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Resumo
O presente artigo aborda três variáveis na produção do cinema fantástico brasileiro: o
figurino e a cenografia no cinema de fantasia; a escassez do cinema de fantasia no
cinema nacional; e a relação entre artes aplicadas e as artes digitais. Com o advento
do tridimensional nas artes digitais aplicadas, nas últimas décadas do século XX, o
custo da cenografia e do figurino elevou-se dentro da estrutura de produção
cinematográfica nacional. Nesse contexto, em uma análise das produções e
distribuições financiadas pela Embrafilme (1969-1990) – empresa estatal para apoio e
desenvolvimento do cinema brasileiro –, pode-se identificar uma baixa produção do
gênero fantasia e um maior financiamento público à estética do realismo social,
advindo com o Cinema Novo e dominante até os dias atuais no cinema nacional.
Nesse processo, examina-se a atual produção da cenografia e do figurino ao gênero
fantasia, sobretudo na problemática das artes aplicadas diante do realismo digital.
Conclui-se que a baixa produção do gênero fantasia no cinema nacional, devido tanto
pelo realismo social como pelo custo de produção elevado – típico da cenografia e do
figurino do gênero fantasia – acabou por trazer menor desenvolvimento às artes
aplicadas, consumindo-se a oferta estrangeira e seu realismo visual.
Abstract
This article discusses three variables in the production of Brazilian fantastic cinema:
the costumes and set design in film fantasy; scarcity of film fantasy in the national
cinema, and the relationship between applied arts and digital arts. After the advent of
the three-dimensionality applied to the digital arts, during the last decades of XX
century, the cost of scenography and costumes rose up in national film production. An
analysis of productions and distributions funded by Embrafilme (1969-1990) – State
enterprise support and development for Brazilian cinema – we identified a low
production of the fantasy genre and, at the same time, a greater public funding to the
aesthetics of social realism, as in the Cinema Novo, which still dominates the national
cinema. In this process, we examine the current production of scenography and
costumes related to the fantasy genre, especially problems regarding the applied arts
in a context of a growing digital realism. We conclude that the low production of the
fantasy genre in the film industry, due to both: social realism and the production’s high
cost – typical of the fantasy genre’s set design and costumes making – ultimately
brought a lower development to the applied arts, and a greater consuming of foreign
offer and its visual realism.
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Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Comunicação, Cultura
e Arte pela PUCPR. Bacharel em Relações Internacionais e Licenciado em Artes.
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Especialista em História Social da Arte pela PUCPR e em Young Education pela Anglocontinental,
Bournemouth, Reino Unido. Licenciada em Letras pela Universidade Federal Fluminense.
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INTRODUÇÃO
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Termo inglês utilizado pelo mercado cinematográfico para se referir a filmes que alcançam um alto
faturamento em suas salas de exibição e, consequentemente possuem grande aceitação pelo público.
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A eficácia comunicacional da obra volta a ser de interesse dos artistas, que se mostram
sensíveis ao fenômeno urbano, à força dos meios de comunicação de massa (cartazes,
cinema, televisão, história em quadrinhos etc.), a temas ligados ao imaginário popular
(futebol, desemprego, violência, anonimato e solidão na grande cidade,
condicionamentos urbanos) e ao poder evocativo da imagem.
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Disponível em: <http://www.imdb.com/company/co0064075/>. Acessado em: 5 fev. 2013.
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Disponível em: <http://cinemateca.gov.br/>. Acesso em: 5 fev. 2013.
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Disponível em: <http://cinemateca.gov.br/>. Acesso em: 5 fev. 2013.
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A arte digital é uma produção humana e, portanto, também constitui uma arte
aplicada na produção cinematográfica. Todavia, seu crescimento na formulação quase
que completa de ambientações à história e aos personagens retirou da cenografia e
do figurino parte de seus espaços materiais. Criaturas que eram animadas em pano e
engrenagens, hoje podem ser facilmente construídas virtualmente. Panos de fundo
que representavam florestas encantadas e cidades não-humanas também podem ser
elaborados a partir da liberdade de criação encontrada nas ferramentas digitais.
A cenografia e o figurino sempre foram fundamentais para quebrar a ligação
com a realidade, necessária no gênero de fantasia. As artes decorativas e aplicadas,
como o trabalho manual de confecção das mais diversas peças e acessórios às
personagens e à ambientação, estavam presentes desde a produção até a distribuição
final dos filmes, como na elaboração de cartazes de propaganda. Especificamente no
que tange à produção, as artes aplicadas permitiam a soma de diversas técnicas
visuais sem perder seu espaço. Até meados dos anos 1980, os filmes estrangeiros de
fantasia utilizavam-se do figurino e da cenografia como peças fundamentais à
ambientação da narrativa. Somava-se a eles diversas técnicas de artes aplicadas para
fortalecer essa quebra com a realidade.
Desde as técnicas de stop-motion em Simbad e a Princesa (The 7th Voyage of
Sinbad, Nathan Juran,1958), passando pelas películas duplas – possibilitando a
inclusão de animações em cenas reais – filmes como Uma cilada para Roger Rabbit
(Who Framed Roger Rabbit, Robert Zemeckis, 1988) e Pagemaster – O Mestre da
Fantasia (The Pagemaster, Joe Johnston, 1994), incluindo até mesmo maquinários e
engenharias, como utilizados no filme O cristal encantado (The dark crystal, Jim
Hanson, 1982), são bons exemplos das artes aplicadas na construção de um filme de
fantasia. Para esse último, composto totalmente por marionetes, fantoches e
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Academy Awards (1929) é um dos principais prêmios cinematográficos dos EUA.
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