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ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO – POLI/UPE

BERNARDO INOJOSA LYRA

GABRIEL FERNANDES DE OLIVEIRA RAMOS

JORGE LUIZ ARRUDA FILHO

PEDRO HENRIQUE DA S. S. FERREIRA

RAÍ BARBOSA DE ANDRADE

HIDRÁULICA DOS SOLOS – CAPILARIDADE

RECIFE – PE

2017.2
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3
2 TENSÕES NO SOLO ........................................................................... 4
3 TENSÃO SUPERFICIAL ..................................................................... 5
4 MENISCOS CAPILARES .................................................................... 7
4.1 Altura de Ascensão Capilar .................................................................. 7
4.2 Pressões nas Faces de Um Menisco ................................................... 8
4.3 Pressão Neutra Negativa ..................................................................... 9
5 ÁGUA CAPILAR NOS SOLOS ........................................................... 11
6 CAPILARIDADE – ENGENHARIA CIVIL ............................................ 14
7 CONCLUSÃO ...................................................................................... 16
8 REFERÊNCIAS .................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO

A Capilaridade é um exemplo do mecanismo de tensão superficial nos


líquidos. Basicamente o processo de capilaridade é resumido pelo fato de que
a água pode ser elevada e mantida a certa altura da linha de pressão
atmosférica num tubo capilar de pequeno diâmetro.
A capilaridade é um fenômeno físico que ocorre devido à atuação
conjunta das forças de coesão e adesão. A capilaridade ocorre quando a água
está em contato com as paredes de um tubo capilar (tubo de diâmetro muito
pequeno), nele as moléculas de água na superfície do liquido em contato com
o interior do tubo tendem a subir devido à tensão superficial nas áreas de
contato com as paredes do tubo e também devido à adesão da água e, a partir
disso, moléculas de água adjacentes tendem a ser “arrastadas” por conta do
efeito da coesão gerado pelo efeito das pontes de hidrogênio. Com esse
processo a água tende a ascender no tubo.
Esse fenômeno não ocorre apenas em tubos propriamente ditos, mas
também ocorre nos interstícios do solo, cujos vazios funcionam como tubos
capilares, portanto tem grande sujeição ao efeito da capilaridade.
Nos solos a capilaridade produz uma elevação da água acima do nível
freático. A altura que pode ser atingida é inversamente proporcional ao
tamanho das aberturas dos vazios do solo, ou seja, dos seus poros. Portanto,
em solos mais argilosos, que possuem poros milimétricos, o fenômeno torna-se
mais acentuado. Nos solos arenosos a ascensão capilar é da ordem de 30 cm
a meio neutro, porém, em terrenos argilosos essa ascensão pode chegar até
80 m.
Na figura ao lado apresentam-se
resultados de ensaios de capilaridade e as
faixas de alturas que podem ser atingidas
por diferentes solos não coesivos
(pedregulhos, areias e siltes).

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2. TENSÕES NO SOLO

Antes de iniciar o estudo sobre a Capilaridade é importante entender um


pouco sobre as tensões sofridas pelos solos quando eles estão insaturados e
os efeitos que a água pode causar sobre essas tensões.
Em um solo insaturado, constituído apenas de partículas solidas, as
tensões devido o seu próprio peso e devido a forças que são aplicadas sobre
ele são transmitidas de partículas em partículas através de seus contatos, essa
transmissão depende principalmente do tipo de mineral que compõe essa
partícula e da sua textura e granulometria. Essa tensão transmitida entre os
contatos é chamada de tensão efetiva. Com a presença da água em parte dos
vazios do solo (solo não saturado) a tensão vertical total se desenvolve no
esqueleto estrutural sendo que a água que ocorre nos vazios contribui
simplesmente com o aumento de peso do conjunto.
Quando o solo se encontra saturado, com água preenchendo todos os
seus vazios, a tensão vertical total se desenvolve em duas parcelas distintas,
uma no esqueleto estrutural (tensão efetiva) e outra na água que ocorre
enchendo todos os vazios e está sob ação da gravidade (solos submersos) ou
sob ação de pressão exterior (de percolação ou de adensamento). Essa tensão
devido à parcela da pressão total que se desenvolve na água ocorrente nos
vazios é chamada de pressão neutra ou poropressão. Esta só ocorre quando a
água que enche todos os vazios está sob a ação da gravidade, em solos
submersos onde há a ocorrência de água livre, ou a água está com uma
pressão externa que pode ser pressão de adensamento ou pressão de
percolação.
Considerando-se agora, a situação de todos os vazios estarem cheios
de água, mas as partículas estarem simplesmente envolvidas pela água
(espessura da franja capilar), isto é, na faixa de ocorrência de água capilar
onde a água não está sujeita a ação da gravidade (e nem está submetida às
cargas exteriores), portanto, o solo está saturado, a pressão vertical total
devida ao peso próprio dos solos será igual à tensão efetiva, que se
desenvolve no esqueleto granular das partículas do solo.

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3. TENSÃO SUPERFICIAL

As moléculas de água estão conectadas por pontes de hidrogênio. Esse


tipo de ligação é muito forte e confere a água grande coesão, isto é, a
capacidade da substancia de se manter unida e resistir à separação. A coesão
possibilita o surgimento da chamada
tensão superficial, que gera na
superfície da água uma espécie de filme
elástico que confere estabilidade. Pode-
se verificar a presença da tensão
superficial, por exemplo, quando ao
observar uma gota de orvalho na
superfície das plantas.
Para demonstrar como a tensão superficial atua, pode-se imaginar um
recipiente aberto cheio de água, e tomar uma molécula de água presente
nesse recipiente, se ela estiver totalmente “imersa” na massa de água as
forças de atração e repulsão sobre essa molécula se anulam mutuamente
devido à simetria, de modo que a força resultante sobre ela é nula (a). Se essa
molécula estiver na interface da superfície da água com o ar só haverá água na
parte inferior, logo as forças não se equilibrarão como no caso anterior,
gerando uma pressão direcionada para baixo (b), uma pressão interna, que
tende a contrair a superfície do líquido fazendo com que surja uma energia que
tende a manter a superfície nesse estado contraído, diante de qualquer
tentativa de expansão da área. Para se aumentar a área da superfície seria
necessária uma energia igual ou superior a energia que mantém a superfície
no estado contraído. A razão entre essa energia e a área da superfície é
denominada de tensão superficial e é dada em [J/m²] ou pode ser considerada
de forma simplificada como a força por
unidade de comprimento que é dada
em [N/m], que é a forma mais
comumente encontrada. Por conta
disso a superfície da água tende a
formar pequenas curvaturas na região
em contato com as paredes do

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recipiente, em tubos finos esse é efeito é ainda mais visível.
O cálculo da tensão superficial é feito a partir de sua definição. A razão
entre energia necessária para executar uma “deformação” na película de um
líquido e a variação da área após essa deformação. Observe o caso abaixo em
que um aro com um lado móvel está preenchido por uma lâmina d’água:

O trabalho necessário para executar um deslocamento, ∆𝑥, no lado livre


vale: τ = F. ∆𝑥. Enquanto que a variação na área da película será: ∆A = 𝑙. ∆𝑥. A
tensão superficial do líquido será então dada por:
τ F. ∆𝑥 F
σs = = ∴ σs =
2. ∆A 2𝑙. ∆𝑥 2𝑙
Neste caso, a variação da área foi dobrada, pois deve-se lembrar que
existem dois lados da lâmina em contato com o ar, havendo a ação, dessa
forma, de duas superfícies. Isso pode ser visualizado de forma mais clara na
vista em corte abaixo:

A água é uma substância polar, em contato com outras substâncias


polares tendem formar interações que fazem a água aderir a outras moléculas,
esse tipo de atração refere-se a uma propriedade dos materiais denominada
adesão, que só ocorre com substâncias de polaridade similar. Em
contrapartida, se a água for colocada em superfície encerada, por exemplo,
não haverá adesão, visto que a cera é um material apolar.

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4. MENISCOS CAPILARES

4.1. Altura de Ascensão Capilar

Quando um tubo capilar, aberto em ambas extremidades, é inserido no


líquido, o resultado da competição entre as forças de coesão do líquido e de
adesão ao tubo pode ser notado na ascensão ou depressão capilar.
A tensão superficial proporciona uma força F atuando na fronteira
circular entre a água e o vidro. Esta força é orientada pelo ângulo φ, que é
determinado pela competição entre as forças de coesão e de adesão. A
componente vertical de F puxa a água para cima no tubo até a altura h. A esta
altura a componente vertical de F se contrapõe ao peso da coluna de água de
comprimento h.

Fy = 2. π. R. σ. cosφ
{
P = γa . g. V = γa . g. π. R2 . hc
F = P → 2. π. R. σ. cosφ = γa . g. π. R2 . hc
2. σ. cosφ
hc = (Eq. de Laplace)
γa . g. R

Vale ressaltar que a equação de Laplace também pode ser utilizada para
calcular o valor de hc , em casos de depressão capilar. Uma vez que φ > 90°,
teremos hc < 0.
A equação de Laplace pode ser utilizada para os solos, considerando
que R é o raio dos poros do solo, e a altura máxima de ascensão capilar, no
solo, será dada considerando o raio dos menores poros. Adotando uma
situação a 25ºC, e, substituindo alguns parâmetros na equação:
σ = 0,072 N/m; φ = 0°; γa = 1000 kg/m³; g = 9,81 m/s²
2.0,072. cos0 1
hc = ∴ hc =
1000.9,81. R 68125. R
Obtermos a equação que relaciona as dimensões dos vazios do solo
com a altura de ascensão capilar. Note claramente que é uma relação
inversamente proporcional, logo, quanto menor os poros, mais alto a água
sobe. Os solos podem ter seus poros classificados, de forma grosseira, em

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microporos e macroporos. A divisão entre eles é a dimensão que provoca uma
ascensão capilar de 60 cm. Substituindo na equação, temos:
1
0,60 = ∴ R ≅ 25 μm
68125R
Assim, de forma geral, temos:
Tipo de poro Ascensão (m) Raio (µm) Função
Macroporo < 0,6 > 25 Aeração e distribuição rápida de água
Mesoporo 0,6 – 10 1,5 – 25 Armazenagem de água facilmente
disponível às plantas e aeração
Microporo 10 – 150 0,1 – 1,5 Armazenagem de água dificilmente
disponível às plantas
Criptoporo > 150 < 0,1 Armazenagem de água não
disponível às plantas

4.2. Pressões nas Faces de Um Menisco

Ao analisar as pressões que atuam em cada face de um menisco


capilar, verificamos que sua superfície está sob uma diferença de pressão.
Veja a ilustração abaixo.
Note que os pontos abaixo do nível de
água da cuba estão sob a pressão da coluna
d’água acima deles. Valor que pode ser
calculado de forma simples, através da Lei de
Stevin (P = Patm + γa gh). Agora quando
analisamos os pontos na coluna d’água do
tubo capilar, notamos que eles estão sob uma
pressão que é menor que a pressão ambiente.
P = Patm − γa ghc
Se tratando de pressão nos pontos de água, trataremos esta pressão
como sendo pressão neutra, e, em termos de pressão relativa, ela é uma
pressão negativa. Isso pode causar estranheza a princípio, pois a ideia de
pressão negativa leva à sensação de que a água está sob tensão de tração e
costuma-se ter a ideia de que a água não apresenta resistência à tração, o que
não é verdade. Podemos verificar esse fato, preenchendo uma seringa de
injeção com água, e, ao tentar puxar o êmbolo tampando sua extremidade com

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um dedo, não obteremos sucesso. Isso se deve à resistência da água à tensão
de tração. Mas é necessário lembrar que as pressões consideradas são
tomadas com referência à pressão atmosférica (adota-se Patm = 0), então as
pressões de fato, não são negativas, apenas menores que Patm , que
usualmente é em torno de 100 kPa. Concluindo este pensamento, a água,
ainda sim, está sob tensão de compressão.
Agora analisando na região próxima ao menisco,
veremos que PE < PF , logo a superfície do menisco está sob
uma diferença de pressão. Porém, o sistema estando em
equilíbrio, deve haver alguma interação que neutraliza essa
diferença. Isso se deve à pressão gerada pela tensão
superficial do líquido.
Calculando por equilíbrio simples, o valor dessa pressão gerada pela
tensão superficial do menisco:
Ftensão superficial = (PF − PE ). πR2
σs . 2πR. cosφ = ∆P. πR²
2σs cosφ
∆P = (Pressão de Laplace)
R

4.3. Pressão Neutra Negativa

Voltando à ideia de que, no tubo capilar, temos uma pressão neutra


negativa, vamos analisar os efeitos que isso pode gerar no comportamento do
solo. Das definições iniciais de tensões a que o solo está sujeito, temos que:
σ = σ′ + u → σ′ = σ − u
Considerando agora que, se o solo apresenta água capilar, nessa região
u < 0, levando esse fato à equação anterior chegamos à conclusão que:
σ′ = σ − (−u) → σ′ = σ + u
Ou seja, a pressão efetiva é maior do que a pressão total, pelo efeito da
capilaridade. Isso se reflete no fato que a tensão superficial gerada no menisco
tende a aproximar os grãos de solo, aumentando a tensão transmitida grão a
grão. Daí podemos notar a diferença entre os efeitos que a água provoca num
solo submerso e num solo úmido, não submerso. Enquanto no submerso, a

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água tende a diminuir os efeitos da tensão efetiva, por efeito de empuxo, no
que não está submerso, a água tende a aumentar esses efeitos, por efeito de
capilaridade. Assim, quando se quer calcular as pressões que atuam num solo
úmido, não submerso, a capilaridade deve ser levada em conta, uma vez que
ela aumentará a tensão efetiva no solo, essa que é responsável pelos efeitos
de deformação no solo.

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5. ÁGUA CAPILAR NOS SOLOS

O efeito de capilaridade da água no solo pode ser comparado a situação


apresentada no tubo capilar, devido as pequenas dimensões dos poros
presentes no solo. Como no solo as dimensões dos vazios dependem
diretamente do tamanho de suas partículas, pode-se afirmar que a altura de
ascensão é maior quão mais fino forem os grãos. Tem-se aproximadamente a
altura capilar por tipo de solo como:
– Pedregulho: alguns centímetros;
– Areia: de 1 a 2 metros;
– Silte: de 3 a 4 metros;
– Argila: mais que 10 metros.
Entretanto, não se pode ignorar a diferença de natureza entre um tubo
capilar e os poros no solo, incluindo as características de irregularidade e
interconectividade dos poros em oposição ao tubo capilar. Tendo isso em
mente, é importante também levar em consideração o histórico do depósito,
podendo-se citar como situações principais dois casos distintos:
 Solo seco colocado logo acima do nível d'água.
 Solo abaixo do nível d'água, onde ocorre posterior rebaixamento de
tal nível.
No primeiro caso, a água abaixo do N.A. é sugada para os vazios no
solo de forma a alcançar a máxima altura de ascensão capilar, levando com si,
no processo, bolhas de ar, que ficam presas no interior do solo. Dessa forma
percebe-se que o nível de saturação inicial começa a diminuir, até alcançar a
altura de ascensão máxima.
Já no segundo caso, enquanto existe um rebaixamento do nível d'água,
há também uma resistência pela tensão superficial da água, mantendo o solo
saturado até certo ponto. Acima do mesmo, o grau de saturação do solo
começara a diminuir, até alcançar a altura máxima de ascensão capilar.
Durante esse percurso a água capilar se manterá ligada ao N.A. por meio de
colunas d'água, que irão se romper a partir do ponto onde o rebaixamento se
torna maior que a altura máxima de ascensão capilar.

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Esse comportamento pode ser observado na representação gráfica
abaixo:

Na figura, A e D são respectivamente as alturas de ascensão capilar


máxima do 1º e 2º caso e B e C são os pontos até os quais o grau de
saturação do solo se mantém aproximadamente constantes para cada caso.
Deve-se acrescentar ainda, que, para a água que se mantém ligada ao N.A. é
possível determinar a pressão negativa correspondente através de sua cota em
função da altura do nível d'água.
Já em relação à água que não está conectada com o lençol freático,
como a água acima da altura de ascensão capilar máxima no caso de
rebaixamento do N.A. (2º Caso), tal água está localizada no contato entre as
partículas, formando meniscos capilares. Devido à tensão superficial da água,
se forma uma força que aproxima as partículas do solo, resultando no aumento
da tensão efetiva do mesmo e gerando o efeito de coesão aparente. A coesão
aparente pode ser percebida nos solos como a areia até a argila, apresentando
valores maiores na argila, mas sendo percebida mais facilmente na areia.
Na areia, a coesão aparente é mais perceptível devido à falta de uma
coesão real entre suas partículas e sua maior permeabilidade, sendo que a
coesão aparente só existe dentro de uma faixa de saturação do solo e a areia
tem mais facilidade para saturar ou secar. Isso pode ser observado no uso de
areia para a confecção de esculturas na praia. Na argila, a coesão aparente
pode ser percebida mais facilmente nos taludes e encostas naturais, onde

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ocorrem deslizamentos durante ou após grandes chuvas devido ao aumento do
grau de saturação do solo e respectiva baixa da coesão aparente.

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6. CAPILARIDADE – ENGENHARIA CIVIL

O problema mais comum causado pela capilaridade são as infiltrações


nas construções. A ascensão da água nas paredes se dá pelas
descontinuidades dos materiais utilizados na construção civil, que ficam
semelhantes a tubos capilares, formando uma rede de vazios, que vão sendo
saturados pela água, que inicialmente estava presente no solo, à medida que
essa se desloca dentro do material. Essa ascensão, porém, na alcança
grandes elevações, atingindo entre 50 e 120 centímetros de altura, sendo
visível apenas nos pavimentos térreos.
Ao ascender, a água é capaz de dissolver os sais existentes no terreno e
nos próprios materiais de construção, que são transportados através das
paredes para níveis superiores. Ao evaporar, esta água provocará a
cristalização destes sais que fecharão os poros existentes, fazendo com que
apareçam manchas brancas na parte inferior das paredes. Esse fenômeno é
conhecido como salitre (ou salina).

Podemos perceber a ação da água pela capilaridade visualmente, pois


ela provoca o aparecimento de manchas nas regiões geralmente junto ao solo,
acompanhadas de manchas de bolor ou de eflorescências e da degradação do
revestimento, principalmente nos locais de pouca ventilação.
Em alguns casos mais extremos, a presença de umidade na alvenaria
poderá causar a expansão por umidade. Essa patologia causa a expansão da
alvenaria (geralmente quando é composta de argilas expansivas) e uma
consequente perda de resistência, podendo ocasionar rachaduras e recalques
nas estruturas da construção. Esse problema gerou a interdição de alguns
conjuntos habitacionais na Região Metropolitana do Recife e até a proibição do
sistema construtivo de Alvenaria Resistente em 2005.

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Para resolver esse problema é necessário que, durante a construção,
seja feita uma impermeabilização eficiente entre o solo e a base da construção,
que pode ser composta de concreto, mantas impermeabilizadoras, até mesmo
de material polimérico, como polietileno, para que a umidade não tenha acesso
à estrutura da construção, evitando os problemas expostos anteriormente.
Além da infiltração a capilaridade pode ocasionar rachaduras, trincas ou
fissuras em aterros localizados em lugares de forte alteração climática devido à
contração dos solos. Após um período com grandes chuvas nessas regiões,
o solo do aterro passa a ter uma grande concentração de água pela ação
combinada dos efeitos naturais e da capilaridade, de modo que quando essa
água começa a evaporar, ocorrerá uma contração volumétrica devido à
expulsão da água presente nos vazios do solo e a consequente formação de
meniscos entre os grãos onde irão surgir forças capilares que irão aproximar as
partículas. Esse problema ocorre principalmente na área do talude de corte do
aterro, gerando grandes rachaduras longitudinais.
Outro efeito muito importante causado pela capilaridade é o chamado
sifonamento capilar que se observa nas barragens. Ele consiste na
percolação da água sobre o núcleo impermeável da barragem. Tal fato ocorre
quando a altura de ascensão capilar do material que cobre o núcleo
impermeabilizante é maior do que a distância entre a crista do núcleo e o nível
da água a montante.

A Capilaridade ainda pode causar a elevação do nível freático, esse


problema ocorre muito durante a pavimentação de estradas quando são feitos
aterros. Ao recobrir um terreno argiloso impede-se a evaporação contínua da
água do solo em sua superfície, então a camada imediatamente abaixo do
pavimento torna-se saturada, acumulando água. Ocorre o fenômeno da
ascensão capilar, tanto mais acentuado quanto mais argiloso é o solo. Um
exemplo desse fenômeno foi observado durante a construção da pista do
aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em que a ascensão capilar atingiu 35
metros.
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7. CONCLUSÃO

Após a realização deste trabalho podemos analisar a importância que o


estudo do comportamento do solo perante a ação da água tem, no que
concerne aos problemas enfrentados pela Engenharia Civil.
A capilaridade é um fenômeno que ocorre naturalmente nos solos,
sendo mais expressiva naqueles que possuem granulometria mais fina, como
as argilas e os siltes. Cabe a geotecnia e a hidráulica estudar como esse
fenômeno de dá nos diferentes tipos de solos e analisar os problemas que
poderão decorrer do mesmo.
Para a Engenharia Civil, a análise e o entendimento desse fenômeno
poderá prevenir inúmeras patologias nas construções, como foi visto
anteriormente, garantindo, assim, uma maior segurança e durabilidade para as
obras que poderão sofrer alguma consequência devido esse fenômeno.

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8. REFERÊNCIAS

PINTO, Carlos de Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos, 3ª


Edição, 2016.
LIER, Quirinj de Jong Van. Cálculo de alguns parâmetros físicos do solo,
2010.
CAMELO, Cristian Y. Soriano. Capilaridade nos solos e suas aplicações
na Engenharia Civil, 2014.
CECHINEL, VIEIRA, MANTELLI E TONEL. Infiltração em Alvenaria.
OLIVEIRA, Alexandre. Fissuras, trincas e rachaduras causadas por
recalque diferencial de fundações.

 Páginas da internet:
<https://www.infoescola.com/fisica/coesao-e-adesao-da-agua/>
<http://www.esalq.usp.br/departamentos/leb/aulas/lce200/Cap7.pdf>
<https://www.engenhariamoderna.net/single-post/2017/07/24/A-
influ%C3%AAncia-da-%C3%A1gua-no-solo>
<https://blogdopetcivil.com/2014/12/03/patologias-causadas-por-
infiltracao-em-edificacoes/>
<https://www.tintasepintura.pt/salitre-causas-e-tratamento/>

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