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Apresenta

&
da mídia catarinense

vol. 1
Apoio cultural
A Memória Viva da
Mídia Catarinense
Para fortalecer a memória e a história da mídia e suas personagens em Com esta missão e a visão de “ser reconhecido como a mais ampla
Santa Catarina, o Instituto Caros Ouvintes inicia a série de e-books fonte de informação sobre a história da comunicação e suas mídias
(livros digitais) gratuitos ‘Astros e Estrelas da Mídia Catarinense’. Este no estado de Santa Catarina”, o Instituto Caros Ouvintes existe desde
primeiro fascículo apresenta seis nomes de comunicadores selecionados 25 de janeiro de 2005. Foi criado com a determinação de registrar e
pelo Conselho Editorial do Caros Ouvintes em conjunto com o apoiador ampliar a voz da história da comunicação social para que essa voz não
do projeto. É uma pequena amostra de um universo já mapeado de pelo se perca no ar por falta de registro e se possa preservar e dar eco às
menos 250 profissionais que deixaram sua marca em jornais, rádios, conquistas acumuladas por empresários e trabalhadores em jornal,
emissoras de televisão, revistas e agências de publicidade e propaganda revista, rádio, televisão e cinema em mais de 180 anos de atividades
de diferentes regiões do Estado. produtivas no Estado. Em 2013 e 2014, respectivamente, foi declarado
de utilidade pública municipal e estadual.
Deste modo, com a produção de conteúdo original sobre pessoas que se
destacaram profissionalmente na mídia catarinense, o Caros Ouvintes O Instituto Caros Ouvintes é mantido por meio de doações financeiras
dá mais um passo ao encontro de sua missão de “identificar e organizar de pessoas físicas e/ou jurídicas que se tornam mantenedores do
as informações na área da comunicação social tornando-as acessíveis projeto, tendo o nome (pessoa física) ou link da empresa (pessoa
de forma pública e gratuita de maneira que repercutam, atualizem e jurídica) doadora citado no portal www.carosouvintes.org.br. Ajude a
capacitem estudantes e profissionais em suas diversas áreas de atuação”. manter viva a memória da mídia catarinense.

expediente Gestão 2017 - 2020 do Instituto Caros Ouvintes:


Presidente Giane Jacques Antunes Severo | Vice-presidente Sílvio Lodi | Diretor Superintendente Vanderlei
Redação Paulo Scarduelli, Daniel Silva | Revisão Giane Severo | Edição Rogério Mosimann | Peretti | Diretor de Desenvolvimento Ricardo Leandro Medeiros | Diretor Administrativo e Financeiro Anuar
Projeto gráfico e editoração eletrônica Lucio Baggio | Diretor Comercial Geraldo Nilson Pedro Júnior | Conselho Fiscal José Ribeiro, Jasmine Jacques Antunes Severo, Walter Cúrcio Filho 2
A comunicação como
DNA do Koerich
Para o Koerich, tão importante quanto a satisfação do cliente na sua E a comunicação para o Koerich é uma ferramenta indissociável ao
decisão de compra, é o poder de comunicação e transparência em todos desenvolvimento dos negócios. A empresa foi a primeira anunciante do
os atos e formas de informação. Antonio Koerich, 80 anos, e mais de 62 varejo no Estado, isto na década de 80. Um arrojo, mostrando que para
dedicados ao comércio é o grande responsável por esse legado. Ao longo de crescer é preciso acreditar e apostar em seu negócio, fazer barulho,
toda a trajetória do Koerich, quando começou a trabalhar no Armazém de comunicar.
Secos e Molhados de seus pais, sempre investiu em comunicação.
E a empresa continua inovando. Na era digital foi pioneira na produção
As iniciativas ficaram mais evidentes a partir de 1964, quando abriu a de um comercial neste formato, numa visão arrojada, imprimindo a
sua primeira loja de eletrodomésticos. Por ter o DNA empreendedor e marca Koerich diretamente a este novo consumidor, mas sempre sem
considerado por estar à frente de seu tempo, a comunicação, a força abrir mão de suas tradições, da maneira de falar com os clientes e
das promoções, a participação em eventos comunitários e locais e as fornecedores. Na era das redes sociais também utiliza-se as plataformas
campanhas de vendas que ao final sempre sorteavam carros e motos, para comunicar-se com essa nova sociedade digital.
forjaram a marca da empresa, que tem intrínseca relação com a história
do povo catarinense. E mais, em 2016 - numa ação de reafirmação da marca - incorporou ao
seu tradicional slogan GENTE NOSSA, a expressão GENTE BOA, em
Apesar de toda a força do marketing, a comunicação por muitos anos alusão a uma forte característica do povo catarinense, GENTE BOA,
sempre foi considerada um artigo de luxo, e até relegada a um segundo GENTE NOSSA.
plano. Mas no Koerich, comunicação sempre foi o pilar das ações, pois a
empresa sempre acreditou na força da informação com os nossos mais
diferentes públicos e essa ferramenta tem também nos referendado em
prêmios recebidos pela empresa ao longo dos anos.

3
UM
SSU MÁ
ÁRRIIO
O

&
da mídia catarinense

vol. 1

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Carlos Roberto
Damião Alves
8 17
Hélio 11 Moacir
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Costa Lenita Miguel Pereira
Cauduro Livramento
Carlos
Damião
Multimídia aos 60

O poeta e jornalista Carlos Damião Werner Martins nasceu na


maternidade Carlos Corrêa, mas foi registrado em São José, cidade onde
seus pais residiam. Atuando desde o final dos anos 70, Damião cumpriu
em quatro décadas quase todas as funções que um profissional do
jornalismo pode exercer. De repórter a editor-chefe, passando por assessor
de comunicação e colunista, apresentador de rádio, entre tantos outros
cargos. Usuário frequente das redes sociais, o jornalista lamenta o fato de
alguns colegas terem ficado para trás por conta da chamada tecnofobia.

“Eu tenho essa história de ser multimídia. Domino todas as formas de


divulgação e comunicação. Pela minha experiência e vivência, tenho
facilidade em me adaptar. Aprendi a mexer com informática em 1996
Carlos Damião
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e, em 2004, fiz meu primeiro blog. Sinto pelos que não souberam se
adaptar, mas não podemos viver de saudade. É preciso reinventar-se”,
comenta Damião, que hoje escreve para o jornal Notícias do Dia.

Aventura em São Paulo


Visita do prefeito eleito Sérgio Grando à redação de O
Estado, em 6.10.92, logo após conhecer o resultado
final. Em pé, eu, Mário Pereira e Ivan Giacomelli. De Damião começou no jornalismo por acaso. Antes de trabalhar como
perfil, Janine Koneski Abreu. repórter para o Jornal da Semana, em 1978, o poeta já contribuía com
algumas publicações. Foram dois anos até a mudança para Blumenau,
onde teve breve passagem pelo Jornal de Santa Catarina. A vontade
de arriscar o fez seguir para São Paulo, em 1981, onde viveu grandes
momentos. Na TV Cultura, então TV2, dividiu o estúdio com grandes
nomes da televisão, como Blota Júnior, Antonio Fagundes e Walmor
A partir da esquerda: cineasta Armando Carreirão,
jornalista Bento Silvério, Salim Miguel - todos Chagas. “Tinha contato com um amigo que trabalhava na TV Cultura
Aos nove anos, em Balneário falecidos - e Damião. Redação Jornal da Semana,
e fiz frila como produtor e redator de programas educativos. Foi um
Camboriú 1980, registro de Rivaldo Souza, também falecido
privilégio. Lembro muito bem deles. Apesar de vivermos na Ditadura, a
Carlos Damião em primeiro TV Cultura tinha liberdade de trabalho”, recorda.
plano. Ao fundo, Décio
Bortoluzzi. Redação Jornal
da Semana, 1980 A aventura pela TV Cultura durou pouco mais de um ano. Em seguida,
Damião prestou concurso para a empresa Informações objetivas (IOB),
tirou em segundo lugar e trabalhou durante três anos como assessor e
depois gerente de comunicação, antes de voltar para Florianópolis. “Foi
uma experiência muito rica, numa área que eu nunca tinha trabalhado
antes”, afirma.

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Carlos Damião foca o ex-prefeito de São José,
Djalma Berger

Poesia e rádio, duas paixões

Hélio Costa, Polidoro Júnior, Rui Guimarães e Carlos Damião Damião tem novas metas para o futuro: voltar a publicar um livro. O
último, “Alquimia da Paixão”, foi lançado em 1995. Fã de hai-kais,
O Estado: o auge gênero que “diz muito com poucas palavras”, o jornalista começou a
se expressar com poesia ainda nos anos 1970. ‘Medo’, poema militante
Nesses quase 40 anos de profissão, o multimídia Carlos Damião de 1974, saiu em mais de 50 jornais e revistas de poesias da época.
trabalhou também nos jornais O Estado e AN Capital. Passou pelo “Continuo escrevendo, publico no Facebook, divulgo no Twitter. Devo
antigo SBT, foi correspondente de O Globo, apresentador e comentarista publicar algo em breve. É a minha razão de viver. Larguei a poesia para
da Rádio Guarujá e presta serviço, desde 2010, ao Grupo RIC, como sobreviver, pois ela não paga as contas de ninguém no Brasil”, lamenta.
colunista e editor de projetos especiais do ND. O momento que
considera o auge da carreira foi na década de 1990, no saudoso jornal Outro plano do jornalista é voltar ao rádio. Com passagens pela Guarujá
O Estado. Foi editor de política e opinião, chefe de redação, editor e também Rádio Record, entre 2008 e 2013, Damião acredita que
executivo, editor-chefe e, por último, colunista. “Entre 1993 e 1997, o grande parte das pessoas o conhecem pelo trabalho que fez nesses
jornal tinha uma circulação muito boa, não ficava restrito à Capital. Foi veículos, pois o jornalismo impresso, com a exceção dos colunistas,
a experiência mais rica da minha vida. Faço um tributo aos mestres que mantém o profissional em certo anonimato. “Eu tenho uma saudade
tive: Sérgio da Costa Ramos, Laudelino Sardá e Mário Pereira, que foi o louca de trabalhar com rádio. É a comunicação direta, eficiente,
último diretor com quem trabalhei antes do Luiz Meneghim. O Mário, você sabe das coisas na hora em que elas estão acontecendo. Estou
além de jornalista, era escritor e leitor voraz de filosofia, poesia e ficção. aguardando um momento adequado. Precisamos de melhores condições.
Devo boa parte da minha formação técnica a ele. Grande sujeito”, conta. Não é o momento de arriscar”, finaliza.

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Hélio
Costa

Vivendo um sonho

O telefone de Hélio Costa não para. De delegacia em delegacia, rotina


que mantém há mais de 30 anos, para apurar ocorrências policiais, o
fenômeno de audiência da televisão catarinense insere uma condição
antes de começar a entrevista. “Só não me pergunte sobre datas. Faço
tantas coisas, que nunca me lembro”, conta. Pelo menos o ano em que

Hélio Costa começou no jornalismo, o apresentador do Grupo RIC não esquece – foi

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em 1978, na rádio Jornal A Verdade. Hélio Costa trabalhou durante mais


de uma década na Rádio Guarujá, como repórter, tendo sido setorista
tanto do Avaí quanto do Figueirense.

Em paralelo, o jornalista fez parte da equipe da sucursal da TV


Eldorado, na Capital. Fazia matérias de política e geral. Desde o início da
carreira, nunca ficou apenas em uma emissora. “Meu sonho era viver
do jornalismo. Não achava legal depender de emprego público. Nunca
fiquei desempregado. Sempre trabalhei em pelo menos dois lugares”,
conta. Abandonou o futebol ainda na década de 1980, para passar mais
tempo com a família. “Criei duas filhas sem ter sábado, domingo, Dia
dos Pais. Quando nasceu o terceiro filho, o Júnior, resolvi parar de vez”.

A cobertura policial entrou na vida de Hélio Costa depois que ele foi

Hélio Costa acompanha reunião da


levado para a TV Barriga Verde, “por volta de 1986”. Repórter do
Federação Catarinense de Futebol com programa César Souza, foi com o hoje deputado federal para a TV
José Elias Giuliari e Delfim de Padua
Peixoto Filho. Foto Jornal O Estado
Cultura (RCE). A reviravolta na carreira aconteceu no começo da última
década, quando tornou-se o apresentador que é conhecido em todo o
Estado. “Fiquei um tempão com o César Souza e vim para a TV Record,
Entrevista o meia Osmari, do Avaí. Foto
onde comecei a apresentar o programa Cidade Alerta. O SBT, da família
Adalberto Kluser
Petrelli, me chamou e me ofereceu o triplo do salário. Dei o triplo de

Cobertura de jogo entre audiência para eles. Aí, a Record me trouxe de volta com o triplo do que
Carlos Renaux e Avaí eu já ganhava. Rapaz, fiquei com um dinheirão. Nunca imaginei receber
isso como jornalista”, comemora.

Hélio Costa (de costas), na época de


repórter esportivo de rádio, nos anos 80,
Evaldo Luiz e Hélio Costa nos tempos de trabalhando no estádio do Figueirense,
rádio, inicio da carreira Orlando Scarpelli

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Estilo único Problema superado

Sem referencial na cobertura policial em Santa Catarina, Hélio Costa Se Hélio Costa tinha a intenção de ser conhecido no Brasil inteiro,
tem um estilo de apresentar que virou marca registrada, impostando a conseguiu, mas não da forma que ele imaginava. No dia 25 de setembro
voz rouca. A forma que ele fala e os bordões que saem no ar, como “Oi, de 2015, o Jornal do Meio Dia recebeu a ex-modelo Andressa Urach,
gente amiga”, ou “Fio desencapado”, são febre nas redes sociais. Muita que divulgava o seu livro pelo país, e o apresentador ‘exagerou no tom’.
gente quando o encontra, tenta imitá-lo, um motivo de orgulho para o Pediu desculpas no dia seguinte, em seu perfil no Facebook. A atitude
jornalista. “O meu jeito é esse mesmo. Não imitei ninguém. Vejo isso foi elogiada pelos seus seguidores, e Andressa desculpou o jornalista,
(reconhecimento) com muita alegria. Poucos são imitados no Brasil. Só encerrando a polêmica. “Embora em nenhum momento tenha sido
o Silvio Santos. É uma realização profissional”, afirma. minha intenção ofendê-la, emiti algumas opiniões não adequadas,
provocando constrangimento na minha colega Karem Fabiani e no
Não tem um dia em que sai na rua que não aparece alguém pedindo público de casa. Errei movido apenas pelo desejo de obter as melhores
para tirar foto. Até nas delegacias, o apresentador é tietado. A página respostas para quem me assiste diariamente. Espero que o seu exemplo
que mantém no Facebook, com quase 35 mil curtidas, é uma prova da de superação ajude o máximo de mulheres em todo o Brasil”.
sua popularidade. “Eu tiro em média três fotos por dia, isso somente
em delegacia, trabalhando. Tem sempre alguém, quando vou entrar ou
estou saindo, que me reconhece”, diz.

Hélio Costa faz as reportagens, acompanha a edição e apresenta o


material. Assim, segundo ele, “tem o programa na mão”. Ele gosta Apresentador do Cidade Alerta, na RIC TV
Record, entrevista o secretário de Segurança
mesmo é de estar no local do fato. E a cobertura mais marcante Pública de Santa Catarina, César Grubba
aconteceu em maio de 1999, na rebelião do presídio de Florianópolis,
que teve uma morte. “Tem que ir lá (delegacia), se não eu quebro a
cara. Faço ronda todos os dias. É bom estar na rua, ouvir as reclamações
das pessoas quando paro no trânsito. Digo que eu vou averiguar, e o
cidadão sai feliz da vida. Já ajudamos muita gente e já vi muita coisa. O
jornalismo faz de conta nunca foi a minha área”, salienta. Hélio Costa em reportagem no bairro Estreito,
para o Jornal do Meio Dia, da RIC TV Record

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Lenita
Cauduro
Por acaso
Longe da televisão há mais de 30 anos, Lenita Cauduro ainda hoje é
parada nas ruas pelas pessoas, que se lembram do sucesso do programa
‘Revista Feminina’, na TV Eldorado, de Criciúma, hoje RBS TV, do qual
era apresentadora. O jornalismo entrou por acaso na vida dessa professora
de educação física, hoje aposentada. Nascida em Caxias do Sul (RS) em
1947, Lenita mudou-se para o Sul de Santa Catarina em 1972.

Seis anos depois, durante a pós-graduação, escolheu a Cecrisa como


tema para o trabalho de conclusão de curso. A fábrica de cerâmica
estava construindo um centro esportivo na época, e Lenita achou o case
ideal para tratar de recreação e lazer. Durante a explanação do projeto
ao presidente da empresa, Manoel Dilor Freitas, ouviu dele a seguinte
pergunta: “Você já pensou em fazer televisão?”. Foi o começo de uma
história de inesperado sucesso.

Lenita Cauduro
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“O diretor só me olhava. Achei que tinha falado só bobagem. Estava


quase fazendo 30 anos, mas voltei no tempo e pensei em possibilidades
que deixei passar e fiz o teste no dia seguinte. Ganhei de 250 candidatas.
Nunca imaginava que isso fosse acontecer, mas são aquelas coisas que
caem do céu. Muita gente não sabe o potencial que tem até se descobrir

Entrevista com o cantor Gilbert no em outra área. Foram os melhores anos da minha vida”, comenta.
programa Revista Feminina

A experiência de Lenita em televisão durou quatro anos: entre 1979 e


1983. Como a TV Eldorado – que era afiliada da Bandeirantes – tinha
40% da programação local, a equipe da emissora tinha liberdade para
criar, e Lenita acabou se tornando um dos ícones da comunicação
nos anos 80. O sucesso foi tamanho que a Eldorado desbancava todos
os concorrentes na audiência, até mesmo a Globo. “Conseguimos
projetar artistas, dar oportunidade para muitas pessoas. A audiência
era muito boa e tínhamos popularidade. Também conheci muita gente.
Começamos juntos, a equipe tinha um espírito coletivo, caprichava nas
imagens, nas músicas. Se esse programa fosse ao ar hoje, não perderia
Lenita com o ator Tony Ramos em em nada para qualquer outro”, compara.
Baile dos Artistas, no Lagoa Iate Clube,
de Florianópolis, na década de 80
O ‘Revista Feminina’ começou gravado, com 30 minutos de duração,
e passou para uma hora ao vivo. Sobre o pioneirismo, brincou citando
a colega de profissão Fátima Bernardes, apresentadora do programa
‘Encontro’, da Rede Globo. “Coincidentemente, eu já fazia um
‘Encontro’ naquela época. Me despedia das pessoas dizendo [até o
encontro de amanhã]”, diverte-se.

Lenita no estúdio da TV Eldorado,


anos 80

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Na época da Rádio Eldorado, entre 2003 e 2004 Lenita Cauduro atua na peça ‘Boca de Ouro’

Paixão pelo rádio


Lenita foi a responsável pela implantação da Itapema FM, em 1983, a
convite da RBS, empresa na qual permaneceu até 1986. A paixão pelo
rádio a fez voltar para Criciúma, nos anos 2003 e 2004, onde trabalhou
na Rádio Eldorado. Lenita participou da cobertura do Furacão Catarina,
que atingiu a costa da região Sul do Brasil, em 2004. “Não imaginava Já aposentada, Lenita formou-se em Teatro Capa da revista TV em Foco de 1986

que o rádio tivesse tamanho poder. A FM tem um público mais elitizado,


mas na AM as pessoas querem saber da informação. Fiquei apaixonada Camaleoa
pela repercussão. Estava na rádio na época do furacão, foi muito difícil,
as pessoas ligavam para ter informação.” A distância da família, que Mudar de ramo nunca foi um problema para Lenita. Já aposentada,
ficou em Florianópolis, a fez abandonar a carreira na comunicação em em 2011 começou o curso de Licenciatura em Teatro, na Universidade
2004. “Não dava para ficar longe e voltei para a Ilha. Matei a minha do Estado de Santa Catarina (UDESC), concluído em 2016. De volta
curiosidade de trabalhar no rádio AM”, afirma. aos estudos, produziu, escreveu, dirigiu e atuou na mesma peça –
‘Fragmentos de uma longa vida’, um tributo à Dercy Gonçalves, em
Lenita também faz uma crítica à televisão. “Sempre preferi usar a formato de entrevista, encenado também em 2016.
minha voz em vez da minha imagem. A TV é um pouco cruel. Só se
veem caras bonitas e corpos esculturais. É difícil se manter no ar após Viver profissionalmente do teatro não está nos planos. “Não fiz o
os 60 anos”, reclama a jornalista, que adota o mesmo discurso para a curso pensando nisso. Sempre gostei da área e fui estudar mais para
profissão de mestre de cerimônias, outra função que pode exercer, tendo preencher o meu tempo, fazer novos amigos e aprender. Foi uma das
feito curso no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). “Fiz algumas melhores decisões da minha vida. Adoro atuar. Você vê a resposta, pode
tentativas de voltar ao mercado, mas me frustrei muito e desisti. Não olhar nos olhos das pessoas. Na TV, você não sabe quem está te vendo.
consideram a bagagem da pessoa”, pontua. Foi por isso que me lancei no teatro”, revela.

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Miguel
livramento

De volta para casa

O comentarista Miguel Livramento nunca se esquecerá do dia 11 de


dezembro de 2015. Era uma sexta-feira, quando o baixinho polêmico
foi chamado por diretores da RBS, que anunciaram a sua demissão.
“Falaram que tinham de cortar gastos. Eu ainda brinquei, disse que não
tinha dinheiro para emprestar à empresa”, revela. A segunda passagem
pelo grupo durou nove anos e três meses. Sem guardar mágoa da antiga
empresa, onde deixou grandes amigos, Miguel voltou no tempo quando

Miguel Livramento acertou com a Rádio Guarujá – o começo de tudo, em 1978.

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Com propostas de duas emissoras de TV locais, escolheu o SBT. O


‘recomeço’, com quase quatro décadas de carreira, tem sido o melhor
possível. “Claro que ficamos sentidos com uma demissão, ainda mais do jeito
Entrevista com Ademir de que aconteceu. Eu recebi muitos telefonemas lamentando a minha saída e
Menezes no aeroporto
sei que eles também receberam críticas. A vida continua. Voltei à Guarujá,
Miguel Livramento entrevista Pelé, 1972.
Foto: Djalma Postical uma casa antiga, onde tive a melhor fase da minha carreira no rádio e estou
muito satisfeito no SBT. É uma direção que tem palavra”, afirma.

A primeira passagem na Rádio Guarujá durou 13 anos. O primeiro contrato


com a RBS foi assinado em 1982, para participar como comentarista do
Cobertura do Carnaval nos anos 70
Jornal do Almoço. Em 1985, pediu demissão para trabalhar na Rede de
Comunicação Eldorado (RCE), que inaugurou dois anos depois a Rádio
Guararema, onde ficou até 1995. Mais uma vez, a Guarujá apareceu no seu

Miguel Livramento, Roberto caminho. Foram mais oito anos ‘em casa’ até a ida para a RBS, em 2006.
Alves e outros amigos em Miguel trabalhou também nas rádios Diário da Manhã, Jornal A Verdade,
Foto do acervo de Adalberto Kluser confraternização. Ano de 1988
Bandeirantes, além das TVs Cultura e Barriga Verde.
Apresentador e comentarista no
programa Meio Dia , anos 80
Sangue azul

O jornalismo esportivo tem um grande tabu: os cronistas escondem


a todo o custo o time pelo qual torcem. Com Miguel Livramento, não
tem segredo. É avaiano roxo. Mesmo expondo a sua preferência, o
comentarista conseguiu ganhar o respeito de ambas as torcidas. E olha
que quando as coisas não vão bem no sul da Ilha, a crítica é pesada! “O
torcedor não gosta de ser enganado. Não me escondo. O torcedor sabe
que sou torcedor do Avaí. Nunca me verão com uma camisa de time de
futebol. Se eu entrar em um restaurante com uma camisa do Avaí, já
terei 50% de reprovação dos clientes”, salienta.
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Miguel também faz uma provocação aos colegas. Segundo ele, grande chamou e disse que eu tinha de me acostumar, pois eu era um cara que
parte (70%) dos profissionais da crônica esportiva de Florianópolis torce provocava ciúme nas pessoas. Eu jamais tentei derrubar alguém para
para o Figueirense. O que mais tem, segundo o comentarista, é torcedor subir na vida, mas nesse meio tem uns malas que temos que carregar
“enrustido” na mídia. Se todos os jornalistas manifestassem a sua pelo resto da vida”, dispara.
preferência haveria mais credibilidade, acredita o profissional. “Não vejo
razão para esconder o time. Não me arrependo. Trabalho no Orlando Fiel escudeiro
Scarpelli e sou bem tratado. Critico mais o Avaí do que o Figueirense.
Tem cara que diz que é Figueirense no ar, mas é avaiano rachado. Tem Miguel Livramento conhece Roberto Alves muito antes de entrar para a
muito enrustido por aí. Os avaianos são poucos”, afirma. Guarujá. O comentarista trabalhava numa loja na rua João Pinto, onde
ficava a rádio, no centro de Florianópolis, e o via passar todos os dias.
Na boca do povo Nessas idas e vindas, ficaram amigos. Roberto levou Miguel para trabalhar
na TV Cultura em 1979 e, mesmo após a saída da RBS, continuam se
O torcedor de futebol da Capital que acompanha as partidas pelo rádio vendo pelos estádios de Santa Catarina. “Em 1998 nós fomos convidados
com certeza já deve ter ouvido expressões como “namora, mas não para trabalhar na RBS, os colegas de equipe da Guarujá me pediram para
beija”, “calça de veludo, ou bumbum de fora”, “zagueiro bandido”, entre não sair e fiquei. Hoje conversamos pelo telefone, saímos para jantar. A
tantos outros bordões que ficaram famosos na voz de Miguel Livramento. minha mulher se dá muito bem com a dele”, revela.
A maioria das frases vem da roda de dominó que participa com os
amigos sempre que pode. “Um dia, um deles falou ‘o homem que não
tem coragem não casa com mulher bonita’. Eu levei para o ar, e acabou
caindo no gosto da galera”, conta.

Com Roberto Alves no Jornal


Miguel já foi homenageado com perfis falsos nas redes sociais, que do Almoço, anos 2010 Apresentador do quadro de esportes no SBT SC

replicam todos os comentários engraçados durante os jogos. Muitos


torcedores também o imitam. A frase que mais lembrada é “se isso não é
pênalti, a minha vó é uma bicicleta”. O reconhecimento tem o lado bom,
mas o comentarista acredita despertar a inveja nesse meio. “Acho legal.
Miguel Livramento no estúdio da Rádio
As pessoas usam essas frases porque me escutam. Tenho o meu público. Guarujá, com Sérgio Murilo, Paulo Brito e
Uma vez estava chateado com um colega, e o (Paulo) Branchi me Dolmar Frizon (2016)
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Moacir
pereira

Na linha de frente

Moacir Pereira começou no jornalismo em 1963, na Rádio Anita


Garibaldi, 16 anos antes da fundação do curso de Comunicação
Social, encabeçada por ele mesmo, na Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). Trabalhou na Rádio SC ao lado de Adolfo Zigelli,
foi correspondente do Correio do Povo, de Porto Alegre, na década de
1970, e também colunista do jornal O Estado. Comentarista e colunista
político do Grupo RBS (jornais, TVs e on-line), o jornalista só não esteve
na África cobrindo missões empresariais, parlamentares, culturais e
oficiais. “Só falta ver boi voando”, brinca.

Moacir Pereira
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Moacir Pereira com Alberto Dines, em 1980 Na época em que começou, o jornalista precisava apenas de uma caneta
e um bloco de notas para trabalhar. Além de alterar a rotina da profissão,
a tecnologia também acirrou a concorrência. Segundo Moacir Pereira, o
repórter perdeu a exclusividade da notícia. “Hoje tomamos conhecimento
dos fatos por terceiros, ou por órgãos como a Polícia Rodoviária Federal,
que publica fotos e informações no Twitter. O cidadão vê um acidente
de trânsito e pode tirar uma foto e ele mesmo divulgar. A gente tem de
aprofundar o assunto, opinar. É o futuro”, acredita.

Moacir Pereira não descansa nem nas férias. Com o celular ligado 24h
por dia, sabe de fatos e noticia antes dos outros. O furo da morte do
empresário João Batista Sérgio Murad, o Beto Carrero, em 1º de fevereiro
de 2008, é somente um exemplo do prestígio que o jornalista conquistou.
O segredo, como Ulysses Guimarães disse aos repórteres durante a
Assembleia Constituinte (1988), é fazer com prazer. “Não tem horário.
Posse como presidente do
Sindicato dos Jornalistas, em Minha família ainda se queixa, mas essa é a vida do jornalista. O maior
1975, de terno com listras patrimônio é a credibilidade, que vem com a conquista de fontes. Tem
informações que recebo que só eu sei. O segredo é manter o sigilo”, diz.

O jornalista também noticiou com exclusividade a morte do senador

Moacir Pereira na cobertura da


Luiz Henrique da Silveira, em 10 de maio de 2015.
enchente de Blumenau, para o Jornal
do Almoço, RBS TV, em 1983
Do outro lado

Moacir Pereira também atuou pelos direitos dos colegas de profissão.

Com Antônio Adolfo Lisboa, professor Entre 1975 e 1978, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de
da UFSC e Antonio Oliveira Gonzalez, Santa Catarina (SJSC). Na época conseguiu um acordo coletivo com
jornalista de Porto Alegre, em 1979

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o Ministério do Trabalho que fixou o salário da categoria em cinco Máquina de escrever
salários mínimos. “Na cotação de hoje seriam mais de R$ 4 mil. Nada
mau”, analisa. A fundação do curso de jornalismo da UFSC aconteceu Titular da cadeira nº 3 da Academia Catarinense de Letras, Moacir
um ano depois. O comentarista político também presidiu a Associação Pereira publica, em média, um livro por ano desde 1976. São 47
Catarinense de Imprensa (ACI), de 2002 a 2005, e lamenta a falta obras sobre comunicação, política e biografias. ‘Santa Catarina de
de união entre os profissionais. “Hoje criam-se grupos por questões Alexandria’, lançado em 2015, relata a visita que o então governador
ideológicas, que limitam, esvaziam e desunem a categoria. Naquela Esperidião Amin liderou em 2002 ao Monte Sinai, no Egito, local onde
época (anos 1970), os jornalistas eram mais unidos”, compara. fica o Mosteiro de Santa Catarina. São histórias, fotos de esculturas e
pinturas da padroeira do Estado. “Tive acesso a fatos e documentos de
Momento político “é triste” interesse público, que ficariam restritos ao público do jornal impresso.
Acompanhei bastidores, atos e discursos que merecem esse registro. O
Moacir Pereira não conviveu com Nereu Ramos e Jorge Lacerda, sobre Santa Catarina talvez seja o livro mais perene. Resgatei imagens
dois dos maiores políticos de Santa Catarina, na sua opinião. Dos que da padroeira nas viagens que fiz e constatei que, lá fora, ela tem mais
teve oportunidade de conhecer e acompanhar a trajetória, o colunista devotos do que aqui. Os russos ortodoxos e gregos, por exemplo, a
cita Colombo Salles, Vilson Kleinübing, Luiz Henrique de Silveira e consideram milagrosa”, revela.
Espiridião Amin como os mais importantes. A relação com alguns deles
foi tão próxima, como foi com LHS, que se confunde com amizade. “A Mais de meio século depois de dar os seus primeiros passos no jornalismo,
relação é profissional, mas às vezes é muito próxima, e tem o momento Moacir Pereira modernizou-se com as novas tecnologias, mas um ritual
que você tem de criticar, ‘dar pau’. É complicado”, conta. ele não muda: não sai de casa sem a caneta e do bloco de anotações.

Triste pelo momento político pelo qual o Brasil atravessa, Moacir Pereira
atribui a intolerância à internet. “Democracia não se constrói com
intolerância. E a história mostra isso. Santa Catarina teve adversários
políticos radicais que se uniram pelo bem comum, como na fundação da
UFSC, em 1960. É muito triste esse momento”, afirma.

Ao lado dos colegas Paulo da Costa Ramos, Moacir Pereira doou livros do seu acervo para
Nelson Wedekin e Cesar Valente a faculdade UNIARP, de Caçador

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Roberto
Alves
A voz do futebol catarinense

Quando Roberto Alves começou a trabalhar como operador de som na


Rádio Guarujá, em 1957, aos 16 anos, o Figueirense ainda jogava no
estádio Adolfo Konder – o Orlando Scarpelli foi inaugurado em 1960. O
Campeonato Citadino, dominado por Avaí e pelo alvinegro do Estreito,
assim como o Campo da Liga, também não existe mais. Nessas seis
décadas de carreira, o comentarista acompanhou a transição do futebol
catarinense, do amadorismo, até a sua profissionalização e auge, em
2015, quando a dupla da Capital, além de Chapecoense e Joinville,
participou da Série A, a elite do Brasileirão. “Essa transição foi muito
forte. O futebol foi evoluindo com o aprimoramento do calendário, a
criação das séries B, C e D”, aponta.
Roberto Alves
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Invasão do policial no programa


Terceiro Tempo ao vivo na TV
Cultura - maio de 1986
A ida para o campo não demorou. Em 1960, deixou a função de
sonoplasta, e virou repórter. Desde então, o rádio tem sido a sua grande
paixão. Teve de abandonar as ondas sonoras por um breve período,
na década de 1970, quando foi para a TV Cultura. De comentarista,
passou a narrador e apresentador. O programa ‘Bola em Jogo’ fez grande
sucesso. Roberto Alves também comandou o ‘Terceiro Tempo’, ao lado
de Miguel Livramento, Hélio Costa, entre outros nomes da crônica
esportiva. “O rádio foi onde nasci. É fascinante. Aconteceu, alguém
liga para a rádio e está no ar. Você tem que produzir a imagem para o
ouvinte, para ele poder se sentir vendo o jogo”, comenta.

Com tanto tempo no ar, hoje na rádio CBN Diário e na RBS TV, além
Roberto Alves (à esquerda), repórter de manter uma coluna no jornal Diário Catarinense, a aposentadoria
esportivo na cobertura de evento de
basquete da Federação Catarinense
não faz parte dos planos. “É o momento que penso em transmitir a
No programa Os Comentaristas, da RCE, anos 80 de Basquete, anos 60 minha experiência para essa nova geração do rádio. Quando começar a
reclamar da escala, está na hora de parar. Enquanto tiver disposição, vou
trabalhar. Tenho um pouco mais a contribuir com o futebol”, diz.

Carteira de atleta de Roberto Alves Saudosista, sim


do Avaí Futebol Clube - Acervo de
Adalberto Klüser. 1956
O futebol mudou muito desde 1957. Por causa disso, raramente é
possível ouvir ou ver Roberto Alves fazendo elogios a uma jogada ou
atleta. Crítico, o comentarista é exigente por ter visto grandes times
em ação no passado. O Paula Ramos, campeão catarinense de 1959,
“jogava por música”, segundo Roberto. “Não vejo mais um time como
Com o ex-prefeito de Florianópolis, o Paulo Ramos de 1959, que você tinha a escalação na cabeça. Eram
Francisco Cordeiro, em 1975

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os 11 mesmos jogadores o campeonato todo. Não tinha concentração, governo. Foram 32 minutos de tensão. “Ele subiu o Morro da Cruz com
ninguém se contundia e chegavam de ônibus para jogar no Campo da dois revólveres nas mãos e outros três na cintura. Ele chegou a dar um
Liga”, conta. Entre outras grandes equipes, Roberto Alves cita o Carlos tiro, mas tinha descarregado a arma no pátio da emissora. Foi preso e
Renaux de 1950, o Caxias de 1954, o Hercílio Luz de 1957/1958 e o expulso da PM. Eu participei do júri. Não gosto nem de contar. É uma
América de Joinville de 1971. história muito triste”, recorda.

A culpa pela falta de qualidade, segundo o comentarista, é dos técnicos A tragédia envolvendo a Chapecoense, em novembro de 2016, em que
e esquemas táticos modernos, como 4-1-4-1, utilizado por Tite na 71 pessoas morreram em uma queda de avião, na Colômbia, incluindo
seleção brasileira. Em vez de atacar, a primeira preocupação dos times colegas de RBS, foi uma cobertura que Roberto Alves nunca pensou em
é não sofrer gol, ideia que Roberto Alves lamenta. A saudade de quando fazer. Mesmo com a dor da perda de amigos, o comentarista foi elogiado
grandes craques atuavam em Santa Catarina, como Lico, Zenon e Almir pelo trabalho. “Foi o momento mais emocionante e mais difícil. Era
Gil bate forte. “Sou saudosista, sim. Hoje se prioriza o físico. Na minha muito amigo de todos. Vi o presidente da Federação Catarinense (Delfim
época, era qualidade. Os técnicos trataram de enfeiar o futebol. Fazer Pádua Peixoto Filho) jogar futebol em 1960, foram mais de 50 anos de
um gol é uma dificuldade. A qualidade me faz pensar na época em que amizade. Fizemos uma cobertura ao vivo de Chapecó, das 8h às 16h, e
tínhamos craques à vontade. Faço questão de resgatar a memória, não fomos prudentes. O Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, ligou para
deixar morrer os nomes e times que fizeram história. Quando digo que a RBS para elogiar”, ressalta.
o Adolfinho foi um dos melhores goleiros do Avaí, dão risada, mas é que
não tinha televisão, poucos o viram jogar”, afirma.

Nem tudo são flores


Roberto Alves com Elton
Carvalho e Giovani Martinello em
Roberto Alves viveu muitos momentos felizes na carreira, como as seis transmissão pela RBS TV, ano 2010

coberturas de Copa do Mundo (1978 e 1998 a 2014) no currículo, mas


destaca duas histórias tristes como as mais marcantes. Em 1986, o
soldado Silvio Roberto Vieira invadiu o estúdio da TV Cultura armado
até os dentes. Ciente da audiência do programa ‘Terceiro Tempo’, o PM Roberto Alves no lançamento do livro ‘Dás um
quis chamar a atenção para os salários atrasados e fazer uma crítica ao Com Miguel Livramento no Debate Diário, na banho. Roberto Alves - o rádio, o futebol e a cidade’,
Rádio CBN Diário, década de 2010 de Paulo Brito, lançado pela editora Insular

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Realização

Apoio cultural

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