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do Consumidor
e normas correlatas
3a edição
Atualizada até janeiro de 2019
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2019 – 2020
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Marcos do Val
Senador Weverton
Senador Jaques Wagner
Senadora Leila Barros
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
3a edição
Brasília – 2019
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
CDDir 342.5981
9 Apresentação
Normas principais
15 Lei no 8.078/1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
33 Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para
dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.
35 Decreto no 6.523/2008
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC.
38 Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
41 Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, de 11 de […]
Normas correlatas
54 Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo ou
do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
55 Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
62 Lei no 12.741/2012
Dispõe sobre as medidas de esclarecimento ao consumidor, de que trata o § 5o do artigo 150 da
Constituição Federal; altera o inciso III do art. 6o e o inciso IV do art. 106 da Lei no 8.078, de 11 […]
64 Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o […]
89 Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
93 Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
94 Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
96 Lei no 9.870/1999
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.
98 Lei no 9.656/1998
Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.
Apresentação
9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
12
Normas principais
Índice sistemático da
Lei no 8.078/1990
17
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, § 1o Não sendo o vício sanado no prazo
independentemente da existência de culpa, pela máximo de trinta dias, pode o consumidor
reparação dos danos causados aos consumidores exigir, alternativamente e à sua escolha:
por defeitos relativos à prestação dos serviços, I – a substituição do produto por outro da
bem como por informações insuficientes ou mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
inadequadas sobre sua fruição e riscos. II – a restituição imediata da quantia paga,
§ 1o O serviço é defeituoso quando não monetariamente atualizada, sem prejuízo de
fornece a segurança que o consumidor dele eventuais perdas e danos;
pode esperar, levando-se em consideração as III – o abatimento proporcional do preço.
circunstâncias relevantes, entre as quais: § 2o Poderão as partes convencionar a redu-
I – o modo de seu fornecimento; ção ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
II – o resultado e os riscos que razoavelmente anterior, não podendo ser inferior a sete nem
dele se esperam; superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
III – a época em que foi fornecido. adesão, a cláusula de prazo deverá ser convenci-
§ 2o O serviço não é considerado defeituoso onada em separado, por meio de manifestação
pela adoção de novas técnicas. expressa do consumidor.
§ 3o O fornecedor de serviços só não será § 3o O consumidor poderá fazer uso imedi-
responsabilizado quando provar: ato das alternativas do § 1o deste artigo sempre
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito que, em razão da extensão do vício, a substitui-
inexiste; ção das partes viciadas puder comprometer a
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de qualidade ou características do produto, dimi-
terceiro. nuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4o A responsabilidade pessoal dos profis- § 4o Tendo o consumidor optado pela al-
sionais liberais será apurada mediante a veri- ternativa do inciso I do § 1o deste artigo, e não
ficação de culpa. sendo possível a substituição do bem, poderá
haver substituição por outro de espécie, marca
Art. 15. (Vetado) ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço,
Art. 16. (Vetado) sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do
§ 1o deste artigo.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam- § 5o No caso de fornecimento de produtos in
se aos consumidores todas as vítimas do evento. natura, será responsável perante o consumidor
o fornecedor imediato, exceto quando identifi-
cado claramente seu produtor.
SEÇÃO III – Da Responsabilidade por Vício § 6o São impróprios ao uso e consumo:
do Produto e do Serviço I – os produtos cujos prazos de validade es-
tejam vencidos;
Art. 18. Os fornecedores de produtos de con- II – os produtos deteriorados, alterados, adul-
sumo duráveis ou não duráveis respondem terados, avariados, falsificados, corrompidos,
Código de Defesa do Consumidor
por culpa.
§ 5o Também poderá ser desconsiderada a Art. 33. Em caso de oferta ou venda por tele-
pessoa jurídica sempre que sua personalidade fone ou reembolso postal, deve constar o nome
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarci- do fabricante e endereço na embalagem, publi-
mento de prejuízos causados aos consumidores. cidade e em todos os impressos utilizados na
transação comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de
bens e serviços por telefone, quando a chamada
for onerosa ao consumidor que a origina.
20
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço de informar sobre dado essencial do produto
é solidariamente responsável pelos atos de seus ou serviço.
prepostos ou representantes autônomos. § 4o (Vetado)
Art. 45. (Vetado)
SEÇÃO II – Das Cláusulas Abusivas
CAPÍTULO VI – Da Proteção Contratual Art. 51. São nulas de pleno direito, entre ou-
SEÇÃO I – Disposições Gerais tras, as cláusulas contratuais relativas ao forne-
cimento de produtos e serviços que:
Art. 46. Os contratos que regulam as relações I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a
de consumo não obrigarão os consumidores, responsabilidade do fornecedor por vícios de
se não lhes for dada a oportunidade de tomar qualquer natureza dos produtos e serviços ou
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os impliquem renúncia ou disposição de direitos.
respectivos instrumentos forem redigidos de Nas relações de consumo entre o fornecedor e
modo a dificultar a compreensão de seu sentido o consumidor pessoa jurídica, a indenização
e alcance. poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de
Art. 47. As cláusulas contratuais serão inter- reembolso da quantia já paga, nos casos pre-
pretadas de maneira mais favorável ao consu- vistos neste Código;
midor. III – transfiram responsabilidades a terceiros;
IV – estabeleçam obrigações consideradas
Art. 48. As declarações de vontade constantes iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
de escritos particulares, recibos e pré-contratos em desvantagem exagerada, ou sejam incom-
Normas principais
quando de sua ausência, apesar dos esforços de te artigo serão expressos em moeda corrente
integração, decorrer ônus excessivo a qualquer nacional.
das partes.
§ 3o (Vetado)
§ 4o É facultado a qualquer consumidor ou SEÇÃO III – Dos Contratos de Adesão
entidade que o represente requerer ao Ministé-
rio Público que ajuíze a competente ação para Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
ser declarada a nulidade de cláusula contratual cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade
que contrarie o disposto neste Código ou de competente ou estabelecidas unilateralmente
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem
24 entre direitos e obrigações das partes.
que o consumidor possa discutir ou modificar Art. 56. As infrações das normas de defesa do
substancialmente seu conteúdo. consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
§ 1o A inserção de cláusula no formulário seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
não desfigura a natureza de adesão do contrato. das de natureza civil, penal e das definidas em
§ 2o Nos contratos de adesão admite-se cláu- normas específicas:
sula resolutória, desde que alternativa, cabendo I – multa;
a escolha ao consumidor, ressalvando-se o dis- II – apreensão do produto;
posto no § 2o do artigo anterior. III – inutilização do produto;
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão IV – cassação do registro do produto junto
redigidos em termos claros e com caracteres ao órgão competente;
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não V – proibição de fabricação do produto;
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar VI – suspensão de fornecimento de produtos
sua compreensão pelo consumidor. ou serviço;
§ 4o As cláusulas que implicarem limitação VII – suspensão temporária de atividade;
de direito do consumidor deverão ser redigidas VIII – revogação de concessão ou permissão
com destaque, permitindo sua imediata e fácil de uso;
compreensão. IX – cassação de licença do estabelecimento
§ 5o (Vetado) ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabele-
cimento, de obra ou de atividade;
CAPÍTULO VII – Das Sanções XI – intervenção administrativa;
Administrativas XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Fe- artigo serão aplicadas pela autoridade adminis-
deral, em caráter concorrente e nas suas respec- trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo
tivas áreas de atuação administrativa, baixarão ser aplicadas cumulativamente, inclusive por
normas relativas à produção, industrialização, medida cautelar antecedente ou incidente de
distribuição e consumo de produtos e serviços. procedimento administrativo.
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios fiscalizarão e controlarão a Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo
produção, industrialização, distribuição, a pu- com a gravidade da infração, a vantagem au-
blicidade de produtos e serviços e o mercado ferida e a condição econômica do fornecedor,
de consumo, no interesse da preservação da será aplicada mediante procedimento adminis-
vida, da saúde, da segurança, da informação trativo, revertendo para o Fundo de que trata a
e do bem-estar do consumidor, baixando as Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
normas que se fizerem necessárias. cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
§ 2o (Vetado) ou municipais de proteção ao consumidor nos
§ 3o Os órgãos federais, estaduais, do Dis- demais casos.
trito Federal e municipais com atribuições para Parágrafo único. A multa será em montante
fiscalizar e controlar o mercado de consumo não inferior a duzentas e não superior a três
manterão comissões permanentes para elabora- milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de
ção, revisão e atualização das normas referidas Referência (Ufir), ou índice equivalente que
no § 1o, sendo obrigatória a participação dos venha a substituí-lo.
consumidores e fornecedores.
Normas principais
§ 4o Os órgãos oficiais poderão expedir no- Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização
tificações aos fornecedores para que, sob pena de produtos, de proibição de fabricação de pro-
de desobediência, prestem informações sobre dutos, de suspensão do fornecimento de produto
questões de interesse do consumidor, resguar- ou serviço, de cassação do registro do produto
dado o segredo industrial. e revogação da concessão ou permissão de uso
serão aplicadas pela administração, mediante 25
procedimento administrativo, assegurada ampla Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos
defesa, quando forem constatados vícios de sobre a nocividade ou periculosidade de produ-
quantidade ou de qualidade por inadequação tos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes
ou insegurança do produto ou serviço. ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos
Art. 59. As penas de cassação de alvará de e multa.
licença, de interdição e de suspensão tempo- § 1o Incorrerá nas mesmas penas quem dei-
rária da atividade, bem como a de intervenção xar de alertar, mediante recomendações escritas
administrativa serão aplicadas mediante pro- ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a
cedimento administrativo, assegurada ampla ser prestado.
defesa, quando o fornecedor reincidir na prática § 2o Se o crime é culposo:
das infrações de maior gravidade previstas neste Pena – Detenção de um a seis meses ou
Código e na legislação de consumo. multa.
§ 1o A pena de cassação da concessão será
aplicada à concessionária de serviço público, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade
quando violar obrigação legal ou contratual. competente e aos consumidores a nocividade ou
§ 2o A pena de intervenção administrativa periculosidade de produtos cujo conhecimento
será aplicada sempre que as circunstâncias de seja posterior à sua colocação no mercado:
fato desaconselharem a cassação de licença, a Pena – Detenção de seis meses a dois anos
interdição ou suspensão da atividade. e multa.
§ 3o Pendendo ação judicial na qual se dis- Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas
cuta a imposição de penalidade administrativa, quem deixar de retirar do mercado, imediata-
não haverá reincidência até o trânsito em jul- mente quando determinado pela autoridade
gado da sentença. competente, os produtos nocivos ou perigosos,
na forma deste artigo.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda
será cominada quando o fornecedor incorrer Art. 65. Executar serviço de alto grau de pe-
na prática de publicidade enganosa ou abusiva, riculosidade, contrariando determinação de
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre autoridade competente:
às expensas do infrator. Pena – Detenção de seis meses a dois anos
§ 1o A contrapropaganda será divulgada e multa.
pelo responsável da mesma forma, frequência § 1o As penas deste artigo são aplicáveis sem
e dimensão e, preferencialmente no mesmo prejuízo das correspondentes à lesão corporal
veículo, local, espaço e horário, de forma capaz e à morte.
de desfazer o malefício da publicidade enganosa § 2o A prática do disposto no inciso XIV do
ou abusiva. art. 39 desta Lei também caracteriza o crime
§ 2o (Vetado) previsto no caput deste artigo.
§ 3o (Vetado)
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou
Código de Defesa do Consumidor
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, Art. 76. São circunstâncias agravantes dos
técnicos e científicos que dão base à publicidade: crimes tipificados neste Código:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – serem cometidos em época de grave crise
multa. econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou
Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, coletivo;
peça ou componentes de reposição usados, sem III – dissimular-se a natureza ilícita do pro-
autorização do consumidor: cedimento;
Pena – Detenção de três meses a um ano IV – quando cometidos:
e multa. a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamente
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de superior à da vítima;
ameaça, coação, constrangimento físico ou mo- b) em detrimento de operário ou rurícola;
ral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas de menor de dezoito ou maior de sessenta anos
ou de qualquer outro procedimento que expo- ou de pessoas portadoras de deficiência mental,
nha o consumidor, injustificadamente, a ridículo interditadas ou não;
ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: V – serem praticados em operações que en-
Pena – Detenção de três meses a um ano volvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
e multa. outros produtos ou serviços essenciais.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do con- Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção
sumidor às informações que sobre ele constem será fixada em dias-multa, correspondente ao
em cadastros, banco de dados, fichas e registros: mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
Pena – Detenção de seis meses a um ano privativa da liberdade cominada ao crime. Na
ou multa. individualização desta multa, o juiz observará
o disposto no art. 60, § 1o do Código Penal.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente
informação sobre consumidor constante de Art. 78. Além das penas privativas de liberdade
cadastro, banco de dados, fichas ou registros e de multa, podem ser impostas, cumulativa
que sabe ou deveria saber ser inexata: ou alternadamente, observado o disposto nos
Normas principais
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo
Título as normas do Código de Processo Civil e promovida pelos legitimados de que trata o
da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive art. 82, abrangendo as vítimas cujas indeni-
no que respeita ao inquérito civil, naquilo que zações já tiverem sido fixadas em sentença de
não contrariar suas disposições. liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de
outras execuções.
§ 1o A execução coletiva far-se-á com base
CAPÍTULO II – Das Ações Coletivas para a em certidão das sentenças de liquidação, da
Normas principais
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este
habilitação de interessados em número com- Código, a sentença fará coisa julgada:
patível com a gravidade do dano, poderão os I – erga omnes, exceto se o pedido for julga-
legitimados do art. 82 promover a liquidação do improcedente por insuficiência de provas,
e execução da indenização devida. hipótese em que qualquer legitimado poderá
Parágrafo único. O produto da indenização intentar outra ação, com idêntico fundamento,
devida reverterá para o fundo criado pela Lei valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
no 7.347, de 24 de julho de 1985. I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo,
categoria ou classe, salvo improcedência por
CAPÍTULO III – Das Ações de insuficiência de provas, nos termos do inciso
Responsabilidade do Fornecedor de Produtos anterior, quando se tratar da hipótese prevista
e Serviços no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedên-
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do cia do pedido, para beneficiar todas as vítimas
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo e seus sucessores, na hipótese do inciso III do
do disposto nos Capítulos I e II deste Título, parágrafo único do art. 81.
serão observadas as seguintes normas: § 1o Os efeitos da coisa julgada previstos nos
I – a ação pode ser proposta no domicílio incisos I e II não prejudicarão interesses e direi-
do autor; tos individuais dos integrantes da coletividade,
Código de Defesa do Consumidor
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Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico.
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Decreto no 6.523/2008
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço
de Atendimento ao Consumidor – SAC.
Art. 13. O sistema informatizado deve ser Art. 17. As informações solicitadas pelo con-
programado tecnicamente de modo a garantir sumidor serão prestadas imediatamente e suas
a agilidade, a segurança das informações e o reclamações, resolvidas no prazo máximo de
Código de Defesa do Consumidor
Art. 18. O SAC receberá e processará imedia- Art. 21. Os direitos previstos neste Decreto não
tamente o pedido de cancelamento de serviço excluem outros, decorrentes de regulamentações
feito pelo consumidor. expedidas pelos órgãos e entidades reguladores,
§ 1o O pedido de cancelamento será permi- desde que mais benéficos para o consumidor.
tido e assegurado ao consumidor por todos os
meios disponíveis para a contratação do serviço. Art. 22. Este Decreto entra em vigor em 1o de
§ 2o Os efeitos do cancelamento serão ime- dezembro de 2008.
diatos à solicitação do consumidor, ainda que o
seu processamento técnico necessite de prazo, Brasília, 31 de julho de 2008; 187o da Indepen-
e independe de seu adimplemento contratual. dência e 120o da República.
§ 3o O comprovante do pedido de cancela-
mento será expedido por correspondência ou LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
por meio eletrônico, a critério do consumidor.
Decretado em 31/7/2008 e publicado no DOU de
1o/8/2008.
CAPÍTULO VII – Das Disposições Finais
Normas principais
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Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
gada ao produto a que se refere, sem nenhum Parágrafo único. Entende-se como similar
embaraço físico ou visual interposto; qualquer meio físico que esteja unido ao pro-
IV – ostensividade, a informação que seja de duto e gere efeitos visuais equivalentes aos da
fácil percepção, dispensando qualquer esforço etiqueta.
na sua assimilação; e
V – legibilidade, a informação que seja visível Art. 6o Os preços de bens e serviços para o
e indelével. consumidor nos estabelecimentos comerciais de
que trata o inciso II do art. 2o da Lei no 10.962,
Art. 3o O preço de produto ou serviço deverá de 2004, admitem as seguintes modalidades
ser informado discriminando-se o total à vista. de afixação:
38 I – direta ou impressa na própria embalagem;
II – de código referencial; ou e a distância que os separa, demonstrando gra-
III – de código de barras. ficamente o cumprimento da distância máxima
§ 1o Na afixação direta ou impressão na pró- fixada neste artigo.
pria embalagem do produto, será observado o
disposto no art. 5o deste Decreto. Art. 8o A modalidade de relação de preços de
§ 2o A utilização da modalidade de afixação produtos expostos e de serviços oferecidos aos
de código referencial deverá atender às seguintes consumidores somente poderá ser empregada
exigências: quando for impossível o uso das modalidades
I – a relação dos códigos e seus respecti- descritas nos arts. 5o e 6o deste Decreto.
vos preços devem estar visualmente unidos § 1o A relação de preços de produtos ou
e próximos dos produtos a que se referem, e serviços expostos à venda deve ter sua face
imediatamente perceptível ao consumidor, sem principal voltada ao consumidor, de forma a
a necessidade de qualquer esforço ou desloca- garantir a pronta visualização do preço, inde-
mento de sua parte; e pendentemente de solicitação do consumidor
II – o código referencial deve estar fisicamen- ou intervenção do comerciante.
te ligado ao produto, em contraste de cores e § 2o A relação de preços deverá ser também
em tamanho suficientes que permitam a pronta afixada, externamente, nas entradas de restau-
identificação pelo consumidor. rantes, bares, casas noturnas e similares.
§ 3o Na modalidade de afixação de código
de barras, deverão ser observados os seguintes Art. 9o Configuram infrações ao direito bási-
requisitos: co do consumidor à informação adequada e
I – as informações relativas ao preço à vista, clara sobre os diferentes produtos e serviços,
características e código do produto deverão estar sujeitando o infrator às penalidades previstas
a ele visualmente unidas, garantindo a pronta na Lei no 8.078, de 1990, as seguintes condutas:
identificação pelo consumidor; I – utilizar letras cujo tamanho não seja uni-
II – a informação sobre as características do forme ou dificulte a percepção da informação,
item deve compreender o nome, quantidade e considerada a distância normal de visualização
demais elementos que o particularizem; e do consumidor;
III – as informações deverão ser disponibi- II – expor preços com as cores das letras e
lizadas em etiquetas com caracteres ostensivos do fundo idêntico ou semelhante;
e em cores de destaque em relação ao fundo. III – utilizar caracteres apagados, rasurados
ou borrados;
Art. 7o Na hipótese de utilização do código IV – informar preços apenas em parcelas,
de barras para apreçamento, os fornecedores obrigando o consumidor ao cálculo do total;
deverão disponibilizar, na área de vendas, para V – informar preços em moeda estrangeira,
consulta de preços pelo consumidor, equipa- desacompanhados de sua conversão em moeda
mentos de leitura ótica em perfeito estado de corrente nacional, em caracteres de igual ou
funcionamento. superior destaque;
§ 1o Os leitores óticos deverão ser indicados VI – utilizar referência que deixa dúvida
por cartazes suspensos que informem a sua quanto à identificação do item ao qual se refere;
localização. VII – atribuir preços distintos para o mesmo
§ 2o Os leitores óticos deverão ser dispostos item; e
na área de vendas, observada a distância máxima VIII – expor informação redigida na vertical
de quinze metros entre qualquer produto e a ou outro ângulo que dificulte a percepção.
Normas principais
40
Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990, revoga o Decreto no 861, de 9 julho de 1993, e dá outras providências.
sultas e denúncias apresentadas por entidades dores de produtos e serviços, a que se refere o
representativas ou pessoas jurídicas de direito art. 44 da Lei no 8.078, de 1990;
público ou privado ou por consumidores in- XIV – desenvolver outras atividades compa-
dividuais; tíveis com suas finalidades.
III – prestar aos consumidores orientação
permanente sobre seus direitos e garantias; 41
Art. 4o No âmbito de sua jurisdição e com- e direitos protegidos pelo Código de Defesa do
petência, caberá ao órgão estadual, do Distrito Consumidor poderão celebrar compromissos
Federal e municipal de proteção e defesa do de ajustamento de conduta às exigências legais,
consumidor, criado, na forma da lei, especifi- nos termos do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347, de
camente para este fim, exercitar as atividades 1985, na órbita de suas respectivas competências.
contidas nos incisos II a XII do art. 3o deste § 1o A celebração de termo de ajustamento
Decreto e, ainda: de conduta não impede que outro, desde que
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e mais vantajoso para o consumidor, seja lavrado
executar a política estadual, do Distrito Federal por quaisquer das pessoas jurídicas de direito
e municipal de proteção e defesa do consumidor, público integrantes do SNDC.
nas suas respectivas áreas de atuação; § 2o A qualquer tempo, o órgão subscritor
II – dar atendimento aos consumidores, pro- poderá, diante de novas informações ou se as-
cessando, regularmente, as reclamações funda- sim as circunstâncias o exigirem, retificar ou
mentadas; complementar o acordo firmado, determinando
III – fiscalizar as relações de consumo; outras providências que se fizerem necessárias,
IV – funcionar, no processo administrativo, sob pena de invalidade imediata do ato, dando-
como instância de instrução e julgamento, no se seguimento ao procedimento administrativo
âmbito de sua competência, dentro das regras eventualmente arquivado.
fixadas pela Lei no 8.078, de 1990, pela legislação § 3o O compromisso de ajustamento conterá,
complementar e por este Decreto; entre outras, cláusulas que estipulem condições
V – elaborar e divulgar anualmente, no âmbi- sobre:
to de sua competência, o cadastro de reclamações I – obrigação do fornecedor de adequar sua
fundamentadas contra fornecedores de produtos conduta às exigências legais, no prazo ajustado;
e serviços, de que trata o art. 44 da Lei no 8.078, II – pena pecuniária, diária, pelo descum-
de 1990 e remeter cópia à Secretaria Nacional do primento do ajustado, levando-se em conta os
Consumidor do Ministério da Justiça; seguintes critérios:
VI – desenvolver outras atividades compatí- a) o valor global da operação investigada;
veis com suas finalidades. b) o valor do produto ou serviço em questão;
c) os antecedentes do infrator;
Art. 5o Qualquer entidade ou órgão da Admi- d) a situação econômica do infrator;
nistração Pública, federal, estadual e municipal, III – ressarcimento das despesas de investi-
destinado à defesa dos interesses e direitos do gação da infração e instrução do procedimento
consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas administrativo.
competências, atribuição para apurar e punir § 4o A celebração do compromisso de ajus-
infrações a este Decreto e à legislação das rela- tamento suspenderá o curso do processo ad-
ções de consumo. ministrativo, se instaurado, que somente será
Parágrafo único. Se instaurado mais de um arquivado após atendidas todas as condições
processo administrativo por pessoas jurídicas estabelecidas no respectivo termo.
de direito público distintas, para apuração de
Código de Defesa do Consumidor
infração decorrente de um mesmo fato impu- Art. 7o Compete aos demais órgãos públicos
tado ao mesmo fornecedor, eventual conflito federais, estaduais, do Distrito Federal e muni-
de competência será dirimido pela Secretaria cipais que passarem a integrar o SNDC fiscali-
Nacional do Consumidor, que poderá ouvir zar as relações de consumo, no âmbito de sua
a Comissão Nacional Permanente de Defesa competência, e autuar, na forma da legislação, os
do Consumidor – CNPDC, levando sempre responsáveis por práticas que violem os direitos
em consideração a competência federativa para do consumidor.
legislar sobre a respectiva atividade econômica.
Art. 8o As entidades civis de proteção e de-
Art. 6o As entidades e órgãos da Administra- fesa do consumidor, legalmente constituídas,
42 ção Pública destinados à defesa dos interesses poderão:
I – encaminhar denúncias aos órgãos públicos II – recusar atendimento às demandas dos
de proteção e defesa do consumidor, para as consumidores na exata medida de sua disponi-
providências legais cabíveis; bilidade de estoque e, ainda, de conformidade
II – representar o consumidor em juízo, ob- com os usos e costumes;
servado o disposto no inciso IV do art. 82 da III – recusar, sem motivo justificado, atendi-
Lei no 8.078, de 1990; mento à demanda dos consumidores de serviços;
III – exercer outras atividades correlatas. IV – enviar ou entregar ao consumidor qual-
quer produto ou fornecer qualquer serviço, sem
solicitação prévia;
CAPÍTULO III – Da Fiscalização, das V – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância
Práticas Infrativas e das Penalidades do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
Administrativas conhecimento ou condição social, para impingir-
SEÇÃO I – Da Fiscalização lhe seus produtos ou serviços;
VI – exigir do consumidor vantagem mani-
Art. 9o A fiscalização das relações de consu- festamente excessiva;
mo de que tratam a Lei no 8.078, de 1990, este VII – executar serviços sem a prévia ela-
Decreto e as demais normas de defesa do con- boração de orçamento e autorização expressa
sumidor será exercida em todo o território na- do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
cional pela Secretaria Nacional do Consumidor práticas anteriores entre as partes;
do Ministério da Justiça, pelos órgãos federais VIII – repassar informação depreciativa
integrantes do Sistema Nacional de Defesa do referente a ato praticado pelo consumidor no
Consumidor, pelos órgãos conveniados com a exercício de seus direitos;
Secretaria e pelos órgãos de proteção e defesa IX – colocar, no mercado de consumo, qual-
do consumidor criados pelos Estados, Distrito quer produto ou serviço:
Federal e Municípios, em suas respectivas áreas a) em desacordo com as normas expedidas
de atuação e competência. pelos órgãos oficiais competentes, ou, se nor-
mas específicas não existirem, pela Associação
Art. 10. A fiscalização de que trata este Decreto Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou outra
será efetuada por agentes fiscais, oficialmente entidade credenciada pelo Conselho Nacional
designados, vinculados aos respectivos órgãos de Metrologia, Normalização e Qualidade In-
de proteção e defesa do consumidor, no âmbito dustrial – CONMETRO;
federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, b) que acarrete riscos à saúde ou à segurança
devidamente credenciados mediante Cédula dos consumidores e sem informações ostensivas
de Identificação Fiscal, admitida a delegação e adequadas;
mediante convênio. c) em desacordo com as indicações constan-
tes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou
Art. 11. Sem exclusão da responsabilidade dos mensagem publicitária, respeitadas as variações
órgãos que compõem o SNDC, os agentes de decorrentes de sua natureza;
que trata o artigo anterior responderão pelos d) impróprio ou inadequado ao consumo
atos que praticarem quando investidos da ação a que se destina ou que lhe diminua o valor;
fiscalizadora. X – deixar de reexecutar os serviços, quando
cabível, sem custo adicional;
XI – deixar de estipular prazo para o cum-
SEÇÃO II – Das Práticas Infrativas primento de sua obrigação ou deixar a fixação
Normas principais
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto cluir ou não o contrato, embora obrigando o
aos essenciais, contínuos. consumidor;
IX – permitir ao fornecedor, direta ou indi-
Art. 21. A aplicação da sanção prevista no in- retamente, variação unilateral do preço, juros,
ciso II do art. 18 terá lugar quando os produtos encargos, forma de pagamento ou atualização
forem comercializados em desacordo com as monetária;
especificações técnicas estabelecidas em legis- X – autorizar o fornecedor a cancelar o con-
lação própria, na Lei no 8.078, de 1990, e neste trato unilateralmente, sem que igual direito seja
Decreto. conferido ao consumidor, ou permitir, nos con-
§ 1o Os bens apreendidos, a critério da au- tratos de longa duração ou de trato sucessivo,
46 toridade, poderão ficar sob a guarda do pro-
o cancelamento sem justa causa e motivação, utilização de tipos de letra e cores diferenciados,
mesmo que dada ao consumidor a mesma opção; entre outros recursos gráficos e visuais;
XI – obrigar o consumidor a ressarcir os cus- XXIII – que impeça a troca de produto im-
tos de cobrança de sua obrigação, sem que igual próprio, inadequado, ou de valor diminuído, por
direito lhe seja conferido contra o fornecedor; outro da mesma espécie, em perfeitas condições
XII – autorizar o fornecedor a modificar de uso, ou a restituição imediata da quantia paga,
unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do devidamente corrigida, ou fazer abatimento
contrato após sua celebração; proporcional do preço, a critério do consumidor.
XIII – infringir normas ambientais ou pos- Parágrafo único. Dependendo da gravidade
sibilitar sua violação; da infração prevista nos incisos dos arts. 12,
XIV – possibilitar a renúncia ao direito de 13 e deste artigo, a pena de multa poderá ser
indenização por benfeitorias necessárias; cumulada com as demais previstas no art. 18,
XV – restringir direitos ou obrigações funda- sem prejuízo da competência de outros órgãos
mentais à natureza do contrato, de tal modo a administrativos.
ameaçar o seu objeto ou o equilíbrio contratual;
XVI – onerar excessivamente o consumidor, Art. 23. Os serviços prestados e os produtos
considerando-se a natureza e o conteúdo do remetidos ou entregues ao consumidor, na hi-
contrato, o interesse das partes e outras circuns- pótese prevista no inciso IV do art. 12 deste
tâncias peculiares à espécie; Decreto, equiparam-se às amostras grátis, ine-
XVII – determinar, nos contratos de compra xistindo obrigação de pagamento.
e venda mediante pagamento em prestações, ou
nas alienações fiduciárias em garantia, a perda Art. 24. Para a imposição da pena e sua gra-
total das prestações pagas, em benefício do cre- dação, serão considerados:
dor que, em razão do inadimplemento, pleitear I – as circunstâncias atenuantes e agravantes;
a resilição do contrato e a retomada do produto II – os antecedentes do infrator, nos termos
alienado, ressalvada a cobrança judicial de perdas do art. 28 deste Decreto.
e danos comprovadamente sofridos;
XVIII – anunciar, oferecer ou estipular pa- Art. 25. Consideram-se circunstâncias ate-
gamento em moeda estrangeira, salvo nos casos nuantes:
previstos em lei; I – a ação do infrator não ter sido fundamental
XIX – cobrar multas de mora superiores a para a consecução do fato;
dois por cento, decorrentes do inadimplemento II – ser o infrator primário;
de obrigação no seu termo, conforme o dispos- III – ter o infrator adotado as providências
to no § 1o do art. 52 da Lei no 8.078, de 1990, pertinentes para minimizar ou de imediato re-
com a redação dada pela Lei no 9.298, de 1o de parar os efeitos do ato lesivo.
agosto de 1996;
XX – impedir, dificultar ou negar ao consu- Art. 26. Consideram-se circunstâncias agra-
midor a liquidação antecipada do débito, total vantes:
ou parcialmente, mediante redução proporci- I – ser o infrator reincidente;
onal dos juros, encargos e demais acréscimos, II – ter o infrator, comprovadamente, co-
inclusive seguro; metido a prática infrativa para obter vantagens
XXI – fizer constar do contrato alguma das indevidas;
cláusulas abusivas a que se refere o art. 56 deste III – trazer a prática infrativa consequências
Decreto; danosas à saúde ou à segurança do consumidor;
Normas principais
g) a identificação do agente autuante, sua por consumidor, deverá este ser informado so-
assinatura, a indicação do seu cargo ou função bre as razões do arquivamento pela autoridade
e o número de sua matrícula; competente.
h) a assinatura do depositário;
i) as proibições contidas no § 1o do art. 21 Art. 40. O processo administrativo, na forma
deste Decreto. deste Decreto, deverá, obrigatoriamente, conter: 49
I – a identificação do infrator; III – as razões de fato e de direito que fun-
II – a descrição do fato ou ato constitutivo damentam a impugnação;
da infração; IV – as provas que lhe dão suporte.
III – os dispositivos legais infringidos;
IV – a assinatura da autoridade competente. Art. 45. Decorrido o prazo da impugnação, o
órgão julgador determinará as diligências ca-
Art. 41. A autoridade administrativa poderá bíveis, podendo dispensar as meramente pro-
determinar, na forma de ato próprio, constatação telatórias ou irrelevantes, sendo-lhe facultado
preliminar da ocorrência de prática presumida. requisitar do infrator, de quaisquer pessoas físi-
cas ou jurídicas, órgãos ou entidades públicas
as necessárias informações, esclarecimentos ou
SEÇÃO V – Da Notificação documentos, a serem apresentados no prazo
estabelecido.
Art. 42. A autoridade competente expedirá
notificação ao infrator, fixando o prazo de dez Art. 46. A decisão administrativa conterá re-
dias, a contar da data de seu recebimento, para latório dos fatos, o respectivo enquadramento
apresentar defesa, na forma do art. 44 deste legal e, se condenatória, a natureza e gradação
Decreto. da pena.
§ 1o A notificação, acompanhada de cópia § 1o A autoridade administrativa competente,
da inicial do processo administrativo a que se antes de julgar o feito, apreciará a defesa e as
refere o art. 40, far-se-á: provas produzidas pelas partes, não estando
I – pessoalmente ao infrator, seu mandatário vinculada ao relatório de sua consultoria jurídica
ou preposto; ou órgão similar, se houver.
II – por carta registrada ao infrator, seu man- § 2o Julgado o processo e fixada a multa,
datário ou preposto, com Aviso de Recebimento será o infrator notificado para efetuar seu re-
(AR). colhimento no prazo de dez dias ou apresentar
§ 2o Quando o infrator, seu mandatário ou recurso.
preposto não puder ser notificado, pessoalmente § 3o Em caso de provimento do recurso, os
ou por via postal, será feita a notificação por valores recolhidos serão devolvidos ao recorrente
edital, a ser afixado nas dependências do órgão na forma estabelecida pelo Conselho Gestor
respectivo, em lugar público, pelo prazo de dez do Fundo.
dias, ou divulgado, pelo menos uma vez, na
imprensa oficial ou em jornal de circulação local. Art. 47. Quando a cominação prevista for a
contrapropaganda, o processo poderá ser ins-
truído com indicações técnico-publicitárias,
SEÇÃO VI – Da Impugnação e do das quais se intimará o autuado, obedecidas,
Julgamento do Processo Administrativo na execução da respectiva decisão, as condições
constantes do § 1o do art. 60 da Lei no 8.078,
Art. 43. O processo administrativo decorrente de 1990.
Código de Defesa do Consumidor
SEÇÃO VIII – Dos Recursos Administrativos Art. 56. Na forma do art. 51 da Lei no 8.078,
de 1990, e com o objetivo de orientar o Sistema
Art. 49. Das decisões da autoridade competente Nacional de Defesa do Consumidor, a Secretaria
do órgão público que aplicou a sanção caberá Nacional do Consumidor divulgará, anualmente,
recurso, sem efeito suspensivo, no prazo de dez elenco complementar de cláusulas contratuais
dias, contados da data da intimação da decisão, consideradas abusivas, notadamente para o fim
a seu superior hierárquico, que proferirá decisão de aplicação do disposto no inciso IV do caput
definitiva. do art. 22.
Parágrafo único. No caso de aplicação de § 1o Na elaboração do elenco referido no
multas, o recurso será recebido, com efeito sus- caput e posteriores inclusões, a consideração
pensivo, pela autoridade superior. sobre a abusividade de cláusulas contratuais se
dará de forma genérica e abstrata.
Art. 50. Quando o processo tramitar no âm- § 2o O elenco de cláusulas consideradas abu-
bito do Departamento de Proteção e Defesa sivas tem natureza meramente exemplificativa,
do Consumidor, o julgamento do feito será de não impedindo que outras, também, possam
responsabilidade do Diretor daquele órgão, ca- vir a ser assim consideradas pelos órgãos da
bendo recurso ao titular da Secretaria Nacional Administração Pública incumbidos da defesa
do Consumidor, no prazo de dez dias, contado dos interesses e direitos protegidos pelo Código
da data da intimação da decisão, como segunda de Defesa do Consumidor e legislação correlata.
e última instância recursal. § 3o A apreciação sobre a abusividade de
cláusulas contratuais, para fins de sua inclusão
Art. 51. Não será conhecido o recurso inter- no elenco a que se refere o caput deste artigo, se
posto fora dos prazos e condições estabelecidos dará de ofício ou por provocação dos legitimados
neste Decreto. referidos no art. 82 da Lei no 8.078, de 1990.
52
Normas correlatas
Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo
ou do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
Art. 1o Fica autorizada a diferenciação de pre- Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
ços de bens e serviços oferecidos ao público em publicação.
função do prazo ou do instrumento de paga-
mento utilizado. Brasília, 26 de junho de 2017; 196o da Indepen-
Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, dência e 129o da República.
estabelecida no âmbito de arranjos de paga-
mento ou de outros acordos para prestação de MICHEL TEMER
serviço de pagamento, que proíba ou restrinja
a diferenciação de preços facultada no caput Promulgada em 26/6/2017 e publicada no DOU de
deste artigo. 27/6/2017.
Código de Defesa do Consumidor
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às
54 quais se destinam.
Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
comunicações pela internet, salvo por ordem defesa do consumidor nas relações de consumo
judicial, na forma da lei; realizadas na internet.
III – inviolabilidade e sigilo de suas comuni-
cações privadas armazenadas, salvo por ordem Art. 8o A garantia do direito à privacidade e
judicial; à liberdade de expressão nas comunicações é
IV – não suspensão da conexão à internet, condição para o pleno exercício do direito de
salvo por débito diretamente decorrente de sua acesso à internet.
utilização; Parágrafo único. São nulas de pleno direito
V – manutenção da qualidade contratada da as cláusulas contratuais que violem o disposto
conexão à internet; no caput, tais como aquelas que:
56
I – impliquem ofensa à inviolabilidade e ao si- SEÇÃO II – Da Proteção aos Registros, aos
gilo das comunicações privadas, pela internet; ou Dados Pessoais e às Comunicações Privadas
II – em contrato de adesão, não ofereçam
como alternativa ao contratante a adoção do Art. 10. A guarda e a disponibilização dos
foro brasileiro para solução de controvérsias registros de conexão e de acesso a aplicações
decorrentes de serviços prestados no Brasil. de internet de que trata esta Lei, bem como de
dados pessoais e do conteúdo de comunicações
privadas, devem atender à preservação da inti-
CAPÍTULO III – Da Provisão de Conexão e midade, da vida privada, da honra e da imagem
de Aplicações de Internet das partes direta ou indiretamente envolvidas.
SEÇÃO I – Da Neutralidade de Rede § 1o O provedor responsável pela guarda so-
mente será obrigado a disponibilizar os registros
Art. 9o O responsável pela transmissão, comu- mencionados no caput, de forma autônoma ou
tação ou roteamento tem o dever de tratar de associados a dados pessoais ou a outras informa-
forma isonômica quaisquer pacotes de dados, ções que possam contribuir para a identificação
sem distinção por conteúdo, origem e destino, do usuário ou do terminal, mediante ordem
serviço, terminal ou aplicação. judicial, na forma do disposto na Seção IV deste
§ 1o A discriminação ou degradação do trá- Capítulo, respeitado o disposto no art. 7o.
fego será regulamentada nos termos das atri- § 2o O conteúdo das comunicações privadas
buições privativas do Presidente da República somente poderá ser disponibilizado mediante
previstas no inciso IV do art. 84 da Constituição ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
Federal, para a fiel execução desta Lei, ouvidos lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos
o Comitê Gestor da Internet e a Agência Naci- II e III do art. 7o.
onal de Telecomunicações, e somente poderá § 3o O disposto no caput não impede o acesso
decorrer de: aos dados cadastrais que informem qualificação
I – requisitos técnicos indispensáveis à pres- pessoal, filiação e endereço, na forma da lei,
tação adequada dos serviços e aplicações; e pelas autoridades administrativas que detenham
II – priorização de serviços de emergência. competência legal para a sua requisição.
§ 2o Na hipótese de discriminação ou degra- § 4o As medidas e os procedimentos de se-
dação do tráfego prevista no § 1o, o responsável gurança e de sigilo devem ser informados pelo
mencionado no caput deve: responsável pela provisão de serviços de forma
I – abster-se de causar dano aos usuários, clara e atender a padrões definidos em regula-
na forma do art. 927 da Lei no 10.406, de 10 de mento, respeitado seu direito de confidenciali-
janeiro de 2002 – Código Civil; dade quanto a segredos empresariais.
II – agir com proporcionalidade, transpa-
rência e isonomia; Art. 11. Em qualquer operação de coleta, ar-
III – informar previamente de modo trans- mazenamento, guarda e tratamento de registros,
parente, claro e suficientemente descritivo aos de dados pessoais ou de comunicações por pro-
seus usuários sobre as práticas de gerenciamento vedores de conexão e de aplicações de internet
e mitigação de tráfego adotadas, inclusive as em que pelo menos um desses atos ocorra em
relacionadas à segurança da rede; e território nacional, deverão ser obrigatoriamente
IV – oferecer serviços em condições comer- respeitados a legislação brasileira e os direitos à
ciais não discriminatórias e abster-se de praticar privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao
condutas anticoncorrenciais. sigilo das comunicações privadas e dos registros.
Normas correlatas
§ 3o Na provisão de conexão à internet, one- § 1o O disposto no caput aplica-se aos dados
rosa ou gratuita, bem como na transmissão, coletados em território nacional e ao conteúdo
comutação ou roteamento, é vedado bloquear, das comunicações, desde que pelo menos um
monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos dos terminais esteja localizado no Brasil.
pacotes de dados, respeitado o disposto neste § 2o O disposto no caput aplica-se mesmo
artigo. que as atividades sejam realizadas por pessoa 57
jurídica sediada no exterior, desde que oferte § 1o A responsabilidade pela manutenção dos
serviço ao público brasileiro ou pelo menos uma registros de conexão não poderá ser transferida
integrante do mesmo grupo econômico possua a terceiros.
estabelecimento no Brasil. § 2o A autoridade policial ou administrativa
§ 3o Os provedores de conexão e de aplica- ou o Ministério Público poderá requerer cau-
ções de internet deverão prestar, na forma da telarmente que os registros de conexão sejam
regulamentação, informações que permitam a guardados por prazo superior ao previsto no
verificação quanto ao cumprimento da legis- caput.
lação brasileira referente à coleta, à guarda, ao § 3o Na hipótese do § 2o, a autoridade reque-
armazenamento ou ao tratamento de dados, rente terá o prazo de 60 (sessenta) dias, contados
bem como quanto ao respeito à privacidade e a partir do requerimento, para ingressar com
ao sigilo de comunicações. o pedido de autorização judicial de acesso aos
§ 4o Decreto regulamentará o procedimento registros previstos no caput.
para apuração de infrações ao disposto neste § 4o O provedor responsável pela guarda
artigo. dos registros deverá manter sigilo em relação ao
requerimento previsto no § 2o, que perderá sua
Art. 12. Sem prejuízo das demais sanções cíveis, eficácia caso o pedido de autorização judicial
criminais ou administrativas, as infrações às seja indeferido ou não tenha sido protocolado
normas previstas nos arts. 10 e 11 ficam sujeitas, no prazo previsto no § 3o.
conforme o caso, às seguintes sanções, aplicadas § 5o Em qualquer hipótese, a disponibilização
de forma isolada ou cumulativa: ao requerente dos registros de que trata este arti-
I – advertência, com indicação de prazo para go deverá ser precedida de autorização judicial,
adoção de medidas corretivas; conforme disposto na Seção IV deste Capítulo.
II – multa de até 10% (dez por cento) do fa- § 6o Na aplicação de sanções pelo descum-
turamento do grupo econômico no Brasil no primento ao disposto neste artigo, serão consi-
seu último exercício, excluídos os tributos, con- derados a natureza e a gravidade da infração,
siderados a condição econômica do infrator e o os danos dela resultantes, eventual vantagem
princípio da proporcionalidade entre a gravidade auferida pelo infrator, as circunstâncias agravan-
da falta e a intensidade da sanção; tes, os antecedentes do infrator e a reincidência.
III – suspensão temporária das atividades
que envolvam os atos previstos no art. 11; ou
IV – proibição de exercício das atividades que SUBSEÇÃO II – Da Guarda de Registros de
envolvam os atos previstos no art. 11. Acesso a Aplicações de Internet na Provisão
Parágrafo único. Tratando-se de empresa de Conexão
estrangeira, responde solidariamente pelo pa-
gamento da multa de que trata o caput sua filial, Art. 14. Na provisão de conexão, onerosa ou
sucursal, escritório ou estabelecimento situado gratuita, é vedado guardar os registros de acesso
no País. a aplicações de internet.
Código de Defesa do Consumidor
Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por lhe os motivos e informações relativos à indis-
Terceiros ponibilização de conteúdo, com informações
que permitam o contraditório e a ampla defesa
Art. 18. O provedor de conexão à internet não em juízo, salvo expressa previsão legal ou ex-
será responsabilizado civilmente por danos de- pressa determinação judicial fundamentada em
correntes de conteúdo gerado por terceiros. contrário. 59
Parágrafo único. Quando solicitado pelo recebidas e à preservação da intimidade, da vida
usuário que disponibilizou o conteúdo tornado privada, da honra e da imagem do usuário, po-
indisponível, o provedor de aplicações de inter- dendo determinar segredo de justiça, inclusive
net que exerce essa atividade de forma organi- quanto aos pedidos de guarda de registro.
zada, profissionalmente e com fins econômicos
substituirá o conteúdo tornado indisponível
pela motivação ou pela ordem judicial que deu CAPÍTULO IV – Da Atuação do Poder
fundamento à indisponibilização. Público
Parágrafo único. Sem prejuízo dos demais a inovação e a difusão das aplicações de inter-
requisitos legais, o requerimento deverá conter, net, sem prejuízo à abertura, à neutralidade e à
sob pena de inadmissibilidade: natureza participativa;
I – fundados indícios da ocorrência do ilícito; VIII – desenvolvimento de ações e programas
II – justificativa motivada da utilidade dos de capacitação para uso da internet;
registros solicitados para fins de investigação IX – promoção da cultura e da cidadania; e
ou instrução probatória; e X – prestação de serviços públicos de atendi-
III – período ao qual se referem os registros. mento ao cidadão de forma integrada, eficiente,
simplificada e por múltiplos canais de acesso,
Art. 23. Cabe ao juiz tomar as providências inclusive remotos.
60 necessárias à garantia do sigilo das informações
Art. 25. As aplicações de internet de entes do CAPÍTULO V – Disposições Finais
poder público devem buscar:
I – compatibilidade dos serviços de governo Art. 29. O usuário terá a opção de livre escolha
eletrônico com diversos terminais, sistemas ope- na utilização de programa de computador em
racionais e aplicativos para seu acesso; seu terminal para exercício do controle parental
II – acessibilidade a todos os interessados, de conteúdo entendido por ele como impróprio
independentemente de suas capacidades físico- a seus filhos menores, desde que respeitados
motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais, os princípios desta Lei e da Lei no 8.069, de 13
mentais, culturais e sociais, resguardados os de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
aspectos de sigilo e restrições administrativas Adolescente.
e legais; Parágrafo único. Cabe ao poder público, em
III – compatibilidade tanto com a leitura hu- conjunto com os provedores de conexão e de
mana quanto com o tratamento automatizado aplicações de internet e a sociedade civil, pro-
das informações; mover a educação e fornecer informações sobre
IV – facilidade de uso dos serviços de governo o uso dos programas de computador previstos
eletrônico; e no caput, bem como para a definição de boas
V – fortalecimento da participação social nas práticas para a inclusão digital de crianças e
políticas públicas. adolescentes.
Art. 26. O cumprimento do dever constituci- Art. 30. A defesa dos interesses e dos direitos
onal do Estado na prestação da educação, em estabelecidos nesta Lei poderá ser exercida em
todos os níveis de ensino, inclui a capacitação, juízo, individual ou coletivamente, na forma
integrada a outras práticas educacionais, para o da lei.
uso seguro, consciente e responsável da internet
como ferramenta para o exercício da cidadania, Art. 31. Até a entrada em vigor da lei específica
a promoção da cultura e o desenvolvimento prevista no § 2o do art. 19, a responsabilidade
tecnológico. do provedor de aplicações de internet por danos
decorrentes de conteúdo gerado por terceiros,
Art. 27. As iniciativas públicas de fomento à quando se tratar de infração a direitos de autor
cultura digital e de promoção da internet como ou a direitos conexos, continuará a ser discipli-
ferramenta social devem: nada pela legislação autoral vigente aplicável na
I – promover a inclusão digital; data da entrada em vigor desta Lei.
II – buscar reduzir as desigualdades, sobretu-
do entre as diferentes regiões do País, no acesso Art. 32. Esta Lei entra em vigor após decorri-
às tecnologias da informação e comunicação e dos 60 (sessenta) dias de sua publicação oficial.
no seu uso; e
III – fomentar a produção e circulação de Brasília, 23 de abril de 2014; 193o da Indepen-
conteúdo nacional. dência e 126o da República.
61
Lei no 12.741/2012
Dispõe sobre as medidas de esclarecimento ao consumidor, de que trata o § 5o do artigo 150 da
Constituição Federal; altera o inciso III do art. 6o e o inciso IV do art. 106 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor.
em valores monetários (no caso de alíquota es- oriundos de operações de comércio exterior e
pecífica); no caso de se utilizar meio eletrônico, representem percentual superior a 20% (vinte
este deverá estar disponível ao consumidor no por cento) do preço de venda.
âmbito do estabelecimento comercial. § 7o Na hipótese de incidência do imposto
§ 4o (Vetado) sobre a importação, nos termos do § 6o, bem
como da incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI, todos os fornecedores
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram constantes das diversas cadeias produtivas de-
normas, suprimiram-se as alterações determinadas verão fornecer aos adquirentes, em meio mag-
uma vez que já foram incorporadas às normas às nético, os valores dos 2 (dois) tributos indivi-
62 quais se destinam. dualizados por item comercializado.
§ 8o Em relação aos serviços de natureza cidamente idônea, voltada primordialmente à
financeira, quando não seja legalmente prevista apuração e análise de dados econômicos.
a emissão de documento fiscal, as informações
de que trata este artigo deverão ser feitas em ta- Art. 3o O inciso III do art. 6o da Lei no 8.078,
belas afixadas nos respectivos estabelecimentos. de 11 de setembro de 1990, passa a vigorar com
§ 9o (Vetado) a seguinte redação:
§ 10. A indicação relativa ao IOF (prevista ...............................................................................
no inciso IV do § 5o) restringe-se aos produtos
financeiros sobre os quais incida diretamente Art. 4o (Vetado)
aquele tributo.
§ 11. A indicação relativa ao PIS e à Cofins Art. 5o Decorrido o prazo de 12 (doze) me-
(incisos VII e VIII do § 5o), limitar-se-á à tri- ses, contado do início de vigência desta Lei, o
butação incidente sobre a operação de venda descumprimento de suas disposições sujeitará
ao consumidor. o infrator às sanções previstas no Capítulo VII
§ 12. Sempre que o pagamento de pessoal do Título I da Lei no 8.078, de 11 de setembro
constituir item de custo direto do serviço ou de 1990.
produto fornecido ao consumidor, deve ser di-
vulgada, ainda, a contribuição previdenciária Art. 6o Esta Lei entra em vigor 6 (seis) meses
dos empregados e dos empregadores incidente, após a data de sua publicação.
alocada ao serviço ou produto.
Brasília, 8 de dezembro de 2012; 191o da Inde-
Art. 2 Os valores aproximados de que trata
o
pendência e 124o da República.
o art. 1o serão apurados sobre cada operação, e
poderão, a critério das empresas vendedoras, DILMA ROUSSEFF
ser calculados e fornecidos, semestralmente,
por instituição de âmbito nacional reconhe- Promulgada em 8/12/2012 e publicada no DOU de
10/12/2012.
Normas correlatas
63
Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985; revoga dispositivos da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei no 9.781, de 19 de janeiro
de 1999; e dá outras providências.
por infrações à ordem econômica, procedimento VII – recorrer de ofício ao Tribunal quando
para apuração de ato de concentração, processo decidir pelo arquivamento de processo adminis-
administrativo para análise de ato de concentra- trativo para imposição de sanções administrati-
ção econômica e processo administrativo para vas por infrações à ordem econômica;
imposição de sanções processuais incidentais VIII – remeter ao Tribunal, para julgamen-
instaurados para prevenção, apuração ou repres- to, os processos administrativos que instaurar,
são de infrações à ordem econômica; quando entender configurada infração da ordem
VI – no interesse da instrução dos tipos pro- econômica;
cessuais referidos nesta Lei:
a) requisitar informações e documentos de
68 quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos, NE: conforme registrado no DOU.
2
IX – propor termo de compromisso de ces- V – ordenar despesas referentes à unidade
sação de prática por infração à ordem econô- gestora da Superintendência-Geral; e
mica, submetendo-o à aprovação do Tribunal, VI – exercer outras atribuições previstas em
e fiscalizar o seu cumprimento; lei.
X – sugerir ao Tribunal condições para a cele-
bração de acordo em controle de concentrações
e fiscalizar o seu cumprimento; SEÇÃO IV – Da Procuradoria Federal junto
XI – adotar medidas preventivas que condu- ao Cade
zam à cessação de prática que constitua infração
da ordem econômica, fixando prazo para seu Art. 15. Funcionará junto ao Cade Procura-
cumprimento e o valor da multa diária a ser doria Federal Especializada, competindo-lhe:
aplicada, no caso de descumprimento; I – prestar consultoria e assessoramento ju-
XII – receber, instruir e aprovar ou impugnar rídico ao Cade;
perante o Tribunal os processos administrativos II – representar o Cade judicial e extrajudi-
para análise de ato de concentração econômica; cialmente;
XIII – orientar os órgãos e entidades da ad- III – promover a execução judicial das deci-
ministração pública quanto à adoção de medidas sões e julgados do Cade;
necessárias ao cumprimento desta Lei; IV – proceder à apuração da liquidez dos
XIV – desenvolver estudos e pesquisas ob- créditos do Cade, inscrevendo-os em dívida ativa
jetivando orientar a política de prevenção de para fins de cobrança administrativa ou judicial;
infrações da ordem econômica; V – tomar as medidas judiciais solicitadas
XV – instruir o público sobre as diversas pelo Tribunal ou pela Superintendência-Geral,
formas de infração da ordem econômica e os necessárias à cessação de infrações da ordem
modos de sua prevenção e repressão; econômica ou à obtenção de documentos para
XVI – exercer outras atribuições previstas a instrução de processos administrativos de
em lei; qualquer natureza;
XVII – prestar ao Poder Judiciário, sempre VI – promover acordos judiciais nos proces-
que solicitado, todas as informações sobre an- sos relativos a infrações contra a ordem econô-
damento das investigações, podendo, inclusive, mica, mediante autorização do Tribunal;
fornecer cópias dos autos para instruir ações VII – emitir, sempre que solicitado expressa-
judiciais; e mente por Conselheiro ou pelo Superintendente-
XVIII – adotar as medidas administrativas Geral, parecer nos processos de competência
necessárias à execução e ao cumprimento das do Cade, sem que tal determinação implique
decisões do Plenário. a suspensão do prazo de análise ou prejuízo à
tramitação normal do processo;
Art. 14. São atribuições do Superintendente- VIII – zelar pelo cumprimento desta Lei; e
Geral: IX – desincumbir-se das demais tarefas que
I – participar, quando entender necessário, lhe sejam atribuídas pelo regimento interno.
sem direito a voto, das reuniões do Tribunal e Parágrafo único. Compete à Procuradoria
proferir sustentação oral, na forma do regimento Federal junto ao Cade, ao dar execução judici-
interno; al às decisões da Superintendência-Geral e do
II – cumprir e fazer cumprir as decisões do Tribunal, manter o Presidente do Tribunal, os
Tribunal na forma determinada pelo seu Pre- Conselheiros e o Superintendente-Geral infor-
sidente; mados sobre o andamento das ações e medidas
Normas correlatas
das reuniões do Tribunal, sem direito a voto. que afetem ou possam afetar a concorrência nos
§ 2o Aplicam-se ao Economista-Chefe as diversos setores econômicos do País;
mesmas normas de impedimento aplicáveis VII – manifestar-se, de ofício ou quando
aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto solicitada, a respeito do impacto concorrencial
ao comparecimento às sessões. de medidas em discussão no âmbito de fóruns
negociadores relativos às atividades de alteração
tarifária, ao acesso a mercados e à defesa comer-
cial, ressalvadas as competências dos órgãos
envolvidos;
VIII – encaminhar ao órgão competente re-
70 presentação para que este, a seu critério, ado-
te as medidas legais cabíveis, sempre que for Art. 22. Anualmente, o Presidente do Tribunal,
identificado ato normativo que tenha caráter ouvido o Superintendente-Geral, encaminhará
anticompetitivo. ao Poder Executivo a proposta de orçamento do
§ 1o Para o cumprimento de suas atribuições, Cade e a lotação ideal do pessoal que prestará
a Secretaria de Acompanhamento Econômico serviço àquela autarquia.
poderá:
I – requisitar informações e documentos de Art. 23. Instituem-se taxas processuais sobre
quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e enti- os processos de competência do Cade, no valor
dades, públicas ou privadas, mantendo o sigilo de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), para
legal quando for o caso; os processos que têm como fato gerador a apre-
II – celebrar acordos e convênios com órgãos sentação dos atos previstos no art. 88 desta Lei,
ou entidades públicas ou privadas, federais, es- e no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
taduais, municipais, do Distrito Federal e dos para os processos que têm como fato gerador a
Territórios para avaliar e/ou sugerir medidas apresentação das consultas referidas no § 4o do
relacionadas à promoção da concorrência. art. 9o desta Lei.
§ 2o A Secretaria de Acompanhamento Eco- Parágrafo único. A taxa processual de que
nômico divulgará anualmente relatório de suas trata o caput deste artigo poderá ser atualizada
ações voltadas para a promoção da concorrência. por ato do Poder Executivo, após autorização
do Congresso Nacional.
TÍTULO III – Do Ministério Público Federal Art. 24. São contribuintes da taxa processual
perante o CADE que tem como fato gerador a apresentação dos
atos previstos no art. 88 desta Lei qualquer das
Art. 20. O Procurador-Geral da República, ou- requerentes.
vido o Conselho Superior, designará membro do
Ministério Público Federal para, nesta qualidade, Art. 25. O recolhimento da taxa processual que
emitir parecer, nos processos administrativos tem como fato gerador a apresentação dos atos
para imposição de sanções administrativas por previstos no art. 88 desta Lei deverá ser com-
infrações à ordem econômica, de ofício ou a provado no momento da protocolização do ato.
requerimento do Conselheiro-Relator. § 1o A taxa processual não recolhida no mo-
mento fixado no caput deste artigo será cobrada
com os seguintes acréscimos:
TÍTULO IV – Do Patrimônio, das Receitas I – juros de mora, contados do mês seguinte
e da Gestão Administrativa, Orçamentária e ao do vencimento, à razão de 1% (um por cento),
Financeira calculados na forma da legislação aplicável aos
tributos federais;
Art. 21. Compete ao Presidente do Tribunal II – multa de mora de 20% (vinte por cento).
orientar, coordenar e supervisionar as atividades § 2o Os juros de mora não incidem sobre o
administrativas do Cade, respeitadas as atribui- valor da multa de mora.
ções dos dirigentes dos demais órgãos previstos
no art. 5o desta Lei. Art. 26. (Vetado)
§ 1o A Superintendência-Geral constituirá
unidade gestora, para fins administrativos e Art. 27. As taxas de que tratam os arts. 23 e 26
financeiros, competindo ao seu Superinten- desta Lei serão recolhidas ao Tesouro Nacional
Normas correlatas
§ 1o O Cade fará acompanhar as propos- econômica não exclui a punição de outros ilícitos
tas orçamentárias de quadro demonstrativo do previstos em lei.
planejamento plurianual das receitas e despe-
sas, visando ao seu equilíbrio orçamentário e
financeiro nos 5 (cinco) exercícios subsequentes. CAPÍTULO II – Das Infrações
§ 2o A lei orçamentária anual consignará as
dotações para as despesas de custeio e capital do Art. 36. Constituem infração da ordem econô-
Cade, relativas ao exercício a que ela se referir. mica, independentemente de culpa, os atos sob
qualquer forma manifestados, que tenham por
Art. 30. Somam-se ao atual patrimônio do objeto ou possam produzir os seguintes efeitos,
72 Cade os bens e direitos pertencentes ao Mi- ainda que não sejam alcançados:
I – limitar, falsear ou de qualquer forma pre- VI – exigir ou conceder exclusividade para
judicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; divulgação de publicidade nos meios de comu-
II – dominar mercado relevante de bens ou nicação de massa;
serviços; VII – utilizar meios enganosos para provocar
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e a oscilação de preços de terceiros;
IV – exercer de forma abusiva posição do- VIII – regular mercados de bens ou serviços,
minante. estabelecendo acordos para limitar ou controlar
§ 1o A conquista de mercado resultante de a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a
processo natural fundado na maior eficiência produção de bens ou prestação de serviços, ou
de agente econômico em relação a seus com- para dificultar investimentos destinados à pro-
petidores não caracteriza o ilícito previsto no dução de bens ou serviços ou à sua distribuição;
inciso II do caput deste artigo. IX – impor, no comércio de bens ou servi-
§ 2o Presume-se posição dominante sempre ços, a distribuidores, varejistas e representan-
que uma empresa ou grupo de empresas for ca- tes preços de revenda, descontos, condições de
paz de alterar unilateral ou coordenadamente as pagamento, quantidades mínimas ou máximas,
condições de mercado ou quando controlar 20% margem de lucro ou quaisquer outras condições
(vinte por cento) ou mais do mercado relevante, de comercialização relativos a negócios destes
podendo este percentual ser alterado pelo Cade com terceiros;
para setores específicos da economia. X – discriminar adquirentes ou fornecedores
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, de bens ou serviços por meio da fixação diferen-
na medida em que configurem hipótese prevista ciada de preços, ou de condições operacionais
no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam de venda ou prestação de serviços;
infração da ordem econômica: XI – recusar a venda de bens ou a prestação
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar de serviços, dentro das condições de pagamento
com concorrente, sob qualquer forma: normais aos usos e costumes comerciais;
a) os preços de bens ou serviços ofertados XII – dificultar ou romper a continuidade ou
individualmente; desenvolvimento de relações comerciais de prazo
b) a produção ou a comercialização de uma indeterminado em razão de recusa da outra
quantidade restrita ou limitada de bens ou a parte em submeter-se a cláusulas e condições
prestação de um número, volume ou frequência comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
restrita ou limitada de serviços; XIII – destruir, inutilizar ou açambarcar
c) a divisão de partes ou segmentos de um matérias-primas, produtos intermediários ou
mercado atual ou potencial de bens ou serviços, acabados, assim como destruir, inutilizar ou di-
mediante, dentre outros, a distribuição de clien- ficultar a operação de equipamentos destinados
tes, fornecedores, regiões ou períodos; a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
d) preços, condições, vantagens ou abstenção XIV – açambarcar ou impedir a exploração de
em licitação pública; direitos de propriedade industrial ou intelectual
II – promover, obter ou influenciar a adoção ou de tecnologia;
de conduta comercial uniforme ou concertada XV – vender mercadoria ou prestar serviços
entre concorrentes; injustificadamente abaixo do preço de custo;
III – limitar ou impedir o acesso de novas XVI – reter bens de produção ou de consumo,
empresas ao mercado; exceto para garantir a cobertura dos custos de
IV – criar dificuldades à constituição, ao fun- produção;
cionamento ou ao desenvolvimento de empresa XVII – cessar parcial ou totalmente as ativi-
Normas correlatas
trata o inciso I do caput deste artigo, o Cade po- que configurem infração da ordem econômica,
derá considerar o faturamento total da empresa após decisão do Tribunal determinando sua
ou grupo de empresas, quando não dispuser cessação, bem como pelo não cumprimento de
do valor do faturamento no ramo de atividade obrigações de fazer ou não fazer impostas, ou
empresarial em que ocorreu a infração, definido pelo descumprimento de medida preventiva ou
pelo Cade, ou quando este for apresentado de termo de compromisso de cessação previstos
forma incompleta e/ou não demonstrado de nesta Lei, o responsável fica sujeito a multa diária
forma inequívoca e idônea. fixada em valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
podendo ser aumentada em até 50 (cinquenta)
Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas no vezes, se assim recomendar a situação econômica
74 art. 37 desta Lei, quando assim exigir a gravidade do infrator e a gravidade da infração.
Art. 40. A recusa, omissão ou retardamento (cinco milhões de reais), de acordo com a gra-
injustificado de informação ou documentos vidade dos fatos e a situação econômica do
solicitados pelo Cade ou pela Secretaria de infrator, sem prejuízo das demais cominações
Acompanhamento Econômico constitui infra- legais cabíveis.
ção punível com multa diária de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), podendo ser aumentada em Art. 44. Aquele que prestar serviços ao Cade ou
até 20 (vinte) vezes, se necessário para garantir a Seae, a qualquer título, e que der causa, mesmo
sua eficácia, em razão da situação econômica que por mera culpa, à disseminação indevida
do infrator. de informação acerca de empresa, coberta por
§ 1o O montante fixado para a multa diária sigilo, será punível com multa pecuniária de
de que trata o caput deste artigo constará do R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte
documento que contiver a requisição da auto- mil reais), sem prejuízo de abertura de outros
ridade competente. procedimentos cabíveis.
§ 2o Compete à autoridade requisitante a § 1o Se o autor da disseminação indevida
aplicação da multa prevista no caput deste artigo. estiver servindo o Cade em virtude de man-
§ 3o Tratando-se de empresa estrangeira, dato, ou na qualidade de Procurador Federal
responde solidariamente pelo pagamento da ou Economista-Chefe, a multa será em dobro.
multa de que trata o caput sua filial, sucursal, § 2o O Regulamento definirá o procedimento
escritório ou estabelecimento situado no País. para que uma informação seja tida como sigilosa,
no âmbito do Cade e da Seae.
Art. 41. A falta injustificada do representado
ou de terceiros, quando intimados para prestar Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas
esclarecimentos, no curso de inquérito ou pro- nesta Lei, levar-se-á em consideração:
cesso administrativo, sujeitará o faltante à multa I – a gravidade da infração;
de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 15.000,00 II – a boa-fé do infrator;
(quinze mil reais) para cada falta, aplicada con- III – a vantagem auferida ou pretendida pelo
forme sua situação econômica. infrator;
Parágrafo único. A multa a que se refere o IV – a consumação ou não da infração;
caput deste artigo será aplicada mediante auto V – o grau de lesão, ou perigo de lesão, à
de infração pela autoridade competente. livre concorrência, à economia nacional, aos
consumidores, ou a terceiros;
Art. 42. Impedir, obstruir ou de qualquer outra VI – os efeitos econômicos negativos produ-
forma dificultar a realização de inspeção auto- zidos no mercado;
rizada pelo Plenário do Tribunal, pelo Conse- VII – a situação econômica do infrator; e
lheiro-Relator ou pela Superintendência-Geral VIII – a reincidência.
no curso de procedimento preparatório, inquéri-
to administrativo, processo administrativo ou
qualquer outro procedimento sujeitará o inspe- CAPÍTULO IV – Da Prescrição
cionado ao pagamento de multa de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) a R$ 400.000,00 (quatrocentos Art. 46. Prescrevem em 5 (cinco) anos as ações
mil reais), conforme a situação econômica do punitivas da administração pública federal, di-
infrator, mediante a lavratura de auto de infração reta e indireta, objetivando apurar infrações da
pelo órgão competente. ordem econômica, contados da data da prática
do ilícito ou, no caso de infração permanente
Normas correlatas
que os requerentes a emendem, sob pena de rante o Tribunal, deverão ser demonstrados, de
arquivamento. forma circunstanciada, o potencial lesivo do ato
§ 2o Após o protocolo da apresentação do ato à concorrência e as razões pelas quais não deve
de concentração, ou de sua emenda, a Superin- ser aprovado integralmente ou rejeitado.
77
SEÇÃO II – Do Processo Administrativo no § 1o O Tribunal determinará as restrições
Tribunal cabíveis no sentido de mitigar os eventuais efei-
tos nocivos do ato de concentração sobre os
Art. 58. O requerente poderá oferecer, no prazo mercados relevantes afetados.
de 30 (trinta) dias da data de impugnação da § 2o As restrições mencionadas no § 1o deste
Superintendência-Geral, em petição escrita, di- artigo incluem:
rigida ao Presidente do Tribunal, manifestação I – a venda de ativos ou de um conjunto de
expondo as razões de fato e de direito com que ativos que constitua uma atividade empresarial;
se opõe à impugnação do ato de concentração II – a cisão de sociedade;
da Superintendência-Geral e juntando todas III – a alienação de controle societário;
as provas, estudos e pareceres que corroboram IV – a separação contábil ou jurídica de ati-
seu pedido. vidades;
Parágrafo único. Em até 48 (quarenta e oito) V – o licenciamento compulsório de direitos
horas da decisão de que trata a impugnação pela de propriedade intelectual; e
Superintendência-Geral, disposta no inciso II do VI – qualquer outro ato ou providência ne-
caput do art. 57 desta Lei e na hipótese do inciso cessários para a eliminação dos efeitos nocivos
I do art. 65 desta Lei, o processo será distribuído, à ordem econômica.
por sorteio, a um Conselheiro-Relator. § 3o Julgado o processo no mérito, o ato não
poderá ser novamente apresentado nem revisto
Art. 59. Após a manifestação do requerente, o no âmbito do Poder Executivo.
Conselheiro-Relator:
I – proferirá decisão determinando a inclusão Art. 62. Em caso de recusa, omissão, engano-
do processo em pauta para julgamento, caso en- sidade, falsidade ou retardamento injustificado,
tenda que se encontre suficientemente instruído; por parte dos requerentes, de informações ou
II – determinará a realização de instrução documentos cuja apresentação for determinada
complementar, se necessário, podendo, a seu pelo Cade, sem prejuízo das demais sanções
critério, solicitar que a Superintendência-Geral cabíveis, poderá o pedido de aprovação do ato
a realize, declarando os pontos controversos e de concentração ser rejeitado por falta de pro-
especificando as diligências a serem produzidas. vas, caso em que o requerente somente poderá
§ 1o O Conselheiro-Relator poderá autorizar, realizar o ato mediante apresentação de novo
conforme o caso, precária e liminarmente, a pedido, nos termos do art. 53 desta Lei.
realização do ato de concentração econômica,
impondo as condições que visem à preservação Art. 63. Os prazos previstos neste Capítulo não
da reversibilidade da operação, quando assim se suspendem ou interrompem por qualquer
recomendarem as condições do caso concreto. motivo, ressalvado o disposto no § 5o do art. 6o
§ 2o O Conselheiro-Relator poderá acom- desta Lei, quando for o caso.
panhar a realização das diligências referidas no
inciso II do caput deste artigo. Art. 64. (Vetado)
Código de Defesa do Consumidor
Art. 67. Até 10 (dez) dias úteis a partir da data Art. 70. Na decisão que instaurar o processo
de encerramento do inquérito administrativo, administrativo, será determinada a notificação
a Superintendência-Geral decidirá pela instau- do representado para, no prazo de 30 (trinta)
ração do processo administrativo ou pelo seu dias, apresentar defesa e especificar as provas que
arquivamento. pretende sejam produzidas, declinando a qua-
§ 1o O Tribunal poderá, mediante provo- lificação completa de até 3 (três) testemunhas.
cação de um Conselheiro e em decisão fun- § 1o A notificação inicial conterá o inteiro
damentada, avocar o inquérito administrativo teor da decisão de instauração do processo ad-
ou procedimento preparatório de inquérito ministrativo e da representação, se for o caso.
administrativo arquivado pela Superintendên- § 2o A notificação inicial do representado
cia-Geral, ficando prevento o Conselheiro que será feita pelo correio, com aviso de recebimento
encaminhou a provocação. em nome próprio, ou outro meio que assegure a
§ 2o Avocado o inquérito administrativo, o certeza da ciência do interessado ou, não tendo
Conselheiro-Relator terá o prazo de 30 (trinta) êxito a notificação postal, por edital publicado
dias úteis para: no Diário Oficial da União e em jornal de grande
I – confirmar a decisão de arquivamento da circulação no Estado em que resida ou tenha
Superintendência-Geral, podendo, se entender sede, contando-se os prazos da juntada do aviso
necessário, fundamentar sua decisão; de recebimento, ou da publicação, conforme
II – transformar o inquérito administrativo o caso.
em processo administrativo, determinando a § 3o A intimação dos demais atos processuais
realização de instrução complementar, poden- será feita mediante publicação no Diário Oficial
do, a seu critério, solicitar que a Superinten- da União, da qual deverá constar o nome do
dência-Geral a realize, declarando os pontos representado e de seu procurador, se houver.
controversos e especificando as diligências a § 4o O representado poderá acompanhar o
serem produzidas. processo administrativo por seu titular e seus
§ 3o Ao inquérito administrativo poderá ser diretores ou gerentes, ou por seu procurador,
dado tratamento sigiloso, no interesse das in- assegurando-se-lhes amplo acesso aos autos
Código de Defesa do Consumidor
82
CAPÍTULO VII – Do Programa de I – decretar a extinção da ação punitiva da
Leniência administração pública em favor do infrator, nas
hipóteses em que a proposta de acordo tiver sido
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superin- apresentada à Superintendência-Geral sem que
tendência-Geral, poderá celebrar acordo de essa tivesse conhecimento prévio da infração
leniência, com a extinção da ação punitiva da noticiada; ou
administração pública ou a redução de 1 (um) II – nas demais hipóteses, reduzir de 1 (um) a
a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, nos 2/3 (dois terços) as penas aplicáveis, observado
termos deste artigo, com pessoas físicas e ju- o disposto no art. 45 desta Lei, devendo ainda
rídicas que forem autoras de infração à ordem considerar na gradação da pena a efetividade da
econômica, desde que colaborem efetivamente colaboração prestada e a boa-fé do infrator no
com as investigações e o processo administrativo cumprimento do acordo de leniência.
e que dessa colaboração resulte: § 5o Na hipótese do inciso II do § 4o deste
I – a identificação dos demais envolvidos na artigo, a pena sobre a qual incidirá o fator redutor
infração; e não será superior à menor das penas aplicadas
II – a obtenção de informações e documentos aos demais coautores da infração, relativamente
que comprovem a infração noticiada ou sob aos percentuais fixados para a aplicação das
investigação. multas de que trata o inciso I do art. 37 desta Lei.
§ 1o O acordo de que trata o caput deste arti- § 6o Serão estendidos às empresas do mesmo
go somente poderá ser celebrado se preenchidos, grupo, de fato ou de direito, e aos seus dirigen-
cumulativamente, os seguintes requisitos: tes, administradores e empregados envolvidos
I – a empresa seja a primeira a se qualificar na infração os efeitos do acordo de leniência,
com respeito à infração noticiada ou sob in- desde que o firmem em conjunto, respeitadas
vestigação; as condições impostas.
II – a empresa cesse completamente seu en- § 7o A empresa ou pessoa física que não
volvimento na infração noticiada ou sob investi- obtiver, no curso de inquérito ou processo ad-
gação a partir da data de propositura do acordo; ministrativo, habilitação para a celebração do
III – a Superintendência-Geral não disponha acordo de que trata este artigo, poderá celebrar
de provas suficientes para assegurar a condena- com a Superintendência-Geral, até a remessa do
ção da empresa ou pessoa física por ocasião da processo para julgamento, acordo de leniência
propositura do acordo; e relacionado a uma outra infração, da qual o
IV – a empresa confesse sua participação no Cade não tenha qualquer conhecimento prévio.
ilícito e coopere plena e permanentemente com § 8o Na hipótese do § 7o deste artigo, o infra-
as investigações e o processo administrativo, tor se beneficiará da redução de 1/3 (um terço)
comparecendo, sob suas expensas, sempre que da pena que lhe for aplicável naquele processo,
solicitada, a todos os atos processuais, até seu sem prejuízo da obtenção dos benefícios de que
encerramento. trata o inciso I do § 4o deste artigo em relação
§ 2o Com relação às pessoas físicas, elas à nova infração denunciada.
poderão celebrar acordos de leniência desde § 9o Considera-se sigilosa a proposta de acor-
que cumpridos os requisitos II, III e IV do § 1o do de que trata este artigo, salvo no interesse
deste artigo. das investigações e do processo administrativo.
§ 3o O acordo de leniência firmado com o § 10. Não importará em confissão quanto à
Cade, por intermédio da Superintendência- matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude
Geral, estipulará as condições necessárias para da conduta analisada, a proposta de acordo de
Normas correlatas
assegurar a efetividade da colaboração e o re- leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer
sultado útil do processo. divulgação.
§ 4o Compete ao Tribunal, por ocasião do § 11. A aplicação do disposto neste artigo
julgamento do processo administrativo, verifi- observará as normas a serem editadas pelo Tri-
cado o cumprimento do acordo: bunal.
83
§ 12. Em caso de descumprimento do acordo e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e
de leniência, o beneficiário ficará impedido de quarenta) dias, a contar do protocolo de petição
celebrar novo acordo de leniência pelo prazo de ou de sua emenda.
3 (três) anos, contado da data de seu julgamento. § 3o Os atos que se subsumirem ao disposto
no caput deste artigo não podem ser consumados
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, antes de apreciados, nos termos deste artigo e do
tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezembro de procedimento previsto no Capítulo II do Título
1990, e nos demais crimes diretamente relacio- VI desta Lei, sob pena de nulidade, sendo ainda
nados à prática de cartel, tais como os tipificados imposta multa pecuniária, de valor não inferior
na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e os a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior
tipificados no art. 288 do Decreto-lei no 2.848, a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), a
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a ser aplicada nos termos da regulamentação, sem
celebração de acordo de leniência, nos termos prejuízo da abertura de processo administrativo,
desta Lei, determina a suspensão do curso do nos termos do art. 69 desta Lei.
prazo prescricional e impede o oferecimento § 4o Até a decisão final sobre a operação,
da denúncia com relação ao agente beneficiário deverão ser preservadas as condições de concor-
da leniência. rência entre as empresas envolvidas, sob pena
Parágrafo único. Cumprido o acordo de de aplicação das sanções previstas no § 3o deste
leniência pelo agente, extingue-se automatica- artigo.
mente a punibilidade dos crimes a que se refere § 5o Serão proibidos os atos de concentração
o caput deste artigo. que impliquem eliminação da concorrência em
parte substancial de mercado relevante, que pos-
sam criar ou reforçar uma posição dominante
TÍTULO VII – Do Controle de ou que possam resultar na dominação de mer-
Concentrações cado relevante de bens ou serviços, ressalvado
CAPÍTULO I – Dos Atos de Concentração o disposto no § 6o deste artigo.
§ 6o Os atos a que se refere o § 5o deste ar-
Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas partes tigo poderão ser autorizados, desde que sejam
envolvidas na operação os atos de concentração observados os limites estritamente necessários
econômica em que, cumulativamente: para atingir os seguintes objetivos:
I – pelo menos um dos grupos envolvidos na I – cumulada ou alternativamente:
operação tenha registrado, no último balanço, a) aumentar a produtividade ou a compe-
faturamento bruto anual ou volume de negó- titividade;
cios total no País, no ano anterior à operação, b) melhorar a qualidade de bens ou servi-
equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 ços; ou
(quatrocentos milhões de reais); e c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento
II – pelo menos um outro grupo envolvido na tecnológico ou econômico; e
operação tenha registrado, no último balanço, II – sejam repassados aos consumidores parte
faturamento bruto anual ou volume de negócios relevante dos benefícios decorrentes.
Código de Defesa do Consumidor
total no País, no ano anterior à operação, equi- § 7o É facultado ao Cade, no prazo de 1 (um)
valente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta ano a contar da respectiva data de consumação,
milhões de reais). requerer a submissão dos atos de concentração
§ 1o Os valores mencionados nos incisos I que não se enquadrem no disposto neste artigo.
e II do caput deste artigo poderão ser adequa- § 8o As mudanças de controle acionário de
dos, simultânea ou independentemente, por companhias abertas e os registros de fusão, sem
indicação do Plenário do Cade, por portaria prejuízo da obrigação das partes envolvidas,
interministerial dos Ministros de Estado da Fa- devem ser comunicados ao Cade pela Comissão
zenda e da Justiça. de Valores Mobiliários – CVM e pelo Departa-
§ 2o O controle dos atos de concentração mento Nacional do Registro do Comércio do
84 de que trata o caput deste artigo será prévio Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, respectivamente, no prazo ou mediante provocação da Superintendência-
de 5 (cinco) dias úteis para, se for o caso, ser Geral, se a decisão for baseada em informações
examinados. falsas ou enganosas prestadas pelo interessado,
§ 9o O prazo mencionado no § 2o deste artigo se ocorrer o descumprimento de quaisquer das
somente poderá ser dilatado: obrigações assumidas ou não forem alcançados
I – por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, os benefícios visados.
mediante requisição das partes envolvidas na Parágrafo único. Na hipótese referida no
operação; ou caput deste artigo, a falsidade ou enganosida-
II – por até 90 (noventa) dias, mediante de- de será punida com multa pecuniária, de valor
cisão fundamentada do Tribunal, em que sejam não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)
especificados as razões para a extensão, o prazo nem superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões
da prorrogação, que será não renovável, e as de reais), a ser aplicada na forma das normas
providências cuja realização seja necessária para do Cade, sem prejuízo da abertura de processo
o julgamento do processo. administrativo, nos termos do art. 67 desta Lei,
e da adoção das demais medidas cabíveis.
Art. 89. Para fins de análise do ato de con-
centração apresentado, serão obedecidos os
procedimentos estabelecidos no Capítulo II do CAPÍTULO II – Do Acordo em Controle de
Título VI desta Lei. Concentrações
Parágrafo único. O Cade regulamentará, por
meio de Resolução, a análise prévia de atos de Art. 92. (Vetado)
concentração realizados com o propósito es-
pecífico de participação em leilões, licitações
e operações de aquisição de ações por meio de TÍTULO VIII – Da Execução Judicial das
oferta pública. Decisões do CADE
CAPÍTULO I – Do Processo
Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei,
realiza-se um ato de concentração quando: Art. 93. A decisão do Plenário do Tribunal,
I – 2 (duas) ou mais empresas anteriormente cominando multa ou impondo obrigação de
independentes se fundem; fazer ou não fazer, constitui título executivo
II – 1 (uma) ou mais empresas adquirem, extrajudicial.
direta ou indiretamente, por compra ou permuta
de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários Art. 94. A execução que tenha por objeto exclu-
conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou sivamente a cobrança de multa pecuniária será
intangíveis, por via contratual ou por qualquer feita de acordo com o disposto na Lei no 6.830,
outro meio ou forma, o controle ou partes de de 22 de setembro de 1980.
uma ou outras empresas;
III – 1 (uma) ou mais empresas incorporam Art. 95. Na execução que tenha por objeto,
outra ou outras empresas; ou além da cobrança de multa, o cumprimento de
IV – 2 (duas) ou mais empresas celebram obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz concederá
contrato associativo, consórcio ou joint venture. a tutela específica da obrigação, ou determinará
Parágrafo único. Não serão considerados atos providências que assegurem o resultado prático
de concentração, para os efeitos do disposto no equivalente ao do adimplemento.
art. 88 desta Lei, os descritos no inciso IV do § 1o A conversão da obrigação de fazer ou
Normas correlatas
caput, quando destinados às licitações promovi- não fazer em perdas e danos somente será ad-
das pela administração pública direta e indireta missível se impossível a tutela específica ou a
e aos contratos delas decorrentes. obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2o A indenização por perdas e danos far-
Art. 91. A aprovação de que trata o art. 88 desta se-á sem prejuízo das multas.
Lei poderá ser revista pelo Tribunal, de ofício 85
Art. 96. A execução será feita por todos os mei- demais espécies de ação, exceto habeas corpus
os, inclusive mediante intervenção na empresa, e mandado de segurança.
quando necessária.
Art. 101. O processo de execução em juízo Art. 107. O juiz poderá afastar de suas funções
das decisões do Cade terá preferência sobre as os responsáveis pela administração da empresa
86 que, comprovadamente, obstarem o cumpri-
mento de atos de competência do interventor, Art. 113. Visando a implementar a transição
devendo eventual substituição dar-se na forma para o sistema de mandatos não coincidentes,
estabelecida no contrato social da empresa. as nomeações dos Conselheiros observarão os
§ 1o Se, apesar das providências previstas seguintes critérios de duração dos mandatos,
no caput deste artigo, um ou mais responsáveis nessa ordem:
pela administração da empresa persistirem em I – 2 (dois) anos para os primeiros 2 (dois)
obstar a ação do interventor, o juiz procederá na mandatos vagos; e
forma do disposto no § 2o deste artigo. II – 3 (três) anos para o terceiro e o quarto
§ 2o Se a maioria dos responsáveis pela ad- mandatos vagos.
ministração da empresa recusar colaboração ao § 1o Os mandatos dos membros do Cade e
interventor, o juiz determinará que este assuma do Procurador-Chefe em vigor na data de pro-
a administração total da empresa. mulgação desta Lei serão mantidos e exercidos
até o seu término original, devendo as nomea-
Art. 108. Compete ao interventor: ções subsequentes à extinção desses mandatos
I – praticar ou ordenar que sejam praticados observar o disposto neste artigo.
os atos necessários à execução; § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o Con-
II – denunciar ao Juiz quaisquer irregularida- selheiro que estiver exercendo o seu primeiro
des praticadas pelos responsáveis pela empresa mandato no Cade, após o término de seu manda-
e das quais venha a ter conhecimento; e to original, poderá ser novamente nomeado no
III – apresentar ao Juiz relatório mensal de mesmo cargo, observado o disposto nos incisos
suas atividades. I e II do caput deste artigo.
§ 3o O Conselheiro que estiver exercendo o
Art. 109. As despesas resultantes da interven- seu segundo mandato no Cade, após o término
ção correrão por conta do executado contra de seu mandato original, não poderá ser nova-
quem ela tiver sido decretada. mente nomeado para o período subsequente.
§ 4o Não haverá recondução para o Procu-
Art. 110. Decorrido o prazo da intervenção, rador-Chefe que estiver exercendo mandato no
o interventor apresentará ao juiz relatório cir- Cade, após o término de seu mandato original,
cunstanciado de sua gestão, propondo a extinção podendo ele ser indicado para permanecer no
e o arquivamento do processo ou pedindo a cargo na forma do art. 16 desta Lei.
prorrogação do prazo na hipótese de não ter
sido possível cumprir integralmente a decisão Art. 114. (Vetado)
exequenda.
Art. 115. Aplicam-se subsidiariamente aos
Art. 111. Todo aquele que se opuser ou obs- processos administrativo e judicial previstos
taculizar a intervenção ou, cessada esta, prati- nesta Lei as disposições das Leis nos 5.869, de
car quaisquer atos que direta ou indiretamente 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo
anulem seus efeitos, no todo ou em parte, ou Civil, 7.347, de 24 de julho de 1985, 8.078, de 11
desobedecer a ordens legais do interventor será, de setembro de 1990, e 9.784, de 29 de janeiro
conforme o caso, responsabilizado criminalmen- de 1999.
te por resistência, desobediência ou coação no
curso do processo, na forma dos arts. 329, 330 Art. 116. O art. 4o da Lei no 8.137, de 27 de
e 344 do Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro dezembro de 1990, passa a vigorar com a se-
de 1940 – Código Penal. guinte redação:
Normas correlatas
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direta, autárquica ou fundacional para neles dos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação
ter exercício, independentemente do exercício oficial.
de cargo em comissão ou função de confiança.
Parágrafo único. Ao servidor requisitado na Brasília, 30 de novembro de 2011; 190o da In-
forma deste artigo são assegurados todos os dependência e 123o da República.
direitos e vantagens a que façam jus no órgão
ou entidade de origem, considerando-se o perí- DILMA ROUSSEFF
odo de requisição para todos os efeitos da vida
funcional, como efetivo exercício no cargo que Promulgada em 30/11/2011, publicada no DOU de
ocupe no órgão ou entidade de origem. 1o/12/2011 e retificada no DOU de 2/12/2011.
88
Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
VII – ter os seus dados pessoais utilizados I – manter os registros adequados para de-
somente de acordo com a finalidade para a qual monstrar que a pessoa natural ou jurídica au-
eles foram coletados. torizou o envio e a anotação de informações
§ 1o (Vetado) em bancos de dados;
§ 2o (Vetado) II – comunicar os gestores de bancos de da-
dos acerca de eventual exclusão ou revogação
Art. 6o Ficam os gestores de bancos de dados de autorização do cadastrado;
obrigados, quando solicitados, a fornecer ao III – verificar e confirmar, ou corrigir, em
cadastrado: prazo não superior a 2 (dois) dias úteis, infor-
I – todas as informações sobre ele constantes mação impugnada, sempre que solicitado por
90 de seus arquivos, no momento da solicitação;
gestor de banco de dados ou diretamente pelo que a efetuou e do equipamento ou terminal
cadastrado; a partir do qual foi processada tal ocorrência.
IV – atualizar e corrigir informações enviadas
aos gestores de bancos de dados, em prazo não Art. 10. É proibido ao gestor exigir exclusivi-
superior a 7 (sete) dias; dade das fontes de informações.
V – manter os registros adequados para ve-
rificar informações enviadas aos gestores de Art. 11. Desde que autorizados pelo cadastra-
bancos de dados; e do, os prestadores de serviços continuados de
VI – fornecer informações sobre o cadastra- água, esgoto, eletricidade, gás e telecomunica-
do, em bases não discriminatórias, a todos os ções, dentre outros, poderão fornecer aos bancos
gestores de bancos de dados que as solicitarem, de dados indicados, na forma do regulamento,
no mesmo formato e contendo as mesmas in- informação sobre o adimplemento das obriga-
formações fornecidas a outros bancos de dados. ções financeiras do cadastrado.
Parágrafo único. É vedado às fontes estabe- Parágrafo único. É vedada a anotação de
lecerem políticas ou realizarem operações que informação sobre serviço de telefonia móvel
impeçam, limitem ou dificultem a transmissão a na modalidade pós-paga.
banco de dados de informações de cadastrados
que tenham autorizado a anotação de seus dados Art. 12. Quando solicitado pelo cliente, as
em bancos de dados. instituições autorizadas a funcionar pelo Ban-
co Central do Brasil fornecerão aos bancos de
Art. 9o O compartilhamento de informação dados indicados as informações relativas às suas
de adimplemento só é permitido se autorizado operações de crédito.
expressamente pelo cadastrado, por meio de § 1o As informações referidas no caput
assinatura em instrumento específico ou em devem compreender somente o histórico das
cláusula apartada. operações de empréstimo e de financiamento
§ 1o O gestor que receber informações por realizadas pelo cliente.
meio de compartilhamento equipara-se, para § 2o É proibido às instituições autorizadas a
todos os efeitos desta Lei, ao gestor que anotou funcionar pelo Banco Central do Brasil estabe-
originariamente a informação, inclusive quanto lecer políticas ou realizar operações que impe-
à responsabilidade solidária por eventuais preju- çam, limitem ou dificultem a transmissão das
ízos causados e ao dever de receber e processar informações bancárias de seu cliente a bancos
impugnação e realizar retificações. de dados, quando por este autorizadas.
§ 2o O gestor originário é responsável por § 3o O Conselho Monetário Nacional adota-
manter atualizadas as informações cadastrais rá as medidas e normas complementares neces-
nos demais bancos de dados com os quais com- sárias para a aplicação do disposto neste artigo.
partilhou informações, bem como por informar
a solicitação de cancelamento do cadastro, sem Art. 13. O Poder Executivo regulamentará
quaisquer ônus para o cadastrado. o disposto nesta Lei, em especial quanto ao
§ 3o O cancelamento do cadastro pelo gestor uso, guarda, escopo e compartilhamento das
originário implica o cancelamento do cadastro informações recebidas por bancos de dados e
em todos os bancos de dados que comparti- quanto ao disposto no art. 5o.
lharam informações, que ficam obrigados a
proceder, individualmente, ao respectivo can- Art. 14. As informações de adimplemento não
celamento nos termos desta Lei. poderão constar de bancos de dados por período
Normas correlatas
92
Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos estabelecimentos
comerciais e de prestação de serviços.
Art. 1o São os estabelecimentos comerciais e Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
de prestação de serviços obrigados a manter, em publicação.
local visível e de fácil acesso ao público, 1 (um)
exemplar do Código de Defesa do Consumidor. Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Indepen-
dência e 122o da República.
Art. 2o O não cumprimento do disposto nesta
Lei implicará as seguintes penalidades, a serem LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
aplicadas aos infratores pela autoridade admi-
nistrativa no âmbito de sua atribuição: Promulgada em 20/7/2010 e publicada no DOU de
21/7/2010.
Normas correlatas
93
Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
Art. 1o Esta Lei regula as condições de oferta Art. 3o Na impossibilidade de afixação de pre-
e afixação de preços de bens e serviços para o ços conforme disposto no art. 2o, é permitido o
consumidor. uso de relações de preços dos produtos expostos,
bem como dos serviços oferecidos, de forma
Art. 2o São admitidas as seguintes formas de escrita, clara e acessível ao consumidor.
afixação de preços em vendas a varejo para o
consumidor: Art. 4o Nos estabelecimentos que utilizem
I – no comércio em geral, por meio de etique- código de barras para apreçamento, deverão
tas ou similares afixados diretamente nos bens ser oferecidos equipamentos de leitura ótica para
expostos à venda, e em vitrines, mediante di- consulta de preço pelo consumidor, localizados
vulgação do preço à vista em caracteres legíveis; na área de vendas e em outras de fácil acesso.
II – em autosserviços, supermercados, hi- § 1o O regulamento desta Lei definirá, obser-
permercados, mercearias ou estabelecimentos vados, dentre outros critérios ou fatores, o tipo
comerciais onde o consumidor tenha acesso e o tamanho do estabelecimento e a quantidade
direto ao produto, sem intervenção do comer- e a diversidade dos itens de bens e serviços, a
ciante, mediante a impressão ou afixação do área máxima que deverá ser atendida por cada
preço do produto na embalagem, ou a afixação leitora ótica.
de código referencial, ou ainda, com a afixação § 2o Para os fins desta Lei, considera-se área
de código de barras; de vendas aquela na qual os consumidores têm
III – no comércio eletrônico, mediante di- acesso às mercadorias e serviços oferecidos para
vulgação ostensiva do preço à vista, junto à consumo no varejo, dentro do estabelecimento.
imagem do produto ou descrição do serviço,
em caracteres facilmente legíveis com tamanho Art. 5o No caso de divergência de preços para o
de fonte não inferior a doze. mesmo produto entre os sistemas de informação
Parágrafo único. Nos casos de utilização de de preços utilizados pelo estabelecimento, o
código referencial ou de barras, o comerciante consumidor pagará o menor dentre eles.
deverá expor, de forma clara e legível, junto aos
Código de Defesa do Consumidor
Normas correlatas
95
Lei no 9.870/1999
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.
ou semestral apurado na forma dos parágrafos galizadas, bem como quando o valor arbitrado
anteriores. for decorrente da decisão do mediador.
§ 6o Será nula, não produzindo qualquer Parágrafo único. Quando a documentação
efeito, cláusula contratual de revisão ou rea- apresentada pelo estabelecimento de ensino
justamento do valor das parcelas da anuidade não corresponder às condições desta Lei, o ór-
ou semestralidade escolar em prazo inferior a gão de que trata este artigo poderá tomar, dos
interessados, termo de compromisso, na forma
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram da legislação vigente.
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às Art. 5o Os alunos já matriculados, salvo quan-
96 quais se destinam. do inadimplentes, terão direito à renovação das
matrículas, observado o calendário escolar da no inciso V do art. 53 do Estatuto da Criança
instituição, o regimento da escola ou cláusula e do Adolescente.
contratual.
Art. 7o São legitimados à propositura das ações
Art. 6 São proibidas a suspensão de provas
o
previstas na Lei no 8.078, de 1990, para a defe-
escolares, a retenção de documentos escolares sa dos direitos assegurados por esta Lei e pela
ou a aplicação de quaisquer outras penalidades legislação vigente, as associações de alunos,
pedagógicas por motivo de inadimplemento, de pais de alunos e responsáveis, sendo indis-
sujeitando-se o contratante, no que couber, às pensável, em qualquer caso, o apoio de, pelo
sanções legais e administrativas, compatíveis menos, vinte por cento dos pais de alunos do
com o Código de Defesa do Consumidor, e estabelecimento de ensino ou dos alunos, no
com os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Bra- caso de ensino superior.
sileiro, caso a inadimplência perdure por mais
de noventa dias. Art. 8o O art. 39 da Lei no 8.078, de 1990, passa
§ 1o O desligamento do aluno por inadim- a vigorar acrescido do seguinte inciso:
plência somente poderá ocorrer ao final do �������������������������������������������������������������������������������
ano letivo ou, no ensino superior, ao final do
semestre letivo quando a instituição adotar o Art. 9o A Lei no 9.131, de 24 de novembro de
regime didático semestral. 1995, passa a vigorar acrescida dos seguintes
§ 2o Os estabelecimentos de ensino funda- artigos:
mental, médio e superior deverão expedir, a �������������������������������������������������������������������������������
qualquer tempo, os documentos de transferên-
cia de seus alunos, independentemente de sua Art. 10. Continuam a produzir efeitos os atos
adimplência ou da adoção de procedimentos praticados com base na Medida Provisória
legais de cobranças judiciais. no 1.890-66, de 24 de setembro de 1999, e nas
§ 3o São asseguradas em estabelecimentos suas antecessoras.
públicos de ensino fundamental e médio as ma-
trículas dos alunos, cujos contratos, celebrados Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de
por seus pais ou responsáveis para a prestação sua publicação.
de serviços educacionais, tenham sido suspensos
em virtude de inadimplemento, nos termos do Art. 12. Revogam-se a Lei no 8.170, de 17 de
caput deste artigo. janeiro de 1991; o art. 14 da Lei no 8.178, de
§ 4o Na hipótese de os alunos a que se refere 1o de março de 1991; e a Lei no 8.747, de 9 de
o § 2o, ou seus pais ou responsáveis, não terem dezembro de 1993.
providenciado a sua imediata matrícula em
outro estabelecimento de sua livre escolha, as Brasília, 23 de novembro de 1999; 178o da In-
Secretarias de Educação estaduais e municipais dependência e 111o da República.
deverão providenciá-la em estabelecimento de
ensino da rede pública, em curso e série corres- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
pondentes aos cursados na escola de origem, de
forma a garantir a continuidade de seus estudos Promulgada em 23/11/1999 e publicada no DOU de
no mesmo período letivo e a respeitar o disposto 24/11/1999 – Edição extra.
Normas correlatas
97
Lei no 9.656/1998
Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.
me normas expedidas pela ANS, ressalvado o promisso com os consumidores quanto à sua
disposto no art. 35-E. manutenção ao longo da vigência dos contratos,
Parágrafo único. É vedada a variação a que permitindo-se sua substituição, desde que seja
alude o caput para consumidores com mais de por outro prestador equivalente e mediante
sessenta anos de idade, que participarem dos comunicação aos consumidores com 30 (trinta)
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do dias de antecedência.
art. 1o, ou sucessores, há mais de dez anos. § 1o É facultada a substituição de entidade
hospitalar, a que se refere o caput deste artigo,
Art. 16. Dos contratos, regulamentos ou condi- desde que por outro equivalente e mediante
ções gerais dos produtos de que tratam o inciso comunicação aos consumidores e à ANS com
102 trinta dias de antecedência, ressalvados desse
prazo mínimo os casos decorrentes de rescisão § 2o O contrato de que trata o caput deve
por fraude ou infração das normas sanitárias e estabelecer com clareza as condições para a
fiscais em vigor. sua execução, expressas em cláusulas que de-
§ 2o Na hipótese de a substituição do estabe- finam direitos, obrigações e responsabilidades
lecimento hospitalar a que se refere o § 1o ocor- das partes, incluídas, obrigatoriamente, as que
rer por vontade da operadora durante período determinem:
de internação do consumidor, o estabelecimento I – o objeto e a natureza do contrato, com
obriga-se a manter a internação e a operadora, a descrição de todos os serviços contratados;
pagar as despesas até a alta hospitalar, a critério II – a definição dos valores dos serviços
médico, na forma do contrato. contratados, dos critérios, da forma e da peri-
§ 3o Excetuam-se do previsto no § 2o os casos odicidade do seu reajuste e dos prazos e pro-
de substituição do estabelecimento hospitalar cedimentos para faturamento e pagamento dos
por infração às normas sanitárias em vigor, serviços prestados;
durante período de internação, quando a opera- III – a identificação dos atos, eventos e pro-
dora arcará com a responsabilidade pela trans- cedimentos médico-assistenciais que necessitem
ferência imediata para outro estabelecimento de autorização administrativa da operadora;
equivalente, garantindo a continuação da assis- IV – a vigência do contrato e os critérios e
tência, sem ônus adicional para o consumidor. procedimentos para prorrogação, renovação
§ 4o Em caso de redimensionamento da rede e rescisão;
hospitalar por redução, as empresas deverão V – as penalidades pelo não cumprimento
solicitar à ANS autorização expressa para tanto, das obrigações estabelecidas.
informando: § 3o A periodicidade do reajuste de que trata
I – nome da entidade a ser excluída; o inciso II do § 2o deste artigo será anual e rea-
II – capacidade operacional a ser reduzida lizada no prazo improrrogável de 90 (noventa)
com a exclusão; dias, contado do início de cada ano-calendário.
III – impacto sobre a massa assistida, a partir § 4o Na hipótese de vencido o prazo previsto
de parâmetros definidos pela ANS, correlaci- no § 3o deste artigo, a Agência Nacional de Saúde
onando a necessidade de leitos e a capacidade Suplementar – ANS, quando for o caso, definirá
operacional restante; e o índice de reajuste.
IV – justificativa para a decisão, observando § 5o A ANS poderá constituir, na forma da
a obrigatoriedade de manter cobertura com legislação vigente, câmara técnica com represen-
padrões de qualidade equivalente e sem ônus tação proporcional das partes envolvidas para
adicional para o consumidor. o adequado cumprimento desta Lei.
§ 6o A ANS publicará normas regulamen-
Art. 17-A. As condições de prestação de ser- tares sobre o disposto neste artigo.
viços de atenção à saúde no âmbito dos planos
privados de assistência à saúde por pessoas físi- Art. 18. A aceitação, por parte de qualquer
cas ou jurídicas, independentemente de sua prestador de serviço ou profissional de saúde,
qualificação como contratadas, referenciadas da condição de contratado, referenciado, cre-
ou credenciadas, serão reguladas por contrato denciado ou cooperado de uma operadora de
escrito, estipulado entre a operadora do plano produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
e o prestador de serviço. art. 1o desta Lei implica as seguintes obrigações
§ 1o São alcançados pelas disposições do e direitos:
caput os profissionais de saúde em prática li- I – o consumidor de determinada operadora,
Normas correlatas
beral privada, na qualidade de pessoa física, em nenhuma hipótese e sob nenhum pretexto ou
e os estabelecimentos de saúde, na qualidade alegação, pode ser discriminado ou atendido de
de pessoa jurídica, que prestem ou venham a forma distinta daquela dispensada aos clientes
prestar os serviços de assistência à saúde a que vinculados a outra operadora ou plano;
aludem os arts. 1o e 35-F desta Lei, no âmbito II – a marcação de consultas, exames e quais-
de planos privados de assistência à saúde. quer outros procedimentos deve ser feita de 103
forma a atender às necessidades dos consumi- § 3o Para registro provisório dos produtos
dores, privilegiando os casos de emergência a serem comercializados, deverão ser apresen-
ou urgência, assim como as pessoas com mais tados à ANS os seguintes dados:
de sessenta e cinco anos de idade, as gestantes, I – razão social da operadora ou da admi-
lactantes, lactentes e crianças até cinco anos; nistradora;
III – a manutenção de relacionamento de II – CNPJ da operadora ou da administra-
contratação, credenciamento ou referencia- dora;
mento com número ilimitado de operadoras, III – nome do produto;
sendo expressamente vedado às operadoras, IV – segmentação da assistência (ambulato-
independente de sua natureza jurídica consti- rial, hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem
tutiva, impor contratos de exclusividade ou de obstetrícia, odontológica e referência);
restrição à atividade profissional. V – tipo de contratação (individual/familiar,
Parágrafo único. A partir de 3 de dezembro coletivo empresarial e coletivo por adesão);
de 1999, os prestadores de serviço ou profissi- VI – âmbito geográfico de cobertura;
onais de saúde não poderão manter contrato, VII – faixas etárias e respectivos preços;
credenciamento ou referenciamento com ope- VIII – rede hospitalar própria por Município
radoras que não tiverem registros para funcio- (para segmentações hospitalar e referência);
namento e comercialização conforme previsto IX – rede hospitalar contratada ou referencia-
nesta Lei, sob pena de responsabilidade por da por Município (para segmentações hospitalar
atividade irregular. e referência);
X – outros documentos e informações que
Art. 19. Para requerer a autorização definitiva venham a ser solicitados pela ANS.
de funcionamento, as pessoas jurídicas que já § 4o Os procedimentos administrativos para
atuavam como operadoras ou administradoras registro provisório dos produtos serão tratados
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do em norma específica da ANS.
art. 1o desta Lei, terão prazo de cento e oitenta § 5o Independentemente do cumprimento,
dias, a partir da publicação da regulamentação por parte da operadora, das formalidades do
específica pela ANS. registro provisório, ou da conformidade dos
§ 1o Até que sejam expedidas as normas de textos das condições gerais ou dos instrumen-
registro, serão mantidos registros provisórios tos contratuais, ficam garantidos, a todos os
das pessoas jurídicas e dos produtos na ANS, usuários de produtos a que alude o caput, con-
com a finalidade de autorizar a comercialização tratados a partir de 2 de janeiro de 1999, todos
ou operação dos produtos a que alude o caput, os benefícios de acesso e cobertura previstos
a partir de 2 de janeiro de 1999. nesta Lei e em seus regulamentos, para cada
§ 2o Para o registro provisório, as operadoras segmentação definida no art. 12.
ou administradoras dos produtos a que alude § 6o O não cumprimento do disposto neste
o caput deverão apresentar à ANS as informa- artigo implica o pagamento de multa diária no
ções requeridas e os seguintes documentos, valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) aplicada
independentemente de outros que venham a às operadoras dos produtos de que tratam o
Código de Defesa do Consumidor
fica estabelecido para os contratos celebrados dora, para que possa aplicar reajuste por faixa
anteriormente à data de vigência desta Lei que:2 etária a consumidores com sessenta anos ou
I – qualquer variação na contraprestação mais de idade e dez anos ou mais de contrato,
pecuniária para consumidores com mais de deverá submeter à ANS as condições contratuais
acompanhadas de nota técnica, para, uma vez
NE: ver ADI no 1.931.
2
111
aprovada a cláusula e o percentual de reajuste, Art. 35-J. O diretor técnico ou fiscal ou o li-
adotar a diluição prevista neste parágrafo. quidante são obrigados a manter sigilo relativo
§ 2o Nos contratos individuais de produ- às informações da operadora às quais tiverem
tos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o acesso em razão do exercício do encargo, sob
desta Lei, independentemente da data de sua pena de incorrer em improbidade administra-
celebração, a aplicação de cláusula de reajuste tiva, sem prejuízo das responsabilidades civis
das contraprestações pecuniárias dependerá de e penais.
prévia aprovação da ANS.
§ 3o O disposto no art. 35 desta Lei aplica-se Art. 35-L. Os bens garantidores das provisões
sem prejuízo do estabelecido neste artigo. técnicas, fundos e provisões deverão ser regis-
trados na ANS e não poderão ser alienados,
Art. 35-F. A assistência a que alude o art. 1o prometidos a alienar ou, de qualquer forma,
desta Lei compreende todas as ações necessárias gravados sem prévia e expressa autorização,
à prevenção da doença e à recuperação, manu- sendo nulas, de pleno direito, as alienações
tenção e reabilitação da saúde, observados os realizadas ou os gravames constituídos com
termos desta Lei e do contrato firmado entre violação deste artigo.
as partes. Parágrafo único. Quando a garantia recair
em bem imóvel, será obrigatoriamente inscrita
Art. 35-G. Aplicam-se subsidiariamente aos no competente Cartório do Registro Geral de
contratos entre usuários e operadoras de pro- Imóveis, mediante requerimento firmado pela
dutos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o operadora de plano de assistência à saúde e
desta Lei as disposições da Lei no 8.078, de 1990. pela ANS.
Art. 35-H. Os expedientes que até esta data fo- Art. 35-M. As operadoras de produtos de que
ram protocolizados na SUSEP pelas operadoras tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei
de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do poderão celebrar contratos de resseguro junto
art. 1o desta Lei e que forem encaminhados à às empresas devidamente autorizadas a operar
ANS em consequência desta Lei, deverão estar em tal atividade, conforme estabelecido na Lei
acompanhados de parecer conclusivo daquela no 9.932, de 20 de dezembro de 1999, e regula-
Autarquia. mentações posteriores.
Art. 35-I. Responderão subsidiariamente pelos Art. 36. Esta Lei entra em vigor noventa dias
direitos contratuais e legais dos consumidores, após a data de sua publicação.
prestadores de serviço e fornecedores, além dos
débitos fiscais e trabalhistas, os bens pessoais dos Brasília, 3 de junho de 1998; 177o da Indepen-
diretores, administradores, gerentes e membros dência e 110o da República.
de conselhos da operadora de plano privado de
assistência à saúde, independentemente da sua FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
natureza jurídica.
Código de Defesa do Consumidor
112
Lei no 8.987/1995
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências.
CAPÍTULO III – Dos Direitos e Obrigações Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174o da Inde-
dos Usuários pendência e 107o da República.
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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 7o-A. As concessionárias de serviços pú-
blicos, de direito público e privado, nos Estados Promulgada em 13/2/1995, publicada no DOU de
e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer 14/2/1995 e republicada no DOU de 28/9/1998.
ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de
Normas correlatas
113
Lei no 8.137/1990
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.
Normas correlatas
117
Decreto-lei no 2.848/1940
Código Penal.
118
Decreto no 8.771/2016
Regulamenta a Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014, para tratar das hipóteses admitidas de
discriminação de pacotes de dados na internet e de degradação de tráfego, indicar procedimentos
para guarda e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicações, apontar medidas de
transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e estabelecer parâmetros
para fiscalização e apuração de infrações.
como serviços otimizados por sua qualidade gens em massa (spam) e controle de ataques de
assegurada de serviço, de velocidade ou de se- negação de serviço; e
gurança, ainda que utilizem protocolos lógicos II – tratamento de situações excepcionais
TCP/IP ou equivalentes, desde que: de congestionamento de redes, tais como rotas
a) não configurem substituto à internet em alternativas em casos de interrupções da rota
seu caráter público e irrestrito; e principal e em situações de emergência. 119
§ 2o A Agência Nacional de Telecomuni- Parágrafo único. A transmissão de dados
cações – Anatel atuará na fiscalização e na nos casos elencados neste artigo será gratuita.
apuração de infrações quanto aos requisitos
técnicos elencados neste artigo, consideradas Art. 9o Ficam vedadas condutas unilaterais ou
as diretrizes estabelecidas pelo Comitê Gestor acordos entre o responsável pela transmissão,
da Internet – CGIbr. pela comutação ou pelo roteamento e os pro-
vedores de aplicação que:
Art. 6o Para a adequada prestação de serviços I – comprometam o caráter público e irres-
e aplicações na internet, é permitido o geren- trito do acesso à internet e os fundamentos,
ciamento de redes com o objetivo de preservar os princípios e os objetivos do uso da internet
sua estabilidade, segurança e funcionalidade, no País;
utilizando-se apenas de medidas técnicas com- II – priorizem pacotes de dados em razão de
patíveis com os padrões internacionais, desen- arranjos comerciais; ou
volvidos para o bom funcionamento da internet, III – privilegiem aplicações ofertadas pelo
e observados os parâmetros regulatórios expe- próprio responsável pela transmissão, pela co-
didos pela Anatel e consideradas as diretrizes mutação ou pelo roteamento ou por empresas
estabelecidas pelo CGIbr. integrantes de seu grupo econômico.
Art. 8o A degradação ou a discriminação de- § 1o O provedor que não coletar dados ca-
corrente da priorização de serviços de emer- dastrais deverá informar tal fato à autoridade
gência somente poderá decorrer de: solicitante, ficando desobrigado de fornecer
I – comunicações destinadas aos prestadores tais dados.
dos serviços de emergência, ou comunicação § 2o São considerados dados cadastrais:
entre eles, conforme previsto na regulamenta- I – a filiação;
ção da Agência Nacional de Telecomunicações II – o endereço; e
– Anatel; ou III – a qualificação pessoal, entendida como
II – comunicações necessárias para informar nome, prenome, estado civil e profissão do
a população em situações de risco de desastre, de usuário.
120 emergência ou de estado de calamidade pública.
§ 3o Os pedidos de que trata o caput devem lidade dos dados, como encriptação ou medidas
especificar os indivíduos cujos dados estão sen- de proteção equivalentes.
do requeridos e as informações desejadas, sendo § 1o Cabe ao CGIbr promover estudos e re-
vedados pedidos coletivos que sejam genéricos comendar procedimentos, normas e padrões
ou inespecíficos. técnicos e operacionais para o disposto nesse
artigo, de acordo com as especificidades e o
Art. 12. A autoridade máxima de cada órgão porte dos provedores de conexão e de aplicação.
da administração pública federal publicará § 2o Tendo em vista o disposto nos incisos
anualmente em seu sítio na internet relatórios VII a X do caput do art. 7o da Lei no 12.965, de
estatísticos de requisição de dados cadastrais, 2014, os provedores de conexão e aplicações
contendo: devem reter a menor quantidade possível de
I – o número de pedidos realizados; dados pessoais, comunicações privadas e regis-
II – a listagem dos provedores de conexão tros de conexão e acesso a aplicações, os quais
ou de acesso a aplicações aos quais os dados deverão ser excluídos:
foram requeridos; I – tão logo atingida a finalidade de seu uso;
III – o número de pedidos deferidos e inde- ou
feridos pelos provedores de conexão e de acesso II – se encerrado o prazo determinado por
a aplicações; e obrigação legal.
IV – o número de usuários afetados por tais
solicitações. Art. 14. Para os fins do disposto neste Decreto,
considera-se:
I – dado pessoal – dado relacionado à pessoa
SEÇÃO II – Padrões de Segurança e natural identificada ou identificável, inclusive
Sigilo dos Registros, Dados Pessoais e números identificativos, dados locacionais ou
Comunicações Privadas identificadores eletrônicos, quando estes esti-
verem relacionados a uma pessoa; e
Art. 13. Os provedores de conexão e de apli- II – tratamento de dados pessoais – toda
cações devem, na guarda, armazenamento e operação realizada com dados pessoais, como
tratamento de dados pessoais e comunicações as que se referem a coleta, produção, recepção,
privadas, observar as seguintes diretrizes sobre classificação, utilização, acesso, reprodução,
padrões de segurança: transmissão, distribuição, processamento, ar-
I – o estabelecimento de controle estrito so- quivamento, armazenamento, eliminação, ava-
bre o acesso aos dados mediante a definição de liação ou controle da informação, modificação,
responsabilidades das pessoas que terão pos- comunicação, transferência, difusão ou extração.
sibilidade de acesso e de privilégios de acesso
exclusivo para determinados usuários; Art. 15. Os dados de que trata o art. 11 da
II – a previsão de mecanismos de autentica- Lei no 12.965, de 2014, deverão ser mantidos
ção de acesso aos registros, usando, por exemplo, em formato interoperável e estruturado, para
sistemas de autenticação dupla para assegurar a facilitar o acesso decorrente de decisão judicial
individualização do responsável pelo tratamento ou determinação legal, respeitadas as diretrizes
dos registros; elencadas no art. 13 deste Decreto.
III – a criação de inventário detalhado dos
acessos aos registros de conexão e de acesso a Art. 16. As informações sobre os padrões de se-
aplicações, contendo o momento, a duração, a gurança adotados pelos provedores de aplicação
Normas correlatas
Art. 19. A apuração de infrações à ordem eco- Art. 22. Este Decreto entra em vigor trinta
nômica ficará a cargo do Sistema Brasileiro dias após a data de sua publicação.
de Defesa da Concorrência, nos termos da Lei
no 12.529, de 30 de novembro de 2011. Brasília, 11 de maio de 2016; 195o da Indepen-
dência e 128o da República.
Art. 20. Os órgãos e as entidades da admi-
nistração pública federal com competências DILMA ROUSSEFF
específicas quanto aos assuntos relacionados
a este Decreto atuarão de forma colaborativa, Decretado em 11/5/2016 e publicado no DOU de
consideradas as diretrizes do CGIbr, e deverão 11/5/2016 – Edição extra.
zelar pelo cumprimento da legislação brasileira,
Código de Defesa do Consumidor
122
Decreto no 7.963/2013
Institui o Plano Nacional de Consumo e Cidadania e cria a Câmara Nacional das Relações de Consumo.
126
Decreto no 4.680/2003
Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo
do cumprimento das demais normas aplicáveis.
§ 2o O consumidor deverá ser informado mentação fiscal, dos produtos a que se refere
sobre a espécie doadora do gene no local re- o caput, independentemente do percentual da
servado para a identificação dos ingredientes. presença de soja transgênica, exceto se:
§ 3o A informação determinada no § 1o deste I – a soja ou o ingrediente a partir dela pro-
artigo também deverá constar do documento duzido seja oriundo de região excluída pelo
fiscal, de modo que essa informação acompanhe Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- 127
tecimento do regime de que trata a Medida Art. 6o À infração ao disposto neste Decreto
Provisória no 113, de 26 de março de 2003, de aplica-se as penalidades previstas no Código
conformidade com o disposto no § 5o do seu de Defesa do Consumidor e demais normas
art. 1o; ou aplicáveis.
II – a soja ou o ingrediente a partir dela
produzido seja oriundo de produtores que ob- Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data
tenham o certificado de que trata o art. 4o da de sua publicação.
Medida Provisória no 113, de 2003, devendo,
nesse caso, ser aplicadas as disposições do art. 4o Art. 8o Revoga-se o Decreto no 3.871, de 18
deste Decreto. de julho de 2001.
§ 2o A informação referida no § 1o pode
ser inserida por meio de adesivos ou qualquer Brasília, 24 de abril de 2003; 182o da Indepen-
forma de impressão. dência e 115o da República.
§ 3o Os alimentos a que se refere o caput
poderão ser comercializados após 31 de janeiro LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
de 2004, desde que a soja a partir da qual foram
produzidos tenha sido alienada pelo produtor Decretado em 24/4/2003, publicado no DOU de
até essa data. 25/4/2003 e republicado no DOU de 28/4/2003.
Código de Defesa do Consumidor
128
Decreto no 1.306/1994
Regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, de que tratam os arts. 13 e 20 da Lei no 7.347,
de 24 de julho de 1985, seu Conselho Gestor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das Art. 3o O FDD será gerido pelo Conselho
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante
disposto nos arts. 13 e 20, da Lei no 7.347, de da estrutura organizacional do Ministério da
24 de julho de 1985, Justiça, com sede em Brasília, e composto pelos
seguintes membros:
DECRETA: I – um representante da Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça, que
Art. 1o O Fundo de Defesa de Direitos Difusos o presidirá;
(FDD), criado pela Lei no 7.347, de 24 de julho II – um representante do Ministério do Meio
de 1985, tem por finalidade a reparação dos Ambiente e da Amazônia Legal;
danos causados ao meio ambiente, ao consumi- III – um representante do Ministério da
dor, a bens e direitos de valor artístico, estético, Cultura;
histórico, turístico, paisagístico, por infração à IV – um representante do Ministério da
ordem econômica e a outros interesses difusos Saúde vinculado à área de vigilância sanitária;
e coletivos. V – um representante do Ministério da
Fazenda;
Art. 2o Constituem recursos do FDD o pro- VI – um representante do Conselho Ad-
duto da arrecadação: ministrativo de Defesa Econômica – CADE;
I – das condenações judiciais de que tratam VII – um representante do Ministério Pú-
os arts. 11 e 13, da Lei no 7.347, de 24 de julho blico Federal;
de 1985; VIII – três representantes de entidades civis
II – das multas e indenizações decorrentes que atendam aos pressupostos dos incisos I e
da aplicação da Lei no 7.853, de 24 de outubro II, do art. 5o, da Lei no 7.347, de 24 de julho
de 1989, desde que não destinadas à reparação de 1985.
de danos a interesses individuais; § 1o Cada representante de que trata este
III – dos valores destinados à União em vir- artigo terá um suplente, que o substituirá nos
tude da aplicação da multa prevista no art. 57 seus afastamentos e impedimentos legais.
e seu parágrafo único e do produto de inde- § 2o É vedada a remuneração, a qualquer
nização prevista no art. 100, parágrafo único, título, pela participação no CFDD, sendo a ati-
da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990; vidade considerada serviço público relevante.
IV – das condenações judiciais de que trata
o parágrafo 2o, do art. 2o, da Lei no 7.913, de 7 Art. 4o Os representantes e seus respectivos
de dezembro de 1989; suplentes serão designados pelo Ministro da
V – das multas referidas no art. 84, da Lei Justiça; os dos incisos I a V dentre os servidores
no 8.884, de 11 de junho de 1994; dos respectivos Ministérios, indicados pelo
Normas correlatas
VI – dos rendimentos auferidos com a apli- seu titular; o do inciso VI dentre os servidores
cação dos recursos do Fundo; ou Conselheiros, indicado pelo Presidente da
VII – de outras receitas que vierem a ser Autarquia; o do inciso VII indicado pelo Procu-
destinadas ao Fundo; rador-Geral da República, dentre os integrantes
VIII – de doações de pessoas físicas ou ju- da carreira, e os do inciso VIII indicados pelas
rídicas, nacionais ou estrangeiras. 129
respectivas entidades devidamente inscritas Parágrafo único. Os recursos serão priorita-
perante o CFDD. riamente aplicados na reparação específica do
Parágrafo único. Os representantes serão dano causado, sempre que tal fato for possível.
designados pelo prazo de dois anos, admitida
uma recondução, exceto quanto ao represen- Art. 8o Em caso de concurso de créditos
tante referido no inciso I, do art. 3o, que poderá decorrentes de condenação prevista na Lei
ser reconduzido por mais de uma vez. no 7.347, de 24 de julho de 1985, e depositados
no FDD, e de indenizações pelos prejuízos
Art. 5o Funcionará como Secretaria-Executiva individuais resultantes do mesmo evento da-
do CFDD a Secretaria Nacional do Consumi- noso, estas terão preferência no pagamento, de
dor do Ministério da Justiça. acordo com o art. 99 da Lei no 8.078, de 1990.
Parágrafo único. Neste caso, a importância
Art. 6o Compete ao CFDD: recolhida ao FDD terá sua destinação sustada
I – zelar pela aplicação dos recursos na enquanto pendentes de recurso as ações de
consecução dos objetivos previstos nas Leis indenização pelos danos individuais, salvo na
nos 7.347, de 1985, 7.853, de 1989, 7.913, de hipótese de o patrimônio do devedor ser ma-
1989, 8.078, de 1990 e 8.884, de 1994, no âmbito nifestamente suficiente para responder pela
do disposto no art. 1o deste decreto; integralidade das dívidas.
II – aprovar convênios e contratos, a serem
firmados pela Secretaria Executiva do Conse- Art. 9o O CFDD estabelecerá sua forma de
lho, objetivando atender ao disposto no inciso funcionamento por meio de Regimento In-
I deste artigo; terno, que será elaborado dentro de sessenta
III – examinar e aprovar projetos de recons- dias, a partir da sua instalação, aprovado por
tituição de bens lesados, inclusive os de caráter Portaria do Ministro da Justiça.
científico e de pesquisa;
IV – promover, por meio de órgãos da ad- Art. 10. Os recursos destinados ao Fundo
ministração pública e de entidades civis in- serão centralizados em conta especial manti-
teressadas, eventos educativos ou científicos; da no Banco do Brasil S.A., em Brasília, DF,
V – fazer editar, inclusive em colaboração denominada “Ministério da Justiça – CFDD
com órgãos oficiais, material informativo so- – Fundo”.
bre as matérias mencionadas no art. 1o deste Parágrafo único. Nos termos do Regimento
Decreto; Interno do CFDD, os recursos destinados ao
VI – promover atividades e eventos que Fundo provenientes de condenações judici-
contribuam para a difusão da cultura, da pro- ais e de aplicação de multas administrativas
teção ao meio ambiente, do consumidor, da deverão ser identificados segundo a natureza
livre concorrência, do patrimônio histórico, da infração ou do dano causado, de modo a
artístico, estético, turístico, paisagístico e de permitir o cumprimento do disposto no art. 7o
outros interesses difusos e coletivos; deste Decreto.
VII – examinar e aprovar os projetos de
Código de Defesa do Consumidor
Normas correlatas
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Esta obra reproduz o texto integral da Lei no 8.078/1990, conhecida como Código de Defesa
do Consumidor (CDC). A Constituição Federal de 1988 já apontara, em seus arts. 5o,
XXXII, 150 e 170, a necessidade de promoção de uma política de defesa do consumidor.
Promulgado em 11 de setembro de 1990 e reconhecido internacionalmente como um
avançado marco na área, o CDC passou a regular as relações de consumo no Brasil nas
esferas civil, administrativa e penal.