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Introdução
Este trabalho é uma síntese de pesquisas (1) realizadas no campo da Arquitetura e Urbanismo e
tem como objetivo principal apontar algumas ferramentas de planejamento urbano e regional
integrado que vislumbrem a implementação e a reabilitação de cidades mais sustentáveis a
partir da densidade (2) (habitacional e populacional, ou seja, a relação de habitações e
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moradores por área ocupada), bem como aplicar a análise da forma edi cada e demais aspectos
da ocupação territorial que se traduzem em dispersão/compactação urbana, diante do
arcabouço teórico e aplicado analisado.
O objeto de análise espacial se deu a partir de áreas habitacionais consolidadas, num primeiro
momento, exempli cadas por cidades brasileiras, europeias e norte-americanas. Num segundo
momento, o trabalho versa sobre a crítica da forma de ocupação dos projetos habitacionais
recentes brasileiros, de baixa qualidade urbana, avaliando a dicotomia entre projetos
unifamiliares e multifamiliares. Por m, estabelecem-se apontamentos frente às decisões da
forma habitacional e custos de urbanização, apontando-se exemplos consolidados de conjuntos
habitacionais de densidades variadas e de maior urbanidade, sugerindo-se, ainda,
procedimentos para a adoção de novas formas de ocupação mais compactas e e cientes
(avaliadas por indicadores urbanos, simulações e monitoramentos de desempenho).
Pesquisas nesse campo de compreensão da urbe contemporânea a partir de sua forma urbana
construída, associando espetos multivariados, poderão nortear novas formas de planejamento e
gestão urbana aplicada à sustentabilidade. Estudos técnico-cientí cos de planejamento urbano
e regional integrado, que agreguem análises quantitativas aos critérios qualitativos sobre os
processos de uso e ocupação do solo, em distintas escalas (multi-escalas), permitem estabelecer
padrões de ocupação coerentes com as condicionantes e determinantes de cada localidade
urbana, capazes de responder, por meio da performance espacial, às demandas de uso atuais e
futuras. A simulação de cenários, monitoramento, controle e resposta às dinâmicas pós-
ocupacionais são processos pouco usuais para a formulação de legislações urbanísticas e
planejamento urbano.
A cidade contemporânea, em sua dinâmica atual, re ete processos complexos que, se não
acompanhados pela gestão territorial, produzem espaços fragmentados, de baixa qualidade, que
interferem na vida de toda a cadeia urbana e, paulatinamente, aumentam os con itos espaciais,
socioeconômicos e ambientais. Se por um lado, a legislação permanece estática e, em geral,
sofre alterações que favorecem ao setor imobiliário (como tem ocorrido na maioria das cidades
brasileiras e dos países em desenvolvimento), o planejamento urbano (teoria e prática), em
partes, desconsideram o impacto da forma sobre a vida das pessoas e na dinâmica urbana. E é
nessa complexa discussão que este trabalho, ainda incipiente, pretende acrescentar algumas
análises.
Contextualização e Conceitualização
Em geral, a densidade habitacional (e, portanto, de pessoas por área) diminui gradualmente a
partir do centro urbano (6). Merlin & Choay (2000) (7) a rmam que a densidade é mais elevada
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em cidades latinas (Europa do sul, América Latina) e orientais que as cidades anglo-saxônicas.
Essas a rmações podem ser comprovadas nos estudos de Bartaud (2001; 2011) (8) e Bertaud &
Malpezzi, (2003) (9), por meio de estudos de densidade bruta e radial (a partir do CBD) em
dezenas de cidades no mundo.
A intensidade de uso dos espaços por seres humanos ao longo da história pode ser analisada a
partir da densidade. Alexander (10) classi ca, em princípio, dois modelos de cidade, a natural
(constituída ao longo dos tempos e conforme as necessidades humanas em cada período) e a
arti cial (a cidade planejada e projetada). Este critério simpli cado de caracterização pode ser
associado ao período de industrialização e intensi cação das ocupações urbanas após o século
18, com o surgimento de grandes áreas urbanas expandidas ou mesmo de novas cidades a
alimentar o sistema de redes urbanas que se consolidava, bem como para comportar a
população urbana que crescia exponencialmente em poucas décadas. Processos estes que se
iniciaram com maior intensidade no Brasil e América Latina após meados do século 20, em
decorrência da industrialização e urbanização tardia. Entretanto, de fato, a grande crítica de
Christopher Alexander se debruça sobre o urbanismo modernista (e arquitetura) e à
padronização de estilos de vidas e das formas de habitar as cidades, independentemente das
relações do lugar, tradição ou cultura.
Até a segunda metade do século 19 a densidade urbana era uma característica resultante do
desenvolvimento de cidades e de seus processos complexos (técnicas e tecnologias construtivas,
restrições legais, tradições e aspectos culturais, a rentabilidade econômica sobre os espaços,
etc.) que determinaram a dinâmica e distinção de densidades nas cidades tradicionais, contudo,
não se veri cou o uso consciente da densidade no desenho urbano até então. Até esse período,
as altas densidades nas cidades industrializadas, em especial a compactação urbana de cidades
tradicionais europeias, portanto da forma da cidade decorrente desse indicador, eram
consideradas causas de doenças por contaminação do ar e resíduos, facilitador de incêndios e da
desordem social. Esses princípios de insalubridade da compactação urbana (em especial, da
morfologia urbana de cidades de origens euro-medievais) norteou grandes intervenções
urbanas ao longo do séc. 18 e 19 em cidades como Londres, Lisboa, Paris, Barcelona, e, mais
tarde, em cidades latino-americanas, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Caracas, Cidade do
México, Buenos Aires, Santiago. Publicações críticas à esse modelo urbano tradicional e mais
compacto – ou natural, conforme Alexander (11) – foram bastante recorrentes na Alemanha e
Inglaterra, com replicações urbanísticas em cidades europeias, na América do Norte e em novas
cidades de predomínio da cultura anglo-saxônica (12). Na segunda metade do século 19, a partir
do boom econômico e demográ co dos países industrializados, o desenvolvimento legislativo e
de planejamento foram acompanhados por abordagens cientí cas para as novas expansões
urbanas ou em intervenções nas áreas consolidadas. Na Alemanha, a regulação da densidade
urbana se dá nesse período, estabelecendo-se padrões de alturas máximas de construção e
largura das vias (critério indireto sobre a densidade) num primeiro momento, e posteriormente,
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faz-se a ordenação construtiva por meio de densidade máximas explícitas para regulação dos
planos urbanísticos (13).
No início do século 20, o Movimento Moderno, por meio dos CIAMs (14) (entre 1928 a 1956) e
da Carta de Atenas, lança a proposta universalizante de um urbanismo amparado pela
imposição do desenho rígido sobre o sítio e, em alguns casos, sobre a cidade tradicional,
desenho este que preconizava as quatro funções urbanas – habitar, trabalhar, recrear e circular.
A partir da Segunda Guerra Mundial, empreendimentos urbanísticos privados e de parcerias
governamentais com a iniciativas corporativas estabelecem as expansões urbanas periféricas
(low-rise), de relativa baixa densidade (bruta, principalmente), arranha-céus em novos centros
(ou em áreas tradicionais e históricas). As novas tecnologias construtivas, o advento do
automóvel e avanço de outros modais, novos materiais, mudanças nos hábitos de trabalho,
circulação e lazer, e a necessidade emergencial de novas habitações e de reconstruções de áreas
devastadas pela guerra foram alguns dos fatores decisivos que cobravam da Arquitetura e
Urbanismo, novas respostas aos “tempos modernos” do século 20.
Após 1960, as críticas urbanas a esse modelo modernista se consolidam na Europa e América do
Norte em decorrências de estudos, teorias e publicações que apresentam os impactos da
expansão urbana de baixa densidade habitacional, seus efeitos negativos sobre a vida urbana, a
mobilidade e ao meio ambiente (15).
Se no início do século 20, Unwin alegava que não havia vantagens em se adensar as cidades
ocidentais, chegando a propor o padrão máximo de 30 casas por hectare (menos de 100
hab./ha), nos anos de 1960, Jane Jacobs advertiu sobre os impactos da suburbanização norte-
americana (e anglo-saxônica), da segregação de grupos mais pobres, seja em áreas centrais
desvalorizadas ou em periferias mais afastadas. Em contraposição à dispersão de baixa
densidade, Jacobs (16) sugere que uma ocupação mínima de 250 habitações por hectare para a
vitalidade e a participação urbana. Na atualidade, altas densidades e a compactação espacial
construtiva são aceitas como prerrogativas inerentes à sustentabilidade e ao crescimento
econômico das cidades contemporâneas na visão de diversos urbanistas e estudiosos (17) do
assunto.
Todavia, a densidade no campo do urbanismo não deve ser tomada como um elemento
meramente estatístico e tecnocrático, mas necessita incorporar aspectos qualitativos na análise
do espaço urbano. Dessa forma, o estudo da densidade aplicado a outros critérios de
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A estrutura espacial de uma cidade é muito complexa, pois é o resultado físico das interações
sutis ao longo de décadas ou séculos entre os mercados de terra, a topogra a, a infraestrutura,
os regulamentos, a tributação, a sociedade e sua apropriação territorial. Assim, a complexidade
das estruturas espaciais urbanas e seus aspectos interagentes, por muitas vezes, desencorajam
tentativas de análise nos seus processos, inibindo a busca de ferramentas de planejamento que
possam relacionar a política urbana à forma da cidade e à atuação do mercado (19). A falta de
monitoração da evolução urbana moldada pela interação complexa entre as forças de mercado,
investimentos públicos e regulamentos, geram aspectos espaciais de desenvolvimento urbano
que podem ter impactos importantes na e ciência econômica, na densidade e na qualidade do
ambiente urbano.
Acioly & Davidson (20) a rmam que a densidade urbana é um dos mais importantes indicadores
e parâmetros de desenho urbano a ser utilizado no processo de planejamento e gestão dos
assentamentos humanos. Para os autores, a densidade urbana representa o número total da
população em uma área especí ca que, no âmbito urbano, pode ser traduzido em habitantes por
uma unidade de terra ou solo urbano, ou o total de habitações de uma determinada área urbana
expressa em habitações por uma unidade de terra, geralmente medida em hectares (ha) (21),
quilômetros quadrados (km²) ou acres.
Sendo muito utilizada como uma ferramenta de apoio ao processo de planejamento urbano e
regional, a densidade pode determinar decisões de projetos para ocupação e parcelamento por
parte de planejadores, arquitetos urbanistas e engenheiros quando se de ne a forma e a
extensão a ser ocupada ou loteada em uma determinada área da cidade. A densidade urbana
também é muito utilizada como instrumento de avaliação da e ciência, performance e custos
proporcionais por habitante das propostas urbanísticas, de infraestrutura ou de parcelamento e
uso do solo. Porém, a mesma densidade urbana é um indicador controverso, pois é re exo de
determinantes culturais que se re etem sobre a construção do espaço urbano numa
determinada região ao longo do tempo.
Pergunte a um planejador indiano o que é que ele pensa a respeito de um lote de 100m² para
famílias de baixa renda e ele responderá que esse tamanho de lote é demasiadamente grande e,
portanto, inacessível nanceiramente. Seu colega da África Oriental ou Cone Sul da África,
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entretanto, argumentará que esse tamanho é demasiadamente pequeno e inaceitável por parte
da população. A resposta poderá ser “nós não lutamos pela independência e contra o colonialismo
para reduzir nossos standards e padrões”. Mesmo dentro de um mesmo país, grupos sociais
diferentes irão perceber a questão da densidade diferentemente. O que as pessoas sentem ou
vêem depende muito de suas próprias origens sociais, econômicas e étnicas, e, até certo ponto,
da con guração, forma e uso da construção e do espaço urbano. [sic] (22).
Conforme os estudos de Acioly & Davidson (23), foi determinado que as densidades variam
muito de um país para outro, ou mesmo entre cidades num mesmo país, de nindo assim que as
“densidades são muito in uenciadas pelo contexto cultural”, em consonância com as colocações de
Alain Bertaud. Assim sendo, comparações são complicadas por mecanismos usuais de medição,
a exemplo das distinções terminológicas aplicadas entre a densidade populacional,
habitacional, construtiva, bruta ou líquida, gerando divergências de análise nos estudos sobre
este tema. O processo de coleta de dados, as metodologias adotadas nas de nições do espaço
urbano enquanto extensão física, os critérios de seleção de vazios urbanos, os processos de
mapeamento e quanti cação, as legislações especí cas que determinem o uso e ocupação do
solo decorrente de aspectos culturais especí cos de nem algumas das di culdades
comparativas entre as densidades em regiões diferentes do planeta.
Existem duas formas mais utilizadas para indicar especi cidades ocupacionais de
desenvolvimento de um local determinado em relação à densidade, são elas: habitantes por
hectare (hab/ha) ou habitações por hectare (habitação/ha). É bastante comum encontrar esses
dois indicadores de ocupação expressos na forma de densidade bruta e densidade líquida
conforme o contexto de análise. A densidade bruta expressa o número total de residentes numa
determinada área urbana (região, cidade, bairro, quadra) dividida pela área total em hectares,
incluindo-se equipamentos urbanos e institucionais (escolas, creches, parques, áreas verdes,
espaços públicos), vazios, logradouros, comércios, indústrias, vias e outros serviços urbanos. No
cálculo da densidade bruta de uma determinada área, toda a região incluída dentro de um
perímetro poligonal deve ser considerada para a determinação da densidade. A densidade
líquida expressa o número total de residentes (pessoas moradoras) numa determinada área
urbana, considerando-se apenas a área estritamente residencial e excluindo-se vias,
equipamentos, espaços públicos, vazios urbanos, etc. Na Inglaterra ou em países de in uência
inglesa na regulamentação urbana, incluem-se a circulação local (calçadas), metade das vias de
acesso aos lotes habitados e pequenos jardins de uso dos moradores. A densidade habitacional
líquida é o número total de unidades habitacionais (ou seja, domicílios) dividido pela área
destinada exclusivamente para uso habitacional.
A densidade é um referencial importante para se quanti car por meio de princípios técnicos e
nanceiros a distribuição e o consumo de terra urbana, infraestrutura, serviços públicos, entre
outras funções dispostas numa área residencial. De forma geral, diversos autores destacam que
quanto maior a densidade, e resguardados certos limites, melhor será a utilização e a
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maximização da infraestrutura e do solo urbano. Assim, para autores como Acioly & Davidson
(24), Mascaró (25), Zmitrowicz & De Angelis Neto (26), Pont & Haupt (27), Silva & Romero (28),
Silva (29), Farr (30), entre outros, é possível estabelecer um modelo de densidade capaz de
suprir de uma forma mais coerente o acesso ao solo urbano, à habitação, à infraestrutura, aos
equipamentos e serviços urbanos essenciais para um número maior de domicílios e pessoas,
atendendo às condicionantes de conforto ambiental e sustentabilidade com o meio natural. A
otimização entre a necessidade social com a demanda ambiental e econômica faz com que o
conhecimento cientí co sobre os efeitos da densidade urbana no espaço seja de interesse
extremo para a gestão espacial nos países em desenvolvimento, nestes cujas previsões apontam
como sendo as regiões de maior crescimento urbano, populacional e econômico para as
próximas décadas.
Bertaud & Malpezzi (31) a rmam que a densidade é uma interpretação cultural e não está
correlacionada diretamente com o nível de renda, ou seja, cidades ricas como Cingapura, Hong
Kong e Seul possuem maior densidade, como também maior renda do que muitas cidades bem
menos densas como Buenos Aires, Curitiba, Johanesburgo ou Budapeste. Por outro lado,
cidades da América do Norte possuem baixa densidade (as menores do mundo) e renda elevada.
A densidade urbana também não está relacionada ao clima e nem ao sistema econômico de cada
região ou país, assim, cidades da Europa têm densidades similares independentemente da
relação entre as antigas economias socialistas ou capitalistas e suas respectivas regiões de
in uência no século passado. Para Bertaud & Malpezzi (32) e Bertaud (33), densidades são,
naturalmente, o produto das forças de mercado, mas essas forças de mercado re etem o nível
de consumo, daí então a cultura é estabelecida como componente chave no processo urbano. O
autor aponta que não há densidade ótima, pois quando a cultura se desenvolve é provável que
as densidades mudem lentamente, re etindo essa mudança cultural ao longo do tempo. A
ampla gama de densidades encontradas ao redor do mundo, em cidades economicamente bem
sucedidas, mas também em distintas situações socioeconômicas, ambientais e culturais, mostra
que por enquanto não há nenhuma evidência de densidades incontroláveis.
Do ponto de vista ambiental, uma estrutura espacial ine ciente e mal ordenada pode diminuir a
qualidade de vida, aumentando o tempo gasto em transporte e, em consequência, aumenta-se a
poluição do ar, contribuindo para a expansão desnecessária da área urbanizada sobre as áreas
naturais. Mas também o empobrecimento da qualidade ambiental pode reduzir a produtividade
do sistema urbano como um todo. Daí a emergencial discussão sobre a sustentabilidade urbana
para os tempos atuais, pois em cidades de menor qualidade ambiental, a ausência de controle e
regulação sobre os processos de urbanização tendem a acentuar os quadros de piora na
qualidade de vida das pessoas que habitam a cidade.
No aspecto urbano, a estrutura espacial está em constante evolução, assim, a falta de consenso
político ou de uma visão clara sobre o desenvolvimento espacial somados aos efeitos
combinados dos regulamentos de uso da terra e de investimentos em infraestrutura podem se
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tornar inconsistentes entre si, potencializando implicações negativas e impactos sobre a urbe
que, no futuro, se tornarão onerosos aos cofres públicos e à sociedade. Portanto, é importante
que os municípios possam acompanhar as tendências espaciais de desenvolvimento urbano e
tomar as medidas corretivas regulamentares caso esta tendência seja contrária aos objetivos
municipais e interesses coletivos (34).
Densities are of course the product of market forces, but market forces re ect consumer
choices, hence culture. For these reasons, there is no optimum density; when culture evolves it
is likely that densities will also slowly change re ecting the cultural shift. The wide range of
densities found in the above list of economically successful cities shows that, as yet, we have no
evidence of unmanageable densities (35).
O urbano face à sua complexidade inerente exige uma visão sistêmica dos processos que
constituem a cidade e seu desenvolvimento. Nas economias de mercado os municípios não só
podem in uenciar a forma de desenvolvimento urbano por meio do design apenas, como
também por meio da implementação de um sistema coerente e consistente de normas de uso da
terra, investimentos em infraestrutura e aplicação de impostos ou incentivos territoriais. Pois as
condições econômicas externas estão em constante mudança e são imprevisíveis em médio e em
longo prazo – a exemplo das constantes crises internacionais na economia global – afetando
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Sob outra ótica, a dos países em desenvolvimento, a escassez de recursos nanceiros e o elevado
e ainda crescente dé cit habitacional demonstram a necessidade de se densi car as cidades sob
esse aspecto, especialmente no caso latino-americano, pois além dos benefícios ambientais, de
saúde pública e social da cidade compacta frente à cidade dispersa, ela possibilita ainda
otimizar a aplicação de recursos quando atende à um número muito maior de pessoas num
mesmo espaço de cidade e de sistemas de infraestrutura redimensionada. Pensar em cidades
dispersas de baixa densidade populacional para o Brasil, além de ser incoerente à lógica da
sustentabilidade urbana, é um contrassenso à justiça social e acesso a uma cidade mais barata
para todos.
Além do custo ambiental e humano, a construção urbana oferece uma relação dispendiosa
conforme as decisões de projeto e desenho das cidades. Assim, alguns desenhos morfológicos de
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cidade oferecem custos maiores ou menores, conforme as suas relações de uso e ocupação,
adequação topográ ca, sistema viário e demais infraestruturas, entre outras condicionantes ou
determinantes de projeto. A pavimentação e a drenagem, por sua vez, são as infraestruturas
urbanas mais onerosas, pois são responsáveis por 55% a 60% do custo de toda a infraestrutura
urbana, os custos do subsistema sanitário detêm aproximadamente 20%, e o energético os 20%
restantes (37). Portanto, um projeto urbano acessível deve minimizar superfície de vias, bem
como utilizar materiais diferenciados entre as vias de alta-velocidade e uxo intenso (vias
estruturais, arteriais, coletoras), das de menor volume e rapidez de deslocamento (as locais, que
constituem em mais de 70% do sistema viário, dependendo do projeto urbano), podendo estas
serem construídas com materiais mais baratos e permeáveis. O respeito à topogra a aperfeiçoa
o projeto de infraestrutura e minimiza custos (com reduzida dimensões e captação de esgoto,
pluvial, água potável, aterros, etc.).
A densidade urbana de ne custos de infraestrutura, assim, mais uma vez o modelo de habitação
multifamiliar apresenta vantagens sobre o unifamiliar, por ser o primeiro mais denso que o
segundo e de custos mais bem distribuídos entre os domicílios.
Com relação à infraestrutura urbana e seus custos com instalação, conforme a densidade
urbana, veri ca-se que quanto maior a densidade, menor é o custo de implantação de
infraestrutura por domicílio. Zmitrowicz & De Angelis Neto (38) sugerem, assim, que para as
cidades devem priorizar projetos habitacionais com densidades brutas entre 200 e 300 hab/ha,
pois a literatura especí ca determina que em densidades brutas acima de 350 hab/ha perde-se o
sentido de intimidade nos espaços verdes e, acima de 680 hab/ha, passa-se a oferecer problemas
quanto à disponibilidade vagas per capita de estacionamento para veículos (o que pode ser
questionável, conforme o projeto e suas características de sustentabilidade e ênfase ao
transporte coletivo), além de di cultar o acesso a equipamentos urbanos, serviços e áreas
públicas (39).
Tabela 01. Participação de cada rede nos custos totais de cada sistema de abastecimento.
[Elaborado pelos autores]
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O Linked Hybrid do escritório Steven Holl Architects, projetado para Beijing, na China, 2009.
Tetos verdes, espelhos d’água, espaços verdes semi-públicos, alta densidade, múltiplas funções,
acessibilidade e integração dos edifícios, caracterizam co
Imagens divulgação [website Steven Holl]
Para Zmitrowicz & De Angelis Neto (40), a densidade média de 60 famílias por hectare (cerca de
200 hab./ha) é confortável para os centros urbanos, mas os autores a rmam que a média global
da maioria das cidades brasileiras é de 15 famílias por hectare (cerca de 50 hab./ha). Já nos
estudos de Miranda; Gomes & Guimarães (41), a densidade bruta média nacional é de 65,11
hab./ha (42), a partir do censo demográ co de 2000 (43). Todavia, Zmitrowicz & De Angelis
Neto (44) destacam que o custo de infraestrutura urbana por família em áreas loteadas com 60
habitações/ha é praticamente metade do que em densidades próximas a 15 habitações/ha.
Portanto, como esta última densidade é a média global das cidades brasileiras, estima-se que
cada família com serviços de infraestrutura completa custa aproximadamente US$ 4.500, o que
se traduz a US$ 1.320 aproximadamente por “pessoa urbanizada”. Como a população urbana
brasileira aumenta na ordem de 2 milhões de pessoas por ano, seriam necessários por volta de 2
bilhões de dólares para que o dé cit de infraestrutura fosse controlado ano a ano, segundo os
cálculos de Zmitrowicz & De Angelis Neto (45). Porém, sabe-se que o país não domina vultosos
investimentos em suas municipalidades, o que resulta no crescente dé cit de infraestrutura na
maioria das áreas urbanas, em detrimento de melhorias concentradas em áreas mais “nobres”
ou dignas de gentri cação por interesses de especulação imobiliária.
inclusive foi de fendida por Kevin Lynch, expressas ainda nas teorias brasileiras de Juan Mascaró
(46) – que, em geral, aplicam-se critérios de desenho urbano em loteamentos unifamiliares e,
portanto, de densidade ocupacional reduzida. Acreditava-se, durante muitas décadas ao longo
da história do urbanismo, que a alta qualidade de vida só era possível em espaços dispersos,
abertos ao sol, com ventilação e privacidade em habitações unifamiliares. Porém, esse modelo
urbano detém custos elevados (econômicos e humanos) e, ao invés de proporcionar qualidade
de vida, exerce impactos profundos no dia-a-dia das famílias e no cotidiano urbano e ambiental.
Tabela 02. Relação entre a densidade e problemas urbanos decorrentes [Elaborado pelos
autores]
Segundo dados calculados pela pesquisa (atualizados a partir de 2012) para o mercado da
construção de hoje, o custo do hectare urbanizado pouco depende da capacidade das redes de
infraestrutura, assim, para uma ocupação de 75 habitantes/ha este custo é de US$ 250 mil
aproximadamente, mas para uma ocupação de 600 pessoas/ha é de US$ 320 mil em média, ou
seja, quando o número de habitantes por hectare aumenta em 800%, o custo de urbanização
acresce apenas 30%. Deste modo, quando esse custo é revertido em um cálculo per capita a
situação muda de gura, pois, se no primeiro caso há um custo de hectare urbanizado de US$
3.334 dólares por indivíduo, que é a situação média brasileira de densidade ocupacional, na
segunda situação o custo reduz para US$ 533 por morador, este que é próximo às densidades de
cidades europeias e asiáticas. Ou seja, é uma redução considerável de 84% por pessoa
aproximadamente, que poderia ser revertida aos cofres públicos, além do ganho ambiental do
modelo mais compacto de urbanização, que acaba otimizando custos de abastecimento e
manutenção de infraestruturas ao longo do tempo, o que torna a cidade compacta de
manutenção menos onerosa em comparação à dispersa, seja para a gestão urbana, seja para o
usuário (morador).
Conforme os estudos “World Urbanization Prospects: The 2014 Revision” (47) do Departamento
de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, a população do Brasil terá de 222,7
milhões de pessoas em 2030, e 231,1 milhões em 2050, destes, 197,5 milhões (88,6% do total) e
210,2 milhões (91% do total) de habitantes estariam em áreas urbanas respectivamente, um
acréscimo de 12,7 milhões em cidades em 20 anos. Atualmente, o Brasil tem 85,7% da
população em área urbana, estimados em 177,5 milhões (203,7 milhões no total). Mesmo que os
dados sejam um pouco divergentes em relação aos do IBGE, em ambas as projeções o
crescimento urbano está previsto e, com ele, a demanda por mais habitação se fará presente até
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2050, pelo menos. Buscar novos modelos de ocupação, menos onerosos e mais e cientes, deve
ser um critério emergencial nas políticas habitacionais futuras.
A qualidade de vida do brasileiro, assim como diversos indicadores sociais, têm acompanhado a
dinâmica econômica e das políticas públicas recentes. A renda média do brasileiro em 2007,
PIB/Per capita, era de US$ 9.270, destes eram 15,4 % os gastos com ensino primário, com taxa
de analfabetismo de 10,2% para homens e 9,8% para mulheres, e 3,6% de gastos públicos com
saúde. Em 2013, o PIB/Per capita era de US$11.208. Entre 2001 a 2013, 25 milhões de brasileiros
deixaram a miséria extrema e a classe média, que nos em 1980 era menos de 15% da população,
atualmente já integra 1/3 dos brasileiros, crescimentos estes acima dos países vizinhos segundo
o Banco Mundial e o PNUD, em partes, decorrentes da melhoria da economia nacional e do
maior acesso ao mercado internacional.
No ano de 2009, por volta de 91 % da população tinham acesso à água potável, com 86% da do
total vivendo em área urbana, dos 193,7 milhões de habitantes. Os gastos de energia per capita
eram de US$ 1.184 (48), e o acesso à infraestrutura acompanha o aumento das políticas
habitacionais na última década.
No que tange ao cenário territorial do país, a ocupação deste tende a se intensi car em áreas
antes relegadas aos vazios demográ cos, desprovidas de infraestrutura, em territórios de pouca
conexão às redes urbanas, com equipamentos e/ou serviços urbanos mínimos, de pouca
circulação de pessoas e mercadorias. O avanço do urbano para essas áreas, antes rurais que com
poucas cidades, tende se acentuar quando a economia agroindustrial se apropria de novas
tecnologias, permitindo a exploração de novas áreas com condicionantes de solo e clima antes
pouco rentáveis. Santos (49) ressalta que “O Brasil moderno é um país onde a população agrícola
cresce mais depressa que a população rural.”, fazendo-se uma distinção entre os que habitam o
campo (a população rural) e os que vivem em cidades mas trabalham e dependem
economicamente do campo (a população agrícola).
As perspectivas projetadas pelo IBGE (50) apontam para uma mudança considerável na
pirâmide etária do país e, consequentemente, no per l do brasileiro para as próximas quatro
décadas. A melhoria das condicionantes socioeconômicas e de acesso aos serviços urbanos
induzirá progressivamente a uma melhora da qualidade de vida acompanhada desde a década
de 1980, mas acentuando a partir do início do século 21. A estabilização econômica, o acesso à
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Tais apontamentos futuros demandam uma compreensão dos fenômenos urbanos nacionais e
internacionais, capazes de situar cenários para as cidades brasileiras e latinoamericanas,
compartibilizando os processos de urbanização às demandas sociais, econômicas e ambientais
do país. Ao urbanista, cabe o papel cidadão de participar dessa construção (ou re-construção)
urbana e social, tendo em vista que os gargalos políticos e técnicos são presentes e efetivos,
determinando prognósticos preocupantes à urbanidade futura e ao processo de periferização,
em especial, à periferização de baixa densidade.
Mapa da evolução da população no Brasil entre 2000 e 2007 [Hervé Thery (2007) in ]
E esse contingente urbano, acrescido, pincipalmente, a partir da segunda metade do século 20,
não foi acompanhado por políticas públicas ou investimentos compatíveis no país. Até porque a
renda do brasileiro, que era de apenas US$ 1.444 em 1940 (padrão africano), passou a US$ 7.623
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em 1980; em 2000, já atingia US$ 8.056 e, em 2010, era de US$ 10.195. Ou seja, entre 1940 a
2010, o país saltou de uma condição de pobreza extrema e ocupação rural, à um país urbano,
com uma população em crescimento acentuado num curto período histórico, mas de sistema
econômico capitalista periférico que, como tal, não detém as melhores condições para fomentar
o acesso qualitativo à infraestrutura, habitação ou urbanidade para sua população.
O fenômeno urbano mais recente, e interessante, é a atuação das cidades médias e pequenas
nas redes urbanas e processos de metropolização e desmetropolização (51). Entre 2002 a 2007, a
população em cidades médias brasileiras cresceu à taxa de 2% ao ano, mais que as taxas das
cidades grandes (1,66%) e das cidades pequenas (0,61%). No âmbito populacional, as cidades
grandes e pequenas encolheram entre 2000 e 2007, enquanto as médias cresceram. Em 2000, as
cidades médias concentravam 23,8% da população e, em 2007, passaram a 25,05%. As grandes
aglomerações urbanas reduziram de 29,81% para 29,71% da população urbana total, e as
pequenas cidades, de 46,39% para 45,24%, no mesmo período. Assim, esses fatores reforçam a
necessidade de se investigar os processos urbanos em cidades médias brasileiras como polos
atrativos de capital, oportunidades e pessoas, bem como as projeções de cenários para o
planejamento, em especial, à política habitacional e ao projeto urbano para essas áreas.
Tabela 3. Custo de infraestrutura por hectare de habitação (relação de densidade bruta da área
loteada), atualizado para Agosto de 2012 [Elaborado pelos autores. Dados de SILVA (2014)]
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No intuito de estabelecer uma métrica comparável aos padrões habitacionais vistos no mundo
urbano ocidental, que in uenciam diretamente a ocupação territorial nas cidades brasileiras de
hoje, decidiu-se pela eleição de alguns modelos morfológicos comparativos nesta pesquisa.
Como ferramenta aplicada dos conceitos estudados, de niu-se um procedimento analítico
experimental a partir da formas características de urbanização, da densidade (bruta e líquida) e
das respectivas relações entre custos de urbanização em estudos de casos urbanos em escalas
reduzidas de 5 ha (50 mil m²), que possuíssem preponderância habitacional como uso e
ocupação do solo.
As quatro cidades selecionadas para a análise das parcelas urbanas de 5 ha: João Pessoa-PB,
Cuiabá-MT, Barcelona (Espanha) e Atlanta (EUA) [Elaborado pelos autores]
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Estudo de caso das parcelas urbanas de 5ha selecionadas entre João Pessoa-PB, Cuiabá-MT,
Barcelona (Espanha) e Atlanta (EUA) [Elaborado pelos autores]
Em princípio, essa abordagem quantitativa das cinco parcelas urbanas teria como objetivo a
comprovação ou contestação de alguns apontamentos teóricos elencados na primeira etapa
desta pesquisa. Optou-se por selecionar algumas realidades urbanas de características sócio-
espaciais extremas, conforme os estudos de Bertaud & Malpezzi e Acioly & Davidson, que
representassem os respectivos processos urbanos e contextos aos quais estão inseridos (o
brasileiro, o europeu e o norte-americano), sempre buscando a discussão entre a morfologia das
cidades, as condicionantes locais e as questões culturais envolvidas no processo de produção e
reprodução das cidades e de suas partes.
Apresentam-se as imagens de satélite atuais das 5 áreas analisadas e, logo abaixo, as áreas
mapeadas com dados quantitativos referentes às áreas totais e respectivas áreas habitadas. Suas
densidades habitacionais e custos de urbanização apontam que áreas urbanas mais densas
possuem uma relação de redução direta em relação ao custo per capita ou por domicílio, mesmo
o custo total da urbanização sendo superior. A partir dos estudos de custos apresentados para
infraestrutura, estabeleceu-se um parâmetro de valores médios para os projetos urbanos a
serem implementados, com atualização em 2012 e respectivas taxas cambiais nesse período.
Contudo, é importante ressaltar que tais valores sofrem variações expressivas conforme as
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Desta forma, conforme os cálculos veri cados, a densidade urbana e a forma edi cada são
critérios preponderantes na de nição de custos de urbanização. É evidente que o traçado (e a
quantidade de vias, que é o sistema mais oneroso de um parcelamento) são elementos indutores
diretos de custo, o que pode nos apresentar, conforme a literatura, uma in nidade de variações
de desenho urbano e da massa edi cada, que se traduzem em projetos mais ou menos onerosos.
Contudo, a variação de desenho e forma para projetos urbanos de mesma densidade acabam por
proporcionar custos bastante aproximados, ao passo que densidades díspares proporcionam
maior discrepância no custo de urbanização.
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Comparativo de densidades urbanas líquidas numa área de 1 ha em distintas formas edi cadas
numa área urbanizada. No caso “A”, “B” e “C”, formas distintas com a mesma densidade. No
caso “D”, foram acrescidos dois pavimentos ao modelo “B”, para recalcular [GEOVANY J. A.
Silva (2013)]
a alguns critérios interessantes de possível misto de usos, mais espaços públicos, quadra aberta,
ausência de vias no interior da quadra e escala edi cada próxima ao nível da rua.
Sabe-se que há um dé cit habitacional predominante no Brasil, sendo que este era de 6,1
milhões em 2007, e de 5,8 milhões em 2012, conforme dados da Fundação João Pinheiro (55) e
Ministério das Cidades. Ou seja, nos últimos cinco anos houve uma redução de
aproximadamente 5% do dé cit habitacional, todavia, o dé cit absoluto ainda se situa na casa
de 9,1 % do total de domicílios brasileiros, estes que totalizam 63,8 milhões de habitações em
todo o país. Do total, 85% do dé cit está em área urbana.
Assim, são estimados custos elevados para o governo federal regularizar as condições precárias
dessa população, podendo-se aferir um total de investimento aproximado na ordem de US$ 50
bilhões para infraestrutura urbana (aproximadamente US$ 8,5 mil/habitação) e de US$ 145
bilhões (aproximadamente US$ 25 mil/habitação) para a construção de novas casas, situando
um custo total de US$ 195 bi necessários para suprir todo o dé cit nacional computado para a
habitação, sobre um território de 193 mil hectares (12 vezes a área da cidade de Barcelona ou
5,8 vezes o tamanho de Belo Horizonte). Diante do atual cenário econômico mundial e latino-
americano, tais demandas urbanas e a escassa disponibilidade de recursos para as políticas
habitacionais e sociais demandam um planejamento estratégico na alocação de investimentos
públicos que demandam, dentre outros aspectos, a aplicação e inovação tecnológica na área
habitacional, proporcionando qualidade ambiental, menor impacto nos recursos naturais,
otimização energética e de materiais, maior densidade e otimização de infraestrutura,
proporcionando espaços que valorizem o convívio coletivo.
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Do total de dé cit habitacional do Brasil, cerca de 1,8 milhão está na região Nordeste, ou seja,
mais de 30%. Por sua vez, o estado da Paraíba tem um dé cit estimado de 115 mil unidades
habitacionais, a um custo deduzido de US$ 2,9 bilhões para a construção de habitações e de 970
milhões em custos de urbanização, totalizando US$ 3,87 bilhões, conforme os padrões
construtivos praticados pelas construtoras locais. Para suprir essa demanda serão necessários
3,8 mil hectares. Esse valor a ser investido se equivale a quase 30% do PIB anual do estado, e é
três vezes maior que a arrecadação anual de ICMS estadual, o que demonstra a necessidade de
se otimizar tais investimentos (56).
Como se pôde veri car na literatura urbanística e exemplos de projeto estudados, o modelo de
urbanização habitacional unifamiliar apresenta uma série de desvantagens frente ao
multifamiliar, não somente as de caráter formal e de custos, mas também com relação ao
convívio e ao encontro das pessoas e, assim, à noção de vizinhança e de senso comunitário (57).
A disponibilidade de área verde pública é outro fator proeminente no aumento da densidade
urbana, ao passo que o modelo de loteamento/parcelamento unifamiliar isola o lote e a
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 23/38
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propriedade privada entre muros, o conjunto multifamiliar pode democratizar o acesso às áreas
verdes no interior da quadra, transformando o espaço privado em espaço coletivo, este que
ainda pode abrigar equipamentos comunitários para várias faixas etárias ou funções, mais
próximos dos moradores e com raios de abrangência mais bem distribuídos. Na gura e tabela a
seguir está representado um comparativo entre dois modelos de ocupação recorrentes nas
cidades em uma área de 1 ha (10.000m²), um unifamiliar térreo com 36 unidades habitacionais
de 70m², e outro exemplo com 364 unidades habitacionais (também com 70m² cada), com 7
pisos verticalizados (aproximadamente 21m de altura total), destacando-se os custos em
relação a densidade bruta e líquida nos dois exemplos. Cabe expressar ainda que, no segundo
exemplo (multifamiliar), é possível estabelecer o uso misto com maior e ciência (em
pavimentos térreos), tendo em vista o aumento considerável de moradores numa mesma área.
Outro ponto importante é quanto ao custo nos dois casos exempli cados, pois enquanto o
unifamiliar tem um custo estimado de US$ 260 mil, o multifamiliar tem US$ 400 mil, ou seja,
54% a mais. Contudo, se o cálculo do custo de urbanização for feito por domicílio ou número de
habitantes pela área, o valor do unifamiliar, com US$ 2.131/habitante, é 6,6 vezes maior que os
US$ 323/habitante do exemplo multifamiliar, o que demonstra que essa diferença muito
relevante para a viabilização de políticas habitacionais mais abrangentes e democráticas.
Considerações nais
A sustentabilidade das cidades perpassa pela discussão sobre a sua densidade como imposição
morfológica no espaço urbano, pois é este um dos principais elementos de controle e
monitoramento espacial e ocupacional no espaço urbano enquanto fenômeno de dispersão
territorial. É a densidade urbana inserida na morfologia que determinará o grau de
acessibilidade, a proximidade e o acesso ao emprego e à habitação, com adequada infraestrutura
à população economicamente desfavorecida. Por sua vez, a e ciência em infraestrutura e no uso
e ocupação do solo urbano em sinergia com as disponibilidades e suportes ambientais do
sistema-entorno são pontos vitais no processo de planejamento e gestão de cidades
sustentáveis.
A pressão demográ ca, mesmo que minimizada para as próximas décadas, gerou ao longo dos
últimos 50 anos um forte dé cit socioespacial e socioeconômico que intensi cou a ocupação
irregular nas áreas periurbanas das cidades brasileiras, a exemplo do que ocorreram nos demais
países em desenvolvimento. O grande desa o à gestão e à política urbana para essas regiões é
suprir a demanda por habitat urbano com qualidade e otimização na aplicação dos parcos
recursos disponíveis. Assim, a densidade passa a ser um fator-chave desse dilema urbano
nacional e latino-americano, pois ela pode prenunciar uma melhor alocação de recursos per
capita caso se opte por um processo de ocupação de maior compactação; ou então, poderá
transformar as ações governamentais no campo de habitação de interesse social num fenômeno
urbano agravante das questões sociais (por não atender a todos e custar caro aos cofres
públicos) e ambientais (por ocupar grandes áreas naturais periurbanas e poluir o meio ambiente
com infraestrutura e serviços urbanos onerosos e de citários).
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 26/38
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e, ao mesmo tempo, fortalecer os cofres públicos, acabam por não ocorrer face à política
patrimonialista e clientelista vigente em grande parte das cidades.
É evidente que, pelo cenário descrito, muitos são os problemas conjunturais e de gestão urbana.
Mas retomando a ideia de aplicar critérios mais objetivos para a tomada de decisões na
formulação de leis urbanísticas, índices ou coe cientes construtivos para distintas partes da
cidade, na gura a seguir, está representado uma síntese de um processo de avaliação da
densidade urbana e aplicação de índices ou indicadores de qualidade urbana (que podem
contemplar campos da qualidade de vida e sustentabilidade).
decisões projetuais permitiu a permanência das famílias na mesma terra, mantendo os vínculos
de vizinhança, trabalho e comunidade de décadas. Similar a esse conceito de manutenção da
comunidade no lugar, o projeto amazonense PROSAMIM (59) (Programa Social e Ambiental dos
Igarapés de Manaus), coordenado pelo arquiteto Luiz Fernando de Almeida Freitas (60), buscou
manter a proximidade das 567 novas habitações de 54 m² cada de até 3 pavimentos, numa área
de 92.376 m², junto às áreas antes destinadas às pala tas nas margens dos igarapés de Manaus-
AM, contudo, respeitando as áreas de proteção ambiental e segurança perante às cheias dos
córregos, a partir de uma densidade bruta de 207 hab/ha, que possibilitou maiores gabaritos e
proximidade das habitações aos equipamentos urbanos.
Exemplos de recentes projetos no Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo) que propõem conjuntos
habitacionais mais compactos e qualitativos, com equipamentos urbanos próximos às
residências [Elaborado pelos autores]
A discussão sobre a densidade urbana no contexto nacional e internacional não deve ser
generalizada, pois as particularidades geográ cas, demográ cas, socioeconômicas, culturais,
entre outras, são distintas e variadas. Desta forma, conceitos de alta e baixa densidade e o que
aceitável ou não são muito especí cos para os diversos continentes, países, cidades ou bairros.
Porém, também há uma grande pressão por mudanças que geralmente apontam para a
compactação urbana e para a maior densidade habitacional. Apesar de existir em grande parte
das cidades brasileiras uma certa resistência considerável à compactação urbana, seja ela
cultural (face às referências das famílias à casa do campo e ao quintal), econômica ou política
(em decorrência de interesses ou ausência de planejamento urbano e territorial especí co), o
impacto da dispersão urbana sobre o meio-ambiente e a otimização de custos urbanos por
habitante contrariam o predomínio da baixa densidade. O que se deve propor são estudos
técnico-cientí cos orientadores para o planejamento urbano e regional sobre os processos de
uso e ocupação do solo, da escala regional à local, estabelecendo-se assim padrões de ocupação
coerentes com as condicionantes e determinantes de cada localidade urbana a serem testados,
simulados e mensurados de forma contínua.
notas
1
Pesquisa em Projetos de Arquitetura e Urbanismo Mais Sustentáveis (2012-2016) – vinculado ao
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba –
PPGAU-UFPB, João Pessoa-PB, Brasil, e ao Pós-Doutorado em Arquitetura e Urbanismo na
Universidade de Lisboa, em Portugal. Apoio nanceiro da CAPES, ainda em andamento. Este
artigo é a síntese desta primeira fase concluída.
2
Como parâmetro para o Desenho Urbano e à crítica analítica dos casos escolhidos pela pesquisa,
optou-se por esses dois critérios de densidade (populacional e habitacional), como ferramenta
mais simpli cada e capaz de estabelecer comparações e cenários.
3
MERLIN, Pierre; CHOAY, Françoise. (2000). Dictionnaire de L’Urbanisme et de L’aménagement.
Paris: Presses Universitaires de France, 2000.
4
Idem.
5
Essa de nição difere em partes do método adotado pela pesquisa, que contabiliza a densidade
bruta como a área a ser parcelada e ocupada (vias, equipamentos, habitações) – Acioly &
Davidson (1998) –, exceto as áreas de preservação, e densidade líquida como área de potencial
construtivo para a habitação e usos mistos – área loteável –, exceto vias e calçadas. Essa
caracterização será melhor de nida no capítulo seguinte deste artigo.
6
ALEXANDER, Christopher; ISHIKAWA, Sara; Silverstein, Murray. Uma linguagem de Padrões / A
Pattern Language. Porto Alegre: Bookman, 2013.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 30/38
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7
MERLIN, Pierre; Choay, Françoise. Dictionnaire de L’Urbanisme et de L’aménagement. Paris:
Presses Universitaires de France, 2000.
8
BERTAUD, A. Metropolis:A Measure of the Spatial Organization of 7 Large Cities, In Alain Bertaud
Web Page.
9
BERTAUD, A.; Malpezzi, S. The Spatial Distribution of Population in 48 World Cities: Implications
for Economies in Transition, In Alain Bertaud Web Page.
10
ALEXANDER, Christopher. A city is not a tree. Design, London: Council of Industrial Design, n°
206, 1966.
11
Idem.
12
Além das cidades norte-americanas (EUA e Canadá) e da Bretanha, países como África do Sul,
Austrália e Nova Zelândia obedecem aos semelhantes princípios de urbanização dispersa e de
baixa densidade das Cidades Jardins.
14
Congresso Internacional da Arquitetura Moderna.
15
Avanço das tecnologias de mapeamento por imagens de satélite se dá nesse período. Acesso a
essas novas tecnologias SIG amparam a crítica dos impactos da urbanização.
16
JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades.São Paulo: Martins Fontes, 2000.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 31/38
7/23/2017 arquitextos 189.07 urbanismo: Densidade, dispersão e forma urbana | vitruvius
17
Jacobs (1961 e 2000 – trad.); Alexander, Ishikawa & Silverstein (1977 e 2013 – trad.); Lozano
(1990); Duany, A. & Plater-Zyberk, E. (1991 e 2001); Jenks et al (1996); Girardet (1997); Breheny
(1997); Acioly & Davidson (1998); Hall (1999); Rueda (1999 e 2002); Newman & Kenworth
(1999); Florida (2002); Burton (2002); Carmona & Tiesdell (2003); Bertaud & Malpezzi (2003);
Bertaud (2004); Rogers & Gumuchdjian (2005); Carmona et al (2007); Kann & Leduc (2008);
Edwards (2008); Pont & Haupt (2010); Gauzin-Muller (2011); Farr (2013); Gehl (2014);
Mostafavi (2014), entre outros teóricos do urbanismo defensores da compactação urbana.
18
Pont, Meta B.; Haupt, Per. Spacematrix: Space, Density and Urban Form. Rotterdam: NAI
Publishers, 2010.
19
Bertaud, A.; Malpezzi. The Spatial Distribution of Population in 48 World Cities: Implications
for Economies in Transition, In Alain Bertaud Web Page.
20
Acioly, C. e Davidson, F. (1998). Densidade Urbana: um instrumento de planejamento e gestão
urbana, / tradução Claudio Acioly, Rio de Janeiro, Mauad.
21
Em estudos urbanos sobre a densidade urbana (populacional ou habitacional), a unidade de
medida mais utilizada é o Hectare (Ha). (Acioly & Davidson, 1998: 16).
22
ACIOLY, C; DAVIDSON, F. Densidade Urbana: um instrumento de planejamento e gestão urbana.
Tradução Claudio Acioly, Rio de Janeiro, Mauad, 1998.
23
Idem.
24
Idem.
25
MASCARÓ, J. Desenho Urbano e Custos de Urbanização, Brasília, MHU/SAM.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 32/38
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26
ZMITROWICZ, W.; De Angelis Neto, G. Infra-Estrutura Urbana,São Paulo, Textos Técnicos,
POLI-USP, 1997.
27
PONT, Meta B.; Haupt, Per. Spacematrix: Space, Density and Urban Form. Rotterdam: NAI
Publishers, 2010.
28
ROMERO, M. A. B. Arquitetura do Lugar: uma visão bioclimática da sustentabilidade em Brasília,
São Paulo, Nova Técnica Editorial, 2011.
29
SILVA, G. J. A. da Cidades sustentáveis: uma nova condição urbana. Estudo de Caso: Cuiabá-MT,
Tese de Doutorado (Arquitetura e Urbanismo), Brasília-DF, PPG-FAU-UnB.
30
FARR, Douglas. Urbanismo Sustentável. Porto Alegre: Bookman, 2013.
31
BERTAUD, A.; Malpezzi, S. The Spatial Distribution of Population in 48 World Cities: Implications
for Economies in Transition, In Alain Bertaud Web Page, 2003.
32
Idem.
33
BERTAUD, Alain. The spatial organization of cities: Deliberate outcome or unforeseen
consequence? In Alain Bertaud Web Page, 2004. Disponível em: <http://alain-
bertaud.com/images/AB_The_spatial_organization_of_cities_Version_3.pdf[1]>. Acesso em:
23/09/2011.
34
Idem.
35
BERTAUD, A. The Spatial Structure of Cities: International Examples of the Interaction of
Government, Topography and Markets, In Alain Bertaud Web Page.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 33/38
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36
SILVA, G. J. A. da. Cidades sustentáveis: uma nova condição urbana. Estudo de Caso: Cuiabá-MT,
Tese de Doutorado (Arquitetura e Urbanismo), Brasília-DF, PPG-FAU-UnB, 2011.
37
ZMITROWICZ, W.; De Angelis Neto, G. Infra-Estrutura Urbana,São Paulo, Textos Técnicos,
POLI-USP, 1997.
38
Idem.
39
Idem.
40
Idem.
41
MIRANDA, E. E. de; Gomes, E. G. e Guimarães, M. Mapeamento e estimativa da área urbanizada
do Brasil com base em imagens orbitais e modelos estatísticos, Campinas-SP, Embrapa,
Monitoramento por Satélite, 2005. Disponível em:
<http://marte.sid.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.12.11.18/doc/3813.pdf[2]>
42
A pesquisa não buscou conferir a metodologia de análise desses trabalhos, apenas cita as
publicações divulgadas pelos autores.
43
Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística. Resultados do Censo 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/censo2010/resultados_do_censo2010.php[3]>.
44
ZMITROWICZ, W.; De Angelis Neto, G. Infra-Estrutura Urbana,São Paulo, Textos Técnicos,
POLI-USP, 1997.
45
Essas estimativas de custos foram revistas neste trabalho a partir de novos dados de custos de
urbanização calculados em 2012 (Infraestrutura Urbana, Editora PINI).
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 34/38
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46
MASCARÓ, J. Infra-estrutura urbana, Porto Alegre, Masquatro Editora, 2005.
47
United Nations. World Urbanization Prospects: The 2014 Revision. Department of Economic
and Social Affairs, Population Division. Nova York: UN-DESA, 2015. Disponível em:
<http://esa.un.org/unpd/wup/>[4].
48
Idem.
49
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. 5ª Ed., 2. Reimpressão, São Paulo, EdUSP, 2009.
50
IBGE – Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2008). Projeção da População do Brasil
por Sexo e Idade Para O Período 1980-2050, revisão 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística. Resultados do Censo 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/censo2010/resultados_do_censo2010.php[5]>.
51
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira, 5ª Ed., 2. Reimpressão, São Paulo, EdUSP.
52
Esta a rmação de custos decorre dos cálculos produzidos nesta pesquisa, mapeados em frações
urbanas de 5ha, mas que não consideram os custos especí cos de urbanização face à qualidade e
tempo/período de execução, ou mesmo período histórico em que a obra fora realizada. Assim,
trabalhou-se com custos atuais de urbanização, notadamente, do ano de 2012, no padrão
construtivo e de custos brasileiro, o que possibilitou apontar alternativas de densidades mais
econômicas neste cenário.
53
BERTAUD, A.; Malpezzi, S. The Spatial Distribution of Population in 48 World Cities: Implications
for Economies in Transition, In Alain Bertaud Web Page, 2003.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.189/5957 35/38
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54
ACIOLY, C; DAVIDSON, F. Densidade Urbana: um instrumento de planejamento e gestão urbana.
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3. http://www.ibge.gov.br/censo2010/resultados_do_censo2010.php
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5. http://www.ibge.gov.br/censo2010/resultados_do_censo2010.php
6. http://www.elementalchile.cl/%3E
7. http://prosamim.am.gov.br/
8. http://cooperaativa.blogspot.com.br/%3E
9. http://www.bkweb.com.br/%3E
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