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Restaurando ossos em envelhecimento

A decomposição es rutural por osteoporose pode levar à incapacidade. A compreensão


do mecanismo envolvido com o ganho e perda de massa óssea já permite tanto a
prevenção como novas opções de tratamento.

por Clifford J. Osen

Ano passado, Maxine LaLiberté, uma nova


paciente de 72 anos, chegou com dificuldade
ao meu consultório. Relatou ter sido sempre
muito ativa. Costumava cuidar dos nove
netos e há anos vinha planejando, com seu
marido, viajar pelo país em um trailer. Mas
agora a dor insuportável entre as omoplatas
limitava seus movimentos, fazendo com que
se sentisse velha.

Eu estava familiarizado com esses sintomas


em pacientes idosos. Mesmo sem examiná-
la, tinha quase certeza de que uma ou mais
vértebras estavam fraturadas como
resultado da osteoporose, distúrbio onde a
perda de massa óssea pode ser tão severa
que causa fraturas espontâneas ou A COLUNA OSTEOPORÓTICA mostra o afinamento ósseo e o colapso vertebral
decorrentes de pequenos traumas. característicos da doença.Em contraste,as vértebras de uma coluna normal (à
direita)são densase uniformes
A osteoporose aflige cerca de 10 milhões de
norte-americanos, especialmente mulheres na pós-menopausa. Metade das mulheres nesse período
apresentará problemas relacionados à osteoporose. Por sorte, o panorama dos portadores da doença nunca
foi tão bom. Medicamentos capazes de restaurar a perda óssea e, portanto, reduzir substancialmente o risco
de novas fraturas, já estão disponíveis.

Há uma década, as opções terapêuticas para a osteoporose consistiam basicamente em suplementos de


cálcio, analgésicos e, para as mulheres na pós-menopausa, terapia por reposição de estrogênio -
tratamentos benéficos, mas imperfeitos. A terapia por reposição de estrogênio, por exemplo, aumenta o
risco de ataque cardíaco, derrame, câncer da mama e coágulos sangüíneos. Hoje, em contraste, há
medicamentos que reduzem a possibilidade de novas fraturas em até 70% no primeiro ano de tratamento.
Progressos similares têm sido alcançados também no diagnóstico. Até recentemente, uma fratura era, com
freqüência, a única pista para o portador de osteoporose. Os médicos agora têm nas mãos um instrumento
sofisticado dentro do consultório denominado absorciometria radiológica de energia dupla (DEXA, na sigla
em inglês) para mensurar os pontos de densidade mineral dos ossos especialmente suscetíveis a fraturas. O
DEXA permite o diagnóstico prematuro da osteoporose - a tempo de iniciar um tratamento capaz de manter
os ossos intactos e prevenir fraturas. Além disso, o DEXA pode ser uma ferramenta útil de visualização para
avaliar a possibilidade de fraturas futuras em qualquer lugar (ver box).

Pesquisas recentes também permitiram uma nova apreciação sobre o papel da hereditariedade na
osteoporose. O distúrbio foi durante muito tempo considerado uma condição "traumática", onde décadas de
desgaste do esqueleto culminariam em fraturas e dor. Investigações genéticas revelaram, agora, que os
genes influenciam a densidade óssea e, conseqüentemente, o risco de fraturas. Esses estudos indicam que
diferenças genéticas respondem por até 70% da variabilidade humana em massa óssea, apesar da
influência, também, de fatores como hábitos alimentares e exercícios. Aparentemente, vários diferentes
genes influenciam a propensão. Ao serem descobertas as variantes genéticas especificamente relacionadas à
osteoporose, obteríamos as bases para testes de detecção da suscetibilidade, que poderiam também
conduzir a drogas capazes de contra-atacar seus efeitos.

Revertendo o Roubo

A necessidade de melhores opções preventivas e terapêuticas é urgente. A osteoporose, que literalmente


significa "ossos porosos", é a causa subjacente de virtualmente todas as fraturas em pessoas acima de 65
anos. As vértebras, a bacia e os punhos são particularmente suscetíveis a fraturas osteoporóticas. Esses
ossos quebrados podem causar dor crônica e incapacitante e, no caso da bacia, geralmente antecipam uma
série de eventos que podem levar à morte: dos 275 mil norte-americanos idosos que sofrem uma fratura
por ano, 20% morrem em 12 meses, devido a coágulos sanguíneos, infecções ou subnutrição. Além dos 10
milhões com osteoporose, somam-se 18 milhões com baixa massa óssea (osteopenia), uma condição não

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qualificada como osteoporose, mas que eleva o risco para o eventual desenvolvimento do distúrbio.

Os medicamentos lançados nos últimos 10 anos foram concebidos para aliviar o sofrimento por osteoporose,
por interferirem no processo conhecido como remodelação ou renovação óssea. Aparentemente inerte
quando visto de fora, o osso é um tecido vivo em constante autodestruição e auto-reconstrução ao longo da
vida adulta. Essa remodelação repõe essencialmente todo o esqueleto a cada 10 anos - dissolvendo, ou
reabsorvendo, ossos antigos e substituindo-os por novos. A remodelação serve para algumas funções como
a liberação de cálcio pelo osso, para uso de tecidos variados, e reparo de microfraturas. Quando defeituosa,
é a base para o desenvolvimento da osteoporose.
Durante a infância e adolescência, a formação óssea se processa a uma velocidade maior que a reabsorção,
resultando em aumento da densidade até que os jovens adultos alcancem, por volta dos 18 anos, o pico de
massa óssea. A densidade permanece estável ao longo da vida adulta jovem, quando a formação óssea e a
reabsorção se processam na mesma velocidade. Por volta dos 40 anos, porém, todos nós começamos a
sofrer uma redução óssea, quando a reabsorção começa a ultrapassar a formação óssea. Por várias razões,
o risco de osteoporose é muito maior em mulheres, com 80% dos casos.

O pico de massa óssea na média da população feminina é geralmente cerca de 5% menor que a média
masculina, portanto as mulheres possuem uma densidade óssea "em caixa" um pouco menor quando se
inicia a perda relacionada à idade. Além disso, as mulheres perdem um importante protetor - o estrogênio -
na menopausa. Como resultado, a redução de massa óssea pode aumentar drasticamente entre quatro a
sete anos após cessar a produção de estrogênio na menopausa.

Dois tipos de células ósseas realizam a remodelação: os osteoblastos formadores de ossos e os grandes
osteoclastos, que reabsorvem os ossos (ver ilustração). Ambos somam de três a quatro milhões de sítios de
remodelação, denominados de unidades básicas multicelulares de remodelação óssea (BMUs), espalhados
por todo o esqueleto. A remodelação sempre ocorre na mesma seqüência: uma fase de reabsorção óssea
rápida (duas a três semanas) seguida de uma fase de formação óssea mais lenta (dois a três meses).

A reabsorção se inicia quando os osteoclastos ligam-se a uma parte microscópica da superfície do osso e
liberam substâncias que degradam suas partes estruturais - cálcio, outros minerais e a proteína colágeno.
Essa atividade forma um entalhe no osso denominado fissura de reabsorção e, então, os osteoclastos
desaparecem, provavelmente em conseqüência da morte celular programada (também conhecida como
apoptose ou suicídio celular). A fase de formação óssea da remodelação começa quando os osteoblastos -
talvez atraídos pelos fatores de crescimento liberados durante a reabsorção óssea- convergem para a fissura
de reabsorção, preenchendo-a ao sintetizar e secretar colágeno e outras proteínas ósseas. Cálcio, fósforo e
outros minerais, então, cristalizam-se em torno da matriz de colágeno para formar hidroxiapatita, a parte
mais dura e mineralizada do osso, responsável por 90% da massa óssea.
Até dezembro passado, todas as drogas aprovadas para tratamento da osteoporose eram consideradas anti-
reabsorventes, porque diminuíam a reabsorção mais que promoviam a formação (apesar de, na verdade, o
que afeta um processo também influencia o outro em alguma extensão). Drogas de uma classe anti-
reabsorvente em particular - os bisfosfonatos - mudaram o tratamento da osteoporose ao longo da última
década e agora são a primeira opção tanto para homens como para mulheres. Esses agentes orais diminuem
a remodelação óssea ao se anexarem prontamente à parte mineral do osso, onde ficam aguardando que os
osteoclastos venham se ligar à superfície do osso. Assim que isso ocorre, os bisfofonatos se difundem dentro
dos osteoclastos e induzem essas células à autodestruição.

Testes clínicos aleatórios e em grande escala têm demonstrado que, sem dúvida, os bisfosfonatos mais
potentes - alendronato (Fosamax) e risedronato (Actonel) não só previnem uma perda óssea maior, como
também podem, na maioria dos pacientes, aumentar a densidade óssea, de 5 a 10% em três anos.
Aparentemente modesto, o ganho é suficiente para reduzir em até 50% o risco de fraturas na coluna, bacia
e punhos, em um ano de tratamento. Os bisfofonatos são ingeridos somente uma vez por semana e
aparentam ser excepcionalmente seguros: exceto por acidez gástrica, os efeitos colaterais são raros.
Motivados, em parte, pela busca por drogas mais efetivas contra a osteoporose, cientistas estão estudando
como a remodelação óssea é regulada, de forma que aqueles controles possam ser manipulados. Nos
últimos dois anos, obtiveram progressos ao provocar as características que regulam a osteoclastogênese - o
nascimento e a maturação de osteoclastos, as células que dissolvem o osso. Tanto osteoblastos como
osteoclastos se originam pela diferenciação de células precursoras na medula óssea (que também abriga as
células produtoras de sangue do corpo). Células conhecidas como estromais maturam como osteoblastos, e
macrófagos (um tipo de célula da série branca sanguínea) se diferenciam como osteoclastos. Biólogos
observaram que as células estromais e seus descendentes, os osteoblastos, governam a produção dos
osteoclastos que degradam o osso pela secreção de três moléculas sinalizadoras: duas promovem o
desenvolvimento dos osteoclastos e uma suprime.

Bem no início, os osteoblastos secretam uma molécula sinalizadora denominada fator de estimulação de
colônias de macrófagos, que se une a um receptor nos macrófagos, induzindo-os a se multiplicarem. Uma
segunda substância, RANKL, secretada pelos osteoblastos, se liga a um outro receptor nos macrófagos,

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induzindo as células a se diferenciarem em osteoclastos. O terceiro produto do osteoblasto, a
osteoprotegerina, pode bloquear a formação do osteoclasto por agir como um receptor chamariz -
agregando-se ao RANKL e evitando que ele entre em contacto com seu próprio receptor.

Teoricamente, qualquer coisa que possa interferir na formação do osteoclasto - e, portanto, com a
reabsorção óssea, deveria aumentar a densidade óssea. Está em andamento uma pesquisa envolvendo essa
intervenção com base na nova compreensão molecular - a liberação de osteoprotegerina. Injeções da
molécula em testes com humanos conseguiram reduzir a velocidade da reabsorção óssea em, pelo menos,
60%. Biólogos também identificaram cerca de uma dúzia de outros sinalizadores químicos envolvidos na
coordenação da formação e reabsorção óssea - entre eles o estrogênio, hormônios paratireoidianos e o
fator-1 de crescimento semelhante à insulina. O estrogênio circulante exerce distintas influências no corpo
pela ação conjunta com seus receptores em vários tecidos do corpo, incluindo útero, mamas, cólon,
músculos e ossos. Os médicos sabem, há 50 anos, que o estrogênio ajuda a preservar a densidade óssea,
porém os mecanismos moleculares são um mistério. Está claro, agora, que uma das funções do estrogênio é
interferir na criação dos osteoclastos.
Mais especificamente, o estrogênio se liga aos osteoblastos no osso, induzindo-os a aumentar a produção de
osteoprotegerina e suprimir a sua produção de RANKL - uma combinação de sinais que impede a formação
de osteoclastos, mantendo o controle sobre a perda óssea. O declínio de estrogênio na menopausa contribui
para a perda óssea, principalmente pela remoção de um freio importante na formação e atividade do
osteoclasto. Além disso, o estrogênio parece prolongar a vida dos osteoblastos enquanto, simultaneamente,
promove o suicídio dos osteoclastos. O declínio de estrogênio na menopausa, então, atinge as mulheres
como uma praga tripla: osteoblastos de vida curta precisam disputar com mais osteoclastos, que possuem
um tempo de vida mais longo.

Terapia Suspensa

Até o ano passado, os médicos tinham como rotina insistir junto às suas pacientes que optassem pela
terapia de reposição hormonal (geralmente estrogênio combinado com progestina, uma forma de
progesterona) na menopausa, não só pela proteção contra a osteoporose, mas para evitar outros problemas
de saúde relacionados à idade, para os quais o estrogênio era considerado útil, incluindo-se doenças
cardíacas e demência. Os benefícios dessa terapia para a saúde eram considerados maiores que possíveis
danos.

As mulheres e seus médicos ficaram atônitos, em julho passado, quando autoridades médicas, examinando
a Women\\'s Health Initiative, patrocinada pelo governo federal, nos Estados Unidos, relataram que a
terapia de reposição hormonal causou um pequeno aumento nos casos de câncer de mama, ataques
cardíacos, derrames e coágulos sanguíneos e que os riscos da terapia se sobrepunham a seus modestos
benefícios, que incluem pequena diminuição no risco de fraturas da bacia e câncer do cólon.

Três meses mais tarde, após revisão dos resultados desse e de outros estudos, o U.S. Preventive Services
Task Force recomendou a não-utilização da terapia combinada de estrogênio e progestina para a prevenção
da osteoporose. Por enquanto, as melhores alternativas para a saúde óssea são os bisfosfonatos.
Drogas conhecidas como moderadores de receptores de estrogênio seletivo (SERMs) podem também ser
úteis no tratamento a longo prazo de mulheres receosas de desenvolver câncer de mama. SERMs agem
como o estrogênio em alguns tecidos (ósseo, por exemplo), enquanto bloqueiam, ao mesmo tempo, os
efeitos do estrogênio em outros tecidos, como os da mama. O único SERM aprovado, até agora, para o
tratamento e prevenção da osteoporose é o raloxifeno (Evista), mas outros estão em fase de testes. O
raloxifeno não é tão eficaz como o estrogênio quanto ao aumento da densidade mineral óssea e à prevenção
de fraturas, e pode causar ondas súbitas de calor; mas, estudos com mulheres sendo tratadas de
osteoporose têm demonstrado que o raloxifeno reduz o risco para câncer de mama.

Uma resposta melhor pode estar a caminho. Em poucos anos, cientistas devem iniciar testes de estrogênio
sintético em humanos e oferecer todos os benefícios do estrogênio ósseo e nenhum dos riscos. Trabalhos
sobre esses agentes se originaram como uma resposta à hipótese proposta por Stavros C. Manolagas da
University of Arkansas for Medical Sciences.
Segundo Manolagas, o estrogênio exerce seus efeitos sobre as células de duas formas distintas. Uma é o
mecanismo bem estabelecido pelo qual o estrogênio influencia todos os tecidos-alvo nas mulheres. Após
atravessar a membrana externa da célula e o citoplasma, o estrogênio penetra o núcleo e se liga ao seu
receptor. Esse duo estrogênio/receptor (junto com outras proteínas nucleares conhecidas como co-
ativadoras) interage diretamente com seqüências específicas de DNA, induzindo certos genes a sintetizar
proteínas específicas e necessárias às atividades celulares.

Esse caminho "genotrópico" (assim conhecido pelo contato direto do estrogênio com os genes) não poderia
explicar todos os diversos efeitos do estrogênio sobre as células. Manolagas criou, então, a hipótese de que
o estrogênio também atua através de um mecanismo diferente que influencia o osso e outros tecidos não
reprodutivos, sem efeito sobre os reprodutivos. Nessa conjuntura, o estrogênio ainda se liga aos receptores

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nas células e, logo após, o hormônio e seu receptor promovem mudanças celulares pela ação das cinases,
enzimas encontradas fora do núcleo, no citoplasma. As cinases ativadas migram então para o núcleo, onde
ajudam a regular a expressão dos genes.

Manolagas e colegas sintetizaram um hormônio similar ao estrogênio, batizado como estren, para agir
através do caminho não-genotrópico. Na edição de outubro último da Science, os pesquisadores relatam
estudos em camundongas, comparando o estren com o estrogênio. O estren se mostrou mais efetivo que o
estrogênio na reconstrução óssea de camundongas cujos ovários haviam sido removidos para simular
menopausa. Além disso, o estren não aumentou o peso uterino delas, confirmando que a droga não age
sobre tecido reprodutivo.
Os achados indicam que o estren poderia se tornar a primeira de uma nova classe de drogas para
osteoporose, que Manolagas denominou de ANGELS (ativadores de sinalizadores não-específicos similares ao
estrogênio): agentes que poderiam trabalhar ainda melhor que o estrogênio na construção óssea, mas sem
os efeitos indesejáveis do estrogênio.

O hormônio paratireoidiano (PTH) pode ser considerado como a locomotiva que "conduz" a osteoporose,
porque promove a ação dos osteoclastos. O PTH dispara indiretamente a formação do osteoclasto, por se
ligar aos osteoblastos, capacitando-os a aumentar a produção de RANKL e diminuir a produção de
osteoprotegerina - ao contrário da forma como o estrogênio regula RANKL e a osteoprotegerina para
bloquear a formação de osteoclastos e preservar o osso. Paradoxalmente, o PTH notoriamente
"reabsorvente" foi recentemente aprovado como o primeiro agente de construção óssea, em oposição aos
anti-reabsorventes, e alguns dados sugerem que poderia ser o melhor tratamento para osteoporose.

Integridade Estrutural

Apesar de o próprio PTH do corpo promover perda óssea quando elevado por longos períodos, injeções
intermitentes provocam uma resposta bem diferente. Nos últimos 25 anos, experiências em humanos
demonstraram que a administração intermitente de PTH tem um poder de aumentar a densidade óssea
(especialmente em vértebras), promovendo a integridade estrutural do osso e prevenindo fraturas tanto em
mulheres na pós-menopausa como em homens. Normalmente, injeções diárias de PTH resultam em
aumento entre 8 e 10% da densidade óssea após um ano, com uma redução impressionante de 60% no
risco de fraturas. O PTH injetável, registrado com o nome de Forteo, foi aprovado no final de 2002 pela U.S.
Food and Drug Administration para o tratamento e prevenção da osteoporose em homens e mulheres.

Por que o PTH produzido pelo próprio corpo causa o afinamento ósseo, enquanto as "picadas" produzem um
efeito anabólico ou construtor ósseo? As doses intermitentes parecem direcionar os precursores dos
osteoblastos a maturar em osteoblastos e, ao mesmo tempo, previnem a morte dos osteoblastos já
existentes, resultando em um número muito maior de osteoblastos formadores de osso, agindo por longos
períodos. Uma molécula, especificamente, que é ativada pelo tratamento intermitente com o PTH, é o fator-
1 de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), que estimula as células estromais a se diferenciarem em
osteoblastos formadores de osso. Ele também circula no sangue em altas concentrações.
Apesar de a dieta exercer alguma influência sobre o IGF-1 (a má nutrição pode causar grandes declínios), os
níveis de IGF-1 são ampla e geneticamente determinados. Durante a última década, meu laboratório em Bar
Harbor, Maine, estudou a regulação genética do IGF-1 usando duas linhagens de camundongos que
apresentam diferenças evidentes na densidade mineral óssea. Nossa pesquisa demonstrou que 60% ou mais
do IGF-1 são determinados geneticamente, uma descoberta relevante, porque a evidência emergente
sugere que os níveis "altos normais" de IGF-1, que protegem contra a osteoporose, também têm correlação
com um maior risco de câncer de mama, próstata e, talvez, do cólon.

Finalmente, o escaneamento DEXA da coluna de Maxine confirmou minhas suspeitas. Ela havia sofrido uma
fratura na oitava vértebra torácica (T8), próxima às omoplatas, e a densidade mineral óssea da coluna
vertebral apresentava um desvio ainda mais baixo que 2,5, padrão para uma mulher de 35 anos de idade.
Qualquer um dos resultados, por si, é suficiente para diagnosticar osteoporose, porém seu prognóstico era
bom. Informei que a dor nas costas iria diminuir nas próximas semanas. Prescrevi um medicamento com
bisfosfonato, que iria restaurar entre 5 e 10% a densidade óssea e reduzir a possibilidade de fraturas futuras
em 70%. Ela ficou muito animada. Com mais netos a caminho, Maxine tem razões para comemorar.

Radiografar ou não?

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Radiografias da coluna realizadas pela absorciometria radiológica de energia dupla (DEXA) podem ser
utilizadas para diagnosticar osteoporose. Os ossos, na porção inferior da coluna, de alguém com osteoporose
(à esquerda) são muito menos densos que o da coluna de uma pessoa saudável. As vértebras também
começaram a colapsar-se deslocando o alinhamento da coluna (indicado pelas linhas vermelhas)

Será que mulheres idosas deveriam ser radiografadas, para verificar se estão expostas a fraturas? Uma vez
que mecanismos para a mensuração da densidade mineral óssea tornaram-se disponíveis aos médicos, essa
questão tem provocado muita controvérsia.
Estudos mostram que as medições de densidade - da bacia ou coluna,
por exemplo, podem predizer com segurança o risco para uma fratura
naquele local. O equipamento ideal para a mensuração da densidade
mineral óssea é uma tecnologia denominada absorciometria radiológica
de energia dupla (DEXA), que utiliza raios X, porém com pouca
exposição à radiação. O DEXA diagnostica a osteoporose quando
encontra medidas de densidade mais baixas que a média para
mulheres jovens e saudáveis (2,5 ou mais desvios do padrão médio)
na coluna, bacia ou punhos.

O DEXA não só informa à mulher se ela tem osteoporose: ele pode


predizer o risco para fraturas locais nos próximos anos - uma
informação potencialmente útil, porque novas drogas podem
reconstruir a densidade óssea e prevenir fraturas antes que ocorram.
Todavia, críticos do método salientam que a densidade mineral é
somente um dos muitos fatores (incluindo-se exercícios, nutrição,
genética e qualidade óssea) que influenciam o risco de fratura nas mulheres; além disso, eles se preocupam
se níveis baixos poderiam ser alarmantes e estimular a ingestão de drogas, como o estrogênio, que poderia
causar efeitos colaterais perigosos.

Em setembro passado, o U.S. Preventive Services Task Force se colocou firmemente a favor da radiografia
recomendando, pela primeira vez, que todas as mulheres de 65 ou mais anos se submetam à mensuração
da densidade óssea pelo menos uma vez para avaliar o risco de fratura. Fortalecendo essa recomendação, a
força-tarefa enfatiza que o risco para osteoporose aumenta considerável e substancialmente com a idade.
Comparando com mulheres entre 50 e 54 anos, a força-tarefa descreveu que a possibilidade de sofrer de
osteoporose era 5,9 vezes maior em mulheres entre 65 e 69 anos e 14,3 maior em mulheres entre 75 e 79
anos.

Por C.J.R

Culpem a evolução

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Há milhões de anos, nossos ancestrais emergiram do mar e evoluíram como mamíferos terrestres, onde
encontraram um sério problema: como satisfazer suas necessidades de cálcio, agora que a absorção desse
elemento da água do mar não estava mais disponível? Humanos e outros mamíferos desenvolveram uma
solução engenhosa para esse desafio, confiando nos nossos próprios esqueletos, onde se encontra 99% do
cálcio do corpo. Em um processo conhecido como homeostase do cálcio, o mineral é depositado ou retirado
do esqueleto, de forma que os níveis sangüíneos são mantidos dentro de uma faixa estreita, essencial para
a condução nervosa, coagulação sangüínea, contração muscular e outros processos
fisiológicos vitais. Infelizmente, esse processo está na raiz da osteoporose, porque exige o
sacrifício do esqueleto, se isso for necessário, para a manutenção adequada dos níveis
sangüíneos de cálcio.

O sistema regulatório central da homeostase do cálcio se faz pelos hormônios


paratireoidianos (PTH), a vitamina D e a ingestão de cálcio. Quando as glândulas
paratireóides (localizadas próximas à glândula tireóide no pescoço) percebem um declínio
nos níveis de cálcio circulantes, elas secretam PTH, um hormônio que funciona de várias
formas para a elevação dos níveis de cálcio no sangue. O PTH tem uma influência
poderosa sobre a osteoporose, por induzir as células de degradação óssea
(osteoclashttp://www.clinicagoldenberg.com.br/doencas_reumaticas.asp - 14 tos) a
dissolver o osso e liberar cálcio no sangue. O hormônio também estimula os rins a
devolver cálcio para o sangue, ao invés de excretá-lo e induz o intestino delgado a
absorver com maior eficiência o cálcio dos alimentos - tarefa que o PTH realiza
indiretamente pelo aumento da produção de vitamina D do corpo.

Cerca de 90% de vitamina D de uma pessoa é sintetizada na pele através da energia dos
raios solares ultravioleta (nós também obtemos alguma vitamina D de alimentos como
peixes gordurosos e laticínios enriquecidos com vitamina D). Durante o processo de reação
química que vai da pele ao fígado e aos rins, o PTH auxilia a transformação de vitamina D3
(a precursora da vitamina D produzida pela ação dos raios ultravioleta quando atingem a
epiderme) para a forma mais ativa da vitamina D, agindo diretamente no intestino
delgado, aumentando sua absorção de cálcio dos alimentos, de forma que mais cálcio seja
oferecido às funções fisiológicas e para a construção de ossos.

Uma queda de vitamina D diminui a quantidade de cálcio absorvido dos alimentos e resulta
no declínio dos níveis desse elemento do sangue, estimulando as glândulas paratireóides a
secretar mais PTH para aumentar os níveis de vitamina D ativada.

Pessoas com níveis baixos da vitamina tendem a apresentar uma condição conhecida como
hiperparatireoidismo secundário. O nível elevado de PTH serve para manter a vitamina D e
o cálcio próximos aos níveis normais, mas também acelera a reabsorção óssea que, em
muitas pessoas, conduz à osteoporose.

Pesquisas recentes revelaram que os baixos níveis de vitamina D sérica são


surpreendentemente comuns, especialmente entre pessoas morando em altas latitudes, onde a exposição ao
Sol é limitada.

Em estudos envolvendo mulheres mais velhas, suplementos de vitamina D têm sido eficazes para normalizar
os níveis da vitamina e prevenir a perda óssea. Recomendo que mulheres acima de 65 anos, vivendo em
latitudes nórdicas, ingiram 400 unidades internacionais (IU) de vitamina D diariamente, mais um adicional
de 400 IU durante o inverno, quando as densidades ósseas tendem a cair, aumentando o risco de fraturas.
Igualmente importante é a ingestão de quantidades adequadas de cálcio (1.000 a 1.500 miligramas por
dia). Estudos indicam que a melhor época da vida para a ingestão adequada de cálcio é durante a infância e
adolescência, quando picos de massa óssea estão sendo construídos. O mesmo se aplica aos exercícios, que
são freqüentemente recomendados para a manutenção da saúde de ossos mais velhos.

RESUMO / Osteoporose
- Os ossos são constantemente dissolvidos e refeitos ao longo da vida.A osteoporose resulta quando células
de degradação óssea,os osteoclastos,estão mais ativos que as células de construção óssea,os osteoblastos.

- Os novos tratamentos para a osteoporose dependem do bloqueio da atividade dos osteoclastos ou sua
eliminação.

Para conhecer mais


Osteoporosis: Diagnostic and Therapeutic Principles. Edited by Clifford J. Rosen.

6
Humana Press, Totowa, N.J., 1996.

Osteoporosis. Second edition. Juliet E. Compston e Clifford J. Rosen. Health Press, Oxford,
England, 1999

Bone Remodeling and Repair. Special section of Science, Vol. 289, páginas 1497-1514;
September 1, 2000.
Clifford J. Osen é diretor executivo do aine Center for Osteoporosis Research and Education em
Bangor,Maine,e é cientista adjunto do Jackson Laboratory em Bar Harbor, Maine.Obteve seu M.D.no State
University of New York em Syracuse,Upstate Medical Center em 1975 e,desde 1993,é professor de clínica
no Boston University edical Center. Atualmente preside a American Society for Bone and ineral Research e
escreveu vários livros sobre osteoporose e saúde óssea.

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