Вы находитесь на странице: 1из 5

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Num. Processo : 0081580-49.2014.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ANTONIO FREIRE DE JESUS NETO
Recorrido(s) : EMPRESA BRADESCO BRADESCARD
Origem : 1º JUIZADO CÍVEL DE DEFESA DO CONSUMIDOR - UNIVERSO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA
RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS SOB O FUNDAMENTO NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.
PEDIDO DE DESISTÊNCIA DA AÇÃO NA DATA DA AUDIÊNCIA
CONCILIATÓRIA. AUSENCIA DO AUTOR NA SESSÃO DE
CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA. CONDENAÇÃO EM LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
ALÉM DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INSTRUÇÃO
PROBATÓRIA NÃO REALIZADA. CASO DE ABANDONO POR
AUSENCIA DA PARTE NA AUDIÊNCIA. PRÁTICAS ABUSIVAS
FUNDAMENTADAS NOS AUTOS. APLICAÇÃO DA SANÇÃO
CABÍVEL À ESPÉCIE. MODIFICAÇÃO DO JULGADO PARA
EXTINGUIR SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO DIANTE DA
AUSENCIA DO AUTOR EM AUDIÊNCIA SEM PREJUÍZO DAS
SANÇÕES POR BURLA AO SISTEMA E LITIGANCIA DE MÁ FÉ.
ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais


Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA AUXILIADORA
SOBRAL LEITE - Relatora, ADRIANO AUGUSTO GOMES BORGES, ISABELA
KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA, sob a Presidência da Senhora Juíza ISABELA
KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE, UNÂNIME de acordo com a ata do julgamento. Sem
Condenação em custas e honorários.
Salvador, Sala das Sessões, 27 de Agosto de 2015.
BEL. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
,BEL. ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA
Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Num. Processo : 0081580-49.2014.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ANTONIO FREIRE DE JESUS NETO
Recorrido(s) : EMPRESA BRADESCO BRADESCARD
Origem : 1º JUIZADO CÍVEL DE DEFESA DO CONSUMIDOR - UNIVERSO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS


MORAIS SOB O FUNDAMENTO NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.
PEDIDO DE DESISTÊNCIA DA AÇÃO NA DATA DA AUDIÊNCIA
CONCILIATÓRIA. AUSENCIA DO AUTOR NA SESSÃO DE
CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA. CONDENAÇÃO EM LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
ALÉM DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INSTRUÇÃO
PROBATÓRIA NÃO REALIZADA. CASO DE ABANDONO POR
AUSENCIA DA PARTE NA AUDIÊNCIA. PRÁTICAS ABUSIVAS
FUNDAMENTADAS NOS AUTOS. APLICAÇÃO DA SANÇÃO
CABÍVEL À ESPÉCIE. MODIFICAÇÃO DO JULGADO PARA
EXTINGUIR SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO DIANTE DA
AUSENCIA DO AUTOR EM AUDIÊNCIA SEM PREJUÍZO DAS
SANÇÕES POR BURLA AO SISTEMA E LITIGANCIA DE MÁ FÉ.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso manejado por ANTONIO FREIRE DE JESUS NETO, cujo o


pedido autoral era de condenação do recorrido ao pagamento de dano moral em razão da
inscrição do seu nome em cadastros de devedores por débito não contratado, sendo que o
juiz a quo julgou improcedente a queixa e condenou o autor na litigância de má-fé, além do
pagamento de honorários advocatícios, estribado no art. 55, da Lei nº 9099/95 e nos artigos
17 e 18 do CPC.

A sentença julgou extinto o processo sem julgamento de mérito, bem como


condenou a parte autora ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

Recurso tempestivo, e devidamente preparado, consoante evento 57 do


Projudi..

Presentes as condições de admissibilidade do recurso, conheço-o,


apresentando voto com a fundamentação aqui expressa, o qual submeto aos demais
membros desta Egrégia Turma.

VOTO

A pretensão recursal visa à reforma da sentença que julgou extinguiu o


processo sem julgamento de mérito, condenando ainda a parte autora ao pagamento de
custas processuais e honorários advocatícios..
O exame dos autos revela que a peça inicial teve por causa de pedir a alegação
de que o autor teve seu nome inscrito em cadastro de devedores, por divida que desconhece
a origem, sofrendo abalo resultante da cobrança perpetrada pelo acionado, reclama a
reparação de danos morais.
A parte acionada em sua contestação, juntada antes da audiência, defendeu a
existência de regular contratação, juntando aos autos documentos que aventa a
comprovação do vínculo contratual entre as partes.
Como apontado, durante a realização da audiência de conciliação, instrução e
julgamento, a parte autora não se fez presente, tendo formulado no evento 11 requerimento
de desistência da ação . A sentença impugnada se referiu ao comportamento da parte autora
como uma tentativa de evitar o exame da documentação acostada aos autos, numa burla à
convicção do julgador pelo que julgou improcedente a queixa, condenando-o na litigância de
má-fé e ao final no pagamento de honorários advocatícios.
A pretensão recursal visa à reforma da sentença, para que seja homologada a
desistência , bem como insurge-se contra a condenação em custas processuais.
A sentença recorrida não merece reforma, tendo sido corretamente aplicado
pelo magistrado sentenciante o julgamento de extinção do processo sem resolução do mérito
diante do abandono de causa pela parte autora, que não compareceu a audiência, aliás,
como já decidiu a Turma Recursal em outras demandas.
Por outro lado, merece a confirmação do julgado no tocante ao reconhecimento
e a condenação pro litigância de má fé, isto porque há que se observar, como ressaltou o juiz
singular no bojo da audiência de instrução, tem se tornado uma praxe no âmbito dos
juizados tais comportamentos de no dia da audiência, ou nas vésperas formular a
desistência, em demanda em que se busca a reparação por danos morais por suposta
restrição indevida diante do argumento de inexistência de relação jurídica entre as partes,
justamente após a parte ex adversa trazer ao processo vasta documentação, inclusive o
próprio contrato e demais documentos da parte autora que em princípio comprovação a
relação contratual refutada; restando patente a deslealdade e ausência de boa-fé em tais
práticas, que não encontram guarida no Enunciado 90 do FONAJE, como quer fazer crer a
parte recorrente.

Ressalte-se que dita situação tem se observado nos Juizados Especiais de um


modo crescente e, trata-se de utilização da Justiça como moeda de sorte e não havendo
vantagem ou não sendo alcançada a finalidade pretendida, aproveita-se da estrutura
judiciária que permite o maior acesso a Justiça e sem qualquer custo em detrimento
daqueles que de fato e de direito reclamam um pronunciamento judicial mais rápido e eficaz.

Faz mister repudiar métodos maliciosos dessa natureza que vem surgindo com
certa frequência nos Juizados e em razão da digitalização dos feitos pelo PROJUDI permite
ao julgador observar de logo a repetição de ações e no caso dos autos, o mais grave é a
atitude ilícita do patrono da parte autora que de forma desleal e lesiva, infringido não só a
ética profissional, como causando prejuízos a parte ex-adversa, sobremaneira, vem
acarretando prejuízos a estrutura dos Juizados Especiais, exigindo uma providência,
inclusive para apurar ilícito penal que se pode vislumbrar ante a juntada de documentos que
não transmitem a verdade, em alguns dos casos.
Diante de todos esses elementos, entendo que a condenação imposta deve ser
mantida para no mínimo servir como punição e influência pedagógica visando decepar a
continuidade de tais condutas tão prejudiciais às próprias partes, ao Judiciário e finalmente a
efetividade da justiça.

Voto, pois, no sentido de CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE


provimento , mantendo a sentença objurgada pelos próprios fundamentos. Sem
condenação em custas e honorários.

Salvador, Sala das Sessões, 10 de Outubro de 2015.


BEL. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora

Вам также может понравиться