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Projeto de Prática Docente |A cidade como objeto de estudo das Ciências Sociais| 1

Grupo 5

A cidade como
objeto de estudo das
Ciências Sociais –
Eixo 3
Ana Paula T Kraus Rodrigues – Ourinhos
Alexandra Maria de Souza - Ourinhos
Angélica Cristina Pavanello - Ourinhos
Josiane Cristina dos Santos - Ourinhos

Resumo:
Neste trabalho será apresentado um olhar analítico sobre as cidades como objeto de estudos das ciências
sociais, bem como a fragmentação que divide culturas e afastam pessoas. Partindo dessas considerações,
será desenvolvido, neste Projeto de Prática Docente, o estudo sobre as seguintes categorias culturais: o
Rap e a Pichação como conteúdo metodológico em sala de aula, tendo por objetivo notar como se
desenvolve a dinâmica das aulas com as temáticas explicitadas e, também, a integração dos discentes na
escola e na sociedade, visando a construção cultural, crítica do público alvo e, também, como a educação
social pode ultrapassar os muros da escola para que ocorra queda das barreiras que segregam os
integrantes da sociedade.

Palavras-chave: Sociologia Urbana; Ensino de Sociologia; Segregação; Interação, Rap, Pichação.

Licenciatura em Ciências Sociais | Universidade Metropolitana de Santos | 2015


Professoras Orientadoras: Ana Carolina Bazzo e Silvana Leodoro
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Grupo 5

Introdução

Ao nos depararmos com a temática intitulada “a cidade como objeto de estudo


das ciências sociais”, é possível levantar a hipótese da influência em que o meio urbano
exerce na vida educacional de nossos jovens, bem como a segregação que as grandes
metrópoles ocasionam, além dos fatores como a violência e a desigualdade social.
Percebe-se a importância das Ciências Sociais na perspectiva de requisito de
suma necessidade para quebrar os paradigmas da distância que, muitas vezes, nossos
discentes enfrentam no embate da luta de classes. Além de como o profissional da
educação deve ser o detentor da percepção para valorizar a cultura e às diferentes
manifestações culturais advindas dos meios em que estes alunos estão inseridos para a
valorização de sua educação.
Tais práticas podem ser representadas pelo uso do Rap que denuncia a política
e fala da vida e das dificuldades que estes jovens da periferia enfrentam e, também às
práticas de pichação que revelam sua arte e sua denúncia, além de ser uma forma para
que a sociedade volte os olhos para estes grupos, muitas vezes marginalizados.
Assim, realiza-se por intermédio da Antropologia, prática de estudo e pesquisa
existente nas Ciências Sociais, à busca de conhecimento da cultura advinda durante os
tempos. E, é através destas diferentes culturas que se formam as cidades. Além disso, as
produções educacionais dos jovens só poderão ser alcançadas quando estas culturas
forem respeitadas e exercidas dentro das salas de aulas para que a educação não
permaneça em um confronto de classes e dividida em um embate das divisões sociais.
Deste modo, aqui, serão discutidas metodologias que abordem temáticas como
a Pichação e o Rap como assuntos a serem explorados em sala de aula. Além disso, tais
temas trarão a perspectiva de como confrontar a sociedade em que vivemos e, desta
maneira encontrar uma solução para que as barreiras que segregam as cidades sejam
derrubadas. Assim, serão abordadas teorias que nos levam a refletir sobre a temática
envolvida e ajudarão a dar segmento a Projeto de Prática Docente.
Através do arcabouço teórico e das metodologias desenvolvidas poderão ser
encontrados métodos para que alunos compreendam a divisão social que ocorre no seu
cotidiano, em seu ambiente escolar e em sua cidade, bem como entender qual a relação
do professor nessa transmissão de conhecimento e como estas atitudes deverão ser
transmitidas fora do ambiente escolar.

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1 Referenciais teóricos.

Segundo Magnani, a Antropologia segue estudando aqueles grupos tradicionais,


e isso não é por uma estranha fidelidade a antigos modelos ou puro conservadorismo,
mas porque são as questões levantadas pelo modo de vida. Seja na floresta ou na cidade,
na aldeia ou na metrópole, não dispensa o caráter relativizador que a presença do outro
possibilita. O autor discorre que é esse jogo de espelhos, é essa imagem de si refletida
no outro que orienta e conduz o olhar em busca de significados ali onde, à primeira
vista, a visão preconceituosa só enxerga o exotismo, quando não o perigo, a
anormalidade. No Brasil, temos uma visão muito diferente, que os trabalhos são feitos
na maior parte no interior e não nas grandes cidades, porém conseguimos entender a
reduzida produção de trabalhos relativos à grandes cidades do país, como São Paulo,
Rio de Janeiro e outras: os objetos privilegiados da antropologia brasileira eram
constituídos pelas populações indígenas, isso tudo na década de 60, quando se
intensificou a antropologia pelo Brasil.
Já na década de 70 a Antropologia começa a adquirir maior visibilidade e
prestígio, fenômeno, entretanto que não se deve creditar exclusivamente à qualidade de
nossa produção intelectual, mas sim pelo fato de haver vários fatores a favor das
grandes cidades, já que foi a época que houve o êxodo rural, que foi a saída do campo
para as grandes cidades. A partir disso, a antropologia também mudou para as grandes
cidades, para conviver com as coisas que faziam parte da vida do povo. A questão
antropológica em contexto urbano está sempre presente, no entanto, temos algumas
coisas nessas grandes cidades, como o significado e alcance do candomblé, por
exemplo, não se circunscrevem ao terreiro: seus rituais transbordam para a cidade,
dialogam com outras instituições, o mesmo ocorrendo com outras práticas culturais nos
grandes centros. É importante ressaltar que nessa década:

Os temas e objetos centrais passaram a ser: os moradores da periferia de


São Paulo; estratégias de sobrevivência na metrópole; religiões populares urbanas;
comunidades eclesiais de base; cultura e festas populares; formas de lazer e
entretenimento; movimento feminista, negro, homossexual; representações
políticas e participação em associações de bairro; estratégias populares de saúde, e
tantos outros. (MAGNANI, 1996, p.11)

O autor ainda ressalta a importância do pesquisador em saber traçar seu percurso e


não fragmentar a sua pesquisa. Além disso, Magnani ressalta a importância do
empirismo ao se trabalhar Sociologia/Antropologia, tática esta que deve também ser
usada em sala de aula:

Mas por que tais recortes empíricos, em especial, e não outros? Por uma razão
simples e prática: foram esses os temas escolhidos e desenvolvidos pelos alunos

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para suas pesquisas. Cada qual, a partir de uma discussão em torno de questões
comuns, escolheu o próprio trajeto, optou por determinado enfoque, desenvolveu
seu estilo - pois, como bem observou Mariza Peirano, em trecho citado mais
acima, “(...) na Antropologia, a pesquisa depende, entre outras coisas, da biografia
do pesquisador, das opções teóricas da disciplina em determinado momento, do
contexto histórico mais amplo e, não menos, das imprevisíveis situações que se
configuram no dia-a-dia no local da pesquisa, entre pesquisador e pesquisados
(...)”. (MAGNANI, 1996, p.26)

Em suma, nota-se que é possível a viabilização de trabalhos empíricos que


abordem temáticas próximas ao cotidiano dos alunos, como a violência, a prostituição
as mazelas sociais e, assim, como relaciona o texto as chamadas patologias sociais.
Alexandre Barbosa Pereira, doutorando em Antropologia Social, em seu texto, As
marcas da cidade: a dinâmica da pichação em São Paulo, traz uma abordagem sobre os
pichadores. Trata-se de jovens que deixam suas marcas inscritas em muros, prédios e
viadutos da cidade. A pichação é uma manifestação estética por parte dos jovens da
periferia e possuem um formato bastante especifico, com traços retos e angulosos. Esses
jovens possuem pontos de encontros, os chamados Points, um lugar onde se mobilizam
e planejam a pichação. Além dos points, há outros pontos importantes de encontro de
pichadores em São Paulo, mas que não são exclusivos deles, são a pistas de skates, o
piso da galeria do Rock, shows e eventos de hip-hop.
Vale ressaltar, que os jovens que atuam nesta prática pertencem às periferias e
querem deixar as suas marcas no centro das metrópoles para que possam, de certa,
serem conhecidos, não apenas pela sociedade, mas também entre si:

Os pixadores são, em sua maioria, jovens moradores de bairros periféricos de São


Paulo e o seu point central constitui um espaço de encontro de indivíduos de
diferentes regiões. Sua localização na região central da cidade deve-se justamente
ao fato de esses jovens virem da periferia. O centro é um lugar estratégico por ser
um ponto de convergência e também um espaço de passagem para todos. Da
mesma forma, ele é estratégico para o próprio ato de pixar o espaço urbano: "dá
mais ibope pixar no centro, pois é por onde passam pixadores de todos os lugares",
afirmaram-me muitos deles. (PEREIRA, 2010, p.6)

A prática de pichar a cidade não é bem vista pela população paulistana e, para
muitos, é uma forma de poluição visual e degradação da paisagem urbana. Os jovens
pichadores são ousados e apontam que uma de suas maiores motivações para a prática
de pichação é desafiar ou enganar a polícia. O modo como os policiais procedem com
eles nas ruas, quase sempre com violência, acaba por tornar a opção pela criminalidade
ainda mais atraente. Os riscos pelos quais se expõem pela cidade, são, também, um
dispositivo de memória para eles.
O que podemos perceber, com a leitura do texto, é que, na verdade, esses
jovens querem, efetivamente, visibilidade e, de alguma maneira, serem lembrados.
Giordano Barbin Bertelli, mestre e doutorando em Sociologia, traz em seu
artigo, Errâncias racionais: a periferia, o RAP e a política, uma reflexão em torno da
dimensão política e social da estética do RAP. Partindo de aspectos físicos e sociais do
processo de expansão urbana e da periferização da cidade de São Paulo, é conduzida
uma análise de trechos de compositores de um grupo brasileiro de RAP, com maior
repercussão no cenário midiático atual, Os Racionais MC´s. O objetivo é analisar a
elaboração musical e poética desse grupo que traz temas e conflitos envolvendo centro e
periferia.
Desigualdade social, racismo, violência, criminalidade são as abordagens
realizadas por Mano Brown e Edy Rock, principais compositores do grupo. Desta forma

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os jovens buscam evidenciar, através da melodia, o que lhes foi tirado e a violência que
enfrentam e presenciam diariamente como ressalta Bertelli:

Deve-se atentar para o efeito estético de choque que os procedimentos de corte e


colagem do RAP produzem na percepção musical. Parece se tratar de uma estética
que revida, ao mundo, a agressão e a truculência que o mundo lhe dispensou (e
dispensa). A intromissão dos ruídos da rua e do crime, harmonias de canções
românticas convertidas em base para a narrativa de trajetórias trágicas (...).
(BERTELLI, 2012, p.5)

Também podemos observar, através dos apontamentos do artigo, que há uma


certa tensão, de um lado, a relação do RAP com a ordem institucional do Estado e por
outro, com a dinâmica do mundo da criminalidade. Dentro dessa perspectiva, o RAP
incorpora uma relação conflitiva de oposição entre “periferia e cidade”, entre “manos” e
“boys”,” legítimo” e “ilegítimo”,” legalidade” e “ilegalidade”.
Teresa Pires do Rio Caldeira, em Enclaves fortificados a nova segregação
urbana explicita em seu texto as questões dos enclaves, que nada mais são que espaços
privatizados que acabam por separar as esferas sociais por fatores como a violência,
oriunda das grandes metrópoles. Assim, a autora traça um percurso sobre a segregação
desmedida da cidade de São Paulo, pois:

(...) com seus contrastes impressionantes de riqueza ostensiva e extrema


pobreza, muitas vezes vivendo lado a lado, o novo padrão de segregação
espacial revela-se com clareza. Analisar a forma exagerada de um processo é
uma maneira de iluminar algumas de suas características que poderiam passar
despercebidas noutras situações. É como olhar uma caricatura. Assim, o caso
extremo de segregação espacial de São Paulo ajuda a detectar um padrão que
vem se espalhando por cidades do mundo todo, entre elas Los Angeles, ainda
que geralmente de forma menos severa e explícita. (CALDEIRA, 1997,
p.156).

Caldeira discorre sobre as questões capitalistas que influenciaram e influenciam


a segregação urbana. Tal fator se deu ao custo de vida a cada dia mais elevado
obrigando a população pobre a instalarem as suas moradias em locais mais afastados.
Por estes fatores, nota-se o surgimento das periferias e favelas. Não podendo deixar de
expressar que estes locais já eram antes existentes, denominados de cortiços. Contudo
na contemporaneidade erguem-se muros que separam as pessoas e, delimitam o espaço
urbano.

(...) ergueram-se barreiras por toda parte — em volta das casas, prédios de
apartamentos, parques, praças, complexos de escritórios e escolas. Edifícios e
casas que comumente se ligavam às ruas por jardins hoje estão separados por altos
muros e grades e têm equipamentos eletrônicos de vigilância e guardas privados
armados. (CALDEIRA, 1997, p.159).

A visão que permeia os enclaves é a figura homogênea, ou seja, pessoas que


retornam ou procuram um habitat seguro e isolado distante da heterogeneidade social.
Contudo, estas pessoas, buscam viver em um mundo à parte.
A autora ressalta que a busca pela segurança, não apenas protege, mas também,
cria a segregação no ambiente urbano, que por sua vez, isola e controla as pessoas que
ali pertencem.

Os novos sistemas de segurança não apenas fornecem proteção do crime, mas


também criam espaços segregados nos quais a prática da exclusão dos indesejáveis

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e a do controle dos "outros" que lá trabalham são exercidas cuidadosa e


rigorosamente. (CALDEIRA, 1997, p, 162)

Ruas e trajetos que deveriam proporcionar a integração das pessoas acabam por
separar cada vez mais as camadas que ali vivem, como o caso de Brasília. Projetada em
uma era já contemporânea que contribuiria para que os membros daquele lugar
frequentassem os mesmos lugares e tivessem as mesmas oportunidades de acesso,
porém, obteve um resultado contrário.
Enfim é notável que tal enclave torna cada vez mais evidente a presença da
desigualdade social. Pessoas se afastam uma das outras pelo simples fato de estarem
vestidas de modo diferente. Gera a conduta do medo segregando cada vez mais as
cidades e sociedades, desta forma levantam-se muros que tornarão cada vez mais difícil
a convivência humana.

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2 Nossos objetivos pedagógicos.


Competências e Habilidades
O termo Competências e habilidades consta nos Parâmetros Curriculares
nacionais (PCNs) para cada área desde 1998, com o objetivo de inverter a ação
pedagógica da Escola Tradicional, dando mais ênfase a ação do que a teoria, levando os
alunos a encontrarem um significado nos conteúdos.
Dentro dessa perspectiva, as Orientações curriculares (OCN) e os Parâmetros
curriculares nacionais enfatizam a necessidade de centrar o ensino e a aprendizagem no
desenvolvimento e habilidades por parte do aluno, em lugar de centra-lo no conteúdo
conceitual apenas.
Diante disso, elaboramos os nossos objetivos pedagógicos, pautados nas
competências e habilidades que estão contempladas nas OCN e PCNs. Seguem abaixo
os objetivos pedagógicos:
• Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade: as
explicações das Ciências Sociais, amparadas nos vários paradigmas teóricos, e as do
senso comum.
• Partindo da sua convivência, analisar teorias e reconstruir conhecimentos.
• Produzir novos conceitos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das
observações e reflexões realizadas.
• Contextualizar o conhecimento sociológico ao entendimento da realidade local e da
experiências coletivas vividas cotidianamente.
• Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana, ampliando a
“visão de mundo” e o “horizonte de expectativas” nas relações interpessoais com os
vários grupos sociais.
• Compreender a multiplicidade cultural presente no processo de socialização e sua
relação com a identidade pessoal e coletiva.
• Entender as transformações sociais como um fenômeno inerente a todas as sociedades.
• Compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias e segmentos
sociais, agindo de modo a preservar o direito à diversidade, enquanto princípio estético,
político e ético que supera conflitos e tensões do mundo atual.
• Construir a identidade social e política de modo a viabilizar o exercício da cidadania
plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma

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reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão e, também, entre


os diferentes grupos.
• Perceber-se como integrante do todo social e, ao mesmo tempo, dos vários grupos e
subgrupos que formam a sociedade.
• Identificar, no seu cotidiano, uma série de conceitos das Ciências Sociais, como os de
sociabilidade, interação social, comunidade, grupo social, papéis sociais, organização
social, sociedade etc.
• Direcionar um olhar crítico para os problemas ocorridos no meio em que vivem,
principalmente no que diz respeito a questão da segregação das cidades.

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3 O passo-a-passo da prática docente (aula).


Apresentação de Plano de Aulas Sequencial

Elaboramos uma Plano de Aulas que será trabalhado e utilizado em 6 aulas de


cinquenta minutos (50 min). Assim, serão estabelecidos dois assuntos chave: Rap e
Pichação. Através destes assuntos abordados será estabelecida a temática a ser
desenvolvida Rap e pichação: quebrando muros, construindo pontes.
Tais abordagens servirão de base para estabelecer as características sociais do
aluno, o seu cotidiano e a sua influência na comunidade em que vivem. Além desses
aspectos, serão abordadas as discussões da divisão e segregação social que estes alunos
enfrentam e, como poderiam unirem-se através das relações entre rap e pichação,
percebendo-se como integrantes do seu panorama social.
As aulas estabelecidas a seguir terão o amparo teórico de autores como
Alexandre Barbosa e Giordano Barbin Betelli, que foram a fundo sobre as temáticas
citadas acima.

Propostas de Aulas para alunos do 2º ano do Ensino Médio

1ª aula
Apresentação do tema pichação e rap: quebrando muros, construindo pontes e
exposição da música “Pixar é Arte” de Total Função Rap: os alunos deverão ouvir,
cantar e fazer uma reflexão sobre a mensagem que a música revela no âmbito do Rap e
da pichação. Esta atividade poderá ser realizada em grupo de no máximo quatro
pessoas. Após a reflexão, os alunos poderão copiar trechos da música que manifeste o
prazer e o orgulho em ser um pichador e responder como esta atividade pode ou não os
identificar ou torna-los conhecidos. Também copiar as gírias que mais conhecem do rap
que caracterizam este estilo. Bem como, fomentar se concordam com a ideia de que o
pichar une os jovens de diferentes lugares (periferias), como explicita Pereira:

Essa relação com o espaço urbano faz com que os pixadores estabeleçam um modo
bem particular de deslocamento pela cidade, pois, em um primeiro momento, há os
trajetos dos pixadores de seus bairros na periferia para os seus encontros
no point e, em um segundo momento, a partir dos contatos feitos com jovens de
outros bairros no point, há os deslocamentos para outros bairros da periferia para
pixar ou para participar de alguma festa de pichação. (PEREIRA, 2010. p 151).

Assim, os alunos também terão abertura para falarem se pertencem a algum


“grupo” como estes que os identificam dentro da sociedade/cidade em que vivem: qual
grupo? O que fazem? De que gostam? Etc.

2ª aula
Esta aula será executada sob a proposta de discussões e de uma redação
individual.
Primeiramente como propõe a sociologia, será estimada na sala de aula qual é a
realidade dos alunos: Onde vivem? O que fazem para se divertirem? Quais lugares

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frequentam? Quais seus hábitos e estilos musicais? etc. Por fim, será lançada a questão:
Você já sofreu algum preconceito social? Tão logo, será explicado do que se trata tal
questão e como o aluno deve perceber-se como integrante do todo social e, ao mesmo
tempo, dos vários grupos e subgrupos que formam a sociedade.

Como sabemos, a realidades de nossos alunos de escolas públicas não é fácil e,


em sua maioria, há várias histórias a serem contadas. Desta forma, será proposta a
elaboração de uma redação para explicitarem sobre o preconceito vivido. Vale ressaltar,
que muitos alunos não se sentem bem ao expor a própria vida, então a redação pode ser
feita em terceira pessoa (como se contassem algo de outra pessoa), se for da preferência
do aluno.
A temática da redação proposta é: Você já viveu algum preconceito social ou
conhece alguém que tenha vivido por frequentar lugares diferentes dos ditos “habituais”
como shoppings, parques entre outros? Como enfrentar este problema? E que lugares
você frequenta?

3ª e 4ª aulas
Após conhecer a realidade dos alunos que trabalhamos, aprender sobre seus
gostos e o que enfrentam no seu dia-a-dia. E, também já passarmos a dinâmica do rap e
da pichação, é chegada a hora de trabalhar com o documentário.
Será apresentado, aos alunos, o documentário “Pixo” (Duração 1:01:51): Este
documentário evidenciará a realidade dos pichadores das cidades grades, bem como a
realidade que enfrentam pela segregação social.
A denúncia, e a necessidade de fomentar nos próprios alunos sobre a divisão que
ocorre nas cidades referente as camadas sociais.
Trabalhando com documentários e imagens poderemos, não só atrair os alunos
para o conteúdo trabalhado, mas também aproximá-los, de certa forma, com sua própria
realidade.

5º aula
Retomar os conteúdos da aula anterior (documentário) e propor aos alunos um
relatório descritivo oral sobre o panorama de como seria a escola e a sociedade ideal
para eles: Qual o primeiro passo para a sociedade quebrar os muros da segmentação
social? O que a pichação e o Rap denunciam de fato sobre a segregação das cidades? O
que acham sobre a divisão entre os espaços “fechados” (privados) que são reservados
apenas a alguns, o excesso de segurança que separam as pessoas e como se sentem em
relação a isso.
Após a elaboração do relatório (sugere-se que feito em círculo), explicar qual o
papel da escola na vida do aluno e a sua função social para sua formação. Além disso,
direcionar o olhar crítico dos alunos para os problemas ocorridos no meio em que estão
inseridos, ou seja, na sua própria cidade e, o que podem fazer em relação a estes
acontecimentos?

6ª aula
Para findar as atividades, Utilizando das práticas do Rap e da Pichação como
meio de denúncia e de alerta. Os alunos deverão compor letras (estrofes) de Rap e
“pichações”, em cartazes, que lembrem as denúncias espalhadas nas cidades para
distribuírem nos painéis da escola. Assim, poderão evidenciar sobre como agir para
quebrar os muros da segregação.

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A proposta do trabalho será evidenciar que a segregação pode ter fim e, que para
tornar extinta a separação social existente nas cidades é necessário que comece por eles,
alunos, através da denúncia e do papel social. E, não somente por meio de atos como
pichar ou das letras do Rap, mas, também levando a conscientização social.

Materiais necessários: Quadro, giz, apagador, sulfite, rádio, TV/ pendrive, DVD (ou
multimídia), tinta, pincel, cartolina, canetinhas e durex.

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foram alcançados.
Como avaliar se os objetivos pedagógicos

A escolha da temática Rap e pichação: quebrando os muros, construindo pontes,


nos faz repensar sobre as questões vivenciadas todos os dias, por nossos alunos, na
sociedade. As diferenças de oportunidades que precisam enfrentar e, também, os
conflitos vividos por pertencerem a culturas diferentes dentro da cidade em que vivem.
Tais culturas podem estar inseridas em regiões diferentes de uma mesma cidade,
como centro e periferia. Assim, a região periférica é, ainda, menosprezada com uma
visão preconceituosa e deturpada a que estas crianças e jovens precisam conviver todos
os dias.
A adolescência, além de ser um período conflituoso, necessita do apoio dos
segmentos da escola, contudo, muitas vezes, atos impensados como a própria taxação
dos professores aos alunos das regiões periféricas, fazem com que estes indivíduos se
sintam excluídos. Ações deste tipo acabam por tornar cada vez mais a nossa sociedade
fragmentada. Diante desta situação, a escola deve promover-se como ponte para a
transformação na vida destes jovens. Alicerçar a convivência em grupo e quebrar os
paradigmas do isolamento dos grupos culturais promovendo, sempre, a integração
cultural.
Dentro dessa perspectiva, propomos, para nosso plano de aula, a forma de
avaliação processual, aquela que permite a prática de observar a aprendizagem do aluno
ao longo das atividades realizadas em sala de aula, tais como, debates, comentários,
seminários, trabalho em grupo, produção escrita, etc. O que possibilita, ao professor,
investigar, mediar, aproximar hipóteses aos alunos e provocá-los. Em seguida; perceber
pontos de vistas para construir um caminho comum para o conhecimento científico e
aprofundamento teórico. Pressupõe, ainda, uma análise qualitativa, uma avaliação não
de produto, mas do processo, nos permitindo verificar se os objetivos e metas propostos
foram realmente atingidos, levando o aluno a refletir sobre o que está aprendendo,
construindo e reconstruindo seu conhecimento. Além disso, a avaliação, dessa maneira,
torna as aulas muito mais dinâmicas e atrativas, onde professor e aluno tornam-se
coautores do processo ensino-aprendizagem, permitindo-nos acompanhar a construção
do conhecimento, identificar eventuais problemas e dificuldades e, desta forma,
podendo corrigi-los antes de avançarmos. Como bem explica Jussara Hoffmann (2000,
p. 160): "Isso ajuda a interpretar o que a turma aprendeu ou não e, assim, intervir,
mudando as estratégias"
Durante a aplicação das aulas, estaremos observando a participação individual
de cada aluno. De que maneira participam, como reagem, qual a interação entre seus
pares, qual interesse demonstram pelo assunto, qual o posicionamento de cada um, entre
outras atividades correlacionadas.
Assim , o objetivo do plano de aula, além de conhecer o cotidiano do aluno, sua
cultura e explorar todas as gamas possíveis do seu cenário social, através do rap e da
pichação, proporcionar atividades mais próximas e atrativas a eles, torna possível

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estabelecer a aproximação com a cultura dos alunos , torná-los conscientes e críticos


sobre os problemas sociais, quanto a segregação das cidades e, também, identificar, em
seu meio, uma série de conceitos das Ciências Sociais, como os de sociabilidade,
interação social, comunidade, grupo social, papéis sociais, organização social e
sociedade.
Cabe acrescentar, aqui, que o rendimento da ação avaliativa dependerá,
principalmente, do nosso compromisso, como professor, com uma prática voltada para a
construção de uma sociedade justa, igualitária, e democrática, uma vez que a
perspectiva de transformação do nosso educando constitui uma ferramenta
indispensável para essa construção.

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5 Além dos muros da escola.


Sabemos que os estudos educacionais não podem se limitar à escala da sala de
aula ou mesmo da própria instituição escolar. Para que se compreendam os mais
diferentes fenômenos que envolvem a educação, é necessário ampliar o universo de
compreensão para um campo maior, um recorte que vá “para além dos muros da
escola”.
Entretanto, levar a educação além dos muros da escola, necessita-se de muito
trabalho e empenho. É necessário que exista a construção de instrumentos que ampliem
o entendimento da realidade dos discentes, bem como, evidenciar a importância das
experiências vividas em seu cotidiano e, também, como aplicar o conhecimento
adquirido nas situações que irão enfrentar; como os casos da segregação das cidades e
nas diferenças que há no meio social. O educar para a sociedade representa o ato de
demonstrar ao aluno a necessidade de identificar-se no contexto social do qual faz parte,
além de enfatizar questões como a não estagnação perante os fatos sociais, mas sim a
efetiva atuação na sociedade e o seu papel crítico nestas situações.
Mas, como auxiliar os nossos alunos a encarar o vasto mundo lá fora como um
espaço sobre o qual, assim como o espaço escolar, também podem agir? E, percebendo
o impacto de suas ações, como torná-las relevantes e responsáveis? Questões como
essas poderão nos nortear ao planejarmos nossas aulas ,com o intuito de ir além da sala
de aula e/ou escola.
Diante disso, com o objetivo de levar o conhecimento de nossos alunos para
além dos muros da escola, propomos, em nossas aulas, instigar os alunos a pensar sobre
problemas ligados à cidade em que vivem e convida-los a elaborar intervenções nessa
realidade. Essas intervenções não têm fórmula pressuposta, mas devem surgir de
inquietações reais dos alunos: A realidade que observaram ter a ver com o que
estudaram em sala de aula? O que os incomoda? O que os toca? Em que aspectos da
realidade lhes dá vontade de intervir?
Geralmente, as aulas fora das quatro paredes é sempre vivida com muito
entusiasmo pelos alunos, pois quebra a rotina da sala de aula e os coloca diante do novo
e do inesperado. Os passeios serão previamente planejados e agendados. Será preciso,
também, coletar o planejado: Para isso, podemos utilizar a fotografia, o desenho, a
filmadora, o gravador, o lápis e o papel; nada deve ser descartado.
No retorno para a escola, faremos a sistematização do conhecimento. Em
círculo, os alunos devem expor suas primeiras impressões, tecer comentários e trocar
informações com seus colegas. É hora de apresentar as fotografias, entrevistas,
documentos, dados e tudo mais que foi encontrado.
Depois desse trabalho inicial, os grupos devem se reorganizar e produzir o
trabalho final, que pode ser apresentado na forma de relatórios, seminários, jornal,
programa de rádio ou TV, publicação em blogs, sites na internet, You tube, redes

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sociais, peça de teatro, jogral, etc. Enfim, existe uma infinidades de opções
tecnológicas, ou não, que poderão ser utilizadas para levar o conteúdo estudado para
além dos muros da escola, envolvendo a família, comunidade e toda sociedade em geral.
Assim, consideramos que ,ao trabalhar nossas aulas para além dos muros da
escola, estaremos prezando pelo desenvolvimento da autonomia dos alunos e pela
possibilidade de ampliar os conhecimentos apreendidos na escola, uma vez que
promovem constantes debates e autocriticas de ensino e aprendizagem , buscando um
conhecimento integrado e interdisciplinar, o que nos caracteriza como professor
engajado em nossas práticas pedagógicas e, ao mesmo tempo, objetiva construir ,nos
alunos, um contexto de cidadania e análise crítica sobre seu espaço de vivência e de
construção.

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6 Considerações finais.
Ao pensarmos criticamente e sociologicamente na educação brasileira,
lembramos a história de segregação e de negação de alguns povos, em especial, os
negros, de seus movimentos de luta sociais e de resistência para afirmar suas
identidades e suas culturas.
Sabemos que lutar contra sistema não é assim tão fácil, pois a educação foi e
ainda é muito utilizada para difundir práticas de não aceitação das diferenças
socioeconômicas e raciais. Conforme estudamos em Pierre Bourdieu, a função do
sistema de ensino é servir de instrumento de legitimação das desigualdades sociais.
Longe de ser libertadora, a escola é conservadora e mantém a dominação dos
dominantes sobre as classes populares, sendo representada como um instrumento de
reforço das desigualdades e como reprodutora cultural, pois há o acesso desigual à
cultura segundo a origem de classe.
Como educadores, em especial da área de Ciências sociais, temos o papel
importantíssimo de reverter estas manobras e possibilitar a todos os indivíduos o direito
de construir saberes sobre si e sobre os outros.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais colocam a educação como um processo
de construção de identidades, a qual exige ética, não no sentido de valores morais, mas
condições para que as identidades se constituam pelo desenvolvimento da sensibilidade
e pelo reconhecimento do direito à igualdade a fim de que orientem suas condutas por
valores que respondam às exigências do seu tempo, reconhecendo sua própria
identidade como a do outro.
Dentro dessa perspectiva, nossa prática em sala de aula deve priorizar momentos
onde os educandos sejam respeitados como sujeitos ativos, capazes de fazerem suas
leituras de mundo e construírem saberes, evidenciando a capacidade cognitiva dos
mesmos em interpretar o mundo e as relações vividas nele, mostrando-se enquanto
sujeito sócio histórico e cultural, capaz de atribuir significados às suas próprias
construções e as produções feitas e por outros indivíduos, viabilizando, também,
oportunidades deles construírem sua identidade social e política, de modo a exercerem
o exercício da cidadania plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja,
efetivamente, uma reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão
e, também, entre os diferentes grupos. No entanto, acreditamos que estes conhecimentos
só são possíveis quando damos aos indivíduos a oportunidade de narrar suas próprias
histórias, a partir de suas vivências e suas memórias.
Pensando nisso, elaboramos nosso PPD dentro de abordagens que serviriam de
base para que essas competências, citadas acima, fossem contempladas, buscando
discussões em relação a divisão e segregação social que os alunos enfrentam e como
poderiam unir-se através das relações entre rap e pichação, percebendo-se como
integrantes do seu panorama social.

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Acreditamos que a proposta de levar o RAP para sala de aula pode auxiliar
muito no entendimento de como ocorrem as relações culturais na sociedade e demonstra
uma prática pedagógica que leva em consideração as relações sociais dos educandos
com a cultura. Desta maneira, os educandos serão respeitados como sujeitos ativos,
capazes de fazer suas leituras de mundo e construir saberes com a mediação do
professor. A forma como as rimas entoadas pelos MC’s e das batidas ritmadas pelos
D’Js foram compostas, poderão ajudar a despertar o interesse dos educandos nas
audições das músicas, possibilitando uma participação mais ativa e prazerosa. A
apresentação do documentário “Pixo” também poderá ser muito significante, pois
mostra a realidade dos pichadores, acompanha algumas ações e conflitos com a polícia,
apresentando um outro olhar sobre algumas intervenções já muito exploradas pela
mídia. O interessante é que o filme não traz respostas, mas fornece argumentos para o
debate: Pichação é arte ou é crime? O que é legítimo e ilegítimo, legal e ilegal?
Durante as aulas, algumas questões para debate serão evidenciadas, tais como:
Os alunos pertencem a algum “grupo” como estes que os identificam dentro da
sociedade/cidade em que vivem? Qual grupo? O que fazem? De que gostam? Qual o
primeiro passo para a sociedade quebrar os muros da segmentação social? O que a
pichação e o Rap denunciam de fato sobre a segregação das cidades? O que acham
sobre a divisão entre os espaços “fechados” (privados) que são reservados apenas a
alguns, o excesso de segurança que separam as pessoas e como se sentem em relação a
isso. Todas as participações serão avaliadas ,através das falas, escritas, e produções
artísticas dos alunos ,observaremos ,também , se estão demonstrando interesses e
curiosidades ao indagar e trazer suas experiências de vida e suas opiniões relacionadas
às desigualdades sociais e/ou raciais, à segregação e exclusão social.
Por fim, através dos temas abordados, RAP e Pichação, faremos o possível para
que grande parte de nossos objetivos sejam alcançados, pois as aulas que planejamos
são bastantes dinâmicas e produtivas, onde almejamos conhecer o cotidiano dos alunos
e sua cultura, proporcionando atividades mais próximas e atrativas a eles, tornando-os
mais conscientes e críticos sobre os problemas sociais, quanto a segregação das cidades
e, também, forneceremos a eles o acesso às histórias omitidas nos livros didáticos,
onde poderão ressignificar seus olhares, desconstruindo estereótipos e preconceitos.
Cabe ressaltar, aqui, que as desigualdades sociais não se anulam dentro da
escola. A escola não pode ser uma instituição transformadora dentro de uma sociedade
conservadora. O esforço individual não é suficiente para lutar contra uma estrutura que
elimina e exclui. No entanto, a conscientização desses problemas pode tirar professores
e alunos de lados opostos, levando a uma luta coletiva para a transformação da
educação escolar e da sociedade.

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7 Referências bibliográficas.

BRASIL. Secretaria da Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino


médio: ciências humanas e suas tecnologias. v. 3. Brasília: MEC, 2006. p. 101-133.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio:
Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais:
ciências humanas e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2002. p. 21-40; p.87-98.
BERTELLI, Giordano Barbin. Errâncias racionais: a periferia, o RAP e a política.
Sociologias, Porto Alegre, v. 14, n. 31, Dec. 2012 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?. Acesso em 12/09/2015
CALDEIRA, Teresa Pires dos Rios. Enclaves Fortificados: A Nova Segregação Urbana.
São Paulo, Novos Estudos Cebrap, n. 47, Mar. 1997, Disponível em
<http://novosestudos.org.br/v1/files/uploads/contents/81/20080626_enclaves_fortificad
os.pdf>, Acesso em 13/09/2015
HOFFMAN, Jussara Maria Learch; Avaliação Mediadora: uma prática em construção
da pré-escola à Universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade. 2000
MAGNANI, José Guilherme C. Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na
metrópole In: Na Metrópole - Textos de Antropologia Urbana. EDUSP, São Paulo,
1996. Disponível em <http://www.marcoaureliosc.com.br/05magnani3.pdf>. Acesso em
11/09/2015.
NOGUEIRA, Cláudio Marques Martins. NOGUEIRA, Maria Alice. A sociologia da
Educação de Pierre Bordieu: Limites e contribuições. Minas Gerais. Educação &
Sociedade, ano XXIII nº 78, Abril/2002. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a03v2378.pdf. Acesso em 15/11/2015.
PEREIRA, Alexandre Barbosa. As marcas da cidade: a dinâmica da pixação em São
Paulo. Lua Nova, São Paulo, n. 79, 2010. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
64452010000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12/09/2015.
https://letras.mus.br/total-funcao-rap/1834409/. Acesso em 01/10/2015.
https://www.youtube.com/watch?v=skGyFowTzew. Acesso em 05/11/2015.

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a nexos.

Rap: Pixar é Arte – Total função Rap

Pixar é arte "Total Função Rap"


Belo Horizonte
Não faço apologia
Mas quem quiser vem comigo

Pixar é arte correr faz parte


Sou pixador e tô na atividade,
Pixar é arte rodar faz parte
Não tô nem ai se eu tô no dopcad.

Pixar é arte correr faz parte


Minha marca espalhada nos 4 canto da cidade,
Pixar é arte rodar faz parte
Pm bola o plano tô na atividade.

Pichação é minha cara


Disposição e atitude
Famoso como exemplo: o mestre hobby hood.
Homem aranha comigo fica grilado, fica perguntando
Como fiz como eu faço?

Marco de rolinho de spray


Logo na sequência tem o jeguerê de 3.

O bonde tá formado colorgin montana


Extensor fat cap o out dor a gente ganha,
Preto fosco, prata azul delrei
Logo na cidade já destaca o novo rei.
De carro moto a pé ou de buzão
Cruzando a cidade praticando pichação,

Corre atrás de nós tenta nos pegar,


Olha lá para cima tô no 16º andar
Cabeça para baixo segurado pelo pés
Rolinho de 9 na mão desempenho nota dez.

Fat cap normal bico fino


É so apertar que a arte vai fluindo,
Centro bairro viaduto a avenida
Sempre com o proposito a cidade mais colorida

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Decor, coral, worx, suvinil


Itaú, bradesco ,branco do brasil
Frases escritas durante a madrugada
Perdeu vigia red bull não te da assas

Picasso pinta é chique e famoso,


Quando a gente pinta é chamado de criminoso
Artista do spray seu muro é nossa tela,
Seu muro se destaca como quadro de aquarela.

Artigo 163, tô sempre assinando


Normal né,
Já tô até me acostumando
Pixo, gaffite, bomb, grapixo
A lata do spray e remédio do meu vício.

Os piores, os melhores, os loucos da noroeste


Toda sexta-feira se encontram lá no rap,
Boné dichavado chama à Atenção
O bonde se destaca posca ou canetão

Emoção,Sempre, e pura adrenalina


A onda é melhor que a própia cocaína.

Pixar é arte correr faz parte


Sou pixador e tô na atividade,
Pixar é arte rodar faz parte
Não tô nem ai se eu tô no dopcad.

Pixar é arte correr faz parte


Minha marca espalhada nos 4 canto da cidade,
Pixar é arte rodar faz parte
Pm bola o plano tô na atividade.

Beral, andaime vai pela escada


Olho vivo registrou durante madrugada.

O vício é rebelde como diz o Leonel


Treino minhas letras em folhas de papael.

A torre de babel está sendo escalada


O Peter Park da rua Durante a madrugada,
Muitos me odeia, tem quem acha legal,
Meu ibope sempre aumenta lá no balanço gera(balanca
Minha gente)l

Rebeldes insanos criminosos como é?


O mundo inteiro já conhece 'BNE'

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Lata de tijé, nuguéte, ou canetão deixando minha marca


Espalhada pelo orelhão,
Estilo paulistão as carinha foram lançadas
Em plena luz do dia
A montanha escalada
Rapel, corda amarrada na sintura
Chave de cadeia se trombar com a viatura,

O vício é rebelde, o vício é cruel


No proximo natal quero tinta viu
Noel ?

Conheço as ruas o alto da cidade


Minha segunda casa é a famosa dopcad
Cresce o olho fica na porta da escola,
A tinta tá aqui na garrafa de coca cola,
Molha o asfalto, levanta estica o bambu
Já era o viaduto
Da norte, leste sul.

Se eu tivesse lâmpada mágica do Aladim


Pedia para o gênio lata de colorgin!
Pixar é arte "Total Função Rap"

Pixar é arte correr faz parte


Sou pixador e tô na atividade,
Pixar é arte rodar faz parte
Não tô nem ai se eu tô no dopcad.

Pixar é arte correr faz parte


Minha marca espalhada nos 4 canto da cidade,
Pixar é arte rodar faz parte
Pm bola o plano tô na atividade.

https://letras.mus.br/total-funcao-rap/1834409/. Acesso em 01/10/2015.

Ducumentário Pixo: João Wainer e Roberto Oliveira


https://www.youtube.com/watch?v=skGyFowTzew. Acesso em 05/11/2015.

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Figura do documentário Pixo de João W. e Roberto O.


Disponível em:
http://1.bp.blogspot.com/yMC2UahusSM/UVzlZvIPeII/AAAAAAAAAlM/-
uCvoWI-Ox0/s1600/5039687692_efb628f47d_z.jpg. Acesso em: 20/11/2015.

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