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EMENTA
ACÓRDÃO
EMENTA
Na origem, trata-se de ação na qual a parte autora alega que celebrara contrato de
prestação de serviços educacionais com a demandada, para a realização do curso de
Pedagogia, tendo sido atraída pelo valor da mensalidade, bem como pelo teor da oferta
publicitária realizada. Alega que questionara a coordenação do curso acerca da do teor do
cnotrato de prestação de serviço, no qual constava que o curso era de extensão
universitária, ao que fora respondido que se tratava de fato sem relevância, e que não
haveria diferenças entre tal curso e o de graduação.
Alega a autora que, ao pesquisar melhor acerca da idoneidade da instituição bem como
acerca de sua situação perante o MEC, e constatou que a faculdade não teria a
autorização para ministrar o curso em município diverso daquele em que residia a autora
e no qual estava sendo ministrado, o que a motivou a rescindir o contrato.
Pleiteia, portanto, a devolução em dobro os valores pagos pelas duas mensalidades, no
valor de R$ 320,00 ( trezentos e vinte reais ), bem como indenização pelos danos morais
causados.
VOTO
Ademais, foram produzidas provas diversas nos autos, dentre elas a prova
testemunhal, o que denota que o valor probante das atas de audiência juntadas aos autos, de per si
não se revestira de força uficiente ,para a formação do convencimento do magistrado.
No caso em tela, verifica-se que a Requerida não trouxe aos autos qualquer
documento capaz de contrariar as alegações do autor, bem como não juntou aos autos
qualquer prova que pudesse afastar a sua responsabilidade pelo vício do serviço, razão
pela qual haver restado provadas, porque incontroversas, as alegações do autor.
A consumidora, inequivocadamente, pelo que consta nos autos, fora induzida a erro. O
entendimento perpetrado evidencia-se da necessidade tão somenos da mera potencialidade de levar
a erro determinado consumidor para configurar a propaganda como enganosa, parcial ou totalmente.
Não se exige a comprovação da enganosidade real. Conforme as provas produzidas nos autos, em
especial no que tange à prova testemunhal produzida, as circunstâncias levaram a consumidora a
crer que se tratava de curso de graduação, sendo evidenciado que a propaganda veiculada pela
demandada teve o condão de induzir a consumidora em erro. Nesse mesmo sentido se encaminha a
jurisprudência pátria, no que tange à caracterização do erro em que recai o consumidor oriundo de
propaganda enganosa:
O erro nada mais é do que a falsa representação da realidade. É juízo falso, enganoso, equivocado,
incorreto que se faz de alguém ou de alguma coisa. Logo, será enganosa a publicidade capaz de
levar o consumidor a fazer uma falsa representação do produto ou serviço que está sendo
anunciado, um juízo equivocado, incorreto a respeito das suas qualidades, quantidade, utilidade,
preço ou de qualquer outro dado.
[...] I - A indenização por dano moral objetiva compensar a dor moral sofrida pela
vítima, punir o ofensor e desestimular este e a sociedade a cometerem atos dessa
natureza. A fixação do seu valor envolve o exame da matéria fática, que não pode
ser reapreciada por esta Corte (Súmula nº 7) [...] (REsp 337.739/SP, Rel. Min.
ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO) (grifo nosso)
[...] 4. É cediço que esta Corte pode rever os valores fixados à título de danos
morais, mas apenas quando se tratar de importância exorbitante ou ínfima, que não
é o caso dos autos, haja vista que a condenação no valor de dez salários mínimos
decorreu da inscrição de nome da pessoa jurídica em cadastro de inadimplentes
indevidamente, o que implica manifesta ofensa à honra objetiva e ao conceito da
empresa vítima de erro, obrigando à reparação moral. Razoabilidade do valor
indenizatório arbitrado, diante do caráter pedagógico da condenação. 5. Agravo
regimental não-provido. (AgRg no Ag 869.300/SP, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/06/2008, DJe 25/06/2008) (grifo nosso)
[...] O valor fixado pra o dano moral está dentro dos parâmetros legais, pois há
eqüidade e razoabilidade no quantum fixado. A boa doutrina vem conferindo a esse
valor um caráter dúplice, tanto punitivo do agente quanto compensatório em
relação à vítima. 7. Recurso especial conhecido em parte e não-provido. (REsp
965.500/ES, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
18/12/2007, DJ 25/02/2008 p. 1) (grifo nosso)
[...] 6. A indenização por dano moral deve ter conteúdo didático, de modo a coibir
a reincidência do causador do dano, sem, contudo, proporcionar enriquecimento
sem causa à vítima. 7. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 521.434/TO,
Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/04/2006, DJ
08/06/2006 p. 120) (grifo nosso)
[...] A extensão do dano moral sofrido, é que merece ser fixado guardando
proporcionalidade não apenas com o gravame propriamente dito, mas levando-se
em consideração também suas conseqüências, em patamares comedidos, ou seja,
não exibindo uma forma de enriquecimento para o ofendido, nem, tampouco,
constitui um valor ínfimo que nada indenize e que deixe de retratar uma reprovação
à atitude imprópria do ofensor, considerada a sua capacidade econômico-
financeira. Ressalte-se que a reparação desse tipo de dano tem tríplice caráter:
punitivo, indenizatório e educativo, como forma de desestimular a reiteração do
ato danoso. (STJ, Ministro MASSAMI UYEDA, 26/05/2008 – AGRAVO DE
INSTRUMENTO Nº 1.018.477 - RJ (2008/0039427-3) (grifo nosso)