Вы находитесь на странице: 1из 63

SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
CAPÌTULO 1 – O TRABALHO ............................................................................... 6
1.1 Breve introduçâo ...................................................................................... 6
1.2 A història do trabalho como a conta o mundo .......................................... 8
1.2.1 Origem etimológica .................................................................................. 8
1.3 O trabalho na história do homem ........................................................... 9
1.3.1 Na pré-história ......................................................................................... 9
1.3.2 Trabalho na antiguidade ........................................................................ 10
1.3.3. O trabalho na idade média :o feudalismo ............................................. 11
1.3.4. O trabalho na a idade moderna ............................................................ 11
1.4 A evolução da legislação trabalhista no Brasil e no mundo .............. 12
1.4.1 A nível nacional...................................................................................... 13
1.4.2 A nível internacional............................................................................... 15
1.5 A legislação trabalhista e a saúde ocupacional ...................................... 16
CAPÍTULO 2- A ERGONOMIA: UMA CIÊNCIA SEMPRE ATUAL ...................... 18
2.1 Ergonomia: uma olhada para trás- origem e evolução ........................... 19
2.3 A ergonomia: definições ........................................................................... 22
2.4 A ergonomia no Brasil ............................................................................... 24
2.5 Correntes de pensamento da ergonomia................................................. 25
2.5.1 A corrente inglesa .................................................................................. 26
2.5.2 A corrente francòfona ........................................................................... 27
CAPÍTULO 3 A ERGONOMIA DA ATIVIDADE: CONCEITOS E OBJETO DE
AÇÂO .................................................................................................................... 28
3.1 Atividade ...o que é? .................................................................................. 28
3.2 qual a diferença entre tarefa e atividade? ................................................ 29
3.3 A ergonomia - teorias da atividade ........................................................... 30
3.4 Teoria da atividade x - ergonomia: o que uma coisa tem a ver com a
outra? ................................................................................................................ 33
3.5 Objetivos e propósitos da ação ergonômica ........................................... 35
CAPITULO 4. A ERGONOMIA COMO DISCIPLINA MULTI E INTERDISCIPLINAR
.............................................................................................................................. 38
4.1 Ergonomia :campos de atuação ............................................................... 39
4.1.1- Ergonomia física ................................................................................... 39
4.1.2 Ergonomia cognitiva .............................................................................. 40
4.1.3 A ergonomia organizacional .................................................................. 41
4.2- Ergonomia-Áreas de aplicação................................................................ 42
4.2.1 A ergonomia de concepção e projeto .................................................... 42
4.2.2 A ergonomia de correção, remanejamento, modernização ................... 43
4.2.3 A ergonomia de conscientização .......................................................... 45
4.2.4 Ergonomia de participação .................................................................... 46
4.3 Ergonomia e suas áreas de abrangência ................................................. 47
4.3.1 Ergonomia de posto de trabalho ou microergonomia ............................ 48
4.3.2 A ergonomia de sistemas de produção ou macroergonomia ................. 50
4.4 A ergonomia como ciência multidisciplinar ............................................ 52
4.4.1 A ergonomia na engenharia ................................................................... 52
4.4.2 A ergonomia e sua atuação nas áreas do design .................................. 53
4.4.3 A ergonomia na psicologia ..................................................................... 54
4.4.4 A ergonomia na medicina e enfermagem do trabalho ........................... 54
4.4.5 A ergonomia na administração .............................................................. 55
4.5 A ergonomia e os setores de atuação ...................................................... 55
4.5.1. A ergonomia na indústria ...................................................................... 57
4.5.2 A ergonomia na agricultura .................................................................... 57
4.5.3 A ergonomia na mineração .................................................................... 58
4.5.4 A ergonomia na construção civil ............................................................ 58
4.5.6. A ergonomia nas atividades diárias ...................................................... 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 62
“ A ergonomia é tão antiga quando a própria existência humana .Quando o homem
percebeu que com um tacape que se conformava bem à sua mão, poderia caçar e
se defender melhor dos predadores animais e outros homens, embora não tivesse
idéia do que fazia, sem notar ou saber,exerceu a ergonomia. Quando vemos nas
ruas um gari que, para reduzir o seu cansaço ao final do dia, alonga o cabo de sua
vassoura com um pedaço de ano, intuitivamente ele também está exercendo a
ergonomia.”( Barbosa Filho ,2010)

INTRODUÇÃO

O ser humano é a base da ergonomia e ponto final!


Ainda que seja considerada uma ciência complexa e multidisciplinar, cada
ação da ergonomia busca na verdade, simplesmente promover uma integração
harmoniosa entre o homem e o seu trabalho, a fim de lhe proporcionar além de
excelência na produtividade, melhor qualidade de vida no trabalho e proteção contra
futuras possíveis limitações.
Seu princípio básico não negociável é facilitar a adaptação da máquina e
do meio de trabalho ao homem e não vice versa (OIT,1959).

Dito desta forma, o exercício perfeito e pleno da ergonomia parece muito fácil
de ser exercido. Mas não é assim que funciona na prática!!

Há na verdade, um erro comum na expectativa de que para isso acontecer já


existam descritos nos livros e em estudos previamente realizados, uma receita
pronta e clássica, que facilite o planejamento de uma ação ergonômica
estrategicamente correta .
3
Cada ação da ergonomia requer acima de tudo,o reconhecimento completo
de cada circunstância a ser analisada, em tempo real e sob o máximo de aspectos
personalizados possíveis.

Embora numa situação ideal, a ergonomia devesse estar desde as primeiros


passos iniciais de um processo laboral, do projeto de criação ao controle do local
de trabalho e conhecimento do trabalhador, etc,etc...,na maioria das vezes isso não
acontece...!

Isso porque o problema da adaptação do homem ao trabalho, nem sempre


tem uma solução simples, perfeitamente adequada ás circunstâncias e que possa
ser resolvido em um primeiro momento. Muitas vezes é um problema difícil e
complexo que pode necessitar de algumas idas e vindas em busca de uma resposta
harmoniosa para tudo e para todos.

Mas ainda que uma ação ergonômica possa esbarrar em algumas entraves
como por exemplo, problemas financeiros, prazos curtos ,ou até mesmo atitudes
conservadoras diante de alguma novidade sugerida para implantação, vale a quem
executará a análise, assumir um compromisso pessoal de fazer o melhor, dentro
das limitações existentes, ainda que não haja ainda uma alternativa ideal imediata
para o caso.

Lembrando que cada caso é diferente do outro, e apenas o envolvimento do


profissional, sua disciplina e busca de respostas e experiências, dará ao problema
ou ao projeto, uma solução mais adequada.

Diante deste cenário, a disciplina “Introdução á Ergonomia vem trazendo


como principal objetivo gerar nos profissionais interessados na sua prática e
aprendizado um despertar ao conhecimento básico para uma maior compreensão
do que seja a ergonomia, navegando textualmente do seu surgimento,á sua
evolução histórica e prática atual .

A proposta aqui é o ensino da ergonomia como a disciplina científica


multidisciplinar que é e que quando inserida na vida de qualquer ser humano,
promove resultados bastante positivos tanto no seu cotidiano doméstico e de lazer
quanto no trabalho exercido.Neste último caso, por estar baseada em critérios de
produção e de saúde, e profundamente comprometida com a transformação de
situações de trabalho, a Ergonomia pode efetivamente contribuir para a eficácia
produtiva, tanto em quantidade, quanto em qualidade do produto e da atividade
laboral.
CAPÌTULO 1 – O TRABALHO

1.1 Breve introduçâo

Benjamin Franklin (1706 – 1790), disse que “o trabalho dignifica o homem”.

Embora esta frase evidencie o quão relevante é o trabalho na vida do ser


humano, a sua história é das que se contam, uma das mais dramáticas,mas também
a mais heróica a ser estudada.

Trabalho e homem nasceram juntos! Desde o seu primeiro movimento ainda


no ventre materno e em cada dia do seu cotidiano quando precisou fazer algo
relativo á uma necessidade específica, de uma simples brincadeira, a pilotar um
avião poderoso,seja em seu próprio benefício e ou de outros , o ser humano
executa uma espécie de trabalho.

Através do trabalho o homem evoluiu física e intelectualmente, criou


padrões, levantou e derrubou reinos, foi escravo e foi senhor Pelo trabalho foi
reconhecido e de outra forma, anonimamente,pelo trabalho acabou adoecendo e
até perdendo a vida .

O trabalho sempre esteve presente na história do desenvolvimento do ser


humano, e desde sempre ,nos mais diversos períodos da história, da antiguidade
até os dias de hoje, o ser humano com ele se relacionou sob as mais diferentes
condições.

Como escravo, servo, chefe, artesão,ou simplesmente como um poeta ou


pensador, o homem através do seu trabalho,criou as mais diversas identidades
humanas que deram á humanidade a face que ela tem hoje.

Por ser tão antiga e abrangente, é que a história do trabalho, para fins de
estudo e compreensão, precisa ser entendida debaixo de uma visão ampla dos
aspectos sociais, econômicos e culturais que compuseram e ainda compõem as
sociedades através dos diferentes processos evolutivos do homem na Terra tais
como a escravidão, a servidão, a industrialização, o assalariamento, o sindicalismo,
o capitalismo,o comunismo, etc...

.Atualmente o trabalho adquiriu maiores e novas perspectivas, diante da conquista


do homem pelos direitos á dignidade, diante da possibilidade de se decidir por uma
atividade compatível com seu querer e sua capacidade para realizá-la.
Positivamente falando, sabe-se que quando é o trabalho exercido por uma
decisão voluntária ,ele pode possibilitar ao homem concretizar seus sonhos, atingir
suas metas e objetivos de vida e desenvolver novas habilidades e criar a chance
de aperfeiçoá-las.

1.2 A história do trabalho como a conta o mundo

1.2.1 Origem etimológica

• A origem etimológica de “trabalho” deriva da palavra latina “tripalium “que


significa três paus. E significava um instrumento feito de três paus aguçados e com
pontas de ferro, utilizado para ferrar animais de grande porte físico ou para debulhar
os grãos de cereais De outra forma, este instrumento era também usado para
torturar; daí a palavra “tripaliare”, que significava torturar. Por essa questão, pela
relação da palavra trabalho com sua origem, em muitas épocas, o trabalho foi
associado a algo difícil e penoso, estando ligado ao próprio sofrimento humano.
Marcos Barbosa: Tripallium: O trabalho transformado em tortura(Editora
Kelps ,2007)

1.3 O trabalho na história do homem

Considera-se trabalho,qualquer atividade exercida pelo homem com o propósito de


alcançar um objetivo em quaisquer áreas da sua vida.

O primeiro modo de produção e de relacionamento colaborativo da raça


humana, nas comunidades primitivas, se deu através do trabalho.

1.3.1 Na pré-história

Período que vai desde o surgimento do homem até o aparecimento da escrita, lá


por volta de 4000 a.C., todo trabalho exercido acontecia pela sua necessidade de
comer, se abrigar, se defender. Pela necessidade de ter instrumentos que
facilitassem as tarefas diárias, e passa a elaborar diferentes tipos de ferramentas
de acordo com o objetivo do trabalho a ser exercido Nessa fase a sociedade
primitiva estava em relações iguais de trabalho e cada um desenvolvia uma
atividade específica e de certa forma organizada, para o bem de toda a comunidade.
1.3.2 Trabalho na antiguidade

Aos poucos a sociedade pré-histórica, a princípio sem uma divisão de


classes, deu lugar à sociedade escravagista, formada por senhores e escravos.
Nesta época, o trabalho passa a ter em muitas sociedades, significado de punição
e submissão Muitas civilizações se utilizaram do trabalho escravo para a execução
das tarefas mais pesadas e básicas. Um exemplo disso foi e a civilização egípcia
onde a escravidão era tida como algo justo e necessário. Os escravos eram
considerados como uma propriedade pessoal, estando a força do seu trabalho
totalmente á disposição do seu senhor, sem que esse tivesse direito á descanso ou
pagamento de nenhuma forma.
1.3.3. O trabalho na idade média :o feudalismo

Esta situação perdurou até os séculos X ao XIII, quando então a escravidão


foi substituída pela servidão. Neste sistema, o homem trabalhava apenas para
benefício exclusivo do senhor da terra, e era da própria terra que ele retirava em
seu próprio proveito,a habitação, a alimentação e o vestuário. Este período
caracterizou-se como sendo um sistema intermediário entre a escravidão e o
trabalho livre (VIANNA, 1991).

1.3.4. O trabalho na a idade moderna

Foram as revoluções liberais, um conjunto de revoltas de caráter democrático


e nacionalista, idealizadas por membros da burguesia, da nobreza e por
trabalhadores (séc XVII e XVII)I, seguidas da Revolução Industrial, que
produziram uma profunda mudança nas questões relativas ao trabalho. Utilizou-se
a expressão "Revolução Industrial" para nomear o notável desenvolvimento
econômico evolutivo. acontecido na Inglaterra nos séculos XVIII e XIX. Esse
progresso teve sua origem na organização de um sistema fabril, tornado possível
graças a excepcionais avanços na área tecnológica. A invenção e o uso das
máquinas a vapor, de novas ferramentas de trabalho e a criação de equipamentos
destinados à indústria têxtil tornaram possível a evolução desse novo sistema de
trabalho.

Neste período, a manufatura cede seu lugar às fábricas que surgem por todos
os lugares e os trabalhadores, para garantir seu sustento e de sua família,
enfrentavam muitas vezes, jornada de trabalho em condições calamitosas no
tocante á saúde e segurança.

É certo dizer que uma grande parcela dos trabalhadores já conhecia seus
diretos como seres humanos e como profissionais e ao se organizarem, através de
movimentos sociais, buscavam conquistá-los sugerindo modificações específicas
na legislação da época. Por conta disso, foi nessa época marcada pelos conflitos
de classe ,que surgiram as associações de trabalhadores denominadas até hoje de
sindicatos.

Tão grande é a importância da Revolução Industrial que é possível compará-


la à Revolução Francesa, diante das poderosas transformações que acarretaram.
A primeira no campo das liberdades humanas e a segunda nos campos do trabalho,
da economia e da segurança do trabalhador.

A título de ilustração do tipo de trabalho realizado na época, Charles Chaplin,


( 1936) escreve e encena o filme “Tempos Modernos”, onde um empregado passa
a ter alterações comportamentais, como frutos do estresse sofrido durante o
trabalho, pela ausência de uma capacitação adequada e ergonomicamente factível
com a atividade que exercia. https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E.

1.4 A evolução da legislação trabalhista no Brasil e no mundo


1.4.1 A nível nacional

Embora com quase cem anos de atraso em relação á Europa , após com a
abolição da escravatura e a vinda dos imigrantes europeus no início deste século,
o Brasil deu os primeiros passos no caminho do progresso Industrial. A Revolução
industrial na Inglaterra com o advento da máquina a vapor e da indústria têxtil, além
das alterações na política socioeconômica mundial impactaram também o País.

Contudo o modelo de trabalho industrial brasileiro em nada diferia do que


havia sido vivenciado na Inglaterra algumas dezenas de anos antes: as fábricas
primitivas e sem mínimas condições mínimas de higiene, empregavam mulheres e
crianças, em péssimas condições de trabalho.

. A partir daí, no início do século XX, passou o País a ter dois referenciais distintos:
as influências externas e internamente e o desejo público de transformações
políticas e sociais para o trabalhador. De um modo geral, acatou-se as
recomendações pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e posteriormente
do Comitê misto composto pela OIT e OMS e as adaptamos à nossa Legislação.
Sobre esta questão e com o intuito de garantir a organização do trabalho em
território brasileiro, é criado o chamado Departamento Nacional do Trabalho (DNT),
que passa então a ser o órgão fiscalizador das normas trabalhistas ,através do
Decreto nº. 19.667, de 04 de fevereiro de 1931.

Mas as leis trabalhistas no Brasil, estabelecem mesmo sua força no governo


de Getúlio Vargas ( 1937 a 1945 ). A partir de 1930, Vargas uniu um grupo de
juristas e legisladores para elaborar o que se denominou de “ Consolidação das
Leis Trabalhistas”, a até hoje vigente e chamada CLT.

A CLT surgiu pelo Decreto-Lei de nº 5.452, de 1 de maio de 1943 ,que foi


sancionado pelo então presidente Getúlio Vargas e unia toda a legislação trabalhista
vigente no Brasil .Seu objetivo era basicamente a regulamentação das relações
individuais e coletivas do trabalho.

A CLT foi o resultado de 13 anos de estudos realizados por juristas e


lideranças dos trabalhadores, que se preocuparam em criar uma legislação, que
atendesse tanto a necessidade de segurança e saúde do trabalhador e respeitasse
também as características e necessidades do empregador .

Desde 1943, o CLT sofreu uma série de modificações, Em 2005, as Leis


Trabalhistas passaram a representar com mais abrangência as novas relações de
trabalho.

Em agosto de 2017 ,mudanças novamente acontecem ,contemplando desta


vez principalmente as seguintes questões: Trabalho Remoto:Trabalho remoto
passa ser também considerado trabalhão ,pela Lei, Home office agora com direitos.

Divisão das Férias: Férias até três vezes ao ano

Horário Flexível:Horários negociáveis em prol da qualidade de vida do trabalhador.

Jornada Flexível:Jornada flexível e sem burocracia. Uma nova opção de jornada


que permanece respeitando os limites de 44 horas semanais.
Terceirização: Contratados e terceirizados com benefícios iguais.

Horário de Almoço: Horário de Almoço Flexível. Intervalo negociável em benefício


do trabalhador.

As principais mudanças estavam relacionadas às novas tecnologias e á sua


utilização pelo trabalhador e abordavam a necessidade de uma maior qualidade na
segurança e bem estar do trabalhador em seu período útil laboral (
(http://trabalho.gov.br)

1.4.2 A nível internacional

No meio dos protestos sociais que buscavam legislações mais justas e


adequadas á dignidade do trabalho, surgem duas grandes organizações em âmbito
mundial: a Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, pelo
Tratado de Versalhes e a Organização Mundial de Saúde (OMS), criada em 1948 e
ligada á Organização das nações Unidas (ONU). Juntos, esses dois órgãos
estabeleceram em 1950, o objetivo básico e primordial da Saúde Ocupacional que
é adaptar o trabalho ao homem.

A partir de sua criação, a OIT se torna responsável pela formulação e


aplicação das normas internacionais do trabalho,através convenções e
recomendações,dando ao trabalhador, acesso a um trabalho decente e produtivo,
em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade, humanas .A OIT
disponibiliza ao público um sistema online chamado NORMLEX , que reúne todas
as informações sobre as Normas Internacionais de Trabalho, assim como sobre as
legislações nacionais relacionadas trabalho e segurança social. (http://www.oit.org
).

O Brasil está entre os membros fundadores da OIT e participa da Conferência


Internacional do Trabalho desde sua primeira reunião. Além da tradicional
promoção das Normas Internacionais do Trabalho, do emprego, da melhoria das
condições de trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no Brasil
tem se caracterizado por explorar temas vistos como essenciais no
desenvolvimento social.

O compromisso internacional assumido pelo Brasil após integrar à


Organização Internacional (OIT), tinha como proposta a observância das normas
trabalhistas, também de fato contribuiu para o desenvolvimento brasileiro no que se
refere à legislação trabalhista.

A OIT mantém representação no Brasil desde 1950, (


http://www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm) prestando assessoria em diversas
áreas, executando projetos de cooperação técnica, além de promover mecanismos
e processos de diálogo social.

1.5 A legislação trabalhista e a saúde ocupacional

Com a criação da OIT ( 1919),as normas sobre a proteção e saúde e


integridade física do trabalhador ganharam forças contribuindo bastante na
prevenção de acidentes e doenças do trabalho Em 1950, uma comissão conjunta
composta pela OIT-OMS discrimina de forma ampla os objetivos da saúde
ocupacional .Em junho de 1959 após inúmeros encontros da Conferência
internacional do Trabalho, a OIT adotou princípios, elaborando a “Recomendação
112” com o nome de " Recomendação para os serviços de saúde ocupacional".

Nesta recomendação, o serviço de saúde ocupacional é definido como um


serviço médico instalado em um estabelecimento de trabalho, ou em suas
proximidades.

No Brasil, os movimentos que sugeriram que a Recomendação n0 112 fosse


adotada em território brasileiro, não surtiram resultado efetivo. Contudo em junho
de 1972, o governo federal baixa a Portaria no 3.237 que tornou obrigatória a
existência dos serviços médicos, de higiene e segurança em todas as empresas
com mais de 100 trabalhadores.

 RECOMENDAÇÃO 112 (OIT,1959)


A recomendação n0 112, da OIT conceitua os serviços de Saúde Ocupacional
como” serviços médicos instalados em um local de trabalho ou suas proximidades,
com as seguintes finalidades:

 Proteger o trabalhador contra qualquer risco à saúde que decorra do trabalho ou


das condições em que ele é cumprido;

 Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador em suas atividades na


empresa, através da adaptação do trabalho ao homem, em setor que atenda as
suas aptidões;

 Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau possível de bem-


estar físico e mental dos trabalhadores ((http://www.oit.org ). “

Nesta Recomendação a Ergonomia é conceituada como “a ciência da adaptação


do trabalho ao homem”. De maneira mais ampla, em 1960, a OIT define a
Ergonomia como sendo " define a Ergonomia como sendo " aplicação das ciências
biológicas que conjuntamente com as ciências da engenharia visam lograr o ótimo
ajustamento do homem ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência
laboral e bem-estar humano, físico e mental (http://www.oit.org ).
CAPÍTULO 2- A ERGONOMIA: UMA CIÊNCIA SEMPRE ATUAL

Como ciência moderna aplicada á saúde e ao bem-estar humano, a


ergonomia “corre” estruturalmente lado a lado com os mesmos em cada instante
do seu dia.
Isso porque a cada vez que uma mãe repetidamente pega seu bebê para
amamentar e incorretamente se senta; uma criança vai diariamente á escola
carregando uma mochila pesada ou inadequada ao seu biotipo; quando colocamos
todos os dias algo em uma prateleira alta, e de maneira sistemática calçamos nosso
calçado sob uma postura errônea; se um músico toca repetidamente um
instrumento sem estar corretamente posicionado, a ação ergonômica se faz
necessária para levar qualidade a estas atividades e impedir futuras limitações e
doenças ocupacionais. Neste processo do cotidiano humano, a adequação
ergonômica realizada através da indicação de uma conduta adequada, se fará
fundamental para que a qualidade de vida e a saúde, sejam os desfechos que se
espere encontrar nas circunstâncias mencionadas.
2.1 Ergonomia: uma olhada para trás- origem e evolução

A palavra “Ergonomia” vem do vocábulo grego “Ergon” que significa


trabalho, e de “Nomos” que significa normas, regras, ou leis.

Fazendo ligação com seu conceito etimológico, a atividade da ergonomia


está relacionada com as leis e ou normas que proporcionam um melhor
desenvolvimento, conforto e satisfação no trabalho e conseqüentemente uma maior
produtividade, com baixos índices de retrabalho e doenças ocupacionais
(BARBOSA FILHO, 2010).
Estabelecer as origens de uma disciplina é sempre uma tarefa complicada
uma vez que o seu conceito social é estabelecido através da prática diária e o seu
reconhecimento como ciência,acontece por meio de pesquisas realizados ao longo
de anos de estudo e desenvolvimento.
No entanto é muito interessante poder documentar e tornar mais clara, a ação
histórica da ergonomia a fim de personificar o seu melhor entendimento na
atualidade.
O primeiro a entender a atividade da ergonomia como fundamental no
processo de produção humana ,foi o médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-
1714) ao descrever doenças e lesões relacionadas ao trabalho, em sua publicação
de 1700 chamada "De Morbis Artificum" (Doenças ocupacionais).
Contudo, o termo ergonomia só foi utilizado pela primeira vez em 1857 pelo
polonês Woitej Yastembowky em seu artigo intitulado “Ensaios de ergonomia ou
ciência do trabalho, baseado nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”
Historicamente, a adaptação do homem ás condições gerais do ambiente
onde habitava e a criação de ferramentas que facilitassem o seu trabalho, remonta
aos primórdios da humanidade, sendo isso considerado uma atividade ergonômica.

Mas ainda que a história da Ergonomia seja muito antiga, a sua aplicabilidade
como ciência entendida e aplicada, efetivamente, teve início mesmo a partir de
1949, logo após a segunda guerra mundial, com a criação na Inglaterra, da
Ergonomics Research Society (SER) pelo engenheiro inglês Hywel Murrel.

E foi neste momento, através de uma conjugação sistemática de esforços


entre a tecnologia, as ciências humanas e biológicas: fisiologistas, psicólogos,
antropólogos, médicos e engenheiros ingleses, que a ergonomia começa a tomar
como ciência aplicada adaptada ao meio social laboral (ABRAHÃO,et al, 2009).

A questão a ser respondida pelos estudiosos era : porque apesar das novas
e potentes tecnologias bélicas, não se havia percebido melhoria na eficácia e
eficiência operacional nesta grande guerra?

A resposta para esta questão revelou que embora as máquinas fossem mais
potentes que todas as demais já conhecidas na época, elas haviam sido
desenvolvidas muito rapidamente e sem nenhuma preocupação em que houvesse
alguma adaptação ou ganho de experiência pelos soldados que as manejavam.
stock-photo-
Por conta desta condição, foram realizados estudos interdisciplinares com
profissionais das várias áreas da medicina ,psicologia e engenharia ,objetivando
melhor condicionamento dos soldados ao uso desses novos equipamentos. Surgia
assim, a ergonomia com objetivos práticos, baseados principalmente bem estar,
segurança e produtividade de qualidade nos mais diversos setores produtivos.

Além da Inglaterra, a França foi um País que teve uma grande participação
na consolidação da ergonomia na Europa, Em 1961, o primeiro congresso da
Associação Internacional de Ergonomia reuniu cerca de vinte participantes
franceses.

Em 1963, na França, após a criação da “Societé d ́Ergonomie de Langue


Française (Self.) a ergonomia é então, caracterizada como uma disciplina autônoma
(SILVA ,2010).

. O uso corrente da ergonomia no meio empresarial nos Estados Unidos da


América se efetivou, a partir de 1970, quando a Agência de Segurança e Saúde
Ocupacional deste país - Occupational Health and Safety Agency (OSHA), criou
regulamentos exigindo das empresas um ambiente livre de acidentes, saudável e
seguro.

Um ponto importante da história da ergonomia no Brasil foi a criação da


Associação Brasileira de Ergonomia ( Abergo) em 1983 ,entidade que veio para
normatizar e congregar os diversos núcleos da ergonomia no país,através de
conhecimentos produzidos pela área.

2.3 A ergonomia: definições

Classicamente, de maneira genérica, entende-se a Ergonomia como sendo


o estudo científico das relações entre o “homem e a máquina”, tendo como
substância primordial de estudo, a segurança e eficiência do modo com que
interagem entre si e com o meio ambiente.
Autores e organismos Internacionais e nacionais,apresentam suas próprias
definições do que seja a ergonomia colocando em evidência aspectos muito
importantes do que signifique para o mundo, esta jovem e promissora ciência.

. A mais antiga definição conhecida de ergonomia foi dada na Inglaterra pelo


engenheiro inglês Hywel Murrel, um dos precursores da ergonomia na Europa, e
fundador em 1949,da primeira sociedade de ergonomia do mundo, a Ergonomic
Research Society (WWW.abergo.org.uk).

Segundo este pesquisador, “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre


o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação
dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas
surgidos desse relacionamento”.
Em 1960, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a definiu como a
"aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia
para lograr o ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar,
simultaneamente, eficiência e bem-estar” ((http://www.oit.org).
A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, a descreve como "uma
tecnologia da concepção do trabalho baseada nas ciências da biologia humana" (
http://www.onu.org.br/onu-no-brasil ) .
A Associação Brasileira de Ergonomia ( (WWW.abergo.org,br)criada em
1985, adota a seguinte definição: “Entende-se por Ergonomia o estudo das
interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando
intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada,
a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas”.
Para o IEA International Ergonomics Association (2000) a definição é mais
ampla, conceituando tanto a ergonomia quanto os profissionais que a praticam:” A
Ergonomia é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,
princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o
desempenho global do sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento
de um projeto e a avaliação de tarefas,de postos de trabalho, produtos, ambientes
e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e
limitações das pessoas”.
Atualmente, fazem parte da IEA, 47 sociedades federadas, 2 sociedades
afiliadas, 7 membros organizacionais e 2 membros individuais (ww.iea.cc

2.4 A ergonomia no Brasil

No Brasil a ergonomia surgiu junto com a evolução das áreas de engenharia


de produção e desenho industrial, voltadas á aplicação de conhecimentos sobre as
medidas humanas e a confecção de normas trabalhistas para a população
brasileira.

Com a evolução e fortalecimento dos movimentos sociais e sindicais, com


auge entre os anos 1960 e 1970, grande foi a procura de respostas para os
problemas gerados pelas más condições de trabalho e demandas abusivas durante
a jornada laboral do trabalhador brasileiro.

Um ponto muito importante da ergonomia no Brasil, foi a criação da


Associação Brasileira de Ergonomia ( ABERGO) em 1983, Entidade de classe que
veio para normatizar e congregar os diversos núcleos da ergonomia no país, através
de conhecimentos produzidos pela área (http://www.abergo.org.br/).

Em 23 de novembro de 1990 após inúmeras denúncias de acidentes no


trabalho, recebidas pelo Instituto Nacional de Assistência social ( INSS ) devido á
falta de adaptação do trabalhador ao seu ambiente é criada no Brasil e publicada
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sob a Portaria MTPS n.º 3.751, a
chamada Norma Regulamentadora nº 17(NR-17- Ergonomia)
http://www.previdencia.gov.br/).

Esta norma, específica para a ergonomia, dita ainda hoje as condições


mínimas de conforto físico e mental que uma empresa deve oferecer para não
prejudicar a saúde de seus funcionários.
A título de exemplificação, cite-se o subitem 17.1.2 da norma
regulamentadora nº 17, que estabelece como prioridade de uma análise
ergonômica, a avaliação da adequação, das condições de trabalho às
características mentais e físicas dos trabalhadores, cabendo ao empregador
realizar essa análise.

2.5 Correntes de pensamento da ergonomia

Estudos, debates e as reflexões fundamentaram nas últimas décadas ,as duas


principais correntes da ergonomia. :

 A Corrente Inglesa também chamada de anglófona, que recebe este nome


por ser praticada em países de língua inglesa, como Inglaterra e EUA,
enquanto e a Corrente francesa, também chamada de francófona, mais
atual e originária de estudos franceses.
A base da divisão da ergonomia em duas vertentes surgiu a partir das
concepções diferentes do sistema de medidas, francês e inglês. Isso porque durante
a Idade Moderna, as unidades de medida não seguiam nenhum critério científico e
podiam ser diferentes de acordo com cada região geográfica,mesmo dentro de um
mesmo país (DIAS, 1998)

2.5.1 A corrente inglesa

Tem o enfoque da ação ergonômica centrado em fatores humanos. Neste caso, o


que importa são os aspectos físicos da relação homem-máquina, os quais seriam
dimensionados, discriminados e controlados. A necessidade de adaptação da
máquina ao homem é o centro deste tipo de pensamento .

Esta corrente orientava a ergonomia para a concepção e/ou transformação


de dispositivos técnicos (máquinas, utensílios, postos de trabalho, écrans,
programas, ferramentas, etc.), defendendo uma ergonomia baseada nas
características dos homens (antropométricas, fisiológicas, cognitivas, etc.).
Exemplo: para a análise ergonômica de um posto de trabalho,deverá ser definida
a altura da cadeira e da mesa, características do assento e do encosto, o tamanho
ou a forma dos símbolos a colocar no monitor do computador ( para que sejam lidos
pelos utilizadores sem dificuldade, etc.,caracterizando a adaptação da máquina ao
homem.
2.5.2 A corrente francòfona

Caracteriza a ação ergonômica com base na atividade humana mas também


na tomada de decisão,com foco nas atividades do operador e na organização do
posto de trabalho. Um exemplo disso é a análise ergonômica de um posto de
trabalho, como o citado no caso anterior. Nesse caso,a análise ergonômica
preocupar-se-á não apenas( mas também) com o assento ou com o monitor do
computador ou outros, isoladamente, mas especialmente em como se dará a
atividade laboral a partir da organização geral e da capacitação do trabalhador.
Nesse caso, é a atividade o mais importante a ser avaliado sendo o homem o
objeto da ação.
CAPÍTULO 3 A ERGONOMIA DA ATIVIDADE: CONCEITOS E OBJETO DE
AÇÂO

3.1 Atividade ...o que é?

O conceito de atividade foi introduzido pela primeira vez pelo filósofo alemão
Georg W. Friedrich Hegel, que reconheceu o papel da atividade produtiva e os
instrumentos do trabalho no desenvolvimento progressivo do conhecimento
humano ( SANNINO, 2011).
 CURIOSIDADE: Leonardo da Vinci, (1452- 1519)artista
italiano, trouxe importante fundamentação da atividade através de
pesquisas e desenhos representativos do homem e suas atividades
dinâmicas,o que trouxe ao mundo uma autêntica visão de todo o processo
da movimentação humana. Ao desenhar o que chamou de “homem
vitruviano” (em homenagem a Vitrúvio, arquiteto romano que viveu
aprox. de 27 a 16 aC.) mantendo o homem fixo em um lugar, girando e
ou articulando seus membros inferiores e superiores ainda conectados ao
tronco, criou o que veio a ser um princípio primordial da ergonomia.
Neste trabalho Da Vinci , demonstra que o posto de trabalho, o
ambiente, a roupa e as questões periféricas devem se adaptar ao homem,
e não o homem a eles. Combinando em um mesmo desenho o homem
inserido no círculo e no quadrado, promove estudos acerca das
dimensões e movimentos humanos. Atualmente, o conhecimento das
formas e medidas do corpo, bastante aplicado em projetos de ergonomia
é chamado de antropometria (Boueri, 2008)

Figura do homem vitruviano ( Da Vinci ,1490)

3.2 qual a diferença entre tarefa e atividade?


Uma dúvida temática que sempre acontece , é se há ou não,diferença entre o que
seja “uma tarefa ” e “atividade de trabalho”.

Em ergonomia, o termo tarefa, especifica a função para o qual o empregado


foi contratado. Assim, um operador de máquinas tem como tarefa a operação de
máquinas de alguns tipos e um estoquista faz controle de estoques, apontamentos
recebimentos e entrega de materiais, e assim por diante.

Já “atividade de trabalho “ é exatamente o que o trabalhador realiza no seu dia a


dia,. para que sua tarefa seja cumprida. São as ações, movimentos e decisões que
o trabalhador realiza no seu dia ,envolvendo aí o uso de ferramentas, meios
tecnológicos, o controle do ambiente de trabalho

Enquanto tarefa tem um perfil coletivo, podendo ser exercida por muitas pessoas
contratadas para a mesma função, a atividade, por sua vez, é individual porque
diz respeito aquilo que cada trabalhador realiza em seu posto de trabalho

3.3 A ergonomia - teorias da atividade

Muitas foram as teorias que buscaram encaixar a atividade humana,


organizada ou não, em padrões humanos conhecidos,

Mas foi a partir dos trabalhos do psicólogo e pesquisador bielo-russo Lev


Vygotsk (1896-1934) que o mundo teria,o que se determinou ser a primeira geração
das teorias da atividade.

Segundo este autor, atividade seria algo que teria como princípio geral, “a
ação de um sujeito, mediada por uma ferramenta e destinada a um objetivo. Na
questão relativa ao “sujeito”, a abordagem da pesquisa buscou entender a inter-
relação entre a aprendizagem e os processos mentais humanos , cujo elemento
norteador fosse uma atividade humana individual ou coletiva

Na questão das ferramentas, Vygotsky relata que os seres humanos


produzem os instrumentos (mentais ou físicos) necessários à realização do
trabalho, sendo capazes, também, de conservá-los para uso posterior, assim como
preservar, aperfeiçoar,criar novos e transmitir sua função aos membros de seu
grupo.Lembremos que isso já acontecia no trabalho do homem mesmo na pré
história,conforme nosso estudo na história do trabalho

A Teoria da Atividade ( TA ) de Vygtovsky,foi desenvolvida a partir do conceito de


mediação que segundo o mesmo, implicava em dizer que toda relação do indivíduo
com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos(ferramentas), físicos ou
mentais

Importante aqui é salientar que a idéia de atividade voltada para um


objetivo tem como motivo transformar esse objetivo em resultado. Assim, esta
atividade pode ser realizada de maneiras diferentes tendo como base os mais
diversos motivos pessoais para a sua realização. É o sujeito, a máquina e um
objetivo a ser alcançado.

O trabalho, sob o ponto de vista desta teoria da atividade, constitui-se em


transformar objetivo em resultado, através da ação. Aqui ,segundo o autor,agem
também a memória, o pensamento e a emoção , como formas distintas de atividade
caminhando juntos com o realizar a ação previamente determinada

A Figura abaixo representa o sujeito como o agente cuja atividade se


pretende analisar; os artefatos mediadores são objetos (materiais ou idéias)
utilizados pelo sujeito para atingir seu resultado; e o objeto refere-se ao material
bruto sobre o qual o sujeito vai agir.

Modelo da Teoria da Atividade da primeira geração


Desde esta data muitos foram os estudos sobre o assunto. Uma segunda
geração da Teoria da Atividade veio através dos estudos de Leontiev, psicólogo e
pedagogo russo (1904-1979) que adicionou ao modelo descrito por Vygotsky,
composto somente de “sujeito, ferramentas e objeto”, a “mediação por outros seres
humanos e as relações sociais estabelecidas entre eles’.

Enquanto a primeira teoria coloca a atividade de forma individual, Leontiev , a


coloca como ação exercida por um individuo mas sendo influenciada e
influenciando a sociedade. A relação entre ações individuais e atividades coletivas
é a maior contribuição da segunda geração da TA.

Aqui as atividades humanas constituem um sistema que está contido nas


relações sociais, no qual o trabalho ocupa o lugar central e a atividade do
indivíduo tem sua origem externamente, já que o homem encontra na sociedade os
motivos para exercê-la , não apenas o lugar onde desenvolvê-las. È o homem
organizado em sociedades.

A terceira e mais moderna Teoria da Atividade veio através dos estudos do


engenheiro finlandês Yrjö Engeström ( 1948),que embora reforce a natureza
coletiva e social da atividade, volta seu foco para as interrelações entre o sujeito e
sua comunidade.

À estrutura básica da atividade seria caracterizada por um sujeito (individual


ou coletivo) e seu objetivo de transformar um objeto empregando uma ferramenta
de mediação, As ações aqui seriam mediadas por artefatos e significações sociais,
históricas e culturais.

Neste sistema da atividade, descrito como “uma atividade humana direcionada a


um objeto, coletiva e culturalmente mediada” .”.

O sujeito é organizado em comunidades , que são compostas de múltiplos


indivíduos que compartilham o mesmo objeto. Este sujeito relaciona-se com a
comunidade através de normas e de uma determinada distribuição de tarefas,
poderes e responsabilidades entre os participantes do sistema de atividade.
Um exemplo aqui seria o trabalhador de um setor têxtil de uma indústria que
funcione 24 ininterruptas dividindo o trabalho em 3 turnos. Ao dividir sua máquina
com colegas, ele está sujeito ás regras do trabalho e normas coletivas de ação de
toda a sua comunidade laboral. Sua função exerce influência sobre o trabalho dos
outros e ao mesmo tempo é exercida segundo seus próprio jeito de ser e pensar e
caracterizada por uma maior ou menor disposição para o aprendizado e promoção
de mudanças.

Modelo do sistema de atividade de terceira geração de Engeström.

3.4 Teoria da atividade x - ergonomia: o que uma coisa tem a ver com a
outra?
Ergonomia é atividade!! E toda forma de atividade física ou mental evidencia a
Ergonomia em ação!!
A Ergonomia da atividade é a ação buscando e se responsabilizando pela qualidade
de vida do ser humano.
Como ciência a ergonomia se responsabiliza pelo estudo da atividade através do
conhecimento do :sujeito e suas experiências, do objeto da ação, do instrumento
usado na sua execução, da resposta desejada, da coletividade envolvida no
processo,das normas regras necessárias e determinadas para a sua execução, etc.
Basicamente tem como principal objetivo, adaptar o trabalho ao trabalhador,
conhecendo suas características gerais ,para através disso planejar e ou ajustar o
tipo de ofício que lhe seja permitido executar, buscando preservar sua saúde e
evitar limitações físicas e mentais ao longo de toda sua atividade produtiva.Dito isso
é certo dizer que a ergonomia acaba criando sua auto-definição segundo a disciplina
que no momento da ação esteja representando.
Em um nível geral, os teóricos da atividade procuram analisar o
desenvolvimento da consciência na atividade social prática. A preocupação deles é
com os impactos psicológicos da atividade, com as condições sociais e sistemas
nela produzidos e que através dela influenciam a sociedade como um todo.

Toda atividade ergonômica, deve ser compreendida sob três diferentes


aspectos.

A) É o trabalhador quem executa as ações ou as redefine


de acordo com uma realidade própria e quem toma as decisões
para atingir um objetivo;
B) O trabalhador usa de si mesmo para atingir suas metas;
C) A análise da atividade ergonômica deve ser feita de
acordo com as estratégias determinadas pelo trabalhador para
atingir seus objetivos .
Isso significa dizer que é o trabalhador quem coloca em marcha o
funcionamento do sistema muscular, do sistema nervoso central e
periférico, o que gerará produção e o gasto de energia.
O tamanho desta ação pode ser avaliada observando-se um
comportamento visível de movimentos como a fala, respostas dadas,
gestos automáticos ou voluntários (a direção do olhar ,trejeitos,expressões
faciais) caminhar, correr, etc...,o que validaria,ou não, a qualidade tanto
da atividade física quanto da atitude mental do trabalhador.
Neste contexto de ação da ergonomia, uma intervenção eficaz e
duradoura no campo da qualidade de vida no trabalho, pode remover ou
atenuar as causas principais do mal-estar dos trabalhadores, em relação
ás condições e relações profissionais de trabalho,e conseqüentemente
promover o paradigma preconizado pela Ergonomia, de adaptar o
trabalho ao ser humano e não vive-versa.

3.5 Objetivos e propósitos da ação ergonômica

Para que os propósitos de determinada ação ergonômica sejam


alcançados é importante que o ergonomista conheça :

 Os modos de interação existentes entre as diversas atividades laborais


exercidas em um sistema de trabalho;
 Que um trabalhador precisa entender o trabalho do outro;
 Que precisam ser consideradas as comunicações nos trabalhos
executados.

Tais características habilitam a ergonomia na área científica, como


uma espécie de “ferramenta”, de uso constante na temática de
qualidade de vida no trabalhador.

Um exemplo que caracteriza este processo seria uma empresa, ter


para a realização de trabalho na seção de informática,apenas cadeiras
padrões perfeitamente ajustadas para pessoas de pequena estatura
sem que isso fosse considerado pela equipe como um problema de
todos .Isso validaria a atividade para uns,mas poderia causar
problemas para outros.
Nesta dimensão, a ergonomia da atividade atua positivamente dando
respostas principalmente sobre:

 A quantidade e qualidade de produção;


 O grau de desgaste de instrumentos de trabalho;
 O índice de acidentes;
 Os efeitos das atividades exercidas em curto e médio prazo;
 A saúde do trabalhador;
 A evolução das competências e experiências laborais (como um
trabalhador assume e se porta diante do que faz e graus de
expectativas) ;
 Atividades na vida social de um, indivíduo, grupo ou empresa ,
CAPITULO 4. A ERGONOMIA COMO DISCIPLINA MULTI E
INTERDISCIPLINAR

Dada a sua ação global inter e multidisciplinar, para fins de melhor compreensão,
a ergonomia pode ser entendida cinco abordagens diferente, quais sejam :

4.1.Quanto aos campos de atuação

 Ergonomia física
 Ergonomia cognitiva
 Ergonomia organizacional

4.2. Quanto às áreas de aplicação

 Ergonomia de concepção e projeto


 Ergonomia de ergonomia de correção, ,remanejamento e modernização
 Ergonomia de conscientização
 Ergonomia de participação

4.3. Quanto à abrangência

 Ergonomia de posto de trabalho


 Ergonomia de Sistemas de produção

4.4.Quanto à multidisciplinaridade

 Ergonomia na área da Engenharia


 Ergonomia na área do design
 Ergonomia nas áreas da medicina e enfermagem do trabalho
 Ergonomia na psicologia
 Ergonomia na área da administração

Quanto aos setores de atuação


 Ergonomia na indústria
 Ergonomia na agricultura
 Ergonomia na mineração
 Ergonomia na construção civil
 Ergonomia no setor de serviços
 Ergonomia nas atividades diárias

4.1 Ergonomia :campos de atuação

A ergonomia como ferramenta multidisciplinar atua nos mais diversos setores


da vida ,nos múltiplos componentes laborais de uma empresa, conseqüências e
interações no trabalho, impactando e alterando positivamente dos aspectos físicos
aos organizacionais do processo laboral. Viabiliza o planejamento, projeto,
concepção e avaliação das necessidades e limitações das pessoas, máquinas,
ambiente e dos processos durante a realização do trabalho. Na divisão destas
tarefas a ergonomia apresenta três campos de atuação distinto mas potencialmente
interligados, sendo eles:

4.1.1- Ergonomia física

A Ergonomia Física é a atividade que diz respeito às características da anatomia


humana, antropometria, fisiologia do trabalho e ambiente físico (calor, ruído,
umidade, entre outros)
.Em relação à atividade física, analisa a postura no trabalho, o manuseio de
materiais, a presença de movimentos repetitivos, segurança e saúde. Além dos
aspectos físicos de uma situação de trabalho, este tipo de ação da ergonomia busca
fazer com que a atividade respeite os limites e capacidades do corpo do trabalhador
durante a sua jornada de trabalho.Uma outra interpretação e ação da Ergonomia
física está na análise de ambientes e atividades do cotidiano humano, seja na
academia, nas caminhadas,no lazer, nas atividades domésticas , etc.
4.1.2 Ergonomia cognitiva

A Ergonomia Cognitiva surgiu da necessidade de se lidar com as dificuldades que


os trabalhadores tem ao exercerem funções que exijam um maior esforço mental
para a execução de tarefas no trabalho.

Está relacionada á análise de processos mentais, como percepção, memória,


raciocínio,resposta motora, interações entre os seres humanos e outros elementos
de um sistema (http://www.iea.cc/) e procura evidenciar situações em que o sujeito
recebe mais informações do que pode lidar e que de certa maneira,pode levá-lo a
cometer erros.

A Ergonomia Cognitiva tem seu foco de atuação na capacidade de


memorização dos indivíduos, a atenção, percepção e outros processos cognitivos.
Cabe ao ergonomista identificar o real impacto da relação da ação executada pelo
trabalhador com as máquinas que fazem parte de seu cotidiano no trabalho. É este
profissional que avaliará se há excessos, como estresse, cansaço mental, falhas na
execução da atividade e desconfortos para o colaborador e ou problemas na
produtividade da empresa.
4.1.3 A ergonomia organizacional

A Ergonomia Organizacional está relacionada com a otimização do sistema


social e tecnológico no trabalho, incluindo suas estruturas políticas e
processos pertinentes á comunicação, administração de recursos, projeto do
trabalho, jornada de trabalho, trabalho em equipe, projeto participativo,
ergonomia de comunidades, trabalho cooperativo, novos paradigmas de
trabalho, organizações virtuais, tele-trabalho e administração de qualidade.
O campo de análise da ergonomia organizacional se revela a partir da
constatação clara de que toda a atividade de trabalho ocorre no âmbito do
planejamento ou organização. Esse campo é conhecido internacionalmente
como ODAM (Organizational Design and Management),um sinônimo do que
modernamente se chama de Macroergonomia.
4.2- Ergonomia-Áreas de aplicação

Atualmente a busca por uma produção industrial mais eficaz, efetiva e


confiável, com menor custo ,tem levado as empresas a investir em projetos e
estudos adequados ás suas necessidades específicas. Se esse investimento por
um lado, talvez pareça significar um maior gasto, por outro representa para a
empresa, a integração efetiva entre otimização do tempo, melhor produtividade e
alcance de suas metas.
Nesse contexto se faz importante a ergonomia como ferramenta facilitadora
de todo processo criativo com atividade prática em quatro modalidades específicas
de ação, quais sejam:

4.2.1 A ergonomia de concepção e projeto

Envolve e estuda: atividade laboral; ambientes físicos; Iluminação, ruído,


temperatura, o posto de trabalho, dimensões, formas,etc. Acontece pela
necessidade da criação de um produto, uma máquina, um sistema ou ambiente.
Neste tipo de ação da ergonomia ,as alternativas podem ser antecipadamente
avaliadas sob os muitos aspectos do processo criativo. Por se tratar de uma
situação hipotética , esta ação exige do profissional específico conhecimento
técnico e certa experiência no assunto. Modernamente o uso de programas de
computadores tem sido de grande importância, porque algumas situações criativas
podem ser simuladas sendo de grande ajuda em uma tomada de conduta.

Equipe de criatividade trabalhando juntos

4.2.2 A ergonomia de correção, remanejamento, modernização

O foco da ergonomia de correção é identificar produtos e processos


associados que estejam apresentando problemas, e então, implantar uma
abordagem sistemática para avaliação dos possíveis prejuízos provocados pelas
ações realizadas.
Quando aplicada na empresa verifica e corrige falhas identificadas no
sistema homem-máquina. Tem por objetivo final , desenvolver um plano de ação
com a finalidade de reduzir ou preferivelmente eliminar o problema em questão,
melhorando o processo laboral e/ou desenvolvendo um produto melhor e/ou
projetando uma ferramenta específica que melhore o resultado final .
È aplicada em situações reais pré-existentes, para resolver problemas
relacionados á segurança, fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou alterações
na qualidade e quantidade da produção.
Muitas vezes a solução a ser adotada pode apresentar dificuldade (redução da
carga mental ou de ruídos) ou exigir um alto custo para sua implantação (
ex..compra de maquinário de alta tecnologia) .Outras vezes,porém, algumas
pequenas melhorias como a correção de posturas, colocação de dispositivos de
segurança ou aumento da iluminação, fazem enorme diferença no contexto
transformador e no processo laboral como um todo.
Alguns efeitos observados, podem ser indicadores de possíveis problemas
ergonômicos no trabalho de uma empresa e estar acontecendo porque um
empregado ou seu grupo, estão com dificuldades de realizar o trabalho o que
geraria custos para o sistema. Diante disso é importante observar:
 Aumento de distúrbios ocupacionais e tendência a doenças;
 Aumento de absenteísmo (ausências no trabalho);
 Alta rotatividade de pessoal;
 Reclamações dos trabalhadores;
 Alto índice de horas extras;
 Alterações no trabalho efetuadas pelos empregados;
 Alto índice de reclamações quanto a segurança;
 Baixa qualidade de produto.
4.2.3 A ergonomia de conscientização

Muitas vezes, os problemas ergométricos não são resolvidos prontamente,


nem na fase de concepção ou na de correção, devido á própria dinâmica do
processo produtivo

Esta atividade da Ergonomia busca capacitar os próprios trabalhadores para


a identificação dos problemas do dia a dia ou os emergenciais, na empresa onde
atuam.

Neste caso,o trabalhador é orientado a usufruir dos benefícios de seu posto


de trabalho, através do conhecimento do que seja uma postura adequada, o uso
adequado de mobiliários e equipamentos, a implantação de pausas, ginástica
labora l(antes, no meio e depois da atividade) etc.

Diante disso é imprescindível que haja investimento em treinamentos


específicos sobre a atividade exercida, proteção pessoal e coletiva e uma análise
ergonômica dos ambientes e postos de trabalho
Dessa forma os trabalhadores podem estar preparados para identificar e
informar sobre o problema a quem de direito e de fato os possa resolver. Ex:
desgastes naturais de máquinas e equipamentos, alterações na iluminação,
alterações de produtos e da programação da produção, substituição de
trabalhadores, etc...

4.2.4 Ergonomia de participação

È atividade ergonômica que procura envolver os trabalhadores na


resolução de problemas ergonômicos, podendo ser um trabalhador num
posto de trabalho ou um consumidor no caso de produtos de consumo.
Enquanto a Ergonomia de conscientização busca apenas manter os
trabalhadores informados,a Ergonomia de participação os envolve de forma
mais ativa no conhecimento do assunto. Com isso permite que os
trabalhadores retroalimentem os responsáveis pelas fases ergonômicas de
concepção, correção e conscientização, com informações relativas á uma
determinada ação ou a um produto. A informação dada poderá promover
alterações, por vezes muito valiosas, para a reavaliação e resolução do
problema. Exemplo simples disso é a verificação de produtos alterados,
produtos com defeitos e ou especificações incorretas, etc...

Cinto de segurança de fixação de empresário

4.3 Ergonomia e suas áreas de abrangência

Segundo as áreas de abrangência a Ergonomia se divide em :Ergonomia de posto


de trabalho (microergonomia) E Ergonomia de Sistemas de Produção ou
Macroergonomia

4.3.1 Ergonomia de posto de trabalho ou microergonomia

Entende-se por “posto de trabalho” o espaço ocupado por uma pessoa em


uma empresa, em ambiente domiciliar, ou no lazer, onde seja desenvolvido algum
tipo de atividade laboral,

. Fazer a abordagem ergonômica de um posto de trabalho significa realizar


a análise da tarefa e das exigências cognitivas e físicas do trabalhador ,levando em
conta o conhecimento da dinâmica do trinômio homem-máquina- ambiente .

Exemplo para isso, está na análise ergonômica de um posto de trabalho


ligado ao uso de um ou mais computadores ou a um painel de controle em aspectos
como: postura,visão,máquina,concentração,ambiente e nível de estresse para a
realização da tarefa.

Um posto de trabalho pode estar fixo em um determinado espaço ou não ter


delimitação física para que a atividade ocorra. Um exemplo de posto de trabalho
móvel é o local onde um ciclista profissional executa sua atividade. A avaliação
ergonômica aqui se fará da mesma forma , ,levando em conta o conhecimento da
“dinâmica do trinômio homem-máquina- ambiente”.

 SOBRE O SISTEMA HOMEM-MÁQUINA AMBIENTE: O QUE É?

È um sistema composto por um conjunto de subsistemas


interdependentes e inter-relacionados entre si

. Como exemplo disso, temos em nós, seres vivos, sistemas


complexos como o: circulatório, respiratório, digestivo, etc.

No caso das empresas, os exemplos de sistemas seriam os vários


departamentos que as compõem como: financeiro, comercial, de
produção, etc.

O sistema Homem-Máquina- Ambiente é a unidade básica de


estudo da ergonomia, sendo constituído basicamente, como o
próprio nome já o diz, por um homem e uma máquina que
interagindo entre si promovem a realização de um trabalho. No
caso de uma linha de produção, este sistema pode abranger
também mais homens e mais máquinas ;O conceito de máquina
aqui é bastante amplo e abrange qualquer tipo de artefato usado
pelo homem para realizar seu trabalho ou melhorar seu
desempenho. Indo desde uma caneta ,uma pá de jardinagem ao
mais complexo avião ou computador.

Para atuar o homem precisa das informações fornecidas pela máquina, das
informações que lhe fornece o ambiente interno e externo do trabalho, além das
instruções para a realização da atividade solicitada. Uma análise ergonômica do
meio ambiente, como parte do sistema pode fornecer informações acerca de
problemas como por exemplo: ruído, vibração, temperatura etc., que se não forem
resolvidos podem afetar o desempenho humano e interferir na execução da
operação ..

4.3.2 A ergonomia de sistemas de produção ou macroergonomia

Este tipo de análise, diferentemente da ação ergonômica que é realizada em um


posto de trabalho único e específico, preocupa-se com o funcionamento global de
uma equipe, quando ela se utiliza de uma ou mais máquinas para sua realização
. Enquanto a primeira se preocupa com o indivíduo, a segunda tem como principal
preocupação o bem estar de toda a equipe. Abrange aspectos mais amplos como
a distribuição do trabalho entre os trabalhadores e a máquina, mecanização das
tarefas, etc..Neste tipo de análise deve ser levado em conta, critérios como custos,
confiabilidade e segurança. Neste caso dizemos que é realizada uma Ação
Macroergonômica .

 SOBRE A MACROERGONOMIA?

Se chama Macroergonomia á abordagem da Ergonomia ( também chamada de


Ergonomia de Sistemas de produção) que lida com os quatro subsistemas que
envolvem uma atividade laboral : o tecnológico, o pessoal , o da atividade exercida
e o ambiente externo, influenciando na estrutura organizacional e processos.
Conceitualmente, a Macroergonomia é a ação ergonômica realizada dentro
de um contexto amplo, não se limitando a questões pontuais para atuar (como o
posto ou o ambiente físico de trabalho),mas expandindo sua ação também ao
processo organizacional. O ponto de vista importante aqui é o do operador, ou dos
grupos de operadores. A visão macro da ergonomia neste caso, focaliza o ser
humano, o processo de trabalho e sua organização,seu desempenho, o ambiente
e a máquina ,como se tudo isso ,no fim constituísse o todo de um sistema .
4.4 A ergonomia como ciência multidisciplinar

‘Desde sua origem, a Ergonomia sempre se fez presente no cotidiano


humano agindo interligada á uma gama diferente de disciplinas
científicas,sendo estudada por especialistas de diferentes
formações, dentro de uma natureza multi e interdisciplinar. Por conta disso,
é a Ergonomiadescritacomoumadisciplinadecarátermultidisciplinarquefundamentaseuestudoem
várias áreas científicas como a Medicina, Enfermagem, Arquitetura, Engenharia, Desenho Industrial,
InformáticaAdministração,etc.

Através de ação multi e interdisciplinar, encontra e retira das disciplinas de base, elementos e
conhecimentos que permitem fundamentar diagnósticos em um processo analítico
ergonômico, enriquecendo a criação de modelos conceituais para a realização de
um projeto,ou simplesmente para alterar qualitativamente as necessidades
específicas de uma determinada atividade laboral. Principais disciplinas atuantes
na Ergonomia:

4.4.1 A ergonomia na engenharia


Lida com a elaboração de projetos ergonomicamente corretos,, garantindo
principalmente a segurança do trabalhador, evitando acidentes em seu ambiente de
trabalho, promovendo a eficácia da produção e do trabalho laboral.

4.4.2 A ergonomia e sua atuação nas áreas do design

A ação ergonômica aqui se responsabiliza pela criação, aplicação das normas e


especificações ergonômicas de um projeto e pelo design de produtos e ambientes
de trabalho;
4.4.3 A ergonomia na psicologia

Promove na
empresa tanto o
recrutamento como o
treinamento dos
trabalhadores e é
responsável pela
sua motivação
mental durante o
processo labora e
nos aspectos,
pessoal e social

4.4.4 A ergonomia na medicina e enfermagem do trabalho

È da responsabilidade destas áreas a prevenção de doenças do trabalho,


físicas ou mentais,a valorização do bem estar e a manutenção da qualidade
de vida e de produção do trabalhador.
4.4.5 A ergonomia na administração

A ergonomia nesta área lida da mesma forma com a qualidade laboral e bem estar
do trabalhador. È este tipo de atividade ergonômica a responsável também, pela
gestão ergonômica de recursos humanos, projetos e mudanças organizacionais

4.5 A ergonomia e os setores de atuação


Se fizermos uma pesquisa sobre o que é a Ergonomia,por certo, mais da
metade das pessoas entrevistadas responderão que ergonomia tem a ver com
trabalho na frente do computador, ginástica laboral, postura ou talvez com
levantamento de peso... !?

Porém ergonomia é muito mais do que isso. Ergonomia está em tudo que
revela uma atividade. È a ciência que estuda a humanidade em movimento !!

Se Inicialmente as aplicações da ergonomia restringiam-se a indústria, ao


setor militar e aero-espacial, atualmente as suas ações se expandiram para a
agricultura ,setores de serviços em geral e de maneira abrangente,também para
a vida diária do cidadão comum.

Isso aconteceu ás custas da aquisição de novos conceitos científicos e


conhecimentos tecnológicos, mas também através do entendimento das
características do trabalho das mulheres, idosos e portadores de dificuldades
especiais, iniciados modernamente no mercado de trabalho.

Basicamente nos dias de hoje, a ergonomia atua nos seguintes setores


4.5.1. A ergonomia na indústria

Consiste em identificar locais de acidentes mais freqüentes e graves, índice de


erros, rotatividade de empregados, acidentes, doenças ocupacionais,
absenteísmos, etc., buscando melhorar a eficiência, confiabilidade e qualidade das
operações industriais laborais, através do aperfeiçoamento do sistema homem-
máquina- ambiente.

4.5.2 A ergonomia na agricultura

Embora ainda lentamente. (IIda, 2005) pesquisas na área da agricultura tem sido
cada vez mais realizadas) .Nesta área, a ação da ergonomia é de extrema
importância e está diretamente ligada aos cuidados da saúde e bem estar dos
trabalhadores durante todo o processo de produção agrícola, desde a preparação
do solo plantio,colheita, transporte e armazenamento de produtos agrícolas, bem
como realiza o controle dos efeitos danosos de agrotóxicos sobre a saúde dos
trabalhadores.

De outra forma,a sofisticação de máquinas para o trabalho agrícola tem evidenciado


a absoluta necessidade da ação ergonômica também na concepção e execução de
projetos,além da adaptação dos trabalhadores ao manejo das novas tecnologias.
4.5.3 A ergonomia na mineração

Nesta área, a Ergonomia vem realizando trabalhos constantes, lidando com


questões como a saúde dos trabalhadores, sua qualidade de vida, questões que
afetam o meio ambiente e buscando identificar possíveis fontes de contaminação
humana por materiais.. Um exemplo disso é o que tem acontecido com o uso
indiscriminado do mercúrio na busca do ouro,o que vem causando problemas ao
meio ambiente,na saúde e na vida dos mineradores (IIDA,2005, 21).

4.5.4 A ergonomia na construção civil

Provocada pela mecanização e modernização na automação da indústria e pela


busca de indivíduos especializados para a maioria das funções neste setor, a mão
de obra excedente, vem se voltando para vários setores de serviços gerais como
por exemplo,o da construção civil .

Por envolver um grande número de tarefas, a grande maioria, árduas, estressantes,


ou perigosas, as empresas tem buscado na ação ergonômica, o suporte para uma
organização eficiente do trabalho realizado e um maior controle das doenças
ocupacionais, evitando possíveis limitações funcionais aos trabalhadores;
E da mesma forma com que a engenharia vem expandindo seu conhecimento
tecnológico assim também a ergonomia se move buscando acompanhar as
enormes mudanças que vem acontecendo nesta área.

4.5.5 A ergonomia no setor de serviços

A complexidade de operações que acontecem no cotidiano da vida moderna


tem alterado profundamente o mercado de trabalho. A enorme gama de atividades
que se sofisticaram dentro dos setores de serviços, ,tem exigido do trabalhador
um compromisso constante na busca de qualificação tanto na prática quanto no
conhecimento adequado e seqüencial ,de uma determinada função

De outro lado, a melhoria na oferta de serviços ao consumidor, sob todos os


aspectos conhecidos, tem promovido a criação de diferentes postos de trabalho que
trazem á ergonomia uma grande diversidade de novas ações como a criação de
projetos, análise de postos de trabalho e saúde do trabalhador.

Como exemplo, temos os trabalhos avançados realizados em universidades,


bancos, aeroportos, hospitais,centrais de abastecimento centrais de serviços ao
consumidor (como metrôs, aviões,ônibus, serviço policial, serviços de saúde, etc.)
 INFORMAÇÂO:Atualmente existe um ramo da ergonomia
que lida apenas com testes de produtos de consumo, em
serviços ligados a Órgãos de defesa do consumidor,
avaliando produtos e divulgando os resultados dos testes
para a população em geral

4.5.6. A ergonomia nas atividades diárias

È certo pensar que o homem sempre buscou preencher os espaços do seu


tempo, através da realização das mais variadas atividades que pudessem lhe
proporcionar sustento e suprir suas aspirações pessoais. Neste aspecto, sua tarefa
mais importante sempre foi tentar achar um equilíbrio entre suas obrigações de
sobrevivência,suas vontades, e a necessidade de descanso e lazer.

A ação da ergonomia , como parceira na produção da qualidade de vida ,está


presente em cada atividade praticada tanto no ambiente de trabalho do homem
,quanto no seu cotidiano e em no seu tempo de lazer.

Ao tornar mais cômodos e seguros os meios de transporte, mais confiáveis


os produtos de consumo, mais confortáveis as mobílias do lar; quando há o
estímulo a que haja uma boa postura correta na frente do computador... e até
mesmo no uso certo de uma calculadora para diminuir o esforço mental, lá está a
ergonomia em ação na vida da humanidade.

Assim é que quando andamos, comemos, varremos uma casa, usamos o


telefone, os aparelhos na academia, o aparelho dentário, cortamos a grama no
jardim, estamos realizando uma atividade que se rotineira , quando mal feita acaba
por trazer prejuízos á nossa saúde através de limitações físicas ou mentais.

Quando nos sentamos numa cadeira que não nos prejudique,quando


empurramos um carrinho de supermercado adequado para não causar problemas,
quando dirigimos um carro confortável ou corremos usando um tênis bem adaptado
aos nossos pés, é importante saber que uma ação ergonômica aconteceu e que
paralelamente houve o processo de concepção e elaboração daquele produto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do GERALtrabalho e gestão ambiental,.


São Paulo: Atlas, 2010.
2.IEA (InternationalErgonomicsAssociation). Definição Internacional de
Ergonomia. Ergonomia Organizacional. Revista Ação Ergonômica, v. 1, nº 4,
2003.
3.IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blücher,2005.
4.KROEMER, K., GRANDJEAN, E. Manual de homem, São Paulo: Bookman,
2005.
5.ABRAAO,J.et al.Introdução á Ergonomia: da prática á teoria .São Paulo.
Blutcher ,2009.
6. DANIELS, H. Vygotsky e a Pedagogia.. São Paulo: Loyola, 2003. 246p.

7. DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 5. ed. São Paulo:


Gaia,1998.

8. ENGESTRÖM, Y. Aprendizagem por expansão na prática: em busca de uma


reconceituação a partir da teoria da atividade. Cadernos de Educação
Universidade Federal de Pelotas, ano 11, n.19:31-64, jul./dez. 2002.

9. IIDA I.Ergonomia projeto e construção, 3ed. São Paulo.Ed. Edgard Blücher,


2016.

10.SANNINO, A. Activity theory as an activist and interventionist theory.


Theory & Psychology,v. 21, n. 5, p. 571-597, 2011.
11 .SILVA, J.C.P., ;PASCHOARELLI, L.C:A evolução histórica da ergonomia no
mundo e seus pioneiros Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

Вам также может понравиться