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Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Ciências Econômicas

Diego Augusto Steffen

Proposição de um método de implantação da técnica de simulação computacional:

Estudo de caso em uma empresa de mineração

São Leopoldo

2006
1

Diego Augusto Steffen

Proposição de um método de implantação da técnica de simulação computacional:

Estudo de caso em uma empresa de mineração

Monografia de Conclusão do Curso de

Administração de Empresas pela Universidade do

Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Orientador: Prof. Luis Henrique Rodrigues, PhD.

São Leopoldo

2006
2

“Dedico este trabalho aos meus pais,


Renato e Irena, meus irmãos,
Bárbara e Gustavo, familiares e
amigos pelo apoio em todos os momentos
da minha vida”
3

AGRADECIMENTOS

... a Deus pela vida;

... a meus pais pelo incentivo e esforço para que este momento acontecesse;

... a minha irmã Bárbara pelos conselhos durante todo o curso e a meu irmão Gustavo pelo

exemplo de aluno e pessoa;

... ao Professor Dr. Luis Henrique Rodrigues pelo seu apoio durante todo o trabalho, pelo seu

conhecimento, e principalmente por sua amizade;

... aos Professores do Centro de Ciências Econômicas por transmitirem conhecimento e

experiência ao longo do curso;

... a meus amigos do EJU pela compreensão e apoio mesmo nos meus momentos de

ausência;

... aos amigos Menezes, Jonatas, Vaccaro pela amizade e pelo conhecimento transmitido;

... a Rodrigo Castilho e Wellington que foram fundamentais para o desenvolvimento do

estudo.
4

"Há homens que lutam um dia e são bons.

Há outros que lutam um ano e são melhores.

Há os que lutam muitos anos e são muito bons.

Porém, há os que lutam toda a vida.

Esses são os imprescindíveis."

Bertolt Brecht
5

RESUMO

Este estudo propõe um novo método para implantação da técnica de

simulação computacional, no setor de mineração. A pesquisa foi realizada através de

um estudo de caso em uma empresa do setor. O trabalho analisa o método adotado

na implantação de uma ferramenta de simulação, através de entrevistas com os

usuários da ferramenta e os implementadores da mesma, identificando suas

deficiências, seus pontos fortes e realizando uma comparação com os métodos

apresentados pelos autores da área. Com isso, o estudo subsidiou a nova proposta de

implantação da técnica de simulação computacional. Também com o estudo

verificou-se um aprendizado gerado a partir da implantação com a assimilação da

simulação computacional por parte dos usuários.

Palavras-chave: Simulação Computacional, Mineração, Método de

Implantação, Ferramenta de Apoio à Tomada de Decisão.


6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exportações Segundo as Principais Mercadorias (Fonte: Ministério da

Fazenda) ....................................................................................................................................................... 18

Figura 2 – Estrutura de decisão (O'Brien, 2004) ........................................................................... 22

Figura 3 – Condução de projetos (Vaccaro, 1999) ...................................................................... 35

Figura 4 - Passos em um Estudo de Simulação (Law & Kelton, 1991)................................. 38

Figura 5 - Etapas para Construção de um Modelo de Simulação (Gogg e Mott, 1992)

.......................................................................................................................................................................... 42

Figura 6 - Processo de Modelagem e Simulação (Pritsker, 1990)......................................... 45

Figura 7 – Método Utilizado no estudo de caso.......................................................................... 58

Figura 8 - Representação do sistema de mineração .................................................................. 62

Figura 9 - Lavra com Caminhões........................................................................................................ 65

Figura 10 - Lavra Direta.......................................................................................................................... 65

Figura 11 - Caminhão em operação ................................................................................................. 66

Figura 12 - Macro Áreas do Método Proposto ............................................................................ 75

Figura 13 - Método Proposto.............................................................................................................. 78

Figura 14 – Modelagem Conceitual.................................................................................................. 79

Figura 15 – Preparação da Modelagem Computacional.......................................................... 81

Figura 16 – Construção do Modelo Computacional .................................................................. 83

Figura 17 – Operacionalização da Simulação Computacional ............................................... 84

Figura 18 – Construção dos Cenários ............................................................................................... 86


7

Figura 19 – Rodadas do Modelo ........................................................................................................ 87

Figura 20 – Apresentação das Etapas do Projeto ........................................................................ 87

Figura 21 – Melhorias.............................................................................................................................. 88

Figura 22 – Cronograma do Método Proposto............................................................................ 90


8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipo de modelagem .......................................................................................................... 24

Tabela 2 – Áreas de aplicação da simulação computacional.................................................. 29

Tabela 3 - Preocupação e características presentes em modelos de simulação............. 34

Tabela 4 – Estratégias de Pesquisa .................................................................................................... 51


9

SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................................................... 13

1.1 Problema .......................................................................................................................................... 15

1.2 Objetivo............................................................................................................................................. 16

1.2.1 Objetivo Principal.................................................................................................................. 16

1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................................................ 16

1.3 Justificativa....................................................................................................................................... 17

1.4 Delimitações.................................................................................................................................... 19

1.5 Estrutura do Trabalho.................................................................................................................. 20

2 Revisão Teórica ...................................................................................................................................... 21

2.1 Sistema de Apoio Gerencial...................................................................................................... 21

2.2 Modelagem Empresarial ............................................................................................................ 24

2.3 Simulação Computacional......................................................................................................... 25

2.3.1 Uso da Simulação Computacional.................................................................................. 28

2.3.2 Benefícios do uso da Simulação Computacional...................................................... 30

2.3.3 Desvantagens do uso da Simulação Computacional.............................................. 31

2.3.4 Propósitos de um Estudo de Simulação....................................................................... 32

2.4 Etapas da Condução de Projetos de Simulação Computacional............................... 34

2.4.1 Método para desenvolvimento de um projeto de Simulação proposto por

Law e Kelton....................................................................................................................................... 36
10

2.4.2 Método para desenvolvimento de um projeto de Simulação proposto por

Goog & Mott...................................................................................................................................... 39

2.4.3 Método para desenvolvimento de um projeto de Simulação proposto por

Pritsker.................................................................................................................................................. 42

2.4.4 Comparação dos Métodos Apresentados................................................................... 45

2.5 Considerações Finais do Capítulo...........................................................................................49

3 Método ..................................................................................................................................................... 50

3.1 Características de um Estudo de Caso.................................................................................. 51

3.1.1 Definições de Projeto de Pesquisa ................................................................................. 51

3.1.2 Componentes de Projetos de Pesquisa........................................................................ 52

3.2 Método do Trabalho.................................................................................................................... 53

3.3 Roteiro de Entrevista.................................................................................................................... 54

4 Estudo de caso ....................................................................................................................................... 55

4.1 Histórico da Empresa................................................................................................................... 55

4.2 Estudo de Caso............................................................................................................................... 56

4.3 Método Utilizado .......................................................................................................................... 57

4.3.1 Workshop ................................................................................................................................. 59

4.3.2 Planejamento Global do Projeto..................................................................................... 59

4.3.3 Pré-definição do modelo conceitual............................................................................. 60

4.3.4 Modelagem Conceitual do sistema produtivo Mina .............................................. 64

4.3.5 Definição dos dados necessários e processo de captura dos mesmos ........... 65

4.3.6 Coleta de dados..................................................................................................................... 67

4.3.7 Análise estatística dos dados coletados ....................................................................... 67

4.3.8 Especificação conceitual do template de Simulação .............................................. 67

4.3.9 Validação da especificação................................................................................................ 68

4.3.10 Construção computacional do template................................................................... 68

4.3.11 Verificação do sistema com banco de dados piloto............................................. 68

4.3.12 Validação junto ao usuário e definição das saídas do modelo........................ 69


11

4.3.13 Inclusão dos dados no modelo computacional ..................................................... 70

4.3.14 Verificação e validação do sistema real ..................................................................... 70

4.3.15 Ajustes do modelo computacional.............................................................................. 70

4.3.16 Construção computacional dos cenários propostos ............................................ 71

4.3.17 Verificação e ajustes dos cenários propostos.......................................................... 71

4.3.18 Análise dos resultados ...................................................................................................... 71

4.3.19 Formalização dos resultados.......................................................................................... 72

4.4 Avaliação do Método Utilizado............................................................................................... 72

4.4.1 Considerações Sobre o Método...................................................................................... 72

4.4.2 Interpretação do Questionário ........................................................................................ 73

4.5 Método Proposto.......................................................................................................................... 74

4.5.1 Modelagem Conceitual ...................................................................................................... 79

4.5.2 Preparação da Modelagem Computacional .............................................................. 81

4.5.3 Construção do Modelo Computacional....................................................................... 83

4.5.4 Operacionalização da Simulação Computacional.................................................... 84

4.5.5 Construção dos Cenários.................................................................................................... 86

4.5.6 Rodadas do Modelo............................................................................................................. 86

4.5.7 Apresentação das Etapas do Projeto............................................................................. 87

4.5.8 Melhorias .................................................................................................................................. 88

4.6 Cronograma do Método Proposto ........................................................................................ 89

4.7 Resumo do Capítulo .................................................................................................................... 91

5 Conclusoes finais e trabalhos futuros ........................................................................................... 92

5.1 Resultados Obtidos ...................................................................................................................... 92

5.2 Recomendações para Estudos Futuros................................................................................. 93

Referências bibliográficas...................................................................................................................... 95

Anexo............................................................................................................................................................. 98

Anexo A - Roteiro Utilizado nas Entrevistas do Estudo de Caso....................................... 98


12

Anexo B - Roteiro de Entrevistas com os Implantadores da Ferramenta de

Simulação ................................................................................................................................................ 99
13

1 INTRODUÇÃO

Ao longo da vida decisões devem ser feitas de modo a se concretizar um

objetivo previamente traçado. As decisões, assim como todo o processo decisório,

estão no cotidiano de todas as organizações, sejam estas organizações familiares,

empresas privadas, empresas públicas, etc. Durante um curso universitário,

conhecimentos técnicos e científicos são difundidos para auxiliar na tomada de

decisão, mas o processo em si é muito particular da pessoa que o toma.

A tomada de decisão nas empresas sofre alterações constantemente no

cenário mundial. Sabe-se da inversão mercadológica acontecida no final dos anos 70

onde a oferta de produtos superou a demanda por estes mesmos produtos. Esta

inversão acarretou mudanças significativas no mundo dos negócios. A luta pela fatia

de mercado faz com que as empresas tomem decisões profundas na forma de fazer

negócio.

A partir de fatos como este, a busca da minimização dos custos de

produtos/processos dentro das empresas é constante, assim como a maximização dos

lucros.
14

O setor de mineração é um fornecedor de matéria-prima para diversos outros

setores da economia nacional e mundial, como por exemplo, automobilístico,

ferroviário, naval, construção civil, etc.

Com todo este dinamismo presente no setor, as tomadas de decisões são

presentes, constantes e cotidianas. Utilizar a pesquisa operacional, por meio da

simulação computacional, se mostra interessante e condizente com a realidade da

indústria de mineração.

Para a empresa em estudo, assim como demais empresas industriais,

desenvolver cenários operacionais, que possibilitem o aumento da produtividade

e/ou diminuição dos custos, usando técnicas e ferramentas de simulação

computacional, significa uma vantagem competitiva frente às outras empresas do

setor.

Um motivador para as empresas buscarem ferramentas como a simulação

computacional, de modo especial a empresa em estudo, é um auxílio na tomada de

decisão gerencial devido às variabilidades existentes no sistema real. Processos e

operações podem ser realizados sem uma padronização, levando em consideração o

conhecimento da pessoa que executa a tarefa. Desta forma, a simulação vem ao

encontro, pois necessita entender e as opções existentes no mundo real, para assim

modelar o sistema de forma coerente e realista.

O sucesso da técnica de simulação computacional está embasado na condução

do método de implantação, assim sendo, o trabalho procura avaliar no estudo de

caso o método aplicado na implantação da técnica de simulação em uma empresa de

mineração e propor um método alternativo para a implantação da técnica de

simulação computacional no setor.


15

1.1 Problema

Como seria possível a proposição de um método robusto para condução de

projetos de simulação computacional a partir da revisão bibliográfica e análise

empírica do estudo de caso?

É próprio do ser humano a resistência aquilo que é novo. Segundo Parker &

Stahel (1998), resistir é a habilidade ou poder de não ser afetado ou prejudicado por

alguma coisa. Nas organizações não é diferente: a mudança, seja ela de controle

acionário, reestruturação interna, reengenharia, implantação de um software de

gestão, tende a acarretar numa resistência natural ao longo do processo.

O presente trabalho analisará como foi implementado metodologicamente a

ferramenta de simulação computacional em uma empresa de mineração, no sentido

de avaliar a sua efetividade e propor uma nova metodologia para implantação da

técnica de simulação computacional.

Uma implantação como esta a ser estudada terá diferentes percepções entre

todos os envolvidos. Aos que implantaram, aos que geriram e aos que

operacionalizaram a ferramenta de simulação computacional será analisada as

facilidades e dificuldades encontradas no método de implantação.


16

1.2 Objetivo

O estudo a ser desenvolvido tem os seguintes objetivos:

1.2.1 Objetivo Principal

Este estudo tem como objetivo principal propor um método para a

implantação da técnica de simulação computacional usado como ferramenta de

tomadas de decisões, em uma empresa do setor de mineração.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para a realização deste objetivo, alguns objetivos específicos serão abordados:

• Fazer um estudo de caso em uma empresa do setor, que implantou uma

ferramenta computacional a fim de se analisar o método usado na condução

do mesmo.

• Planejar um cronograma em Microsoft Project do método proposto, levando

em conta a duração de cada etapa do método.


17

1.3 Justificativa

Tanto nas empresas de mineração, quanto nas demais organizações, devem-se

levar em conta a variabilidade dos processos, uma vez que as operações são

dinâmicas e flexíveis.

A empresa em estudo, assim como demais empresas industriais, possui uma

elevada complexidade em seus processos. A modelagem e simulação visam um

melhor entendimento das relações existentes no processo empresarial, desde o

planejamento estratégico até a programação fina de produção.

A simulação computacional é uma ferramenta que possibilita expressar uma

realidade em um ambiente virtual. Por sua flexibilidade, a simulação contempla a

variabilidade do sistema, gerando resultados dinâmicos, de acordo com os

parâmetros estipulados. A sua utilização possibilita uma melhor visualização e

entendimento do sistema real.

A tentativa e erro são permitidos no ambiente virtual usando a simulação

computacional. A ferramenta permite a criação de diversos cenários, das mais

diversas realidades. Desta forma qualquer decisão futura não será tratada mais como

tentativa, mas sim uma opção com perspectivas futuras mais coerentes com a

realidade.

Ao desenvolver um trabalho de simulação, o método de implantação é o

responsável pela ativação tanto física (operacionalização da técnica) quanto mental

(entendimento dos conceitos envolvidos na técnica).


18

A gestão de um projeto normalmente está associada a um método a ser

desenvolvido ao longo do processo. Desta forma métodos equivocados ou

deficitários podem trazer complicações no gerenciamento do projeto.

A escolha do setor da mineração, em especial a empresa estudada, se deu a

partir de uma oportunidade profissional, onde foi possível a viabilização deste

projeto.

O setor de Mineração tem um lugar importante no cenário nacional quando

vemos os indicadores de exportação, representados na figura 1:

Exportações Segundo as Principais Mercadorias - Janeiro a Fevereiro de 2006

1.400.000

1.200.000
VAL. em U$$ 1000 FOB

1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

0
Minérios de ferro e seus concentrados

Petróleo

Automóveis de passageiros e outros

Óleos de petróleo ou de minerais

Açúcar

Carnes de aves

Café mesmo torrado ou descafeinado

Partes e acessórios dos veículos

Aeronaves

Celulose

Soja mesmo triturada

Alumínio em formas brutas

Aparelhos transmissores (emissores)

Prods. semimanufaturados de ferro ou

Farelo de soja

Carnes bovinas congeladas

Calçados com sola exterior de borracha,

Ferro fundido bruto e ferro "spiegel"

Veículos automóveis p/transporte de

Sucos de frutas (incluídos os mostos de


veículos automóveis

betuminosos

automóveis

aços não ligados


p/radiotelefonia

plástico ou couro

mercadorias

uvas)

Descrição

Figura 1 – Exportações Segundo as Principais Mercadorias (Fonte: Ministério da Fazenda)

Sendo assim, a Mineração ocupa uma posição de destaque frente aos demais

setores da economia. Segundo o IBGE, o crescimento de 5% na indústria foi o

principal responsável pela alta de 3,4% no PIB no primeiro trimestre deste ano na

comparação com o mesmo período do ano passado.


19

As atividades que mais contribuíram para a expansão da indústria foram

mineração (12,6%) e construção civil (7%). O setor de serviços teve aumento de 2,8%.

Os maiores destaques foram o comércio atacadista e varejista (4,8%) e o de

transportes (3,6%).

1.4 Delimitações

Sendo a proposta do método voltada ao setor de mineração, ele melhor se

aplicará neste setor. O estudo limitará à análise do método de implantação da

ferramenta de simulação computacional, fazendo um cruzamento com os métodos

apresentados pelos autores da área, abordados no capítulo do referencial teórico.

Apesar de ser citada, a ferramenta de simulação computacional não será

analisada/operacionalizada, tampouco os resultados por ela atingidos.

O método proposto não será aplicado, mas poderá ser foco de trabalhos

futuros.

Como já dito acima, o trabalho será realizado em uma empresa do setor de

mineração, tendo uma generalização limitada frente a outros setores produtivos. As

conclusões e sugestões deste trabalho serão voltadas para a empresa em estudo.

A ferramenta de simulação computacional implantada na empresa é

customizada, desenvolvida especialmente para mineração, sendo assim, não se trata

de um pacote genérico de simulação computacional.


20

1.5 Estrutura do Trabalho

O presente trabalho é composto por seis capítulos apresentados abaixo:

• Introdução: Breve relato introduzindo o assunto da pesquisa, o

problema a ser estudado, os objetivos do trabalho e a justificativa do

mesmo.

• Revisão teórica: capítulo que serve de fundamento para o estudo

realizado. Inicia com sistema de apoio gerencial seguindo com

modelagem empresarial e finalizando com simulação computacional.

• Método: o terceiro capítulo detalha o método utilizado para a execução

do trabalho.

• Estudo de Caso: descrição do método aplicada na implantação da

ferramenta de simulação computacional e avaliação da metodologia

aplicada onde contempla a análise do método descrito no estudo de

caso. Este capítulo também contempla as entrevistas com responsáveis

da implantação da ferramenta de simulação computacional, bem como

a proposta de um método robusto para implantação da técnica de

computação computacional.

• Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros: apresentam-se as

conclusões e as possibilidades de desdobramento do trabalho,

sugerindo direções para futuras pesquisas na área.


21

2 REVISÃO TEÓRICA

Esta seção irá abordar os conceitos relevantes ao estudo do problema. Serão

tratados os temas: Sistema de Apoio Gerencial, Modelagem Empresarial, e mais

detalhadamente Simulação Computacional, com suas aplicabilidades, benefícios,

metodologia de implantação, etapas de construção do projeto, ferramentas de

análise de dados e simulação computacional.

2.1 Sistema de Apoio Gerencial

Junto com a evolução da informática, aconteceu a evolução dos sistemas

empresarias. Estes sistemas surgiram para facilitar o trabalho cotidiano dos setores, de

forma independente, na sua concepção. A busca pela excelência na gestão, motivou

que estes sistemas, antes desconexos e independentes, se tornassem uma ferramenta

única, que demonstrasse a organização como um todo. Todas estas evoluções

facilitaram, e facilitam as tomadas de decisão, uma vez que se podem vislumbrar os

impactos destas decisões muito mais facilmente.


22

O'Brien (2004) indica que o tipo de informação requerida pelos tomadores de

decisão está diretamente relacionado com o nível da tomada de decisão gerencial. A

figura 2 exemplifica a estrutura de decisão e as características da informação:

Figura 2 – Estrutura de decisão (O'Brien, 2004)

O topo da pirâmide se tem a administração estratégica, onde a presidência e

os diretores a compõem. Neste nível as decisões são de cunho global, onde envolvem

as metas globais, estratégias, políticas.

Ao centro da pirâmide a administração tática as equipes desenvolvem planos

de curto e médio prazo. Neste nível informações das subunidades, departamentos,

equipes de processo são as relevantes, entre outras.


23

Já a base da pirâmide se localiza a administração operacional. Como neste

nível acontecem planejamentos de curto prazo. Sendo assim, informações como

programa de produção, utilização de recursos são as relevantes para este nível da

estrutura.

Segundo O'Brien (2004), as decisões tomadas no nível da administração

operacional tendem a ser mais estruturadas, as tomadas no nível tático mais semi-

estruturadas e as tomadas no nível da administração estratégica mais não-

estruturadas. Esta diferença se dá no detalhamento e acuracidade das informações.

No nível operacional é necessário saber precisamente o nível de estoque que a

empresa possui, o quanto produzir em determinada semana, etc. Diferentemente da

administração tática, que não necessita de tanto detalhe, mas sim um controle sobre

as operações, um controle sobre o desempenho. Já a administração estratégica está

preocupada com o planejamento de novos negócios, planejamento de novos

produtos, etc.

Para contemplar toda a pirâmide da organização, os sistemas devem ser

construídos de forma a atender todos os envolvidos na administração, seja ela

operacional, tática ou estratégica.

Sobre os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), O'Brien (2004) define que cada

um destes sistemas é projetado para serem sistemas de resposta rápida que são

iniciados e controlados por usuários finais, ou seja, pelo próprio funcionário do setor.
24

2.2 Modelagem Empresarial

Conforme a tabela 1, usar um sistema de apoio à tomada de decisão envolve

quatro tipos básicos de atividades de modelagem (O'Brien, 2004):

Tabela 1 – Tipo de modelagem

Fonte: O'Brien (2004)

A análise do tipo what-if, pode ser exemplificada da seguinte forma: em uma

linha de montagem, se a velocidade de produção for aumentada em 10%, qual será a

eficiência dos demais equipamentos? Ou seja, mudando uma variável do sistema

afeta as outras variáveis.

Completando a análise do tipo what-if, a análise sensibilidade é a repetição do

valor de uma variável e observação dos resultados. Caso o gerente espere que o

resultado seja um número conhecido, o sistema se encarrega de fazer sucessivos


25

testes ao redor do valor esperado, para avaliação do impacto nas demais variáveis do

sistema.

Já na análise de busca de metas, O'Brien (2004) exemplifica como sendo um

valor, uma meta a ser alcançado. Desta forma todas as variáveis irão se moldar para

que o objetivo seja alcançado. Por exemplo, pedir ao sistema que o lucro líquido seja

de $ 1000,00, o sistema se encarregará de encontrar a melhor combinação para que a

meta seja alcançada. Por fim, a análise de otimização, onde o resultado para cada

variável é encontrar um resultado ótimo.

Em simulação computacional what if representa uma parte posterior à

construção e validação do modelo, onde testes e experimentos são feitos na

simulação. Estas alterações no modelo são feitas a partir das percepções das pessoas

envolvidas no projeto. Cada alteração gera uma nova análise, que por sua vez gera

novas alterações. Estes experimentos geram cenários. Ao término das rodadas de

experimento é possível realizar as comparações entre os cenários construídos. Ao

final, o que antes eram percepções, torna-se fatos validados por um modelo de

simulação computacional.

2.3 Simulação Computacional

Segundo Vaccaro (1999), simulação é o processo de representação de

determinadas características – estáticas ou dinâmicas – de um ente, seja ele tangível

ou intangível. Estas características podem ser entendidas como estruturas que podem

interagir com o meio, como uma mudança de comportamento frente a estímulos

externos.
26

Necessariamente todo o processo de simulação passa pela constituição de um

modelo, o qual se espera que possa ser mais facilmente manipulado e analisado que

o ente real sob estudo.

A simulação computacional é uma ferramenta que possibilita expressar uma

realidade em um ambiente virtual. Por sua flexibilidade, a simulação contempla a

variabilidade do sistema, gerando resultados dinâmicos, de acordo com os

parâmetros estipulados. A sua utilização possibilita uma melhor visualização e

entendimento do sistema real.

Dentro da Pesquisa Operacional, segundo HILLIER e LIEBERMAN (1988), a

simulação também envolve a construção de um modelo que é, por natureza, em

grande parte matemático. Dentro deste modelo, cada operação é tratada como

eventos individuais. As inter-relações do sistema são construídas dentro do modelo.

Sendo assim, HILLIER e LIEBERMAN (1988) concluem que a simulação nada

mais é que a técnica de fazer experimentos amostrais no modelo do sistema.

Para a construção do modelo, um pressuposto é que o analista esteja inteirado

com as realidades operacionais do sistema e com os objetivos do estudo. Estando

familiarizado com o sistema, o analista parte para a construção do fluxo lógico.

HILLIER e LIEBERMAN (1988) descrevem que o sistema é desmembrado em um

conjunto de componentes, reunidos por um diagrama de fluxo, onde este mesmo

diagrama pode ser desmembrado em subcomponentes. Aparecerão as regras de

operação do sistema, que na maioria das vezes segue distribuições de probabilidade.


27

Após concluir o diagrama, definir suas regras e ligações, o modelo deve ser

testado e verificado se o resultado esperado é condizente. É preferível que o teste

seja isolado dentro de cada subcomponente.

Um cuidado que se deve ter é não tornar o sistema super-realista, pois desta

forma se torna necessário um esforço de programação e tempo de computador. Se

um comportamento do sistema não pode ser exatamente definido, então HILLIER e

LIEBERMAN (1988) nos dizem que a melhor solução é usar observações aleatórias das

distribuições de probabilidade envolvidas.

Modelos de simulação, segundo Vaccaro (1999), podem ser de diversos tipos:

desde simples maquetes até sistemas virtuais, desenvolvidos em computadores

digitais.

A simulação é, então, uma ferramenta exploratória de apoio à decisão. Alem do


projeto de um modelo, o processo de simulação compreende necessariamente a
realização de experimentos com o propósito de compreender seu comportamento ou
avaliar diferentes estratégias para a operação do sistema real. (SHANNON, 1992).

O processo de simulação computacional é amplo e irrestrito na sua percepção.

Desta forma diferentes pessoas entendem e percebem o sistema a ser modelado de

forma diferente. Pidd (1994) alerta que a partir de um ou mais sistemas tangíveis

pode-se gerar um modelo de simulação, o qual se espera que seja muito mais simples

que o sistema tangível, mas completo o suficiente para representar os aspectos

relevantes deste.

Simulação é uma forma economicamente viável de pré-testar propostas de

sistemas ou políticas sem a necessidade do desenvolvimento de protótipos caros,

campos de teste ou sistemas reais (VACCARO, 1999).


28

2.3.1 Uso da Simulação Computacional

Conforme Vaccaro (1999), a simulação computacional, graças a sua

versatilidade, tomou força nas últimas três décadas. Também pelo acesso simplificado

aos computadores de menor porte. A Ciência Estatística tem na simulação

computacional umas das principais ferramentas.

Um modelo de simulação computacional nada mais é que uma função, em

geral complicada, que transforma dados de entrada em dados de saída (VACCARO,

1999). Desta forma, a simulação computacional tem nos dados de entrada uma das

etapas primordiais para a sua correta concepção, pois se o modelo não for abastecido

com dados corretos, dados incorretos resultarão da simulação.

A tabela 2 exemplifica algumas áreas de aplicação da simulação

computacional:
29

Tabela 2 – Áreas de aplicação da simulação computacional

Área de aplicação Exemplos de sistemas passíveis de simulação


Componentes de hardware, sistemas de software, redes de computadores,
Sistemas
banco de dados (estruturas e gerenciamento), processamento de informação,
computacionais
confiabilidade de software e hardware, etc.
Sistemas logísticos, linhas de produção, estoques, sistemas de armazenamento,
Processos produtivos estudos de confiabilidade e manutenibilidade, layout de plantas, projetos de
máquinas, etc.
Análise de alternativas de investimento, políticas de preço, estratégias de
Administração e
marketing, estudos de aquisições, análise de fluxo de caixa, análise preditiva,
Negócios
etc.
Táticas militares, predição populacional, previsão de uso de recursos,
Atividades
adequação de serviços essenciais (saúde, polícia, bombeiros, justiça),
Governamentais
administração de trânsito, etc.
Poluição e purificação de recursos hídricos, controle de lixo, poluição do ar,
Ecologia controle de pregas, análise de terremotos e tempestades, exploração mineral e
extração, sistemas de energia solar, etc.
Social e Análise de hábitos, políticas educacionais, estrutura organizacional, análise de
Comportamental sistemas sociais, previdência social, administração de universidades, etc.
Biociências Desempenho esportivo, controle de doenças, estudos biométricos, etc.
Análise de projetos, maquetes, modelos estruturais, modelos de transmissão de
Engenharias energia, modelos de dimensionamento de cargas, confiabilidade e desempenho,
etc.
Equações lineares e não-lineares, sistemas de equação diferenciais, sistemas
Matemática
de equação em diferenças, estudo de fenomenos caóticos, etc.

Fonte: Vaccaro (1999)

Law & Kelton (1991) apresentam as possibilidades de realização de estudos

sobre um sistema de forma bastante clara e concisa.

• Experimentos no mundo real: quando lidamos com sistemas que

representam risco seu uso pode ser recomendado no caso de

treinamentos.

• Desenvolvimento de modelos matemáticos para representação do

sistema: Esta abordagem pode resultar em modelos complexos e, em

certos casos, insolúveis, dado o nível de exatidão requerido.


30

2.3.2 Benefícios do uso da Simulação Computacional

O uso da simulação computacional apresenta diversas vantagens, dentre as

quais Carvalho (2003) apud Pedgen (1990) cita:

• Uma vez criado, um modelo pode ser utilizado inúmeras vezes para avaliar

projetos e políticas propostas;

• A metodologia de análise utilizada pela simulação permite a avaliação de um

sistema proposto, mesmo que os dados de entrada estejam, ainda, na forma

de “esquemas” ou rascunhos;

• A simulação é, geralmente, mais fácil de aplicar do que métodos analíticos;

• Enquanto modelos analíticos requerem um número muito grande de

simplificações para torná-los, matematicamente, tratáveis e analisam um

número limitado de medidas de desempenho, a simulação não necessita de

tantas simplificações para analisar qualquer medida concebível;

• Uma vez que os modelos de simulação podem ser quase tão detalhados

quanto os sistemas reais, novas políticas e procedimentos operacionais, regras

de decisão, fluxos de informação, etc, podem ser avaliados sem que o sistema

real seja perturbado;

• Hipóteses sobre como e porque certos fenômenos acontecem podem ser

testadas para confirmação;


31

• O tempo pode ser controlado, pode ser comprimido ou expandido, permitindo

reproduzir os fenômenos de maneira acelerada ou lenta, para que se possa

melhor estudá-los;

• Podem-se compreender melhor quais variáveis são as mais importantes em

relação ao desempenho e como as mesmas interagem entre si e com os outros

elementos do sistema;

• A identificação de “gargalos”, preocupação maior no gerenciamento

operacional de inúmeros sistemas, tais como fluxos de materiais, de

informações e de produtos, pode ser obtida de forma facilitada,

principalmente com a ajuda visual;

• Um estudo de simulação costuma mostrar como realmente um sistema opera,

em oposição à maneira com que todos pensam que ele opera;

• Novas situações sobre as quais se tenha pouco conhecimento e experiência

podem ser tratadas, de tal forma que se possa ter, teoricamente, alguma

preparação diante de futuros eventos. A simulação é uma ferramenta especial

para explorar questões do tipo: “o que aconteceria se...?”

2.3.3 Desvantagens do uso da Simulação Computacional

A simulação computacional apresenta também algumas desvantagens:

• Custo de Análise:
32

o Consumo considerável de tempo e de recursos. Se houver

restrições quanto a essas variáveis, é recomendada uma

abordagem mais rápida e menos precisa.

o Resultados de difícil compreensão e interpretação, o que requer

uma habilidade do analista ao verificar os dados de saída da

simulação.

• Custo de Modelagem: “A construção de modelos de simulação é uma

arte e requer treinamento apropriado. A coleta de dados também é um

processo custoso, principalmente do ponto de vista temporal, exigindo,

por vezes, extensiva observação in loco e posterior análise dos dados”

(VACCARO, 1999).

• Não garantia do ótimo: Modelos de simulação resultarão em conclusões

vindas de decisões previamente traçadas no modelo, não sendo

necessariamente a melhor opção, a opção ótima.

2.3.4 Propósitos de um Estudo de Simulação

Segundo Vaccaro (1999), o objetivo após coletar e analisar os resultados da

simulação será um dos seguintes:

• Avaliação: Avaliação do modelo atual. A avaliação de tendências onde o

modelo auxilia a compreensão sistêmica dos processos.


33

• Predição: Criação de cenários para obtenção e estimação do

desempenho do sistema, com ambientes adversos.

• Investigação: Utilização de um modelo de simulação com o objetivo de

compreender a dinâmica do sistema em estudo, verificando no modelo

aquilo que se tem percepção no mundo real. Segundo Vaccaro (1999), o

modelo é em geral, preparado para fornecer informações sobre a

utilização dos recursos existentes e tamanhos de filas ao longo do

tempo. Dentre os diversos tipos de investigação passíveis de realização,

os mais comuns são:

o Análise de sensibilidade: determinações de quais fatores afetam

mais significamente o desempenho de um sistema.

o Melhor opção em termos de resultado: determinação de qual

combinação de níveis de fatores produz a melhor resposta para o

sistema.

o Análise de gargalos: determinação das atividades/recursos que

restringem a evolução do sistema e as medidas de resolução

deste problema.

o Determinação de relações funcionais: estabelecimento de

relações entre o comportamento de fatores controláveis e

resposta do sistema.

• Comparação: Utilizar o modelo de simulação para determinar os

impactos da alteração de parâmetros sobre o comportamento geral do

sistema. Desta forma é possível comparar diversas realidades usando

somente o ambiente virtual.


34

A tabela 3 apresenta algumas considerações com respeito a implicações de

cada tipo de propósito de estudos de simulação.

Tabela 3 - Preocupação e características presentes em modelos de simulação


Objetivo do estudo Preocupações / Características do modelo
alto nível de fidelidade ao sistema real
Avaliação
grande investimento na validação e calibração do modelo
Predição de alto nível de fidelidade ao projeto
desempenho grande investimento na determinação da sensibilidade do modelo
nível de fidelidade ao sistema depende do propósito da investigação
Investigação
investimentos centrados em experimentação e análise de resultados
níveis médios de fidelidade aos sistemas reais são aceitáveis
Comparação de
grande preocupação com a homogeneidade da fidelidade relativa dos modelos
alternativas
grande investimento na determinação de medidas de desempenho relativas
Fonte: Vaccaro (1999)

De acordo com a simulação, o modelo pode conter diversas características.

Estas características determinarão o tipo de análise que será realizado sobre as saídas

resultantes do modelo.

2.4 Etapas da Condução de Projetos de Simulação Computacional

Segundo Vaccaro (1999, p.20), o desenvolvimento de projetos de simulação

computacional envolve diversas etapas, que se estendem desde a compreensão do

contexto em que o objeto em estudo está inserido e a formulação dos objetivos e das

questões a serem respondidas, até a implementação e documentação das soluções

resultantes do estudo. Ou seja, o projeto contempla todas as etapas do processo.

“Nenhum projeto de simulação pode ser considerado bem sucedido se não

resultar na tomada de uma decisão. O objetivo fundamental de um estudo de

simulação é fornecer ajuda na compreensão do comportamento de um sistema” (Law

e Kelton, 1991).
35

De um modo geral, um projeto de simulação passa por um conjunto de

etapas, com a seguinte natureza:

Figura 3 – Condução de projetos (Vaccaro, 1999)

Vaccaro (1999) cita que modelos de simulação podem ter fundamento em

equações diferenciais ou outros modelos físicos e matemáticos. Ainda pode-se optar

por modelar um sistema como um conjunto de atividades ou como um conjunto de

eventos que evoluem dinamicamente.

A etapa seguinte, de geração de dados brutos, sugere uma organização da

informação, a fim de simplificar a analise dos dados.

Finalmente, as etapas de análise de resultados e tomada de decisão, segundo

Vaccaro (1999), compreendem um grande conjunto de métodos e técnicas cujo

objetivo principal é a transformação de dados em informações que facilitem,

fundamentem e apóiem a tomada de decisão e a analise exploratória baseada em

simulação.

GOGG (1996) enfatiza a utilização de uma regra para determinação de esforços

em simulação: “40-20-40”. Entendendo a proporção veremos que 40% do tempo

significam o custo nas primeiras etapas, de definição do problema e coleta dos dados;

20% é o custo da tradução do problema, validação e geração de dados brutos a partir

do modelo desenvolvido; e finalizando os 40% do tempo devem ser utilizados na

experimentação, análise de resultados e documentação.


36

A seguir um detalhamento das etapas de condução de projetos de simulação

computacional, segundo Law e Kelton, Gogg & Mott, Pritsker.

2.4.1 Método para desenvolvimento de um projeto de Simulação proposto por Law e

Kelton

Law e Kelton (1991) apresentam um método para o desenvolvimento de

projetos de simulação. As etapas do método são apresentadas abaixo:

1. Formulação do problema e planejamento do estudo: Esta etapa consiste na

visualização clara e precisa de seus objetivos principais e dos pontos específicos,

bem como as alternativas a serem seguidas.

2. Coleta de dados e formulação do modelo: Os dados do sistema real devem ser

coletados para especificar as distribuições de probabilidade a fim de manter a

variabilidade no modelo a ser construído.

3. Validade: Etapa onde as pessoas que conhecem o sistema real participam de

modo a verificar se o modelo é válido.

4. Construção de um programa computacional e verificação: Codificação do modelo

teórico em um programa computacional. Após a conclusão do programa, deve-se

verificá-lo usando técnicas de verificação, sugeridas por Law & Kelton (1991), as

quais podem ser encontradas no trabalho de Cassel (1996, p.23).


37

5. Fazer rodadas piloto: Após verificar o modelo computacional, devem-se fazer

rodadas piloto para que este sistema possa ser validado.

6. Validação: Comparação dos dados de saída com os dados do sistema real.

7. Planejamento de experimento: Borba (1998, p. 29) apud Law e Kelton (1991) diz

que alguns parâmetros devem ser avaliados e definidos, como por exemplo,

condições iniciais da Simulação, a duração de cada rodada de Simulação e o

número de replicações associadas ao modelo, devido a natureza estocástica da

Simulação.

8. Fazer rodadas produtivas: Considerando os parâmetros estabelecidos na etapa

anterior, fazem-se as rodadas para a coleta dos dados do sistema de interesse.

9. Análise dos dados de saída: Técnicas estatísticas são utilizadas para analisar os

dados de saída. Cassel (1996, p.24) apud Law e Kelton (1991) sugere que sejam

utilizados intervalos de confiança para determinar a precisão estatística dos

resultados, bem como o uso de saídas gráficas como histogramas e gráficos de

barra.

10. Documentação, apresentação e implementação dos resultados: Nesta etapa os

resultados do estudo devem ser apresentados e documentados, para uma possível

replicação futura do projeto. Além disso, Law & Kelton (1991) afirmam que o

sucesso de um estudo de Simulação está associado à apresentação e

implementação dos resultados obtidos.


38

Formulação do Problema e
1
Planejamento do Estudo

Coleta de Dados e Formulação do


2
Modelo

3 Validade

Construção de um Programa
4
Computacional e Verificação

5 Fazer Rodadas Piloto

6 Validação

7 Planejamento de Experimento

8 Fazer Rodadas Produtivas

9 Análise dos Dados de Saída

Documentação, Apresentação e
10
Implementação dos Resultados

Figura 4 - Passos em um Estudo de Simulação (Law & Kelton, 1991)

A seguir outro método para a realização de um projeto de simulação proposto

por Goog & Mott (1992).


39

2.4.2 Método para desenvolvimento de um projeto de Simulação proposto por Goog

& Mott

Assim como Law e Kelton (1991) apresentam um método para condução de

projetos, Goog & Mott também apresentam etapas para condução de projetos de

simulação:

1. Formular e Analisar o Problema: Fase de definição do problema. Cassel (1996,

p.24) apud Goog & Mott (1992) salienta que se deve saber onde está e onde se

pretende chegar com o projeto proposto, sabendo-se os objetivos de estudo, os

critérios de avaliação da performance, os pressupostos que serão utilizados, os

parâmetros de entrada, as limitações dos resultados e os recursos que serão

necessários.

2. Educar o Time nos Princípios Básicos da Simulação: As pessoas envolvidas no

projeto devem ter noção do que é simulação, por que é necessária e como cada

funcionário é responsável pelo sucesso global do projeto de simulação.

3. Desenvolver o Modelo Conceitual: Necessário definir nível de detalhamento do

modelo, como serão apresentados os dados de saída, como será a animação

gráfica, se o modelo terá que rodar com tempo de aquecimento ou não.

4. Coleta dos Macro Dados: Dados que darão base para definição dos parâmetros de

entrada do modelo computacional. Estes dados podem ser fatos, informações,

estatísticas fundamentais que são obtidas por análises históricas, experiências ou

por cálculos.
40

5. Ponto de Checagem do Modelo Conceitual e dos Macro Dados: Reunião com

todos os envolvidos no projeto com a finalidade de esclarecer discordâncias

existentes nos macro dados e no modelo conceitual.

6. Construir Modelo: Cassel (1996, p.26) apud Goog & Mott (1992) diz que o

programador que irá construir o modelo deve ser uma pessoa que tenha um bom

conhecimento sobre princípios fundamentais da simulação, um treinamento

adequado e experiência com pacote de simulação a ser analisado, e uma boa

capacidade de comunicação, para que possa se relacionar bem com as pessoas

que lhe darão informações e os dados do sistema a ser simulado.

7. Verificação do Modelo: Objetivo desta etapa é certificar que o modelo esteja

gerando informações satisfatórias com os objetivos do estudo.

8. Testar o Modelo com os Macros Dados: serve para determinar os parâmetros dos

dados de entrada e os pressupostos que exercem uma maior influencia nos

critérios de performance.

9. Validação do Modelo: verificar a capacidade do modelo representar de maneira

consistente o sistema real.

10. Desenho de Experimentos para a Avaliação de Alternativas: Esta etapa consiste em

criar diversos cenários para que possa ser feita uma comparação entre os mesmos

para definir a melhor solução para o sistema.

11. Fazer Rodadas Múltiplas para cada Experimento: É necessário replicar o modelo

quando envolve dados estocásticos. É importante replicar cada alternativa a ser

testada, considerando os períodos de aquecimento do sistema.


41

12. Análise Estatística dos Dados de Saída: Com a análise estatística facilita a definição

da melhor alternativa simulada, tendo em vista que não é somente a média dos

resultados que deve ser considerada, mas também a sua variância.

13. Identificar as Melhores Soluções e Documentar os Resultados: A documentação

final do projeto deve conter os objetivos e pressupostos, os parâmetros de

entrada do modelo, o desenho de experimentos, os resultados, e as conclusões.

14. Apresentação dos Resultados e Implementação: Segundo Cassel (1996, p.26) apud

Goog & Mott (1992), a apresentação dos resultados deve ser feita em grupo. Além

da apresentação, deve ser feita a implantação das mudanças propostas pelo

projeto de simulação, e um acompanhamento destas mudanças para verificar se

elas realmente surtiram o efeito desejado.


42

Figura 5 - Etapas para Construção de um Modelo de Simulação (Gogg e Mott, 1992)

2.4.3 Método para desenvolvimento de um projeto de Simulação proposto por

Pritsker

Cassel (1996, p.28) salienta que Pritsker (1990) considera o processo de

modelagem de um projeto de simulação mais iterativo que os demais autores.


43

Percebe-se que as etapas sugeridas por ele são bem mais relacionadas, contendo

várias realimentações e etapas que são realizadas simultaneamente.

1. Formular o Problema: Primeiro passo é a definição do problema, a identificação

dos objetivos do projeto, a determinação dos indicadores do sistema e a definição

do sistema a ser modelado.

2. Especificar o Modelo: Neste passo são identificados os dados necessários para o

modelo.

3. Construir o Modelo: Etapa subdividida em:

Desenvolver o Modelo de Simulação: a construção de um modelo deve ser

iterativa e gráfica, pois o modelo não é somente definido e desenvolvido, mas sim

continuamente redefinido, atualizado, modificado e estendido..

Coletar dados: coleta dos dados do sistema real. Dados históricos do sistema

também são coletados sempre que possível, para ajudar a validar os dados de saída

do modelo.

Definir Controles do Experimento: Borba (1998, p.31) apud Pritsker (1989)

sugere a especificação de algumas questões relativas ao modelo para controlar o

experimento, são elas:

• Título do projeto e identificação do modelista;

• Informações de controle como tempo de inicio e de fim da rodada e o

número de rodadas;

• Tipos de relatório e freqüência desejada;

• Variáveis de estudo onde a performance é desejada e a forma como esta

performance será relatada, como gráficos, tabelas, histogramas;

• Valores iniciais das variáveis de estudo e localização inicial das entidades no

modelo;
44

• Procedimentos para estimativas dos períodos de warm up e da variância,

métodos para cálculos dos intervalos de confiança, e técnicas para redução

de variância;

• Arquivos e base de dados onde estão os dados de entrada e onde serão

armazenados os dados de saída.

4. Simular o Modelo: A etapa de simular o modelo necessita que a etapa de construir

o modelo esteja completada. A etapa consiste de três sub-etapas realizadas

simultaneamente:

Rodar o Modelo: etapa onde o modelo é rodado;

Verificar o Modelo: Certificação que o modelo está de acordo com a

especificação;

Validação do Modelo: Análise dos dados para verificar se o modelo representa

o sistema real;

5. Usar o Modelo: Etapa onde a simulação é utilizada para fazer inferências e testar

hipóteses. Neste caso métodos estatísticos devem ser utilizados para auxiliar na

comparação dos resultados.

6. Dar Suporte a Tomada de Decisão: Os resultados obtidos através do modelo

devem ser utilizados em uma tomada de decisão.


45

1. Formular o Problema

2. Especificar o Modelo

3. Construir o Modelo

Desenvolver o
Definir Controles
Modelo de Coletar Dados
do Experimento
Simulação

4. Simular o Modelo

Rodar o Modelo Verificar o Modelo Validar o Modelo

5. Usar o Modelo

6. Dar Suporte à Tomada de Decisão

Figura 6 - Processo de Modelagem e Simulação (Pritsker, 1990)

2.4.4 Comparação dos Métodos Apresentados

Cassel (1996, p. 32) lista alguns passos primordiais que são citados pelos três

autores. Assim, pode-se estabelecer uma referencia para elaboração de um projeto

de simulação:
46

• Formulação do Problema;

• Definição de um Modelo Conceitual;

• Desenho de Experimentos;

• Coleta de Dados;

• Construção do Modelo;

• Verificação do Modelo;

• Validação do Modelo;

• Uso do Modelo;

• Análise dos Dados de Saída;

• Apresentação dos Resultados e Implementação.

Os autores podem utilizar nomenclaturas diferentes para as etapas acima, mas

as abordagens são semelhantes para os passos.

Cassel (1996, p. 32) salienta que a etapa de desenho de experimento não está

presente no método apresentado por Pritsker. Ainda que Goog & Mott e Law &

Kelton apresentam esta etapa apenas após a etapa de validação do modelo e antes

da execução das rodadas produtivas.

“Acredita-se que esta etapa deveria ser realizada antes mesmo da coleta de dados e
da construção do modelo, pois análises das principais variáveis envolvidas no sistema
bem como dos principais cenários a serem considerados, poderiam auxiliar estas
etapas” (CASSEL, 1996).

Conforme for a realidade do projeto, algumas etapas que foram descritas

como referência não precisa necessariamente constar no projeto de simulação.

Abaixo um levantamento dos principais enfoques dados pelos autores,

segundo Cassel (1996):


47

Law & Kelton se preocupam com a coleta dos dados e com a definição do

modelo, tendo em vista que as realimentações existentes no seu método de trabalho

saem dos pontos de validação e vão direto para a etapa de definição e coleta de

dados.

Pritsker se preocupa principalmente com a iteração existente entre as diversas

etapas do processo, realçando a simultaneidade das tarefas e a interdependência dos

passos a serem realizados, demonstrado pelo número de realimentações existentes

do modelo.

Goog & Mott se preocupam mais com a educação e o treinamento das

pessoas que participarão do projeto, bem como a relação existente entre os

integrantes do grupo de trabalho.

Planejamento do Projeto

Para o êxito de um projeto de simulação, se faz necessário passar por etapas

no desenvolvimento do mesmo. Rodrigues (1994) dividiu estas etapas em três partes:

Técnicos:

• Conhecimento sobre o método de simulação, modelos estocásticos de

Pesquisa Operacional, teoria de probabilidade e estatística;

• Modelar a aleatoriedade do sistema de maneira razoável;

• Escolher o software de simulação apropriado e utilizá-lo corretamente;


48

• Usar procedimentos estatísticos apropriados para interpretar os dados

de saída da simulação;

Gerenciais:

• Formular corretamente o problema;

• Empregar boas técnicas de gerenciamento de projetos;

Precisão dos dados:

• Obter boa informação nos procedimentos de operação do sistema e

lógica de controle;

• Estabelecer a validade e a credibilidade do modelo;

A precisão dos dados é crucial para qualquer técnica e uma atenção especial

deve ser dada a estes elementos, pois não interessa quão bem as outras duas classes

de elementos sejam realizadas, se a precisão dos dados a simulação é inútil

(RODRIGUES, 1994).

Os elementos técnicos podem ser obtidos adotando-se um pacote de

simulação para manufatura apropriado, que faca toda a parte técnica, a geração dos

números randômicos, a análise estatística, o cálculo do período de warm up, etc

(RODRIGUES, 1994).
49

2.5 Considerações Finais do Capítulo

O capítulo de revisão bibliográfica apresentou os temas que auxiliam no

esclarecimento do problema como também no atingimento dos objetivos propostos

para este trabalho.

Para o melhor entendimento da técnica de simulação computacional, da

metodologia aplicada no estudo de caso, foi apresentado no capítulo 2.1 como estes

sistemas, sejam eles de simulação computacional, otimização, custos, etc., são

relevantes para os tomadores de decisão nos seus níveis gerenciais.

Na seqüência, no item 2.2, foram apresentados quatro tipos básicos as

modelagens, exemplificando a que melhor se adapta ao problema de pesquisa em

questão.

A partir do item 2.3, são levantados diversos aspectos em relação à simulação

computacional, com ênfase em métodos de implantação desta técnica. Como foi

apresentado anteriormente, para a implantação da técnica de simulação é necessário

planejamento, método, decisões em relação ao tipo modelagem, sistema, pacotes

genéricos x linguagem genérica de programação, assim como diversos outros passos.


50

3 MÉTODO

O método adotado neste trabalho foi o estudo de caso, pois segundo Yin

(2001), os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam

questões tipo “como” e “por que”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre

os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos

em algum contexto da vida real.

“Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno

contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites

entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001, p. 32).

A essência de um estudo de caso, a principal tendência em todos os tipos de estudo


de caso, é que ela tenta esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: o
motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais
resultados. (Yin, 2001 apud Schramm, 1971)

Cada estratégia de pesquisa tem suas vantagens e desvantagens: para isto,

devem se observar o tipo de questão da pesquisa, o controle que o investigador tem

sobre eventos comportamentais e o foco em fenômenos históricos.

O estudo de caso é apenas uma das maneiras de se fazer pesquisa em ciências

sociais. Abaixo uma tabela comparativa com as demais estratégias de pesquisa.


51

Tabela 4 – Estratégias de Pesquisa

exige controle focaliza


forma da questão de
estratégia sobre eventos acontecimentos
pesquisa
comportamentais? contemporâneos?
experimento como, por que sim sim
quem, o que, onde,
levantamento não sim
quantos, quanto
quem, o que, onde,
análise de arquivos não sim/não
quantos, quanto
pesquisa histórica como, por que não não
estudo de caso como, por que não sim

Fonte: Yin (2001)

A definição pelo estudo de caso foi dada, pois, “o estudo de caso é a estratégia

escolhida ao se examinar acontecimentos contemporâneos, mas quando não se

podem manipular comportamentos relevantes” (YIN, 2001, p. 27).

3.1 Características de um Estudo de Caso

O estudo de caso, assim como os demais métodos de pesquisa, tem suas

particularidades e definições.

3.1.1 Definições de Projeto de Pesquisa

“Um projeto de pesquisa é um plano de ação para se sair daqui e chegar lá,

onde aqui pode ser definido como o conjunto inicial de questões serem respondidas,

e lá é um conjunto de conclusões (respostas) sobre essas questões”. (YIN, 2001, p. 41).


52

Este plano de ação, segundo YIN (2001), conduz o pesquisador através do

processo de coletar, analisar e interpretar observações. O projeto de pesquisa

também define o domínio da generalização, isto é, se as interpretações obtidas

podem ser generalizadas a uma população maior ou a situações diferentes.

3.1.2 Componentes de Projetos de Pesquisa

Para desenvolver um estudo de caso, Yin (2001) cita que são necessários cinco

componentes para um projeto de pesquisa:

• Questões de estudo: Como foi dito anteriormente, este componente

sugere que a forma de questão (quem, onde, o que, como) é uma chave

importante para definição da estratégia de pesquisa. O trabalho a ser

realizado buscará entender como o método de implantação da técnica

de simulação computacional foi conduzido e propor um novo método

para condução de projetos de simulação computacional.

• Proposições de estudo: Ter alguma direção para desenvolver o estudo

de caso. “Essa proposição, alem de refletir uma importante questão

teórica, também começa a lhe mostrar onde você deve procurar

evidências relevantes” (YIN, 2001, p. 42). O estudo de caso analisará o

método utilizado na condução da implantação da ferramenta de

simulação, com base no referencial teórico apresentado.

• Unidade de análise: Delimitar o escopo de estudo, onde possa reduzir a

informação, deixando apenas os dados relevantes. Segundo Yin (2001),


53

quanto mais proposições específicas um estudo contiver, mais ele

permanece dentro de limites exeqüíveis. As análises do trabalho serão

realizadas com o corpo gerencial e com os implantadores do software

de simulação em uma mineradora.

• A lógica que une os dados às proposições; e os critérios para a

interpretação das descobertas: Conforme Yin (2001), representam as

etapas da análise de dados na pesquisa do estudo de caso, e deve haver

um projeto de pesquisa dando base a essa análise.

3.2 Método do Trabalho

As seguintes etapas foram seguidas para a realização do estudo de caso:

• Pesquisa bibliográfica e redação da fundamentação teórica baseada em

livros, artigos, teses e dissertação que tratam de Simulação

Computacional, Modelagem Empresarial e Ferramentas de Auxílio à

Tomada de Decisão Gerencial que embasam o trabalho auxiliando e

direcionando a condução do mesmo. Esta fase é importante porque a

através da fundamentação teórica realizada a resposta da questão de

pesquisa será respondida.

• Estruturação do Estudo de Caso: Esta etapa compreendeu:

o Visita e análise da empresa em estudo;

o Entrevistas informais com os gestores da empresa;


54

o Entrevistas qualitativas em profundidade tanto com os gestores

da empresa estudada, quanto dos consultores que

implementaram a simulação computacional;

o Avaliação dos dados coletados, com o auxilio de softwares de

estatística.

o Avaliação do método adotado para a implantação da ferramenta

de simulação computacional, baseado em entrevistas com os

envolvidos no projeto.

• Finalização da redação, com uma posição em relação à viabilização da

proposta de método de implantação da técnica de simulação

computacional, em uma empresa do setor de mineração.

3.3 Roteiro de Entrevista

Para desenvolver e avaliar o estudo de caso, foram aplicadas entrevistas com

os gestores da empresa, como os consultores responsáveis pela implementação do

software de simulação computacional.

A entrevista foi estruturada, sob a forma de um levantamento formal. Segundo

Yin (2001), esse levantamento pode ser considerado parte de um estudo de caso.

No Anexo A ao trabalho consta a entrevista aplicada com os participantes do

estudo.
55

4 ESTUDO DE CASO

Neste capítulo será descrito o estudo de caso realizado na empresa do setor

de mineração. Primeiramente será resgatada a história da empresa e posteriormente

será enfatizado o estudo de caso.

4.1 Histórico da Empresa

O estudo ocorreu em uma empresa de lavra, beneficiamento, pelotização e

exportação de minério de ferro. Em 2002, segundo o site oficial da empresa, foi a

segunda maior exportadora de pelotas de minério de ferro no mercado

transoceânico, comercializando 100% de seus produtos para mais de 15 países na

Europa, Ásia, África/Oriente Médio e Américas.

Com sede e escritório central em Belo Horizonte (MG), a empresa mantém

unidades industriais em dois estados brasileiros: Minas Gerais, nos municípios de

Mariana e Ouro Preto, onde se localiza a Unidade de Germano, de mineração e

beneficiamento; e Espírito Santo, no município de Anchieta, onde está a Unidade de

Ponta Ubu, que compreende a pelotização e o porto. O transporte do concentrado

de minério de ferro entre Germano e Ponta Ubu é feito por um mineroduto de 396
56

km de extensão. A empresa também possui escritório na cidade de Vitória (ES) para

operações de comércio exterior e câmbio, além de escritórios de vendas em

Amsterdã e Hong Kong.

Em 2004 a empresa obteve um faturamento anual de R$ 1,9 bilhões. A

empresa conta com 1275 funcionários e detêm 17,3% de participação no mercado. A

mineração, no Brasil, cresce a uma taxa de 3,8% ao ano, representando em 2004, 8,5%

do PIB Brasileiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM.

4.2 Estudo de Caso

O sistema no qual se realizou o estudo da implantação da ferramenta de

simulação computacional foi no chamado Complexo Alegria, localizado na Região

Leste do Quadrilátero Ferrífero, Estado de Minas Gerais.

A implantação da ferramenta de simulação computacional ocorreu, pois o

Planejamento Integrado, setor responsável pelo projeto, tinha necessidade de

conhecer a empresa como um todo, integrando as operações unitárias desde a mina

até o embarque. Esta visão necessária envolvia o planejamento da produção, focando

mais do desenvolvimento de processos.

Desta forma, o objetivo da gerencia era entender mais como era feito a

programação, planejamento de cada uma das operações. O setor conhecia os

processos de beneficiamento, que é a etapa posterior a da mineração. Conhecia

também a variabilidade do minerioduto, como também a parte fim da cadeia no


57

porto. Faltava justamente entender e modelar a pelotização, fazendo uma

aproximação com a equipe da mineração.

Com isso, a implantação da ferramenta de simulação surgiu para modelar as

operações da mina, gerando conhecimento para todos os envolvidos.

4.3 Método Utilizado

Este estudo de caso desenvolvido seguiu um método de trabalho definido a

partir dos métodos para condução de projetos de Simulação, descritos no referencial

teórico deste trabalho. Cada etapa do método será apresentada a seguir, ilustrada na

figura 7:
58

Figura 7 – Método Utilizado no estudo de caso


59

4.3.1 Workshop

Inicialmente foi realizado um workshop com a intenção de definir as áreas

envolvidas no projeto, bem como as pessoas que fariam parte deste processo.

Participaram deste workshop os implantadores da ferramenta assim como o

Planejamento Integrado e os colaboradores da mina, destacados para o projeto. A

condução ficou por parte dos implementadores que apresentaram conceitos e

estudos de casos de projetos de simulação computacional.

4.3.2 Planejamento Global do Projeto

Após o workshop inicial foi elaborado o planejamento global do projeto,

realizado através de uma reunião, onde estiveram presente os participantes de ambas

as empresas. Nesta reunião foi decidido:

• Objetivos do estudo: desenvolvimento de um estudo detalhado das operações

de Lavra através da Modelagem Computacional, em específico a técnica de

Simulação Computacional, visando à construção de cenários operacionais

alternativos que objetivem o aumento da produtividade e/ou redução dos

custos das mesmas.

• Desenvolvimento de templates genéricos de Simulação Computacional das

operações da Mina, possibilitando a construção de diversos cenários

operacionais;
60

• Utilizando os conhecimentos de Engenharia de Produção, propor um conjunto

de cenários alternativos que possibilitem o aumento da produtividade e/ou

redução dos custos das operações de Lavra;

• A partir do conhecimento específico das operações de Lavra, propor um

conjunto de situações que poderiam ser otimizadas através de técnicas de

modelagem computacional.

• Repasse e capacitação tecnológica dos envolvidos no projeto dos

conhecimentos utilizados para o desenvolvimento do projeto;

• Documentação detalhada dos modelos desenvolvidos, considerando os dados

utilizados, premissas dos modelos e manual de operação das interfaces;

4.3.3 Pré-definição do modelo conceitual

Nesta etapa foi realizada a especificação detalhada do projeto, de como

deveria ser a simulação, eventos a serem representados, relações entre variáveis,

dados de entrada, dados de saída. A etapa contou com a colaboração de todos os

envolvidos no projeto. Nesta fase inicial do projeto os envolvidos não conheciam

todos os detalhes operacionais necessários para a construção do planejamento de

forma consistente e realista. Durante as etapas do método serão salientadas quais

etapas foram prejudicadas pela deficiência desta pré-definição do modelo.


61

A Figura 8 mostra uma representação de uma mina genérica, com seus

principais elementos. O objetivo do sistema é movimentar o minério desde as frentes

de lavra (indicadas por arcos), até uma pilha final (indicada pelo triângulo duplo no

final do fluxo), que abastece a usina de beneficiamento, segundo as especificações de

quantidade e qualidade exigidas pela campanha vigente.


62

Frente 02 - Remanuseio
TR
Frente 03 - Minério com caminhão

TR
CR
Frente 01 - Minério direto
CA CR
TR
CA

CR
Pilha de minério
HP
CR Nó HP


CR
Frente 05
Remoção de estéril
Pilha de estéril CA

TR

Pilha de minério

Pilha final
HP

CR

TR

Frente 04 - Minério direto

Figura 8 - Representação do sistema de mineração

Onde:

• Tratores (TR), que desagregam o material bruto das frentes, formando

pequenos depósitos de material que abastece as carregadeiras. Como a

produtividade dos tratores é geralmente maior que a da carregadeira, o trator

forma um pequeno depósito de material desagregado, e pára de produzir

quando este depósito atinge uma determinada massa. À medida que a


63

carregadeira trabalha, esse depósito vai diminuindo até chegar a uma massa

crítica, que reativa o trator.

• Carregadeiras (CA), que carregam o material desagregado de uma frente ou

pilha e o depositam em carregadores, na caçamba de caminhões ou em pilhas.

As carregadeiras atuam também na limpeza e movimentação dos

carregadores.

• Caminhões, que recebem material das carregadeiras e o transportam por

distâncias relativamente grandes para descarregá-lo em carregadores ou

pilhas.

• Carregadores, que são o ponto de entrada do sistema de correias. Os

carregadores possuem uma grelha, que separa o material com granulação

acima da desejada. Esse material mais grosso, denominado “blocoso” fica

depositado ao lado do carregador, enquanto que o material mais fino entra no

sistema de correias. De tempos em tempos, a carregadeira precisa espalhar o

material blocoso depositado, para evitar a obstrução do carregador;

• Correias (CR), que fazem o transporte contínuo do material. As correias podem

ser ligadas umas às outras, formando uma rede convergente. O ponto de

origem de uma correia pode ser um carregador, uma pilha, ou o final de outra

correia. O ponto de destino pode ser uma pilha ou a origem de outra correia.

• Pilhas, que são depósitos de material no solo. Em geral, existe uma pilha no

final do sistema, para onde se destina todo o minério extraído, e que abastece

a usina de beneficiamento de minério (etapa seguinte no processo de

pelotização). Pilhas intermediárias são usadas para regularizar a produção,


64

diluindo o efeito das oscilações estocásticas do processo. O material

depositado nas pilhas é recuperado através de alimentadores, localizados na

base das pilhas, que coletam material por gravidade e o transferem para

correia a jusante.

Paralelamente à extração do minério, ocorre também a remoção de estéril. O

estéril é o material que não se enquadra na classificação de minério, mas que ocorre

em camadas intercaladas com as de minério. Embora o estéril não possa ser

aproveitado pela usina de concentração, a remoção do mesmo é necessária para

liberar o acesso a novas frentes de minério. Neste caso, o destino do material

removido são pilhas de estéril.

4.3.4 Modelagem Conceitual do sistema produtivo Mina

Esta etapa foi relevante para o entendimento do funcionamento da operação

da mina por parte dos implementadores da ferramenta e para um maior aprendizado

de todos os envolvidos no projeto. Estas etapas iniciais foram realizadas através de

reuniões presenciais, com a colaboração dos envolvidos no projeto.

Desta forma, ao se modelar conceitualmente o sistema produtivo, chegou-se a

conclusão que este modelo de simulação computacional teria como objetivos no

planejamento de curto, médio e longo prazo, estimar o desempenho do sistema para

um dado cenário; comparar o desempenho do sistema em cenários alternativos;

auxiliar no dimensionamento de frotas de caminhões, carregadeiras e tratores; auxiliar

no planejamento de manutenção dos equipamentos; possibilitar análises de

sensibilidade dos resultados em relação aos diversos fatores do sistema; possibilitar


65

análises de viabilidade de novos investimentos; possibilitar uma visão sistêmica do

processo produtivo das minas.

As figuras 9 e 10 são exemplos ilustrativos da modelagem conceitual:

Produtividade = K1
Produtividade = K2

FRENTE HOPPER

CORREIA

MATERIAL MUITO COMPACTO, MATERIAL


REQUER DETONAÇÃO DESAGREGADO

Figura 9 - Lavra com Caminhões

Produtividade = K1
Produtividade = a x dist + b

CARREGADOR
FRENTE CORREIA

MATERIAL MUITO COMPACTO, MATERIAL


REQUER DETONAÇÃO DESAGREGADO

Figura 10 - Lavra Direta

4.3.5 Definição dos dados necessários e processo de captura dos mesmos

Esta etapa ainda de definição e especificação serviu para determinar quais

dados eram necessários para alimentar o modelo computacional e de que forma

estes dados alimentariam o simulador. Alguns elementos que se julgavam pouco


66

importantes não precisavam ser representados, ou elementos representados de

maneira simples se mostraram muito importantes. Como conseqüência houve maior

detalhamento do modelo, aumentando o escopo do projeto.

Um exemplo das definições dos dados está representado na Figura 9 que

representa uma situação de lavra com caminhões. A produtividade da equipe de

transporte (K2), é um parâmetro de entrada, especificado para cada combinação de

frente, carregador, carregadeira, e quantidade de caminhões de cada modelo. A

produtividade do trator (K1) também é um parâmetro de entrada especificado

separadamente para frentes de estéril e de minério.

Outro exemplo é na Figura 10 que representa uma situação de lavra direta, em

que a produtividade da equipe de transporte (constituída da carregadeira apenas) é

calculada conforme o modelo linear, com atualização da distância de transporte à

medida em que a frente avança.

Figura 11 - Caminhão em operação


67

4.3.6 Coleta de dados

Nesta etapa, além da coleta dos dados em si, houve uma análise voltada à

modelagem. Desta forma foi pensado nos dados de uma forma mais ampla,

visualizando o comportamento das variáveis dentro do processo. Esta etapa foi

realizada pela equipe interna da empresa.

4.3.7 Análise estatística dos dados coletados

Com a coleta dos dados encerrada iniciaram-se as análises estatísticas destes

dados. Esta etapa foi realizada pela equipe de implemetadores da ferramenta. Nesta

etapa verificou-se a existência de muitos dados, porém pouca informação. Um

complicante nesta etapa foi a quantidade de dados a serem analisados.

4.3.8 Especificação conceitual do template de Simulação

Foi realizada uma reunião com o intuito de esclarecer dúvidas geradas a partir

da pré-definição do modelo conceitual e da modelagem conceitual do sistema. Os

implementadores formalizaram um documento apresentando suas percepções em

relação à operação da mina. Neste momento houve maior enfoque em certos

detalhes específicos do sistema real, que foram sanados pela equipe da empresa.
68

4.3.9 Validação da especificação

Ocorreram diversas correções de detalhes até que a especificação estivesse

totalmente dentro da realidade de operação. Neste processo, caso uma não validação

da especificação, voltava-se à etapa anterior realizando novamente a etapa de

especificação conceitual do template de simulação.

4.3.10 Construção computacional do template

Esta etapa só deve ser iniciada se todas as anteriores estiverem concluídas. A

codificação do sistema real em modelo computacional só será realizada de forma

eficaz se todos os processos estiverem representando fielmente a realidade,

alimentados com dados consistentes. Esta etapa foi realizada internamente pelos

implementadores da ferramenta. Para a construção do modelo optou-se por um

software flexível, com uma linguagem genérica de programação desenvolvida para a

criação de modelos de simulação. Com isto, o resultado foi uma ferramenta

customizada para a empresa.

4.3.11 Verificação do sistema com banco de dados piloto

Esta etapa foi sendo construída e aprimorada ao longo do processo de

implantação da simulação. Iniciou-se a verificação do sistema com um banco de

dados que envolvia todas as etapas da operação da mina. Por ter uma característica

complexa de operação, as inconsistências apresentadas pelo modelo, eram difíceis de


69

serem interpretadas e localizadas. Desta forma optou-se por fazer diversos bancos de

teste, cada um com uma característica diferente, seja ela detonação, limpeza, quebra

de máquina, etc, e realizar a verificação por partes. Com esta diferente estruturação

da verificação do banco de dados piloto, facilitou a localização das inconsistências no

modelo ou nos dados. Conforme a inconsistência, voltava-se nas etapas do método:

caso problemas nos dados, voltava-se para a coleta de dados e análise estatística

destes dados, ou caso o problema fosse de lógica na codificação do modelo, voltava-

se para a etapa de construção computacional do template.

4.3.12 Validação junto ao usuário e definição das saídas do modelo

Assim como a etapa anterior foi sendo construída e aprimorada, a validação

junto ao usuário e definições das saídas do modelo também foi sendo pensada ao

longo do processo. Informações que na pré-definição não haviam sido levantadas

necessitariam estar presente na simulação. Esta etapa representa um pouco a

aprendizagem gerada durante a construção da ferramenta. A empresa evoluiu com o

método. No capítulo 4.5 onde será proposto um método para a implantação da

técnica de simulação computacional aparecerá etapas intermediárias de redefinição

das definições iniciais. Desta forma terá um momento no meio da implantação da

ferramenta onde será rediscutido o projeto, com os novos anseios surgidos a partir

desta aprendizagem.
70

4.3.13 Inclusão dos dados no modelo computacional

A inclusão dos dados no modelo computacional, assim como a etapa anterior,

também serve como exemplo na aprendizagem gerada pela implantação da

simulação computacional. Na pré-definição do modelo conceitual foi especificada a

forma de inclusão dos dados no modelo computacional. Quando a equipe interna já

estava ambientada com a ferramenta, verificou-se que a inclusão dos dados no

modelo computacional poderia ser realizada de forma mais consistente, integrada a

um banco de dados. De qualquer forma, a inclusão dos dados foi executada

conforme o especificado nas etapas iniciais do projeto. Para a realização desta etapa,

todas as etapas anteriores necessitaram estar concluídas e definidas.

4.3.14 Verificação e validação do sistema real

A cada alteração na ferramenta computacional era realizada uma série de

testes por parte da equipe interna da empresa, a fim de verificar e validar as

mudanças efetuadas. Esta etapa foi realizada por meio de reuniões por telefone,

reuniões presenciais, e-mail.

4.3.15 Ajustes do modelo computacional

Os ajustes do modelo computacional ocorreram sempre após as verificações

do sistema real com o intuito de corrigir as deficiências que a ferramenta estivesse

apresentando. O procedimento foi semelhante à verificação do sistema com o banco


71

de dados piloto. Em caso de não conformidade, voltava-se as etapas anteriores a fim

de localizar e solucionar o problema.

4.3.16 Construção computacional dos cenários propostos

Uma característica da ferramenta de simulação é a flexibilidade na definição de

cenários. Desta forma a construção dos cenários previamente propostos aconteceu

diretamente pela empresa de mineração.

4.3.17 Verificação e ajustes dos cenários propostos

A verificação e ajustes dos cenários tiveram como base os dados do dia-a-dia

da operação da mina. Ainda nesta etapa houveram detalhes a serem corrigidos,

remetendo o processo à etapa de ajuste do modelo computacional.

4.3.18 Análise dos resultados

A partir das informações geradas pela ferramenta, pode-se realizar as análises

dos resultados, tendo como base dados históricos e o conhecimento intrínseco dos

integrantes da equipe da empresa estudada. Estas análises ocorreram parte pela

equipe interna, como também em reunião com os implementadores da ferramenta.


72

4.3.19 Formalização dos resultados

Concluída todas as etapas anteriores, ocorreu a formalização dos resultados,

em uma reunião onde todos os participantes do projeto estiveram presente assim

como a redação do relatório final, com o resgate das etapas do projeto e suas

conclusões.

4.4 Avaliação do Método Utilizado

4.4.1 Considerações Sobre o Método

Algumas considerações a serem apontadas durante a implantação da

simulação computacional. O projeto de implantação aconteceu numa fase de

transição da empresa. Aconteceram três mudanças estruturais significativas, que

afetaram indiretamente o projeto como um todo. Na empresa já havia o

conhecimento da técnica de simulação, por parte de alguns colaboradores que

participaram do projeto.

A idéia da implantação de uma ferramenta de simulação surgiu a partir da

necessidade de entender com maior precisão como eram feitos a programação,

planejamento de cada operação da mina. Entre os colaboradores havia o

conhecimento das etapas posteriores às da mineração, que é o beneficiamento.

Então, com a necessidade de maior conhecimento, aliados à uma ferramenta que

auxiliaria na tomada de decisão na operação diária da mina, surgiu o projeto de

implantação da ferramenta computacional.


73

Durante o processo os envolvidos na implantação foram adquirindo

conhecimento, tanto do sistema real, quando da modelagem conceitual. Este

aprendizado foi constante durante todas as etapas. Uma das conseqüências negativas

foi a expansão do escopo inicial, que havia sido definido nas etapas de especificação

e definição do projeto. Assim, a cada etapa surgiam novas demandas que não

constavam nas especificações do projeto afetando diretamente nos prazos definidos

no Planejamento Global do Projeto.

No método proposto serão apresentadas etapas intermediárias de redefinição

e replanejamento do projeto, já contemplando o aprendizado gerado pela evolução

do método.

4.4.2 Interpretação do Questionário

Conforme descrito no método do trabalho, realizou-se uma entrevista com os

atores do projeto. A primeira entrevista ocorreu com os implantadores da ferramenta.

Desta forma pode-se ter uma visão e entendimento das percepções de alguém de

fora das operações em si que foram modeladas. Seguindo o questionário presente no

Anexo B, o entrevistado foi respondendo as questões. Em relação às respostas pode-

se perceber as dificuldades encontras em determinadas etapas do projeto. Para os

implantadores uma das principais dificuldades foi delimitar o escopo da simulação. A

cada etapa mais demandas surgiam fazendo com que os prazos pré-estabelecidos

não fossem cumpridos. Outra dificuldade, não menos importante, aconteceu no

entendimento de algumas características das operações em si, que são complexas e


74

não mapeadas fazendo com que a validação de algumas etapas no processo ficassem

prejudicadas.

Já na percepção da empresa estudada, o projeto, além de ser uma ferramenta

de simulação, serviu como exercício para melhor conhecer as operações da

mineração. Como o aprendizado foi acontecendo durante todas as etapas,

naturalmente surgiam novas idéias, demandas e necessidades para a ferramenta.

Como já dito, algumas características que pareciam importantes já não eram mais,

assim como contrário: características que não haviam sido pensadas eram

importantes para a ferramenta.

Em linhas gerais ambos entrevistados seguiram a mesma linha de resposta,

tendo o mesmo conhecimento das dificuldades encontradas durante o

desenvolvimento do projeto.

4.5 Método Proposto

Neste capítulo será proposto um método, tendo como base a revisão teórica

bem como o aprendizado gerado a partir do estudo de caso. O método será dividido

em áreas, conforme a função que cada etapa exerce dentro do método.


75

Preparação da Construção do Operacionalização


Modelagem
Modelagem Modelo da Simulação
Conceitual
Computacional Computacional Computacional

Construção dos Rodadas do Apresentação das


Melhorias
Cenários Modelo Etapas do Projeto

Figura 12 - Macro Áreas do Método Proposto

A área da Modelagem Conceitual compreende as etapas onde as equipes

envolvidas vão construindo a idéia do que será a simulação. Sendo assim, todo o

planejamento bem como definições e especificações estão dentro desta idéia de

aprendizado.

Na área de Preparação da Modelagem Computacional estão às etapas

necessárias para o inicio da modelagem computacional. Durante esta preparação

surgirão novas demandas não apontadas nas etapas de especificação.

A área da Construção do Modelo Computacional contempla atividades de

codificação do modelo.

Operacionalização da Simulação Computacional é a área que irá utilizar

previamente o modelo computacional, fazendo as verificações e validações.

A área de construção de cenários envolve a parametrização do modelo para

determinada configuração.
76

Na área Rodadas do Modelo serão realizados os testes de consistência do

modelo computacional.

A área Apresentação das Etapas do Projeto são as etapas finais da simulação,

onde serão apresentados os dados das etapas realizadas.

Caso haja necessidade, há a área de Melhorias, onde contempla etapas de

melhorias no modelo computacional.

Em relação aos métodos apresentados no referencial teórico, ao estudado no

estudo de caso e ao método proposto, pode-se avaliar alguns aspectos. São comuns

em todos os métodos as etapas de planejamento, especificação, coleta de dados,

construção do modelo, rodar o modelo e avaliar os resultados. Law & Kelton (1991) e

Gogg & Mott (1992) não representam as iteratividades e realimentações dos

processos durante o desenvolvimento da simulação o que Pristker (1990) já aborda. O

método utilizado no estudo de caso apresenta diversas realimentações, o que torna o

método e a gestão do projeto mais robusto, ainda que não existam etapas de

limitação de escopo.

Já em relação ao método proposto, se teve uma atenção especial à criação de

mecanismos de limitação do escopo durante o desenvolvimento da simulação. Um

dos pontos chave do método é a etapa de Redefinição da Especificação e

Replanejamento do Projeto. Esta etapa representa o fechamento da especificação e

última alteração no escopo do projeto. Vale frisar que o modelo computacional ainda

não foi construído. Toda demanda que surgir a partir desta etapa deve ser registrado

na especificação das melhorias, que é uma etapa após a conclusão do escopo inicial.

De forma simplificada, seria um segundo projeto, já previsto antes mesmo de iniciar


77

as atividades. Este mecanismo tende a garantir que o projeto se mantenha no escopo

inicial e que termine no prazo estipulado.

Outra diferença em relação aos demais métodos é a forma de verificar o

sistema com o banco de dados piloto. Como visto no estudo de caso, a operação de

mineração é complexa, com muitas relações entre as atividades. Ao se verificar o

sistema de forma global, perde-se a percepção dos detalhes. Um exemplo ocorrido

foi à dificuldade de identificar a operação de detonação do minério e a manutenção

dos equipamentos. Ambos requerem “paradas” no sistema, cada um com seus

parâmetros. Reconhecer e validar que a simulação está representando de forma fiel

cada uma destas operações requer muita habilidade e conhecimento daqueles que

irão executar esta etapa. No método proposto esta dificuldade tende a não

acontecer, porque é sugerido a fragmentação do banco de dados piloto, onde cada

peculiaridade é verificada de forma independente, ou seja, para a detonação existe

um banco de dados piloto e para a manutenção de maquinas outro banco de dados,

por exemplo.

Outra característica do método proposto é a formalização das principais

etapas. Isto pode servir de subsídio para a “proposta comercial”, além de ser a

documentação do desenvolvimento do projeto.

A idéia de Goog & Mott (1992) de educar o time é mantido no método

proposto, pois esta etapa “nivela” e embasa aqueles que irão construir e desenvolver

o modelo de simulação, dando percepções daquilo que pode ou não pode ser

realizado pela ferramenta.

O método proposto está sendo apresentado em macro áreas, de forma a

facilitar o entendimento das etapas que acontecem dentro de cada área.


78

Abaixo o método proposto:

Workshop

Capacitação dos Validação junto ao


envolvidos nos Usuário e
princípios básicos definição das
de simulação Saídas do Modelo

Operacionalização da Simulação Computacional


Formulação do Objetivos do
Problema e Projeto e
Validação OK?
Planejamento Cronograma
Modelagem Conceitual

Global do Projeto

Sim
Pré-Definição do Mapas de
Modelo Processo
Inclusão dos
Conceitual Problema nos
Dados no Modelo Sim dados?
Computacional

Relatório da Não
Modelagem
Modelagem
Conceitual do
Conceitual Verificação e
Sistema
Validação do
Sistema Real

Definição dos Dados


Necessários e Processo
de Captura dos Mesmos Ajustes do Modelo
Validação OK? Não
Computacional

Relatório da Sim
Banco de Especificação Especificação
Coleta e
Dados Conceitual do Conceitual
Verificação dos Construção
Corporativo, Template de
Dados Computacional
Planilhas Simulação
dos Cenários
Propostos
Construção dos Cenários
Preparação da Modelagem Computacional

Sim
Não Análise Estatística
Validação da
dos Dados Não
Especificação Verificação dos
Coletados
Cenários
Sim Propostos
Não

Problema na
especificação?
Validado?
OK?

Sim
Sim Melhorias

e
Projeto de
Não Experimentos de
Rodadas do Modelo

Simulação Especificação das


Redefinição da Especificação do
Especificação das Melhorias e
Definição dos Especificação e Projeto e
Melhorias Cronograma
Cenários Replanejamento Cronogrma
do Projeto
Replicações do
Modelo
Alteração no
Construção
Construção do Modelo Computacional

Problema na
Modelo
construção do Sim Computacional do
template? Computacional
Template
ou

Verificação do Verificação e
Sistema com Validação das Não
Bancos de Dados Melhorias
Análise dos
Piloto
Resultados
Etapas do Projeto
Apresentação das

Não OK?
Apresentação e
Formalização dos
Relatório Final
Resultados

Figura 13 - Método Proposto


79

4.5.1 Modelagem Conceitual

Workshop

Capacitação dos
envolvidos nos
princípios básicos
de simulação

Formulação do Objetivos do
Problema e Projeto e
Planejamento Cronograma
Global do Projeto

Pré-Definição do Mapas de
Modelo Processo
Conceitual

Relatório da
Modelagem
Modelagem
Conceitual do
Conceitual
Sistema

Definição dos Dados


Necessários e Processo
de Captura dos Mesmos

Figura 14 – Modelagem Conceitual

Workshop: O Workshop é a etapa inicial do método. Esta etapa consiste em

contextualizar de uma forma ampla o trabalho a ser realizado. Participam desta etapa

não somente aqueles que irão se envolver nas etapas seguintes do projeto, mas sim

todos os envolvidos, direta e indiretamente no setor, gerência ou empresa a ser

realizado o trabalho.

Capacitação dos Envolvidos nos Princípios Básicos de Simulação: A

capacitação dos envolvidos nos princípios básicos de simulação vem logo após o

workshop. Esta etapa já é direcionada aqueles que irão se envolver de forma mais

ativa no projeto. A capacitação visa incutir nos participantes conhecimentos


80

necessários para que haja maior interação e participação dos mesmos nas etapas

seguintes. Esta atividade pode ocorrer em um dia.

Formulação do Problema e Planejamento Global do Projeto: Esta etapa

ocorre após a capacitação e consiste em reuniões gerencias com os envolvidos no

projeto para definição do problema e o planejamento global das atividades. Nesta

etapa é importante estar bem definido:

• Objetivo de estudo, de modo a limitar o escopo da simulação;

• Horários de trabalho, com os atores de cada atividade;

• Definição de formas de comunicação entre as partes envolvidas (reuniões

periódicas, telefonemas, e-mails, etc);

A capacitação visa facilitar o entendimento daquilo que realmente será

necessário à simulação. Na etapa de planejamento é importante que haja um

cronograma com a duração de cada atividade, bem como os responsáveis por estas

atividades. Este cronograma sofrerá alterações até que especificação do projeto esteja

maturada.

Pré-Definição do Modelo Conceitual: Etapa de especificação detalhada do

projeto. A partir de agora os envolvidos começam a discutir mais intensamente o

sistema real a ser modelado. Variáveis como dados de entrada, dados de saída,

relações entre variáveis, são especificados. Esta etapa de predefinição é facilitada com

o auxílio de técnicas de mapeamento de processos, de modo a visualizar todas as

etapas relevantes para a simulação.

O cronograma apontado no planejamento do projeto pode sofrer alterações a

partir do conhecimento gerado nesta etapa.


81

Modelagem Conceitual do Sistema: Tendo o mapeamento das operações

em mãos, inicia-se a modelagem conceitual do sistema. A partir das informações

levantadas na pré-definição do modelo conceitual os implementadores da simulação

modelam conceitualmente as informações apontadas, já visando a estrutura e

parâmetros utilizados na simulação computacional.

Definição dos Dados Necessários e Processo de Captura dos Mesmos: Com

a modelagem conceitual finalizada é necessário determinar os dados necessários para

a simulação, bem como a forma que isto será feito. Esta etapa é realizada com uma

reunião entre os envolvidos.

4.5.2 Preparação da Modelagem Computacional

Relatório da
Banco de Especificação Especificação
Coleta e
Dados Conceitual do Conceitual
Verificação dos
Corporativo, Template de
Dados
Planilhas Simulação

Não Análise Estatística


Validação da
dos Dados Não
Especificação
Coletados

Sim

Problema na
especificação?
Validado?

Sim

Redefinição da Especificação do
Definição dos Especificação e Projeto e
Cenários Replanejamento Cronogrma
do Projeto

Figura 15 – Preparação da Modelagem Computacional


82

Coleta e Verificação dos Dados: A coleta e verificação dos dados é um

trabalho prático interno, onde será coletada toda informação necessária para a

simulação. Esta definição de dados já foi realizada na etapa anterior.

Análise Estatística dos Dados Coletados: Para a realização desta etapa é

necessário o auxilio de softwares de estatística a fim de tratar os dados. Para a

simulação computacional é relevante que os dados estejam representados em

distribuições estatísticas. Desta forma o modelo contemplará a variabilidade do

sistema de forma mais coesa e realista.

Especificação Conceitual do Template de Simulação: Nesta etapa são

discutidos detalhes pontuais, oriundos da pré-definição e do aprendizado gerado

junto com a evolução do método. Nesta reunião, que é paralela à coleta dos dados,

os implementadores da simulação formalizam seus entendimentos e percepções em

relação ao sistema real a ser construído. A partir deste documento gerado, é dado

enfoque ao detalhes que ainda não foram completamente entendidos pelos

implementadores.

Validação da Especificação: Esta etapa é a validação do que foi especificado

na etapa anterior. Enquanto o documento gerado na especificação não estiver de

acordo, volta-se a etapa anterior para refazer a especificação.

Redefinição da Especificação e Replanejamento do Projeto: Tendo validado

a especificação e concluído a etapa de análise estatística dos dados, faz-se o

replanejamento do projeto, fechando o escopo da simulação bem como o

cronograma fino do projeto. A partir desta etapa toda e qualquer modificação e

acréscimo à simulação fica para a etapa de melhoria, que será apresentada nas etapas

seguintes.
83

Definição dos Cenários: Com todas as informações conhecidas, tem-se maior

percepção para a definição dos cenários a serem construídos posteriormente. Esta

definição pode acontecer na mesma reunião da redefinição da especificação e

replanejamento do projeto.

4.5.3 Construção do Modelo Computacional

Figura 16 – Construção do Modelo Computacional

Construção Computacional do Template: A partir de todas as informações

anteriores inicia-se a codificação do sistema real, tendo como referência o modelo

conceitual. Esta etapa é realizada pelos implementadores da simulação. Para a

codificação o implementador pode escolher entre pacotes de simulação ou

ferramentas genéricas de simulação, de acordo com as necessidades da empresa e

habilidades do implementador.

Verificação do Sistema com Bancos de Dados Piloto: Este etapa consiste em

testar o simulador em bancos de dados piloto, a fim de verificar seu funcionamento.

Para esta etapa é interessante que se tenha um banco de dados piloto para cada
84

característica distinta do sistema real. Sendo assim os testes são realizados por partes,

facilitando o entendimento para possíveis correções no simulador.

Caso a verificação não esteja correta volta-se a etapa de construção do

template para analisar a codificação do modelo. Se não forem localizados problemas

na lógica da codificação volta-se para a etapa de especificação para verificar alguma

informação incorreta nesta etapa. Caso o erro não estiver na especificação, é

necessário checar os dados que alimentaram o simulador, na etapa de coleta e

verificação dos dados.

4.5.4 Operacionalização da Simulação Computacional

Validação junto ao
Usuário e
definição das
Saídas do Modelo

Validação OK?

Sim

Inclusão dos
Problema nos
Dados no Modelo Sim dados?
Computacional

Verificação e
Validação do
Sistema Real

Ajustes do Modelo
Validação OK? Não
Computacional

Figura 17 – Operacionalização da Simulação Computacional


85

Validação junto ao Usuário e definição das Saídas do Modelo: Estando o

simulador verificado, é feita a validação do mesmo junto ao usuário final. Esta etapa

consiste numa reunião de controle e acompanhamento do projeto e definições das

saídas do modelo. Caso não haja validação, volta-se a etapa de construção

computacional do template.

Inclusão dos Dados no Modelo Computacional: Dependendo do sistema

real é necessário estar abastecendo o simulador com dados permanentemente. Esta

inclusão dos dados no modelo pode ser realizada de forma integrada ao banco de

dados da empresa, ou por meio de interfaces do próprio simulador, ou ainda

planilhas auxiliares.

Verificação e Validação do Sistema Real: Estando os dados inclusos no

modelo é necessário fazer a verificação e posteriormente a validação do sistema real.

Nesta etapa a empresa já poderá ter o simulador, facilitando a verificação do mesmo.

Ajustes do Modelo Computacional: Caso não haja a validação do sistema

real é necessária à realização de ajustes no modelo computacional. Caso o problema

não for nos dados inclusos na etapa anterior, volta-se a etapa de construção do

modelo computacional.
86

4.5.5 Construção dos Cenários

Figura 18 – Construção dos Cenários

Construção Computacional dos Cenários Propostos: Caso a etapa de

validação do sistema real estiver finalizada, é realizada a etapa de construção

computacional dos cenários propostos anteriormente.

Verificação dos Cenários Propostos: Assim como as demais etapas de

verificação, ao concluir os cenários é necessário testá-los. Caso não estejam corretos é

necessário voltar a etapa de ajustes do modelo computacional. Se o erro não estiver

no modelo, verificam-se os dados que foram inclusos no modelo. Se o problema não

for nos dados, volta-se na etapa de construção computacional do template.

4.5.6 Rodadas do Modelo


87

Figura 19 – Rodadas do Modelo

Projeto de Experimentos de Simulação: Neste momento o modelo está

validado e alimentado com os dados. É necessário realizar o projeto de experimentos,

definindo estes experimentos por cenário.

Replicações do Modelo: Para cada cenário é necessário replicar o modelo

para melhor consistência dos resultados.

4.5.7 Apresentação das Etapas do Projeto

Figura 20 – Apresentação das Etapas do Projeto

Análise dos Resultados: Tendo o modelo replicado parte-se para a análise da

informação gerada. Esta etapa é realizada por todos os envolvidos no projeto.

Formalização dos Resultados: Depois de realizada as análises é feita a etapa

de formalização dos resultados. A formalização pode ser feita através de uma

apresentação, bem como um relatório final descrevendo as etapas que foram

desenvolvidas ao longo do projeto.


88

4.5.8 Melhorias

Especificação das
Especificação das Melhorias e
Melhorias Cronograma

Alteração no
Modelo
Computacional

Verificação e
Validação das
Melhorias

Figura 21 – Melhorias

Especificação das Melhorias: Esta etapa será realizada caso necessário.

Durante o processo de construção e validação do modelo poderão surgir novas

necessidades e demandas que não estavam nas especificações iniciais do projeto.

Para tanto é realizado uma nova especificação, com novo planejamento e novo

cronograma.

Alteração no Modelo Computacional: Realizada a nova especificação e com

novos prazos para realização, é realizada a etapa de alteração do modelo

computacional.

Verificação e Validação das Melhorias: Concluída as alterações é feita a

verificação e validação das melhorias. Esta etapa é mais simples, pois não é necessário

validar todo o modelo. Em caso de validação do modelo, a etapa seguinte é o projeto

de experimentos de simulação.
89

4.6 Cronograma do Método Proposto

Após a definição das etapas do método proposto, é necessário um

detalhamento em relação ao tempo de cada atividade dentro do método. Para isto

será apresentado na figura 22 um cronograma que contempla todas as etapas

apresentadas anteriormente, com o custo (tempo) de cada um dos passos.


90

Figura 22 – Cronograma do Método Proposto


91

Os tempos apresentados na figura 22 são parâmetros para auxiliar na definição

do cronograma. Para cada implantação da simulação computacional os tempos

deverão ser ajustados conforme a realidade da empresa/setor.

4.7 Resumo do Capítulo

O capítulo 4 apresentou o estudo de caso. Na primeira parte contextualizou a

empresa estuda e como aconteceu o estudo de caso.

No capítulo 4.3 apresentou o método utilizado para o desenvolvimento da

ferramenta de simulação computacional e em seguida uma avaliação do método.

O Método Proposto é apresentado no capítulo 4.5, com suas etapas e também

as semelhanças/diferenças para os métodos de condução de projetos de simulação

apresentados no referencial como também o trabalhado no estudo de caso.


92

5 CONCLUSOES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS

Este capítulo apresenta as conclusões obtidas acerca do trabalho e

recomendações para trabalhos futuros que possam dar continuidade ao estudo aqui

apresentado.

5.1 Resultados Obtidos

O presente trabalho propôs um novo método para implantação da técnica de

simulação computacional em uma empresa do setor de mineração. A simulação

computacional é usada como ferramenta de tomadas de decisões para

dimensionamento de recursos, tecnologia, etc. Para tanto, alguns objetivos foram

alcançados como a realização de um estudo de caso em uma empresa do setor, que

implantou uma ferramenta computacional a fim de se analisar o método usado na

condução do mesmo, analisando-o durante o desenvolvimento.

Identificaram-se dificuldades do método utilizado durante a implantação da

simulação computacional na empresa, que interferiram em diversas outras etapas do

projeto, assim como no prazo estipulado no planejamento inicial.


93

Verificou-se que o método adotado na implantação da técnica da simulação

computacional foi compreendido e assimilado pelos gestores e colaboradores, ainda

que houvesse dificuldades no processo, mas não pelo entendimento, mas sim pela

deficiência do método.

Construiu-se um cronograma de implantação da técnica de simulação em

Microsoft Project, levando em conta a duração para a execução de cada etapa do

método proposto.

Sendo assim, o estudo de caso e os autores levantados no referencial teórico,

embasaram uma nova proposta de método para a implantação da técnica de

simulação computacional, tendendo a sanar as dificuldades encontradas na

implantação como também, sugerindo novos mecanismos de controle na gestão da

implantação da técnica.

5.2 Recomendações para Estudos Futuros

Durante o desenvolvimento deste estudo, identificaram-se algumas

recomendações que poderão servir de objeto de outras pesquisas relacionadas a

métodos de implantação da técnica de simulação computacional. Seguem alguns

tópicos:

• Aplicar o método de implantação da técnica de simulação computacional

proposto no presente trabalho, de modo a validar as etapas que nele estão

contidas;
94

• Desenvolver/aplicar o método apresentado em outras empresas de diversos

setores que tenham complexidade em suas atividades, operações, como

automobilístico, metalúrgico, calçadista, refinarias, para avaliar a robustez do

método proposto.
95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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modelos para a análise de decisão. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. 277 p.

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Simulação no Setor Hospitalar de Porto Alegre. 1998. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Produção). Universidade Federal do Rio Grande do Sul [1998].

CARVALHO, Duílio D. T., Metodologia de Análise do Desempenho da Usina de

Concetração da Samarco Mineração S.A. Baseada em Simulação das Operações.

2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral). Universidade Federal de Ouro

Preto [2003].

CASSEL, Ricardo A., Desenvolvimento de uma abordagem para divulgação da

simulação no setor calçadista gaúcho. 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia

de Produção). Universidade Federal do Rio Grande do Sul [1996].

HILLIER, Frederick S.; LIEBERMAN, Gerald J. Introdução à pesquisa operacional. São

Paulo: Campus, 1988. 805 p. ISBN 85-7001-143-1


96

O'BRIEN, James A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da

internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 431 p. ISBN 85-02-04407-9

GOGG, Thomas & MOTT, Jack. Improve Quality & Productivity With Simulation. 3.

ed. USA: JMI Consulting Group, 1996. 300p.

GOLDBARG, Marco Cesar; LUNA, Henrique Pacca L. Otimização combinatória e

programação linear : modelos e algoritmos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 649 p.

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1998.

PIDD, Michael. Computer Simulation in Management Science. 3rd ed. John Wiley &

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LAW, Averill M. & KELTON, W. David, Simulation Modeling & Analysis, McGraw-Hill

Books Co., NY, Second Edition, 1991.

RODRIGUES, L. H. Developing an approach to help companies synchronize

manufacturing. Dissertação de Doutorado, Lancaster University, Inglaterra, 1994.

VACCARO, Guilherme L. R., Modelagem e Análise de Dados em Simulação. Exame

de qualificação PPGC – UFRGS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999. 129

p.

YIN, Robert K. Estudo de caso : planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre:

Bookman, 2001-2004. 205 p. ISBN 85-7307-852-9


97

Exportações Segundo as Principais Mercadorias - Janeiro a Fevereiro de 2006. Base de

dados. Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana/Exportacao/2006/fevereiro/Tabelas/tabel

a20.htm>. Acesso em: Dia 23 de maio. 2006.


98

ANEXO

Anexo A - Roteiro Utilizado nas Entrevistas do Estudo de Caso

Nome:

Atividade que exerce na empresa:

Tempo de trabalho na empresa:

Durante a implantação da ferramenta de simulação computacional


Como que foi criado?

Quais os objetivos do mesmo?

Como foi validado?

Como será analisado?

Preocupações?

Perguntas a serem feitas em cada etapa


O que foi feito durante essa etapa?

O que você considera importante nessa etapa?

Quais eram seus pensamentos durante essa etapa?

O que você sugere como possível melhoria ou mudança para essa etapa?

Quais as vantagens e desvantagens dessa etapa?

O que você acha que foi importante nessa etapa?

Perguntas sobre o método como um todo:


99

Quais as limitações do método?

Quais as vantagens do método?

Quais as possíveis melhorias para o método?

Quais as momentos importantes que ocorreram durante o trabalho?

Você consideraria alguma mudança no método? Por quê?

Como você descreve o aprendizado ocorrido durante o processo?

Anexo B - Roteiro de Entrevistas com os Implantadores da Ferramenta de

Simulação

A cada etapa do método:


Como essa etapa poderia ser melhorada? Ou

O que pode ser melhorado nessa etapa?

O que é importante nesta etapa?

Por que esta etapa é realizada desta forma?

Como poderia ser realizada de maneira diferente?

Qual a maior dificuldade enfrentada nessa etapa?

Quais as limitações do método sob seu ponto de vista?

O que é importante para o método?

Qual a maior dificuldade enfrentada durante a aplicação do método?

Fale sobre a condução do método.

Fale sobre a organização do método.

Quais são os fatores críticos de sucesso do método sob seu ponto de vista?

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