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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Num. Processo : 0007972-81.2015.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ADINILSON ELIAS FERREIRA
Recorrido(s) : LIBERTY SEGUROS S A
RIU CORRETORA DE SEGUROS LTDA ME
Origem : 12ª VSJE DO CONSUMIDOR (VESPERTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO-E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. CONTRATO DE SEGURO. VEÍCULO


AUTOMOTOR. RECUSA JUSTIFICADA DA SEGURADORA QUANTO AO
PAGAMENTO DO PRÊMIO. INADIMPLÊNCIA DA PARTE AUTORA NO
MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO SINISTRO.OMISSÃO DE INFORMAÇÕES
RELEVANTES POR PARTE DO AUTOR QUANTO AOS ASPECTOS
ESSENCIAIS DO CONTRATO DE SEGURO. ART.766 DO CC/02. FATO
CONSTITUTIVO DO DIREITO DA PARTE AUTORA NÃO COMPROVADO.
ART.373, INCISO I DO NOVO CPC. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA
MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto por ADINILSON ELIAS FERREIRA,


contra sentença que julgou improcedente o pedido, por entender o magistrado
sentenciante que: “Dada a hipossuficiência do consumidor, que deve ter sua defesa
facilitada, frente à natural dificuldade da produção probatória, não pode nascer um julgamento
distanciado das provas pertencentes aos autos. Assim, a queixa é improcedente, pois a parte
autora não comprovou os fatos constitutivos do seu direito, tendo ficado cabalmente
comprovada nos autos a perda da cobertura securitária.”.

Na origem, alega a parte autora que firmou contrato de seguro junto à demandada
Liberty Seguros S/A no mesmo dia em que adquiriu o veículo, por intermédio da
demandada RIU CORRETORA DE SEGUROS LTDA ME , que possuía stand na
concessionária em que realizou a compra. Que sofrera sinistro, consistente no roubo do
veículo , quando este era dirigido por seu filho, vindo a suceder colisão com o mesmo. Em
contado com as demandadas, assevera que estas recusaram-se a atender o pleito pelo
pagamento do pleito, sob o argumento de que as parcelas oriundas do contrato de seguro
não foram descontadas do contracheque da parte autora, bem como que teria havido pedido
de desistência do contrato pela parte autora. Irresignado, ajuizou a presente ação, em que
pleiteia a condenação das rés na obrigação de fazer, consistente na emissão da apólice do
seguro contratado, o depósito judicial das parcelas atinentes aos meses de janeiro e
fevereiro de 2015, que se determine a remoção do bem pela 2ª ré, bem como pugna pela
condenação das mesmas em danos morais.

2. O autor recorrente busca a reforma da sentença, reiterando toda a argumentação


exposta na exordial.

3. A despeito das alegações da parte autora, a mesma não faz prova acerca do fato
constitutivo do seu direito, in casu consistente no atendimento aos requisitos
necessários para que fizesse jus ao prêmio segurado. Para tanto, deveria
comprovar não somente a regularidade da contratação do seguro, bem como que
estava adimplente para com as parcelas do mesmo, e que não incorreu em
nenhuma falta contratual que lhe suprimisse o direito ao prêmio, nos termos do
contrato e do regramento legal previsto no Código Civil vigente.

4. Assim que, em que pese a ausência de provas de que a parte autora tenha
realizado a solicitação de cancelamento do seguro , soa contraditório o seu
comportamento diante da ausência dequalquer manifestação quanto aos
descontos em seu contracheque relativo aos meses subseqüentes da contratação,
que se dera em 08/11/14. Os descontos apenas tiveram início dois meses após a
contratação, sendo que o sinistro ocorrera em 15/01/2015, quando a parte autora
estava inadimplente, portanto.

5. Por outro lado, é de ressaltar fato que não pode passar despercebido, máxime em
se tratando de contrato de seguro, que possui regramento no CC/02, para além da
livre disposição das partes. É que no momento da ocorrência do roubo do veículo,
quem o dirigia era menor de 24 anos, que não consta na proposta de seguro,
conforme alega o próprio autor em sede exordial. Ademais, o autor, quando da
contratação, relatou que residia no município de Bom Jesus da Lapa, sendo que o
endereço que consta na exordial como sendo o seu domicílio é o município de
Salvador. A esse respeito dispõe o art.766 do CC/02, in verbis: “ Art. 766. Se o
segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que
possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além
de ficar obrigado ao prêmio vencido.Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações
não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar,
mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.”
6. . Nestes termos, não se aplica ao caso a inversão do ônus da prova, sendo
dever processual da parte autora a prova do fato constitutivo de seu direito, nos
termos do art.373, inciso I do NCPC, o que não logrou faze no presente caso,
sendo insuficiente para a formação da convicção do julgador meras alegações,
quando o contexto fático-probatório não se revela suficiente para embasar a
pretensão formulada.

7. Em assim sendo, há de ser mantida a sentença que julgou improcedente o


pedido, diante da inexistência de provas acerca do fato constitutivo do direito da
parte autora. Nos termos das regras ordinárias do ônus da prova.

8. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO E NEGAR-


LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios
fundamentos. Sem custas processuais e honorários advocatícios, por sre a parte
beneficiária da justiça gratuita.
Salvador, Sala das Sessões, 14 de Julho de 2016.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA. ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA
Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Num. Processo : 0007972-81.2015.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ADINILSON ELIAS FERREIRA
Recorrido(s) : LIBERTY SEGUROS S A
RIU CORRETORA DE SEGUROS LTDA ME
Origem : 12ª VSJE DO CONSUMIDOR (VESPERTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e


Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA AUXILIADORA
SOBRAL LEITE – Relatora , CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ e
ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA, Presidente, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. de acordo com a ata do julgamento.
Sem custas processuais e honorários advocatícios,por ser a parte recorrente beneficiária
da justiça gratuita. .
Salvador, Sala das Sessões, 14 de Julho de 2016

Bela. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Relatora
Bela. ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA
Juíza Relatora

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