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Fabricado pelos ovários, em sua maior parte, o estradiol é de longe o mais poderoso dos três. É ele
que atua sobre a função reprodutiva, estimulando os folículos ovarianos a liberar os óvulos -- as
células germinativas femininas. Também é ele que estimula o aumento das contrações musculares
das trompas de falópio que empurram o óvulo fertilizado até o útero. É o estradiol, ainda, que leva o
útero à reagir à progesterona -- o hormônio que prepara o órgão para receber o óvulo fertilizado,
revestindo-o com um endométrico mais espesso.
O Estrona é uma versão atenuada de estradiol. Secretado pelas células de gordura e durante a
gravidez, pela placenta, é o tipo que predomina na mulher após a menopausa.
Ele tem sua importância mas não é tão poderoso, sem dúvida, quanto o estradiol a ponto de evitar o
processo inexorável de envelhecimento. Por isso, ficamos mais vulneráveis ao risco de desenvolver
doenças cardiovasculares ou osteoporose após a menopausa.
A região do cérebro conhecida como hipotálamo e a glândula pituitária -- a popular hipófise - são em
primeira instância as responsáveis pela produção desse coquetel de hormônios sexuais que
preparam o organismo feminino para a reprodução e o mantém em bom estado de funcionamento.
Com pouco mais de 1 centímetro de diâmetro e meio grama de peso e alojada na base do cérebro a
hipófise é subordinada diretamente ao hipotálamo e se encarrega, em ambos os sexos, de fabricar as
chamadas gonadotrofinas, substâncias que induzem os ovários e testículos, lá embaixo, a liberar
hormônios sexuais, os quais, por sua vez, amadurecem os óvulos e as células germinativas
masculinas necessárias à reprodução.
Para desempenhar essa função, as gonadotrofinas carregam dois tipos de hormônios: o Hormônio
Folículo Estimulante, ou FSH e o Hormônio Luteinizantes ou LH. As siglas correspondem às iniciais
dos nomes dessas subtâncias em inglês.
Nos homens, os dois hormônios atuam simultaneamente. O FSH forma os espermatozóides enquanto
o LH estimula os testículos a fabricar testosterona. Nas mulheres, eles agem em fases alternadas. O
FSH entra na primeira metade do ciclo, para induzir os ovários a produzir estradiol, o estrogênio que
amadurece um ou mais óvulos guardados nos folículos ovarianos. O nível de concentração de
estrogênio estradiol no sangue, aumenta quando o óvulo está maduro e pronto para sair de sua
"casca" e este é o sinal que avisa a hipófise de que o trabalho foi feito e está na hora de parar a
produção de FSH e lançar a segunda gonadotrofina na circulação: o LH. O hormônio luteinizante
ajuda o óvulo a romper a casca folicular para cair em uma das duas trompas de falópio, que a essa
altura estão encostadinhas nos ovários à espreita de sua presa.
A partir dessa fase, a glândula pituitária continua a lançar as gonadrotofinas na circulação e dar início
ao ciclo ovulatório feminino mas os folículos não amadurecem e os níveis de estradiol, o estrogênio
fabricado pelos ovários nessa primeira metade do ciclo feminino, não se elevam ao ponto de avisar a
hipófise sobre o passo seguinte, qual seja, o de parar a produção de FSH e começar a de LH, e
assim por diante.
Ao contrário do programado, e num esforço supremo para conseguir amadurecer os folículos
ovarianos resistentes, a hipófise reage aumentando a produção de FSH. A chance de conseguir tirar
um óvulo da casca é de 50% quando a mulher tem 45 anos.
Mas a hipófise não parece saber disso e insiste, super produzindo o FSH. E com óvulo ou sem, dá
seqüência a operação, lançando a segunda gonadrotofina na circulação, o hormônio luteinizante ou
LH que completa o ciclo até a menstruação. A produção de LH permanece estável nesse período
conturbado, segundo os médicos, daí a continuidade do processo. Mas a produção anormal de FSH
ao longo da perimenopausa, que se torna errática, oscilando entre picos de alta e baixa
concentração, acompanhados por mais estradiol ou menos, produz um curto-circuito no organismo
feminino, literalmente.
OVÁRIOS
Tanto que as mulheres gastam, no máximo, 450 dos 400 mil óvulos com suas ovulações
antes de atingir a idade da menopausa, quando têm a ultima menstruação e
provavelmente nenhum óvulo a mais em seus folículos capaz de continuar a sua história
reprodutiva.
Não é de uma hora para a outra que ocorre o desfecho. O desaparecimento de folículos
começa a se fazer notar a partir dos 35 anos e torna-se crônica depois dos 45, quando a
chamada atresia dá origem a ciclos menstruais anovulatórios (sem produção de óvulos). A
falha na ovulação desencadeia um processo de desequilíbrio na produção hormonal, com
queda nos níveis de progesterona e flutuações dos níveis de estrogênios no organismo
feminino.
FASES DE TRANSIÇÃO
PERIMENOPAUSA
O processo que encerra a fase reprodutiva feminina é lento e, para a maioria das
mulheres, estressante. O desequilíbrio nos níveis de estrogênios em circulação no
organismo feminino pode produzir sintomas desagradáveis até dez anos antes da última
menstruação, mesmo de forma leve, mas é a partir dos 45 anos, em geral, que seus
efeitos começam a se fazer notar. Daí o termo cunhado pelos médicos para caracterizar
esta fase de transição como perimenopausa (em torno da menopausa). O
desaparecimento dos folículos ovarianos aumenta por volta dessa idade e a chance de
ovulação a cada ciclo diminui 50%, dando origem a um circuito de erros na produção
hormonal.
O ritmo da oscilação dos níveis hormonais bem como a sensibilidade de cada mulher são
os fatores responsáveis pela manifestação maior ou menor dos sintomas."O ovário das
mulheres durante a transição para a menopausa é um órgão ainda não suficientemente
estudado", lembra a médica canadense Jerelynn Prior, pesquisadora da divisão de
endocrinologia da Universidade de Colúmbia Britânica (em Vancouver, Canadá). Prior
analisou dezenas de pesquisas americanas feitas com milhares de mulheres entre 45 e 55
anos, nas duas últimas décadas e elaborou uma classificação da perimenopausa.
Conhecer as fases da transição de Prior pode lhe ser útil para acompanhar o processo de
mudança sem sobressaltos.
PRIMEIRA FASE: SINALIZA O INÍCIO DO CLIMATÉRIO
MENOPAUSA
A data da menopausa é determinada pelos genes que cada mulher traz de herança. Mas
da mesma forma que a menarca é geneticamente determinada e algumas meninas
chegam a ela com 10 anos e outras, aos 16, a idade dos primeiros sinais de aproximação
da última menstruação varia entre os 45 e 47 anos e o fim do processo ou a entrada na
menopausa, propriamente, ocorre entre os 48 e 51 anos. O início precoce da puberdade e
da primeira menstruação não influencia a idade da última menstruação. Esta perspectiva,
considerada verdadeira até pouco tempo atrás é comprovadamente infundada hoje. Teses
como esta, de que o período de fertilidade da mulher não ultrapassaria jamais os 30 anos
após a primeira menstruação, ou menarca, também caíram por terra por não terem
nenhuma comprovação científica. Hoje, a medicina sabe que a idade da primeira
menstruação nada tem a ver com o momento da chegada à menopausa.
A idade da menopausa da mãe pode ser uma referência para avaliar o momento em que a
filha chegará à menopausa. Mas não pode ser tomada como regra. Assim como estudos
de famílias que apresentam menopausa prematura não necessariamente indicam que as
futuras gerações entrarão na menopausa precocemente. Os hábitos alimentares e o estilo
de vida são os outros fatores que interagem com a herança genética para determinar a
idade da menopausa.
A menopausa não acaba com o tesão, necessariamente. Mas manter acesa a chama do desejo passa a ser mais
delicado nessa idade. São tantas as mudanças no corpo, físicas, emocionais, hormonais que, haja tesão!, diriam vocês.
Como se não bastasse a turbulência interna, tem a vida lá fora, acrescentado suas novidades. Os filhos saindo de casa,
o trabalho insatisfatório, os pais envelhecendo e exigindo cuidados, o marido. Bem, o marido, quando existe, é uma
facilidade a ser considerada neste caso. Clique nos tópicos do índice para conferir o que pode acontecer com eles
depois dos 50 anos, quais as diferenças entre homens e mulheres e como resgatar a própria libido, caso a tenha
perdido, sem querer ou ter notado.
INSONIA
Para evitar que a insônia se torne crônica os médicos recomendam aos pacientes, antes
de mais nada, fazer a higiene do sono, cujos procedimento são descritos abaixo. Técnicas
de relaxamento, meditação e yoga ou a prática diária de exercícios físicos são
fundamentais para prevenir as alterações de humor e promover o bem estar e o sono. Os
casos de ansiedade leve, típicos do climatério, que dificultam pegar no sono podem ainda
ser resolvidos com o uso de calmantes naturais, fitoterápicos, como as ervas passiflora,
valeriana, melissa e avenna sattiva. O neurologista Felix Bauab inclui nessa categoria o
uso esporádico de medicamentos para dormir à base de substâncias derivadas do
diazepan como o cloxazolan (o nome comercial é Olcadyl) "O ideal é utilizar remédios
para dormir uma vez ou outra e mesmo assim, de formulações mais leves, com menor
potencial de causar dependência", diz Bauab, ao esclarecer que os medicamentos
tradicionais benzodiazepínicos, os populares soníferos, não são mais receitados para a
insônia típica do climatério, que se repete com certa freqüência. Eles são hoje indicados
para os casos de insônia aguda (esporádica) ou nos distúrbios crônicos de impercepção
do sono, por exemplo, em que o cérebro da pessoa não tem capacidade de perceber o
estado de sono e só consegue dormir com sonífero. Diante de um quadro de ansiedade
mais intenso, em que a insônia parece caminhar para tornar-se crônica, o neurologista
considera ainda a indicação de um tratamento psicoterapêutico e o uso de anti-
depressivos.
HIGIENE DO SONO
A higiene do sono deve ser incorporada ao dia-a-dia, independente de qual seja a opção
de tratamento. É uma terapia sem medicação que vale para todas as pessoas, diz Bauab.
Eis suas recomendações:
CALORES E SUORES
A experiência dos calores e suores na transição para a menopausa varia muito de uma mulher para
outra. Não existe um padrão. Pode até ser uma sensação agradável, de um calor ameno, mais
concentrado na cabeça, que cai leve sobre o peito e se dissipa sem dar bandeira, para algumas
mulheres. A maioria, porém, sente o rosto e o pescoço vermelhos e a parte superior, do tronco,
queimando, e se vê obrigada a tirar o casaco ou agasalho no maior frio. A sensação física de
aquecimento moderado ou intenso é resultado da dilatação repentina dos vasos sanguíneos. O calor
perdido em alguns minutos pelo corpo, nessa onda dilatadora, produz frio ou suor intenso, em
seguida.
Calores e suores podem ocorrer a qualquer hora do dia, na fase da perimenopausa, quando
começam as irregularidades menstruais. À medida que se aproxima o fim das menstruações, são
mais freqüentes à noite, perturbando a qualidade do sono. A sensação de calor geralmente acorda a
mulher, que além de sentir o desconforto às vezes chega a ficar com a roupa de dormir e os lençóis
molhados de suor. Daí a denominação de suores noturnos. Os médicos classificam as duas
denominções de sintomas vasomotores. Os mais antigos preferem usar o termo fogachos.
A frequência dos fogachos varia de uma ou duas ocorrências por semana até duas por hora. A
duração média de cada episódio, segundo inúmeros estudos, é de quatro minutos. A máxima é de
dez minutos. A aceleração dos batimentos cardíacos, ou palpitações costumam acompanhar os
sintomas. Algumas mulheres chegam a sentir enjôo, dor de cabeça e tontura depois que eles
passam. As sensações de fadiga, irritabilidade e ansiedade são as consequências mais comum da
experiência dos fogachos, no cotidiano.
Não se sabe ao certo, até hoje, qual a origem dos sintomas, a não ser que têm a ver com o
desequilíbrio na produção dos hormônios femininos e os ciclos anovulatórios (sem ovulação) que
encerram o período reprodutivo feminino. Quando não há ovulação os níveis de estrogênios ficam
elevados e a produção de progesterona cai por completo. A alteração no equilíbrio desses dois
hormônios antes e depois da última menstruação afetaria o funcionamento do hipotálamo, o centro
que regula nossa temperatura corporal. Daí o uso da reposição hormonal para acabar com os
sintomas vasomotores. Existe uma variedade de medicamentos à base de fitohormônios --
estrogênios e progesterona extraídos de plantas com propriedades hormonais como a soja, o yam
mexicano, o trevo vermelho, que também funcionam, especialmente quando os sintomas não são
muito intensos. Os fitohormônios são menos potentes do que os hormônios sintéticos da TRH.
A intensidade e frequência dos fogachos estão associadas a fatores que podem ser controlados, é
verdade, como por exemplo a dieta, o estilo de vida e o estresse emocional. Comer muita fibra e
produtos derivados da soja e evitar o consumo de álcool, de alimentos condimentados ou à base de
cafeína ajuda a conter a manifestação dos sintomas. Fazer atividade física aeróbica diariamente é
fundamental para conviver melhor com eles. Evitar situações de estresse emocional frequente, por
excitação, medo ou ansiedade, é providencial para reduzir a frequência dos calores.
Estudos recentes dão conta de que o desequilíbrio hormonal da menopausa afetaria a produção de
endorfinas, substâncias químicas que controlam o humor e a sensação de prazer. E as emoções
descontroladas são outro fator de risco para a experiência aumentada dos calores. O uso de
substâncias anti-depressivas como a venlafaxina (Effexor), a fluoxetina (Prozac) a setralina (Zoloft)
em muitos casos, tem se revelado eficaz em muitos casos para desconectar esse circuito de
estímulos cerebrais negativos e atenuar os calores.
Outros tratamento incluem remédicos desenvolvidos para tratar a hipertensão arterial ou a labirintite,
caso do Stugeron, que usa a substância cinizarina. Componentes como veraliprina ou ciclofenila, e os
alcalóides da beladona. Estes últimos são encontrados apenas em formulações manipuladas. As
substâncias veraliprina e ciclofenila são a base das marcas comerciais Agreal e Menopax,
respectivamente. Nos Estados Unidos a droga contra a hipertensão baseada na clonidina é muito
receitada para conter os fogachos, especialmente quando o sintoma é acompanhado por alta da
pressão arterial. Outra opção no Brasil é o uso da cinizarina, substância ativa do medicamento
Stugeron, desenvolvido originalmente para tratamento da labirintite.
Um dia desses recebemos um email de internauta aqui no Menospausa que dizia o seguinte:
"Tenho 53 anos e ainda menstruo. Não sinto nada desses sintomas que vocês descrevem no site. E não
faço nada de diferente, a não ser usar muita soja e inhame na alimentação, um hábito que aprendi com
meu pai. Seria anormal?"
Estima-se que 70% das mulheres urbanas, ocidentais, passam o maior sufoco com os calores e suores
nessa idade. O fenômeno não é assim comum nas culturas orientais. No Japão nem existe nome para tais
sintomas. Estudos feitos ali, nos anos 80, mostraram que apenas 15% das japonesas sabiam o que
significava a experiência. Não foi preciso muita reflexão para que os estudiosos associassem a dieta rica
em soja à peculiar experiência da menopausa entre as japonesas. Os fitohormônios da soja e de outras
plantas ricas em isoflavonas entraram na pauta das terapias da menopausa aqui, e no resto do ocidente,
a partir de então. Mas a dieta e o estilo de vida ocidental, sedentário e estressante, continuam nos
deixando em desvantagem.
Cara internauta, você é normal. Nós é que ainda temos muito o que aprender.
ALARME FALSO
Uma pesquisa feita pela Associação Americana dos Endocrinologistas Clínicos mostra que
nos Estados Unidos 1 em cada 4 mulheres examinadas por causa de queixas
relacionadas com a aproximação da menopausa recebem diagnóstico de hipotireoidismo
despois de fazer os exames. A glândula da tireóide regula o metabolismo do corpo todo,
do funcionamento do coração, cérebro e rins ao sistema reprodutivo, resistência muscular
e apetite.
TRISTEZA E DEPRESSÃO
Mulheres de mais de 40 estão particularmente sujeitas a mudanças de humor. Sentem nervosismo, irritabilidade e
podem chegar a sofrer de melancolia e depressão ao entrar na perimenopausa e só recuperar o humor depois de
superada a transição.
Tais alterações emocionais tem a ver com o desequilíbrio na produção dos estrogênios na fase da transição para a
menopausa. Esses hormônios são como chaves que abrem portas de mecanismos complexos do corpo feminino. No
cérebro, por exemplo, facilitam a conversão de substâncias neurotransmissoras como a acetilcolina e serotonina, que
atuam sobre o bem estar em geral e algumas faculdades em particular como a da memória. No sistema nervoso
central, modulam atividades comandadas pela região do hipotálamo, entre elas, a temperatura do corpo e a pressão
sanguínea.
É clara a correlação entre flutuações hormonais, calores e suores e maior vulnerabilidade à depressão.
GANHO DE PESO
Sem dúvida o estilo de vida e a dieta estão associados a essas alterações. Mulheres que
levam vida sedentária e comem mais do que gastam de energia podem sentir mudanças
no formato e proporção de gordura no corpo no início da década dos 40 anos, ou seja,
bem antes da época da menopausa.
É preciso ter cuidado com as refeições para não engordar na maturidade. O metabolismo
fica mais lento já a partir dos 40 anos e as necessidades calóricas diminuem em média
2% ao ano.Mulheres entre 23 e 50 anos precisam de 1.600 a 2.400 calorias diárias (média
de 2.000 calorias). Entre 51 e 76 anos suas necessidades caem para 1.400 a 2.000
calorias (média de 1.600 calorias). Um excesso diário de 200 calorias pode significar o
aumento de 10kg no peso ao final de um ano.
A redução de 500 calorias no consumo diário pode levar a perda de cerca de 500 gramas
de peso por semana. Mulheres que desejam perder peso, além de comer menos precisam
queimar calorias por meio da atividade física e não limitar exageradamente a quantidade
de calorias consumidas no dia-a-dia.
Frutas e Vegetais ricos em vitamina C: frutas cítricas, morango, melão e tomate. Folhas
verde-escuras como brócolis, ervilha e couve, que fornecem cálcio e vitamina A . Frutas e
vegetais amarelo-escuros como manga, cenoura e abóbora, que têm vitamina A .Vegetais
crucíferos: repolho, brócolis, couve-flor e nabo, que contêm cálcio.
Para evitar consumir gordura basta escolher os alimentos da tabela 2 e prepará-los sem
adicionar manteiga, óleo ou margarina.
Algumas dicas:
REPOSIÇÃO ALTERNATIVA
Os médicos que trabalham com a medicina fitoterápica consideram reposição alternativa a que inclui hormônios
bioidênticos aos que estão presentes no organismo feminino, de origem natural ou sintética, formulados sob medida
para cada mulher, nas especificações e dosagens correspondentes ao que está faltando em seu corpo na transição para
a menopausa, explica a médica paulista Dina Kaufman, em O QUE É REPOSIÇÃO ALTERNATIVA, o texto que abre esta
seção. Existem outras alternativas para tratar os sintomas da menopausa como a homeopatia, que utiliza além das
substâncias derivadas de plantas com propriedades hormonais outros fitoterápicos específicos, informa o homeopata e
ginecologista também de São Paulo, João Mattoso.
Vamos tratar aqui desses recursos e da pesquisa sobre fitohormônios em geral, que podem resolver os calores e
suores, melhorar o bem estar emocional e a qualidade de vida das mulheres que não querem ou não podem fazer a
terapia clássica hormonal.
Os fitoestrogênios das isoflavonas da soja compõem, sem dúvida, a categoria mais estudada e melhor conhecida até
agora, mas existem mais de 20 compostos com propriedades hormonais interessantes para melhorar o bem estar da
mulher em fase de transição. Entre os eles destacam-se a progesterona natural, extraída do inhame mexicano, wild
yam (Dioscorea villosa), o trevo vermelho, red clover (Trifolium pratense), a árvore da castidade ou chasteberry (Vitex
agnus castus), e a actéia ou black cohosh (Cimicifuga racemosa).
Confira também nesta seção o conhecimento dos pesquisadores brasileiros sobre os fitoestrógenos e o glossários de
fitohormônios mais indicados entre as alternativas de terapia no climatério.
Existe uma variedade de opções de medicamentos não hormonais para tratar os sintomas
da menopausa como os calores, os suores, as mudanças de humor e até mesmo o risco
de osteoporose.
ONDAS DE CALOR
Podem ser controladas com remédios desenvolvidos para tratar a hipertensão arterial,
particularmente os baseados nas substâncias ativas veraliprina e ciclofenila e nos
alcalóides da beladona. Estes últimos são encontrados apenas sob formulações
manipuladas. As substâncias veraliprina e ciclofenila compõem as marcas comerciais
conhecidas, respectivamente, como Agreal e Menopax. Nos Estados Unidos a clonidina,
outra substância antihipertensiva, é a mais receitada para o controle dos fogachos,
especialmente quando o sintoma é acompanhado por alta da pressão arterial. Outra
opção para aliviar os calores é o medicamento Stugeron, cuja substância ativa é a
cinizarina, desenvolvida originalmente para tratamento da labirintite. A ação desses
medicamentos pode variar de uma mulher para outra. Nem todas encontram neles o alívio
procurado. Existem casos em que o uso de doses pequenas de medicamentos
antidepressivos produzem melhor resultado.
INSÔNIA E DEPRESSÃO
É grande a gama de opções para a prevenção da perda de massa óssea que leva a
osteoporose na pós menopausa. Ela pode incluir a suplementação de cálcio, pura e
simplesmente, ou o uso de medicamentos mais específicos. Entres eles estão a
calcitonina e os bisfosfonatos de geração mais avançada, os chamados alendronatos ou
risendronatos. A primeira substância previne a perda óssea. As últimas reduzem a
atividade das células denominadas osteoclastos, destruidoras do osso sem causar os
distúrbios gástricos desagradáveis e típicos de uma geração anterior de bisfosfanatos. Os
moduladores seletivos dos receptores de estrogênio são outra alternativa avançada de
tratamento. Os SERMs, como são chamados, e cuja substância ativa é o raloxifeno,
atuam como os estrogênios sobre os ossos e o nível de colesterol mas não causam os
efeitos negativos destes hormônios nos tecidos dos seios e do útero. Eles não são
recomendados, porém, para mulheres com risco de desenvolver coágulos ou trombos
venosos, ou sofrem de doença no fígado. Uma versão sintética do paratormônio PTH, a
sigla para uma substância que é fabricada naturalmente nas paratireóides (quatro
pequenas glândulas que ficam no pescoço e regulam a disponibilidade do cálcio e do
fósforo no organismo), acaba de receber aprovação do FDA - Agência Americana que
regulamenta os medicamentos - para ser comercializado nos Estados Unidos. É a última
novidade na prevenção da osteoporose. O PTH é capaz de formar osso novo, diferente de
todos os outros medicamentos, que atuam para conter a perda de massa óssea.
PROBLEMAS CARDIOVASCULARES
NOVIDADE DA PESQUISA
Nunca se pesquisou tanto a saúde da mulher na menopausa como nos últimos anos. Os jornais científicos publicam
dezenas, talvez mais de centena de resumos de estudos sobre os sintomas da menopausa ou de novas drogas para
acabar com eles, a cada semana. Nem tudo interessa, evidentemente, e nossa meta é realçar aqui aspectos relevantes
dessa investigação toda. Especialmente que possam ensinar as mulheres a entender e lidar melhor com os
desconfortos da menopausa. Nesse sentido, recomendamos que dê uma olhada no resumo da pesquisa do WHI e
reveja suas próprias conclusões a respeito dele. A pesquisa americana mostrando que os sintomas variam de acordo
com a raça e o estilo de vida confirma como a menopausa envolve mais do que mudanças hormonais, infelizmente.
Vamos tentar esquentar mais esta seção ao longo do ano, com as novidades sobre o tratamento da osteoporose e a
eficácia dos fitohormônios ou da reposição alternativa. Fique ligada nela.
GLOSSÁRIO FITOHORMONAL
SABEDORIA MILENAR
A médica Dina Kaufman, de São Paulo, especializada em
medicina chinesa e acupuntura, homeopatia e terapia
ortomolecular, é a autora do glossário de ervas, que compõem o
arsenal terapêutico alternativo ao tratamento tradicional de
reposição hormonal.
Tais qualidades das ervas medicinais, que são conhecidas há centenas de anos, algumas
até há milênios, por variadas culturas, vêm sendo reconhecidas pela ciência de vinte anos
prá cá, observa a médica. "Graças a uma série de ensaios clínicos realizados em países
da Europa, como a Alemanha, e mais recentemente, também nos Estados Unidos, que
confirmaram a eficácia de suas propriedades medicinais", diz ela. Veja as referências
desses estudos no final de cada um dos verbetes. A seguir, a entrevista com Kaufman.
A médica francesa Joëlle Proust, autora do livro Menopausa, 100 perguntas e respostas
(Ed Larousse, SP-2003) cita alguns remédios específicos para os sintomas vasomotores,
que podem ser usados isoladamente ou associados com o tratamento recomendado por
seu homeopata. São medicamentos para ser usados duas a quatro vezes ao dia ou a cada
onda de calor, dependendo da intensidade e frequência do sintoma, e estão relacionados
no quadro abaixo:
CARACTERÍSTICAS DAS ONDAS DE CALOR REMÉDIO HOMEOPÁTICO
INGREDIENTES ATIVOS
triterpênicos e flavonóides
USO TRADICIONAL
Os índios norte-americanos ferviam a raiz e com a infusão tratavam problemas variados das
mulheres relacionados com a menstruação e a menopausa.
EFEITO ESTUDADO
alivia as ondas de calor, principalmente, mas também atua sobre a atrofia vaginal e a depressão.(1)
Em um estudo feito na Alemanha, onde a planta é particularmente pesquisada, o extrato de
cimicifuga diminuiu os sintomas da menopausa de 80% de 629 pacientes que tomaram a substância,
depois de 6 a 8 semanas de uso (2). Em um outro estudo alemão menor, feito com 60 pacientes, sua
eficiência em estados de ansiedade e depressivos mostrou-se superior a do calmante Diazepan, em
doses de 12 mg por dia (3). O uso da Cimicifuga racemosa também é recomendado para mulheres
que não podem fazer uso da TRH por causa do risco de desenvolver câncer de seio ou do
endométrio ou melanoma maligno. Estudos com cultura de células de tumor in vitro demostraram
que ela inibe a proliferação celular (4). Ensaios feitos com ratos que ingeriram aproximadamente 90
vezes a dose ideal durante seis meses demonstraram o mesmo resultado. (5).
EFEITOS COLATERAIS
Podem ocorrer perturbações leves no trato gastrontestinal (dor abdominal ou náusea) bem como
tonturas e dores de cabeça quando usada em altas doses.
CONTRA INDICAÇÕES
Não deve ser usada por mulheres grávidas ou que estão amamentando.
* referências bibliográficas
.
ERVA & ORIGEM
INGREDIENTES ATIVOS
usado para tratar problemas dermatológicos em crianças, como eczemas, também era indicado e
ainda é para para psoríases. Em adultos, é usado para tratar bronquite e tosse, especialmente
coqueluche, por sua ação expectorante e antiespasmódica.
EFEITO ESTUDADO
traz alívio para os sintomas menopausa, nas mulheres (1)(2) e, nos homens, contribui para diminuir a
incidência de Hipeplasia Prostática Benigna (HPB) e de Câncer de Próstata. É eficaz na manutenção
dos níveis de HDL, o colesterol bom.
EFEITOS COLATERAIS
As isoflavonas tem propriedades semelhantes aos estrógenos e não são recomendadas para
mulheres com história de câncer de mama atual ou passada. Como o trevo vermelho aumenta o
risco de sangramento associado, indivíduos que usam drogas para afinar o sangue (AAS, Warfarin)
ou suplementos (ginkgo, gengibre, alho e vitamina E) também devem evitá-lo.
CONTRA INDICAÇÕES
não existem contra indicações.
** referências bibliográficas
.
.
ERVA & ORIGEM
Muito comum na China, onde são conhecidas pelo menos nove espécies
de Angélica Sinensis, chamadas popularmente de Dong Quai ou Dang
Gui, é uma planta cuja reputação na Ásia só perde para o Ginseng.
INGREDIENTES ATIVOS
Conhecida na Ásia como "remédio das mulheres" por suas propriedades terapêuticas na pré e
perimenopausa.
EFEITO ESTUDADO
As substâncias fitoestrogênicas das Angélicas Chinesas e Japonesas são muito ativas mas não tanto
quanto os estrogênios de origem animal, que são 400 vezes mais potentes. O que explica porque a
Angélica sinensis pode ser usada para tratar sintomas como dismenorréia (dor na menstruação) e
metrorragia (menstruação anormal), da pré-menopausa e também amenorréia (ausência de
menstruação) e os calores da menopausa. Quando o nível dos estrogênios é alto, característica da
pré-menopausa, suas substâncias fitoestrogênicas reduzem a atividade hormonal ocupando os
receptores de estrogênio espalhados pelo organismo feminino. Quando o nível abaixa, na
menopausa, os fitoestrógenos da planta atuam de modo semelhante ao do estrógeno natural
aumentando a atividade desse hormônio.
Os derivados cumarínicos dessa planta estimulam a atividade imunológica de pacientes com câncer,
segundo estudos clínicos (1) e (2).
EFEITOS COLATERAIS
a Angélica sinensis pode aumentar o nível de açúcar na urina e as mulheres com tendência para
desenvolver diabetes devem evitá-la.
CONTRA INDICAÇÕES
não existem contra indicações.
*** referências bibliográficas
.
menospausa@uol.com.br
* (1)Estudo Duplo Cego Cimicifiga versus Substâncias Estrogênicas: Influências de Fitofármacos no Epitélio Vaginal Atrófico.
Terapêutica 1(Therapeuticum) (1987):23-31 (2) Uma Alternativa de Tratamento dos Sintomas da Menopausa. Ginecologia 3 (1982):14-
6. (3) A Influência nos Sintomas Menopáusicos com Agentes Fitoterápicos. (Méd Welt -- Mundo Alemão). 36(1985) 871-4. (4)
Influências do Extrato de Cimicifuga Racemosa em Relação a Atividade Semelhante ao Estrógeno na Proliferação em Vitro de Células
com Carcinoma de Mama. Archives of Gynecology and Obstetrics 1993.254;817-8. (5)Exame do Potencial Proliferativo dos
Fitofármacos com a ação semelhante ao Estrógeno em Carcinoma de Mama. Archives of Gynecology and Obstetrics 1993; 254:817-8.
** (1) Red clover: Eficácia e Farmacocinética. Jornal Britânico da Menopausa (Br J Menop) 2001. Suplemento S1.(2) Os Efeitos
Derivados das Isoflavonas Derivadas do Red clover nos Sintomas Vaso Motores e na Espessura Endometrial. Procedimentos do 81o
Encontro Anual da Sociedade Americana de Endocrinologia (Proceedings of 81th Annual American Endocrinology Society) 1999, São
Diego.
*** (1) Ações dos Benzopirenos no Sistema Tecidual, Linfático e Sanguineo. Folha de Angiologia. (Folia Angiol) 1976;24:7-22 (2)Os
Efeitos dos Derivados Cumarínicos no Sistema Imunológico do Homem. Ações de Agentes. (Agents Actions)1983;13:50-52
DIETAS ANTI-CALORES
Evitar o estresse, manter uma boa alimentação e praticar exercícios regularmente são três medidas
cruciais para suavizar a experiência dos sintomas vasomotores da menopausa. A maioria das
mulheres terá de se haver com os calores ou suores noturnos em alguma momento dessa fase da
vida. Algumas chegam a penar quase dez anos com a vivência deles, outras apenas por um curto
período de tempo.
Se não dá para evitar a vivência dos desagradáveis sintomas vasomotores, é possível atenuá-los com
uma dieta apropriada, composta de grãos que contenham fitóestrogenos - elemento natural de certos
grãos que imitam o estrogênio do organismo e ajudam a aliviar os calores. Um desses fitóestrogenos,
particularmente importantes, são as isoflavonas. Uma dieta rica em alimentos compostos de
isoflavonas, caso da soja, dos grãos integrais como sementes de linhaça, podem de fato abaixar a
temperatura do corpo e trazer alívio.
Enquanto produtos que contém álcool, cafeína e alimentos condimentados podem agravar os calores.
Veja a seguir o que evitar e o que consumir para combater tais sintomas:
Preferir
Bebidas geladas como água e sucos não muito calóricos; e
Cereais integrais e soja, sob a forma de suplemento, em grão ou pasta de missô diluída em água
como sopa.
Evitar
Tomar café, refrigerantes do tipo colas e outras bebidas que contenham cafeína;
Bebidas alcoólicas;
Alimentos muito condimentados; e
Comer demais nas refeições.
COMO ACABAR COM O BAIXO ASTRAL NA MENOPAUSA
FITOTERÁPICOS
INGREDIENTES ATIVOS
Faltam estudos controlados sobre essa planta, mas é lendária sua história como remédio
regulador do equilíbrio hormonal.
EFEITOS COLATERAIS
INGREDIENTES ATIVOS
A Erva de São João aumenta a sensibilidade à luz e durante o uso da medicação deve se
evitar exposição ao sol forte . Pode causar secura na boca, tontura, sensação de cansaço
e desconforto gastrointestinal. Para evitar este último possível efeito deve ser tomada
perto das refeições. Não deve ser usada em combinação com drogas à base de L-Dopa e
5-OH-Triptofano..
CONTRA INDICAÇÕES
não existem contra indicações
* referências bibliográficas
Existem tipos de nutrientes que, sem dúvida, influenciam positivamente nosso humor e
ajudam, sim, no combate à depressão. Veja o que consumir e evitar:
o Açúcar e cafeína formam eficiente dupla energética, mas costumam provocar desânimo
mais adiante. Diminuir o consumo destes dois ingredientes pode atenuar sintomas de
depressão mesmo que leves.