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Resumo
ABSTRACT
When we speak of the right to health of the elderly, it means the implementation of public
administration, social and economic policies in order to guarantee universal and equal access,
aimed at reducing the risk of disease and other diseases. The study sought, through
bibliographical research in scientific articles, books and constitution, jurisprudence with
emphasis on Civil Law, to present the current perspective applied to the rights of the elderly.
Afterwards, the focus was on the development of public health care policies for the elderly in
Brazil, the 1988 Federal Constitution and the Elderly Statute. As a construction we emphasize
each theme, in this sense it is also important to highlight the concept of the elderly in the
current constitutional rule and its already legislated protection, namely the Statute of the
Elderly Law 10.741 / 03 or the CF / 88. It was discussed the duty of the state to these policies,
highlighting actions aimed at recovering and promoting the autonomy and independence of
elderly individuals, directing collective and individual health measures. Thus, the study that
guided this article is characterized by an analysis of existing laws that ensure the right to
health where the Elderly Statute should be seen as an instrument to guarantee the citizenship
of the elderly, as part of the process of reducing inequalities and as element of an order
directed to the protection of the dignity of the human person.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil a população idosa cresceu, dessa forma ouve a necessidade de implantar políticas
públicas para assegurar os seus direitos. Vale ressaltar que as políticas sociais para o
segmento idoso, são recentes e sofreram influências de Órgãos internacionais na sua
elaboração e implementação, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização
das Nações Unidas (ONU) (ESCOBAR, 2016).
A primeira política que regulamenta direitos específicos para esse segmento, foi resultado de
encontros, seminários e debates que culminaram no documento intitulado como: “Políticas
para a Terceira Idade nos anos 90”, que originou mais tarde, em 1994, a Política Nacional do
Idoso - Lei no 8.842, de 04 de janeiro de 1994. A partir dessa política, várias outras foram
sendo instituídas, com destaque para o Estatuto do Idoso, regido pela Lei de n 10.741 de 03 de
outubro de 2003(ESCOBAR, 2016).
O direito à saúde da pessoa idosa está assegurado na Constituição Federal de 1988, e
consolidado através da lei n 10.741/2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. A mesma
representa uma conquista da sociedade para assegurar os direitos da pessoa na terceira idade
de forma integral e igualitária, de acordo com seu Artigo 1º é instituído o Estatuto do Idoso,
destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos (MINISTERIO DA SAÚDE, 2007).
A CF/1988 em seu capítulo – Da Ordem Social: Título VIII trata das questões da família, da
criança, do adolescente e do idoso. O art. 230, no qual a Carta Magna estabelece as diretrizes
tanto para população como o Estado, onde o Poder Público deve pautar suas ações, de
maneira que garanta a população um mínimo para viver bem em sociedade; por exemplo,
ressalta que deve ser responsabilidade da família, da sociedade e do Estado o apoio aos
idosos, de modo que seja assegurada a eles a participação na comunidade, a defesa da
dignidade e do bem-estar e garantido o direito à vida. Assim, pode-se salientar o importante
papel do Estatuto do Idoso, que confirma o que o texto constitucional declara, bem como
correlacionar outros direitos relacionado a pessoa idosa. Em seu primeiro inciso, o artigo
estabelece que os programas de cuidados aos idosos sejam executados preferencialmente em
seus lares (VIEIRA, 2016).
Com base nessa perspectiva, esse artigo visa analisar o acesso ao direito à saúde, conferido ao
idoso frente à Constituição Federal e ao Estatuto do Idoso, contextualizando tal temática a
partir do conceito de saúde e seu avanço no tempo e em especial no direito, bem como o
avanço dos benefícios assistenciais voltados à saúde, tanto jurisprudencial quanto doutrinário.
2. DISCUSSÃO
Inicialmente, é importante ressaltar que a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI)
é relativamente nova, apesar de iniciativas do Governo Federal nos anos 70 em prol das
pessoas idosas, foi em 1994 que o legislador infraconstitucional visando assegurar proteção
legal aos idosos lançou uma lei Federal a Lei nº 8.842/94, onde foi instituída uma política
nacional voltada para esse grupo com intuito de melhoria com o propósito de assegurar os
direitos sociais do idoso á cidadania e integração social, a defesa de sua dignidade e do bem-
estar, bem como direito a saúde e a vida. Com o advento da Lei, foi concretizado o programa
constitucional de amparo à terceira idade e trazendo uma série de princípios assecuratórios da
dignidade humana na terceira idade. Antes desse período, as ações governamentais tinham
cunho apenas de caritativo e proteção (TEXEIRA, 2002).
Essa política assume que o principal problema que pode afetar o idoso é a
perda de sua capacidade funcional, isto é, a perda das habilidades físicas e
mentais necessárias para realização de atividades básicas e instrumentais da
vida diária.
Em 22 de fevereiro do ano 2006 foi publicada a Portaria/GM nº 399, onde a mesma apresenta
as Diretrizes do Pacto pela Saúde, nas quais estão contempladas três dimensões: pela Vida,
em Defesa do SUS e de Gestão. A Saúde do Idoso aparece como uma das prioridades no
Pacto pela Vida, o que significa que, pela primeira vez na história das políticas públicas no
Brasil, a preocupação com a saúde da população idosa brasileira é explicitada. Assim, neste
documento um compromisso é assumido entre os gestores do SUS, em torno de prioridades
que de fato apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira(TEXEIRA,
2002).
2.2 BASES LEGAIS QUE GARANTEM AO IDOSO O DIREITO A
SAÚDE.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Conceito de saúde sofreu modificações passou para categoria de direito subjetivo público; ao
passar dos anos observou-se que saúde não se trata apenas de ausência de doença e sim de uma
responsabilidade do próprio sujeito que deve cuidar de sua própria saúde e contribuir para a
saúde coletiva, envolve fatores determinantes para que a mesma seja efetiva. Conforme a
Organização Mundial da Saúde (OMS) (2005), saúde é "um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". Dessa forma
saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo, sendo um direito
fundamental da pessoa humana.
O direito à saúde faz parte do rol dos direitos sociais conferidos a todos os cidadãos pela
CF/88. Este não deve ser visto como uma filantropia do Estado com a população, mas sim
como um direito conferido ao povo brasileiro. A CF/88no capítulo II, artigo 6°, traz em seu
texto alguns dos chamados direitos sociais, dentre eles a saúde. No artigo 196, novamente
encontramos menção sobre o tema (BRASIL,1998).
De acordo com Fernandes (2012) que descreve o Art. 96 CF/88 “A saúde é direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para a promoção, proteção e recuperação”. Desta forma, a saúde passou a ser um direito
público subjetivo sendo o bem jurídico constitucionalmente tutelado, onde o Estado deveria
apresentar uma conduta positiva frente ao mesmo.
Com o surgimento da Organização Mundial de Saúde, em 1946, a saúde foi tratada como um
bem estar físico, mental e social e não somente uma pessoa sem doenças ou agravos, também
foi reconhecida como um dos direitos fundamentais de todos independente de sua condição
social ou econômica e sua crença religiosa ou política. Em discussão sobre direito a saúde,
Silva (2011) destaca que a mesma é garantida por intervenção judicial pôs o Estado não faz
cumprir sua responsabilidades como: medicamentos, atendimentos domiciliares, consultas
periódicas etc. Diante disso pode-se dizer que a saúde é uma luta pelo equilíbrio entre vários
aspectos e modos de vida. A regra inscrita no artigo 196 tem caráter programático, cujos
destinatários são todos os entes políticos que constituem no plano institucional a organização
federativa do Estado Brasileiro; é um direito que não pode ser convertido numa promessa
institucional, implicando no descumprimento do preceito constitucional.
Por sua vez, Ribeiro (2011) argumenta em um de seus artigos que: com lastro nos artigos 196
e 198, ambos da Constituição Cidadã, foi editada a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Para concretizar o direito à saúde, a União editou a Portaria nº 3.916/GM, de 30 de outubro de
1998, tratando da Política Nacional de Medicamentos para implementar, através do Sistema
Único de Saúde (SUS), as atividades referentes à promoção de acesso da população aos
medicamentos essenciais. Da mesma maneira aos Entes Federados foi conferida a
responsabilidade solidária quanto às ações e serviços na seara da saúde.
Com a criação do SUS, foram estabelecidos os papéis das esferas governamentais na busca da
saúde, em sendo o direito à saúde inseparável do direito à vida; assim, torna-se inconcebível
a negação do fornecimento de remédios e/ou tratamentos gratuitos a paciente em estado grave
que não tenha condições financeiras de custear as despesas. Por essa perspectiva, o artigo 1°,
inciso III da CF/88, disciplina que todos direitos do idoso são garantidos constitucionalmente,
e havendo violação dos preceitos constitucionais há um choque com a dignidade do idoso,
onde a saúde é um bem relevante à vida humana, entretanto, só agora está sendo colocada a
altura de Direito fundamental do homem (SILVA 2007).
ESTATUTO DO IDOSO
O idoso, pessoa humana que é, goza de todos os direitos fundamentais inerentes a essa
qualidade, direitos estes que estão estampados em todo o nosso sistema jurídico (CF/88 e
demais leis), e agora também no Estatuto, que assegura “proteção integral”. Assim, visa
assegurar, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação
de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em
condições de liberdade, dignidade e felicidade. Denota-se aqui o princípio magno que rege
todos os dispositivos do Estatuto do Idoso: o princípio da proteção integral (MORAIS, 2009).
Nessa linha de raciocínio Fernandes (2012) propõe que o Estatuto veio priorizar tanto seu
atendimento de um modo geral como também aquela clientela que já apresenta algum grau de
dependência ou doenças crônicas focalizando na prevenção, promoção e recuperação em
saúde do individuo, esse cuidados se tornam competência do Estado para que o idoso tenha
melhor qualidade de vida e sua interação social. O Art.15 da Lei n° 10.741/03 dispõe que: é
assegurada a atenção integral á saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de saúde
(SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo as
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a
atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
Em função disso, se demonstra que não são apenas argumentos econômicos que têm levado
governos a investir na atenção ao idoso, e sim, regulamentos que são provenientes da Lei a
qual definem a atuação do Estado; considera-se um sistema harmônico com a Constituição as
normas integradas, ou seja, aqueles que fazer cumprir normas e princípios estipulados pela
mesma. A mobilização de organizações da sociedade civil, decisões políticas e programas
governamentais têm sido meios eficazes de expansão, e de aumento da consciência social
sobre o direito, a importância e a necessidade em proporcionar o atendimento integral na
terceira idade. Por fim, além da função coercitiva, deve-se reconhecer a força orientadora
destas normas que devem ser analisadas e seguidas, conforme o Pacto à Saúde.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente ao exposto, é importante salientar que nos últimos anos ocorreram avanços na
legislaçao brasileira com relação à proteção a pessoa idosa, entretanto, esses progressos nem
sempre encontraram correspondência na efetividade das políticas públicas, que deveriam
assegurar o fornecimento de serviços integrados e coordenados, a fim de realizar a promoção,
a prevenção e a recuperação da saúde individual, possibilitando uma vida longa e de
qualidade.
Todavia, ainda são observadas deficiências e entraves quanto à efetivação de tais direitos, que
ainda não conseguiram refletir por completo uma melhoria nas condições de vida dos idosos,
evidenciando, como salientam Camaraño e Pasinato (2004, p. 282), que a “[...] legislação é
bastante rica e avançada, no entanto, a prática é pouco satisfatória”.
Dessa forma, o advento do Estatuto do Idoso representa uma mudança de paradigma, já que
amplia o sistema protetivo dessa camada da sociedade, caracterizando verdadeira ação
afirmativa em prol da efetivação da igualdade. O Estatuto do Idoso deve ser visto como um
instrumento de garantia da cidadania da pessoa idosa, como parte do processo de redução das
desigualdades e como elemento configurador de uma ordem voltada para a tutela da dignidade
da pessoa humana. Sua efetividade corresponde a um grau maior de realização de um
verdadeiro Estado Democrático e Social de Direito, modelo político este que, fundado na
tutela dos direitos fundamentais, foi o corretamente adotado pelo Estado Brasileiro através da
Constituição Federal de 1988.
4. REFERÊNCIA
Brasil. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil [Internet]
Brasília: Senado; 1988. Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.ht. Acesso em: 9 set. 2017.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2009. 24. ed., atual. até a
EC nº 57/08.
SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2006;
POLIGNANO, 2011.