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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0009144-24.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : EDUARDO NUNES BRITO
Recorrido(s) : FERREIRA COSTA E CIA LTDA
Origem : 9ª VSJE DO CONSUMIDOR (RUY BARBOSA
MATUTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA.


RESPONSABILIDADE CIVIL. ALEGAÇÃO DA PARTE AUTORA DE QUE
SOFRERA CONSTRANGIMENTOS EM VIRTUDE DE ABORDAGEM POLICIAL
NO INTERIOR DO ESTABELECIMENTO DO RÉU. AUSÊNCIA DE CONDUTA
QUE POSSA SER IMPUTADA AO ESTABELECIMENTO. RESPONSABILIDADE
CIVIL NÃO CONFIGURADA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DA PARTE
AUTORA NÃO DEMONSTRADO. (ART.373 INCISO I DO NCPC). INEXISTÊNCIA
DE ATO ILÍCITO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto por EDUARDO NUNES BRITO contra


sentença que julgou procedente em parte a ação, por entender o magistrado
sentenciante que : “O pedido inicial IMPROCEDE. A instrução do feito demonstrou que não
evidenciou a ocorrência dos alegados danos morais. É que restou demonstrado que toda a
abordagem ocorreu do lado externo do estabelecimento da parte acionada, conforme se observa
do vídeo e do depoimento do informante juntados no evento 15 e 19. Ademais, restou evidenciado
que a abordagem foi realizada por policiais, e não pelos seguranças da loja da acionada. Não há
prova de que o Gerente da loja foi quem informou aos Policiais de que existiam pessoas
supostamente armadas com as características do autor dentro da loja. ”.

2. O recorrente busca a reforma da sentença, reiterando a argumentação


exposada na petição inicial, aduzindo, em síntese, que sofrera constrangimentos
ao ser abordado por policiais militares no interior do estabelecimento do réu, à vista
de todos, em virtude de falsa acusação de que estaria portando arma no interior do
mesmo. Reitera, portanto, pedido indenizatório atinente aos danos morais que
alega ter sofrido.

3. A sentença vergastada não merece reforma. Com efeito, não fora


comprovada a falha na prestação dos serviços por parte do estabelecimento réu,
inexistindo portanto a presença dos requisitos ensejadores da responsabilidade
civil. Para que exsurja o dever de indenizar, mister que haja a presença dos
seguintes elementos, a saber, conduta, nexo de causalidade, e dano, sendo que
nas hipóteses de responsabilidade objetiva , não se faz necessária a prova da
culpa.

4. Inobstante isso, do quanto consta da instrução probatória, vislumbra-se que


o fato não ultrapassa os limites do mero aborrecimento. Com efeito, tornou-se
incontroverso o fato narrado, tendo sido o autor abordado por policiais militares, no
interior do estabelecimento da ré, o que fora corroborado com o depoimento das
partes.

5. Ainda assim, a abordagem no interior do estabelecimento, ou logo após a


saída da parte autora, de quer si, não tem o condão de violar direitos da
personalidade, se ausentes elementos de fato que indiquem a existência de
manifesto abuso.

6. Insta ressaltar, ademais, que a abordagem não fora realizada por


prepostosdo estabelecimento, mas por agentes do Estado, policiais militares, no
exercício da função. Para que possa ser imputada à parte a responsabilidade,
mister que seja clara a sua participação da causação do evento danoso, é dizer, se
faz necessária a individualização de sua conduta, e o nexo de causalidade entre
esta e o evento danoso, o que não ocorrera no presente caso. Assim sendo,
restara ausente um dos elementos necessários da responsabilidade civil ,
consistente da conduta, que não pode ser imputada ao estabelecimento, quando
inexistem nos autos provas acerca da efetiva participação de prepostos nos fatos
narrados.
7. Diante do quadro probatório delineado nos autos, não restara comprovada
falha na prestação dos serviços que possa ser imputada ao estabelecimento réu, e
nem mesmo a prática de ato ilícito a cargo da empresa demandada, sendo,
portanto, despicienda a análise acerca do dano moral, que constitui etapa
conseqüente e gradativa na análise da gravidade do ato. É dizer, se nem mesmo
constam provas acerca do ilícito em si, não há motivos para adentrar na análise
acerca da eventual ocorrência de dano moral.
8. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO
INTEERPOSTO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, mantendo a sentença
objurgada pelos próprios fundamentos. Sem custas processuais e honorários
advocatícios, por ser a parte beneficiária da justiça gratuita.

Salvador, Sala das Sessões, 13 de Outubro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0009144-24.2016.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : EDUARDO NUNES BRITO

Recorrido(s) : FERREIRA COSTA E CIA LTDA

Origem : 9ª VSJE DO CONSUMIDOR (RUY BARBOSA


MATUTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA SANTOS LAGO e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Sem
custas processuais e honorários advocatícios, por ser a parte beneficiária da justiça
gratuita.
Salvador, Sala das Sessões, 13 de Outubro de 2016.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

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