Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
INTRODUÇÃO
[...] tive que estudar muito, [...] porque não conhecia, não sabia o que era
letramento, eu tinha uma concepção diferente do que tenho hoje. E hoje eu
acredito muito nessa ideia de letramento, que a alfabetização em si [...] não te
repassa o necessário, não te estimula a pensar, não te instiga, não te faz criar
argumentos. Só te faz receber informações. (Ae2, Entrevista, 2016)
Não, não tinha, na verdade não tinha, e foi algo que custou para eu me adaptar
a esse tipo de trabalho, de trabalhar gêneros textuais e alfabetização[...] fui
procurar, fui estudar, fui saber e enfim como trabalhar letramento o que era e
tudo mais, eu não sabia e a maioria das minhas colegas também não sabiam.
[...]. (Ae8, Entrevista, 2016)
Os relatos também revelam que, embora as teorias sobre o letramento não sejam tão
recentes, ainda são pouco abordadas nos cursos de formação de professores. Assim pelos
relatos percebemos que os professores em formação entrevistados, só voltaram suas
atenções para a prática do letramento quando ingressaram no projeto. De acordo com o
que foi relatado pelos acadêmicos, todos tiveram que construir o seu conhecimento a
respeito do assunto para, assim, desenvolverem as atividades práticas de letramento.
Ainda, além da busca do conhecimento sobre o letramento, foi necessário também buscar
conhecer o processo de alfabetização, já que 2015 foi um ano em que grande parte dos
alunos encaminhados ao projeto ainda não se encontravam alfabetizados. Assim,
percebemos que teoria e prática executavam um movimento contínuo e circular na
construção do saber ser professor, ou seja, a prática informava a teoria e vice-versa.
O SABER AUTÔNOMO
Assim, para que a autonomia fosse cultivada junto às crianças atendidas pelo
Projeto de Letramento Guariba, era necessário que os tutores primeiramente a
cultivassem. A pesquisa, assim, foi o instrumento que ajudou os acadêmicos a iniciarem
sua jornada rumo ao conhecimento autônomo. Entretanto, para que o conhecimento
adquirido pela pesquisa pudesse ser utilizado durante a prática docente, tornou-se
indispensável desenvolver a capacidade de planejamento. O planejamento, foi outro saber
docente adquirido pelos acadêmicos em processo de formação, a partir das práticas de
letramento, tendo em vista que, para o desenvolvimento dessa ação, é necessário planejar,
como forma de organização e operacionalização das atividades. Sobre o planejamento,
destacamos o relato de duas acadêmicas, a primeira diz que:
Eu consegui ir para sala de aula estagiar, às vezes, com os mesmos alunos que
vão para lá (escola). Então eu vi uma realidade diferente, eu falei aqui é
diferente de lá. Você não pode atender somente um aluno, então eu tive essas
duas experiências, tanto lá (escola) como aqui (projeto). Quando fui trabalhar
com adultos e adolescentes, então, eu fiquei pensando: nossa aqui é totalmente
diferente, por mais que você queira fazer um ótimo trabalho, você não
consegue, pela questão de tempo, pela questão de crianças que não respeitam,
crianças que não estão nem aí, então há essa diferença, eu vi [...] na sala de
aula. Uma coisa é o projeto que atende crianças que são da mesma escola. [...]
e a outra é o ambiente onde você vai exercer sua prática, que é muito mais, eu
diria, detalhada, delicada, em sala de aula você vê outra realidade. (Ae8,
Entrevista, 2016).
DO PROFESSOR AO ALUNO
O ALUNO E O PROFESSOR
Considerações finais
De acordo com o objetivo proposto para esta seção, percebeu-se que as práticas
de letramento possibilitaram aos acadêmicos adquirir uma diversidade de saberes, como:
saber do conhecimento, do planejamento, da pesquisa, da reflexão, da avaliação, o de
lidar com a diferença, o pedagógico, e o saber da experiência.
As atividades desenvolvidas pelos acadêmicos se constituem como experiências
adquiridas e necessárias para o exercício da profissão de professor, tendo em vista que
por meio das atividades práticas de letramento, é possível construir conhecimentos, que
vão se acumulando e se consolidando em saberes necessários à prática docente do
professor. Os acadêmicos envolvidos na pesquisa têm uma concepção sobre os saberes
docentes. Eles compreendem como saberes da experiência os saberes construídos em
vários contextos, como sala de aula e seus desafios, a atuação profissional, a carreira
profissional, as práticas vivenciadas, convívio real, história de vida e o conhecimento de
vida que envolve o processo de ensino e a aprendizagem.
No que concerne aos saberes adquiridos através das práticas de letramento,
percebe-se uma diversidade de saberes, além dos saberes tradicionais, apresentados pelos
autores que discutem o assunto nesse estudo. Os saberes adquiridos e utilizados pelos
acadêmicos são considerados no contexto atual como saberes fundamentais, tendo em
vista a complexidade que se apresenta o contexto escolar, formado por uma sociedade
bastante diversificada, que requer do professor, conhecimentos necessários para que o
mesmo possa desenvolver uma prática docente que seja significava e que contribua para
formação de um sujeito crítico e participativo no meio social em que se encontra.
127
REFERÊNCIAS