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Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Secretaria Escolar

Gestão Administrativa
da Secretaria
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Design de Interiores

HISTÓRIA DA ARTE II
TEXTOS DE APOIO

Fortaleza - Ceara
2012

Técnico em Design de Interiores 1


Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

Educação e Gestão Educacional na Sociedade Brasileira ............................................ 02

A Gestão Educacional no Contexto da Administração Geral ........................................ 03

Secretaria Escolar e a Gestão Educacional .................................................................... 08

As Concepções de Organização e Gestão Escolar ........................................................ 10

A Estrutura Organizacional de uma Escola .................................................................... 14

Os Elementos Constitutivos do Sistema de Organização e Gestão da Escola ........... 20

A Articulação da Gestão Educacional e Secretaria escolar .......................................... 21

O Papel e o Perfil do Secretario Escolar sob a Ótica da Gestão ................................... 23

Gestão de Pessoas - Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas ............................. 25

O Papel do novo Gestor de Pessoas ............................................................................... 27

Liderança com Criatividade: A Chave da Gestão de Pessoas ....................................... 28

Capacitação em Secretariado Escolar ............................................................................. 30

Referencias Bibliográficas ............................................................................................... 33

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Educação e Gestão Educacional na Sociedade Brasileira

Para compreender os conceitos e as relações que se estabelecem entre educação e


democracia, é necessário reconhecer as dimensões públicas e socializadoras que,
historicamente foram sendo construídas neles pelas camadas populares, na convicção de que
não haverá democracia social sem a democratização da escola.

Estudiosos como Fávero e Semeraro (2002, p. 7) confirmam essa ideia ao considerarem que:

“Ao lado de outra força sócio-políticas-culturais que vêm transformando


o Brasil, a luta por uma escola pública, universal e de qualidade
empreendida pelos educadores brasileiros representa uma expressão
peculiar e inseparável da educação, ao mesmo tempo em que se torna
uma poderosa contribuição para o processo de democratização do
país.”

A reflexão a respeito dessas considerações, conclui que a educação ao sintonizar-se com a


promoção social e intelectual das camadas populares, prepara cidadãos que resistem à
submissão realizada por projetos impostos de fora e de cima, que não se permitem
instrumentalizar pelo mercado. Ao contrário, fazem-se portadores de uma concepção de
democracia que institui sujeitos políticos ativos e capazes de responsabilidades sociais, de
reinventar o mundo e recriar um Estado realmente público.

É uma concepção de democracia que pode realizar no campo da educação ações que
efetivamente constroem-se com a participação dos sujeitos sociais, e para buscar a
compreensão dos conceitos e das relações entre democracia, educação e do processo de
gestão educacional, neste artigo é feita uma discussão a respeito das temáticas democracias,
gestão educacional e gestão democrática de modo a configurar os pressupostos que orientam
o presente trabalho. Apresenta, ainda, as primeiras discussões a respeito da concepção de
gestão democrática adotada no governo federal que desenvolveu se no período de 1995 a
2002, construída no processo de elaboração do projeto de pesquisa.

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A Gestão Educacional no Contexto da Administração Geral

Para estabelecer uma discussão a respeito da gestão democrática na instituição escolar é


preciso discutir os princípios gerais da administração, acatando o conceito formulado por Paro
(1996, p. 123) de “que a atividade administrativa, enquanto utilização racional de recursos para
a realização de fins é condição necessária da vida humana, estando presente em todos os
tipos de organização social”.

Essa concepção expressa o significado que a administração assume ao operar-se na


organização escolar, cujos fins que pretende alcançar precisam estar articulados cada vez mais
aos movimentos de transformação social em seu sentido pleno de superação da maneira como
se encontra a sociedade organizada.

A assunção desse conceito representa a negação do sentido dado à prática administrativa na


sociedade capitalista, cuja origem está na Administração Científica de Taylor (1978), assentada
nos fundamentos da organização e do controle dos processos de trabalho, expressos pela
instituição da gerência científica que, em grande medida, foi também assumida como um dos
elementos fundantes da gestão escolar.

Desse modo, o desenvolvimento de uma prática administrativa da escola, orientada pelos


princípios da gerência científica, o que já foi amplamente defendido por teóricos da
administração escolar, irá operar a mediação da exploração do trabalho pelo capital, garantindo
a manutenção da ordem social, marcando-se explicitamente pelo caráter conservador,
portanto, excludente.

Braverman (1987, p. 103-109) indica os três princípios que Taylor apontou para a gerência
científica: o primeiro referente à “dissociação do processo de trabalho das especialidades dos
trabalhadores” em que o administrador apropria-se dos diferentes métodos e técnicas que o
trabalhador aprende cria e/ou emprega no exercício de suas tarefas cotidianas, submetendo
assim o processo de trabalho exclusivamente às suas determinações; o segundo princípio
representado pela “separação de concepção e execução”, de modo a concentrar na gerência a
capacidade de estudar, conhecer e desenvolver o trabalho, sistematizando seu processo e a
execução das tarefas e funções, após a sua divisão pormenorizada fica concentrada nos
trabalhadores que devem “seguir sem pensar e sem compreender os raciocínios técnicos ou
dados subjacentes”, assegurando desse modo o controle pela gerência e o barateamento do
trabalhador; finalmente, o terceiro princípio que diz ser “a utilização deste monopólio do
conhecimento para controlar cada fase do processo de trabalho e seu modo de execução.”

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Esses princípios, que se consolidaram como elaboração teórica e como prática sistemática,
deram base à gerência moderna, mesmo no período em que ocorreram grandes
transformações no campo técnico-científico, na composição da classe trabalhadora e na
estrutura e no funcionamento do capitalismo, gerando desde uma simples organização linear,
até complexas equipes de organização. Deste modo,

“A gerência veio a ser administração, que é um processo de trabalho


efetuado para fins de controle no seio da empresa, e efetuado, além do
mais, como um processo de trabalho rigorosamente análogo ao
processo da produção, embora ele não produza artigo algum que não
seja a operação e coordenação da empresa. (BRAVERMAN, 1987, p.
228,grifos do autor).

Assim caracterizada é possível perceber que ao mediar a exploração do trabalho pelo capital, a
exploração do trabalho pelo capital, a administração capitalista se mostra extremamente
conservadora, na medida em que contribui para a perpetuação, tanto no nível econômico,
quanto no nível político, da dominação que a classe detentora dos meios de produção exerce
sobre o restante da sociedade (PARO, 1996, 123-124).

O que, certamente, não é adequado para a gestão de uma instituição social como a escola,
que precisa estar participando com uma ação voltada para a transformação social. A
Administração Escolar, como disciplina e prática administrativa, demonstra em seu conteúdo as
características das diferentes escolas da administração de empresas, aplicando-as à atividade
específica da educação, estabelecendo assim uma relação estreita entre a gestão escolar e a
gestão empresarial. Os condicionantes que determinam essa relação são vistos pelos teóricos
da administração de empresas como consequência de estudos e pesquisas aí realizados e
cujos resultados satisfatórios nas empresas da sociedade capitalista concorrem para a sua
aplicação nas demais organizações.

Ao lado disso, os teóricos da administração escolar, na busca de um grau de cientificidade


necessário para comprovar a importância desta disciplina, procuraram utilizar-se dessas teorias
de administração de empresas, entendendo que ali encontrariam fundamentação teórica capaz
de promover o funcionamento da organização escolar de acordo com as expectativas da
sociedade.

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No Brasil, a tendência de adotar os pressupostos da administração de empresas para a


educação fica clara quando Ribeiro (1978, p. 59), um dos primeiros teóricos da administração
escolar brasileira afirma que:

[...] a complexidade alcançada pela escola, exigindo-lhe cada vez


mais unidade de objetivos e racionalização do seu funcionamento,
levou-a a que ela se inspirasse nos estudos de Administração em
que o Estado e as empresas privadas encontraram elementos para
renovar suas dificuldades decorrentes do progresso social. Sendo
evidente a semelhança de fatores que criam a necessidade de
estudos de administração pública ou privada, a escola teve apenas
de adaptá-las à sua realidade. Assim, a Administração Escolar
encontra seu último fundamento nos estudos gerais de
Administração.

Percebem-se, aqui, dois aspectos concomitantes no processo administrativo: de um lado os


teóricos da administração de empresas esforçando-se em construir uma teoria que,
generalizada, seja aplicável na administração de quaisquer organizações e, por outro lado, os
teóricos da administração escolar tentando validar suas proposições teóricas em bases
científicas, a partir das teorias da administração de empresas e, assim, assegurar os mesmos
padrões de eficiência e racionalização alcançados pelas empresas. (RIBEIRO, 1979, ALONSO,
1976).

Os pressupostos básicos que vinham apoiando as posições assumidas pelos teóricos da


administração de empresas e escolar são dois:

1. As organizações, mesmo com objetivos diferentes, são semelhantes e, portanto, suas


estruturas são similares e, com tais, os princípios administrativos podem ser os mesmos,
desde que sejam feitas as devidas adaptações para o alcance de suas metas–
‘generalidade’.

2. A organização escolar e o sistema de ensino como um todo precisam adotar métodos e


técnicas de administração que garantam a sua eficiência e atendam aos objetivos
estabelecidos pela sociedade.

Estamos de acordo com Prihoda e Doltrens no que concerne à conveniência do


aproveitamento do taylor-fyolorismo para a formulação de problemas escolares; com Sears,
quanto à necessidade de se construir uma teoria da Administração Escolar; com Moheman
quanto à condição meramente instrumental da Administração Escolar no sentido de que sua
função principal é a de ajustamento das atividades de escolarização à filosofia e à política de
educação.

Entretanto, é necessário esclarecer que a similaridade das organizações é resultado da relação


que há entre a estrutura da sociedade capitalista e a sua superestrutura jurídica politico-
cultural; a generalidade das teorias da administração de empresas, resultado do
desenvolvimento dos seus estudos, não é capaz de determinar a elaboração de uma teoria que
englobe toda a realidade prática administrativa da organização, qualquer que seja a sua
natureza.

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As limitações que a teoria geral da administração impõe à administração da educação,


submetida à condição de ciência aplicada, exigem dos administradores educacionais urgência
no sentido de promover a retomada crítica de suas bases para (re) descobrir a parcialidade de
suas práticas, sentir-se historicamente situados e, de posse dessa consciência, inserir-se na
totalidade e na concentricidade do trabalho educativo e poder, assim, desenvolver a função
crítica de desvelamento do discurso ideológico e passar do nível de controle, alcançando a
marca desejável da libertação.

Para assumir sua função crítica, a teoria da administração escolar precisa retomar a
especificidade da administração vinculada à natureza da educação, dando um sentido político à
ação administrativa de modo a superar o autoritarismo que vem marcando suas relações pela
ausência da participação dos sujeitos educativos nas decisões de seus objetivos e de suas
realizações.

Desse modo, a administração da educação toma a responsabilidade de reconstruir seu estatuto


teórico/prático, assegurando a viabilidade e a exequibilidade de uma formação de melhor
qualidade para todos e o cumprimento de sua função social e seu papel político institucional,
pois, através da gestão, a escola coloca em prática, concretiza, diretrizes emanadas das
políticas que estabelecem parâmetros de ação e, de forma dominante, determinam o tipo de
mulher e de homem a serem formados.

A escola, como organização social, também pretende ser um espaço democrático, de modo
que os educadores profissionais, os alunos, os pais, os ativistas comunitários e outros cidadãos
do contexto social imediato tenham o direito de estar bem informados e de ter uma participação
crítica na criação e na execução das políticas e dos programas escolares. Veem-se, aqui, dois
elementos fundamentais para a concretude da democratização da escola: a participação de
todos os componentes da comunidade escolar nos processos decisórios e a existência de um
amplo processo de informação em que todos tenham conhecimento do que acontece no interior
da instituição e suas relações externas.

Para garantir que uma escola seja verdadeiramente democrática, é preciso considerar ainda
dois outros elementos:

a) A criação de estruturas e processos democráticos pelos quais a vida escolar realiza-se,


representada pela participação geral nas questões administrativas e políticas, pelo
planejamento cooperativo na escola e na sala de aula, pelo atendimento a
preocupações, expectativas e interesses coletivos, e pela posição firme contra o

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racismo, a injustiça, o poder centralizado, a pobreza e a quaisquer formas de exclusão e


desigualdade presentes na escola e na sociedade;
b) O desenvolvimento de um currículo que ofereça experiências democráticas aos
estudantes, cujas características são expressas pela ênfase na ampliação das
informações;

c) Garantia aos que têm opinião diferente, do direito de se fazerem ouvir;

d) Construção social do conhecimento; formação de leitores críticos da realidade;

e) Inclusão de um processo criativo de ampliação dos valores democráticos;

f) Inclusão de experiências de aprendizado organizado em torno da problematização e do


questionamento.

No Brasil, a questão da democratização da escola pública tem sido analisada sob três
aspectos, de acordo com a percepção dos órgãos oficiais ou na perspectiva dos educadores,
especialmente daqueles que fazem uma leitura mais crítica do processo educacional:
democratização enquanto ampliação do acesso à instituição educacional; democratização dos
processos pedagógicos e democratização dos processos administrativos.

Portanto, não basta criar escolas. É necessário, por um lado, criar estruturas e processos
democráticos, por meio dos quais a vida escolar se realize, e, por outro lado à construção de
um currículo crítico e criativo, cuja organização estrutural seja de tal modo flexível e aberta que
ofereça experiências democráticas ao estudante, tudo isso alicerçado em procedimentos dos
sistemas educacionais que possibilitem à escola o exercício da autonomia, a descentralização
das decisões e a adoção da gestão colegiada.

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Secretaria Escolar e a Gestão Educacional

No cotidiano escolar todos os envolvidos são considerados agentes transformadores e sujeitos


ativos no processo de administração e organização, dividindo-se responsabilidades,
conjugando-se esforços, otimizando-se procedimentos, através do planejamento, execução e
comprometimento contínuo em avaliar as ações desenvolvidas, caminhando-se para a
disseminação de melhorias por toda a comunidade escolar, estabelecendo-se adequadamente
metas a serem alcançadas, resultando em uma gestão escolar consciente e eficaz.

Um dos setores componentes da unidade escolar responsável pela documentação


sistematizada dos fatos e dados relativos à instituição é a secretaria da escola e documentar e
registrar a vida do corpo docente e não docente, bem como as atividades administrativas e
pedagógicas são competências deste setor, sendo que a documentação é um fator importante,
pois possibilita o registro organizado das atividades da escola, resguardando sua história e sua
memória.

A escola e a gestão escolar passam por constantes mudanças, portanto faz-se imprescindível o
registro e documentação de todas as ocorrências que se processam no âmbito da unidade
escolar, buscando-se o equilíbrio e a viabilidade do seu funcionamento administrativo e
pedagógico, garantindo-se a legalidade e a validade de seus atos e de sua gestão.

Sendo assim, a reflexão sobre a importância do secretário escolar na organização da escola,


torna-se necessária e percebê-lo como elemento de ligação entre as atividades administrativo-
pedagógicas, sempre em contínuo processo de construção e reconstrução, que registra a
história da instituição e de todos os elementos que fazem ou fizeram parte desta história, que
articula e integra, responsabiliza-se pelo sucesso da gestão escolar, é condição indispensável.

O contexto cultural e educacional, cada vez mais dinâmico e complexo, em face às mudanças
vividas na atualidade, exige o aumento de aspectos prioritários como a responsabilidade e a
flexibilidade, visando a eficiência da gestão escolar. Em razão do acima exposto, as
organizações educacionais buscam profissionais habilitados e qualificados, com formação
específica, possuidores de uma macro visão do funcionamento de uma instituição de ensino e
com capacidade de desempenhar suas funções com competência e habilidade.

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A articulação permanente entre a teoria e a prática, onde tanto o perfil do secretário escolar
quanto a metodologia do trabalho mudam, implica que este profissional deve buscar a
adaptabilidade e, mais que isso, antever as mudanças e antecipar-se a elas, organizando,
executando, direcionando, coordenando e controlando os diversos processos relativos escola e
sua gestão.

O secretário escolar desempenha um papel importante na gestão escolar contemporânea,


vivenciado através do estilo quanto à condução equilibrada para a superação de desafios e
inovações que são apresentadas ao espaço escolar, energizando a construção coletiva como
instrumento dinâmico de transformação das relações interpessoais e reconhecendo o
significado de um plano efetivo de trabalho.

A reestruturação da gestão educacional implicaria em uma ruptura de modelos tradicionais de


administração, impondo mudanças no âmbito da unidade escolar, onde a coparticipação e
responsabilização recriariam novas formas de organização, bem como, um novo desafio de
gestão escolar, imprimindo uma nova alternativa orientada para a eliminação da centralização
ou privatização do poder, surgindo uma nova concepção, ou seja, a da gestão democrática.

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As Concepções de Organização e Gestão Escolar

O estudo da escola como organização de trabalho não é novo, há toda uma pesquisa sobre
administração escolar que remonta aos pioneiros da educação nova, nos anos 30. Esses
estudos se deram no âmbito da Administração Escolar e, frequentemente, estiveram marcados
por uma concepção burocrática, funcionalista, aproximando a organização escolar da
organização empresarial. Tais estudos eram identificados com o campo de conhecimentos
denominado Administração e Organização Escolar ou, simplesmente Administração Escolar.

Nos anos 80, com as discussões sobre reforma curricular dos cursos de Pedagogia e de
Licenciaturas, a disciplina passou em muitos lugares a ser denominada de Organização do
Trabalho Pedagógico ou Organização do Trabalho Escolar, adotando um enfoque crítico,
frequentemente restringido a uma análise crítica da escola dentro da organização do trabalho
no Capitalismo. Houve pouca preocupação, com algumas exceções, com os aspectos
propriamente organizacionais e técnico-administrativos da escola.

É sempre útil distinguir, no estudo desta questão, um enfoque científico-racional e um enfoque


crítico, de cunho sócio-político. Não é difícil aos futuros professores fazerem distinção entre
essas duas concepções de organização e gestão da escola. No primeiro enfoque, a
organização escolar é tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona
racionalmente; portanto, pode ser planejada, organizada e controlada, de modo a alcançar
maiores índices de eficácia e eficiência. As escolas que operam nesse modelo dão muito peso
à estrutura organizacional: organograma de cargos e funções, hierarquia de funções, normas e
regulamentos, centralização das decisões, baixo grau de participação das pessoas que
trabalham na organização, planos de ação feitos de cima para baixo. Este é o modelo mais
comum de funcionamento da organização escolar.

O segundo enfoque vê a organização escolar basicamente como um sistema que agrega


pessoas, importando bastante à intencionalidade e as interações sociais que acontecem entre
elas, o contexto sócio-político etc. À organização escolar não seria uma coisa totalmente
objetiva e funcional, um elemento neutro a ser observado, mas uma construção social levada a
efeito pelos professores, alunos, pais e integrantes da comunidade próxima. Além disso, não
seria caracterizado pelo seu papel no mercado mas pelo interesse público. A visão crítica da
escola resulta em diferentes formas de viabilização da gestão democrática, conforme veremos
em seguida.

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Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas
experiências levadas a efeito nos últimos anos, é possível apresentar, de forma esquemática,
três das concepções de organização e gestão: a técnico-científica (ou funcionalista), a
autogestionária e a democrático-participativa.

A Concepção Técnico-Científica baseia-se na hierarquia de cargos e funções visando a


racionalização do trabalho, a eficiência dos serviços escolares. Tende a seguir princípios e
métodos da administração empresarial. Algumas características desse modelo são:

 Prescrição detalhada de funções, acentuando-se a divisão técnica do trabalho


escolar (tarefas especializadas).
 Poder centralizado do diretor, destacando-se as relações de subordinação em que
uns têm mais autoridades do que outros.
 Ênfase na administração (sistema de normas, regras, procedimentos burocráticos
de controle das atividades), às vezes descuidando-se dos objetivos específicos da
instituição escolar.
 Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em normas e regras.
 Maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas.
 Atualmente, esta concepção também é conhecida como gestão da qualidade total.

A Concepção Autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, ausência de direção


centralizada e acentuação da participação direta e por igual de todos os membros da
instituição. Outras características:

 Ênfase nas inter-relações mais do que nas tarefas.


 Decisões coletivas (assembleias, reuniões), eliminação de todas as formas de
exercício de autoridade e poder.
 Vínculo das formas de gestão interna com as formas de auto-gestão social (poder
coletivo na escola para preparar formas de auto-gestão no plano político).
 Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da instituição, por meio de
eleições e alternância no exercício de funções.
 Recusa a normas e sistemas de controle, acentuando-se a responsabilidade
coletiva.
 Crença no poder instituinte da instituição (vivência da experiência democrática no
seio da instituição para expandi-la à sociedade) e recusa de todo o poder instituído.
 O caráter instituinte se dá pela prática da participação e autogestão, modos pelos
quais se contesta o poder instituído.

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A Concepção Democrático-Participativa baseia-se na relação orgânica entre a direção e a


participação do pessoal da escola. Acentua a importância da busca de objetivos comuns
assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de gestão em que as decisões são tomadas
coletivamente e discutidas publicamente. Entretanto, uma vez tomadas as decisões
coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma a sua parte no trabalho,
admitindo-se a coordenação e avaliação sistemática da operacionalização das decisões
tomada dentro de tal diferenciação de funções e saberes. Outras características desse modelo:

 Definição explícita de objetos sócio-políticos e pedagógicos da escola, pela equipe


escolar.
 Articulação entre a atividade de direção e a iniciativa e participação das pessoas da
escola e das que se relacionam com ela.
 A gestão é participativa mas espera-se, também, a gestão da participação.
 Qualificação e competência profissional.
 Busca de objetividade no trato das questões da organização e gestão, mediante
coleta de informações reais.
 Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade pedagógica:
diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos, reorientação dos rumos e ações,
tomada de decisões.
 Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados.

Atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido influenciado por uma corrente teórica
que compreende a organização escolar como cultura. Esta corrente afirma que a escola não é
uma estrutura totalmente objetiva, mensurável, independente das pessoas, ao contrário, ela
depende muito das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou seja,
dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto significados socialmente produzidos e
mantidos. Em outras palavras, dizer que a organização é uma cultura significa que ela é
construída pelos seus próprios membros.

Esta maneira de ver a organização escolar não exclui a presença de elementos objetivos, tais
como as ferramentas de poder externas e internas, a estrutura organizacional, e os próprios

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objetivos sociais e culturais definidos pela sociedade e pelo Estado. Uma visão sóciocrítica
propõe considerar dois aspectos interligados: por um lado, compreende que a organização é
uma construção social, a partir da Inteligência subjetiva e cultural das pessoas, por outro, que
essa construção não é um processo livre e voluntário, mas mediatizado pela realidade
sociocultural e política mais ampla, incluindo a influência de forças externas e internas
marcadas por interesses de grupos sociais, sempre contraditórios e às vezes conflitivos. Busca
relações solidárias, formas participativas, mas também valorizam os elementos internos do
processo organizacional l- o planejamento, a organização e a gestão, a direção, a avaliação, as
responsabilidades individuais dos membros da equipe e a ação organizacional coordenada e
supervisionada, já que precisa atender a objetivos sociais e políticos muito claros, em relação à
escolarização da população.

As concepções de gestão escolar refletem, portanto, posições políticas e concepções de


homem e sociedade. O modo como uma escola se organiza e se estrutura tem um caráter
pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a
conservação ou a transformação social. A concepção funcionalista, por exemplo, valoriza o
poder e a autoridade, exercida unilateralmente.

Enfatizando relações de subordinação, determinações rígidas de funções, hipervalorizando a


racionalização do trabalho, tende a retirar ou, ao menos, diminuir nas pessoas a faculdade de
pensar e decidir sobre seu trabalho. Com isso, o grau de envolvimento profissional fica
enfraquecido.

As duas outras concepções valorizam o trabalho coletivo, implicando a participação de todos


nas decisões. Embora ambas tenham entendimentos das relações de poder dentro da escola,
concebem a participação de todos nas decisões como importante ingrediente para a criação e
desenvolvimento das relações democráticas e solidárias. Adotamos, neste livro, a concepção
democrático-participativa.

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A Estrutura Organizacional de uma Escola

Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente


prevista no Regimento Escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O termo
estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que asseguram o
funcionamento de um todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente representada
graficamente num organogramaum tipo de gráfico que mostra a inter-relações entre os vários
setores e funções de uma organização ou serviço. Evidentemente a forma do organograma
reflete a concepção de organização e gestão.

A estrutura organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos Estados e


Municípios e, obviamente, conforme as concepções de organização e gestão adotada, mas
podemos apresentar a estrutura básica com todas as unidades e funções típicas de uma
escola.

Organograma Básico de Escolas

Conselho de Escola

- Direção
Setor Técnico Administrativo - Assistente de Setor Pedagógico
- Secretaria Escolar; Direção - Coordenador
- Serviços de Zeladoria; ou Coordenador Pedagógico
- Vigilância - Orientador
- Multimeios (biblioteca, Educacional
laboratório de informática, Conselho de
videoteca e outros) - Professores
- Alunos Classe

- Associação de Pais e
Mestres

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Conselho de escola

O Conselho de Escola tem atribuições consultivas, deliberativas e fiscais em questões


definidas na legislação estadual ou municipal e no Regimento Escolar. Essas questões,
geralmente, envolvem aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros. Em vários Estados
o Conselho é eleito no início do ano letivo. Sua composição tem uma certa proporcionalidade
de participação dos docentes, dos especialistas em educação, dos funcionários, dos pais e
alunos, observando-se, em princípio, a paridade dos integrantes da escola (50%) e usuários
(50%). Em alguns lugares o Conselho de Escola é chamado de “colegiado” e sua função básica
é democratizar as relações de poder.

Direção

O diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades da escola, auxiliado pelos demais
componentes do corpo de especialistas e de técnicos-administrativos, atendendo às leis,
regulamentos e determinações dos órgãos superiores do sistema de ensino e às decisões no
âmbito da escola e pela comunidade.

Assistente de Diretor
Desempenha as mesmas funções na condição de substituto eventual do diretor.

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Setor Técnico- Administrativo


O setor técnico-administrativo responde pelas atividades-meio que asseguram o atendimento
dos objetivos e funções da escola.

 Secretaria Escolar cuida da documentação, escrituração e correspondência da escola,


dos docentes, demais funcionários e dos alunos. Responde também pelo atendimento
ao público. Para a realização desses serviços, a escola conta com um secretário e
escriturários ou auxiliares da secretaria.

O setor técnico-administrativo responde, também, pelos serviços auxiliares (Zeladoria,


Vigilância e Atendimento ao público) e Multimeios (biblioteca, laboratórios, videoteca etc.).

 Zeladoria: Responsável pelos serventes, cuida da manutenção, conservação e limpeza


do prédio; da guarda das dependências, instalações e equipamentos; da cozinha e da
preparação e distribuição da merenda escolar; da execução de pequenos consertos e
outros serviços rotineiros da escola.

 Vigilância: Cuida do acompanhamento dos alunos em todas as dependências do


edifício, menos na sala de aula, orientando-os quanto a normas disciplinares,
atendendo-os em caso de acidente ou enfermidade, como também do atendimento às
solicitações dos professores quanto a material escolar, assistência e encaminhamento
de alunos.

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 Serviço de Multimeios: compreende a biblioteca, os laboratórios, os equipamentos


audiovisuais, a videoteca e outros recursos didáticos.

Setor Pedagógico

O setor pedagógico compreende as atividades de coordenação pedagógica e orientação


educacional.

As funções desses especialistas variam confirme a legislação estadual e municipal, sendo que
em muitos lugares suas atribuições ora são unificadas em apenas uma pessoa, ora são
desempenhadas por professores. Como são funções especializadas, envolvendo habilidades
bastante especiais, recomenda-se que seus ocupantes sejam formados em cursos de
Pedagogia ou adquiram formação pedagógico-didática específica.

 Coordenador Pedagógico: Supervisiona, acompanha, assessora, avalia as atividades


pedagógico-curriculares. Sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-
didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que diz respeito ao trabalho
ao trabalho interativo com os alunos. Há lugares em que a coordenação restringe-se à
disciplina em que o coordenador é especialista; em outros, a coordenação se faz em
relação a todas as disciplinas. Outra atribuição que cabe ao coordenador pedagógico é o
relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente no que se refere ao

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funcionamento pedagógico-curricular e didático da escola e comunicação e interpretação


da avaliação dos alunos.

 Orientador Educacional: Na escola onde essa função existe, cuida do atendimento e


do acompanhamento escolar dos alunos e também do relacionamento escola-pais-
comunidade.

 Conselho de Classe ou Série: É um órgão de natureza deliberativa quanto à avaliação


escolar dos alunos, decidindo sobre ações preventivas e corretivas em relação ao
rendimento dos alunos, ao comportamento discente, às promoções e reprovações e a
outras medidas concernentes à melhoria da qualidade da oferta dos serviços
educacionais e ao melhor desempenho escolar dos alunos.

Instituições Auxiliares

Paralelamente à estrutura organizacional, muitas escolas mantêm Instituições Auxiliares tais


como: a Associação de Pais e Mestres (APM), o Grêmio Estudantil e outras como Caixa
Escolar, vinculadas ao Conselho de Escola (onde este existia) ou ao Diretor.

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 Associação de Pais e Mestres (APM): Reúne os pais de alunos, o pessoal docente e


técnico-administrativo e alunos maiores de 18 anos. Costuma funcionar mediante uma
diretoria executiva e um conselho deliberativo.

 Grêmio Estudantil: É uma entidade representativa dos alunos criada pela lei federal
n.7.398/85, que lhe confere autonomia para se organizarem em torno dos seus
interesses, com finalidades educacionais, culturais, cívicas e sociais.

Ambas as instituições costumam ser regulamentadas no Regime Escolar, variando sua


composição e estrutura organizacional. Todavia, é recomendável que tenham autonomia de
organização e funcionamento, evitando-se qualquer tutelamento por parte da Secretaria da
Educação ou da direção da escola.

 Em algumas escolas, funciona a Caixa Escolar, em outras um Setor de Assistência ao


Estudante, que presta assistência social, econômica, alimentar, médica e odontológica
aos alunos carentes.

Corpo Docente

O Corpo docente é constituído pelo conjunto dos professores em exercício na escola, que tem
como função básica realizar o objetivo prioritário da escola, o ensino. Os professores de todas
as disciplinas formam, junto com a direção e os especialistas, a equipe escolar. Além do seu
papel específico de docência das disciplinas, os professores também têm responsabilidades de
participar na elaboração do plano escolar ou projeto pedagógico-curricular, na realização das
atividades da escola e nas decisões dos Conselhos de Escola e de classe ou série, das
reuniões com os pais (especialmente na comunicação e interpretação da avaliação), da
Associação de Pais e Mestres e das demais atividades cívicas, culturais e recreativas da
comunidade.

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Os Elementos Constitutivos do Sistema de Organização e Gestão da Escola

A gestão democrática participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo


de tomada de decisão, concebe a docência como trabalho interativo, aposta na construção
coletiva dos objetivos e funcionamento da escola, por meio da dinâmica intersubjetiva, do
diálogo, do consenso.

Nos itens interiores mostramos que o processo de tomada de decisão inclui, também, as ações
necessárias para colocá-la em prática. Em razão disso, faz-se necessário o emprego dos
elementos ou processo organizacional, tal como veremos adiante.

De fato, a organização e gestão referem-se aos meios de realização do trabalho escolar, isto é,
à racionalização do trabalho e à coordenação do esforço coletivo do pessoal que atua na
escola, envolvendo os aspectos, físicos e materiais, os conhecimentos e qualificações práticas
do educador, as relações humano-interacionais, o planejamento, a administração, a formação
continuada, a avaliação do trabalho escolar. Tudo em função de atingir os objetivos. Ou seja,
como toda instituição as escolas buscam resultados, o que implica uma ação racional,
estruturada e coordenada. Ao mesmo tempo, sendo uma atividade coletiva, não depende
apenas das capacidades e responsabilidades individuais, mas de objetivos comuns e
compartilhados e de ações coordenadas e controladas dos agentes do processo.

O processo de organização educacional dispõe de elementos constitutivos que são, na


verdade, instrumentos de ação mobilizados para atingir os objetivos escolares.

Tais elementos ou instrumentos de ação são:

 Planejamento - processo de explicitação de objetivos e antecipação de decisões para


orientar a instituição, prevendo-se o que se deve fazer para atingi-los.

 Organização - Atividade através da qual se dá a racionalização dos recursos, criando e


viabilizando as condições e modos para se realizar o que foi planejado.

 Direção/Coordenação - Atividade de coordenação do esforço coletivo do pessoal da


escola.

 Formação continuada - Ações de capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais da


escola
 para que realizem com competência suas tarefas e se desenvolvam pessoal e
profissionalmente.

 Avaliação - comprovação e avaliação do funcionamento da escola.

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A Articulação da Gestão Educacional e Secretaria escolar

Atualmente o processo de administração e organização, pressupõe a inclusão de todos os


elementos envolvidos no cotidiano escolar, onde responsabilidades e esforços são atitudes
coletivas e ativas, otimizando-se ações sociais, políticas, culturais e educativas, propiciando-se
a disseminação de reflexos positivos por toda a comunidade escolar.

A profissionalização e modernização de procedimentos administrativos, referentes à nova


concepção de gestão escolar, o realinhamento de funções e relações de trabalho e a
integração de todos os participantes da escola na definição e encaminhamento das decisões
quanto ao seu gerenciamento técnico-pedagógico, tornam-se fatores decisivos para a
concretização de uma gestão democrática.

A gestão educacional está associada ao compartilhamento de responsabilidades e fixação de


relações de confiança, exigidas pela crescente complexidade dos processos sócios
educacionais que surgem no cotidiano escolar, impondo desafios aos modelos de gestão das
instituições de ensino, onde o desenvolvimento de relações de interdependência e
reciprocidade entre todos os segmentos da escola e a capacidade para a tomada de decisões,
elaboração de projetos, administração coerente dos recursos humanos, materiais e financeiros,
são ações que propiciam o alcance dos resultados desejados.

A integração dos diferentes elementos envolvidos cotidianamente na elaboração e execução


dos trabalhos da unidade escolar, entre eles, o secretário escolar, nos processos de
acompanhamento do funcionamento da instituição, vinculados aos interesses da comunidade,
resultam em eficiência e eficácia, consolidadas através da reflexão de atitudes e ações
coletivas.

A participação efetiva e interativa do secretário escolar e seu compromisso para a construção


de uma gestão escolar refletirão positivamente na qualidade do trabalho da instituição de
ensino e diante das inovações da gestão escolar, cada vez mais dinâmica, complexa e em
constante movimento, permite-se pensar em gestão no sentido de uma articulação e integração
consciente de ações que se realizam no cotidiano da escola, surgindo um novo paradigma da
administração: a responsabilidade e autoridade compartilhadas. “Em termos práticos, as

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atividades de direção restringem-se ao diretor – e ao assistente de diretor, seu coadjuvante no


comando da escola”. (PARO, 2005, p.73).

Sem dúvida, a gestão escolar é uma peça fundamental do processo de transformação


educativa, exigindo a construção de instituições educacionais autônomas, com capacidade
para tomar decisões, elaborar projetos, administrar adequadamente todos os recursos
disponíveis e escolher estratégias que lhe permitam produzir resultados positivos.

Considerando a relação entre a secretaria escolar e gestão da escola, e compreendendo que


esta unidade da instituição educacional é um setor de preeminente importância, podendo ser
considerado como sustentáculo para o desenvolvimento legal de trabalhos administrativos,
pedagógicos e financeiros, torna-se necessário enfatizar o seu caráter mediador na
maximização da eficiência e eficácia da gestão escolar, pois centraliza informações
extremamente importantes para toda a comunidade escolar. A manutenção de um trabalho
eficiente, dinâmico e racional, pela secretaria escolar, capaz de fornecer no mínimo espaço de
tempo qualquer informação ou documentação solicitada, tanto pela comunidade interna quanto
pela externa, possibilita a concretização dos processos administrativos.

Enumerando as principais tarefas executadas pela secretaria escolar, destacam-se as entre


outras: contato com o público e com os próprios integrantes da unidade escolar que compõe a
equipe de trabalho, registro da vida escolar dos alunos e da vida funcional dos professores e
funcionários, dos fatos e dados escolares e da instituição, ratificando o valor legal das ações da
escola, tanto as administrativas quanto as pedagógicas. A secretaria escolar é o suporte
fundamental para o bom funcionamento da unidade educativa, sendo responsável por
diagnósticos da realidade educacional, através da disponibilização de relatórios, da história e
organização da escola, retratando a evolução dos resultados e sua dinâmica, respaldando e
embasando seu projeto político-pedagógico, fortalecendo a ação e participação dos integrantes
do espaço escolar quanto à gestão escolar.

Questões como: legislação educacional e sua aplicação nos diferentes níveis, modalidades e
sistemas de ensino e relacionadas à instituição educacional, são solicitadas ao secretário
escolar, implicando em contato constante do pessoal docente e não docente, pais, alunos e
comunidade externa com este profissional, demandando as mais diversas providências e o
acesso a sistemas de tecnologias da informação e comunicação são outros aspectos que
dependem da atenção e especialidade deste profissional da educação.

As atividades laborais do secretário escolar devem estar asseguradas através da sua


segurança e desenvoltura quanto a sua objetivação e execução, onde a atualização de seus
conhecimentos, competências e habilidades, possibilitam o enfrentamento de situações não
previstas. A eficiência e agilidade dos trabalhos, levando em consideração a necessidade de
resultados positivos, dependem da racionalização e otimização das rotinas operacionais, da
forma de organização da equipe e definição de tarefas, layout do setor, constituindo-se em
instrumentos para a viabilização das ações da comunidade escolar.

Com base no perfil delineado, compete ao gestor da secretaria escolar, garantir o compromisso
assumido pela escola quanto à realização de seu projeto educacional, sendo responsabilidade
do secretario escolar, empreender esforços para conexões e parcerias com todos os
integrantes que fazem parte do contexto escolar e também com aqueles que têm algum
relacionamento com a instituição de ensino, cumprindo a sua missão educativa.

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O Papel e o Perfil do Secretario Escolar sob a Ótica da Gestão

A influência do papel do secretário escolar é de indiscutível importância para a consecução de


objetivos e metas do processo escolar, utilizando-se da adoção de meios alternativos
relacionados com a melhoria da qualidade e da produtividade dos serviços, identificando
necessidades e equacionando soluções. Entre objetivos e metas, a integração entre o
administrativo e o pedagógico, caracteriza-se como um processo desafiador para o secretário
escolar.

Na hierarquia administrativa dos estabelecimentos de ensino, o secretário vem logo depois do


diretor. Ele orienta e organiza todo o setor administrativo, assina documentos e responde pela
escola em diversos assuntos. Por isso, é importante aperfeiçoar o trabalho desse profissional.

Muitas vezes, os secretários escolares são postos em posição de responsabilidade, mas a


autoridade delegada não é suficiente para que concretizem tal responsabilidade.

Considerando a atualidade, marcadamente exigente, o secretário escolar deverá conduzir


processos de mudanças organizacionais, com flexibilidade, onde as inovações tecnológicas,
novos mecanismos de comunicação e de informação são fundamentais e devem estar
incorporadas ao cotidiano escolar.

São responsabilidades administrativas deste profissional, o domínio sobre planejamento,


organização, coordenação e direção, portanto, sua função é tão importante que, uma instituição
de ensino pode funcionar com maior ou menor eficácia, sendo um dos integrantes da unidade
escolar a quem a direção delega poderes, como exemplo, a autoridade. Iniciativa, organização,
criatividade, habilidade para o relacionamento interpessoal, determinação, disposição para
mudanças, autocrítica, autorreflexão, consciência ética quanto ao seu exercício profissional,
são qualidades importantes e facilitadoras que podem e devem ser desenvolvidas, resultando
em benefícios tanto no plano profissional como no pessoal.

O profissional habilitado para atuar como secretário escolar deverá reunir em seu perfil
características que possibilitem observar, pesquisar e refletir sobre o cotidiano escolar de
forma comprometida, compreendendo a imposição de condicionamentos estruturais, políticos e
sociais que interferem no dia-a-dia da escola. São por meio de seus conhecimentos,

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competências, habilidades e comportamentos que auxiliará na gestão escolar, assessorando,


organizando, resguardando aspectos administrativos, econômicos e sociais colocados a sua
disposição.

Será responsável pelos serviços específicos da secretaria da unidade escolar e por outros
referentes à organização e à infraestrutura da escola, de forma a manter registros, relatórios,
material de comunicação e expedição organizadas e atualizadas. Possuir uma visão de gestão
político-pedagógica-administrativa da instituição que, através da ação integrada com todos os
participantes da mesma, em especial à equipe diretiva, responderá assim, pela organização
técnica e legal do estabelecimento de ensino, cooperando para a transparência dos processos
administrativos, financeiros e pedagógicos.

A flexibilidade e a articulação deverão ser características fundamentais do perfil do secretário


escolar, pois a estrutura da secretaria escolar deverá ser adaptável às constantes mudanças
realizadas no projeto político-pedagógico e organização da escola, conduzindo esforços para à
eficiência, eficácia e relevância do plano de trabalho da unidade escolar.

Liderança, capacidade de articulação, de decisão e delegação de responsabilidades, são


qualidades imprescindíveis na ação administrativa do secretário escolar, assegurando-se a
equidade e a responsabilidade social de todos os envolvidos na rotina escolar na busca pela
excelência das ações realizadas no espaço escolar.

As responsabilidades do secretário escolar incidem sobre a garantia, através do registro e do


arquivamento adequados, da identidade, regularidade e autenticidade da vida escolar de cada
discente, bem como, dos dados referentes ao corpo técnico-pedagógico, docente e não
docente, sendo assim, este profissional necessita estar preparado para desempenhar, com
competência as tarefas peculiares a sua função, contribuindo para a melhoria da qualidade e
produtividade do processo educativo. Torna-se necessário mencionar que o secretário escolar
que pretenda atuar neste contexto organizacional, deverá buscar intensa dedicação na
execução das diferentes atividades que são designadas ao seu cargo.

Diante deste novo perfil, é responsável por várias atividades organizacionais da escola, desde
as mais simples até as mais elaboradas como, assessorar tecnicamente na execução de
projetos, apresentar relatórios e pareceres, representar a direção, articular e implementar
inovações nas atividades desenvolvidas no cotidiano escolar.

Encontra-se hoje, em muitas instituições de ensino, pessoas desempenhando o papel de


secretário escolar, cuja formação é de nível médio, enquanto que o mercado de trabalho em
relação à área educacional, em processo de transição e transformação, vem exigindo
profissionais com formação em nível superior, qualificados, com competência técnica e

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conhecimento teórico-prático de gestão escolar, fatores essenciais para o desempenho das


atividades com conhecimento e habilidade, possibilitando assim, uma definição da identidade
profissional. Presume-se, diante do exposto, a necessidade de redefinição e realinhamento de
cargos e funções na gestão escolar.

Gestão de Pessoas - Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas

A sociedade busca uma Justiça mais célere, capaz de resolver questões cada vez mais
complexas. Neste sentido, esperam-se das instituições, o desenvolvimento e utilização de
instrumentos de gestão que garantam uma resposta eficaz. Esse cenário impõe a necessidade
de contar com profissionais altamente capacitados, aptos a fazer frente às ameaças e
oportunidades, propondo mudanças que possam atender as demandas do cidadão. A partir
desse raciocínio é possível visualizar a gestão de pessoas por competências.

A gestão de pessoas por competências consiste em planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos
diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as competências
necessárias à consecução dos objetivos institucionais.

Capacitar pessoas é atribuição essencial do líder. Capacitar, coisa mais obvia, nada mais é do
que tornar o outro capaz. Parece algo bem simples. O grande problema é que costumamos
complicar estas coisas que em sua essência são bastante singelas. Podemos dizer que
capacitar é mais do que desenvolver, ou formar as pessoas. É dar um passo a mais,
desafiando aquele que foi desenvolvido, ou formado ao oferecer-lhe a oportunidade de se
mostrar capaz, não em sala de aula, jogos ou simulações, mas na realidade da organização,
botando à mão na massa, de tudo aquilo que lhe foi passado em teoria ou num ambiente todo
protegido.

O líder voltado para a capacitação dos seus liderados age como um trampolim. Quando as
pessoas parecem já estar prontas ele as lança para o alto e para a água na piscina mais funda.
E para evitar que elas se afoguem, caso haja algum problema no lançamento, ele mantém
montada uma rede de proteção na sua área, para corrigir rapidamente os erros e assumir
também as falhas por acaso ocorridas.

Se há riscos em ser líder, ele existem mais ainda quando não se é. Nesse caso teremos
conosco pessoas descomprometidas, desmotivadas e no médio prazo medíocre, já que as

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excelentes não irão sobreviver por longo tempo num ambiente assim. Não capacitar as
pessoas é assinar atestado de se estar vivendo algumas ou todas essas situações:

 Não confia nas pessoas da equipe.


 Não sabe escolher seus colaboradores.
 É chefe e não líder.
 É medroso e centralizador
 Prende as pessoas e as mantém fixas.

Atrás de todo grande líder existiu (ou ainda há) um grande "capacitador" de pessoas e este
líder tanto exercerá mais ainda a sua liderança, quanto mais for também capacitando outras
pessoas à sua volta. O "capacitador" do grande líder terá sido sua mãe ou pai que, confiantes
nas suas qualidades e competências, o manteve sempre desafiado, impulsionado a ir mais
além, mesmo que estivesse sentindo muito medo. Pode ter sido também aquele professor ou
professora mais exigente e que não se contentava com pouco, cobrando o mais que se tem
preguiça de dar. Repare que este líder é bem fácil de ser lembrado. Ele é aquele mestre que à
época era considerado duro e até carrasco e que hoje lhe somos gratos por termos consciência
do quanto ele nos ajudou e ainda ajuda.

Para reflexão:

 Quais foram os "capacitadores" da minha vida?


 Sou hoje um "capacitador"?
 Caso não tenha tido "capacitadores", como devo agir para suprir esta deficiência na
minha formação?

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O Papel do novo Gestor de Pessoas

A Gestão de Pessoas, mais do que qualquer outro ramo da Administração, vem sofrendo
desafios, surgidos de uma nova ordem econômica caracterizada pelo uso do conhecimento, e
tende a tornar-se o mais importante setor da administração. O bom desempenho das pessoas
requer muito mais do que simplesmente aptidões e habilidades, requer também motivação para
trabalhar.

O gestor tem um papel fundamental na motivação destas pessoas. A sua influência sobre a
equipe causa impactos nos resultados estratégicos da organização. O papel do novo gestor de
pessoas não se resume tão somente em saber gerenciar os recursos humanos, agregando
valor para a organização, diferenciando-a das demais organizações, e gerando resultados
superiores por meio das pessoas.

A preocupação fundamental das organizações bem sucedidas tem sido acrescentar valor às
pessoas de maneira contínua e intensa para enriquecer seu próprio patrimônio, melhorar seus
processos internos e incrementar a qualidade e a produtividade em geral. Os processos de
movimentação, desenvolvimento e valorização das pessoas têm ganhado destaque,
favorecendo o gerenciamento e a conciliação de expectativas entre as pessoas, a empresa e
seu negócio.

O novo gestor de pessoas tem reconhecido as pessoas como agregadoras de valor, com suas
contribuições em termos de ideias, sugestões, criatividade e inovação. Por fim, a gestão de
pessoas nas organizações não se resume mais a um conjunto de políticas e práticas,
tampouco, definido como somente responsabilidade de um departamento ou de uma função.
Todos os envolvidos são responsáveis pela gestão com as pessoas e os impactos dessa
gestão nos resultados das organizações.

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Liderança com Criatividade: A Chave da Gestão de Pessoas

Nos tempos atuais muito se fala a respeito de líderes de gestores que sejam Coach,
empreendedores, mas o que realmente tudo isso significa? Será mais um modismo na era
tecnológica da Gestão de Pessoas?

Liderança é um processo por meio do qual as pessoas assumem posições de “comando”,


“coordenação” de grupo, com o objetivo de atingir um resultado, uma meta.

O processo de liderança nas organizações é cíclico. A cada momento surge um novo líder e
essa ascensão irá depender da especificidade da ação, do resultado a ser alcançado, das
competências necessárias desse profissional, para a situação que se apresenta.

Quando se exerce o papel de líder, seja por definição da empresa, pela posição que ocupa no
nível hierárquico, ou quando, para determinada situação você é quem tem as competências
necessárias, faz-se necessário pensar quem são os componentes da equipe que serão
liderados, como conduzi-los para a ação.

Ao assumir um papel de líder é preciso ter o olhar sobre todos, ter a visão crítica da situação
que se apresenta quem são as pessoas que compõem o grupo e qual o resultado a ser
alcançado. Este olhar deve ser diferenciado: desfoca a realidade para focar novamente.

As pessoas que fazem parte do processo precisam ser geridas de forma que o líder conheça
suas potencialidades, suas expectativas, suas competências, para que essas, quando inseridas
num projeto, contribuam de uma maneira mais efetiva e eficiente.

Vale ressaltar que são as pessoas quem irão colocar literalmente “a mão na massa” e fazer
acontecer o projeto. Portanto, cabe ao líder considerar cada pessoa como se fosse única,
atribuindo-lhe responsabilidades para as quais o profissional se sente maduro e apto a
conduzir. O líder deve empreender, orientar, educar sua equipe, proporcionando aos liderados
condições o para seu crescimento individual e profissional.

Ser o Coach de sua equipe é ter o entendimento das diferenças individuais, de suas
potencialidades e das possibilidades de sucesso. Deve ainda orientar seu time na condução do
processo, tornando-se, desta forma, cogestão, corresponsável pela ação.

Na Gestão de Pessoas, liderar é empreender os talentos e saber como esses podem contribuir

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para o sucesso do trabalho. Se houver sucesso ou fracasso no processo, esse será


compartilhado pelo grupo.

Liderar ou exercer a liderança é ter o entendimento da cultura organizacional, do planejamento


estratégico da mesma e alinhar sua equipe de acordo com as competências contributivas da
cada um para atingir os resultados esperados. Isto torna cada elemento co-participativo do
processo, é fazer cada sentir que faz parte do time e não que está à parte. É preciso conciliar
os objetivos organizacionais com os individuais, e saber em que momento ocorre a intersecção,
o ponto comum entre as partes envolvidas. O líder deve ter em mente que as pessoas fazem
os processos. São elas que por meio de seu trabalho contribuem efetivamente para com a
organização e com a equipe.

O capital humano deve ser valorizado para unir o grupo ao redor de um objetivo comum. Cada
um deve se questionar:

 Até que ponto posso contribuir com o resultado da minha empresa?


 Quando o meu trabalho é o reflexo deste resultado?
 Qual o objetivo a ser atingido?
 Como empreender a criatividade, inovar e formar novos líderes?

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Capacitação em Secretariado Escolar

Atuando nas unidades escolares, o Secretário Escolar desenvolve suas atividades enfrentando
grandes desafios, pois, na escola, além das suas responsabilidades, ele interage com muitas
pessoas, como os professores, os alunos e seus pais, os demais profissionais e fornecedores,
as autoridades e as pessoas da comunidade em geral.

Todo o trabalho realizado com competência é percebido na eficiência e eficácia dos seus
resultados. No serviço administrativo de uma instituição, é necessário que a organização do
trabalho seja o destaque. As instituições de ensino no Brasil, quer públicas ou particulares,
exigem a atuação de secretários competentes.

Daí percebe-se que sua postura ética é necessária, abrangendo muitos segmentos sociais,
devendo ser direcionada para uma boa capacitação profissional.

Um pouco da Historia da regulamentação da profissão - Secretario escolar

Apesar de a profissão de secretariado ser antiga e no Brasil ter sido regulamentada pela Lei
7.377 de 07/07/1989, assinada pelo então Presidente da República José Sarney, nos últimos
anos é que tem surgido maior número de cursos para dar melhor qualificação a esse
profissional.

A especialização de secretariado escolar, ou a formação no nível técnico tem uma história bem
recente. O Instituto Universal Brasileiro, por exemplo, disponibilizava por correspondência,
mantendo contato através de formulários em revistas e nas agências dos Correios, o Curso
Técnico em Secretariado Escolar e assegura: “será um profissional qualificado para coordenar
com competência e habilidades os controles, registros e vida escolar de modo a garantir a

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segurança na gestão das informações”, assim fica claro que o trabalho do secretário escolar
não é apenas burocrático e formal, vai mais além, pois envolve pessoas nos seus processos.

O secretário moderno tem se tornado um profissional capaz de pensar estrategicamente e não


somente um cumpridor eficiente e rápido de ordens e solicitações. Consegue compreender a
dinâmica de todos os projetos com os quais o executivo esteja comprometido. Sem apenas
limitar-se a cursos de relacionamento humano e informática, precisa agregar conhecimento por
meio da educação continuada, como em MBA (Master in Business Administration - curso de
formação de executivos) e alternativas de extensão universitária.

De acordo com Garcia e D’Elia (2005, p.23), “As secretárias, como em outras profissões,
precisam ampliar fronteiras e efetuar novas descobertas. Precisam, para tanto, da
compreensão dos seus executivos e do patrocínio das empresas”.

Diante da versatilidade profissional do secretário que, atualmente, busca recursos para


melhorar seu perfil, que vai desde um simples minicurso até pós-graduações, existem
empresas que recebem profissionais, também, sem a capacitação necessária.

Durante muitas décadas a profissão de secretário, foi restrita a uma atividade feminina. Chegou
até ser confundida com a imagem "da mulher" no mercado de trabalho. O recrutamento
baseava-se na beleza, o que definia o antigo perfil, gerando discriminação e abrindo espaço
para insinuações. Mas, hoje, o perfil mudou, acompanhando o mercado de trabalho; o requisito
para seleção é a formação e a competência.

O perfil do secretário escolar é destacado porque ele é a primeira pessoa que recebe o aluno,
que faz a orientação sobre o funcionamento da instituição, disponibiliza os comunicados,
organiza os dados tanto internos quanto relacionados aos órgãos públicos, redige documentos
e estabelece o cumprimento dos horários.

Para atuar no concorrente mercado, quanto mais capacitado for o profissional mais chance de
obter espaço ele tem, já que existem capacitações variadas e bastante busca das empresas
em conseguir um colaborador que ajude a organização a ser reconhecida.

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As atribuições do secretário envolvem o assessoramento e, consequentemente, estão ligadas à


direção. A secretária escolar tem funções definidas e, frequentemente, lida com um público
complexo, pois envolve os demais profissionais da instituição, os alunos, os familiares e a
sociedade.

De acordo com o site Secretariado Escolar:


Dirigir os trabalhos da secretaria, administrar os horários escolares,
assistir o corpo docente nas rotinas escolares, abrir e manter
atualizados os arquivos escolares, estabelecer as rotinas de trabalho
de seus auxiliares, administrar o atendimento ao publico externo,
administrar o atendimento aos professores e alunos, administrar o
expediente do diretor, alimentar os controles de gestão (controle da
freqüência dos alunos na escola, controle do aluno na sala de aula,
controle dos resultados escolares por turma e por segmento,
controle dos resultados escolares pela quantidade de exercícios,
controle das disciplinas, controle do acompanhamento dos
familiares a estudantes), instrumentos indispensáveis de uma
secretaria competente. (SECRETARIADO ESCOLAR, 2009).

O desempenho da profissão requer conhecimentos prévios e atualizados, bem como uma


variedade de informações e postura ética, já que lida com pessoas de diversas faixas etárias,
empreendendo complemento dentro da área da educação. O Secretário Escolar é um
profissional muito importante, especialmente quando exerce sua função dentro dos parâmetros
exigidos pelo mercado de trabalho.

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MORAES, Maria Cândida. O Paradigma educacional emergente. Campinas, São Paulo:
Papirus,1997.

Secretaria Escolar - Gestão Administrativa da Secretaria 33


Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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