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CÓDIGO DE PROCEDIMENTO

E DE

PROCESSO TRIBUTÁRIO

CPPT

QUESTIONÁRIO
Resolução

Nota: Este questionário está elaborado de uma forma


simples e directa e tem por objectivo permitir obter uma
primeira aproximação às matérias reguladas no CPPT.

FORMADOR: JESUÍNO ALCÂNTARA MARTINS


1 – O que se deve entender por procedimento tributário ?

1 – O procedimento tributário compreende toda a sucessão de actos dirigida à declaração de


direitos tributários e integra o conjunto de acções e actividades identificadas no art.º 44º do
CPPT e no art.º 54º da LGT.

2 – Quem tem legitimidade para intervir no procedimento tributário ?

2 – No procedimento tributário, podem intervir, além da administração tributária, os


contribuintes, incluindo os substitutos e responsáveis, bem como outras pessoas que provem
interesse legalmente protegido.
(Art.º 9º do CPPT)

3 – Em que momento se define a competência territorial do serviço


para o procedimento tributário?

3 – No procedimento tributário, a competência territorial define-se no início do procedimento,


sendo irrelevantes as alterações posteriores.
( n.º 5 do Art.º 10º do CPPT)

4 – Como se contam os prazos no procedimento tributário ?

4 – No procedimento tributário, os prazos contam-se nos termos do art. 279º do CC (Código


Civil), ou seja, os dias são seguidos e não se suspendem aos sábados, domingos e feriados
( Art.º 20º do CPPT )

5 – Qual é o prazo de validade das certidões de situação tributária


regularizada emitidas ao abrigo do Dec-Lei n.º 236/95, de 13 de
Setembro ?

5 – As certidões de situação tributária regularizada são emitidas nos termos do Dec-Lei n.º
236/95 e o seu prazo de validade é o seguinte:
6 meses – Se não existirem dívidas
3 meses – Se existirem dívidas, a situação é considerada regularizada, desde que as
dívidas estejam a ser pagas em regime prestacional autorizado. Igual situação se verifica, caso as
liquidações se encontrem reclamadas ou impugnadas e tenha sido prestada/constituída
garantia.
( n.º 2 do art.º 2º do Dec-Lei n.º 236/95, de 13 de Setembro )

6 – Como deve ser notificada uma liquidação adicional decorrente de


uma acção de inspecção tributária em que a metodologia de tributação
foi a avaliação directa ?

6 – Esta liquidação adicional terá de ser notificada através de carta registada.


( n.º 3 do art.º 38º do CPPT )

7 – Como se notifica uma liquidação oficiosa realizada nos termos da


al. b) do n.º 1 do art.º 83º do CIRC ou da al. b) do n.º 1 do art.º 76º do
CIRS ?

7 – A liquidação oficiosa terá de ser notificada através de carta registada com aviso de recepção
( n.º 1 do art.º 38º do CPPT)

8 – Qual a forma de notificação que se utiliza para comunicar ao contribuinte


que pode exercer o direito de audição?

8 – A notificação para o exercício do direito de audição é efectuada através de carta registada.


( n.º 4 do art.º 60º da LGT )

9 – Como se notifica a decisão que indefere um pedido de isenção de


IMI ?

9 – A decisão que indefere um pedido de isenção tem de ser notificada através de carta registada
com aviso de recepção
( n.º 1 do art.º 38º do CPPT )

10 – Como é que é notificada a decisão proferida em processo de


reclamação graciosa que indefere o pedido do contribuinte ?

10 – A decisão proferida em processo de reclamação graciosa que indefira o pedido do


contribuinte tem de ser notificada através de carta registada com aviso de recepção.
( n.º 1 do art.º 38º do CPPT )

11 – Quais as consequências de não constar na notificação os meios de


defesa e os respectivos prazos para o notificando reagir contra o
acto/decisão notificado ?

11 – Existe uma irregularidade na notificação, susceptível de consubstanciar um vício de


validade na forma de anulabilidade.
O contribuinte deve lançar mão ao mecanismo previsto no art.º 37º do CPPT, sob pena de pelo
decurso do prazo (30 dias) o vício ficar sanado.

12 - Qual o vício de que enferma uma notificação em que não conste a


identificação da entidade que praticou o acto e se o fez no uso de
delegação ou subdelegação de competências ?

12 – Esta notificação enferma de um vício de validade na forma de NULIDADE


( n.º 9 do art.º 39 do CPPT )

13 – Como se realiza a notificação de uma pessoa colectiva/sociedade ?

13 – As pessoas colectivas são notificadas na pessoa de um dos seus administradores ou


gerentes, na sua sede, na residência destes, ou em qualquer lugar onde se encontrem.
As pessoas colectivas consideram-se ainda notificadas na pessoa de qualquer empregado que se
encontre na sede ou local onde funcione normalmente a administração. Todavia, a notificação,
através de contacto directo de funcionário, só poderá ser feita na pessoa do empregado depois
de serem esgotadas todas as possibilidades de a realizar na pessoa do administrador/gerente.
( Art.º 41º do CPPT - n.º 3 do art.º 231º do CPC (Código de Processo Civil)
n.º 6 do art.º 38º do CPPT - art.º 237º do CPC )

14 – Em que dia se considera realizada a notificação efectuada através


de carta registada ?
14 – A notificação considera-se realizada no 3.º dia posterior ao do registo ou no 1º dia útil
seguinte a esse, quando aquele dia não seja útil.
Exs. Dia do registo 15 (terça-feira) - Notificação concretizada no dia 18 (sexta-feira)
Dia do registo 16 (quarta-feira) - Notificação concretizada no dia 21 (segunda-feira).
( n.º 1 do art.º 39º do CPPT - n.º 6 do art.º 39º do CPPT )

15 – Quais os meios de prova admissíveis no procedimento tributário ?

15 – No procedimento tributário são admitidos todos os meios de prova necessários ao correcto


apuramento dos factos e admitidos em direito – Ex. prova documental, prova testemunhal,
prova pericial.
( Art.º 50º do CPPT - Art.º 72º da LGT )

16 – Que mecanismo deve o contribuinte accionar para invocar a


insuficiência ou falta de fundamentação de acto tributário ou de
decisão em matéria que lhe tenha sido notificada ?

16 – Em caso de insuficiência ou falta de fundamentação de acto tributário ou de uma decisão de


um órgão da administração tributária, o interessado poderá requerer, no prazo de 30 dias ou
dentro do prazo para reclamar, recorrer , impugnar ou interpor outro meio judicial, a
notificação dos requisitos (fundamentação, meios de defesa, prazos) legais que tenham sido
omitidos ou a passagem de certidão que os contenha.
( Art.º 37º do CPPT )

17 – O que são orientações genéricas e qual o seu objectivo ?

17 – Orientações genéricas são as instruções administrativas criadas pelas várias áreas da DGCI
(Gestão Tributária, Cobrança, Inspecção Tributária, Justiça Tributária) e que constam de
circulares. Estas instruções administrativas são superiormente sancionadas e visam que os
serviços façam uma interpretação e aplicação uniforme das normas jurídico-tributárias.
( Art.º 55º do CPPT )

18 – Em que consiste o duplo grau de decisão no procedimento


tributário ?

18 – No procedimento tributário, o duplo grau de decisão consiste em a mesma pretensão do


contribuinte não poder ser apreciada sucessivamente por mais de dois órgãos que integrem a
mesma administração tributária. A pretensão é considerada a mesma quando existir identidade
do autor e dos fundamentos de facto e de direito invocados.
( Art.º 47º do CPPT )

19 – Quem tem direito a juros indemnizatórios e em que circunstâncias ?

19 – Tem direito a juros indemnizatórios o sujeito passivo (contribuinte) ou outro obrigado


tributário que tenha procedido ao pagamento indevido de imposto e esse direito lhe seja
reconhecido.
Art.º 61º do CPPT - Art.º 43º da LGT

20 – Em caso de tributação através do método de avaliação indirecta –


fixação através de métodos indirectos – qual o meio de defesa que o
interessado deve accionar na sequência da notificação da decisão ?

20 – A decisão de tributação por métodos indirectos tem de ser atacado através do pedido de
revisão previsto no art.º 91º da LGT, com fundamento em erro na quantificação da matéria
tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos indirectos.
( n.º 5 do art.º 86.º da LGT )

21 – O recurso hierárquico é um meio de defesa idóneo para atacar o acto


tributário de liquidação ?

21 – Não. O recurso hierárquico não pode ser utilizado para atacar o acto tributário de
liquidação. O recurso hierárquico tem por objecto as decisões dos órgãos da administração
tributária, cujo sentido possa afectar os direitos ou interesses legalmente protegidos dos
contribuintes. O acto de liquidação tem de ser atacado através de reclamação graciosa ou de
impugnação judicial.
( Art.ºs 66º e 67º do CPPT - Art.º 80º da LGT )

22 – A decisão de indeferimento, de um pedido de reconhecimento de


benefícios fiscais, pode ser atacada através da apresentação de
reclamação graciosa ?

22 – Não. A reclamação graciosa tem por finalidade a anulação total ou parcial do acto de
liquidação. A decisão de indeferimento de reconhecimento de benefícios fiscais é autónoma do
acto de liquidação de imposto. O meio processual idóneo para sindicar aquela decisão é o
recurso hierárquico.
Art.º 66º do CPPT
Art.º 80º da LGT

23 - Estabeleça as principais diferenças que existem entre a reclamação


graciosa e a impugnação judicial.

23- A reclamação graciosa integra o procedimento tributário, é caracterizada pela simplicidade e


celeridade e é um procedimento gratuito.
A impugnação judicial, tem natureza judicial, é decidida pelo juiz do tribunal tributário, obedece
a forma solene (articulado) e está sujeita as custas judiciais.
Art.º 69º CPPT
Art.º 108º do CPPT

24 – Qual é o prazo legal para a apresentação de reclamação graciosa


com fundamento em inexistência de facto tributário ?

24 – O prazo para apresentação de reclamação graciosa com fundamento em inexistência de


facto tributário é de 1 ano.
n.º 2 do art.º 70º do CPPT

25 – Identifique o prazo e determine o momento a partir do qual se


inicia o prazo para apresentação de impugnação judicial, com base em
presunção de indeferimento tácito de reclamação graciosa ?

25 – A reclamação graciosa presume-se tacitamente indeferida caso, no prazo de 6 meses a


contar da sua apresentação, não exista uma decisão expressa. No dia imediato à constituição
desta presunção inicia-se o prazo para a interposição da impugnação judicial. O prazo para
interposição da impugnação judicial é de 90 dias.
Art.º 106.º do CPPT
n.º 5 do art.º 57º da LGT
al. d) do n.º 1 do art.º 102º do CPPT

26 – Em que prazo pode ser impugnada a liquidação de imposto, cuja


matéria tributável foi fixada através de métodos indirectos ?

26 – Não sendo possível obter acordo no procedimento de revisão da matéria tributável e uma
vez liquidado o respectivo imposto o contribuinte pode impugnar a liquidação com fundamento
em erro na quantificação da matéria tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos
indirectos. Esta impugnação tem de ser apresentada no prazo de 90 dias a contar da notificação
da liquidação.
n.º 4 do art.º 86º da LGT
Art.º 117º do CPPT
al. a) do n.º 1 do art.º 102º do CPPT.

27 – Identifique a legislação regulamentadora e esclareça se a


impugnação judicial está ou não sujeita ao pagamento de taxa de
justiça inicial ?

27 – A impugnação judicial está sujeita a pagamento de taxa de justiça. A lei impõe que
conjuntamente com a petição seja apresentado o documento comprovativo do pagamento da
taxa de justiça inicial ou do pedido de apoio judiciário.
Art.º 73º-A do CCJ (Código das Custas Judiciais – aprovado pelo Dec-Lei n.º 224-A/96, de 26
de Novembro, na redacção dada pelo Dec-Lei n.º 324/03, de 27.12)
( Art.º 22º a 30º do CCJ - n.º 3 do art.º 467º do CPC - al. f) do art.º 474º do CPC )

28 – Qual o prazo legal para reclamação contra o acto tributário de


autoliquidação ?

28 – Esta reclamação graciosa constitui requisito obrigatório para que o sujeito passivo da
relação jurídico-tributária possa impugnar o acto de autoliquidação. O prazo para apresentação
da reclamação é de 2 anos a contar da apresentação da declaração.
( n.º 1 do art.º 131º do CPPT )

29 – Qual o efeito jurídico que o interessado pode retirar da


circunstância de ao fim de 90 dias a contar da sua apresentação, a
reclamação graciosa apresentada contra o acto tributário – pagamento
por conta – não ter sido objecto de decisão expressa ?

29 – Para que o contribuinte possa apresentar impugnação judicial do acto de pagamento por
conta, tem de, prévia e obrigatoriamente, apresentar reclamação graciosa no prazo de 30 dias, a
contar do dia imediato àquele em que realizou o pagamento indevido. Se ao fim de 90 dias, após
a apresentação da reclamação, não existir uma decisão expressa, a reclamação considera-se
tacitamente deferida. É este o efeito jurídico que o reclamante pode retirar da inacção do órgão
da administração tributária.
( n.º 4 do art.º 133º do CPPT )

30 – Em caso de erro na retenção na fonte, qual o prazo legal para


interposição de impugnação judicial ?
30 - Em caso de erro na retenção na fonte a impugnação judicial está dependente da
apresentação prévia e obrigatória de reclamação graciosa, e tem de ser interposta no prazo de 30
dias, a contar da notificação da decisão proferida na reclamação.
( n.º 5 do art.º 132º do CPPT)

31 – Em caso de erro na liquidação dos tributos, e independentemente


da entidade a quem o erro seja imputável, se o sujeito passivo não
quiser utilizar a reclamação graciosa ou a impugnação judicial para
arguir os vícios de legalidade de que o acto enferme, a que mecanismo
é que poderá lançar mão para motivar a correcção da sua situação
tributária ?

31 – Para motivar a correcção dos erros de que a liquidação possa enfermar, e caso o
contribuinte não pretenda utilizar a reclamação graciosa ou a impugnar judicial, pode lançar
mão do pedido de revisão oficiosa nos termos regulados no artigo 78º da LGT.

32 – Identifique a entidade que representa os interesses da Fazenda


Pública nos Tribunais Tributários e refira qual o prazo para a
formulação da contestação da FP no TAF –Tribunal Administrativo e
Fiscal ?

32 – Nos tribunais tributários os interesses da Fazenda Pública são representados pelo


Representante da Fazenda Pública. O prazo para formular a contestação da Fazenda Pública no
TAF é de 90 dias na impugnação judicial, 10 dias na oposição judicial e de 8 dias na reclamação
dos actos do órgão da execução fiscal (resposta).
( Art.º 15º do CPPT - Artºs. 53º, 54º e 55º do ETAF (Lei n.º 13/2002, 19 de
Fevereiro) - Art.º 110º do CPPT - Art.º 21º do CPPT - n.º 2 do art.º 278º do CPPT )

33 – Quem pode decretar a efectivação da providência cautelar de


arresto ?

33 – As providências cautelares (v.g. arresto) são requeridas pelo Representante da Fazenda


Pública e são decretadas pelo juiz do Tribunal Tributário de 1ª Instância.
( Art.º 136º do CPPT - Art. 138º do CPPT )

34 – Qual o efeito do arresto em relação a actos de disposição


realizados após a efectivação daquela providência cautelar ?

34- Os actos de disposição após a efectivação do arresto são ineficazes em relação ao requerente
do arresto (credor).
( Art.º 139º do CPPT - Art. 622º do Código Civil )

35 – Qual o prazo de validade do arresto ?

35 – O arresto tem a validade igual à da penhora quando decretado no âmbito de processo de


execução fiscal.
O arresto fica sem efeito (caducidade), quando, tendo sido decretado na pendência de
procedimento de inspecção tributária, a entidade não for notificada do relatório de inspecção
tributária no prazo de 90 dias a contar da data do seu decretamento. Se o procedimento de
inspecção tiver sido, nos termos da lei, objecto de prorrogação, o arresto fica sem efeito no
termo do último prazo legal do procedimento de inspecção tributária.
( n.º 2 do art.º 137º do CPPT - n.º 2 do art.º 406º do CPC - Art.º 12º CRP (Código
Registo Predial)

36 – Qual o meio processual que o contribuinte pode accionar contra a


decisão que lhe indeferiu um pedido de passagem de certidão e/ou de
consulta de processos ?

36- É o meio processual acessório de intimação para a consulta de documentos e passagem de


certidões.
( n.º 1 do art.º 146º do CPPT - al. l) do at.º 2º e art.ºs 104º e 105º do CPTA (Lei n.º
15/2002, de 22 de Fevereiro).

37 – Como pode o contribuinte reagir contra a decisão que lhe


indeferiu uma reclamação graciosa e em que prazo ?

37 – Na sequência da notificação da decisão que indeferiu uma reclamação graciosa, o


interessado pode recorrer hierarquicamente, no prazo de 30 dias, e/ou impugnar judicialmente
a decisão, no prazo de 15 dias.
( n.º 2 do art.º 66º do CPPT - n.º 2 do art.º 102º do CPPT )

38 – Em que condições pode ser atribuído efeito suspensivo à


reclamação graciosa apresentada contra a liquidação de imposto que
está a ser exigida em processo de execução fiscal ?

38 – A reclamação graciosa só tem efeito suspensivo sobre o processo de cobrança, caso seja
prestada/constituída garantia que garanta a dívida exequenda e acrescido, nos termos previstos
no n.º 5 do art.º 199º do CPPT ou, então, se tiver sido dispensada a prestação de garantia.
( Art.º 169º do CPPT - n.º 1 do art.º 52º da LGT - n.º 4 do art.º 52º da LGT - Art.º 170º do
CPPT)

39 – Quem pode reconhecer a caducidade da garantia constituída para


determinar a suspensão do processo de execução fiscal, em virtude da
dedução de oposição judicial ?

39 – Se, no prazo de 3 anos, a contar da data da sua apresentação, a oposição judicial não tiver
sido decidida no Tribunal Tributário de 1ª Instância, a garantia prestada/constituída, com vista
à suspensão do processo de execução fiscal, caduca. Neste caso, a entidade competente para
decidir sobre a verificação da caducidade é o juiz do TAF (Tribunal Administrativo e Fiscal),
mediante requerimento apresentado pelo interessado.
Art.º 183º-A do CPPT

40 – Em que condições se verifica o deferimento tácito do


reconhecimento da caducidade da garantia apresentada para
determinar a suspensão do processo de execução fiscal ?

40 – A caducidade da garantia não ocorre automaticamente. A caducidade tem de ser suscitada


pelo interessado. Contudo, uma vez apresentado o respectivo requerimento, se este não for
objecto de decisão expressa no prazo de 30 dias, a contar da sua apresentação, findo este prazo,
constitui-se o acto de deferimento tácito.
n.ºs 3 e 4 do art.º 183º-A do CPPT

41 – É possível apresentar recurso hierárquico contra as correcções


efectuadas no âmbito de tributação efectuada através da aplicação do
método de avaliação indirecta ?
41 – Não. Ainda que sejam efectuadas correcções técnicas, dado que, nos termos do n.º 2 do
art.º 85º da LGT, na avaliação indirecta se podem aplicar, sempre que possível, as regras da
avaliação directa, o acto de fixação através de métodos indirectos é unitário e abrange todo o
período de tributação, pelo que aquelas são subsumidas pelo acto de fixação. Assim, o
contribuinte apenas poderá colocar em crise o acto tributário de fixação como um todo e através
do pedido de revisão previsto no art.º 91º da LGT.

42 – Qual o prazo para interposição de impugnação judicial deduzida


com fundamento em nulidade do acto tributário ?

42 – A impugnação judicial deduzida com fundamento em nulidade do acto tributário pode ser
interposta a todo o tempo.
( n.º 3 do art.º 102º do CPPT )

43 – O que acontece à reclamação graciosa que se encontre pendente


de decisão se, contra o mesmo acto tributário, o reclamante tiver
interposto impugnação judicial ?
43 – A reclamação graciosa é, no estado em que se encontrar, apensa ao processo de
impugnação judicial, sendo considerada, para todos os efeitos, no âmbito do processo de
impugnação. Esta apensação dever-se-á verificar aquando da organização do processo
administrativo previsto no art.º 111º do CPPT.
( n.ºs 3 e 4 do art.º 111º do CPPT )

44 – Estabeleça as diferenças entre a impugnação judicial e a oposição


judicial.

44 – A impugnação judicial tem por fundamento vícios de legalidade, designadamente os


previstos no art.º 99º do CPPT, enquanto que a oposição judicial se destina a arguir, com base
nos fundamentos previstos no art.º 204º do CPPT, se a dívida é ou não exigível. A impugnação
judicial é instaurada no Tribunal Administrativo e Fiscal e a oposição judicial continua a ser
instaurada no Serviço de Finanças onde pender a execução fiscal. A impugnação judicial é um
processo autónomo da execução fiscal, enquanto que a oposição judicial está dependente da
execução.
( Art.ºs 103º e 108º do CPPT - n.º 5 do art.º 203º do CPPT )

45 – Se estiver pendente impugnação judicial e a Administração Fiscal


proceder à revisão oficiosa do acto tributário, quem tem legitimidade
para promover a extinção do processo?

45 – Em caso de revisão oficiosa do acto tributário, a entidade competente para promover a


extinção da impugnação judicial, interposta pelo contribuinte para colocar em crise o referido
acto, é o Representante da Fazenda Pública.
( n.º 4 do art.º 112º do CPPT )

46 – Quem é a entidade competente para promover a cobrança


coerciva dos créditos fiscais ?

46 – A entidade competente para promover a cobrança coerciva dos créditos fiscais é o órgão da
execução fiscal, sendo o processo instaurada no Serviço de Finanças da área do domicílio ou
sede do devedor, da situação dos bens ou da liquidação, salvo quando a execução tiver por
finalidade a cobrança de coima, caso em que a execução será instaurada no Serviço de Finanças
onde tiver corrido o processo da sua aplicação.
( Art.º 149º do CPPT - Art.º 150º do CPPT - Art.º 152º do CPPT )

47 - Quando é que se pode proceder à instauração de um processo de


execução fiscal ?

47 – Para que se possa instaurar um processo de execução fiscal tem de existir pelo menos um
título executivo (certidão de dívida) extraído contra o devedor. A certidão de dívida é extraída
pelos serviços competentes, logo que termine o prazo de pagamento voluntário do tributo.
( Art.º 88º do CPPT - Art.ºs 162º e 163º do CPPT - Art.º 188º do CPPT )

48 – Como se determina a competência territorial do Serviço de


Finanças para efeitos de instauração do processo de execução fiscal ?

48 – As regras de competência territorial, para determinar qual o órgão de execução fiscal


competente para instaurar o processo, são aferidas em função do domicílio ou sede do devedor,
da situação dos bens que estão na base da liquidação do imposto, da liquidação, ou do serviço
onde tenha tramitado o processo de aplicação da coima. Em relação ao critério do domicílio ou
sede do devedor deve ter-se em consideração o previsto no n.º 5 do art.º 10º do CPPT.
( Art.ºs 150º e 188º do CPPT )

49 – Quem pode ser executado no processo de execução fiscal ?

49 – No processo de execução fiscal podem ser executados os devedores originários dos tributos,
os seus sucessores, os garantes que se tenham obrigado como principais pagadores, e os
responsáveis subsidiários.
( Art.º 153º do CPPT )

50 – No processo de execução fiscal é possível ocorrer coligação de


exequentes ?

50 – A coligação de exequentes é possível, mas apenas quando os credores forem a


administração tributária e as instituições do sistema de solidariedade e segurança social.
( n.º 1 do art.º 178º do CPPT )

51 – Como se realiza a citação do executado num processo de execução


fiscal, cuja quantia exequenda é do valor de € 749,00 ?

51 – A forma de citação a utilizar é determinada pelo valor da quantia exequenda. Neste caso, o
executado deverá ser citado através de carta simples.
( n.º 1 e 2 do art.º 191º do CPPT )

52 – Qual a forma de citação que deve ser utilizada para citar o


executado se a quantia exequenda exceder o valor de € 22.250,00 ?

52 – Quando a quantia exequenda for superior a 250 UC, como é o caso em apreciação, a citação
tem de ser pessoal. A citação pessoal é feita nos termos do art.º 233º do CPC, ou seja, através de
carta registada com aviso de recepção ou de contacto directo de funcionário, devidamente
mandatado para o efeito. A citação deve, sempre que possível, ser efectuada através de via
postal.
( n.º 3 do art.º 191º do CPPT - Art.º 192º do CPPT - n.º 3 do art.º 176º do CPC )

53 – Como se deve proceder para citar uma Sociedade em liquidação ?


53 – Se a sociedade se encontrar em liquidação a citação é feita na pessoa do liquidatário,
observando-se as regras que seriam aplicáveis caso a citação fosse realizada na pessoa de um
administrador ou gerente da sociedade.
( n.º 3 do art.º 41º do CPPT )

54 – Na citação pessoal, realizada através de carta registada com aviso de


recepção, quando é que se considerada concretizada a citação ?

54 – A citação considera-se feita no dia em que se mostrar assinado o aviso de recepção e tem-se
por efectuada na própria pessoa do citando, mesmo quando o aviso de recepção haja sido
assinado por terceiro. Quando o aviso de recepção for assinado por terceiro, o executado
beneficia de uma dilação de 5 dias.
Se o aviso de recepção não for assinado não existe citação.
( n.º 1 do art.º 238º do CPC - n.º 1 do art.º 252º-A do CPC )

55 – Como se deve proceder à liquidação das custas nos processos indicados


nos pontos 51 e 52 ?

55 – Em relação ao processo referido no ponto 51, a taxa de justiça terá de ser reduzida a ¼,
ainda que o executado não proceda ao pagamento durante o prazo de 30 dias após a citação, ou
seja, beneficiará sempre desta redução se o pagamento for efectuado antes da citação pessoal ou
Edital – al. b) do n.º 1 do art.º 14º do RCPT. Os encargos devem ser liquidados com observância
do disposto no n.º 4 do art.º 20º do RCPT.
Em relação ao processo referido no ponto 52, a taxa de justiça terá de ser reduzida a ½ (metade)
se o pagamento se efectuar depois da citação pessoal e no prazo de oposição, isto é, o pagamento
terá de ser realizado durante o prazo de 30 dias a contar da citação pessoal, em caso contrário, a
taxa de justiça terá de ser paga pela totalidade – al. a) do n.º 2 do art. 14º do RCPT. Os encargos
deverão ser liquidados nos termos previstos no n.º 2 do art.º 20º do RCPT.

56 – Em que circunstâncias é que se pode proceder à citação do executado


através de citação edital ?

56 – A citação edital só se pode realizar se forem penhorados bens ao executado e se se


desconhecer, em termos materiais e efectivos, qual a residência (domicílio) do executado.
( n.º 2 e n.º 7 do art.º 192º do CPPT - Art. 244º do CPC )

57 – Explicite qual a dilação a observar quando a citação é feita por


edital e indique em que momento se inicia o prazo para o executado
reagir contra a execução ?

57 – Se a citação for feita por edital, o executado beneficia de uma dilação de 30 dias.
A citação considera-se feita no dia da publicação do último anúncio, ou, não havendo anúncios,
no dia em que sejam afixados os editais. Após o dia em que se considera feita a citação começa a
correr o prazo de dilação e findo este inicia-se o prazo para dedução da oposição judicial.
( Art.º 250º do CPC - n.º 3 do art.º 252º-A do CPC )

58 – Nos pagamentos por conta, há lugar a redução da taxa de justiça ?

58 – Nos pagamentos por conta não existe lugar a redução da taxa de justiça. Esta é uma
consequência da natureza dos pagamentos por conta, a que acresce a circunstância de se atribuir
ao primeiro pagamento por conta um efeito equivalente ao da citação pessoal. Assim, e dado que
a cadência com que os mesmos são realizados implica que o pagamento integral da dívida se
verifique 30 dias após a realização do 1º pagamento, face ao disposto na al.a) do n.º 2 do art.º
14º do RCPT, a taxa de justiça tem de ser paga pela totalidade.
59 – Estando a dívida garantida através de hipoteca, e cujo pagamento em
regime prestacional foi autorizado em processo de execução fiscal, qual a
taxa de juros de mora que se deve aplicar ?

59 – Neste caso deve ser aplicada a taxa de juros de mora prevista no n.º 3 do art.º 3 do Dec-Lei
nº 73/99, de 16 de Março (Regime dos juros de mora), dado que a dívida está coberta por
garantia real. A taxa a aplicar é de 0,5%.
( n.º 2 do art.º 604 do CC - Art.º 686º do CC )

60 – Em que momento pode o órgão da execução fiscal autorizar a


subrogação de terceiro que tenha requerido o pagamento da dívida em
regime prestacional?

60 - O pagamento em prestações pode, nos termos do n.º 7 do art.º 196º do CPPT, ser requerido
por terceiro que assuma a dívida. Só após a realização integral do pagamento da dívida
exequenda e do acrescido, é que o órgão da execução fiscal pode (deve), nos termos do n.º 10 do
art.º 196º, e por despacho proferido no processo, subrogar o terceiro. A dívida paga pelo terceiro
conserva as garantias, privilégios e processo de cobrança de que usufruía.
( Artºs 91º e 92º do CPPT - Art.º 174º do CPPT )

61 – Num processo de execução fiscal, cujo fim é a cobrança coerciva


de uma coima, haverá lugar à liquidação de juros de mora ?

61 – No processo de execução fiscal cuja finalidade seja a cobrança de uma coima não existe
lugar a liquidação de juros de mora. Com efeito, a coima não esta prevista no âmbito de
incidência dos juros de mora consagrado no n.º 1 do Dec-Lei n.º 73/99, de 16 de Março, e, por
outro lado, a norma constante do n.º 1 do art.º 88º do RGCO (Regime geral das contra-
ordenações – aprovado pelo Dec-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro), refere que sobre as coimas
não incidem quaisquer adicionais.

62 – Quais os princípios a que deve obedecer a realização da penhora


de bens?

62 – A penhora de bens consiste numa apreensão judicial de bens e é efectivada através da


elaboração de auto de penhora. A penhora de bens terá de obedecer ao princípio da
proporcionalidade previsto no art.º 217º do CPPT e deve obedecer à prioridade consagrada no
art.º 219º do CPPT.
( Art.º 849º do CPC )

63 – Se antes da instauração do processo de execução fiscal tiver sido


efectuado o arresto de bens do devedor, como deve proceder o órgão
da execução fiscal após a instauração da execução e citação do
executado ?

63 – O arresto é uma providência cautelar que visa impedir que as garantias do credor sejam
diminuídas por actos de disposição praticados pelo devedor, com o objectivo de frustrar a
cobrança dos créditos. Lança-se mão ao arresto em virtude de ainda não se poder efectivar a
penhora de bens. Assim, caso tenha sido feito o arresto de bens, logo que, no âmbito da normal
tramitação do processo de execução fiscal, seja possível fazer a penhora de bens, o órgão da
execução fiscal, através de despacho a lavrar no processo, deve proceder à conversão do arresto
em penhora e promover o respectivo averbamento na Conservatória respectiva, caso se trate de
um bem sujeito a registo.
( Art. 846º do CPC - n.º 2 do art.º 406º do CPC - Art.ºs 619º e 622º do CC
Al. a) do n.º 2 do art.º 101º do Código de Registo Predial)

64 – Quais os procedimentos a observar após a realização da penhora


de bens imóveis ?

64 – A penhora de bens imóveis implica a celebração de um auto de penhora por cada prédio
que seja penhorado. Após a penhora de imóvel, o órgão da execução deve promover de imediato
o registo da penhora na respectiva Conservatória, porque só após o registo é que a penhora é
eficaz e através dela o credor adquire preferência a ser pago com relação a qualquer outro credor
que não tenha garantia real anterior.
( Art.º 231º do CPPT - al. e) do n.º 1 do art.º 231º e art.º 230º do CPPT -
al. n) do n.º 1 do art.º do CRP - Art.º 6º do CRP - Art.º 822º do Código Civil)

65 – Em que circunstâncias é que se pode suspender o processo de


execução fiscal ?

65 – O processo de execução fiscal só pode ser suspenso quando exista uma causa legal de
suspensão. São causas de suspensão legal as previstas nos art.ºs 169º, 172º, 180º; 212º do CPPT.
A execução fiscal poderá ainda ser suspensa se existir processo de reclamação graciosa,
impugnação judicial, recurso, oposição judicial, e o executado for dispensado de
prestar/constituir garantia, nos termos previstos no n.º 4 do art.º 52º da LGT. A suspensão do
processo de execução fiscal fora dos casos previstos na lei, quando dolosa, é fundamento de
responsabilidade tributária.
( n.º 3 do art.º 85º do CPPT - n.º 3 do art.º 36º da LGT - Art.º 161º do CPPT )

66 – Em caso de apresentação de reclamação graciosa ou de


impugnação judicial para arguir vícios de legalidade do acto de
liquidação, quem pode dispensar a prestação de garantia, com vista à
suspensão do processo de execução fiscal?

66 – A dispensa de prestação de garantia pode ser concedida pelo órgão de execução fiscal,
mediante requerimento do interessado devidamente fundamentado, quer de direito, quer de
facto.
( n.º 4 do art.º 52º da LGT - Art.º 170º do CPPT )

67 – Qual o prazo legal para o executado deduzir a oposição judicial ?


Que acto processual determina o início deste prazo ?

67 – O prazo legal para o executado deduzir oposição é de 30 dias a contar da citação. A


oposição pode ser apresentado no prazo de 30 dias a contar da citação efectuada através de carta
simples ou de carta registada, se o valor da dívida exequenda determinar esta forma de citação –
n.ºs 1 e 2 do art.º 191º do CPPT. Todavia, se o executado não apresentar a oposição naquele
prazo, podê-la-á fazer quando for citado pessoalmente.
Nos termos do n.º 1 do art.º 203º do CPPT, a oposição pode ser deduzida no prazo de 30 dias a
contar da citação pessoal ou, não a tendo havido, da 1ª penhora de bens. A oposição poderá ser
apresentada no prazo de 30 dias a contar da ocorrência de facto superveniente ou do seu
conhecimento pelo executado.

68 – Indique quais os credores que devem ser citados, com vista a


poderem reclamar os seus créditos no processo de execução fiscal ?
68 – No processo de execução fiscal só podem reclamar os seus créditos os credores que gozem
de garantia real sobre os bens penhorados. Assim, devem ser citados todos os credores
(conhecidos e desconhecidos) que beneficiem da referida garantia.
( Art.º 239º do CPPT - Art.º 865º do CPC - Art.º 604º do CC - n.º 1 do art.º 822º do
CC )

69 – Como é que devem ser citados estes credores ?

69 – Feita a penhora e promovido o respectivo registo (caso se trate de bens sujeito a registo), o
certificado do registo e a certidão de ónus é integrada no processo e é a partir desta que ficamos
a saber quem são os credores que gozam de garantia real sobre os bens penhorados. Os credores
conhecidos são citados pessoalmente, isto é, através de carta registada com aviso de recepção.
Os credores desconhecidos são citados por anúncios e éditos de 20 dias ou, então, através dos
editais e anúncios em que seja publicitada a venda dos bens penhorados.
(Art.º 239º do CPPT - Art.º 242º do CPPT - n.º 2 do art.º 249º do CPC -Art.º 252º
do CPC - Art.º 31º do CPPT )

70 – Quais as circunstâncias que determinam que o cônjuge do


executado tenha de ser citado ?

70 – Quando se proceda à penhora de bens (executado: pessoa singular e casado) deve ser
referido no auto de penhora qual o regime de bens de casamento.
O cônjuge do executado tem de ser citado se a execução fiscal tiver por finalidade a cobrança de
uma coima, e tiverem sido penhorados bens comuns, ou, então, quando o objecto da execução
for a cobrança de dívidas tributária e se tiver procedido à penhora de bens imóveis ou de móveis
sujeitos a registo. No caso da coima – art.º 220º do CPPT – o cônjuge é citado para, no prazo de
30 dias, requer a separação judicial de bens ou, no mesmo prazo, provar que já se encontra
acção pendente com aquele objectivo.
Na execução fiscal para cobrança de dívidas tributárias – n.º 1 do art.º 239º do CPPT- o cônjuge
é citado para os termos da execução, isto é, para proceder ao pagamento, deduzir oposição,
requerer pagamento em prestações ou requerer dação de bens em pagamento.
( Art.º 864º do CPC - Art.º 864º-A do CPC )

71 – A infracção das regras de competência territorial que vício


determina e até que momento pode o mesmo ser arguido no processo
de execução fiscal ?

71 – No processo de execução fiscal, a infracção das regras de competência territorial determina


a incompetência relativa do Serviço de Finanças (órgão da execução fiscal) onde tiver sido
instaurado o processo. Todavia, este vício terá de ser arguido pelo executado até ao termo do
prazo para deduzir oposição judicial.
( Art.º 17º do CPPT )

72 – Em que condições é que podem ser concedidas moratórias na


cobrança dos impostos ?

72 –As moratórias na cobrança dos impostos só podem ser concedidas quando estiverem
expressamente previstas na lei.
( n.º 3 do art.º 85º do CPPT - n.º 3 do art.º 36º da LGT )

73 – Em que momento é que se pode proceder à venda dos bens


penhorados ?
73 – A venda dos bens penhorados só pode ser realizada após o termo do prazo para os credores
(com garantia real) reclamarem os seus créditos.
( n.º 1 do art.º 244º do CPPT )

74 – No processo de execução fiscal, quais as modalidades de vendas


que podem ser utilizadas na venda dos bens penhorados?

74 – No processo de execução fiscal, os bens penhorados são vendidos por venda judicial através
da apresentação de propostas em carta fechada ou, então, através de negociação particular. Esta
última forma, consubstancia uma modalidade de venda extrajudicial.
( Art.º 248º do CPPT - Art.º 252º do CPPT - Art.º 886º do CPC )

75 – Qual a entidade que, nos termos da lei, pode proceder à


verificação e graduação dos créditos reclamados pelos credores ?

75 – A verificação e graduação de créditos processa-se no Tribunal Tributário de 1ª Instância –


Tribunal Administrativo e Fiscal – pelo que a entidade competente para proceder à verificação e
graduação dos créditos é o juiz daquele tribunal.
( Art.ºs 245º e 246º do CPPT - Art.ºs 865º a 869º do CPC )

76 – Em que circunstâncias é que se pode proceder à reversão do


processo de execução fiscal ?

76 – A reversão do processo de execução fiscal deverá ocorrer logo que se verifique que o
executado (devedor originário e seus sucessores) não tem bens ou que os bens que integram a
sua esfera patrimonial são insuficientes para pagamento integral da dívida exequenda e
acrescido. Os pressupostos da reversão são, assim, a inexistência de bens ou a sua fundada
insuficiência para pagamento da dívida exequenda e acrescido
( Art.º 23º e 24º da LGT (art.º 13º do CPT) - Dívidas tributárias - n.º 4 do art.º 22º
da LGT - Art.º 7º-A do RJIFNA, art.º 112º da LGT e/ou art.º 8º do RGIT – Dívidas
por coimas - n.º 2 do art.º 153º e art.º 160º do CPPT)

77 – No decurso da normal tramitação do processo de execução fiscal,


que vício pode ser invocado, em caso de falta de citação do executado ?

77 – Em caso de falta de citação do executado, pode ser invocado o vício de nulidade.


A falta de citação só ocorre quando o respectivo destinatário alegue e demonstre que não chegou
a ter conhecimento do acto por motivo que não lhe seja imputável.
( al. a)do n.º 1 do art.º 165º do CPPT - n.º 5 do art.º 190º do CPPT - Art.º 195º do
CPC )

78 – Quando é que deve ser constituída hipoteca legal no processo de


execução fiscal ?

78 – No processo de execução fiscal, e por forma a que se assegure o pagamento da totalidade da


dívida exequenda e acrescido, o órgão da execução fiscal deve proceder à constituição de
hipoteca legal sempre que o risco financeiro envolvido o torne recomendável. Dever-se-á
considerar que se regista esta situação quando a dívida assumir valores elevados e o acervo
patrimonial do executado apresentar alguma fragilidade e/ou se se perspectivar que o executado
possa vir a ser declarado insolvente.
( Art.º 195º do CPPT - al. c) do n.º 1 do art. 97º do CIRE (Código da Insolvência e da
Recuperação de Empresas) - n.º 3 do art 140º do. CIRE )
79 – Que meio processual pode ser utilizado para reagir contra os actos
do órgão da execução fiscal ou de outra autoridade da Administração
Fiscal ?

79 – O executado ou terceiro, cujos direitos ou interesses legítimos sejam afectados por actos ou
decisões do órgão da execução fiscal ou de outra autoridade da administração tributária pode
utilizar, para reagir contra aquelas decisões e/ou actos, a reclamação prevista no art.º 276º do
CPPT, cujo regime está regulado nos artigos 276º a 278º do CPPT.

80 – Quem tem legitimidade para accionar este meio processual ?

80 – Tem legitimidade para accionar a reclamação prevista no art.º 276º do CPPT o executado
ou qualquer terceiro, cujos direitos ou interesses legalmente protegidos sejam afectados por
decisões do órgão da execução fiscal ou de qualquer outra autoridade da administração
tributária.
( Art.º 276º do CPPT )

81 – Quem pode proceder ao reconhecimento da prescrição ?

81 – A prescrição é de conhecimento oficioso e deve ser conhecida pelo órgão da execução fiscal.
A prescrição é fundamento de oposição judicial e o juiz do Tribunal Tributário só conhece da
prescrição se o órgão da execução não o tiver feito.
( Art. º 175º do CPPT - al. d) do n.º 1 do art.º 204º do CPPT )

82 – Qual o prazo de prescrição das coimas, das dívidas tributárias e


das custas processuais ?

82 – O prazo de prescrição das coimas é de 5 anos.


Art.º 36º do CPT
Art.º 120º da LGT
Art.º 34º do RGIT
O prazo de prescrição das dívidas tributárias é de 10 anos - art.º 34º do CPT.
A partir de 01.01.2007, o prazo de prescrição destas dívidas é de 8 anos –
Art.º 48º da LGT e n.º 1 do art.º 297º do CC
O prazo de prescrição das custas processuais é de 5 anos – art.º 123º do CCJ (Código das
custas judiciais)

83 – Em caso de pagamento da dívida exequenda pelos responsáveis


subsidiários, no prazo de oposição, qual o destino que deve ser dado ao
processo de execução fiscal?

83 – Se os responsáveis subsidiários, após a citação e no prazo para a oposição, pagarem a


dívida exequenda, ficam dispensados do pagamento dos juros de mora e das custas processuais
– n.º 5 do art.º 23º da LGT. Todavia, o processo de execução fiscal não pode ser arquivado, dado
que, nos termos do n.º 6 do art.º 23º da LGT, o processo tem de prosseguir contra o devedor
principal ou o responsável solidário para cobrança dos valores ainda em dívida (juros de mora e
custas). Se estes não tiverem bens, o processo poderá ser declarado em falhas nos termos do
art.º 272º do CPPT.

84 – Qual o prazo de que beneficiam os responsáveis subsidiários para


interposição de impugnação judicial ?

84 – Os responsáveis subsidiários podem interpor impugnação judicial contra as liquidações de


impostos, cujo pagamento lhes seja exigido, no prazo de 90 dias a contar da sua citação.
( al. c) do n.º 1 do art.º 102º do CPPT - n.º 4 do art.º 22º da LGT )
85 – Qual o limite máximo de liquidação de juros de mora nos
pagamentos por conta ?

85 – Nos pagamentos por conta efectuados nos termos do art.º 264º do CPPT, os juros de mora
só podem ser exigidos (liquidados) pelo prazo máximo de 3 anos – 36 meses.
( n.º 2 do art.º 44º da LGT - Art.º 86º do CPPT )

86 – Em processo de execução fiscal, quem beneficia do direito de


nomeação dos bens à penhora ?

86 – No processo de execução fiscal, o direito de nomear os bens à penhora pertence ao órgão


da execução fiscal, sem prejuízo de aceitar fazê-la em bens indicados pelo executado se daí não
resultar prejuízo para a execução.
Este prejuízo deve ser avaliado em função dos ónus ou encargos que incidam sobre os bens em
causa.
( n.º 3 do art.º 215º do CPPT )

87 – Em caso de penhora de dinheiro e/ou de depósitos bancários, até


que momento se podem liquidar os juros de mora ?

87 – Em caso de penhora de dinheiro e/ou de depósitos bancários, os juros de mora são


liquidados até ao mês em que a penhora foi efectuada, com o limite de 3 anos.
( n.º 8 do art.º 262º do CPPT - n.º 2 do art.º 44º da LGT )

88 – Em caso de venda de bens em processo de execução fiscal, quem


pode exercer o direito de remição ?

88 – O direito de remição pode ser exercido pelo cônjuge, que não esteja separado judicialmente
de pessoas e bens, pelos descendentes e pelos ascendentes – art.º 912º do CPC. Este direito visa
impedir que os bens saiam do seio da família, e tem, por consequência, uma carga cultural e
tradicional que visa a protecção da instituição familiar.
( Art.º 258º do CPPT - Artºs 912º a 915º do CPC )

89 – Como se deve proceder à citação de um executado com residência


no estrangeiro ?

89 – Se o executado tiver residência no estrangeiro, e desde que saibamos qual é a sua


residência nesse país, devemos proceder à sua citação através de carta registada com aviso de
recepção. Em caso de frustração da citação por via postal devemos tentar fazê-la através do
Consulado Português – Art.º 247º do CPC – mediante a extracção de carta rogatória – art.º 187º
do CPPT.
Se a residência do executado for desconhecida dever-se-á fazer a sua citação por Edital.
( n.º 3 do art.º 247º do CPC - n.ºs 2 e 7 do art.º 192º do CPPT )

90 – Como se procede à citação do executado se o funcionário


encarregado da diligência não o encontrar na sua residência ?

90 – A citação deve ser feita por via postal utilizando a forma que o valor da dívida exequenda
determinar e que resulte do art.º 191º do CPPT. Se é certo que podemos fazer a penhora de bens
do executado sem que tenhamos procedido à sua citação pessoal, não é menos verdade que não
podemos proceder à venda dos bens sem previamente efectuar a citação pessoal do executado.
Assim, em caso de frustração da citação pessoal por via postal – carta registada com aviso de
recepção – tem de se tentar fazer a citação através de contacto directo de funcionário com o
executado, ou seja, através de citação por mandado. Na eventualidade do funcionário não
encontrar o executado, mas se a sua residência for efectivamente aquela onde o funcionário se
tem deslocado, a citação do executado terá de ser realizada através da forma de “citação com
hora certa”, nos termos do art.º 240º do CPC.
Esta citação é feita em dois momento: no primeiro momento deixa-se ficar nota com indicação
de hora certa na pessoa que se encontre em casa ou, se tal for impossível, afixar-se-á o
respectivo aviso no local mais indicado.
No 2º momento, ou seja, no dia e hora designados, far-se-á a citação na pessoa do citando, se o
funcionário o encontrar, em caso contrário, far-se-á a citação em pessoa capaz que esteja em
melhores condições de a transmitir ao executado. Não sendo possível obter a colaboração de
terceiros, a citação é feita mediante afixação no local mais adequado na presença de duas
testemunhas. A nota de citação que for afixada deve conter todos os elementos, previstos no
art.º 163º e 190º do CPPT (em caso de reversão deve ainda referir o normativo do n.º 4 do art.º
22º da LGT) e mencionar que os duplicados e anexos poderão ser levantados no Serviço de
Finanças. De tudo será lavrada a respectiva certidão de diligência. Subsequentemente, e no
prazo de dois dias úteis tem de ser enviada ao citando a carta (carta registada) prevista no art.º
241º do CPC.
A citação feita nos termos do art.º 240º do CPC é considerada citação pessoal.

91 – Em caso de interposição de acção de insolvência, em que momento


deve o órgão da execução fiscal determinar a sustação dos processos de
execução fiscal ?

91 – Em caso de interposição de acção de falência/insolvência, apresentada nos termos do


Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas – Dec-Lei n.º 53/2004, de 18 de Março, o
órgão da execução fiscal apenas poderá determinar a sustação dos processos de execução fiscal
após tomar conhecimento de que foi decretada a insolvência do executado. Esta situação resulta
do n.º 1 do art.º 180º do CPPT. A suspensão prevista no art.º 870º do CPC não se aplica à
execução fiscal, na medida em que no CPPT existe normativo (especial) – art.º 180º - que
regulamenta em que condições é que se verifica a sustação dos processos de execução fiscal.

92 – Caso tenha sido extraída carta precatória, quem tem competência


para determinar a suspensão do processo de execução fiscal?

92 – A carta precatória é extraída quando é necessário pedir a prática de alguma diligência


(citação, penhora de bens, venda, etc.) a outro Serviço de Finanças (órgão de execução fiscal)
que não aquele onde corre termos o processo de execução fiscal. A carta precatória, em
princípio, apenas deverá ser extraída se o Serviço deprecado se localizar em área territorial
regional diferente daquela em que se integre o serviço deprecante, isto é, se o serviço deprecado
pertencer a outra Direcção de Finanças – n.º 3 do art.º 186º do CPPT.
Em caso de extracção de carta precatória, a suspensão do processo de execução pode ser
determinada pelo órgão de execução fiscal do serviço deprecante, mas também poderá ser
decretada pelo órgão de execução fiscal deprecado, se este dispuser dos elementos necessários e
aí puder ser efectuada a penhora.
( Art.º 173º do CPPT - Art.ºs 185º e 186º do CPPT )

93 – Na venda judicial, qual é o valor mínimo de venda dos bens


penhorados ?
93 – A venda judicial tem de ser publicitada nos termos previstos no artigo 249º do CPPT. O
valor mínimo de venda dos bens tem de ser indicado nos editais e anúncios em que se publicite a
venda. Este valor, em regra, é determinado a partir do valor que foi atribuído aos bens no auto
de penhora, podendo, no entanto, nos termos das alíneas a) e b) do nº 1 do art.º 252º do CPPT,
o órgão da execução fiscal apurar outro. Assim, o valor mínimo de venda dos bens (valor base de
venda) é o correspondente a 70% do valor atribuído à penhora de bens.
( n.º 2 do art.º 252º do CPPT - n.º 2 do art.º 889º do CPC )
94 – Na venda judicial, em que prazo deve ser realizado o pagamento
do preço da venda dos bens ?
94 – O titular da proposta escolhida (a de maior valor) tem de proceder ao depósito do preço
dos bens no prazo de 15 dias, devendo logo no próprio dia depositar parte do peço, não inferior a
1/3. A restante parte tem de ser depositada no prazo de 15 dias, podendo, todavia, este prazo ser
prorrogado, mediante requerimento fundamentado do adquirente, se o valor dos bens vendidos
for superior a 500 vezes a UC.
( al. e) e f) do art.º 256º do CPPT )

95 – Quando é que o órgão da execução fiscal pode proceder à


elaboração do auto de adjudicação ?

95 - O auto de adjudicação dos bens vendidos (título de transmissão) apenas poderá ser
celebrado após se mostrar integralmente pago o preço da venda dos bens e cumpridas as
obrigações fiscais inerentes à aquisição dos bens (v.g. IMT, imposto de selo, IVA). O órgão da
execução fiscal só poderá proceder à elaboração do auto de adjudicação neste momento.
( n.º 1 do art.º 900º do CPC )

96 – Qual é o preço pelo qual o titular do direito de preferência pode


adquirir os bens vendidos em processo de execução fiscal?

96 – O titular do direito de preferência pode adquirir os bens vendidos pelo mesmo valor da
proposta escolhida, ou seja, pelo montante da proposta de maior valor. O exercício do direito de
preferência pode ser exercido até à entrega dos bens ao adquirente (titular da proposta
escolhida).
( n.º 7 do art.º 249º do CPPT - art.ºs 892º e 896º do CPC )
O direito de preferência quebra face ao exercício do direito de remição – n.º 1 do art.º 914º
do CPC.

97 – Na venda por negociação particular, quando é que pode ser


elaborado o instrumento da venda ?
97 – Na venda por negociação particular o instrumento da venda, ou seja, o título de
transmissão, só pode ser celebrado (outorgado) após se mostrar integralmente pago o preço dos
bens vendidos e cumpridas as obrigações fiscais inerentes. É esta a conclusão que resulta da
parte final do n.º 3 do art.º 905º do CPC.

98 – Quem tem legitimidade para reclamar os créditos da Fazenda


Pública em processo de execução que não tenha natureza tributária ?

98 – Em processo de execução que não tenha natureza tributária os Chefes de Finanças da área
do domicílio fiscal ou da sede do executado, dos seus estabelecimentos comerciais e industriais e
da localização dos bens, têm obrigatoriamente de ser citados para emitir certidão onde conste as
dívidas do executado à Fazenda Pública e que possam ser reclamadas no processo de execução
em causa – art.º 80º do CPPT.
Neste processo de execução (sem natureza tributária) os créditos são reclamados pelo Ministério
Público, órgão que representa os interesses do Estado em juízo – Art.º 20º do CPC
( al. c) do n.º 3 do art.º 864º do CPC - Art.º 865º do CPC )

99 – Quem tem legitimidade para deduzir o incidente de embargos de


terceiros ?

99 - O incidente de embargos de terceiros pode ser deduzido por qualquer interessado a quem o
arresto, a penhora ou qualquer outro acto judicialmente ordenado de apreensão de bens ou
entrega de bens possa ofender a posse ou qualquer outro direito incompatível com a realização
ou âmbito da diligência de que seja titular um terceiro.
( Art.ºs 167º e 237º do CPPT )
100 – Em caso de declaração em falhas da dívida exequenda e
acrescido, quando é que se extingue o processo de execução fiscal ?

100 – A declaração em falhas da dívida exequenda e acrescido não é uma forma de extinção da
obrigação tributária. Assim, em caso de declaração em falha, e caso o processo não retome a sua
normal tramitação em resultado da notícia de que o executado tem bens penhoráveis, o processo
de execução fiscal só poderá ser extinto quando ocorrer a prescrição da dívida.
( Art.º 272º do CPPT -Art. 34º do CPT - Art.º 48º e 49º da LGT - Art.º 175º do CPT -
al. k) do n. 2 do art. 28º do CPPT )

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