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Vitaminas
Fundamentais para a manutenção dos processos biológicos vitais, as vitaminas só começaram a ser estudadas no
início do século XX. Já bem antes, porém, sabia-se ser necessário incluir certos alimentos na dieta, para evitar
algumas doenças.
Vitamina é um composto orgânico biologicamente ativo, necessário ao organismo em quantidades muito reduzidas
para manter os processos vitais. Como as enzimas, representa um autêntico biocatalizador, que intervém em
funções básicas dos seres vivos, como o metabolismo, o equilíbrio mineral do organismo e a conservação de certas
estruturas e tecidos.
Nos séculos XVIII e XIX, várias observações empíricas demonstraram que existiam nos
alimentos algumas substâncias que evitavam doenças como o beribéri e o escorbuto. Até o
início do século XX, no entanto, não se comprovara a importância efetiva de tais compostos,
a que em 1912 o químico polonês Casimir Funk chamou vitaminas. As vitaminas diferem
entre si consideravelmente quanto a estrutura, propriedades químicas e biológicas e
atuação no organismo.
A carência de vitaminas na dieta produz doenças graves, as avitaminoses, como o raquitismo, a nictalopia (cegueira
noturna), a pelagra, diversas alterações no processo de coagulação do sangue e a esterilidade. Também a ingestão
excessiva de vitaminas pode c ausar per turbações orgânicas, as hiper vitaminoses.
As necessidades vitamínicas de um indivíduo variam de acordo com fatores como idade, clima, atividade que
desenvolve e estresse a que é submetido. A quantidade de vitaminas presente nos alimentos também não é
constante. Varia de acordo com a estação do ano em que a planta foi cultivada, o tipo de solo ou a forma de
cozimento do alimento (a maior parte das vitaminas se altera quando submetida ao calor, à luz, ao passar pela água
ou quando na pr esença de cer tas substâncias conser vantes ou soporíf eras).
As vitaminas r eceberam nomes científicos, mas são vulgarm ente conhecidas por letr as maiúsculas ou por um termo
associado à doença produzida pela carência da vitamina no organismo. A vitamina A ou retinol, por exemplo, é
chamada também antixeroftálmica. A classificação geral das vitaminas é feita de acordo com sua solubilidade em
água ou gordura. As vitaminas hidrossolúveis são as que compõem o complexo vitamínico B (B1, B2, B6 e B12) e a
vitamina C. As lipossolúv eis compreendem as vitaminas A, D , E e K.
Vitaminas hidrossolúveis. As vitaminas solúveis em água são absorvidas pelo intestino e transportadas pelo
sistema circulatório até os tecidos em que serão utilizadas. O grau de solubilidade varia de acordo com cada
vitamina e influi no caminho que essa substância percorre no organismo. Quando ingeridas em excesso, as
vitaminas hidrossolúveis são armazenadas até uma quantidade limitada nos tecidos orgânicos, mas a maior parte é
secretada na urina.
A tiamina ou vitamina B1 é importante no metabolismo de alguns ácidos orgânicos. Sua carência provoca uma
doença nervosa caracterizada por paralisia e insensibilidade, o beribéri. A B1 é encontrada em diversos alimentos,
principalmente na casca do arroz. A vitamina B2, ou riboflavina, cumpre importante papel na chamada cadeia
transportadora de elétrons, processo básico na respiração celular e na obtenção de energia por parte da célula. É
abundante na levedura, nos ovos e no leite. Sua deficiência produz distúrbios visuais, fissuras nos lábios e
inflamação da língua. A vitamina B6 intervém no metabolismo dos aminoácidos e sua deficiência provoca insônia,
irritabilidade, fraqueza, dor abdominal, dificuldade de andar e convulsões. São ricos em vitamina B6 (piridoxina,
piridoxamina e piridoxal) alimentos como cereais integrais, legumes e leite.
A cobalamina (vitamina B12), presente principalmente na carne de fígado, está associada à maturação dos glóbulos
vermelhos no sangue. A carência dessa vitamina se traduz em anemia pronunciada, a chamada anemia perniciosa.
A vitamina PP, também chamada niacina ou ácido nicotínico, também é um dos elementos do complexo B. Sua
carência causa a pelagra, doença que se caracteriza por erupções na pele, além de distúrbios neurológicos e
gastrintestinais.
A vitamina C ou ácido ascórbico é abundante nas frutas cítricas e vegetais verdes. Suas funções no organismo são
múltiplas: participa da síntese do colágeno (proteína importante na formação da pele saudável, tendões, ossos e
tecidos de sustentação e na cicatrização de feridas); da manutenção das paredes dos vasos sangüíneos; do
metabolismo de alguns aminoácidos; e da síntese ou liberação de hormônios da glândula supra-renal. Sua
deficiência produz o escorbuto, doença caracterizada por lesões nas gengivas, queda de dentes e hemorragias por
todo o corpo, que podem levar à morte. A hipótese de que a vitamina C ajuda a prevenir ou mesmo curar certas
doenças (como o resfriado comum ou algumas doenças malignas e infecciosas) continua a ser pesquisada, mas
sem nenhum dado científico que a compr ove.
Vitaminas lipossolúveis. As vitaminas solúveis em gorduras são absorvidas no intestino humano com a ajuda de
sais biliares segregados pelo fígado. O sistema linfático as transporta a diferentes partes do organismo. O corpo
pode armazenar uma quantidade maior de vitaminas lipossolúveis do que de hidrossolúveis. As vitaminas A e D são
armazenadas sobretudo no fígado e a E nos tecidos gordurosos e, em menor escala, nos órgãos reprodutores. O
organismo consegue armazenar pouca quantidade de vitamina K. Ingeridas em excesso, algumas vitaminas
hidrossolúveis podem alcança r níveis tóxicos no interior do o rganismo.
A vitamina A é encontrada na gema do ovo, na manteiga e nas carnes de fígado e de peixes. Não está presente nas
plantas, mas muitas verduras e frutas contêm alguns tipos de pigmentos (como o betacaroteno), que o organismo
pode converter em vitamina A. A cenoura, por exemplo, é excelente fonte de betacaroteno. A vitamina A é
fundamental para a visão e sua carência produz, entre outras doenças, o ressecamento da córnea e da conjuntiva do
olho (xeroftalmia) e a ceratomalácia (amoleciment o da córnea, com infiltração e ulceração), além de sérios
problemas gastrintestinais.
A hipervitaminose A é caracterizada por diversos sintomas, como náusea, alterações do cabelo (que ficam ásperos
e caem facilmente), ressecamento e escamação da pele, dor nos ossos, fadiga e sonolência. Também são comuns
problemas de visão, dor es de cabeça, distúrbios de cr escimento e aumento do fígado.
A vitamina D pode ser obtida do óleo de fígado de bacalhau e também pela ação da luz ultravioleta sobre alguns
esteróis. Os mais importantes desses esteróis são o 7-diidrocolesterol, formado por processos metabólicos
animais, e o ergosterol (presente em óleos vegetais). A ação da luz solar converte essas duas substâncias em
colecalciferol (vitamina D3) e ergocalciferol (vitamina D2), respectivamente. As duas participam dos processos de
absorção do cálcio na corrente sangüínea e de formação dos ossos. Sua carência causa o raquitismo, em crianças,
e a osteomalácia, em adultos, principalmente mulheres. A hipervitaminose D pode provocar fraqueza, fadiga, perda
de apetite, náusea e v ômitos.
Chamada também tocoferol, a vitamina E ocorre no gérmen de trigo, na gema de ovo, em verduras e legumes. Atua
no organismo como um inibidor dos processos de oxidação em tecidos orgânicos. Protege as gorduras insaturadas
da oxidação por per óxidos ou outros radicais livres.
A vitamina K é a naftoquinona encontrada nas folhas das plantas. Suas fontes mais abundantes são o óleo de soja,
o espinafre e a couve. É necessária na síntese orgânica de quatro fatores de coagulação do sangue: protrombina e
fatores VII, IX e X. A deficiência de vitamina K no organismo prolonga o tempo de coagulação do sangue e pode
causar hemorragias internas.
· A vitamina D não é encontr ada pronta na maioria dos aliment os; estes contêm, em ger al, um precursor que se
transforma na vitamina quando exposto aos raios ultravioleta da luz solar.
VITAMINAS
(Essenciais para a nutrição humana.)
À medida que progrediam os estudos sobre as vitaminas, ficou evidente que todo o
grupo de substâncias, provenientes da mesma fonte - os lêvedos - e solúveis em água,
deveria ser classificado junto à vitamina B. Assim nasceu a denominação de
complexo vitamínico B. A experiência clínica demonstrou mais tarde que as
manifestações de doenças por carência de uma vitamina do complexo B podem ser
curadas mais eficazmente se forem administrados, além da vitamina em déficit,
outros componentes do complexo. As melhoras resultantes seriam devidas a uma
"ação de complexo" mais completa do que a soma das ações individuais realizadas
por cada uma das vitaminas.
Algumas das vitaminas do complexo foram designadas com números que seguiam a
letra fundamentalmente (B1, B2, B3, etc.), porém na maioria dos casos receberam
nomes especiais. O complexo B compreende as seguintes vitaminas: tiamina (B1),
riboflavina (B2), ácido nicotínico (PP), ácido fólico, cianocobalamina (B12), piridoxina
(B6), ácido pantotênico, biotina, inositol, colina e ácido paraminobenzóide. Alguns
autores discutem a classificação da biotina e do inositol como elementos
componentes do complexo B. Todas essas substâncias têm grande importância na
alimentação do homem, porém somente algumas são realmente indispensáveis.
Riboflavina - o nome riboflavina advém do fato de que essa vitamina contém uma
molécula do açúcar ribose e porque pertence a uma classe de pigmentos amarelos
conhecidos pelo nome de flavinas. Esses pigmentos fazem parte integrante da
estrutura das enzimas, as flavoproteínas, que asseguram o transporte do íon
hidrogênio no interior de várias células. A riboflavina constitui fundamentalmente o
grupo ativo do ''fermento amarelo'', identificado pela primeira vez por Warburg como
o principal de toda a série de sistemas enzimáticos das mitocôndrias, estruturas
responsáveis pela respiração celular.
A vitamina B12 - Essa vitamina acabou por ser utilizada no tratamento da anemia
perniciosa em conseqüência de uma série de fatos curiosos. Alguns cientistas da
América do Norte estudavam as anemias provocadas em cães por hemorragias;
observam então que a reconstituição dos glóbulos vermelhos ocorria com maior
facilidade quando os cães eram alimentados com uma dieta muito rica em fígado.
Seguindo essas experiências obtiveram, em 1926, o primeiro sucesso terapêutico pela
administração de grande quantidade de fígado cru a doentes de anemia perniciosa.
Além de estar presente no fígado, a vitamina B12 é encontrada também em ovos, leite,
carne e peixe.
Uma das principais ações de caráter químico propriamente dita, através da qual a
vitamina B12 realiza sua função no organismo, está ligada a outros importantes
fatores vitamínicos, os ácidos fólicos, que desempenham papel destacado na
hematopoese.
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