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Fichamento do Livro “História da vida privada no Brasil”

Capitulo I: “Cotidiano e vida privada na América portuguesa” pág.: 14 a 39.

O livro “História da vida privado no Brasil” implica em tentar surpreender um processo


em gestação, na sua própria constituição e especificidade.

- O “viver em colônias” que forma o objeto desse estudo.

“Os vários capítulos irão descrever, analisar, esmiuçar as varias faces e de


diversos ângulos esse fugidio objeto.” (cap. I – pág. 26)

Vocabulário: Esmiuçar: Reduzir em pequenos fragmentos.


Fugidio: Acostumado a fugir.

Esse capítulo foca: evidenciar as preocupações de evita um erro cronológico que está
por baixo das expressões como “Brasil Colônia”, período colonial da história do Brasil.

“Neste capitulo, procuramos apenas indicar os nexos que articulam tais


manifestações da intimidade cotidiana com as estruturas básicas da
formação social na Colônia”. (cap. I – pág. 26)

Sobre Frei Vicente do Salvador:


“... aponta de maneira iluminada para as estruturas básicas da colonização
moderna em geral e da colonização portuguesa em especial; e ao mesmo
tempo remete as práticas, os comportamentos, ao dia-a-dia do viver em
colônias...” (cap. I – pág. 39)

Características essenciais do historiador:


1° - Profunda disposição das coisas cuja as extremidades se
contrapõem das duas esferas existentes. (público e o privado)
2° - Deixa claro que os níveis de público e privado estão ligados,
mas curiosamente invertidos (para melhor interpretação temos que olhar esse termo
“invertido” como uma forma de articulação).

Trecho inicial que articula o capítulo:

“Notava as coisas e via que mandava compra um frangão, quatro ovos e


um peixe para comer, e nada lhe traziam, porque não se achava na praça,
nem no açougue e, se mandava pedir as ditas coisas e outras mais às casas
particulares, lhas mandavam. Então disse o bispo: verdadeiramente que
nesta terra andam as coisas trocadas, porque toda ela não é republica, sendo-
o cada casa.”
- Frei Vicente do Salvador, História do Brasil (1500-1627).

- O trecho acima de nosso primeiro historiador nos leva ao ponto de partida para
as primeiras indagações.

“Trata-se de tentar nada menos que uma como arqueologia (no sentido de
“condições de possibilidades”) das manifestações da vida privada nos
quadros da colonização portuguesa no Novo Mundo”. (cap. I – pág. 14)
- Desbravar aqueles “caminhos estreitos” entre o universo geral da colônia e as
expressões do privado no seu cotidiano.

- Dois aspectos essenciais sobre o nosso objeto analisado: sua implantação nos
quadros da civilização ocidental e a peculiaridade na integração.

- No primeiro aspecto, segundo o texto, revela-se o que a Colônia tinha em


comum com o mundo metropolitano; no segundo ponto ele expõe a estranheza da
Colônia (tendo como base a Metrópole).

A “transação”:

- O capítulo cita referências da zona incerta do período que deixa de ser feudal para se
tornar capital (feudalismo se transforma em capitalismo), chamado pelo autor de
período de “transação” (não é mais feudal, nem chegou à zona capitalista),
classificando-o tal feito por característica definidora. Para um entendimento mais
abrangente releia um trecho do texto:

“Encarado em conjunto, esse período da nossa historia – a historia do


Ocidente – revela sempre essa posição intermediária; em todas as instâncias,
de todos os ângulos, é sempre essa a sua característica definidora” (cap. I –
pág. 15).

Foi iniciado esse período pela: configuração do Ocidente como “sociedade sagrada” e o
mundo contemporâneo burguês e racionalista que expressa de uma forma “leiga”
referente ao Estado estendendo-se ao período de transação.

O texto apresenta exemplos econômicos e políticos para representar:

Plano econômico: nesse período de transação a forma com que a economia se expunha
era no trabalho independente. (não era mais economia dominante do feudalismo, porem
não havia chegado à força de trabalho mercantil, do capitalismo).

Plano Político: não existia mais a relação de dependência do senhor feudal, o que se
expunha era a formação da monarquia absolutista, primeira fase do Estado moderno.

 As brigas política causaram transtornos também na religião diretamente, pois a


“nova formação” a igreja passava a ser apenas uma “fé” – não se executa mais o
temporal com o espiritual.

O historiador seiscentista aponta a difícil tarefa de recuperação da intimidade (a


conquista da vida privada, do Estado e da sociedade sem se deslumbrar com a separação
das esferas).
“... no próprio processo de definição de espaço privado, o qual corre
paralelo ao da constituição do Estado moderno, que delimita o espaço
publico.” (cap. I – pág. 16)

O frei não finaliza por ai, aponta que além de conectadas (esferas publicas e privadas),
também são totalmente opostas.

A importância do público e do privado é marcante na Época Moderna.


”... no mundo colonial, as coisas aparecem “trocadas”, e isso causa
estranheza; e se causa estranheza, é porque não “deviam” aparecer desse
modo. (dimensão essencial para entendimento da colonização moderna)”.
(cap. I – pág. 16)

- Ele cita até um trecho de Gregório de Matos onde expõe a ilusão ideológica que
transforma a colônia numa perfeita réplica da metrópole.

- O mesmo período na Colônia e na Metrópole:

“Se na Europa Moderna as manifestações da intimidade vão se definindo em


relação à formação dos Estados, na Colônia elas estão mais associadas à
passagem da colônia para nação...” (cap. I – pág. 17)

 Frei foca bastante, em diferentes períodos do capitulo, para que nós (leitores) nos
desligássemos totalmente da pré-condição de que os protagonistas dessa colonização,
não sabiam que nos tornaríamos um Estado Nacional.

Após esse desligamento podemos prosseguir:


- No trecho abaixo ele delimita o termo “Brasil”.

“Nesse sentido, se procuramos reconstituir as manifestações da


intimidade articuladas num quadro mais geral, a definição, ou melhor, o
recorte desse quadro não pode ser “Brasil”, e sim a colonização moderna em
geral, situando-se a colonização portuguesa no Novo Mundo dentro desse
contexto. Em suma, o antigo sistema colonial.” (cap. I – pág. 17).

Análise do sistema colonial por demografia:

Mapas para a análise:

- Séc. XVI ao Séc. XVIII.


- Dimensão demográfica muito importante (apesar de não se intitular como um
fenômeno), pelos amplos movimentos populacionais.

 Colonização moderna articula-se de maneira direta aos processos essenciais para a


formação de um Estado e de expansão comercial, que marca a abertura da modernidade
européia.

Portugal foi o primeiro país colonizador, o primeiro a ter a expansão mercantil e


marítima (a seqüência de paises colonizadores é a mesma que de formação dos Estados)
Tal proeza deve-se a:

- Precocidade da centralização política.


- Posição geográfica.

- A Colônia é vista como um prolongamento, alargamento da Metrópole, mas é ao


mesmo tempo sua negação.
A população da colônia na perspectiva metropolitana é equivalente à metrópole, porém
a metrópole é e onde as pessoas saem e a colônia é para onde essas pessoas vão. (o
pessoal da colônia “sonha” em ir para a metrópole, só que a metrópole é fluxo de
emigração).

A complexidade do fenômeno colonial: envolve confronto de culturas.


 Primeira e importantíssima característica para ressaltarmos sobre a demarcação,
das estruturas no plano colonial: a continua chegada de novos contingentes
populacionais.

Contraposição:
Velho Mundo: Relativa estabilidade
Novo Mundo: Mobilidade
Mobilidade que acarreta em um crescimento muito rápido da colônia
Ta aí, a importância dessa primeira característica para a compreensão as relações
intimas aqui assumidas.
O grande fluxo de novos “personagens” para a integração (no circulo de intimidade)
formou-se tão rápido que por fim nem tiveram tempo de se sedimentar.

A mobilidade também... Expandiu-se no sentido horizontal da demarcação (contínuos


deslocamentos de espaço)

A angustia da população da Colônia nessa fase, móbil, instável e dispersa (dificuldade


de sedimentação).

“... essa dispersão decorre diretamente dos mecanismos básicos da


colonização de tipo plantation que prevaleceu na América portuguesa: da
sua dimensão econômica (exploração para desenvolvimento da Metrópole)
resulta a montagem de uma economia predatória que, esgotando a natureza,
tende a jornada de lugar para lugar.” (cap. I – pág. 21)

“No geral, a economia colonial predatória, com seu baixo grau de


reinvestimento, apresenta uma forma de crescimento puramente extensivo,
que tenda a itinerância, e isso é que lastreia a continua dispersão das
populações a que nos referimos”. (cap. I – pág. 21)

-Vocabulário: itinerância – que jornadeia de lugar a lugar.

“... sua dimensão política (fortalecimento dos Estados), decorre um


permanente esforço metropolitano no sentido de expandir o território da
dominação colonial, para além das possibilidades de exploração
econômica...” (cap. I – pág. 21)

A grande desproporção entre a Metrópole (pequena) e a Colônia (grandeza), no caso


português, é considerável.

“Mobilidade, dispersão, instabilidade enfim, são características da


população nas colônias, que vão demarcando o quadro dentro do qual se
engajaram os laços primários e se foi desenrolando a vida do dia-a-dia.”
(cap. I – pág. 22).

Outra característica que compõe o trecho acima é a diversidade das populações na


Colônia. (Por definição: divisão de colonizadores e nativos)

- Além desses grupos existiam os africanos (conseqüência do trafico negreiro do Antigo


Regime).

Dessa “mistura”, do convívio e das inter-relações, no cotidiano, que essa categoria foi
denominada de “brasileiros”.
-Porém no começo, “brasileiro”, durante muito tempo foi designado apenas para os
comerciantes de pau-brasil.

“A percepção de tal metamorfose, ou melhor, essa tomada de consciência -,


isto é, os colonos descobrindo-se como “paulistas”, “pernambucanos”,
“mineiros” etc., para afinal identificarem-se como “brasileiros”” (cap. I –
pág. 23)
O trecho acima constitui a formação de nossa identidade (importância presente na
Colônia).

Já que pouco a pouco vamos nos acertando como ‘caso Brasil” no quadro da
colonização moderna. Convém mencionar que tal demarcação apontada acima tem suas
diferenças e mutações nos modos de convívio.

“Estudar, portanto, as manifestações da privacidade e do cotidiano, neste


caso, significam sondar o processo mais intimo de nossa emergência na
história” (cap. I – pág. 23) .

Verificar pólos da Colônia:


Exemplos de pólos opostos...

Nordeste: Açucareiro, extraordinária fertilidade, garantiu a consolidação e a


permanência multissecular da lavoura açucareira – claramente é a exceção no mundo
colonial. (permanência, fixidez e certa “estabilidade” – em decorrência desse processo –
a sedimentação na forma de convívio).

São Paulo: (a periferia do sistema), paisagem social, com um povoamento rarefeito, em


permanente mobilidade: as “bandeiras” já foram caracterizadas como uma “sociedade
em movimento”, e abrindo caminhos para atingir fronteiras, dizeres de Sergio Buarque
de Holanda.

Curiosidade: a sociedade mais estável, enraizada, permanente – está voltada para o lado
de fora. Sociedade móvel, sem implantação, instável - está voltada para dentro.

- Economia açucareira de organiza para a exportação


- Economia de Subsistência (São Paulo)

“... o mais estável, permanente, é o setor litorâneo, voltado para fora, nas
bordas; o mais fluido e superficial é o setor interiorizado e urbano.” (cap. I –
pág. 25)

“Lento, dificultoso, penoso percurso de gestação dessa “comunidade


imaginaria” que, na definição de B. Anderson, constitui a nação.” (cap. I –
pág. 26).

- Reinóis se chamavam os nascidos na Metrópole.


- O “viver em colônias” que forma o objeto desse estudo.

A fragmentação das populações coloniais:


“Diversidade, fluidez, dispersão, aparecem então como categorias
intermediárias que enquadram as manifestações do privado e do cotidiano,
modelando-lhe o perfil. Talvez ainda mais relevante é a clivagem das
populações coloniais que importa agora destacar na montagem desse
quadro.” (cap. I – pág. 27)

Vocabulário: Clivagem – Fragmentação.


A implantação da exportação colonial da Época Moderna, em função dos determinantes
políticos e econômicos (vistos logo acima), trazia capacidade da força de trabalho como
uma forma estrutural.

População fragmentada em dois pontos:

- Os “dominantes” e os “dominados” / O “senhor” e o “escravo”.

Essa clivagem nos mostra o desenrolar das vivências no dia-a-dia.


Ex: a formação familiar e a moradia são diretamente afetadas por essa fragmentação dos
pólos.

“... os tipos de família e as formas de moradia configuram-se diferentemente


nas áreas e nas situações em que dominam os extremos (senhor/escravo) ou
em que predominam as formas intermediarias de homens livres, pobres,
pequenos produtores, etc.” (cap. I – pág. 27)

A criação das zonas intermediárias passa a constituir um traço marcante da vida de


relações na Colônia.

A miscigenação:
Vocabulário: Miscigenação – Procriação de indivíduos de raça mista. (branco e pardo / pardo e
negro...).

“A miscigenação foi o principal e mais importante desses espaços de


encontros, e Gilberto Freyre insistiu, corretamente, nesse aspecto.” (cap. I –
pág. 28)

A conseqüência desse processo foi à dominação, pois o intercurso era um branco


dominador, e sua escrava negra dominada; e a resultando desse fato era o nascimento do
mestiço. Por ai podemos observar a complexidade levada até o paradoxo.

“A miscigenação foi, assim, ao mesmo tempo, um canal de aproximação e


uma forma de dominação, um espaço de amaciamento e um território de
enrijecimento do sistema.” (cap. I – pág. 28).

Resumo Básico (referente ao trecho):

“Do fundo das estruturas básicas da colonização emergem, portanto,


situações da vida muito características, e que enquadram as manifestações
do cotidiano e da intimidade das populações coloniais; como que uma
camada intermediária, pela qual se articulavam aquelas estruturas fundantes
e a recorrência dos acontecimentos.” (cap. I – pág. 28/29).

- Um traçado das linhas necessárias assim surge, uma camada intermediária de


sensações – distanciamento, descontinuidade, clivagem – que iam limitando as
manifestações do cotidiano, e em meio às quais se formara a mentalidade colonial
(esboço da identidade nacional em gestação).

O capitulo cita um ponto fundamental: a escravidão (relação social dominante), mas não
entra em muitos detalhes, só analisa a repercussão de tal feito no decorrer da vida
cotidiana.
Aponta relações entre:
-intra-classes senhorial
-as relações internas na vida dos escravos.
-as relações intermediárias de escravos e senhores

Analise do capitulo referente às condições da intimidade e do cotidiano da Colônia:

São dois lados apresentados: de um lado, a exploração econômica que se desenvolvia no


Novo Mundo, que impulsionava a grande mobilidade às populações, de outro lado à
compulsão do trabalho, que levava a clivagem (fragmentação) entre os dois básicos da
sociedade.

O conjunto de sensações contraditórias (a ambigüidade) que a Colônia apresentava, era


diretamente a sua base, ou seja, sua estrutura básica de colonização.
Classificou também que as sensações era a camada intermediaria entre o cotidiano e o
intimo de viver em colônia.
Diz que a colônia tinha caráter extremamente comercial, se referindo ao inicio do texto
onde ele apresenta a economia de transação para o capitalismo.

“Curioso ainda notar que, se os historiadores levamos muito tempo para


assinalar esse “sentido” profundo da colonização e analisar seus mecanismos
estruturais, e alguns ainda teimam em admiti-lo...” (cap. I – pág. 32)

Num determinado momento do texto, o autor repensa vários tópicos aqui já citados, e
retoma sobre a sensação de ambigüidade e desconforto que atravessa a vida social da
Colônia, derivando assim as condições básicas da colonização.

Comparações:
Na Europa: Feudalismo
Na Colônia: Escravidão

O autor apresenta um breve resumo sobre a religião e a sua influência no período, mais
não se deixa entrar em detalhes, pois diz que entenderíamos melhor no decorrer dos
próximos capítulos.

No encerramento do capitulo ele ressalta o conflito entre duas vertentes básicas: o


impulso salvífico (a catequese) – dominação do universo ideológico - e os mecanismos
de produção mercantil (exploração) – dominação política e exploração econômica - do
Novo Mundo. Essa ambigüidade atravessa todo o período.

“Se esta primeira aproximação, ainda que sucintamente, pôde delimitar os


percursos, no espaço e no tempo, podemos agora iniciar a travessia.” (cap. I
– pág. 39)

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