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https://novaescola.org.br/conteudo/14624/professores-
de-arte-podem-planejar-atividades-e-depois-incluir-
demandas-da-bncc-diz-especialista

Publicado em NOVA ESCOLA 14 de Dezembro | 2018

Para se aprofundar

Professores de Arte
podem planejar
atividades e depois
incluir demandas da
BNCC, diz especialista
Em entrevista, Rosa Iavelberg indica fazer o caminho
inverso ao planejar para o componente

Em entrevista à Nova Escola, a professora Livre Docente e pesquisadora da


Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Rosa Iavelberg, fala
sobre avaliação, recursos e plajenamento para adaptar o ensino de Arte à
Base.

Na sala de aula, qual é o papel do professor enquanto mediador dos


processos de criação, expressão, fruição, estesia, reflexão e crítica da
Arte?
O papel do professor de Arte é o de promover as aprendizagens nas seis
dimensões do conhecimento propostas na BNCC, sabendo que elas estão
articuladas entre si nas ações do aluno. Entretanto, pode ocorrer que uma
das dimensões, a depender da atividade, tenha uma tônica mais acentuada
que as demais.

Quais devem ser os limites da mediação entre professor e estudante,


para que o propósito didático se mantenha, mas a intervenção não seja
excessiva?
O professor não pode conduzir o que o aluno deve fazer ditando o passo a
passo, os enunciados das tarefas podem ser interpretados pelos alunos nos
atos de criação, ao trabalhar nas seis dimensões do conhecimento. No
entanto, a orientação e o acompanhamento dos alunos nas situações de
aprendizagem é parte do trabalho do professor.

A maneira de planejar as aulas tem que mudar, para que as dimensões e


os conteúdos propostos pela Base sejam contemplados?
A BNCC de Artes não descreve conteúdos e, sim, habilidades. Os conteúdos
serão planejados e definidos pelas escolas. O planejamento vai mudar, pois
as habilidades e competências gerais e específicas da Arte que incidem sobre
os objetos de conhecimento precisam estar associadas aos conteúdos
definidos pelas equipes escolares. De qualquer forma, uma maneira de
garantir a autoria dos professores no desenho curricular do componente é
construir as sequências didáticas antes de consultar a BNCC, ou seja, fazer o
caminho inverso do habitual. Planejadas as sequências pode-se cotejá-las
com o documento para verificar encaixes e faltas em relação às demandas da
Base. Quando não houver coincidências entre habilidades e competências
planejadas e as da BNCC, pode-se passar as sequências para a parte
diversificada garantida pelo documento ou incluir alguma habilidade e
competência às já planejadas, sem perder a intenção dos professores e suas
autorias. Esse trabalho pode ser realizado, pois sua pertinência já foi
verificada por nós, junto a grupos de professores de Arte.

As avaliações precisam mudar, para acompanhar as mudanças da BNCC?


Sim. A tônica das avaliações recai sobre as habilidades a serem aprendidas e
as competências a serem desenvolvidas. Entretanto, estas só podem ser
concretizadas mediante a aprendizagem dos conteúdos a elas relacionados.

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental os estudantes estão


desenvolvendo competências relacionadas à alfabetização e ao
letramento. Como, nesse contexto, garantir que o trabalho com as
linguagens da Arte não perca espaço?
Se o desenho curricular abarcar o espaço de tempo adequado ao Ensino da
Arte, este problema não existirá.

A BNCC propõe que diferentes habilidades sejam trabalhadas durante o


primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental. Que estratégias o
professor pode utilizar para garantir que conceitos e processos se
aprofundem nos anos finais do ensino fundamental?
O número de habilidades do componente não é extenso como o de áreas
como Língua Portuguesa, por exemplo. Isso facilita o nosso planejamento, de
modo a contemplar o que está proposto no documento.

Como dar conta de tantas práticas em algumas poucas aulas semanais?


Acredito em negociações junto aos pares e gestores para garantir o espaço
necessário ao componente. Sabe-se que Associações nacionais e estaduais
de arte e de educadores lutam pelo papel da Arte no desenho curricular junto
aos órgãos públicos e isso precisa acontecer nas escolas.
Outra questão é a falta de recursos das escolas públicas para permitir a
vivência desse leque tão grande de atividades que a Base propõe. Que
estratégias podem ajudar o professor a lidar com esses desafios?
A criação didática e a resolução desses problemas compete aos profissionais
das escolas, que conhecem as especificidades de cada contexto de trabalho.
Nem tudo depende dos professores, mas de políticas públicas. Não temos
estratégias mágicas para solucionar o descaso com as necessidades do
componente, mas é imperativo que se reivindique as condições para que o
trabalho possa ter a qualidade que merece.

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