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APRENDA E LIVRE-SE DAS MALDIÇÕES, POIS PELAS TUAS PRÓPRIAS PALAVRAS E ATOS SEREIS JULGADOS
!!!
Das quarenta e oito cidades reservadas aos levitas, seis delas seriam cidades de refúgio, “para que, nelas
se acolha o homicida” (Nm 35:6). Que tipo de homicida? Certamente, não eram os assassinos frios,
violentos, contumazes. Eram pessoas que tivessem cometido erros trágicos, acidentais, e que por isso
mesmo, provavelmente, estivessem sob forte tensão, emocionalmente abaladas pela experiência vivida,
desejando ansiosamente retroceder no tempo e apagar o acontecimento.
“Segundo dizem os rabinos, para facilitar a ida dos fugitivos, o Sinédrio tinha a responsabilidade de
manter nas melhores condições possíveis as estradas que davam acesso às cidades de refúgio. Não
poderia haver morros; em todos os rios deveria haver pontes, e a própria estrada precisava ter pelo
menos trinta e dois cúbitos de largura (cerca de dezesseis metros). Em todas as curvas deveria haver
placas de sinalização com a palavra Refúgio. Além disso, o fugitivo deveria ser acompanhado de dois
estudiosos da Lei para, se possível, apaziguarem o vingador do sangue, caso este alcançasse o fugitivo”
(Merryl F. Unger, Unger’s Bible Dictionary, citado em Charles Swindoll, Vivendo Sem Máscaras, p. 142).
Enquanto permanecesse dentro dos limites da cidade de refúgio, o transgressor estava seguro. Caso
saísse e fosse encontrado pelo vingador, este o mataria e ficaria sem culpa (Nm 35:26, 27).
Uma vez na cidade, eis como deveria ser tratado: “Então a congregação julgará entre o matador e o
vingador do sangue, segundo estas leis, e livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e o fará
voltar à sua cidade de refúgio, onde se tinha acolhido; ali, ficará até à morte do sumo sacerdote, que foi
ungido com óleo santo” (Nm 35: 24, 25).
“’Julgará’, ou seja, pesar os fatos, ouvir as explicações e refletir sobre as evidências, convencendo-se
então da inocência do acusado. ‘Livrará’, isto é, depois disso, a congregação procuraria de todos os
modos a sua sobrevivência e recuperação. A ação empreendida por esse grupo possui um sentido
altamente afirmativo e positivo. ‘Fará voltar’, noutras palavras, restaurar plenamente o acusado. A
congregação não tinha que providenciar apenas para que o homem fosse libertado de culpa e
plenamente perdoado, mas tinha que ampará-lo para que recuperasse o senso de dignidade própria e
seu valor pessoal. E, quando morresse o sacerdote, aquele homem estaria livre para voltar à sua casa”
(Ibid., 146, 147).
Lições
Esse tema é pródigo no oferecimento de questões para reflexão e diálogo com os membros da unidade.
A sugestão deste comentarista é que a oportunidade seja muito bem aproveitada.
1) “Entre as instruções específicas sobre o julgamento das pessoas suspeitas de homicídio constava:
‘Todo aquele que matar a outrem será morto conforme o depoimento das testemunhas; mas uma só
testemunha não deporá contra alguém para que morra’ (Nm 35:30).
Quanta sabedoria nessa instrução! Se a acusação fosse formulada por apenas uma pessoa, o suspeito
não seria condenado, ainda que houvesse fortes evidências circunstanciais contra ele. Por outro lado, se
ficasse comprovada a culpa, não haveria expiação nem resgate para livrá-lo de modo algum. Por mais
elevada que fosse sua posição na sociedade, ele teria que pagar pelo seu crime. O pecado de homicídio
tinha que ser severamente punido para que fossem mantidas a segurança e a pureza da nação. A vida
humana, que só Deus pode conceder, tem que ser preservada de maneira sagrada” (Signs of the Times,
20/01/1881).
2) “Essa misericordiosa provisão contém uma lição para o povo de Deus até o tempo do fim. O mesmo
Cristo que deu a Moisés instruções explícitas para o povo hebreu, quando esteve pessoalmente na Terra
repetiu as mesmas lições sobre a maneira de tratar os que erram. O testemunho de uma só pessoa não
é suficiente para inocentar ou condenar alguém. Visões ou opiniões de um homem não podem liquidar
uma questão. Em qualquer assunto, é necessário que coincidam e dividam as responsabilidades duas ou
mais pessoas. A proposta divina é que haja submissão entre os Seus servos. A posição de uma pessoa
não deve ser dominante em relação a qualquer assunto. A consideração mútua e o respeito
acrescentam dignidade ao exercício do ministério e unem os servos de Deus com os laços do amor e da
harmonia. Ao mesmo tempo que devem depender de Deus para receber força e sabedoria, os que
anunciam o evangelho devem buscar a harmonia mútua em todas as questões que requerem
deliberação. ‘Pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça’ (Mt 18:16;
Signs of the Times, 20/01/1881).
Uma pergunta pertinente: Quais são os critérios que fundamentam a aplicação da disciplina em sua
igreja?
‘O misericordioso Salvador providenciou as cidades de refúgio para que os inocentes não tivessem que
sofrer como culpados. Da mesma forma, o piedoso Salvador construiu, pelo Seu sangue derramado em
favor dos transgressores da Lei de Deus, um seguro refúgio para o qual podemos correr em busca do
livramento da angústia da segunda morte. E poder nenhum poderá arrancar das Suas mãos aquele que a
Ele corre para ser perdoado” (Ibid.).