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Soneto de separação
Gonçalves Dias
O METRO é então, uma estrutura determinada de sílabas poéticas por verso que o poeta toma
como modelo. Os mais usados são: 5 sílabas poéticas – redondilha menor; 7 sílabas poéticas –
redondilha maior; 10 sílabas poéticas – heroico; 12 sílabas poéticas – alexandrino.
Confira!
A rosa
MONOSSÍLABOS Que
linda!
E
Finda.
DISSÍLABOS No vale
cruento
batida
caída
sem vida
no chão!
TRISSÍLABOS Eis a rosa
silenciosa
PENTASSÍLABOS
(redondilha menor) Tão pua e modesta
tão perto do chão
HEPTASSÍLABOS
(redondilha maior) Reinavas como rainha
sobre as flores do jardim
Mas poesia não é só aquilo que rima, tem sílabas contadas, musicalidade ou um esquema definido
de composição. Grande parte da poesia moderna, por exemplo, é bem mais livre em relação a
todos esses procedimentos. E nem por isso deixa de ser poesia. É que não é só a forma que
importa, mas principalmente a maneira de ver as coisas. Um modo diferente do comum. Como
se o mundo estivesse sendo visto pela primeira vez, de um modo novo. Nesse sentido, os poetas
muitas vezes fazem a gente se lembrar de crianças brincando e descobrindo as coisas. Como se a
própria linguagem fosse um brinquedo e as palavras pudessem ser reviradas pelo avesso.
O modo poético de ver o mundo, deslumbrado e inventador de novidades, acaba muitas vezes
comparando uma coisa com outra. A gente bem que pode imaginar como isso foi acontecendo
com os primeiros poetas. Imaginemos, por exemplo, que um homem primitivo sai para caçar, vai
parar num lugar da floresta em que nunca tinha estado e lá descansa debaixo de uma árvore
desconhecida, toda coberta de flores alaranjadas e avermelhadas. Ele pode ficar olhando, achar
lindo, e pensar que aquelas cores lembram um pôr-do-sol. Então, volta para a tribo e, de noite,
conversando com os amigos, faz uma comparação e conta aos outros: Vi uma árvore colorida
como o céu quando o sol se põe. Mas, no dia seguinte, resolve convidar alguém para ir com ele
até lá, e chama para ver de perto a árvore do pôr-do-sol. Nesse caso, ele já não está mais
comparando e dizendo que é parecido, ou que uma coisa é como a outra, mas já usa uma imagem,
utilizando a linguagem de um modo muito mais direto e econômico. Porém, ainda pode ir mais
além e, depois, contar uma história ou fazer uma canção em que diga que se sentou à sombra do
pôr-do-sol, ou que o sol pousou no alto da floresta para descansar antes de ir embora. Ou se
desviar ainda mais e dizer que a fogueira, em torno do sol da qual todos se reúnem à noite, é uma
flor do sol brotada do chão. E, nesses casos, nosso amigo só estará falando da impressão que a
planta lhe deu, mas já nem se preocupa mais com aquele objeto real que ele viu – a árvore nem
está sendo mencionada de forma direta na frase. Desse modo, ele já está em pleno território
poético, já deixou para trás a comparação e a imagem e está usando um outro recurso da
linguagem que se chama metáfora. Quer dizer, transportou o sentido de um objeto concreto para
um simbólico e só se ocupa do símbolo. Para muita gente, esse mecanismo imaginário da
metáfora é a verdadeira marca registrada da poesia. Alguém que consiga criar boas metáforas já
tem meio caminho andado para ser um poeta. Não precisa nem rimar e contar as sílabas – se viver
numa época que não faça questão dessas coisas.
Mas nem sempre se aceitou toda essa liberdade em poesia. Por isso, vale a pena a gente situar um
pouco os nossos poetas escolhidos, e tentar entender como eram as ideias sobre literatura no
tempo em que eles viveram.
Percebeu todo o processo de criação subjetivo? SUBJETIVIDADE é a característica de um texto
de estar voltado sobretudo para o autor (= eu) e não tanto para a realidade objetiva, exterior ao eu.
O mais antigo é Gonçalves Dias, que viveu no começo do século XIX. Esse tempo ficou
conhecido como Romantismo. Valorizava muito a liberdade, a espontaneidade, os sentimentos, e
isso era uma verdadeira revolução em relação à literatura dos tempos anteriores, muito cheia de
regras. No Romantismo, a ideia de lutar pela liberdade e derrubar o autoritarismo era muito forte,
e esse momento coincide justamente com a independência das antigas colônias europeias na
América, entre elas o Brasil. Para isso, a linguagem precisava ser mais simples do que antes, e
conseguir atingir o público para discutir com ele todas essas ideias sociais e políticas – como a
abolição da escravatura, que vai ser o principal assunto de Castro Alves, um grande poeta
romântico. Essa época punha o coração em primeiro plano, falando com intensidade das emoções
individuais, muitas vezes idealizadas. Além disso, num país que começava, como era o nosso, a
literatura buscava valorizar a paisagem da nossa terra, os costumes e personagens nacionais –
como os índios, por exemplo, que estavam aqui antes de os portugueses chegarem e eram os
verdadeiros donos do Brasil. A época romântica trouxe para nossa literatura um tema que até hoje
continua sendo muito importante para nós: o que é ser brasileiro?
Mais para o final do século XIX – a partir de 1880, mais ou menos -, alguns poetas foram
começando a achar que tudo isso tinha ficado muito exagerado e se afastado do que deveriam ser
as verdadeiras qualidades da poesia. Começaram a propor algo diferente, mais universal, racional,
objetivo, com emoções controladas. Em vez de buscar uma linguagem simples e popular,
queriam um vocabulário elevado, em versos de grande perfeição formal. Achavam que a poesia
devia ser equilibrada e superior, como tinha sido na Grécia antiga, em vez de ficar falando de
problemas sociais contemporâneos ou perdendo tempo com o sentimentalismo de um indivíduo.
Esse movimento ficou conhecido pelo nome de Parnasianismo, porque Parnaso era o nome do
monte consagrado a Apolo e às musas, inspiradoras das artes, segundo as lendas da Grécia antiga.
O poeta Olavo Bilac, nossa segunda estrela, viveu nessa época e era chamado de “o príncipe dos
poetas parnasianos”, porque foi o melhor e mais perfeito deles.
Como ninguém aguentava todas essas regras e esse artificialismo por muito tempo, houve depois
uma reação muito forte contra esse movimento, com o Modernismo, no século XX, que iniciou
um tipo de literatura totalmente diferente. Com uma liberdade como jamais se vira na história da
arte. Mesmo não sendo representantes dos primeiros modernistas, que inauguraram essas ideias
no Brasil, fazendo um escândalo público em 1922, em São Paulo, com um evento que se chamou
a Semana de Arte Moderna, as nossas duas estrelas seguintes – Henriqueta Lisboa e Carlos
Drummond de Andrade – se situam no período moderno. Um período em que os versos ficaram
livres, não precisavam mais rimar nem ter métrica fixa. A linguagem ficou sintética (muitas vezes
entrecortada e fragmentada) e qualquer palavra passou a poder entrar num poema, seguindo ou
não uma pontuação. Voltou a ser importante valorizar a linguagem falada no Brasil, em vez de
seguir modelos eruditos portugueses. Aliás, com o Modernismo, tudo do Brasil ficou sendo
essencial, mais uma vez – os temas, a realidade quotidiana, nosso passado histórico e cultural.
Até mesmo nosso senso de humor, nossa maneira de rir e fazer piada, entrou com força total na
poesia. Uma poesia cada vez mais urbana e ligada às cidades que se desenvolveram enormemente
no país no decorrer do século XX. Com uma enorme variedade de vozes (dialogismo e
polifonia) e tendências, uma das características mais notáveis dessa época que incorporou à
literatura brasileira escritores e poetas de todas as partes do Brasil, de diferentes histórias e
vivências pessoais.
Até hoje estamos ligados às conquistas dos modernistas e somos seus herdeiros, mesmo com
algumas modificações trazidas depois pelas gerações seguintes, que preferiram se definir como
apenas modernas ou pós-modernas (intertextualidade). Na poesia contemporânea, em meio a
uma porção de tendências e experiências diferentes, algumas produções individuais foram se
destacando e construindo um conjunto significativo. Entre essas, num Brasil que se industrializou
também culturalmente e passou a produzir filmes, discos e programas de televisão, alguns
compositores e letristas se destacaram como poetas, pelo uso criativo e rico que fizeram da
linguagem. Sem dúvida, Chico Buarque de Holanda é um dos mais completos entre eles,
conseguindo, ao mesmo tempo, aliar a inegável sofisticação literária e a marca popular.
Texto I Leia o SONETO XLV escrito por Neruda e responda:
a- Descreva como se apresenta o dia para o eu-lírico. A passagem desse tempo (dia) está mais
para um menino levado ou para um velhinho andando? Justifique.
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c- No segundo quarteto a espera do eu-lírico é comparada à fumaça “que anda buscando casa” o
que simbolizam a fumaça e a casa no terceiro verso?
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d- Nos dois tercetos, o eu-lírico reforça o pedido feito nas estrofes anteriores. Que pedido é esse?
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Texto II - Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava
no morro da Babilônia num barracão
sem número
Uma noite ele no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e
morreu afogado.
(Manuel Bandeira)
1- Explique, com pelo menos três argumentos, qual o assunto do poema.
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2- Qual a analogia de imagem predominante no texto? Por quê?
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3- Explique a quem, que tipo de pessoa, o poema faz alusão quando nomeia o personagem de
“João Gostoso”
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Baseado em nossas aulas expositivas faça a releitura do texto abaixo levando em consideração a
imagem poética.
Rômulo Rema
Cecília Meireles
Rb-
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Rc-
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Rd-
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2- Explique e descreva a imagem contida no verso O remo abre o rio.
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3- O texto faz muitas analogias mas, em seu processo de construção, faz duas analogias (comparações)
maiores. Identifique quais as duas cenas comparadas e explique de que maneira é feita esta comparação.
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4- O que são, exatamente, os rubis no verso A romã rubra dorme cheia de rubis?
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