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“HAMARTIOLOGIA

NO PENSAMENTO REFORMADO”

Wilie Anowik Silva

São Paulo - 2017

1
WILIE ANOWIK SILVA

“HAMARTIOLOGIA

NO PENSAMENTO REFORMADO”

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho apresentado como exigência


parcial para a obtenção do Título de Bacharel
em Teologia à comissão julgadora da FAETEL
- Faculdade de Educação Teológica Logos, sob
a Orientação do professor Luiz Guatura da
Silva e Neto.

São Paulo – 2017


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JULGAMENTO

FAETEL - Faculdade Teológica de Ciências


Humanas e Sociais Logos

Bacharel em Teologia

Comissão de Doutores e Mestres

________________________________________

Nome do Professor Dr. Ou MSc.


Professor Orientador
________________________________________

Nome do Professor Dr. Ou MSc.

________________________________________

Nome do Professor Dr. Ou MSc.

3
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de Conclusão de Curso, Àquele que me


chamou a existência e inseriu em meu ser a essência do seu
Maravilhoso e Divino Ser. Dedico a minhas irmãs, esposa,
filhas e amigos, que contribuíram de forma decisiva para a
conclusão deste trabalho.

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus que foi o incentivo especial, ao


Corpo de docentes da FAETEL que contribuíram para o
desenvolvimento da minha reflexão Teológica, aos meus
colegas de estudo e ao povo de Deus pela partilha de suas
experiências pastorais.

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RESUMO

As Escrituras diagnosticam o pecado como uma deformidade universal da


natureza humana, deformidade que se manifesta em cada pormenor da vida de cada
pessoa. Ambos os Testamentos descrevem o pecado como rebelião contra as
normas de Deus, como deixar de atingir o alvo que Deus estabeleceu para nós,
transgredir a lei de Deus, ofender a pureza de Deus pela nossa corrupção e incorrer
em culpa diante de Deus, o Juiz. É uma mentalidade que luta contra Deus para fazer
o papel de Deus. A raiz do pecado é o orgulho e a inimizade contra Deus, o espírito
visto na primeira transgressão de Adão. E os atos pecaminosos têm sempre, atrás
de si, pensamentos e desejos que, de um modo ou de outro, expressam a
deliberada oposição do coração às reivindicações de Deus sobre nossa vida.
O pecado pode ser definido como quebra da lei de Deus ou falta de
conformidade com essa lei, em qualquer aspecto da vida, quer nos pensamentos,
nas palavras ou nas ações.
"Pecado Original", que quer dizer pecado derivado de nossa origem, não é uma
expressão bíblica (a expressão é de Agostinho), mas coloca em foco a realidade do
pecado no nosso sistema espiritual. A expressão "pecado original" não significa que
o pecado faça parte da natureza humana como tal, pois "Deus fez o homem reto".
Nem significa que o processo de reprodução e nascimento seja pecaminoso; a
impureza associada à sexualidade na Lei era típica e cerimonial e não moral. Mais
exatamente, "pecado original" significa que a pecaminosidade marca a cada um
desde o nascimento, na forma de um coração inclinado para o pecado, antes de
quaisquer pecados de fato cometidos. Essa pecaminosidade íntima é a raiz e a fonte
desses pecados atuais. Ela nos foi transmitida por Adão, nosso primeiro
representante diante de Deus. A doutrina de pecado original nos diz que nós não
somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores,
nascidos com uma natureza escravizada ao pecado.

Palavras-chaves: Pecado, Pecado Original, Reforma e Teologia.

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ABSTRACT
The Scriptures diagnose sin as a universal deformity of human nature,
deformity that manifests itself in every detail of each person's life. Both Testaments
describe sin as rebellion against God's standards, such as failing to attain the goal
that God has set for us, transgressing the law of God, offending God's purity for our
corruption, and incurring guilt before God the Judge . It is a mentality that fights
against God to play the role of God. The root of sin is pride and enmity against God,
the spirit seen in the first transgression of Adam. And sinful acts always have, behind
them, thoughts and desires which, in one way or another, express the deliberate
opposition of the heart to God's claims upon our lives.
Sin can be defined as breaking God's law or lack of conformity with this law,
in any aspect of life, whether in thoughts, words or deeds.
"Original Sin," which means sin derived from our origin, is not a biblical
expression (the phrase is Augustine's), but it focuses on the reality of sin in our
spiritual system. The expression "original sin" does not mean that sin is part of
human nature as such, for "God made man upright." Nor does it mean that the
process of reproduction and birth is sinful; the impurity associated with sexuality in
the Law was typical and ceremonial rather than moral. More exactly, "original sin"
means that sinfulness marks each one from birth, in the form of a heart inclined to
sin, before any sins actually committed. This intimate sinfulness is the root and
source of these actual sins. It was transmitted to us by Adam, our first representative
before God. The original doctrine of sin tells us that we are not sinners because we
sin, but we sin because we are sinners, born with a nature enslaved to sin.

Keywords: Sin, Original Sin, Reformation and Theology.

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SUMÁRIO
JULGAMENTO____________________________________________________________________3
DEDICATÓRIA____________________________________________________________________4
AGRADECIMENTOS_______________________________________________________________5
RESUMO________________________________________________________________________6
ABSTRACT______________________________________________________________________7
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________9
CAPÍTULO 1 OS CONCEITOS DA ORIGEM DO PECADO NA HISTÓRIA DA IGREJA__________15
1.1 CONCEITOS DOS PAIS DA IGREJA______________________________________________15
1.2 CONCEITOS DO SEMIPELAGIANISMO____________________________________________16
1.3 CONCEITOS DOS REFORMADORES_____________________________________________17
1.4 OUTROS CONCEITOS_________________________________________________________17
CAPÍTULO 2 O PECADO ORIGINAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NUMA ANÁLISE BÍBLICA_____19
2.1. NO ANTIGO TESTAMENTO_____________________________________________________20
2.2. NO NOVO TESTAMENTO______________________________________________________23
2.3. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO______________________________________________23
2.3.1. A MORTE ESPIRITUAL_______________________________________________________23
2.3.2. A ESCRAVIDÃO DAS OBRAS__________________________________________________27
2.3.3. A ESCRAVIDÃO DO ENTENDIMENTO__________________________________________27
2.3.4. A ESCRAVIDÃO DA VONTADE________________________________________________28
CAPÍTULO 3 DEFINIÇÕES DO PECADO NUMA ANÁLISE SISTEMÁTICA___________________30
3.1. O PECADO ORIGINAL_________________________________________________________30
3.2. OS PECADOS REAIS__________________________________________________________34
3.2.1. A DEPRAVAÇÃO TOTAL______________________________________________________35
3.2.2. A INCAPACIDADE TOTAL_____________________________________________________38
3.3. O PECADO E O LIVRE-ARBÍTRIO________________________________________________39
CONCLUSÃO____________________________________________________________________42
BIBLIOGRAFIA___________________________________________________________________44

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INTRODUÇÃO
A presente pesquisa refletirá a respeito da doutrina do pecado, seu propósito
e significado numa perspectiva bíblica, teológica e histórica, destacando seus
aspectos e suas conseqüências na humanidade a partir do pensamento reformado.
O objetivo geral é “trazer a luz” o conhecimento da doutrina do pecado com
embasamento nos escritos dos reformadores. Refletir, numa perspectiva histórica,
sobre a origem do pecado. Identificar a origem e as conseqüências do pecado a
partir do contexto bíblico. Compreender a influência que a humanidade vem sofrendo
do pecado ao longo de sua existência numa cosmovisão reformada.
A gênese do problema central, levantado aqui, aponta a crise de excesso de
significados e conseqüências o pecado pregado ou ensinado hoje na cristandade. O
problema é constituído de algumas questões vertebrais e outras recorrentes. As
perguntas de destaque na “gravura” que ora se desenha dizem respeito em relação
à doutrina e o período da Reforma Protestante que foi o cenário para os escritos de
Martinho Lutero, João Calvino e outros reformadores. Durante toda a evolutiva da
pesquisa, este pano de fundo servirá de espinha dorsal da mesma. Este
procedimento acontece sobre três questões pilares, erigidas da seguinte forma:
primeiro como foi definido a origem do pecado, segundo os religiosos ao longo da
história? Uma questão recorrente ligado diretamente a esta, reflete a: divergência
nas definições durante o período da Reforma Protestante. Segundo, qual a base
bíblica da origem e conseqüências do pecado? Terceiro, como se define pecado e
quais as influências que o homem ainda sofre dele? Ou seja: herdamos a natureza
pecaminosa em Adão? Desta questão surge outra ligada ao castigo do homem logo
depois da queda, no jardim do Éden. No plano de Salvação (morte e ressurreição de
Jesus Cristo) o homem recebe a justificação dos seus pecados, entretanto a
pergunta é: o homem é culpado e corrupto em adão ou o homem é apenas corrupto
e não culpado?
Os problemas vertebrais e recorrentes estão diretamente relacionados à
doutrina do pecado. Esses, portanto, que ora se apresentam são formulados levando
em consideração os aspectos e questões fundamentais sobre as perspectivas
bíblica, teológica e histórica.

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A sociedade pós-cristã de hoje reduz o pecado a sentimentos ou atos,
desconhecendo ou rejeitando totalmente o mal. Mais insidiosamente, o estudo do
pecado é frustrado pelo próprio mal, uma vez que este é irracional por natureza.
Adão e Eva foram criados “bons” e colocados num jardim idílico, no Éden,
desfrutando de estreita comunhão com Deus (Gn 1.26-2.25). Por não serem divinos
e porque eram capazes de pecar, era necessária uma contínua dependência de
Deus. Semelhantemente, precisavam comer regularmente da árvore da vida. Isto
nos é sugerido pelo convite a comer de todas as árvores, inclusive da árvore da vida,
antes da Queda (Gn 2.16), e pela rigorosa proibição depois desta (Gn 3.22,23).
Houvessem obedecido, teriam sido frutíferos e alegres para sempre (Gn 1.28-30).
As Escrituras ensinam que o pecado de Adão afetou muito mais que a ele
próprio (Rm 5.12-21; 1Co 15.21,22). Esta questão é chamada pecado original, toda
a humanidade, em algum sentido, está unida ou vinculada, como numa única
entidade, a Adão (por causa dele, todas as pessoas estão fora da bem-aventurança
do Éden; Rm 5.12-21; 1Co 15.21,22).
Se passarmos dez minutos assistindo as noticias na televisão, ou lendo
qualquer jornal das grandes cidades, será suficiente para as pessoas com o mínimo
de bom senso chegarem a conclusão de que há algo tragicamente errado com o
mundo. Guerras, fomes, enchentes, genocídios, corrupção, opressão e exploração
dos pobres, assassinatos e todo tipo de injustiça e violência contra o ser humano
parecem ser normais no cotidiano. A história da raça humana esta cheia de soluções
propostas e aplicadas. Tentativas de reforma da sociedade através da educação, ou
do controle da sociedade por meio de leis mais rígidas, ou de vários sistemas de
governo que surgiram, sejam democráticos ou ditatoriais, fazem parte da nossa
historia, mas o problema ainda persiste. Por que o homem não consegue encontrar
paz e justiça? A persistência do mal sugere que o problema não se resume apenas a
uma questão de estruturas sociais corrompidas. Parece que a natureza do ser
humano é afligida por um estranho vicio de fazer o que e errado.

O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos


mais profundos problemas da filosofia e da teologia. É um problema que se
impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e

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universal, é uma doença sempre presente na vida em todas as
manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida de todos os
homens. Os filósofos foram constrangidos a encarar o problema e a
procurar uma resposta quanto à origem de todo mal, e particularmente do
mal moral, que há no mundo. A alguns, pareceu uma parte de tal modo
integrante da vida, que buscaram a solução na constituição natural das
coisas. Outros, porém, estão convictos que o mal teve uma origem
voluntária, isto é, que se originou na livre escolha do homem, quer na
existência atual quer numa existência anterior. Estes acham-se bem mais
perto da verdade revelada na Palavra de Deus. (BERKOF, 2012, p. 203)

O ensino bíblico a respeito do pecado apresenta nitidamente dupla face: a


depravação abissal da humanidade e a sobrepujante glória de Deus. A sombra do
pecado está sobre cada aspecto da existência humana. Fora de nós, o pecado é um
inimigo que seduz; por dentro, compele-nos ao mal, ermo parte de nossa natureza
caída. Nesta vida, o pecado é intimamente conhecido, ainda que permaneça
estranho e misterioso. Promete a liberdade, mas escraviza, produzindo desejos que
não podem ser satisfeitos. Quanto mais nos debatemos para escapar ao seu
domínio, tanto mais ele nos enlaça. Compreender o pecado nos ajuda no
conhecimento de Deus, porém o pecado distorce até mesmo nosso conhecimento
do próprio-eu. Mas se a luz da iluminação divina consegue penetrar essas trevas, e
não somente as trevas mas também a própria luz, então poderão ser melhor
analisadas.
Portanto, as perguntas que precisamos levantar são as seguintes: qual a
origem destes males e vícios? Ate que ponto a natureza humana foi afetada pelo
pecado? Quais aspectos da constituição do ser humano foram afetados pelo
pecado? Quais as consequências do pecado de Adão para o restante da raça
humana? Como o pecado age nas estruturas humanas? Neste estudo da doutrina
do pecado buscamos respostas para questões como essas.
Percebe-se a importância prática do estudo do pecado na sua gravidade. O
pecado é contra Deus. Afeta a totalidade da criação, inclusive a humanidade. Até
mesmo o menor dos pecados pode provocar o juízo eterno. E o remédio para o
pecado é nada menos que a morte de Cristo na cruz. Os resultados do pecado

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abrangem todo o terror do sofrimento e da morte. Finalmente, as trevas do pecado
demonstram - num contraste nítido e terrível - a glória de Deus.
O tema pecado é academicamente relevante, pois a importância prática do
estudo da natureza do pecado também pode ser percebida no seu relacionamento
com outras doutrinas. O pecado distorce todos os conhecimentos e lança dúvidas
sobre eles.
O estudo da natureza divina deve considerar o controle providencial de Deus
sobre um mundo amaldiçoado pelo pecado. O estudo do Universo deve descrevê-lo
como tendo sido criado bom, mas que agora geme, ansiando pela redenção. O
estudo da humanidade deve considerar a natureza humana, que se tornou
grotescamente desumana e desnaturada. A doutrina de Cristo depara-se com a
pergunta de como a natureza plenamente humana do Filho de Deus, nascido de
uma virgem, pode ser totalmente impecável. O estudo da salvação deve declarar
não somente para qual destino a humanidade é salva, mas também de qual destino
foi resgatada. A doutrina do Espírito Santo deve considerar a convicção e a
santificação, levando em conta a carne pecaminosa. A doutrina eclesiástica deve
adaptar seu ministério a essa humanidade distorcida pelo pecado, dentro e fora da
Igreja. O estudo dos tempos do fim precisa descrever, e também defender, o juízo
divino contra os pecadores ao mesmo tempo que aponta o fim do pecado.
Finalmente, cabe à teologia prática evangelizar, aconselhar, educar, governar a
Igreja, influir na sociedade e encorajar a santidade a despeito do pecado.
O tema pecado é pessoalmente relevante, pelo seguinte fato: Ao
defendermos a fé cristã, defrontamos com um dilema ético: como pode existir o mal
no mundo governado por um Deus onipotente e inteiramente bom?
A sociedade pós-cristã de hoje reduz o pecado a sentimentos ou atos,
desconhecendo ou rejeitando totalmente o mal. Mais insidiosamente, o estudo do
pecado é frustrado pelo próprio mal, uma vez que este é irracional por natureza.
O número de conceitos extrabíblicos é imenso. A despeito de não serem
bíblicos, estudá-los é importante porque nos permite: (1) pensar mais clara e
biblicamente a respeito do Cristianismo; (2) defender melhor a fé e elaborar uma
crítica mais correta dos outros sistemas; (3) avaliar mais criticamente as novidades
em psicoterapias, programas políticos, abordagens educacionais, e assim por diante;

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e (4) ministrar de modo mais eficaz aos crentes e não-crentes que mantêm essas e
outras ideias antibíblicas.
Alguns acreditam que o pecado e o mal não sejam reais, porém meras
ilusões que podem ser vencidas pela percepção correta. A Ciência Cristã, o
hinduísmo, o budismo, o pensamento positivo de alguns tipos de cristianismo
popular, boa parte da psicologia e aspectos do movimento da Nova Era ressoam
essa teoria.
Entre os mais antigos conceitos de pecado está o dualismo, a crença de que
há uma luta entre forças preexistentes iguais (virtual ou realmente) - os deuses do
bem e do mal. As duas forças cósmicas, com sua luta, são a causa da
pecaminosidade na esfera temporal. Muitas vezes, a matéria má (especialmente a
carne) ou contém ou realmente é pecado, que deve ser conquistado. Essa ideia
aparece nas religiões do Oriente Próximo antigo, como o gnosticismo, o
maniqueísmo e o zoroastrismo. Em muitas versões do hinduísmo e do budismo, bem
como na sua descendente, a Nova Era, o mal é reduzido a uma necessidade amoral.
A teologia moderna vê "deus" como finito ou até mesmo em evolução moral.
E o mundo sofrerá males enquanto o lado escuro da natureza divina não for
controlado, ideia típica da mistura que a teologia do processo faz com a física e o
misticismo oriental.
Grande parte do pensamento popular, o cristianismo desinformado, o
islamismo e muitos sistemas moralistas sustentam que o pecado consiste somente
em ações deliberadas. Pessoas moralmente livres simplesmente fazem escolhas
livres. Não existe a natureza pecaminosa, apenas eventos reais do pecado. A
salvação é simplesmente comportar-se melhor e praticar o bem.
O ateísmo sustenta que o mal é meramente uma probabilidade de um
cosmos sem Deus. O pecado é rejeitado, a ética é apenas questão de preferência, e
a salvação, mera autopromoção humanística.
Embora muitas dessas teorias pareçam conter algum discernimento,
nenhuma delas aceita a Bíblia como revelação plenamente inspirada. As Escrituras
ensinam que o pecado é real e pessoal; que se originou na queda de Satanás, um
ser pessoal, maligno e ativo; e que, através da queda de Adão, propagou-se entre a
humanidade, que fora criada boa por um Deus totalmente bom.

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O procedimento utilizado neste trabalho será histórico e comparativo, e as
investigações terão caráter teórico e de pesquisa bibliográfica enfocando autores
conceituados dentro do tema, com o propósito de suscitar questões históricas e
teológicas reformulados no período da Reforma Protestante.
Os referenciais teóricos deste trabalho são preferencialmente os escritores
do período reformado que reorganizaram as literaturas teológicas numa perspectiva
bíblica principalmente apostólica e patrística. Na fundamentação bibliográfica as
principais obras destacadas são: As Institutas: CALVINO, João (1559). As obras
catalogadas nas referências bibliográficas desta pesquisa recebem especial
importância, pois destacam os resultados da reorganização das literaturas teológicas
do período renascentista.
As Institutas de Calvino são obras reformadas importantíssimas na pesquisa
bibliográfica. A Teologia Sistemática de Berkhof, de Grudem, de Barvinick e outras
literaturas catalogadas nas referências bibliográficas são mais recentes, porém de
especial importância para o desenvolvimento da pesquisa, estas possuem
conclusões e explicações da doutrina reformada que contribuem a este trabalho.
Este trabalho propõe “trazer a luz” o conhecimento da doutrina do pecado
sustentado nos escritos do período da Reforma Protestante. Esta proposta é
galgada com sucesso nas literaturas catalogadas nas referências bibliográficas que
juntas sustentam uma ponte para alcançar na história da igreja, justamente no
período reformado, preconizado pelas Institutas de Calvino e outros poucos escritos
publicados em português deste período à estimável elucidação deste tema. As
hipóteses erigidas neste projeto de pesquisa obtêm êxitos a partir de um minucioso
exame nas obras arroladas nas referências bibliográficas.

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Capítulo 1
OS CONCEITOS DA ORIGEM DO PECADO NA HISTÓRIA DA
IGREJA

1.1 Conceitos dos Pais da Igreja

Os mais antigos “pais da igreja”, assim chamados, não falam muito


definidamente da origem do pecado, conquanto a ideia de que se originou na
voluntária transgressão e queda de Adão no paraíso já achasse nos escritos de
Irineu. Esta se tornou logo a ideia dominante na igreja, especialmente em oposição
ao gnosticismo, que considerava o mal inerente à matéria e, como tal, produto do
Demiurgo. O contato da alma humana com a matéria imediatamente a tornou
pecaminosa. Essa teoria naturalmente priva o pecado do seu caráter voluntário e
ético. Orígenes procurou manter isso com a sua teoria do pré-existencialismo.
Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente numa existência
anterior e, portanto, entraram no mundo numa condição pecaminosa. Esta ideia
platônica estava tão sobrecarregada de dificuldades que não pôde encontrar
aceitação geral. Contudo, durante os séculos dezoito e dezenove foi defendida por
Mueller e Rueckert, e por filósofos como Lessing, Schelling e J. H. Fichte.
Em geral os chamados pais da igreja grega, do terceiro e do quarto século,
mostravam certa inclinação para reduzir entre o pecado de Adão e o dos seus
descendentes, ao passo que os “pais” da igreja latina ensinavam cada vez com
maior clareza que a atual condição pecaminosa do homem encontra a sua
explicação na primeira transgressão de Adão no paraíso. Os ensinos da igreja
oriental culminaram finalmente no pelagianismo, que negava a existência de alguma
relação vital entre ambos, enquanto que os da igreja ocidental chegaram ao seu
ponto culminante no agostinianismo, que acentuava o fato de que somos culpados e
corruptos em Adão.

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