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A vinda da família real para o Brasil, Boris Fausto, fichamento (p.

122-129)

1. Em meio à guerra que Napoleão movia na Europa contra a Inglaterra, o príncipe regente D.
João decide-se pela transferência da corte para o Brasil.

2. A vinda da família real para o Brasil promove uma reviravolta nas relações entre a
Metrópole e a Colônia.

3. Logo chegar, D. João decreta a abertura dos portos do Brasil às nações amigas (Inglaterra).
Tal ato punha fim a trezentos anos de sistema colonial.

4. Já no Rio de Janeiro, o príncipe regente revogou os decretos que proibiam a instalação de


manufaturas na Colônia, isentou de tributos a importação de matérias-primas destinadas à
indústria, ofereceu subsídios para as indústrias da lã, da seda e do ferro, encorajou a invenção
e introdução de novas máquinas.

5. A abertura dos portos foi um ato historicamente previsível, mas ao mesmo tempo
impulsionado pelas circunstâncias do momento Portugal estava ocupado por tropas francesas,
e o comércio não podia ser feito através dele para a Coroa, era preferível legalizar o extenso
contrabando existente entre a Colônia e a Inglaterra e receber os tributos devidos.

6. A Inglaterra é a principal beneficiária da abertura dos portos. Boris Fausto afirma que ainda
em 1808 havia um importante núcleo de 150 a 200 comerciantes e agentes comerciais
ingleses. Fausto apresenta um relato de época de um agente inglês que dá a medida das
relações, à época, entre a coroa portuguesa no Brasil e a Inglaterra.

6.1 “os ingleses tinham-se tornado senhores da alfândega, que eles regulavam tudo, e que
ordens tinham sido transmitidas aos funcionários para que dessem particular atenção às
indicações do cônsul britânico”.

7. A abertura dos portos também favoreceu os proprietários rurais produtores de bens


destinados à exportação (açúcar e algodão principalmente), os quais se livravam do monopólio
comercial da Metrópole e passaram a comerciar sem as restrições impostas pelo sistema
colonial. Tal medida contraria interesses de comerciantes portugueses.

8. A escalada inglesa pelo controle do mercado colonial brasileiro culminou no Tratado de


Navegação e Comércio, assinado após longas negociações em fevereiro de 1810. A Coroa
portuguesa tinha pouco campo de manobra. Ela dependia do resultado da guerra contra
Napoleão para recuperar o território metropolitano, e suas colônias eram protegidas pela
esquadra britânica.

9. Um ponto da política britânica seria motivo de preocupações para os diferentes setores


dominantes da sociedade colonial. Após ter sido grande beneficiária do comércio de escravos,
a Inglaterra passara, a partir de fins do século XVIII, a combater a escravidão.

10. A transferência da sede da monarquia portuguesa para o Brasil mudou o quadro das
relações internacionais no contexto da América do Sul. A política externa de Portugal passou a
ser decidida na Colônia, instalando-se no Rio de Janeiro o Ministério da Guerra e Assuntos
Estrangeiros.

11. A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia
para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. Entre outros aspectos,
esboçou-se aí uma vida cultural. O acesso aos livros e a uma relativa circulação de ideias foram
marcas distintivas do período.

12. Seria engano supor, porém, que os atritos entre a gente da Metrópole e da Colônia tenham
desaparecido porque, por algum tempo, a Colônia se vestiu de Metrópole. Ao transferir-se
para o Brasil, a Coroa não deixou de ser portuguesa e favorecer os interesses portugueses no
Brasil.

13. Boris Fausto ressalta o problema da desigualdade regional. O sentimento imperante no


Nordeste era o de que, com a vinda da família real para o Brasil, o domínio político da Colônia
passara de uma cidade estranha para outra igualmente estranha, ou seja, de Lisboa para o Rio
de Janeiro.

14. Com a derrota de Napoleão, termina a guerra na Europa. Dom João decidiu entretanto
permanecer na colônia e em dezembro de 1815 elevou o Brasil à condição de Reino Unido a
Portugal e Algarves. Meses depois, após a morte da rainha, seria sagrado rei de Portugal, do
Brasil e Algarves, com o título de Dom João VI.

15. A Independência se explica por um conjunto de fatores, tanto internos como externos, mas
foram os ventos trazidos de fora que imprimiram aos acontecimentos um rumo imprevisto
pela maioria dos atores envolvidos, em uma escalada que passou da defesa da autonomia
brasileira à ideia de independência.

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