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S
M
O
GABARITO
1- C , 2- B, 3-A, 4- D, 5- 6- F- V-V- F,
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Quem eram os “bárbaros” e de que forma contribuíram para a formação da
sociedade feudal?
a) Os “bárbaros” eram os romanos que construíram um grande império no
interior da Europa que deu origem a sociedade feudal.
b) Os “bárbaros” eram povos que invadiram e destruíram o Império Romano
provocando a fuga da população para o campo, fazendo surgir a sociedade
feudal.
c) Os “bárbaros” eram os trabalhadores que tinham a obrigação de entregar
parte de sua colheita, dando origem a servidão feudal.
d) Os “bárbaros” eram os primeiros guerreiros que lutaram pelo Império
Romano, assim transformando-se nos nobres da sociedade feudal.
e) Os “bárbaros” eram feiticeiros condenados pela Igreja Católica que, dessa
forma, fortalecia a religião na sociedade feudal.
✔GABARITO
1–B
2–C
3–D
4–A
5–E
Questão 01. (Fatec-SP) Uma das características a ser reconhecida no feudalismo europeu é:
a) A economia do feudo era dinâmica, estando voltada para o comércio dos feudos vizinhos.
b) A sociedade feudal era semelhante ao sistema de castas.
c) As relações de produção eram escravocratas.
d) Os ideais de honra e fidelidade vieram das instituições dos hunos.
e) Os servos estavam presos a várias obrigações, entre elas o pagamento anual da capitação, talha e
banalidades.
Questão 02. (UFPA) Nas relações de suserania e vassalagem dominantes durante o feudalismo
europeu, é possível observar que:
Questão 03. (UFU-MG) A Alta Idade Média (Século V a X) tem como uma de suas características
singulares, que a define historicamente:
Questão 04. (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de grande importância na
Unidade Árabe, tem como fundamento:
a) A concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos
povos inferiores.
b) O culto dos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) O monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Maomé entre os povos que
seguiam essas religiões.
d) O politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o principal é Alá.
e) O princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte.
Questão 05. (Vunesp-SP) O islamismo, ideologia difundida a partir da Alta Idade Média em que o
poder político confunde-se com o poder religioso, era dotado de certa heterogeneidade, o que
pode ser constatado na existência de seitas rivais como:
a) Cristãos e Muezins
b) Politeístas e Monoteístas
c) Sunitas e Cristãos
d) Sunitas e Xiitas
e) Xiitas e Politeístas
Questão 06. (FGV-SP) A hégira, um dos eventos mais importantes do islamismo e que marca o
início do calendário islâmico, corresponde:
Questão 08. (FVP-SP)A teoria segundo a qual “Deus predestina uma parte do gênero humano a
salvar-se e abandona o restante à perdição” foi defendida, na Idade Média, por:
a) Santo Agostinho
b) Santo Tomás de Aquino
c) São Clemente
d) São Gregório Magno
e) São Jerônimo
Questão 09. (Fuvest-SP) Do Grande Cisma do Oriente sofrido pelo cristianismo no século XI,
resultou:
Questão 10. (Vunesp-SP) A partir do século XII, em algumas regiões europeias, nas cidades em
crescimento, comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a construção de catedrais cm
grandes pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma “poética da luz”, abóbadas e torres elevadas
que dominavam os demais edifícios urbanos. O estilo da arte da época é denominado:
a) Barroco.
b) Bizantino.
c) Gótico.
d) Renascentista.
e) Românico.
Questão 11. (Cescem-SP) As corporações de ofício eram organizadas com o objetivo de:
a) Deu-se no primeiro quartel do século XI, a partir de problemas na sucessão do trono francês sobre o
qual a Inglaterra tinha fortes interesses.
b) Teve como causa principal a disputa pela região de Flandes que, feudatária da França, atraía fortes
interesses econômicos da Inglaterra.
c) Ocorreu na primeira metade do século XIV, a partir da disputa entre os dois países sobre inúmeros
territórios flamengos e italianos.
d) Foi provocada pelas disputas políticas entre a Rosa Vermelha (de Lancaster) e a Rosa Branca (de
York)
e) Aconteceu devido a interesses manufatureiros da França sobre Flandes, região feudatária da
Inglaterra.
Questão 13. (FGV-Adm) A chamada “crise do século XIV”, na Europa Ocidental, caracterizou-se
por um conjunto de fatores como más colheitas, fome, epidemias, rebeliões camponesas e
guerras. Pode-se dizer que tais elementos
a) abalaram o sistema feudal, provocando uma acentuada queda demográfica, num processo inverso ao
da expansão verificada entre os séculos XI e XIII.
b) contribuíram para o aumento relativo da população das cidades, onde os índices de mortalidade eram
menores que no campo.
c) fizeram diminuir as taxas e obrigações senhoriais que recaíam sobre os servos e levaram à adoção da
escravidão de africanos nos senhorios feudais.
d) fortaleceram as instituições medievais, principalmente o caráter internacional das universidades.
e) provocaram um enfraquecimento geral da cristandade, sobretudo na península Ibérica, o que permitiu
uma nova ofensiva islâmica na região.
Questão 14. (FMABC-SP) “[A peste negra] era transmitida essencialmente pelos parasitas,
principalmente as pulgas e os ratos. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos
europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é,
portanto, também um dos efeitos do progresso, do crescimento.”
Georges Duby. Ano 1000 Ano 2000. Na pista de nossos medos.
São Paulo: Editora da Unesp, 1998, p. 80
A partir do texto, que trata do aparecimento da peste negra na Europa do século XIV, podemos
dizer que
a) a integração entre regiões diferentes do planeta, provocada pelo comércio e por intercâmbios culturais,
também pode contribuir para a disseminação de doenças.
b) as doenças ficam em geral confinadas ao local de manifestação original e quando se alastram para
outras áreas não provocam grandes problemas nem geram epidemias.
c) epidemias, como a peste negra, são provocadas pela ira divina e não podem ser tratadas pelos
homens, a não ser que a medicina recorra a procedimentos religiosos.
d) más condições de higiene e a falta de um sistema unificado de atendimento médico foram os principais
responsáveis pela proliferação dos parasitas que provocaram a peste negra.
e) problemas de saúde, como a peste negra, derivam sempre da miséria social e as epidemias avançam
apenas em períodos de crise econômica e conflitos sociais.
Questão 15. (ENEM 2001) O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de
um romance.
- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.
- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à
meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e
morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos
proibida. (…) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação.
Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.
(Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia,
O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco
para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que
considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que
Questão 02. (Vunesp) A Idade Média pode ser caracterizada por um longo processo de desenvolvimento
e de lenta dissolução das relações servis de produção. Relacione os fatores históricos estruturais e
conjunturais que contribuíram e influíram na formação do sistema medieval.
Questão 05. (Fuvest - 2008) Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma “Idade
das Trevas”, para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de
práticas e instituições “bárbaras”. Com base na afirmação acima, indique e descreva:
Respostas
Questão 02. Espera-se que o aluno descreva que o sistema feudal foi resultado da lenta integração,
ocorrida entre os séculos V e IX, de estruturas romanas e germânicas. As bases romanas do feudalismo
encontra-se no processo de ruralização do Império, surgimento de vilas (origem dos feudos) e na relação
de trabalho chamada de colonato (origem da servidão). As bases germânicas são as relações de
suserania e vassalagem, originados do comitatus germânico, e por fim, o direito consuetudinário que era
baseado nos costumes e não na lei escrita.
Questão 03. A sociedade feudal era estamental, ou seja, não havia mobilidade social. Haviam três
ordens, como descrito no "Documentos da Idade Média: Das três ordens ao comércio na China": O clero,
os nobres e os servos. Os senhores feudais (que podem ser representantes do Clero e da Nobreza) eram
os proprietários dos feudos. A maioria da população era composta de servos e vilões. Os servos eram
camponeses semilivres, presos à terra. Os vilões não estavam presos à terra, mas deviam várias
obrigações ao senhor feudal.
Questão 04. O vassalo pertencia à nobreza feudal e, em troca da doação de uma parcela de terra, devia
ao suserano (o doador) obrigações, como colocar seu exército à disposição dele, dar-lhes hospedagem e
contribuir para o dote de seus filhos. Um servo trabalhava nas terras de um senhor feudal, fosse suserano
ou vassalo. O servo devia, pelo uso de um lote do feudo, a corveia, a talha e a banalidade.
Questão 05.
a) Contribuições relevantes: arquitetura gótica, representada sobretudo pelas catedrais e caracterizada
pela monumentalidade, verticalidade e novos recursos arquitetônicos, com destaque para o arco ogival ou
gótico; e as “grandes invenções” – pólvora, bússola, papel e imprensa – que, embora parcialmente de
origem chinesa, foram introduzidas na Europa e aperfeiçoadas na Idade Média; tais invenções tiveram
extraordinária importância para o desenvolvimento intelectual e para a expansão geográfica que
floresceriam no início dos tempos modernos.
b) Práticas ou instituições lembradas negativamente: a prática da bruxaria, em decorrência da ignorância
predominante na época; e a instituição do Tribunal da Inquisição, com o emprego sistemático da tortura
em seus interrogatórios.
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( )Estava preso á Terra pelo resto da vida. Em troca de proteção e do direito de usufruir a
Terra devia cultivar os terrenos recebidos e as terras pessoais do senhor.
( )Em sua maioria vinham do meio rural. Podiam ser servos fugidos ou homens livres
que dependiam dos senhores da Terra.
( )Eram os párocos e líderes da paróquia. Cultivavam a Terra e atendiam aos pobres das
vilas e regiões próximas da paróquia.
( )Durante a Idade Média o principal bem que alguém poderia possuir era a Terra.
( )No comércio local o uso do dinheiro era reduzido, pois prevalecia a troca direta de
produtos, chamada escambo.
5-Os servos produziam para abastecer toda a sociedade e pagavam aos senhores
tributos pela utilização da Terra. Relacione-os:
( )Os servos cultivavam as terras da reserva senhorial de duas a três vezes por semana ,
não ganhavam nada por isso e a produção era entregue ao senhor.
resposta:
A Inquisição, ou Santa Inquisição foi uma espécie de
tribunal religioso criado na Idade Média para
condenar todos aqueles que eram contra os dogmas
pregados pela Igreja Católica.
Fundado pelo Papa Gregório IX, o Tribunal do Santo
Ofício da Inquisição mandou para a fogueira
milhares de pessoas que eram consideradas
hereges (praticante de heresias; doutrinas ou
práticas contrárias ao que é definido pela Igreja
Católica) por praticarem atos considerados bruxaria,
heresia ou simplesmente por serem praticantes de
outra religião que não o catolicismo.
resposta:[B]
resposta:
resposta:[E]
resposta:
a) Dentre as personagens que participam da
cerimônia da Inquisição encontram-se as
autoridades temporais, religiosos locais
e população.
b) As ações da Inquisição ocorriam em cerimônias
públicas, pois entre os seus objetivos era o de julgar
e condenar hereges.
Desse modo, os atos inquisitoriais se mostravam
como uma forma de pressão e preveniam a
população, impondo o respeito às regras clericais
além de uma participação direta do poder público
(prefeituras).
c) A Inquisição atuou no Brasil colonial de forma a
prevenir que problemas ocorressem, sendo
mandados para a Colônia manuais de orientação
para as autoridades utilizarem e prevenirem a
disseminação das heresias.
resposta:
a) No contexto da Reforma Católica (Contra-
Reforma), que levou ao restabelecimento do
Tribunal do Santo Ofício, inclusive nas regiões
coloniais.
b) Exemplos de acusações:
• Judaísmo (seguir a Lei de Moisés, guardar os
sábados, rezar os Salmos de Davi);
• Heresia (recitar e ensinar orações que,
supostamente, afastariam o perigo, configurando-se
como superstições)
7. (UFPI) Em relação ao contexto das reformas
religiosas do século XVI, é correto afirmar que:
a) a Reforma Puritana possibilitou à Coroa
Portuguesa efetivar seu rompimento definitivo com o
Catolicismo Romano.
b) a Contra-reforma procurou conciliar a visão
religiosa dos seguidores de Lutero com o
pensamento dos seguidores de Calvino.
c) os Tribunais da Inquisição ficaram responsáveis
pela punição dos infiéis e pela censura aos livros
considerados ofensivos à fé católica.
d) a Contra-reforma opôs-se à Companhia de Jesus
e delegou à Igreja Anglicana a tarefa de combater a
expansão protestante na Europa.
e) a Reforma Protestante fortaleceu a venda de
relíquias sagradas e aplicou o dinheiro das
indulgências na edificação de templos católicos.
resposta:[C]
8. (Ufpel)
resposta:[C]
10. (Ufu) Leia o trecho a seguir.
Como na Espanha, o instrumento para lidar com a
dissensão religiosa foi a Inquisição, que fora
instalada por Fernando e Isabel. Ela fora transferida
para a América pelo menos em 1519 e, mais tarde,
funcionou através de tribunais em Lima (fundado em
1570), na Cidade do México (fundado em 1571) e
em Cartagena (fundado em 1610). Entretanto,
rigorosamente falando, a Inquisição não tinha
jurisdição sobre os índios. Sua principal tarefa era
suprimir o judaísmo e o protestantismo (bem como a
feitiçaria e o desvio sexual).
BARNADAS, Josep M. "A Igreja Católica na América
Espanhola Colonial". In: BETHELL, Leslie (org.).
"História da América Latina". Vol. 1: América Latina
Colonial, São Paulo: EdUSP, 1998. p. 540.
Sobre o ambiente cultural e religioso da América
espanhola colonial e a atuação da Inquisição nesse
contexto, marque a alternativa INCORRETA.
a) A Inquisição, como instituição católica e
metropolitana, teve participação direta na destruição
dos templos religiosos dos povos pré-colombianos,
no genocídio das populações nativas e na
desfiguração das identidades culturais e religiosas
dos povos andinos e mexicanos.
b) Para fugir da perseguição do Santo Ofício, a
maior parte dos judeus que vivia nas colônias
aceitava formalmente a religião católica, contudo,
continuava praticando, secretamente, a sua religião.
Os criptojudeus ou "cristãos novos", como eram
chamados, passaram a ter suas práticas vigiadas
pelas autoridades religiosas.
c) As "heresias" e "bruxarias", perseguidas pelo
Santo Ofício na América espanhola, eram práticas
culturais e sistemas de crença resultantes de
processos de sincretismos. Eram, portanto,
expressões heterodoxas da variedade cultural e
religiosa que circulavam das colônias, abrangendo,
por exemplo, influências cristãs, judaicas, indígenas
e pagãs.
d) Os "Autos de Fé" eram espetáculos promovidos
pelos Tribunais do Santo Ofício, nos quais os
condenados eram exemplarmente punidos em
público. Para os espetáculos, concorria um grande
número de expectadores, de modo que constituíam
um poderoso instrumento de propaganda religiosa a
serviço da ortodoxia cristã na América.
resposta:[C]
11. (Unesp) "Galileu, talvez mais que qualquer outra
pessoa, foi o responsável pelo surgimento da ciência
moderna. O famoso conflito com a Igreja católica se
demonstrou fundamental para sua filosofia; é dele a
argumentação pioneira de que o homem pode ter
expectativas de compreensão do funcionamento do
universo e que pode atingi-la através da observação
do mundo real."
(Stephen Hawking, "Uma breve história do tempo")
O "famoso conflito com a Igreja católica" a que se
refere o autor corresponde
a) à decisão de Galileu de seguir as idéias da
Reforma Protestante, favoráveis ao desenvolvimento
das ciências modernas.
b) ao julgamento de Galileu pela Inquisição,
obrigando-o a renunciar publicamente às idéias de
Copérnico.
c) à opção de Galileu de combater a autoridade
política do Papa e a venda de indulgências pela
Igreja.
d) à crítica de Galileu à livre interpretação da Bíblia,
ao racionalismo moderno e à observação da
natureza.
e) à defesa da superioridade da cultura grega da
antigüidade, feita por Galileu, sobre os princípios das
ciências naturais.
resposta:[B]
12. (UFMG) Em janeiro de 1592, Brás Dias,
mameluco, natural da cidade da Bahia, confessou
perante a Mesa da Santa Inquisição que, durante
quatro ou cinco anos, andando pelo sertão, fizera
parte, junto com os gentios, de uma seita chamada
Santidade, que funcionava na fazenda de Fernão
Cabral, em Jaguaripe. A seita era dirigida por um
índio chamado Antônio, que tinha sido criado pelos
jesuítas nas missões. Entre outras coisas, esse
Antônio, que era casado, batizava os próprios filhos,
utilizando duas candeias acesas e um prato d água,
e chamavam a si próprios com os nomes de Jesus e
de Santa Maria. Nos cultos, celebrados ao pé de
cruzes metidas no chão em montes de pedra,
uivavam e se comportavam como macacos, sem
regras nem ordem, cometendo vários deslizes
heréticos.
(Texto baseado em documentos transcritos em
VAINFAS, Ronaldo (Org.). "Confissões da Bahia".
São Paulo: Companhia da Letras, 1997.)
Esse testemunho demonstra que
a) os missionários indígenas formados nas reduções
jesuíticas reproduziam com perfeição os ritos
católicos por toda a Colônia.
b) a ação dos párocos, nos dilatados sertões da
Colônia, levava a que os índios internalizassem os
dogmas católicos aprendidos com os jesuítas.
c) a religiosidade popular na Colônia se
caracterizava pelo sincretismo e assimilava mais
facilmente os aspectos exteriores do culto católico.
d) os indígenas aceitavam livremente as regras e a
ortodoxia dos preceitos do culto católico, dispondo-
se a imitá-los mesmo no sertão mais bravio.
resposta:[C]
resposta:
O Tribunal do Santo Ofício tinha a função de conter
o avanço protestante e de perseguir qualquer
pessoa que por meios científicos ou artísticos
contestavam a igreja na Europa. Enquanto que a
Companhia de Jesus era responsável por conseguir
novos fiéis na Ásia, África e na América.
2. (ESPM Nov07) A obra pode ser considerada autêntica tradição muçulmana formada pelo
conjunto das tradições ou narrativas orais fragmentadas chamadas “hadiths”. Apresenta os
comportamentos do profeta, as maneiras que tinha de comer, de beber, de se vestir, de
cumprir os seus deveres religiosos, de lidar com os crentes e os infiéis.
(Anne-Marie Delcambre. Maomé: a palavra de Alá)
O enunciado deve ser relacionado com:
a) Alcorão.
b) Rubbayat.
c) Suna.
d) Zend Avesta.
e) Torá.
3. (ESPM Jul07) Quando vos dispuserdes à oração, purificai ante o rosto, as mãos até os
cotovelos, a face até as orelhas, e os pés até os tornozelos. O asseio é a chave da oração.
Socorrei vossos filhos, vossos parentes, os órfãos, os pobres, os peregrinos; o bem que
fizerdes será conhecido do Onipotente. Dai esmola de dia, à noite, em público ou em segredo;
sereis recompensados pelas mãos do Eterno e ficareis isentos dos terrores e tormentos.
Aquele que dá por ostentação é semelhante a um rochedo coberto de pó; vem a chuva e não
lhe resta senão sua dureza. No mês de Ramadã, comer e beber só vos é permitido até o
momento em que a claridade vos deixar distinguir um fio branco de um fio preto: jejuai então do
começo do dia até a noite e passai o dia em oração. (Leonel Itaussu e Luís César. História
Antiga e Medieval)
Quanto ao trecho apresentado no enunciado devemos relacioná-lo com:
a) O Alcorão e algumas das obrigações dos muçulmanos.
b) O Suna e algumas das obrigações dos muçulmanos.
c) O Talmud e algumas das obrigações dos muçulmanos.
d) O Tora e algumas das obrigações dos muçulmanos.
e) O Zend-Avesta e algumas das obrigações dos muçulmanos.
4. (ESPM Nov06) “Defronte da porta leste da catedral de Clermont, na França, reunia-se uma
multidão. Lá estavam, porque o papa Urbano II comunicou que faria uma grande proclamação
de muita importância. Disse aos presentes que seus irmãos da cristandade oriental estavam
sofrendo muito nas mãos de uma casta virulenta de infiéis. O sofrimento era tão grande, que
eles pediram ajuda ao Ocidente. Até Jerusalém, a sagrada das sagradas, tinha sido profanada
pelos pagãos. Não era mais seguro para os seguidores de Cristo visitarem o local onde ele
sofreu e morreu pela humanidade. Poderia o mundo cristão observar pacificamente os turcos
pagãos rirem por trás das paredes da
cidade mais sagrada da cristandade?”
(W. B. Bartlett, O Chamado às Armas)
O texto remete diretamente para:
a) A Querela das Investiduras, disputa entre a Igreja Católica Romana e o Sacro Império
Romano Germânico.
b) Chamada feita pelo Papa Urbano II, convocando os cristãos a participarem da Guerra da
Reconquista da Península Ibérica.
c) O Cisma do Oriente e a guerra entre católicos romanos e católicos ortodoxos.
d) Convocação pelo Papa Urbano II dos cristãos para organizarem a Primeira Cruzada.
e) A tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, ação que afetou os interesses cristãos
no Mediterrâneo.
5. (GV ADM Jun08) De um lado a Igreja. Do outro lado, os poderes laicos, nomeadamente o do
Império Romano-Germânico, herdeiro parcial de Carlos Magno. Esses dois poderes são
distintos, mas defrontam-se vivamente para assegurarem a preeminência de um sobre o outro.
A aspiração à reforma da Igreja corresponde portanto a uma velha exigência: libertar a Igreja
do seu enfeudamento ao temporal. Esse movimento assume uma importância excepcional com
a reforma gregoriana, que Gregório VII, papa de 1073 a 1085, simboliza. Reforma que se
realiza ao longo de todo o século XII.
Le Goff, J. Em busca da Idade Média. Trad., Lisboa, Teorema, 2003, p. 61.
A respeito da Reforma Gregoriana é correto afirmar:
a) Significou o rompimento dos poderes eclesiásticos com as estruturas feudais e uma defesa
das transformações econômicas e políticas que levariam ao capitalismo.
b) Caracterizou-se pela tentativa de demarcar as fronteiras entre clérigos e leigos com a
recomendação enérgica do celibato clerical e a afirmação da superioridade dos poderes
espirituais sobre os temporais.
c) Foi marcada por uma profunda reorientação religiosa que condenava o culto aos santos, a
devoção às relíquias, às práticas de peregrinação e sustentava a infalibilidade das Escrituras
Sagradas.
d) Permitiu uma reaproximação com a Igreja de Constantinopla baseada na proibição da
devoção às imagens e uma convivência mais tolerante com judeus e muçulmanos.
e) Representou o reconhecimento das autoridades temporais, sobretudo do Império Romano-
Germânico, como a única instituição de caráter universal no seio da cristandade.
6. (GV Econ. Dez06) “Em primeiro lugar, fizeram homenagem desta maneira: o conde
perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem sem reservas, e este respondeu:
‘Eu o quero’; estando então suas mãos apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um
beijo. Em segundo lugar, aquele que havia feito homenagem hipotecou sua fé (...); em terceiro
lugar, ele jurou isto sobre as relíquias dos santos. Em seguida, com o bastão que tinha à mão,
o conde lhes deu a investidura (...).”
Galbert de Bruges, in Gustavo de Freitas, 900 textos e documentos de História
7. (GV Econ. Dez07) A palavra servo vem de servus (latim), que significa “escravo”. No período
medieval, esse termo adquiriu um novo sentido, passando a designar a categoria social dos
homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) A condição servil era marcada por
um conjunto de direitos senhoriais ou, do ponto de vista dos servos, de obrigações servis.
(Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)
Assinale a alternativa que caracterize corretamente uma dessas obrigações servis.
a) Dízimo era um imposto pago por todos os servos para o senhor feudal custear as despesas
de proteção do feudo.
b) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos equipamentos do feudo e não podia ser paga
com mercadorias e sim com moeda.
c) Mão morta era um tributo anual e per capita, que recaía apenas sobre o baixo clero, os
vilões e os cavaleiros.
d) Corvéia foi um tributo aplicado apenas no período decadente do feudalismo e que recaía
sobre os servos mais velhos.
e) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso das instalações pertencentes ao senhor
feudal, como o moinho e o forno.
9. (Fuvest Nov06) "Os cristãos fazem os muçulmanos pagar uma taxa que é aplicada sem
abusos. Os comerciantes cristãos, por sua vez, pagam direitos sobre suas mercadorias quando
atravessam o território dos muçulmanos. O entendimento entre eles é perfeito e a eqüidade é
respeitada."
Ibn Jobair, em visita a Damasco, Síria, 1184. In: Amin Maalouf, 1988.
10. (Fuvest Jan07) Na Europa Ocidental, durante a Idade Média, o auge do feudalismo (século
X ao XIII) coincide com o auge da
servidão. Explique
a) no que consistia a servidão.
b) por que a servidão entrou em crise e deixou de ser dominante a partir do século XIV.
11. (Fuvest Jan08) A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval
(européia, entre os séculos XII e
XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto contrastantes.
Indique aspectos que são
a) comuns às cidades antiga e medieval.
b) específicos de cada uma delas.
12. (Mack Jun08) “Na Idade Média, as relações espaciais tendiam a ser organizadas como
símbolos e valores. O objeto mais alto da cidade era a flecha da Igreja que apontava para o
céu e dominava as construções — como a Igreja dominava as esperanças e as crenças dos
fiéis.”
(MUNFORD, L.)
A arte espiritual do início da Idade Média, que rejeitava toda a imitação da realidade, passa a
dar lugar a um estilo mais naturalista e às construções verticalizadas. A arte gótica,
desenvolvida na segunda metade do século XII, pode ser considerada um reflexo das
transformações ocorridas na Baixa Idade Média, entre as quais
a) a transição, nas unidades feudais, da servidão feudal para o trabalho livre, devido ao
crescimento populacional verificado desde o final do século X e, sobretudo, no século XI, na
Europa Ocidental.
b) a nova mentalidade presente nas corporações de ofício, onde se passou a defender toda a
possibilidade de lucro, e não mais o “justo preço” defendido pela Igreja Católica.
c) o abandono do espírito coletivista que regrava a vida social do homem medieval e a
imposição de valores teocêntricos que passaram a direcionar um novo comportamento social.
d) a diminuição da influência cultural e do poder econômico da Igreja Católica Apostólica
Romana que, com o Renascimento Comercial, já não era mais a maior proprietária de terras.
e) a mudança de mentalidade do homem medieval, fruto do desenvolvimento comercial e do
crescimento da influência da classe burguesa, que passou a valorizar, cada vez mais, o espírito
individualista e empreendedor.
13. (Mack Jul07) De um modo geral, a organização social funda-se numa especialização das
atividades de duas elites, uma encarregada das funções espirituais e, a outra, da ação militar,
ambas sustentadas pelo trabalho da massa camponesa. O nível de vida dos eclesiásticos e
cavaleiros era ainda muito medíocre, [...] mas, se ele se elevar, se a produção agrícola
aumentar, os especialistas da prece e do combate disporão de maiores riquezas para o seu
lazer, para as despesas do luxo, para as empresas de conquista longínqua, para as pesquisas
artísticas e intelectuais.
E. Perroy (adaptado)
As referências presentes no trecho acima permitem relacioná-lo à vida social e econômica
a) dos fenícios, em particular nas antigas cidades-Estado de Biblos e Tiro.
b) dos romanos, ao tempo da República e dos conflitos entre patrícios e plebeus.
c) das tribos árabes, que habitavam, por volta do século VI, a região onde estavam as cidades
de Meca e Iatreb.
d) de reinos europeus, nos séculos em que se consolidava o sistema feudal.
e) dos povos pré-cabralinos, às vésperas da chegada de europeus ao continente.
14. (Mack Jul07) A respeito do nascimento e da consolidação dos Estados nacionais ibéricos,
no limiar da Idade Moderna, são feitas as seguintes afirmações:
I. As lutas de reconquista do território da península aos muçulmanos, que a haviam ocupado
desde o século
VIII, constituem um dos principais elementos do processo de formação desses Estados
nacionais.
II. A ascensão de D. João, mestre de Avis, ao trono português, em 1385, encontrou apoio nos
grupos de
comerciantes portugueses, numa época de florescimento das atividades comerciais no Reino.
III. O ano de 1492, além de selar definitivamente a centralização política da futura Espanha
após a vitória militar
sobre o rei mouro de Granada, marca a descoberta da América por Colombo, que viajara a
serviço dos “Reis
Católicos”.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas I e II são corretas.
c) se apenas II e III são corretas.
d) se apenas I e III são corretas.
e) se I, II e III são corretas.
15. (Mack Jun07) (...) Resta enfim a inatividade sagrada: a vida terrestre do homem é uma
prova que, em caso de sucesso, conduz à felicidade eterna; o culto de Deus e dos santos é,
portanto, uma atividade espiritual mais importante que o trabalho material. Este é imposto ao
homem como resgate do pecado e como meio de santificação, mas não tem por fim senão a
subsistência do homem. Nem o trabalho nem o produto do trabalho são um fim em si. O
calendário litúrgico impunha, pois, aos fiéis a cessação de toda atividade laboriosa por ocasião
de um grande número de festas, a fim de que eles se consagrassem inteiramente ao culto.
Assim, em razão do número de festas e de vigílias, a duração média do trabalho semanal não
parece ter sido superior a quatro dias! No século XV suprimiu-se um bom número de festas
com folga, mas no século XVI contavam-se ainda, anualmente, além dos domingos, umas
sessenta delas. É evidente que a mentalidade medieval ignorava a obsessão pelo trabalho e
pela produtividade, que seria rigorosa na época mercantilista (...).
Guy Antonetti — A economia medieval
Segundo o trecho acima, sobre a Idade Média, é correto afirmar que:
a) a economia, naquela época, conheceu períodos de profunda estagnação em razão do
absoluto desinteresse dos
homens pelo trabalho material e pelo lucro, preocupados que estavam apenas com o culto de
Deus e dos santos.
b) um traço próprio da mentalidade medieval, quando comparada à de uma época posterior, é
a ausência da obsessão pelo trabalho material e sua produtividade.
c) o excessivo número de festas religiosas imposto pela Igreja reduzia drasticamente os dias
úteis de trabalho, provocando períodos de escassez de alimentos e, em conseqüência, uma
maior preocupação dos homens com a vida eterna.
d) o anseio por resgatar-se do pecado original e por santificar-se levou o homem medieval a
considerar o trabalho e seu produto um bem em si, ou seja, o caminho único que conduziria à
felicidade eterna.
e) na época mercantilista, a supressão de um bom número de feriados religiosos foi a causa de
ter nascido nos homens a obsessão pelo trabalho e pela produtividade, bem própria da
mentalidade capitalista então nascente.
16. (Mack Dez06) Em todos os países, os reis eram então considerados personagens
sagradas; pelo menos em certos países, eram tidos como taumaturgos. Durante muitos
séculos, os reis da França e os reis da Inglaterra (para usar uma expressão já clássica)
‘tocaram as escrófulas’: significando que eles pretendiam, somente com o contato de suas
mãos, curar os doentes afetados por essa moléstia; acreditava-se comumente em sua virtude
medical. Durante um período apenas um pouco menos extenso, os reis da Inglaterra
distribuíram a seus súditos, mesmo para além dos limites de seus Estados, os anéis (os
cramprings) que, por terem sido consagrados pelos monarcas, haviam supostamente recebido
o poder de dar saúde aos epilépticos e de amainar as dores musculares.
Marc Bloch — Os reis taumaturgos
O trecho dado, da obra do historiador francês,
a) menciona superstições medievais que sobreviveram em tempos modernos, sem, contudo,
possuir nenhum significado político ou religioso.
b) comprova a ligação da política absolutista européia com o charlatanismo dos curandeiros
medievais.
c) faz referência ao caráter sobrenatural que se atribuía ao poder dos reis em algumas
monarquias européias.
d) descreve as práticas mais comuns de exercício da medicina na Idade Moderna.
e) destaca o problema político que representavam os escrofulosos e os epilépticos para as
monarquias medievais.
17. (Mack Dez06) Foi nesse terreno de cerca de 3,5 milhões de km2 e predominantemente
desértico que, na primeira quadra do século VII, se constituiu (...) a religião (...), a qual, num
espaço de tempo relativamente exíguo, o empolgaria por inteiro, e foi também a partir dele que,
na quadra seguinte, os conversos saíram para fazer a sua entrada decisiva no palco da história
universal, construindo um dos mais poderosos impérios da face da Terra e ampliando de
maneira considerável o número de adeptos da nova fé.
Adaptado de Mamede M. Jarouche, Revista Entre Livros, nº- 3
O texto acima faz menção a uma religião
a) que abriga a crença na existência de vários deuses, todos eles personificações dos astros
(sobretudo o Sol)
e de fenômenos da natureza (como o raio e o trovão).
b) cuja denominação (Islã) indica um de seus mais importantes princípios, ou seja, a
submissão do fiel à vontade
de Alá, “único Deus”.
c) que possui entre seus dogmas a absoluta intolerância em relação a povos de religiões
diversas, ineptos para
a conversão e para os quais resta, apenas, o extermínio pela guerra.
d) cujos fiéis devem praticar a antropofagia ritual, considerada fonte de virilidade e bravura
guerreira.
e) que suprimiu completamente a crença em profetas (“os anunciadores da vontade de Deus”)
e em anjos (“os
protetores dos homens”).
18. (Mack Jun06) Os homens deste tempo [...] dividem-se em três “ordens”. Entendamo-las
como categorias nitidamente delimitadas, estáveis, estabelecidas por Deus mesmo e, todos o
crêem, desde a criação, para assegurar a ordem do mundo, e cada qual correspondente a um
“estado” particular, a uma missão especial. Na primeira classe, situam-se os que rezam e sua
missão é cantar a glória de Deus e obter a salvação de todos; seguem-se os que combatem,
encarregados de defender os fracos e impor a paz divina; enfim, figuram os trabalhadores, que,
segundo o plano providencial, devem contribuir, pelo seu labor, para o sustento dos
especialistas da prece e do combate.
E. Perroy — A sociedade feudal
A respeito do trecho acima, são feitas as seguintes afirmações:
I. As três “ordens” mencionadas são, grosso modo, o clero, a nobreza e os servos.
II. A definição das funções sociais das “ordens” obedece a uma razão religiosa, cujo propósito
é assegurar a ordem do mundo.
III. As categorias nitidamente delimitadas conheciam uma intensa mobilidade social em razão
do enriquecimento rápido proporcionado aos trabalhadores pela atividade agrícola.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas II é correta.
c) se apenas III é correta.
d) se apenas I e II são corretas.
e) se I, II e III são corretas.
(PUC Dez06) Leia o texto a seguir para responder às questões 19, 20 e 21.
“Nos tempos de São Luís, as hordas que surgiam do leste provocam terror e angústia no
mundo cristão. O medo do estrangeiro oprime novamente as populações. No entanto, a Europa
soubera digerir e integrar os saqueadores normandos. Essas invasões tinham tornado menos
claras as fronteiras entre o mundo pagão e a cristandade e estimulado o crescimento
econômico. A Europa, então terra juvenil, em plena expansão, estendeu-se aos quatro pontos
cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas exteriores. Uma situação muito
diferente da de hoje, em que o Velho Continente se entrincheira contra a miséria do mundo
para preservar suas riquezas.”
Georges Duby. Ano 1000 ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Editora da Unesp,
1998, p. 50-51 Luís IX (ou São Luís) governou a França de 1226 a 1270.
20. A frase “A Europa, então terra juvenil, em plena expansão, estendeu-se aos quatro pontos
cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas exteriores” pode ser entendida como
uma referência
a) às atividades missionárias de jesuítas na América, como ocorreu no Brasil.
b) aos esforços de diálogo com grupos do leste e norte europeu, como os ciganos.
c) às novas invenções voltadas à navegação, como a invenção da bússola.
d) aos planos expansionistas de países do ocidente europeu, como Portugal.
e) às ações militares, como as Cruzadas ou a Reconquista da Espanha.
21. Muitas vezes originadas em preconceitos, as razões do temor dos europeus em relação
aos estrangeiros, na
Idade Média e na atualidade, relacionam-se respectivamente à
a) pequena população de então e à forte explosão demográfica de hoje, principalmente nos
países mais ricos.
b) baixa capacidade de defesa do ocidente europeu medieval e ao atual aumento da imigração
originária de antigas colônias.
c) pobreza e carência de qualquer unidade religiosa de antes e ao atual apogeu político,
cultural e militar.
d) divisão em variados grupos étnicos e religiosos no passado e à ameaça presente de uma
unificação católica.
e) precariedade do conhecimento técnico-científico medieval e à atual liderança mundial nas
pesquisas tecnológicas.
22. (Fuvest Jan08) Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma “Idade
das Trevas”, para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um
período de práticas e instituições “bárbaras”.
Com base na afirmação acima, indique e descreva
a) duas contribuições relevantes da Idade Média.
b) duas práticas ou instituições medievais lembradas negativamente.
23. (UEL Dez07) “Aqui em baixo uns rezam, outros combatem e outros ainda trabalham.”
(DE LAON, Adalberão. Carmen ad Rodbertum Regem. In: DUBY, G. As tres ordens:o
imaginário do feudalismo. Lisboa: Editora Estampa, 1982. p. 25.)
Esse preceito, apresentado inicialmente pelo bispo Adalberão, no século XI, em parte reflete as
funções/atividades
mais características do período medieval, em parte tem função ideológica, pois esse
ordenamento pretendia fortalecer a divisão e a hierarquia.
Ainda sobre a sociedade medieval, é correto afirmar:
a) A divisão acima mencionada reflete uma sociedade na qual a religiosidade se impõe nas
várias esferas da vida, em
que o braço armado tende a impor seu poder sobre os desarmados, em que a economia se
fundamenta no trabalho agrícola.
b) Definida a sociedade entre religiosos, guerreiros e camponeses a partir do Tratado de
Verdum, as atividades não permitidas pela Igreja foram perseguidas pelos tribunais
inquisitoriais.
c) Diante da limitação das funções às três ordens e perseguição aos comerciantes promovida
pelas monarquias nascentes, a atividade comercial declinou, situação essa que se reverteu no
século XVI no contexto do Renascimento Comercial.
d) O poder eclesiástico se impunha a partir do momento do batismo, quando era definido o
destino de cada criança, de acordo com as necessidades fundadas na sociedade de ordens.
e) A divisão apresentada, característica do período entre os séculos XI e XIII, revela a
estagnação econômica da sociedade, o que explica a crise agrícola e o recuo demográfico.
A partir da imagem dada e dos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que contém
todas as afirmativas
corretas.
a) I e IV.
b) III e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
26. (UEL Dez06) "Durante os séculos XI a XIII verificou-se nas atividades agrícolas e
artesanais da Europa Centro-Ocidental um conjunto de transformações (...) que repercutiram
no crescimento das trocas mercantis. Situa-se aí historicamente o chamado renascimento
urbano medieval."
Fonte: RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. A formação do mundo moderno. 2a. ed. Rio de
Janeiro: Elesevier, 2006, p.9. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto
afirmar que tais mudanças econômicas:
a) Caracterizaram-se pelo desenvolvimento das técnicas de produção e amplo emprego de
recursos energéticos, tais como carvão e petróleo.
b) Implicaram no capitalismo mercantil incrementado pelo amplo comércio atlântico, fomentado
por negociantes italianos e príncipes alemães.
c) Aumentaram a produção no campo e na cidade e fomentaram a circulação de bens e
moedas, viabilizados por novos instrumentos de crédito a governantes e comerciantes.
d) Privatizaram as terras e introduziram um modelo de produção fabril, promovido pelo governo
britânico.
e) Reforçaram o predomínio político e comercial dos senhores feudais sobre os governos
citadinos.
27. (UFSCAR Dez07) O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, decretou medidas contra os
senhores seculares caso protegessem heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a
perda dos domínios. Já antes do Concílio e como conseqüência dele, as autoridades laicas
decretaram a pena de morte para evitar a disseminação de heresias em seus territórios, a
começar por Aragão em 1197, Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em 1230, Sicília
em 1231 e Alemanha em 1232.
(Nachman Falbel. Heresias medievais, 1976.)
A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que
A) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente
declarada pela Igreja Católica.
B) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racionalmente a natureza divina e
humana da Trindade no século XIII.
C) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem popular, que propunham uma
nova visão ética da instituição eclesiástica.
D) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e defendiam antigas doutrinas
difundidas pelo império otomano.
E) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas provocou a ruptura das
relações entre a Igrejae o Estado.
28. (UFSCAR Dez07) Conforme lembrou Marc Bloch, o recurso à “maquinaria” era apenas um
meio de os monges se conservarem disponíveis para o mais importante, o essencial, quer
dizer, o Opus Dei, a oração, a vida contemplativa. Longe de ser uma instalação corrente, o
moinho era uma raridade, uma curiosidade, e a sua construção por monges passava, aos olhos
contemporâneos, mais como prova de saber quase sobrenatural, quase traumatúrgico dos
monges, do que como exemplo de sua habilidade técnica. (...) Este trabalho monástico tem,
sobretudo, aspecto penitencial. É porque o trabalho manual se liga à queda, à maldição divina
e à penitência, que os monges, penitentes profissionais, penitentes de vocação, penitentes por
excelência, devem dar esse exemplo de mortificação.
(Jacques Le Goff. Para um novo conceito de Idade Média, 1993.)
a) Quem exercia o trabalho manual na Europa na Idade Média? Quais valores predominavam
em relação ao trabalho manual?
b) Cite um exemplo de valorização do trabalho manual na Idade Média européia.
29. (UNESP Jul08) A singular história portuguesa, sulcada interiormente com a marcha da
supremacia do rei, fixou o leito e a moldura das relações políticas, das relações entre o rei e os
súditos. Ao príncipe, afirma-o prematuramente um documento de 1098, incumbe reinar
(regnare), ao tempo que os senhores, sem a auréola feudal, apenas exercem o dominare,
assenhoreando a terra sem governá-la.
(Raymundo Faoro, Os donos do poder.)
A partir do texto, explique os fatores que marcam a singularidade da história política
portuguesa.
30. (UNESP Jul08) Observe a foto da Catedral de Notre Dame de Paris, construída entre 1163
e 1250.
(Adhemar Marques, Pelos caminhos da História: Ensino Médio.)
Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das catedrais, pode-se afirmar:
A) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua construção para glorificar o poder real.
B) sua construção está associada ao reflorescimento e à prosperidade do mundo urbano.
C) financiadas com os recursos do clero romano, ampliaram a influência do Papa no Oriente.
D) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente, glorificando a Igreja Romana.
E) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava o contato com o povo da cidade.
31. (UNESP Dez07) O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi motivo de
seguidas controvérsias na história do cristianismo.
Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi sacudido por violento movimento de destruição de
imagens, denominado “querela dos iconoclastas”. A questão iconoclasta
A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto que as religiões pagãs greco-romanas
devotavam às representações plásticas de seus deuses.
B) foi pouco importante para a história do cristianismo na Europa ocidental, considerando a
crença dos fiéis nos
poderes das estátuas.
C) produziu um movimento de renovação do cristianismo empreendido pelas ordens
mendicantes dominicanas e
franciscanas.
D) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas desprovidas de decoração e de
ostentação de riquezas.
E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões supersticiosas e incultas da Idade
Média européia.
32. (UNESP Dez06) Em cada letra da página divina [a Bíblia] há tantas verdades sobre as
virtudes, tantos tesouros de sabedoria acumulados, que apenas aquele a quem Deus
concedeu o dom do saber [dela] pode usufruir plenamente. Poderiam estas “pérolas” ser
distribuídas aos “porcos” e a palavra a ignorantes incapazes de recebê-la e, sobretudo, de
propagar aquilo que receberam?
(Texto escrito pelo inglês Gautier Map, por volta de 1181.)
Comparando o conteúdo do texto com a história do cristianismo, conclui-se que o autor
A) interditava aos pecadores a leitura da Bíblia, reservando-a à interpretação coletiva nos
mosteiros medievais.
B) considerava aptos para interpretarem individualmente a Bíblia todos os fiéis que
participassem do culto católico.
C) postulava a exigência de comunicação direta do fiel com Deus, independentemente da
leitura dos textos sagrados.
D) referia-se a um dogma da Igreja medieval abolido pela reforma católica promovida pelo
Concílio de Trento.
E) opunha-se a um princípio defendido por heresias medievais e que foi retomado pelas
reformas protestantes.
33. (UNESP Jul06) As novas migrações e invasões dos séculos IX e X acabaram esfacelando
a frágil autoridade dos Reis e contribuindo para acelerar o fortalecimento do poder local (...).
Partindo da Península Ibérica e do Norte da África os muçulmanos ocuparam as Ilhas
Baleares, a Córsega e a Sicília, de onde incrementaram as incursões de pilhagem às regiões
do Sul da Europa; além de provocarem devastações materiais e acentuarem a insegurança
geral, contribuíram para paralisar o comércio urbano (...). Os normandos, por sua vez,
abateram-se sobre as regiões setentrionais: em velozes embarcações saqueavam as terras
litorâneas e, com o tempo, adentravam pelos cursos fluviais, levando à destruição, ao pânico e
à morte as regiões do interior, chegando mesmo a ocupar vastas faixas territoriais, como a
Normandia. Por terra, vindos da Ásia Central e da Europa Oriental, os magiares ou húngaros,
velozes e belicosos cavaleiros, desfecharam expedições de pilhagem por regiões da Europa
Ocidental.
(Rubim Santos Leão Aquino et alli, Historia das sociedades. Das comunidades primitivas às
sociedades medievais.)
a) Identifique no texto um efeito político e um efeito econômico decorrente das migrações e
invasões dos séculos IX e X na Europa Ocidental.
b) A partir do século XI, verificou-se um crescimento populacional na Europa Ocidental. Indique
dois fatores que explicam esse fenômeno.
34. (UNESP Jul06) Sabei que concedi aos tecelões de Londres para terem a sua guilda em
Londres, com todas as liberdades e costumes que tinham no tempo do rei Henrique, meu avô.
E assim, que ninguém dentro da cidade se intrometa neste ofício salvo por permissão dos
[tecelões], a não ser que pertença à guilda, (...) Por isso ordeno firmemente que possam
praticar legalmente o seu ofício em toda a parte e que possam ter todas as coisas acima
mencionadas, tão bem, pacífica, livre, honrada e inteiramente como sempre as tiveram no
tempo do rei Henrique, meu avô. Assim, paguem-me sempre em cada ano 2 marcos de ouro
pela festa de S. Miguel.
(Monumenta Gildhallas Londoniensis, Líber Custamarum. Apud Marco Antônio Oliveira Pais, O
despertar da Europa.)
O documento, de meados do século XII, faz referência
A) às corporações de ofício.
B) às relações de vassalagem.
C) ao Tribunal da Santa Inquisição.
D) ao direito senhorial da mão morta.
E) ao dízimo eclesiástico.
35. (UNIFESP Dez07) Houve, nos últimos séculos da Idade Média ocidental, um grande
florescimento no campo da literatura e da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira
predominou a diversidade (literária), no da segunda predominou a unidade (arquitetônica). O
estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao
a) renascentista.
b) românico.
c) clássico.
d) barroco.
e) gótico.
37. (UNIFESP Dez06) Ao longo da Baixa Idade Média, a Igreja (com o papa à frente) e o
Estado (com o imperador ou rei à frente) mantiveram relações conflituosas como, por exemplo,
durante a chamada Querela das Investiduras, nos séculos XI e XII, e a transferência do papado
para Avignon, no sul da França, no século XIV. Sobre essa disputa, indique
a) os motivos.
b) os resultantes e sua importância ou significação histórica.
38. (UNIFESP Dez06) O mosteiro deve ser construído de tal forma que tudo o necessário (a
água, o moinho, o jardim e os vários ofícios) exerce-se no interior do mosteiro, de modo que os
monges não sejam obrigados a correr para todos os lados de fora, pois isso não é nada bom
para suas almas. (Da Regra elaborada por São Bento, fundador da ordem dos beneditinos, em
meados do século VI.) O texto revela
A) o desprezo pelo trabalho, pois o mosteiro contava com os camponeses para sobreviver e
satisfazer as suas necessidades materiais.
B) a indiferença com o trabalho, pois a preocupação da ordem era com a salvação espiritual e
não com os bens terrenos.
C) a valorização do trabalho, até então historicamente inédita, visto que os próprios monges
deviam prover a sua subsistência.
D) a presença, entre os monges, de valores bárbaros germânicos, baseados na ociosidade dos
dominantes e no trabalho dos dominados.
E) o fracasso da tentativa dos monges de estabelecer comunidades religiosas que, visando a
salvação, abandonavam o mundo.
39. (Unicamp Jan07) Podemos ver nas heresias dos séculos XII e XIII uma tentativa de apontar
os erros e os desvios da Igreja, como sua intervenção no poder secular à custa de sua missão
espiritual. A natureza da sociedade feudal cristã conduzia à visão da heresia como quebra da
ordem divina e social. A heresia era uma falta grave, equivalente, no plano religioso, à quebra
de um juramento entre um vassalo e seu senhor, de tal modo que infidelidade religiosa e social
se confundem. (Adaptado de Nachman Falbel, Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva,
1977, p. 13-15.)
a) Identifique no texto duas características das heresias dos séculos XII e XIII.
b) Como a Igreja reprimia as heresias na Idade Média?
c) Como as reformas religiosas do século XVI contestaram a autoridade da Igreja?
40. (Unicamp Nov07) Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais
seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra
desorganizou as relações sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram
suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar
Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa
alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos governantes
recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições contra
os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de
repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio.
(Adaptado de Georges Duby, A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana
d’Arc. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 256-258.)
a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da
Europa medieval, em seus aspectos econômico e religioso.
b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de
Deus na Terra.
41. (Ibmec 07) “Ao revelar para uma Europa atônita o esplendor e os mistérios da China, Polo
encerra a geografia do lendário e incorpora o real ao maravilhoso.”
(YERASIMOS, Stéphane. Prefácio In: POLO, Marco. O livro das maravilhas: a descrição do
mundo. Porto Alegre: L&PM, 1985, p. 11)
O comerciante veneziano Marco Polo partiu para uma viagem à China em 1275, retornando
definitivamente
em 1295. As descrições de Marco Polo povoaram a imaginação dos europeus nos séculos
seguintes. Sobre o
contexto histórico da Europa no período das viagens de Marco Polo, podemos afirmar que:
(Ibmec 07) Utilize o texto abaixo para responder aos testes 42 e 43.
42. A mulher deve ser governada. Essa certeza encontra seu apoio nos textos da Sagrada
Escritura e propõe a imagem
exemplar da relação homem-mulher. Essa relação deve ser hierárquica, tomando o seu lugar
na ordem hierárquica
universal: o homem deve sujeitar as mulheres que lhe são confiadas, mas amá-las também, e
as mulheres devem ao homem que tem poder sobre elas a reverência. Essa troca de dilectio e
de reverentia institui ordem no interior do grupo doméstico e, de início, no que forma o núcleo
desse grupo, o casal. Mas, da relação entre o esposo e a esposa, os moralistas da igreja
julgam naturalmente que esse outro sentimento, diferente da dilectio, que eles chamam em
latim de amor, deve ser excluído, porque o amor sensual, o desejo, o impulso do corpo, é a
perturbação, a desordem; normalmente, ele deve ser rejeitado do quadro matrimonial,
localizado no espaço do jogo, da gratuidade, o lugar que lhe é concedido por este divertimento
da sociedade que chamamos de amor cortês. O casamento é coisa séria; ele exige
austeridade; a paixão não deve misturar-se aos assuntos conjugais.
(DUBY, Georges. Idade Média, idade dos homens: do amor e outros ensaios. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990, p. 93.)
No trecho acima, o historiador Georges Duby traça o perfil da relação homem-mulher na Idade
Média. Nesse
perfil, podemos perceber
a) a defesa da igualdade entre homens e mulheres, já sentida nesse período, cerca de mil anos
antes do movimento
feminista do século XX.
b) a existência da mulher como cortesã, realizando o papel da esposa fiel que presta
reverência a seu marido e mantém a ordem do grupo doméstico.
c) a defesa do amor sensual para a manutenção do núcleo familiar, dando a seriedade
necessária aos assuntos conjugais.
d) o casamento como uma instituição necessária para estabelecer uma ordem universal, na
qual os homens se sujeitam às mulheres.
e) a importante presença da Igreja como definidora do papel de submissão que a mulher
deveria exercer dentro do âmbito familiar na sociedade medieval.
43. No que tange o mundo ocidental, longo foi o percurso da luta pelos direitos da mulher, da
idade média aos nossos
dias. Sobre esse percurso, é correto afirmar:
I. Pouca coisa mudou na relação hierárquica entre homem e mulher no interior dos núcleos
familiares, marcada
pela sujeição das mulheres e por sua reverência aos homens, relação essa defendida nos
países católicos em
virtude de uma concepção ainda patriarcal da família.
II. A presença das sufragistas só aconteceu em meados do século XX, quando francesas e
inglesas saíram às ruas,
lutando pelo direito ao voto, uma das bandeiras pela igualdade dos sexos.
III. A reivindicação pelos direitos sobre o corpo e a sua conquista caracterizam o feminismo
contemporâneo, no
qual a pauta do dia é a luta pela liberdade de contracepção e o direito à interrupção voluntária
da gravidez.
IV. No início dessa luta, a simples presença das mulheres na rua, agindo em causa própria, era
vista como um ato
subversivo e sentida como uma violência dentro da ordem estabelecida.
a) apenas III está correta.
b) apenas III e IV estão corretas.
c) apenas I, II e III estão corretas.
d) apenas I, II, IV estão corretas.
e) apenas II, III e IV estão corretas.
Gabarito
1–D
2–C
3–A
4–D
5–B
6–E
7–E
8–A
9–E
10 - a) A servidão, durante a Idade Média, consistiu na mais importante modalidade de trabalho
na Europa Ocidental. Os servos (camponeses) tinham vínculos com a terra e, pelo direito de
usá-la para seu sustento e em troca de proteção, eram explorados e submetidos a diversas
obrigações pelos nobres detentores das terras.
b) No século XIV, o sistema feudal europeu foi se desestruturando em meio a uma grave crise,
vinculada à disseminação de epidemias (peste), à Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e à
eclosão de inúmeras revoltas camponesas (Jacqueries). O surgimento de contratos de
arrendamento da terra, assalariamento e novas formas de exploração do trabalho são sintomas
da desagregação da servidão e da expansão de diversas relações econômicas fundadas no
capitalismo comercial. Resolução Anglo
11 - a) Dentre os aspectos comuns às cidades antiga e medieval, podemos destacar os
vínculos entre a área urbana e seu entorno rural, a tendência à autonomia política verificada
nas pólis gregas e nas comunas medievais, além do fato de as cidades, de uma forma geral,
também serem centros de trocas comerciais (salvo algumas exceções como Esparta). Por fim,
podemos lembrar que em ambas a área urbana era o centro de convívio social, que levava ao
aumento da produção cultural nas suas várias formas, inclusive religiosa.
b) Dentre os aspectos específicos de cada uma delas, podemos destacar o caráter urbanístico:
a cidade antiga normalmente era mais dispersa, e a cidade medieval, mais aglomerada, muitas
vezes tendo seu espaço limitado por muralhas. Além disso, pode-se falar em estruturas sociais
diferenciadas: na cidade antiga, de forma geral, o predomínio de uma aristocracia fundada na
posse da terra, e na medieval, em setores vinculados ao comércio. Por fim, no mundo
medieval, a cidade era o berço de novos valores, de um novo sentido de liberdade, pois era
muitas vezes vista como contraponto do campo, onde vigorava a exploração servil.
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22 - a) A Idade Média legou importantes contribuições para a posterioridade: inovações como
um novo modo de utilizar o moinho de vento e a invenção de um novo tipo de arado; o
desenvolvimento expressivo da arquitetura; e o desenvolvimento no campo das idéias, a
preservação e difusão da filosofia clássica e o modelo de universidade, vigente até hoje.
b) A idéia de “Idade das Trevas” foi concebida no Renascimento, reforçada pelo Iluminismo.
Para o senso comum, uma prática do período, a alquimia — embrião da química —,
relacionava-se normalmente à bruxaria. As práticas inquisitoriais da Igreja levaram à
perseguição de pessoas e grupos que questionassem a instituição. A própria Igreja era vista
equivocadamente como monopolizadora do saber, mas controlava principalmente o saber
erudito. Outra instituição feudal era a servidão, lembrada negativamente como a submissão
dos camponeses à exploração da nobreza.
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36 - a) A servidão medieval, marcada pelo vínculo dos camponeses à terra, teve origem na
instituição do colonato durante o Baixo Império Romano.
b) A instituição da vassalagem entre os nobres feudais tem sua origem associada à tradição
germânica de alianças militares, definida como comitatus.
37 - a) Tal disputa pela hegemonia política na Europa feudo-medieval foi motivada pelo conflito
entre o poder
temporal do Estado, simbolizado pelo rei, e o espiritual, simbolizado pelo Papa.
b) A principal conseqüência dessas relações conflituosas foi o declínio do poder feudo-papal
frente à emergência
do estado real. Dessa forma, sua importância histórica é a decadência do mundo medieval.
38 – C
39 - a) A partir do texto podemos identificar as heresias como uma “(...) tentativa de apontar os
erros e os desvios da Igreja”. Pela visão da sociedade feudal cristã da época esses
movimentos eram vistos “(...) como quebra da ordem divina e social” — assim sendo, como
uma desestruturação da própria hierarquia da Igreja de Roma.
b) A Igreja atuava contra as heresias medievais através de forte repressão, inclusive de formas
violentas, como as cruzadas ou a Inquisição. Além disso, por meio da propaganda religiosa,
nos cultos, exercia a sua hegemonia ideológica.
c) As reformas religiosas do século XVI contestaram a autoridade da Igreja de várias formas,
como, por exemplo, a disseminação da livre leitura e interpretação da Bíblia, a quebra da
hierarquia e da hegemonia política e religiosa exercida pela Igreja e também a negação da
infalibilidade papal.
40 - a) A peste negra ocorreu no quadro mais amplo da crise do século XIV e foi uma das
expressões do esgotamento do sistema feudal. A grande mortalidade gerou escassez de mão-
de-obra, resultando na própria crise da servidão, expressa através de revoltas como as
jacqueries. O encolhimento do mercado e a paralisação das rotas terrestres (intensificada pela
Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra) estimularam as navegações e a busca de
novas rotas. No aspecto religioso, as interpretações da peste estão conectadas ao cristianismo
medieval. A idéia de um castigo divino permite leituras que colocam em questão a validade dos
poderes temporal e espiritual. A peste
também serviria de argumento para ampliar as perseguições aos grupos considerados
heréticos.
b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, baseava-se nas idéias teocêntricas, dadas
pela Igreja. Dessa maneira, a sociedade, estratificada, compunha-se de três ordens, formando
um único corpo: o clero, os que rezam; a nobreza, os que combatem; e os camponeses, os que
trabalham. No entanto, o texto refere-se a um período final da Idade Média, em que a ordem
tradicional defendida pela Igreja sofria inúmeros questionamentos.
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42 – E
43 – B