos do direito público (regula a competência
dos tribunais), é formal (regula a jurisdição), instrumental (é um instrumento para o
cumprimento do direito substancial) e autônomo (não está subordinado a outras áreas do
direito).
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Os conceitos básicos do direito processual são a jurisdição (a obrigação de os tribunais darem a
conhecer, julgarem e executarem o condenado), a ação (quando uma pessoa solicita à jurisdição
que se pronuncie sobre algum assunto) e o processo (as ações judiciais relacionadas com a
efetiva realização do direito material).
Na concepção mais moderna sobre as funções do Estado Moderno e do poder como expressão
da soberania estatal, a clássica expressão “separação de poderes” deve ser interpretada como
uma divisão funcional de poderes. Convencionalmente chamada de funções do Estado, a
divisão compreende, por conseguinte, as funções legislativa, administrativa e jurisdicional.
A partir dessa ideia, podemos identificar a jurisdição como sendo, simultaneamente, um poder
― capacidade de impor suas decisões imperativamente ―, uma função ― como encargo que o
Estado assume de pacificar os conflitos sociais ―, e uma atividade.
Segundo Giuseppe Chiovenda, jurisdição é a função estatal que tem por finalidade a atuação da
vontade concreta da lei, substituindo a atividade do particular pela intervenção do Estado. Em
sendo a jurisdição uma atividade de substituição, há de existir algo a ser substituído para que se
possa caracterizá-la. Esse entendimento segue a doutrina positivista e reduz drasticamente os
poderes do juiz, pois a vontade do povo é expressada pela lei, a qual é o produto da atividade
do legislador.
Nessa visão, só haveria processo e jurisdição se houvesse lide. Em conclusão, não existiria um
direito até que o Poder Judiciário ― e não o Poder Legislativo ― o conferisse, de modo que a
jurisdição teria o intuito de resolver o litígio.
Diante dessa afirmativa, formou-se o famoso conceito de lide, segundo o qual seu objeto seria
o conflito de interesses formado pela contestação quanto à necessidade de subordinação de um
interesse a outro.
Há, contudo, alguns doutrinadores que acabaram por reunir os conceitos de ambas as escolas,
por entenderem complementares e não excludentes, como Moacyr Amaral Santos (2007, p. 3),
ao conceituar o processo como "o complexo de atos coordenados, tendentes à atuação da
vontade da lei às lides ocorrentes, por meio dos órgãos jurisdicionais".
Assim, facilmente apreende-se por todo o exposto que não é possível conceber nos dias atuais
a atividade jurisdicional divorciada dos princípios constitucionais, em especial os princípios do
acesso à justiça e da dignidade da pessoa humana.
É, hoje, o princípio fundamental da jurisdição, previsto no art. 5°, inciso XXXV da Constituição
de 1988, 3° do CPC/2015, segundo o qual a todos é assegurada a busca da solução justa para
o seu conflito.
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nas oportunas conclusões de Kazuo Watanabe, o direito de acesso à justiça tem como dados
elementares:
Assim sendo, a partir de um conflito de interesses entre duas partes, temos a noção de lide.
Caso essa lide seja levada ao Poder Judiciário, ela se transforma numa demanda, e, por via de
consequência, o acesso à jurisdição. Caso as partes prefiram que a lide seja resolvida por um
árbitro, teremos acesso à justiça, mas não à jurisdição estatal, na medida em que o árbitro tem
o poder de resolver o conflito, mas não integra os quadros do Poder Judiciário. Dentro do acesso
à jurisdição, por vezes é necessário lançar mão de ferramentas para garantir que o cidadão tenha
suas necessidades plenamente atendidas. Surgem, então, os conceitos de "justiça gratuita" e de
"assistência jurídica". Pelo primeiro fenômeno, a lei dispensa o jurisdicionado do pagamento de
custas, taxas e emolumentos em razão de sua situação de hipossuficiência. A matéria é regulada
nos arts. 98 a 102 do CPC/2015. Por "assistência jurídica" entendemos a obrigação do Estado de
fornecer um advogado (defensor público) para aqueles que desejem ingressar no Judiciário. Isso
está previsto no art. 134 da Carta de 1988.
Enfim, ele indica que todas as pessoas, independente de origem e formação devem ser
assistidas pela máquina jurisdicional que lhe garanta minimamente a assistência de um
advogado de forma gratuita.
Sem dúvida, o acesso à justiça é direito social básico dos indivíduos, direito este que não deve
restringir-se aos limites do acesso aos órgãos judiciais e ao aparelho judiciário estatal; deve, sim,
ser compreendido como um efetivo acesso à ordem jurídica justa.
Sem dúvida, um dos mais importantes princípios processuais foi introduzido em nosso
ordenamento de forma expressa pela Constituição de 1988, em seu art. 5º, LIV, segundo o
qual “ninguém será privado da liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal”.
É aquele que indica que toda pretensão deve ser analisada e julgada pelo Estado, suas normas,
princípios, precedentes e costumes. A legislação processual brasileira é regida pela civil law, o
que indica que somos legalistas.
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7. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
9. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
20.
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AULA 7
1. Classificação da jurisdição.
3. Jurisdição transnacional.
4. Princípio da cooperação.
AULA 8
1. Conceito de ação.
AULA 9
AULA 10
1. Conceito de Processo.
2. Natureza jurídica.
3. Objetivo.
4. Espécies.