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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE

ESCOLA DE SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO FINAL
ESTÁGIO EM ANÁLISES CLÍNICAS

THALIA RAQUELL LOBÃO DE MENEZES MESSIAS

MANAUS - 2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE
ESCOLA DE SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO FINAL
ESTÁGIO EM ANÁLISES CLÍNICAS

THALIA RAQUELL LOBÃO DE MENEZES MESSIAS

Supervisor(a): Camila Fabbri.


Preceptor: Pedro Barbalho.
Coordenador(a) do Curso de Farmácia: Marcio Luis Lombardi Martinez.
Local de Estágio: H.P.S. 28 De Agosto.
Período:22/02/2016 a 09/05/2016

MANAUS – 2016
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 7

2.1. Objetivo Geral ................................................................................................... 7

2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 7

3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .................................................... 8

3.1 Fluxogramas de Atividades do Laboratório. ....................................................... 9

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................... 10

4.1 Atividades teóricas (Estudo de Legislação). .................................................... 10

4.1.1 RDC 302 -13 de outubro de 2005 .............................................................. 10

4.1.2 Biossegurança Laboratorial ....................................................................... 11

4.1.3 Procedimentos Operacionais Padrão – POP ............................................. 13

4.1.4. Recomendações do BPL .......................................................................... 15

4.2 Atividades Laboratoriais ................................................................................... 15

4.2.1 Fase pré-analítica ...................................................................................... 15

4.2.2 Fase Analítica ............................................................................................ 19

4.2.3 Fase Pós-analítica ..................................................................................... 46

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49

ANEXOS ................................................................................................................... 51
LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Foto do H.P.S. 28 de Agosto

Figura 02: Fluxograma de Análise e Aprovação de Resultados.

Figura 03: Diferenciação de Leucócitos.


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1. INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado em análises clínicas é uma oportunidade única,


onde o acadêmico de farmácia põe em prática os conhecimentos teóricos adquiridos
em sala de aula ao longo do curso de graduação, possibilitando ao acadêmico a
execução de tarefas cotidianas restritas da profissão farmacêutica, descobrindo
assim, de forma prática, as atividades do exercício profissional (MANUAL, 2015).

A área das Análises Clínicas está em constante expansão e desenvolvimento


no mundo todo e constitui umas das áreas de fundamental importância no âmbito
das ciências da saúde. As técnicas utilizadas mostram-se cada vez mais eficazes,
garantindo assim a qualidade dos resultados (RAMOS, 2012), no Brasil, as análises
clínicas tiveram um desenvolvimento significativo à partir da década de 70, em
virtude da construção de Centros de Saúde distribuídos por todo o país, havendo
assim a necessidade de profissionais analistas e a utilização de seus serviços como
forma de auxiliar nos possíveis diagnósticos criando laboratórios próprios para
atender a grande demanda (ORDEM DOS FARMACÊUTICOS, 1835).

Análises Clínicas é o estudo minucioso de substância baseado na coleta de


dados e nos possíveis diagnósticos relacionados à saúde dos pacientes. Tendo
início à partir da solicitação de exames provenientes de um profissional médico
objetivando diagnosticar ou atestar uma patologia. Sendo as Análises clínicas
constituídas por três fases distintas, a saber: Fase Pré-analítica- que envolve a
orientação ao paciente acerca dos cuidados que antecedem a coleta do material
específico para análise, armazenamento e transporte adequado, Fase Analítica- que
se iniciam com o recebimento das amostras oriundas do setor de coleta, validação e
análise que irá gerar um resultado e Fase Pós-analítica- que tem início após a
geração do resultado analítico, quantitativo/qualitativo e encerra-se após a entrega
do laudo (OLIVEIRA, 2011).

O profissional farmacêutico atuante na área de análises clínicas é o detentor


dos conhecimentos que devem ser transmitidos aos demais membros de sua equipe
laboratorial e aplicados no desenvolvimento da rotina do laboratório objetivando
assegurar as regras de biossegurança nos processos de coleta e análises de
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materiais biológicos como fezes, sangue, urina, saliva, líquidos cefalorraquidianos,


dentre outros, assegurando a fidedignidade dos resultados, quantificando e
qualificando elementos físicos e químicos de relevância clínica presentes nestes
materiais biológicos (OLIVEIRA,2015).

A habilitação em análises clínicas permite ao profissional farmacêutico


realizar exames, assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos,
executar exames, assumir chefias técnicas, acessórias e direção destas atividades,
dentre outros seguimentos de análises laboratoriais (SOARES, 2003).

O Estágio Supervisionado em Análise Clínicas do curso de Farmácia é uma


atividade acadêmica de caráter obrigatório, está inserido na carga horária total do
plano curricular e a sua execução é condição indispensável para a obtenção de
conhecer mais profundamente a atuação farmacêutica na área Clínica, de interagir
com a equipe que utilizam esse serviço, e recursos disponíveis no setor laboratorial,
nos procedimentos e normas em Análises Clínicas.

Análises Clínicas permite ao aluno o contato necessário tanto para o


aprendizado das atividades que o profissional farmacêutico desenvolve no
Laboratório, como para nortear a tomada de decisão do caminho profissional a
seguir. E desenvolver essa prática durante a fase de formação tornará o futuro
farmacêutico preparado para iniciar sua carreira profissional e o entendimento do
futuro que o aguarda no mercado de trabalho.
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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Possibilitar aos acadêmicos de farmácia conhecimentos teóricos e técnicos a


respeito de praticas realista, sobre o funcionamento de um laboratório de Análises
Clínicas, além de mostrar como ocorre o circuito analítico e o estudo dos seus
constituintes em cada fase distinta, respeitando sempre as legislações vigentes, com
a finalidade e obter um laudo confiável e de qualidade, que contribui com a saúde e
bem estar da população.

2.2 Objetivos Específicos

 Estudo da RDC 302 – Regulamento Técnico para funcionamento de


laboratório clinico.
 Estudo de normas de Biossegurança - normas de laboratórios, controle de
materiais: recepção, limpeza, esterilização, preparo, acondicionamento e
manutenção.
 Visualizar de forma realista o funcionamento de um laboratório de Análises
Clínicas e desenvolver habilidades através do contato direto com o ambiente de
trabalho;
 Realizar, interpretar e desenvolver habilidade de emissão de laudos em
análises clínicos laboratoriais, respeitando padrões de qualidade e normas de
segurança.
 Realizar procedimentos relacionados à coleta de material para fins de análise
laboratoriais, como: Coleta e preparo de amostras biológicas para analise. Materiais
e métodos gerais de análise. Colheita e conservação de amostras biológicas.
Controle de qualidade.
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3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Este relatório aborda experiências que foram vivenciadas no Hospital Pronto


Socorro 28 de Agosto, localizado na Av. Mário Ypiranga, 1581 - Adrianópolis,
Manaus–AM.

O H.P.S. 28 de Agosto, é uma unidade que presta atendimento de urgência e


emergência à comunidade, oferece atendimentos especializados, não faz
atendimentos ambulatoriais (consulta), funciona 24 horas, e conta com funcionários
que trabalham em regime de plantões e administrativos para o melhor atendimento
ao paciente.

O estágio teve início no dia 22 de fevereiro de 2016 e término em 09 de maio


de 2016, totalizando assim 300 horas, dividas em 6 horas diárias de segunda a
sexta, sob supervisão do PreceptorPedro Barbalho, sendo cumpridas e realizadas
as atividades durante este período, e nas quais serão descritas abaixo.

Figura 01: Foto do H.P.S. 28 de Agosto


Fonte: Messias, T.R.
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3.1 Fluxogramas de Atividades do Laboratório.


(Fase Pré-Analítica, Fase Analítica e Pós-Analítica).

Figura 02: Fluxograma de Análise e Aprovação de Resultados.


Fonte: Lopes, L. A.

 Pré-analítica: indicação e solicitação do exame, preparo do paciente, coleta,


manipulação e armazenamento da amostra e transporte até o momento em que o
exame é realizado.
 Analítica: começa com a validação do sistema analítico através do controle da
qualidade interno na amplitude normal e patológica e termina quando a
determinação analítica gera um resultado.
 Pós-Analítica: aprovação e liberação do resultado gerado na fase analítica,
emissão do laudo por profissional habilitado.
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4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.1 Atividades teóricas (Estudo de Legislação).

4.1.1 RDC 302 -13 de outubro de 2005

A RDC 302/2005 é um regulamento técnico amplo e de enfoque nas


atividades diárias dos laboratórios clínicos. Ela aborda desde os passos para a
coleta de material até a emissão dos laudos. Além disso, o regulamento trata ainda
da Organização, Recursos Humanos, Infraestrutura e Biossegurança dos
laboratórios A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no
uso da atribuição que lhe confere o art.11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA
aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1º do art.111 do
Regimento Interno aprovado pela Portaria nº. 593, de 25 de agosto de 2000,
republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 10 de
outubro de 2005; considerando as disposições constitucionais e a Lei Federal nº.
8080 de 19 de setembro de 1990 que trata das condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, como direito fundamental do ser humano;
considerando a necessidade de normalização do funcionamento do Laboratório
Clínico e Posto de Coleta Laboratorial; considerando a relevância da qualidade dos
exames laboratoriais para apoio ao diagnóstico eficaz, adota a seguinte Resolução
da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente substituto, determino a sua
publicação:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para funcionamento dos serviços que


realizam atividades laboratoriais, tais como Laboratório Clinico, e Posto de Coleta
Laboratorial.

Art. 2º Estabelecer que a construção, reforma ou adaptação na estrutura física


do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial deve ser precedida de aprovação
do projeto junto à autoridade sanitária local em conformidade com a RDC/ANVISA
nº. 50, de 21 de fevereiro de 2002, e RDC/ANVISA nº. 189, de 18 de julho de 2003
suas atualizações ou instrumento legal que venha a substituí-las.
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De acordo com o art. 4˚ do regulamento, o descumprimento das


determinações previstas constitui infração de natureza sanitária. O infrator está
sujeito a processo e penalidades previstas na lei.
O principal foco da RDC 302/2005 é a garantia da qualidade. Tem por
definição ser um “conjunto de atividades planejadas, sistematizadas e implantadas
com o objetivo de cumprir os requisitos da qualidade especificados”. Uma das
atividades que compõe a garantia da qualidade é o controle interno.
A partir da nova regulamentação tornou-se obrigatório que os laboratórios
clínicos realizem diariamente o controle interno da qualidade. De acordo com o
documento, o laboratório clínico deve assegurar a confiabilidade dos serviços
laboratoriais prestados, por meio de, no mínimo: controle interno da qualidade e
controle externo da qualidade.
Definições que pode ser encontrada da RDC 302:
 Responsável Técnico - RT: Profissional legalmente habilitado que assume
perante a Vigilância Sanitária a Responsabilidade Técnica do laboratório clínico ou
do posto de coleta laboratorial.
 Laudo laboratorial: Documento que contém os resultados das análises
laboratoriais, validados e autorizados pelo responsável técnico do laboratório ou seu
substituto.
 Laboratório de apoio: Laboratório clínico que realiza análises em amostras
enviadas por outros laboratórios clínicos

4.1.2 Biossegurança Laboratorial

Prevenir a transmissão de agentes infecciosos, dentre outros produtos


nocivos à saúde humana, é o grande problema de segurança laboratorial que
deveria ser incutido em todos os usuários que manuseiam patógenos de
reconhecida importância médica. Entretanto, apesar de todos os perigos de
contaminação de naturezas infecciosa e química, os riscos potenciais que são
enfrentados no dia a dia em um laboratório, na maioria das vezes, são obscuros e
silenciosos, e esperam a oportunidade certa de causar o seu dano.
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Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção,


minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Estes
riscos podem comprometer a saúde do homem e animais, o meio ambiente ou a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A biossegurança envolve a análise dos
riscos a que os profissionais de saúde e de laboratórios estão constantemente
expostos em suas atividades e ambientes de trabalho. A avaliação de tais riscos
engloba vários aspectos, sejam relacionados aos procedimentos adotados, as
chamadas boas práticas em laboratório (BPLs), aos agentes biológicos
manipulados, à infraestrutura dos laboratórios ou informacionais, como a
qualificação das equipes.
Classificação de Riscos:

 Nível de Biossegurança 1 (NB-1): são agentes biológicos da classe de risco 1,


recomenda-se que o laboratório tenha o acesso controlado, local para armazenar
EPI( Equipamento de Proteção Individual) de uso exclusivo no laboratório,
paredes,tetos e pisos impermeáveis e resistentes á desinfecção e autoclave próxima
ao laboratório.
 Nível de Biossegurança 2 (NB-2): são manipulados micro-organismos da
classe de risco 2, além dos itens relacionados no risco 1, é recomendado também
que tenha lavatório para as mãos próximo á entrada do laboratório, torneira com
acionamentos sem uso das mãos, sistema central de ventilação, janelas vedadas e
capela:
 Nível de Biossegurança 3 (NB-3): são aqueles onde são manipulados micro-
organismos de alto risco individual e moderado risco para a comunidade;
 Nível de Biossegurança 4 (NB-4): são manipulados agentes biológicos com
alto risco individual e para a comunidade.

Regras gerais de biossegurança no laboratório de analises clinicas:

Nas dependências de serviço do laboratório é proibido comer ou guardar


alimentos em geladeiras ou congeladores utilizados para conservação de amostras
biológicas,bem como beber, fumar e usar o telefone celular;

 Devemos considerar todo material como contaminado e contaminante;


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 Manter a limpeza e organização dos setores do laboratório;


 Lavar as mãos antes e após o uso de luvas, bem como depois de danificar as
mesmas;
 Usar somente calcados fechados;
 Manter os cabelos compridos presos
 Conservar as unhas bem aparadas e limpas;
 Usar sempre o jaleco, de preferência os de manga comprida;
 Identificar as amostras que entraram no laboratório;
 É importante a leitura dos manuais dos equipamentos que serão utilizados;
 Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI), como: luva, jaleco,
mascara óculos de proteção e touca;
 Utilizar os equipamentos de proteção coletiva (EPC), como: chuveiro de
emergência, lavar olhos, extintores de incêndio e capelas de exaustão química;
 Nunca cheirar ou provar substâncias desconhecidas;
 Identificar os reagentes, a data de preparo, concentração e o nome da pessoa
que o preparou;
 Nunca pipetar com a boca;
 Utilizar a capela sempre que for manipular materiais contaminantes ou
tóxicos;
 Descartar matérias perfurocortantes em recipientes adequados;
 Não reencapar as agulhas;
 Ao se retirar do laboratório e ao final de expediente, certifique-se de que todos
os equipamentos estão desligados, bem como luzes e torneiras;

4.1.3 Procedimentos Operacionais Padrão – POP

Os POP são protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade


realizada no laboratório, desde a coleta até a emissão de resultado final, incluindo
utilização de equipamentos, procedimentos técnicos, cuidados de biossegurança e
condutas a serem adotadas em acidentes.
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Para biossegurança dos laboratórios de análises clínicas o POP é


fundamental, pois ele tem como objetivo padronizar todas as ações para
quediferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma maneira, uma
determinada tarefa. Esses protocolos devem estar escritos de forma clara e
completa possibilitando a compreensão e adesão de todos. Além disso, eles devem
ser realistas para que seus técnicos possam de fato, seguir o estabelecido.

As chefias dos laboratórios devem convidar os funcionários para participarem


da elaboração dos POP. Esses protocolos devem ser atualizados regularmente e
suas alterações apresentadas e discutidas com os técnicos. Os técnicos do
laboratório devem assinar um termo atestando que conhecem e se comprometem a
cumprir o POP.

Os POP devem estar disponíveis em local de fácil acesso e conhecido de


todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial.

Práticas e padrões:

 O acesso ao laboratório restrito ou limitado somente às pessoas autorizadas


pela chefia.
 Não é permitida a presença de crianças.
 Lavar as mãos: antes e após a manuseio de materiais viáveis, após a
remoção das luvas e antes de sair do laboratório; antes e após o uso de luvas; antes
e depois do contato físico com pacientes. Depois de manusear material infectante,
mesmo quando as luvas tenham sido usadas.
 Mãos e antebraços devem ser lavados cuidadosamente (o uso de escovas
deverá ser feito com atenção).
 As salas devem ser mantidas trancadas quando fora de uso. Manter um
controle de chaves.
 É proibido comer, beber, fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato
e aplicar cosméticos nas áreas de trabalho.
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4.1.4. Recomendações do BPL

Boa Pratica de Laboratório são definidas pela Organization for EconomicCo-


operationandDevelopment (OECD) como um sistema da qualidade relativo ao
processo organizacional e ás condições sob as quais estudos não clínicos, ou seja,
estudos biomédicos não realizados em humanos, referentes á saúde e meio
ambiente, são planejados, realizados, monitorados, registrados, arquivados e
relatados.
Segundo Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os princípios
das Boas Práticas se aplicam aos estudos que dizem respeito quando ao uso seguro
de produtos ligados à saúde humana, vegetal, animal e ao meio ambiente.

4.2 Atividades Laboratoriais

4.2.1 Fase pré-analítica

A fase pré-analítica contempla outras três importantes fases do processo


diagnóstico que são a solicitação do exame correto, coleta de material biológico,
transporte e armazenamento do material coletado.

Esta fase inicia com o médico decidindo, com base no seu conhecimento e
experiência, quais os testes de laboratório devem ser realizados. Esta etapa pode
apresentar erros, pois depende da experiência do clínico frente às diferentes
patologias e respectivos testes que irão ajudá-lo a evidenciar um diagnóstico,
juntamente com a história clínica e o exame físico do paciente. É importante
ressaltar a necessidade de transmissão de eventuais instruções de preparo ao
paciente no momento da solicitação dos testes. Conforme a Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC/ML), o médico solicitante, ou seus
auxiliares diretos, devem ser responsáveis pela primeira instrução ao paciente sobre
as condições requeridas para a realização do exame informando-o sobre a eventual
necessidade de preparo, como jejum, interrupção do uso de alguma medicação,
dieta específica, ou ainda a não realização de atividade física antes da coleta dos
exames.
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4.2.1.1 Para realizar um exame laboratorial podem-se utilizar os seguintes tipos de


amostras:

• Sangue
• Urina
• Fezes
• Secreções
• Raspados
• Esperma
• Líquidos cavitários

4.2.1.2 Processos para coleta das amostras:

• Identificação do paciente
• Cadastro do paciente;
• Preparação do paciente;
• Instruções para o paciente;
• Identificação da amostra;
• Coleta de Material;
• Recebimento de material coletado;
• Triagem das amostras;
• Transporte e estocagem da amostra;
• Avaliação da amostra;

4.2.1.3 Coleta de sangue

O sangue é tipo de amostra muito utilizado para análises hematológicas,


bioquímicas e imunológicas. Para cada finalidade deve-se separar a fração do
sangue mais indicada (soro, plasma ou sangue total).

Tipos de tubo para coleta.

Cada tipo de amostra deve ser coletado em um tubo específico para cada tipo
de análise, sendo de extrema importância conhecê-los para a realização de uma
coleta de material biológico. Deve-se respeitar rigorosamente o volume crítico de
amostra indicado para cada tipo de recipiente.
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Quando o paciente possui mais de um exame solicitado e estes exames


necessitam de materiais diferentes que devem ser coletados em recipientes
diferentes, deve-se obedecer a uma sequência para coleta dos materiais para que
não haja contaminação dos aditivos de um tubo para outro, o que ocasiona grandes
alterações em alguns parâmetros analíticos. A sequência de coleta para tubos
plásticos de coleta de sangue é tubo com citrato de sódio (tampa azul), tubo sem
anticoagulante (tampa vermelha ou tampa amarela), tubo com heparina (tampa
verde), tubo com EDTA (tampa roxa) e tubo com fluoreto de sódio (tampa cinza).

Quando o paciente tiver apenas exames de coagulação, deverá ser coletado


primeiro um tubo de descarte. Isso é devido ao fato de o primeiro fluxo de sangue
coletado conter os fatores de coagulação, principalmente a protrombina, o que altera
os resultados.

4.2.1.4 Coleta de sangue com seringas e agulhas estéreis

 Verificar se a cabine da coleta está limpa e guarnecida para iniciar as coletas.


 Solicitar ao paciente que diga seu nome completo para confirmação de pedido
médico e etiquetas.
 Conferir e ordenar todo material a ser usado no paciente, de acordo com o
pedido médico (tubos, gaze, torniquete, etc.).
 A identificação dos tubos deve ser feita na frente do paciente.
 Informá-lo sobre o procedimento.
 Higienizar as mãos.
 Calçar as luvas.
 Abrir a seringa na frente do paciente.
 Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo na altura do ombro.
 Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, pedir para que o
paciente abra e feche a mão, faça a escolha da veia a ser puncionada, e afrouxe-o.
Esperar 2 minutos para usá-lo novamente.
 Fazer a antissepsia.
 Garrotear o braço do paciente.
 Retirar a proteção da agulha hipodérmica.
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 Fazer a punção numa angulação obliqua de 30º, com o bisel da agulha


voltando para cima, se necessário, para melhor visualizar a veia, esticar a pele com
a outra mão (longe do local onde foi feita a antissepsia).
 Desgarrotear o braço do paciente assim que o sangue começar a fluir dentro
da seringa.
 Aspirar devagar o volume necessário de acordo com a quantidade de sangue
requerida na etiqueta dos tubos a serem utilizados (respeitar ao máximo a exigência
da proporção sangue/aditivo). Aspirar o sangue evitando bolhas e espuma, e com
agilidade, pois o processo de coagulação do organismo do paciente já foi ativado no
momento da punção.
 Retirar a agulha da veia do paciente.
 Exercer pressão no local, em geral de 1 a 2 minutos, evitando assim a
formação de hematomas e sangrentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-
lo, oriente-o para que faça a pressão ate que o orifício da punção pare de sangrar.
 Tenha cuidado com a agulha para evitar acidentes perfuro cortantes.
 Descartar a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente,
em recipiente adequado, sem a utilização das mãos (de acordo com a normatização
nacional- não desconectar a agulha- não reencapar).
 Abrir a tampa do 1º tubo, deixar que o sangue escorra pela sua parede
devagar para evitar hemólise.
 Fechar o tubo e homogeneizar, invertendo-o suavemente de 5 a 10 vezes de
acordo com o tubo utilizado. O CLSI recomenda que o processo de homogeneização
do sangue ao anticoagulante citrato ocorra num intervalo há 1 minuto, após a
finalização da coleta.
 Abrir a tampa do 2º tubo, e assim sucessivamente até o último tubo, de
acordo com o pedido médico do paciente. Não se esquecer de fazer oprocesso tubo
a tubo, para evitar a troca de tampa dos tubos (causando erro de diagnóstico). A
sequência a ser aquela recomendada pelo CLSI. Este procedimento visa prevenir
riscos descontaminação das amostras.
 Ao final, descartar a seringa em descartador apropriado para materiais
contaminantes.
 Fazer curativo oclusivo no local da punção.
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 Orientar o paciente para que não dobre o braço, não carregue peso ou bolsa
tiracolo no mesmo lado da punção por, no mínimo, 1 hora e não mantenha a manga
da camisa dobrada, que pode funcionar como torniquete.
 Certificar-se das condições gerais do paciente perguntando se está em
condições de se locomover sozinho, entregar o comprovante de coleta com a
provável data do resultado, e liberá-lo.
 Colocar as amostras em local adequado ou encaminhá-las imediatamente
para processamento em casos indicados (como materiais que necessitam ser
mantidos em gelo, por exemplo) de acordo com o procedimento operacional do
laboratório.

4.2.2 Fase Analítica

A fase analítica corresponde à fase da realização da análise propriamente


dita, sendo que a manutenção dos equipamentos, a calibração, o controle de
qualidade e a preparação das amostras estão compreendidos nesta fase.

Um aspecto relevante a ter em conta nesta fase é a hidratação dos reagentes,


controles e calibradores, pois o mau procedimento implica erros fatais no processo
analítico das amostras, na calibração e nos controles, sendo então importante
proceder de maneira correta e ter todos os cuidados necessários à sua preparação.
Um mau funcionamento do equipamento e a falhas não detectadas no controle de
qualidade são também uma importante fonte de erros nesta fase.

Com o aparecimento da automatização, os erros da fase analítica têm vindo á


diminuir de forma radical. Esta automatização é então vantajosa também deste
ponto de vista, uma vez que a diminuição de erros leva consequentemente a uma
redução dos custos já que as repetições são bastante menos acentuadas. Temos
como exemplo de outras vantagens da automatização o tempo reduzido na análise
dos parâmetros, o aumento da precisão e exatidão dos resultados. O laboratório
procura sempre dar o resultado ao clínico com o máximo de confiança possível.
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4.2.2.1 Hematologia

Hematologia é o ramo da biologia que estuda os elementos figurados do


sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.
Estuda, também, a produção desses elementos e os órgãos onde eles são
produzidos (órgãos hematopoiéticos): medula óssea, baço e linfonodos.

A seção de hematologia é primariamente responsável pelo exame dos


elementos figurados do sangue. Estes podem ser qualitativos, como a observação
da aparência das células sanguíneas. Ou os testes podem ser quantitativos, com na
execução das contagens de células.
O laboratório de hematologia executa testes para detectar e monitorar
tratamentos de anemias, leucemias e desordens hereditárias do sangue, como
ahemofilia. Os efeitos de certos tratamentos, como a quimioterapia contra o câncer,
podem ser determinados por testes hematológicos.

São realizados, para investigação hematológica os seguintes exames:

 Hemograma: O hemograma consiste na determinação do número de


eritrócitos, leucócitos, plaquetas, incluem a fórmula leucocitária e os índices
eritrocíticos. Através de quantificação e da medição destas células, é possível
detectar e distinguir tanto perturbações nos eritrócitos, como nos leucócitos ou nas
plaquetas; para além de ser um indicador de bom prognóstico à terapêutica em
alguns destes estados patológicos.

 Hematócrito (Ht)- É o volume de hemácias expresso como percentagem do


volume de uma amostra de sangue total, ou seja, mililitros de hemácias por decilitro
de sangue (CAIADO, 2015). Com a amostra original, um capilar (heparinizado para
sangue capilar ou não heparinizado para sangue de tubos com anticoagulante) é
preenchido até mais de três quartos de seu volume. O capilar é limpo e a
extremidade não preenchida é fechada por chama. Colocado então na
microcentrífuga, com a extremidade fechada voltada para fora, é rotacionado a
11000rpm por cinco minutos. A leitura é realizada pela comparação do hematócrito
com uma régua específica. O resultado é obtido em porcentagem.
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 Hemoglobina (Hb)- É uma substância pigmentada, formada por duas partes:


(1) porção que contém ferro denominada heme e (2) porção protéica, denominada
globina. A globina consiste de quatro cadeias polipeptídicas, cada uma das quais
ligada a um grupo heme. Cada grupo heme contém um átomo de ferro que se
combina reversivelmente com uma molécula de oxigênio. Dessa forma, cada
molécula de hemoglobina pode potencialmente associar -se com quatro moléculas
de oxigênio. A principal função da hemoglobina e o transporte de oxigênio e gás
carbônico, permitindo as trocas gasosas necessárias ao metabolismo orgânico
(LORDELO, 2010).

 Volume Corpuscular Médio (VCM)- É o volume médio das hemácias expresso


em fentolitros. Representa, portanto, o quociente de um determinado volume de
hemácias pelo número de células contidas no mesmo volume (GONÇALVES, 2015).

 Hemoglobina Corpuscular Média (HCM)- É o conteúdo médio de hemoglobina


nas hemácias expresso em picogramas. Representa, portanto, o quociente de
conteúdo de hemoglobina em um determinado volume de hemácias pelo nº de
células contidas no mesmo volume (WANESSA, 2010).

 Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM)- É a percentagem


de hemoglobina em 100ml de hemácias (GONÇALVES, 2015).

 Variação do Tamanho da Hemácias (RDW)- índice que determina a variação


de diâmetro das hemácias (PINHEIRO, 2015).

 Leucograma: Corresponde a contagem global e específica dos leucócitos,


representados pela leucometria e pelo estudo quantitativo e qualitativo dos glóbulos
brancos. O quadro leucocitário que se apresentará após ser concluído o exame
hematológico, permitirá ao médico tirar conclusões diagnósticas e prognósticas
importantes (PIVAS, 2010).
Os leucócitos são células nucleadas, presentes no sangue circulante. São
incolores, dotados de movimento amebóide, fagocitose e diapedese. Estão
relacionados com as defesas celulares e imunocelulares do organismo. Em adultos,
22

o número de leucócitos oscila entre 5.000 e 10.000/µl de sangue. A contagem de


leucócitos varia significativamente conforme o ciclo circadiano, estando sua
quantificação na dependência da hora da coleta do material. Os leucócitos são
reunidos de início em dois grupos: granulócitos e agranulócitos. Esta denominação
se prende à presença ou ausência de granulação no citoplasma dos mesmos
(NAOUN et al., 2011).

 Contagem diferencial de leucócitos: E necessária para a diferenciação dos


glóbulos brancos. Após a preparação do esfregaço, este deve ser mergulhado por
cinco segundos em cada corante pertencente ao Panótipo. O excesso é retirado
com água e a lâmina quando seca elevada ao microscópio para a observação. As
células devem ser contadas sendo segregadas pelos tipos até resultar em número
100. O valor final é a porcentagem do tipo de leucócito na amostra de sangue.
São diferenciadas em: neutrófilo segmentado, neutrófilo bastonete, eosinófilo,
monócito, basófilo e linfócito.

Figura 03: Diferenciação de Leucócitos.

 Hemograma Automatizado: A análise automatizada tem facilitado o


desempenho da rotina laboratorial, especialmente quando há mais de
vintehemogramas/dia. Os equipamentos disponíveis permitem análises de 30
hemogramas/hora até 120 hemogramas/hora.
Os equipamentos automatizados avançados utilizam diferentes canais com
impedâncias específicas, permitindo contagens de eritrócitos, leucócitos e plaquetas
ao mesmo tempo. Além disso, podem ter agregados a essa função básica os
23

seguintes recursos: citometria de fluxo, citoquímica e citologia diferencial com


capacidade de distinguir células imaturas (reticulócitos e blastos).

No laboratório do H.P.S. 28 de Agosto, utiliza-se o hemograma automatizado


devido a grande demanda de pacientes, no qual é utilizado o equipamento Advia120
para execução do exame hematológico que apresenta algumas características
diferenciadoras das quais se destacam:

 Execução de cerca de 120 hemogramas por hora.


 Determinação de uma segunda contagem de leucócitos totais que serve de
controle interno à integridade da amostra.
 Diferenciação citoquímica de células mieloides e linfoides.
 Execução da contagem precisa de plaquetas com significado clínico que
exclui células microcíticas e fragmentos celulares, o que permite diminuir o número
de contagens manuais.
 Detecção específica e sensível da morfologia dos eritrócitos através da
medição direta da hemoglobina intracelular, permitindo diagnosticar precocemente
vários estádios de doenças hematológicas.
 Execução de duas determinações para a Hemoglobina: cianometa
hemoglobina, o método standard e um método direto por absorção de feixe de luz.
Os 2 valores determinados têm de ser semelhantes e a sua diferença não pode ser
superior a 1,0.
 Utilização da coloração da peroxidasse de forma a diferenciar as diferentes
células. Existem 2 gráficos com a dispersão dos leucócitos: o gráfico "Baso" e o
gráfico "Perox". O gráfico "Baso" resulta da passagem das células em frente a um
laser. O índice de dispersão da luz depende da forma do núcleo e da lobulação
(quanto mais lobulado o núcleo, maior a dispersão da luz). O gráfico "Perox" resulta
da passagem das células em frente a um feixe de halogéneo-tungsténio. É analisada
a dispersão da luz (que dá o tamanho da célula) e a absorção de luz (que dá
quantidade de peroxidase).

 Velocidade de Hemossedimentação (VHS): A velocidade de


hemossedimentação é baseada no princípio da sedimentação, o processo no qual
as partículas sólidas tendem a depositar no fundo de um líquido. Em uma amostra
24

de sangue anticoagulado e deixado em repouso aonde as hemácias vão


gradualmente separar-se do plasma e depositam-se no fundo do recipiente. A
velocidade com que as hemácias se depositam ou caem sob condições controladas
de laboratórios é conhecida como velocidade de hemossedimentação.
Em amostras de sangue da maioria das pessoas sadias, a sedimentação
ocorre lentamente. Em muitas doenças, particularmente as inflamatórias, o VHS é
rápido. Em alguns casos, a velocidade é proporcional à gravidade da doença.

Procedimento: Para fazer uma VHS, uma amostra de sangue anticoagulado é


colocado em um tubo graduado de dimensões padrão, e incubado em uma posição
vertical por exatamente uma hora. Ao final dessa hora, a distância que os eritrócitos
caíram do menisco do plasma (na marca zero) é medida em milímetros (mm) e
reportado.

 Tempo de Atividade Protombina (TAP): Para a realização dessa


determinação, o tubo a ser utilizado na coleta contém citrato de sódio, que sequestra
o cálcio presente, inibindo a coagulação.A coagulação é um processo do organismo
que, em caso de lesão, impede o extravasamento sanguíneo através da formação
do coágulo de fibrina. Ela envolve inúmeras substâncias conhecidas como fatores de
coagulação que estão envolvidas em três fases básicas, a formação da
tromboplastina, a conversão da protrombina em trombina e a transformação do
fibrinogênio em fibrina.
Ela pode ser ainda dividida em duas vias, a extrínseca e a intrínseca. Para a
análise da sua funcionalidade no sangue realiza-se a determinação do tempo de
protrombina (TAP) que consiste em adicionar tromboplastina em excesso ao plasma
(descalcificado pelo citrato de sódio presente no tubo) e recalcificá-lo
comquantidades conhecidas de cloreto de cálcio padronizado. A determinação é
feita de maneira automatizada.
Procedimento: Deve-se selecionar o programa PT e deixar o reagente no
aparelho em pré-aquecimento por 5 minutos. 25µL de plasma são então pipetados
na cubeta e colocados em pré-aquecimento por 1 minuto.
A cubeta é então transferida para a posição de medição, o sistema óptico é
ativado e 50µL do reagente (tromboplastina) são adicionados. Selecionar a
25

ampulheta para que a leitura seja feita (máximo de 300 segundos). O resultado é
mostrado no visor. Aconselha-se realizar o teste em duplicata, se a diferença entre
elas for maior que 5% é necessário repetir o teste.
Pode-se realizar a Determinação do Tempo de Tromboplastina Ativado
(TTPA),onde se adiciona ao plasma, cálcio e cefalina (substituto das plaquetas), o
tempo consumido para a coagulação representa o TTPA. É um método importante
para a investigação das alterações do mecanismo de coagulação envolvendo a via
intrínseca, com exceção das plaquetas e fatores VII e XIII.
Para a sua realização utiliza-se o mesmo aparelho do TP. O programa TTPA
é então selecionado e 25µL de plasma e de TTPA são pipetados na cubeta. Esta é
incubada por 5 ou 3 minutos (dependendo do kit do reagente). Após a incubação é
transferida para a posição de medição e o sistema óptico é ativado. Adiciona-se
então 25µL de Ca Cl2 pré-aquecido. O cronômetro é ativado e o instrumento fará a
leitura em até 300 segundos. Se nenhum coagulo for formado o display
mostrará+++.+s.
Resultado: Quando o tempo de processamento é de 35-45 segundos é
considerado normal, se for encurtado (abaixo desse valor), não há relevância clínica,
mas se o resultado for prolongado (acima desse valor), possui uma grande
importância diagnóstica e pode ocorrer por deficiência dos fatores VIII, IX, V, X, XI,
XII, II e I ou quando existem anticoagulantes circulantes.

 Contagem de Reticulócito (RET): E o método mais simples para estudo da


função eritropoética os reticulócitos são eritrócitos jovens, recém-liberados pela
medula óssea e que ainda contém o RNA ribossômico. Não é fundamental que o
exame de reticulócitos seja realizado durante a hemorragia, somente depois de 3 a 4
dias (período de produção da eritropoese nesses casos), o reticulócito só é lançado
no sangue periférico depois do 3º dia, tal exame após esse período, é importante
para verificar se houve resposta da medula óssea na eritropoese. A função do
exame de reticulócitos é verificar a atividade da medula óssea em relação à
eritropoese (funcionamento da medula na produção de eritrócitos). O valor de
referencia dos reticulócitos é de 0,5% a 1,5%, no sangue periférico. A coloração é
realizada com azul de cresil brilhante, também conhecida como supravital. Esse
corante evidencia as organelas.
26

Procedimento: Coloca-se o sangue no tubo de hemólise na proporção de 1:1,


ou seja, partes iguais de corante e sangue (colhido por punção venosa com
anticoagulante) em tubos de ensaio (gotas). Homogeneíza-se e coloca-se em
banho-maria á 37°C por 20 minutos. Retira do banho-maria. Agita e retira uma gota
para fazer uma lâmina (para leitura na objetiva). Seca-se e examina ao microscópio
sob imersão. Conta-se 10 campos, anotando o número de reticulócitos encontrados.
Expressar o resultado em percentagem e número absoluto. (O material contado é o
que são as bolinhas azuis que contém tipo uma estrela dentro da hemácia).
Opcionalmente pode-se fazer coloração de fundo por Giemsa.

 Tipagem Sanguínea: Tipagem ABO-RH: é o exame conhecido por tipagem


sanguínea. Exame que identifica o tipo sanguíneo e o fator Rh. O teste útil para
determinação do tipo sanguíneo previamente a transfusões, como preparo pré-
operatório na gestante e no recém-nascido.
Materiais: reagentes (anti-A, anti-B, controle C e anti-D), tubos de ensaio,
pincel, centrífuga, pipeta, soro fisiológico.

Procedimento: identifica-se os tubos de ensaio com o código do paciente. Nos


mesmos tubos identificar também com as seguintes letras A, B, C, D e S.

Diluir o sangue, 100ul para 2ml de soro suspensão a 5%. Coloca-se 100ul da
suspensão em cada tubo. Coloca-se uma gota de reagente Anti – A (cor azul), no
tubo identificado A, uma gota de reagente- B (cor amarelo) no tubo identificado B, e
uma gota de reagente-C no tubo C e uma gota do reagente anti-D (transparente ou
cinza) no tubo D. Homogeneiza-se e coloca-se na centrifuga por 45 segundos fazer
a leitura do resultado:

Resultado:Formação de botão de hemácias:

Tubo A: Grupo sanguíneo A

Tubo B: Grupo sanguíneo B

Tubo A e B: Grupo sanguíneo AB

Ausência de botão de hemácias: Tubo A e B: Grupo sanguíneo O


27

Fator Rh:

Formação de botão de hemácias:

Tubo D: Fator Rh Positivo

Ausência de botão de hemácias:Tubo D: Fator Rh Negativo

4.2.2.2 Urinálise

A urinálise corresponde ao exame físico, químico e microscópico da urina. O


exame de urina fornece uma ampla variedade de informações úteis no que se
relaciona as doenças envolvendo os rins e o trato urinário inferior, bem como sobre
algumas moléstias extra-renais. Pode ser utilizado para avaliação diagnóstica de
distúrbios funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) dos rins e trato urinário
inferior, bem como para acompanhamento e obtenção de informações prognósticas.
É um dos exames de rotina mais simples e valiosos de auxílio diagnóstico. As
amostras de urina são entregue na coleta, logo em seguida levadas para o LAC,
onde são imediatamente centrifugadas e preparadas para a observação
microscópica.

Os tipos de coletas de urinas são:

 Urina de 24 horas.
 Amostras colhidas por cateter.
 Jato médio de micção espontânea.
 Amostras pediátricas (uso de coletores de plástico).
 Punção supra- púbica.

Cuidados que devem ser observados na coleta do material:

 O recipiente para a coleta da amostra deve ser limpo e seco;


28

 A amostra deverá ser entregue imediatamente ao laboratório, e analisada


dentro de 1 hora, caso isto não seja possível, deve-se manter a amostra refrigerada,
por no máximo 24 horas;
 O recipiente contendo a amostra deverá estar corretamente identificado,
contendo: nome, data e horário;
 As amostras obtidas por sonda ou punção supra púbica, podem conter
hemácias devido ao trauma durante a coleta da amostra;
 Deve-se coletar uma amostra de 20 a 100 ml;
 Ao coletar a amostra por jato médio, os pacientes devem ser orientados para
realizar a assepsia antes de coletar a amostra e sempre desprezar a 1°porção da
urina.

 Exame físico (Cor, Aspecto).


A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um
produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante. A coloração
indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos.

Procedimento: Observar macroscopicamente a coloração da urina.

 Coloração.
 Coloração da urina normal: amarelo-claro; amarelo-citrino; amarelo-escuro;
âmbar.
 Condições que alteram a coloração da urina: presença anormal de bilirrubina:
amarelo-escuro ou âmbar (com espuma amarela).
 Doenças hepáticas: amarelo-esverdeado, castanho ou esverdeado.
 Urina com hemácias: desde rosa, vermelho (observar em urinas de mulher, se
a paciente não se encontra no período menstrual).
 Urina com hipúria ou quilúria: branco (está relacionado com a obstrução
linfática e ruptura dos vasos linfáticos).
 Medicamentos: Laranja – fanazpiridina, (pirydium), fenindiona (hedulin).
 Vermelha: sene e ruibarbo (laxantes a base de antraquinona), levodopa (L-
dopa). fenolsulfonftaleína (corante para teste de função renal).
29

 Castanho – nitrofurantoína (furadantin), metronidazol (flagyl), sorbitol de ferro,


furazolidona (furaxone).
 Verde – metocarbamol (robaxin).

 Aspecto.
Refere-se á transparência da amostra de urina. A urina normal, recém
eliminada geralmente é límpida, podendo apresentar certa opacidade devido a
precipitação de cristais, presença de filamentos de muco e células epiteliais na urina
de mulher.

Procedimento: Observar visualmente a amostra homogeneizada num


ambiente de boa iluminação.

Aspecto da urina: limpo; ligeiramente turvo; turvo; acentuadamente turvo.

Substâncias que provocam turvação: cristais, leucócitos, hemácias, bactérias,


sêmen, linfa, lipídios, células epiteliais, muco, e contaminantes externos (talcos,
medicamentos).

 Exame químico
A determinação do exame químico é realizado em fita reativa que determina
semi-quantitativamente a presença de proteínas, glicose, corpos cetônicos, sangue/
hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, densidade, nitrito, pH e leucócito.

 Reação de pH.
Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio acidobásico
do organismo. A determinação do pH urinário é importante por ajudar a detectar
possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória,
também pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir
ou reabsorver ácidos ou bases. O controle do pH é feito principalmente da dieta,
embora possam ser usados alguns medicamentos.
30

O conhecimento do pH urinário, é importante também na identificação dos


cristais observados durante o exame microscópico do sedimento urinário, e , no
tratamento de problemas urinários que exija que a urina esteja em um determinado
pH.

Procedimento: A reação da urina é verificada pela fita-reagente, que medem o


pH em variações de 1 unidade entre 5 e 9. Os fabricantes utilizam um sistema de
indicador duplo de vermelho de metila à azul de bromotimol que fornecem uma
variação de laranja, verde e azul à medida que o pH aumenta. Referência : 4,5 a 8,0.

 Proteína.
A urina normal contém quantidades muito pequena de proteínas, em geral,
menos de 10 mg/dl ou 150 mg por 24 horas. Esta excreção consiste principalmente
de proteínas séricas de baixo PM (albumina) e proteínas produzidas no trato
urogenital (Tamm – Horsfall).

Procedimento: O método da fita reagente utiliza o princípio do “erro dos


indicadores pelas proteínas”, dependendo do fabricante, a área para determinação
de proteínas na tira contém tetrabromofenol ou tetraclorofenol e um tampão ácido
para manter o pH em nível constante.

 Mergulha-se a fita na urina homogeinizada;


 A leitura é feita após 60 segundos.
 Resultado: Negativo ou Traços (+1, +2, +3).

 Cetonúria.
Engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras: acetona
(2%), ácido aceto acético (20%) e ácido beta-hidroxibutírico (78%). A presença de
cetonúria indica deficiência no tratamento com insulina no diabete melito, indicando
à necessidade de regular a sua dosagem, provoca o desequilíbrio eletrolítico,
desidratação e se não corrigida a acidose, que pode levar ao coma.

Procedimento: O teste com fita, utiliza a reação do nitroprussiato de sódio que


irá reagir com ácido aceto acético e a acetona em meio alcalino produzindo
31

coloração, não detecta o beta-hidroxibutírico. O resultado positivo, pode ser


confirmado pelo teste de Imbert.

 Mergulhar a fita na urina homogeneizada.


 Ler após 60 segundos.
 Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3).

 Bilirrubina.
A bilirrubina é um produto da decomposição da hemoglobina, formado nas
células retículo-endoteliais do baço, fígado, medula óssea e transportado ao sangue
por proteínas. A bilirrubina não conjugada no sangue, não é capaz de atravessar
abarreira glomerular nos rins. Quando a bilirrubina é conjugada no fígado, com o
ácido glicurônico, formando o glicuronídeo de bilirrubina, ela se torna hidrossolúvel e
é capaz de atravessar os glomérulos renais, na urina. A urina do adulto contém,
cerca de 0,02mg de bilirrubina por decilitro, que não é detectada pelos testes usuais.
A presença de bilirrubina conjugada na urina sugere obstrução do fluxo biliar; a urina
é escura e pode apresentar uma espuma amarela. A bilirrubinúria está associada
com um nível sérico de bilirrubina (conjugada) elevado, icterícia, e fezes
alcoólicas(descoradas, pela ausência de pigmentos derivados da bilirrubina).

Procedimento: O teste para bilirrubina é baseado numa reação diazotização,


areação baseia-se na conjugação da bilirrubina com o sal diazóico em meio ácido.

 Mergulhar a fita na urina homogeinizada;


 Ler após 60 segundos.
 Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3).
 Bilirrubinúria: obstrução do ducto biliar, lesão hepática (hepatite, cirrose),
câncer, doenças na vesícula biliar.

 Glicose.
Em circunstâncias normais, quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é
reabsorvida pelo túbulo proximal, através de transporte ativo, e por isso a urina
contém quantidades mínimas de glicose. O limiar renal é de 160 a 180 mg/dl.Um
32

paciente com diabetes mellitus apresenta uma hiperglicemia, que pode


acarretar uma glicosúria quando o limiar renal para a glicose é excedido.

Procedimento: Teste com fitas reativas utiliza o método da glicose oxidase,


peroxidase, e tampão, para produzir uma reação enzimática dupla sequencial. As
fitas diferem em relação ao cromógeno utilizado. O teste de glicose oxidase é
específico para a glicose, não reage com lactose, galactose, frutose ou metabólicos
redutores de drogas.

 Mergulhar a fita na urina homogeinizada.


 A leitura é feita após 60 segundos.
 Resultado: normal (pode aparecer glicose em concentração de até 35mg/dl
em 24 h.) ou traços (+1, +2, +3).

 Urobilinogênio.
Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. É produzido no
intestino a partir da redução da bilirrubina pela ação das bactérias intestinais. A
bilirrubina livre no intestino,é reduzida em urobilinogênio e estercobilinogênio, e a
maioria do pigmento é excretado nas fezes como estercobilinas. Uma pequena
quantidade de urobilinogênio, é absorvida pela circulação portal do cólon e é dirigida
ao fígado onde é excretado novamente, não conjugado, na bile. Normalmente, uma
pequena quantidade chega aos rins, porque enquanto o urobilinogênio circula no
sangue, passa pelos rins, e é filtrado pelos glomérulos. A excreção normal de
urobilinogênio é de 0,5 a 2,5 mg ou unidades/24 horas.

Procedimento: teste com fita regente, utiliza um sal de diazônio estável, que
produz em presença do urobilinogênio um composto azóico que varia de rosa a
vermelho. O resultado positivo deve ser confirmado pelo método de Erlich.

Mergulhar a fita na amostra homogeneizada.

Ler após 30 segundos.

Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3).


33

 Nitrito.
Útil na detecção da infecção inicial da bexiga (cistite), pois muitas vezes os
pacientes são assintomáticos, ou tem sintomas vagos, e quando a cistite não for
tratada, pode evoluir para pielonefrite, que é uma complicação frequente da cistite,
que acarreta lesão dos tecidos renais, hipertensão e até mesmo septicemia.
Podeser usado para avaliar, o sucesso da antibiótico terapia, para acompanhar
periodicamente as pessoas que tem infecções recorrentes, diabéticos, e mulheres
grávidas que são considerados de alto risco para infecção urinária.

Procedimento: A base bioquímica do teste é a capacidade que têm certas


bactérias de reduzir o nitrato, constituinte normal da urina, em nitrito, que
normalmente não aparece na urina. Para a determinação de nitrito, a urina deve
permanecer na bexiga, por pelo menos 4 horas, para que a população vesical
converta o nitrato urinário em nitrito, e o tratamento com antibiótico deve ser
suspenso pelo menos três dias antes do teste.Para se evitar, reações falso-positivos
de amostras contaminadas, a sensibilidade do teste é padronizada para
corresponder aos critérios da cultura bacteriana que exigem que uma amostra
positiva de urina, contenha 100.000 organismo/ml.

 Emergir a fita reagente na urina homogeneizada.


 Ler após 60 segundos.
 Resultado: Negativo ou Positivo.
 Presença de Nitrito: cistite, pielonefrite, avaliação da terapia com antibióticos,
seleção de amostras para culturas.

 Sangue (hemácias)
O sangue pode estar na urina na forma de hemácias íntegras (hematúria) ou
de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise de hemácias no
trato urinário (hemoglobinúria). O exame microscópico do sedimento urinário
mostrará a presença de hemácias íntegras, mas não de hemoglobina, portanto, a
análise química é o método mais preciso para determinar a presença de sangue na
urina.
34

Procedimento: As análises químicas da fita para detecção de sangue, utilizam


as atividade da peroxidase da hemoglobina. Existem duas escalas cromáticas
separadas para hemácias e hemoglobina. Na presença de hemoglobina livre,
aparecerá cor uniforme, em contraposição, as hemácias íntegras, são lisadas ao
entrarem em contato com a área da tira que determina a presença ou ausência de
sangue, e a hemoglobina liberada, produz uma reação isolada, que resulta
naformação de pequenas manchas (traços). A análise da fita estabelece a diferença
de hemoglobinúria e hematúria e não sua quantificação. Quando for positivo para
hemácias, sua quantificação é realizada na câmara de Newbauer.

 Imergir a fita na amostra homogeneizada.


 Ler após 60 segundos.
 Resultado: Negativo, Positivo +1, +2, +3 ou positivo para hemoglobina.
 Hematúria: cálculos renais, glomerulonefrite, tumores, traumatismos,
pielonefrite, exposição a drogas.
 Hemoglobinúria: lise das hemácias no trato urinário, hemólise intravascular
(transfusões, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções).

 Leucócitos.
Indica uma possível infecção do trato urinário.

Procedimento:O teste com fita reagente, utiliza as esterases presentes nos


granulócitos. Possui uma sensibilidade de 81% a 94%, e uma especificidade de
69%a 83%. Quando a fita apresentar resultado positivo para leucócitos, a sua
quantificação será realizada na câmara de Newbauer.

 Emergir a fita na urina homogeneizada.


 Ler após 60 segundos.
 Resultado: Negativo ou Positivo (+1, +2, +3).
 Piúria: Todas as doenças renais e do trato urinário. Também podem estar
aumentados transitoriamente durante estados febris, e exercícios severos.

Outros achados:
35

 Cristais
A presença de cristalciúria é influenciada pelo pH urinário, densidade urinária,
saturação de precursores na urina e presença de promotores ou inibidores de
cristais. Pacientes com amostras de urina muito concentradas, com altas
concentrações de substâncias cristalogênicas ou com reduzida taxa de fluxo renal
estão predispostos à formação de cristais. A presença de cristais na urina pode não
ser clinicamente significativa em animais saudáveis, mas em pacientes com histórico
de urolitíase ou sinais clínicos relevantes, pode ser significativa.

 Bacteriúria
Pode refletir contaminação ou inflamação, sendo que resposta inflamatória
associada dá suporte à inflamação, mas nem sempre está presente. Outros
organismos, como nematódeos (ou seus ovos), leveduras e hifas podem ser
identificados ocasionalmente. Muco e espermatozóides também podem ser
observados.

4.2.2.3 Parasitologia

Parasitologia clínica é o estudo dos parasitas ou doenças parasitárias, dos


métodos de diagnóstico, dos controles das doenças parasitárias e a relação íntima e
duradoura entre os indivíduos de duas espécies distintas a nível histológico. Os
principais mecanismos de transmissão de parasitoses são: fecal-oral, penetração
ativa pela pele, vetorial ou por hospedeiros intermediários, contato pessoal e
congênito.
Assim, a maioria dessas parasitoses poderiam ser controladas através de
ações educativas sobre higiene, técnicas de saneamento melhoradas e medidas de
controle de insetos. Todavia, em muitas partes do mundo, principalmente aquelas
onde as condições sanitárias são precárias, os parasitas continuam sendo o maior
causa de doenças e mortes.
O exame parasitológico de fezes existe no sentido de identificar essas formas
parasitárias nas fezes e, por seguinte, diagnosticar os parasitos intestinais
causadores de doenças. Para isso conta com inúmeros os métodos existentes para
36

a análise de parasitas intestinais. Todavia de um modo geral, executa-se, de rotina,


no setor de parasitologia clínica, alguns métodos que possibilitam a identificação de
cistos de protozoários e ovos de helmintos, os métodos mais utilizados na rotina
laboratorial são: Método direto; Método de Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janer;
Método de Ritchie; Método de MIF-C; Método de Faust e colaboradores;Método de
Kato-Katz; Método de Willis; Método de Baermann-Moraes; Método de Rugai.

 Exame Macroscópico.
Observa-se a consistência das fezes (sólidas, pastosas, líquidas), odor,
presença de elementos anormais, como muco ou sangue, e de vermes adultos ou
proglotes.

 Exame Direto (Exame a Fresco)


Específico para a pesquisa de Trofozoítos em fezes frescas.

A técnica consiste em:


 Fezes recém emitidas; Lâmina e lamínula de vidro; Espátula de madeira;
 Solução de NaCl a 0,85%; Solução de Lugol .
 Com palito retira um pouco (parte das fezes) e coloca na lâmina (em duas
porções).
 Adicionar uma gota de solução de salina em uma porção, mexe com lamínula
para homogeneizar.
 Na outra porção Adicionar 01 gota de lugol, homogeneizar com lamínula e
cobrir com a mesma.
 Observarao microscópio, visualizando com objetiva de 10x e 40x.

 Hoffman, Pons e Janer (Sedimentação espontânea).


Este método, na realidade foi descrito por Lutz em 1919 no Brasil e
padronizado por Hoffmann, Pons e Janer em 1934 em Porto Rico. Indicado para
pesquisa de ovos e larvas de helmintos e, sobretudo, para a pesquisa de ovos de
Schistosoma mansoni. De fácil execução é o mais empregado nos laboratórios
clínicos.É uma técnica de concentração de fezes, usadas para concentrar os
37

parasitas em uma amostra e aumentar a probabilidade de detectar os parasitas ao


mesmo tempo em que diminui a quantidade de resíduos das fezes.

A técnica consiste em:


 Triturar bem com bastão de vidros, aproximadamente 2g de fezes, em um
frasco plástico descartável, acrescentar 20mL de água.
 Filtrar a suspensão para um cálice cônico de 200ml de capacidade, por
intermédio de tela metálica ou de náilon, ou gaze cirúrgica dobrada em quatro ou
parasito filtro; os detritos retidos são lavados com mais 20 ml de água, agitando-se
constantemente com o bastão de vidro, devendo o líquido da lavagem ser recolhido
no mesmo cálice; Completar o volume do cálice com água.
 Deixar essa suspensão em repouso durante duas a 24 horas.
 Observar ao microscópio, visualizando com objetiva de 10x e 40x.

4.2.2.4 Imunologia

Os exames imunológicos servem para indicar desequilíbrios nas defesas


como também para indicar a reação específica do organismo para algum de doença.
Tem como função proteger um organismo de qualquer componente externo num
mundo de milhares de componentes internos e de uma imensidão de prováveis
invasores fez do sistema imunológico, ao longo da evolução, um dos sistemas
biológicos mais complexos. Pela sua importância vital e talvez pela sua transparente
complexidade, o sistema imunológico sempre produziu um grande fascínio sobre os
cientistas, fascínio este comparável ao dedicado ao sistema nervoso, talvez por suas
semelhanças no que se refere à memória, comunicação e inteligência. O
conhecimento adquirido sobre o sistema imunológico, principalmente sobre a
produção de anticorpos, conduziu a uma revolução nas técnicas usadas nas
ciências biológicas. Atualmente uma grande parte dos métodos bioquímicos e
histológicos lança mão desta poderosa ferramenta chamada anticorpo para alcançar
os seus objetivos, dentre os examespodemos citar : Dengue, malária, PCR, VDRL,
tronponomina.
38

 Dengue: A identificação precoce dos casos de dengue é de importância


crucial para o controle das epidemias. O vírus da dengue causa um espectro variado
de doenças que inclui desde formas inaparentes ou subclínicas, até quadros de
hemorragia que podem levar ao choque e ao óbito.
Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas
geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de astenia durante algumas
semanas. O exame de PCR ou teste molecular para dengue é usado para
determinar se uma pessoa está infectada com o vírus.

Não é muito comum fazer o exame molecular para diagnóstico de dengue.


Geralmente é feito o exame de sorologia, que detecta a presença de anticorpos
responsáveis por combater o vírus da dengue no sangue do paciente.

 Malária: A Malária é uma doença séria por vezes fatal, que se caracteriza por
febre, arrepios e anemia. Existem quatro tipo de Malária que podem afetar os seres
humanos: Plasmodium falciparum, P vivax, P. Ovale e P. malariae.
A anemia é um achado constante na Malária e progride com a evolução da
doença. O leucograma é variado, não sendo característico. Outros exames tornam-
se alterados à medida que aumenta o comprometimento sistêmico e a intensidade
do órgão acometido. Assim, pode ocorrer aumento das transaminases, dificilmente
ultrapassando o valor entre 5 e 10 vezes o limite superior. Pode ocorrer
hiperbilirrubinemia, com predomínio da forma indireta. Hipoalbuminemia é
encontrada nos casos mais graves.

Existem outros exames, como provas rápidas de detecção de antígenos do


parasita, ou seja, de substâncias que levam o organismo a produzir anticorpos, ou a
pesquisa dos próprios anticorpos (testes sorológicos) e ainda testes de biologia
molecular que detectam o material genético do parasita em amostras biológicas,
embora nenhum destes ainda substitua o exame parasitológico direto em gota-
espessa. Atualmente, a Malária é diagnosticada ao observar os parasitas em uma
gota de sangue. O sangue será colocado ema lâmina microscópica e corado, para
que os parasitas sejam visíveis sob um microscópio.
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 VDRL: E um exame de sangue para diagnosticar sífilis. O teste identifica


anticorpos que o organismo produz para combater a bactéria Treponema pallidum,
causadora da doença - logo, só apresentam esses anticorpos no organismo aquelas
pessoas que já entraram em contato a bactéria. Pessoas que foram infectadas com
sífilis em algum momento da vida carregam os anticorpos referentes à bactéria para
a vida toda. Logo, mesmo pessoas que já estão curadas irão apresentar resultados
positivos neste exame.

Amostras

Soro ou plasma não inativados e líquidocéfalo-raquidiano (LCR), livre de


hemólise, lipemia e contaminação. Em caso de necessidade, as amostras podem
ser conservadas no máximo 4 a 6 semanas a- 20ºC.

Procedimento

Teste Qualitativo

Objetivo: para triagem e eliminação das amostras não reagentes.

 Pipetar 50μl das amostras e soros controles das cavidades da placa


escavada.
 Pipetar 20 μl da suspensão antigênica homogeneizada nas mesmas
cavidades das amostras. Não é necessário misturar esses dois componentes.
 Agitar a placa durante 4 minutos a 180rpm.
 Imediatamente após os 4min. Observar ao microscópio.
 Reação Negativa: AUSÊNCIA de agregados. Aspecto homogênio.
 Reação Fracamente Positiva: PRESENÇA de pequenas agregados dispersos.
 Reação Positiva: PRESENÇA de médios e grandes agregados.

 PCR: A Proteína C-Reativa (PCR) foi demonstrada por Tillet e Francis em


1930. Quimicamente a PCR é uma globulina pentamérica com mobilidade
eletroforética na zona gama. A PCR é considerada uma proteína de fase aguda
encontrada no soro em estados inflamatórios específicos ou não. A presente técnica
40

utiliza uma reação de aglutinação de partículas de látex em lâmina que fornece


resultados em 2 minutos.
Importância Clínica:

A PCR é detectada em inúmeros processos inflamatórios inclusive não


infecciosos, em alguns processos neoplásicos e também nos processos em que há
destruição de tecidos, como o infarto agudo do miocárdio. O teste da PCR é mais
comumente aplicado no monitoramento de doenças como a artrite reumatóide e
febre reumática aguda entre outras. A titulação das amostras positivas, portanto é de
suma importância, uma vez que há correlação direta entre aumento de título e piora
do quadro clínico.

Tipos de Amostra:

A amostra para a prova é o soro (não usar plasma) recém-obtido, separado o


mais rapidamente possível após a coleta, isento de hemólise ou lipemia.

Critérios para Rejeição:

As amostras que se apresentarem hemolisadas, lipêmicas, com indícios de


contaminação microbiana ou de congelamento deverão ser rejeitadas.

Procedimentos Técnicos/Prova Qualitativa:

 Deixar que os reagentes e amostras adquiram a temperatura ambiente


 Adicionar uma gota (cerca de 0,05mL) da amostra e uma gota dos controles
positivo e negativo (cerca de 0,05 mL) nas delimitações da lâmina de vidro
 Agitar vigorosamente o reagente Látex (em vórtex ou batendo contra a palma
da mão 10-15 vezes), e adicionar uma gota deste à amostra e controles,
homogeneizando a seguir com os bastões próprios
 Agitar em movimentos circulares usando agitador mecânico tipo Kline ou
similar durante 2 minutos.

Resultados:

Observar a lâmina sob uma fonte de luz branca incidente, a olho nu,
procurando uma aglutinação das partículas do látex, o que caracteriza reação
positiva. A não ocorrência de aglutinação caracteriza reação negativa.
41

Observação:

Quando a amostra apresentar uma ligeira aspereza (diferente do controle


negativo), pode estar ocorrendo o fenômeno da prozona, neste caso, dilui-se a
amostra a 1:10 no tampão glicina (diluído) e repete-se a determinação, e se o
resultado obtido for positivo parte-se para a quantificação da amostra, do contrário,
considera-se a amostra como não reagente.

Prova Quantitativa

 Preparar uma série de diluições do soro entre 1:2 e 1:128 (podendo ir além
deste título), numerando 7 tubos (1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64 e 1:128),
acrescentando a seguir 0,5 mL de tampão glicina pH 8,2 em cada um deles, e 0,5
mL da amostra no primeiro tubo, homogeneizando e transferindo 0,5 mL desta
diluição para o próximo tubo, e assim por diante desprezando a última alíquota
 Testar as diluições conforme o disposto na técnica qualitativa, substituindo as
amostras pelas diluições.
Resultado:

O título é considerado como a recíproca da maior diluição que apresentar


reação positiva (aglutinação visível a olho nu).

4.2.2.5 Dosagens Bioquímicas

A bioquímica clínica, também conhecida como química clinica ou química


fisiológica ou patológica, consiste em uma ciência que medeia a química e a
patologia, responsável por investigar materiais orgânicos, como sangue e urina, em
que seus resultados refletem alterações metabólicas responsáveis pelo
desenvolvimento de doenças, ela também propicia a análise de amostras como
urina, sangue, líquor, sêmen, líquidos pleurais, sinovial, ascítico, secreções em geral
em que se pode mensurar valores de analitos importantes para controle e
manutenção da homeostasia orgânica.

Múltiplos exames estão inseridos no campo da bioquímica clínica, tais como,


avaliação de proteínas, aminoácidos, enzimas, lipídeos, minerais, eletrólitos,
aspectos bioquímicos da hematologia, como o ferro sérico, hormônios, marcadores
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tumorais, líquidos orgânicos, substâncias do sistema hepatobiliar, dentre outros


analitos, que podem ser analisados quantitativamente e/ou qualitativamente.

Estabelecer valores de referência bioquímicos em amostras orgânicas é de


suma importância, pois eles servirão como parâmetros para avaliar as alterações
funcionais do indivíduo, e com isso contribuir com o clínico diminuindo suas
incertezas e propiciando a conduta mais adequada de tratamento e predição de
prognóstico.

Materiais utilizados: centrifuga, tubos de ensaio, grade de suporte, maquina


automatizada, pipeta, ponteiras descartáveis e reagentes.

Procedimento: é necessário realizarmos a manutenção das máquinas como:


limpeza das agulhas, calibragem, reposição de soluções e reagentes.

 Primeiramente são recolhidos na sala de coleta, os tubos das amostras para


exames bioquímicos, os quais são levados para a sala onde ficam as máquinas de
centrifugação e colocados para centrifugar por dez minutos, não se esquecendo de
colocar os tubos um na direção do outro com a mesma quantidade de amostra para
equilibrar a centrífuga.
 Após isso, os tubos são analisados e verificados se não há fibrina nas
amostras. Se houver, elas são tiradas com ponteiras e desprezadas.
 O tubo é colocado no rack com o código de barra das etiquetas para frente e
sem tampa e então sim levadas para a máquina automatizada para serem
realizados os exames solicitados.
 Após a leitura, os tubos são passados num leitor para confirmar se todos os
exames solicitados foram realizados.
 Caso tenha faltado algum exame, a amostra volta novamente para a
máquina, observando se não está faltando algum reagente antes da repetição do
exame.

 GLICOSE: exame conhecido também como teste de glicose que avalia a


quantidade dessa substância presente no organismo. É ideal para pessoas com
diabetes, para fazer o seu controle durante o tratamento ou para diagnosticar a
43

doença. Para a realização desse exame, o indivíduo deve estar em jejum de no


mínimo 8 horas.
Valores abaixo de 100 mg/dl – normal;

Entre 100 e 125 mg/dl – indicador de pré-diabetes;

Acima de 125 mg/dl – diabetes.

 CREATININA E UREIA: exame realizado para verificar o funcionamento dos


rins. A principal função desse órgão é filtrar o sangue, retirando toxinas como a
creatinina e a uréia. Se os valores dessas substâncias estiverem altos, os rins
podem estar com problemas de funcionamento. A partir dos valores de creatinina e
uréia, é possível ver o volume de sangue que está sendo filtrado por minuto (taxa de
filtração glomerular). Quando essa taxa está abaixo de 60 ml/minuto, o indivíduo
pode estar sofrendo de insuficiência renal.

 ALBUMINA: é a proteína mais importante do plasma humano, que existe em


maior quantidade no sangue e é sintetizada pelo fígado, auxiliando no diagnóstico
de doenças como a cirrose. Essa proteína é responsável por regular a pressão do
sangue. Quando está elevada indica desidratação, e quando está diminuída indica
lesão hepática ou renal.

 FÓSFORO, CÁLCIO, SÓDIO E POTÁSSIO: exame responsável por verificar


os valores desses minerais no corpo. Se houveram alterações desses minerais no
organismo, o médico deverá investigar o motivo delas.

 TGP (ALT) E TGO (AST): esses exames analisam a saúde das células do
fígado. Se os valores estiverem altos, significa que há lesões nas células hepáticas,
indicando doenças como a hepatite.
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 ÁCIDO ÚRICO: esse exame serve para diagnosticar o aparecimento de


doenças como cálculos renais e gota. O ácido úrico é uma substância extraída da
utilização de proteínas no organismo e é transportada pelo sangue para ser
eliminada. Para realizar esse exame é necessário fazer um jejum obrigatório de 8
horas. Esse ácido pode aumentar por motivos hereditários, dietas, alta ingestão
dietética de purina, substâncias que contém frutose, açúcar, alguns tipos de
remédios.

 COLESTEROL: exame feito para conferir os valores de colesterol dos tipos


LDL, VLDL e HDL. O colesterol do tipo LDL e VLDL são considerados ruins e
quando se acumulam nos vasos sanguíneos, podem obstruí-los e promover a
aterosclerose, doença cardíaca que provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos.
Se esse colesterol ruim for elevado, o indivíduo pode sofrer um infarto.
O HDL é o colesterol bom que elimina o colesterol ruim dos vasos
sanguíneos. Quanto maior o seu valor, mais prevenido o indivíduo estará da
aterosclerose. Para controlar o colesterol existem os valores de referência, que são
valores ideais da quantidade de uma determinada substância, identificados por
observação ou mensuração dentro da interpretação laboratorial.

O colesterol total, ou seja, a soma de todos os tipos pode ser definida de


acordo com os valores listados a seguir.

O colesterol alto é definido por valores iguais ou superiores a esses:

Até 29 anos - 200 mg/dl;

De 30 a 39 anos - 225 mg/dl;

De 40 a 49 anos - 245 mg/dl;

Acima de 50 anos - 265 mg/dl.

 BILIRRUBINA: principal produto do metabolismo da heme da hemoglobina.


Bilirrubina Direta (conjugada):
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Avalia a integridade fisiológica do hepatócito e da permeabilidade das vias


biliares intra e extra-hepáticas.

Bilirrubina Indireta (não conjugada):

Avalia a capacidade de depuração do fígado estão ligados à captação e/ou


conjugação hepática.

 FOSFATASE ALCALINA: totalmente excretada pela bile, marcador importante


para processos obstrutivos hepáticos. A fosfatase alcalina possui duas isoenzimas:
uma de origem hepática que avalia de maneira significativa os casos de obstrução
biliar e outra de origem óssea que avalia as doenças que afetam a atividade
osteoblástica.

 FOSFATASE ÁCIDA: realizado com soro ou plasma. A maior atividade é


encontrada na glândula prostática, osso, fígado, baço e rins. É usada na detecção
da neoplasia da próstata, hiperparatireoidismo.

 GAMA GT: alterações indicam doenças hepatobiliares.

 CREATINA QUINASE MB (CKMB): Indicativos de origem miocárdica e


associados à injúria (infarto do miocárdio).

 MAGNÉSIO: exame útil na avaliação de distúrbios metabólicos.

 CLORETO: importante na regulação da manutenção e distribuição de água,


no balanço aniônico e catiônico do líquido extra-corporal e na pressão osmótica. Sua
concentração no sangue é regulada pelos rins, glândulas suprarrenais, pulmões,
pele, trato gastrointestinal e pH sanguíneo. Pode ocorrer hipocloremia em nefrites
associadas com pielonefrites crônicas, alcalose metabólica, intoxicação com
brometo, lesões cranianas, defeito na absorção renal, e paciente em crise
Addissoniana (Insuficiência Andrenal Primária), vômitos prolongados, a secreção
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gástrica pode levar à perda do cloro. A hipercloremia é encontrada na insuficiência


renal aguda, acidose, síndrome nefrótica, diabetes insípidus, hiperfunção
adrenocortical e hiperparatireoidismo.

 AMILASE: a determinação da sua dosagem está indicada no diagnóstico


diferencial do quadro de abdome agudo, especialmente na pancreatite aguda e nos
casos de parotidite.

 FERRO SÉRICO: a dosagem de ferro está indicada na avaliação de


distúrbios do metabolismo do ferro – deficiência ou excesso, bem como na
investigação da etiologia de anemias, especialmente naquelas hipocrômicas e
microcíticas.

 PROTEÍNAS TOTAIS: a dosagem das proteínas totais é útil na avaliação e


acompanhamento das patologias que levam a deficiência na síntese protéica ou por
perda excessiva.

 TRIGLICÉRIDEOS: são constituintes das várias lipoproteínas, e encontrados


em diferentes concentrações tendo grande importância na classificação e
fenotipagem das hiperlipoproteinemias. São verificados valores aumentados em
patologias como no diabetes, doenças cardiovasculares, pancreatite, síndrome
nefrótica, uremia, hipotireoidismo, alcoolismo crônico. Estão relacionados ao VLDL.
Normalmente equivale a cinco vezes o seu valor.

4.2.3 Fase Pós-analítica

De acordo com a RDC 320/2005 da ANVISA, fase pós-analítica é a fase que


se inicia imediatamente após a obtenção dos resultados e finda com a emissão de
laudos, para interpretação pelo solicitante.
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As etapas dessa fase são:

 Preparo do laudo dos exames: Após a aprovação e liberação dos resultados,


os dados são utilizados para a confecção do laudo. Esse processo é feito pelo
Sistema de Informações Laboratoriais, que deve obedecer à legislação vigente.

 Impressão ou transmissão do laudo: Para o laboratório, no caso de


transmissão dos dados dos exames há menor gasto, dispensando assim, impressão,
papel, tinta e impressora, bem como com pessoal específico para cuidar deste
processo, além da necessidade de locais para a guarda, etc..., para o paciente,
torna-se ainda mais viável, principalmente por dispensar odeslocamento até o
laboratório, mesmo que ele tenha os gastos com impressão em sua residência.

 Recebimentos do laudo: Tomada de decisão: Importante documentar a


liberação de resultados, emissão e entrega de laudos, garantindo a
confidencialidade dos seus resultados e fornecendo aos colaboradores uma
avaliação periódica de desempenho do laboratório no controle interno, verificando
assim a abrangência e adequação desses controles (OLIVEIRA, 2011).

 Principais erros da fase Pós-analítica

 Identificação errada dos pacientes


 Transcrição de dados incorretos
 Resultados ilegíveis
 Unidades erradas
 Erros na interpretação dos resultados
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5. CONCLUSÃO

O estágio supervisionado em análises clinica é de grande importância para a


formação do profissional farmacêutico, pois é onde se dedica a aplicação da teoria
na prática. Assim esta disciplina é dedicada para o acadêmico conhecer este campo
de atuação da sua profissão com todas as suas implicações, em que irá atuar, para
conhecê-la e para desenvolver suas competências e habilidades necessárias para o
bom desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, respeitando
sempre a ética, levando com seriedade e querendo assim de tudo o seu bem estar e
do próximo.
O presente estágio proporcionou a oportunidade de aprender, praticando,
sobre o funcionamento de uma rotina laboratorial em todas as suas fases, as
técnicas inerentes à fase pré-analítica, bem como armazenamento e transporte do
material biológico coletado ou recebido.
Nas atividades desenvolvidas na fase-analítica pude aprender a realizar
exames hematológicos, fazer dosagens bioquímicas, exames de análise do
sedimento da urina, exame parasitológico de fezes e exames de identificação das
alterações imunológicas através de reações com soro, plasma e sangue total.
Foi possível conhecer, também, na fase pós-analítica acerca da interpretação
dos resultados dos exames, apontar um possível diagnóstico e entender os meios
para liberação desses laudos com os profissionais farmacêuticos responsáveis por
cada setor, compreendendo de fato sobre o peso da responsabilidade dessa área
específica da profissão farmacêutica.
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REFERÊNCIAS

ABNT. Normas Técnicas para trabalho científico: Elaboração e Formatação.


Explicitação das Normas da ABNT. – 14. ed. – Porto Alegre: 2005.

ARAUJO, L. C. G. Organização & métodos: integrando comportamento, estrutura,


estratégia. São Paulo: Atlas, 1994.

BERWICK, D. M. et al. Melhorando a qualidade dos serviços médicos, hospitalares e


da saúde. Trad. de José Carlos Barbosa dos Santos. São Paulo: Makron Books,
1994. Ministério da saúde / DATASUS - Todos os direitos reservados.

Hemaglutinação. Roteiro de aulano LAC-MAC: mód. imunologia. —. 2009.

Testes de Aglutinação. 2009. Roteiro de Aula de Estágio no LAC-MAC: Módulo


Imunologia.

Neves, David Pereira, et. al. 2005. Parasitologia Humana.11 ed. São Paulo
:Atheneu, 2005.

Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado FMT-HVD Disponível


em: http://www.fmt.am.gov.br/layout2011/diretoria/quemsomos.asp. >acesso em
15/05/2016<

Ministério da Saúde. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia.


Fundação Nacional da Saúde, Brasília, 2001.

Ministério da Saúde. Manual de condutas em exposição ocupacional a material


biológico. Secretaria de Políticas de Saúde, Brasília, 1999.

Resolução 302 disponível em: ,http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em 10/05/2016


às 14:0 0hs.
50

FARMACÊUTICOS, Ordem dos farmacêuticos. O curso técnico em análises clínicas.


Disponível em: <www.ordemdosfarmceuticos / www.guiadacarreira.com.br>. Acesso
em 18/05/2016.

GONÇALVES, Fabiana S. Hemograma Série Branca ou Leucograma. 2015.


Disponível em: <www.infoescola.com>. Acesso em 21/05/2016.

Ciência e Saúde Coletiva – Assoc.Pós-Graduacao - Saúde Coletiva


<www.abrasco.org.br>.

Epidemiologia – Abrasco - www.abrasco.org.br/Revistas/Epidemiologia/revista.html

HENRY, J. B.,ClinicalDiagnosisand Management byLaboratoryMethods. 20 Ed.,


Saunders.Company, 2001.

ANVISA - http://anvs.saude.gov.br/
51

ANEXOS

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