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assertivas e resilientes de profissionais da educação, que apoiados pelos ideais mais nobres e ouvidas as
forças representativas da sociedade de Caarapó, resolveram instalar uma Instituição de Ensino Superior (IES)
no município, considerando uma série de fatores, principalmente a necessidade social de implantação de uma
IES nesse município brasileiro da região Centro-Oeste do Brasil, situado no Estado de Mato Grosso do Sul.
A FETAC, ocupa as instalações do imóvel cedido pela PM de Caarapó, via Lei Municipal Nº 1.158, de 3 de julho
de 2013, com outorga de permissão de uso especial no período noturno de 12 (doze) salas de aulas e demais
dependências da Escola Municipal Cândido Lemes dos Santos, localizada na AV.7 de setembro s/n - Jardim Santa
Marta. Para tal, mediante parceria com a cedente, promoveu as adaptações correspondentes ao atendimento
necessário ao cumprimento das exigências curriculares dos dois cursos em funcionamento e o de Pedagogia a
ser ofertado a partir do ato de autorização, aja vista o processo em tramitação junto ao INEP/MEC.
de administradores empreendedores e competentes para a gestão das organizações ante aos desafios da
Globalização, bem como a necessidade de profissionais de educação com elevado caráter pedagógico a
serem inseridos no processo da intervenção junto, por exemplo, a indivíduos com necessidades educacionais
firmar parceria com a Associação Comercial e Industrial de Caarapó e com as Secretarias Municipais de
Ficha catalográfica realizada pela bibliotecária – Ofélia Cristina X. de Andrade L. Costa - CRB 8º/8014.
Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da Faculdade Católica Paulista
APRESENTAÇÃO
Livro: EMPREENDEDORISMO
Olá, prezado(a) estudante, é sempre um prazer escrever sobre o empreendedorismo, esse é um assunto que sempre
me chamou a atenção pelas possibilidades de mudança que podem trazer para a vida das pessoas. Sou formado em
economia e administração. Na conclusão da graduação em economia procurei entender qual foi a influência da implan-
tação do sistema Simples de tributação de pequenas e médias empresas, uma grande mudança na época, no início dos
anos 90. Já na graduação em administração elaborei um diagnóstico em uma pequena empresa no ramo de autopeças
e no mestrado em administração procurei entender qual a influência das políticas públicas no ambiente empreendedor
e qual a influência no IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano nos Municípios, além disso tive a oportunidade de
Enfim, boa parte da minha formação acadêmica é voltada para o estudo do empreendedorismo, além disso, tive
a oportunidade de fazer duas especializações, um MBA em Gestão Empresarial e outra especialização em educação
Ainda falando de empreendedorismo atuei como consultor no sistema SEBRAE, onde tive a oportunidade de tra-
balhar com desenvolvimento local na organização de cadeias produtivas, também lecionei a disciplina de empreen-
dedorismo para vários cursos de graduação na modalidade presencial e a distância, atualmente tenho apresentado as
Para facilitar o estudo proposto aqui, o livro está dividido em três unidades, além dos conteúdos existem reflexões
e dicas de leitura e ao final de cada unidade disponibilizamos questões que auxiliam na fixação do conteúdo. Na pri-
meira unidade serão apresentadas as definições do empreendedorismo considerando as diferentes visões e diferentes
escolas, além disso, existe um capítulo que apresenta as diferenças entre o empreendedorismo no Brasil e em outros
Na segunda unidade o estudo focará no entendimento do processo de criação de empresas e no estudo da opor-
tunidade que são assuntos importantes para o entendimento do empreendedorismo. Como o empreendedorismo
deve ser estudado com muito critério, a unidade ainda destaca os riscos e problemas relacionados à abertura de novos
negócios.
Concluindo o livro, a terceira unidade trará os assuntos mais relacionados à prática que são os estudos sobre os
planos de negócios e o papel socioambiental do empreendedor. Como empreendedores podem estar à frente de
empresas ou fazendo grande sucesso dentro das empresas, a última unidade trará ainda a apresentação do intraem-
preendedorismo enfatizando a capacidade que estes empreendedores têm de transformar as empresas onde atuam.
Espero que o conteúdo tenha grande importância em sua vida acadêmica e profissional motivando-os a entender
Oportunidades .......................................................................................... 51
Intraempreendedorismo ........................................................................... 66
Considerações finais.................................................................................. 80
Conclusão..............................................................................................81
Referências............................................................................................83
UNIDADE 1
Objetivo de Aprendizagem
Plano de Estudo
Na unidade I você irá entender como a pesquisa mo e que tem tido cada vez mais destaque é o estu-
dida que os desafios acerca deste campo de estu- ou empreendedores já estabelecidos interagem uns
do vão sendo explorados por interesse de pesqui- com os outros. Isso fica bastante evidente quando
rios focos, como o estudo sobre a criação de novos te empreendedor no Brasil e em outros países do
negócios, importância da exploração das oportuni- mundo. É interessante verificar que o Brasil tem tan-
dades, a participação de mulheres no mercado en- tas iniciativas quantos outros países desenvolvidos,
fim, o empreendedorismo é um campo de estudos porém aqui o que se percebe é a falta de foco e a
dinâmico e empolgante, pois aborda assuntos de dificuldade com os preceitos mais básicos de uma
interesse da maioria das pessoas como é o caso do gestão profissional, enquanto que em países desen-
estudo sobre a criação de algo, no caso uma em- volvidos o foco já está em incentivar a inovação para
presa, que lhe traga muita satisfação e que se te- agregação de valor ao que é produzido. Basicamen-
nha a possibilidade de receber por isso, é mais ou te, nossos pequenos negócios ainda, na sua grande
menos como os grandes astros do futebol do mun- maioria, iniciam copiando outros já existentes e não
do, aparentemente ganham muito bem para fazer procuram inovar, isso em parte se deve a baixa for-
pequeno negócio se resume a colocar alguém para acesso à tecnologia e o aumento do incentivo ao
cuidar da empresa enquanto se mantém o emprego empreendedorismo, é o que pode trazer essa pro-
é uma fórmula para ter um ganho extra. dutividade de forma mais rápida e sustentável.
Assim, espero que aproveite bem essa primeira Interessante vídeo sobre o empreendedo-
rismo nos dias atuais: <http://www.youtube.
unidade, ela é a base para entendermos o mundo
com/watch?v=2iTlhNwBu3g>.
econômico e o papel do empreendedorismo nesse
O empreendedorismo é um campo de estudos ções estão relacionadas ao foco que é dado por ca-
te fenômeno é importante, pois o momento econô- em livre tradução, da palavra em inglês entrepre-
mico exige geração de renda por meio do aumento neurship, e esta influenciada pelo termo francês en-
da produtividade, principalmente no caso brasilei- trepreneur que designava alguém que intermedia-
ro. Segundo a reportagem de Stefano e Maia Junior va e facilitava a relação entre a ponta produtora e a
(2012) um americano produz, em média ao equiva- ponta consumidora, de certa forma, alguém que via
lente a cinco brasileiros, isso em parte se deve a di- uma oportunidade nesse comércio. Alguns econo-
ferença do acesso ao conhecimento e a tecnologia mistas utilizam o termo empresariedade com o mes-
ral, economias em desenvolvimento como a nossa Entre os autores mais citados podemos destacar
conquistarão produtividade à medida que crescer o Dolabela (1999) que diz que o empreendedorismo se
seu perfil, aspectos idiossincráticos e ambiente em- a capacidade que o empreendedor tem em articu-
preendedor. Para Schumpeter (1983) o empreende- lar os vários recursos produtivos existentes ao seu
dor é aquele que tem a capacidade de ir contra ou redor destacando-se aí a sensibilidade humana que
destruir a ordem econômica existente pela criação permite desenvolver altos desempenhos produtivos
que em geral estas pessoas têm pelo que fazem utili- Davidsson (2005) analisando todos os concei-
zando de forma criativa os recursos que tem disponíveis tos de empreendedorismo e suas análises sobre os
para transformação de sua organização, bem como a empreendedores chegou a uma curiosa conclusão,
transformação social. Veiga (2006) foca a análise do em- a de que empreendedores são loucos abençoados
preendedorismo como uma visão estratégica de trans- por Deus. Esta é uma definição engraçada, porém se
riqueza e capacidade de distribuição de renda. rismo brasileiro, não é difícil encontrar empreende-
mais as questões operacionais nas empresas. Em dagem histórica do Brasil e que explica muito do per-
comum, o que podemos observar entre os vários fil empreendedor encontrado no Brasil em compara-
conceitos existentes são expressões, como: ção com outros países como a Inglaterra da época.
Quanto ao tipo de empreendedor, este pode preende para aproveitar uma oportunidade existen-
ser dividido em dois principais grupos o primeiro te aplicando as habilidades para administrar todos
preendedores que inovam e criam valor dentro das Entre as características mais comuns dos empre-
mento por meio da inovação ou da boa gestão dos • Capacidade de inventar e de inovar.
Assim o grande desafio do empreendedorismo biente mais adequado aos empreendedores e suas
é entender como os empreendedores conseguem iniciativas. Não são os políticos que exercem o em-
destruir a ordem existente e encontrar caminhos, on- preendedorismo, estes decidem facilidades para o
de outros não conseguem, que tragam prosperidade empreendedorismo por meio de mudanças organi-
pessoal e aos demais que estão ao seu redor. Mais zacionais, porém esse processo deve ser organizado
ainda, cabe ao empreendedorismo organizar essas de tal forma que se torne sustentável.
informações levando este conhecimento ao maior Para Shane (2003) as mudanças nas políticas volta-
número possível de pessoas, pois a multiplicação das ao empreendedorismo, dão a possibilidade para
desse conhecimento pode potencializar o crescimen- que as empresas realoquem recursos para um novo
to econômico à medida que os recursos envolvidos uso de forma que este se torne mais produtivo. Rati-
no ato de empreender são melhor alocados. ficando, Freitas et al. (2004), identificam a importân-
Assim como em outras áreas públicas como edu- Conceitualmente existem inúmeras formas de in-
cação, cultura ou saúde a atuação dos governos, se- centivo ao empreendedorismo por parte do setor
ja municipal, estadual ou federal, é fundamental pa- público, recentemente a atuação do Estado tem
Davidsson (2005), políticos e suas políticas podem TE; SANTOS, 2003), as redes de cooperação emer-
decidir mudanças em como a sociedade é organi- ge como uma ferramenta de suporte às novas pro-
danças institucionais na qual criam oportunidades LHO; SOUZA, 2004) ou segundo, Espejo e Previdelli
(2004), a atuação de instituições de ensino privado importância. Neste sentido, para Hisrich e Peters
que implantam, nos seus projetos pedagógicos, (2004), o governo tem relevante papel no estímu-
programas, métodos e materiais didático-pedagó- lo à pesquisa, apesar desta atuação ainda ter mui-
Pode-se destacar também como exemplo de po- ses em desenvolvimento assim como nos países
mas de acesso ao microcrédito, como forma de fo- Como forma de mensurar a Taxa de Atividade
mento voltado ao pequeno empreendedor que tem Empreendedora (TEA) em países do mundo e as ne-
grande importância na expansão de vendas me- cessidades de melhoria das condições ou ambiente
diante a disponibilidade de recursos financeiros e, de suas empresas, o relatório GEM (2011) – Global
tivo desse segmento (ANDREASSI, 2003). No que dorismo em mais e 40 países, destacando o Brasil
um quadro em grande mudança no Brasil, apesar de Além disso, destacou as ações necessárias relacio-
tardio, assim como ocorre em vários países do mun- nadas às políticas e programas públicos para o em-
No entanto, para que essas iniciativas tenham • Melhorar as condições dos empreendedores por
maior eficiência a tecnologia passa a ter grande necessidade onde o empreendedor inicia um
negócio com foco em geração de renda, em ge- mediante financiamento para compra ou medi-
ral substituindo um antigo emprego. Estes conti- das de diminuição da burocracia – como fundos
nuam tendo dificuldades para obter recursos no de aval em substituição à fiança – e dos preços de
mercado formal que viabilizem seus negócios. aluguéis – com incentivos fiscais para construção
enda o mercado em que desejam atuar – principal- Apesar das necessidades de melhoria do am-
aceitação do produto etc. – antes de despender re- mos uma fase relativamente positiva do ponto de
cursos e energias, seus e de seus familiares. vista institucional para o desenvolvimento dos ne-
• Orientar potenciais empreendedores quanto ao gócios no Brasil. Porém, não basta lançar as políticas
mento de produtos a empresas, de maior valor mo, o importante, além disso, é fazê-las chegar ao
• Introduzir modificações na legislação trabalhista, Neste sentido destacaremos aqui ações nacio-
com incentivos para que pequenos empreende- nais que tem por objetivo a melhoria do ambiente
do a força de trabalho protegida por direitos. É o caso da Lei nº 11.196/2005, a medida provi-
• Facilitar o acesso a espaço físico para os em- sória 255, “a MP do bem”, que provavelmente seja
preendedores estabelecerem seus negócios, a de maior alcance no meio empresarial, pois altera
pontos importantes como a desoneração do investi- Há ainda uma crescente preocupação com a par-
mento e empresas exportadoras de bens de capital, ticipação das pequenas empresas nas compras go-
ção do enquadramento das empresas ao sistema de do processo de Compras Governamentais, a Lei n.º
tributação “Simples”, isenção de PIS e Cofins para 8.666/93, que prevê que “[...] a política de compras
Outro avanço foi a aprovação no congresso brasi- empresa de pequeno porte, individualmente ou de
leiro do “Super Simples”, lei geral das micro e peque- forma associada com processo especial e simplifica-
nas empresas – projeto de lei 123/2004 – que agiliza do, nos termos da regulamentação desta Lei” (SE-
Além dessas iniciativas Federais têm-se nos Estados A lei da inovação que objetiva o fortalecimento
políticas de redução das alíquotas do ICMS – Impos- do sistema nacional de inovação, ao prever meca-
to sobre a Circulação de Mercadorias, de acordo com nismos que facilitem a integração entre centros de
o faturamento, incluindo a isenção dos impostos esta- pesquisa e empresas. Esta lei é um das 57 medidas
duais em segmentos estratégicos para micro e peque- apresentadas no anúncio do detalhamento das Di-
nas empresas como alguns produtos da cesta básica. retrizes para as Políticas Industriais, Tecnológicas e
de Comércio Exterior.
Considerando as políticas públicas existen- recursos financeiros, que é o caso do Juro Zero do
tes no Brasil seria interessante que o assunto
Finep para empresas de base tecnológica. O setor
empreendedorismo já fosse aplicado aos alu-
nos desde o Ensino Médio onde o aluno já de tecnologia, além de recursos disponibilizados,
tem sonhos e entender os conceitos básicos tem também vários programas de incentivos do Mi-
de empreendedorismo nessa fase dos estu-
dos melhoraria muito os resultados das nos- nistério da Ciência e Tecnologia e comércio exterior,
• Programa Brasileiro de Design – PBD: voltado que promovam o desenvolvimento de novas em-
• Programa de Capacitação de Recursos Humanos presa): o FVA tem como finalidade contribuir para
para Atividades Estratégicas: visa apoiar de for- a criação de um ambiente favorável à capacitação
dustrial e Agropecuário: tem por objetivo a ca- • Programa Empreendedor Rural, uma parceria do
pacitação tecnológica das indústrias e da agro- Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SE-
pecuária brasileira, visando a geração de no- NAR-PR e o Serviço de Apoio à Pequena Empre-
vos produtos, processos aprimorando suas sa no Paraná – SEBRAE-PR. Voltado à gestão em-
• Projeto Alfa: tem por objetivo estimular a inova- DEDOR RURAL, 2005).
ção tecnológica nas micros e pequenas indús- Existem também fontes de financiamento para
trias, por meio da oferta de linha de financiamen- os mais diversos segmentos, como:
to, não reembolsável, para apoiar a realização • Programa Brasileiro da qualidade e Produtivida-
• Fundações de Amparo a Pesquisa nos Estados. vas de inserir o assunto no conteúdo das disciplinas
Mais recentemente o governo federal por meio des dessa natureza, até mesmo como iniciativas de
da Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008 lançou fomento por meio da disponibilizarão de recursos
o programa Microempreendedor individual que é financeiros com juros diferenciados, é o caso dos
soas que trabalham por conta própria e tem um fa- Como ferramenta de implantação de algumas
turamento máximo de R$60.000,00 anuais. Com es- políticas e programas podem-se destacar institui-
ta Lei o empreendedor pode formalizar seu trabalho ções e órgão públicos, como:
tendo acesso ao sistema bancário e a linhas de crédi- • BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento
to que estimulem seu crescimento, além do aumen- Nacional que tem como uma de suas ações prio-
to do seu mercado de trabalho uma vez que podem ritárias apoiar as micro, pequenas e médias em-
prestar pequenos serviços a grandes corporações. presas de todo o país, tendo em vista o seu pa-
Outra área em que os programas de empreende- pel na criação de empregos e geração de ren-
dorismo crescem é na área da educação se tem um da. Disponibilizando linhas de apoio financeiro
empreendedorismo nos mais diversos cursos das lhores condições de custos, prazos e níveis de
participação, para apoio a investimentos nos se- dirigentes empresariais e cursos focados em ar-
tores industrial, de infraestrutura, de comércio e ranjos produtivos locais onde se oferece cursos
centivo a empresas de base tecnológica confor- Comércio que tem aumentado suas atuações na
apoio ao desenvolvimento da atividade empre- econômico, seja por meio da geração de empregos
sarial de pequeno porte, voltada para o fomen- ou pela inovação tecnológica, um grande número
to e difusão de programas e projetos que visam de países tem incentivado seus empreendedores.
à promoção e ao fortalecimento das micro e pe- Podemos destacar algumas nações que tem incen-
capacitação de empresários com cursos como • Na Áustria existe a preocupação por parte do
nas empresas, curso de gestão estratégica para pessoal em pequenas e médias empresas. Um
programa nessa área foi iniciado em janeiro de e recursos têm realizado promoções que incenti-
2002, com a meta de apoiar as PMEs vienenses vem jovens empresários a constituir uma cultura
petitividade. As empresas são ressarcidas em até • Na Alemanha existe o “Mercur” que é um pro-
50% das despesas com treinamento externo. grama financiado pelo Ministério da Educação e
• A Austrália tem como um dos principais obje- Pesquisa e pelo Instituto Federal de Treinamento
tivos para a promoção do empreendedorismo Vocacional. Este foi um projeto piloto buscando
se grupo tem o suporte do Governo Federal co- Manufatura, e desde 2000 tornou-se uma acade-
mo parte do programa para promoção de jovens mia virtual para empresas alemãs de manufatura.
gastar U$ 11 milhões em três anos. Desde 1985 estreita colaboração com associações de classe.
ra, por isso o governo disponibiliza vários progra- • No Canadá existem instituições sem fins lucrativos
mas às mulheres empresárias. O jovem empre- como é o caso da Canadian Institute of Small Busi-
sário também é foco, principalmente no ensino ness Counsellors Inc. (CISBC), que tem o propósi-
presarial para jovens, além do governo Federal senvolvimento de pequenas empresas. Existe par-
por meio do departamento da indústria, ciência ceria do governo em várias universidades do país,
entre elas destacamos o Centre d’entrepreneur- • Já alguns anos a Bélgica cobre metade dos gas-
ship HEC-Poly-UdeM. O centro tem atuado mais tos das PMEs com “bônus de consultoria”. A me-
cios (sempre requeridos por qualquer instituição mento profissional para tomadas de decisão (em
dos engenheiros no que tange à gestão. Promo- ambiente). Operacionalmente, as PMEs adqui-
vem também, com alguma regularidade, seminá- rem os bônus e os utilizam em projetos de con-
rios de informação e formação para seus afiliados sultoria que devem custar acima de 300 Euros.
instituição conta com parceiros como o Ministério ra o Fundo para Planejamento Educacional, que
dos Negócios (Ministère des Affaires Municipales atende a praticamente todos os setores da eco-
Bell Canada e da KPMG, dentre outros. O Centro com menos de dez empregados. A principal me-
terno, promovendo seminários e conferências pa- empresas, novas formas de treinamento e desen-
os focos de atuação das políticas públicas para o de competências entre empresas, e a formação
empreender com o objetivo de crescimento e ge- o projeto seja executado em colaboração entre
de empreendedores, tem uma característica de ser o Instituto Nacional do Emprego (INEM) tem duas
descentralizado, com uma atuação regional o em- iniciativas para a promoção de desempregados na
em várias regiões. Consequentemente, existem vá- de trabalhadores, e o programa para incentivo para
rios tamanhos de centros especializados como o CE- criação de empregos extras. O DG-PYME em parce-
SEGA (Confederação dos Empresários da Galícia), ria com o Instituto dos Jovens tem trabalhado com o
que opera na promoção de novos empreendimen- objetivo de diminuição de desemprego entre o pú-
tos. Existem também as Agências para o desenvol- blico jovem além da promoção do empreendedoris-
vimento econômico da Castilha e Leon que monito- mo. Para que se garanta o financiamento de todas
ram projetos de promoção ao empreendedorismo. estas iniciativas existem algumas organizações que
Uma rede de 21 centros de incubação e inovação é promovem o acesso do capital aos empresários co-
outra estrutura disponibilizada na Espanha para es- mo a Compania Espanola de Reafianzamiento S.A.
timular e encorajar a criação de novas empresas. (CERSA) que é uma das que trabalham com siste-
Além disso, existem programas que dão suporte e mas mútuos de garantia de crédito e o ICO-PYME
informação para pequenos empresários para a inser- que é o instituto oficial de crédito que promove fun-
ção deste em mercados que não conseguiriam atin- dos aos bancos espanhóis para promoção de pe-
gir sozinho. O DG-PYME (uma instituição de promo- quenas e médias empresas. O PIPE 2000 – Plano de
ção aos pequenos empresários com suporte do Alto Iniciação em Promoção no Exterior tem como objeti-
Conselho do Comércio), tem explorado os caminhos vo ampliar o número de pequenas e médias empre-
para orientação das empreendedoras na organiza- sas espanholas exportadoras, por meio de transfor-
ção de novos empreendimentos em parceria com mações culturais e de competitividade nas PMEs em
o Conselho da Mulher e o Ministério do Trabalho e condições de exportar. Para isso, o Programa prevê
Ação Social e o Conselho da Indústria e Comércio. apoio financeiro, bem como consultorias especiali-
Existe um número de programas para a promoção zadas individuais por uma equipe de tutores.
• Nos Estados Unidos um dos destaques é o proje- empresariais que localizou ao longo da região. O
to de incentivo as incubadoras de empresas que Centro de Greenbrier tem espaço para 19 inquili-
celente impacto econômico na promoção de em- lhados básicos providos pela maioria das incuba-
pregos e renda a partir de pequenas e médias em- doras empresariais aos clientes deles. Seus inqui-
presas. Os grupos focos para a promoção do em- linos representam uma variedade de luz pequena
preendedorismo nos EUA são a mulheres, os hispâ- que fabrica os negócios de serviço. O Foodworks
nicos, asiáticos, africanos, índios nativos e os vete- Centro Culinário é um programa de incubação que
não só por iniciativas governamentais, as universi- processada. Representa uma variedade de incuba-
dades têm grande destaque nesse objetivo. É o ca- ção que aponta para reunir negócios na mesma in-
tradicionalmente voltada para o ensino focado na ções. O propósito é diversificar a economia da re-
gestão de grandes corporações, a instituição tem gião desenvolvendo uma microindústria de comi-
sentido as mudanças ambientais e decidiu também da. Geralmente chamado Foodworks, é uma incu-
deste de Sistema Empresarial (o Sistema) foi fun- • Na Finlândia existem 17 centros de ciência e tec-
dado em março de 1998 em Anniston, Alabama. O nologia localizados em universidades de alta tec-
Sistema foi projetado a criar e unir três incubadoras nologia. Essas incubadoras estão criando cerca
de 350 novas empresas por ano. Os objetivos regionais. O “Programa Nacional Finlandês de
lho formal não é expressiva, porém o incremen- nece suporte e recursos financeiros para o desen-
é objetivo das políticas públicas finlandesas. Pa- tos possuem foco na promoção de trabalho em
ra isso, o governo aposta na oferta de baixos ju- equipe e em gerenciamento por métodos de
e esforços para facilitar o relacionamento entre projeto. Cerca de 66% dos recursos do Fundo,
empreendedores imigrantes. Outros focos dos entre 2000 e 2002, foram alocados para PMEs.
cooperação entre empreendedores e a promo- pelos empregados – “VAP Validation dês ac-
ção da criação de empresas a partir de desem- quis professionels”. A VAP foi regulamentada em
pregados que pretendem abrir seu próprio ne- 1992, permitindo à pessoa que exerceu ativida-
gócio. O capital de risco industrial na Finlândia de profissional por cinco anos validar sua expe-
é muito recente e tem crescido acentuadamen- riência. Essa validação foi ampliada, em 2002, e
te desde 1999. Isso foi inicialmente estimulado tornou-se a Validation ês Acquis de l’Experience
pela Finnish Industry Investment Fund, uma ini- (VAE) – de forma que se aplique a uma gama am-
ciativa governamental no qual suportou o capital pla de diplomas, e por meio de procedimentos
• A Grécia lançou por meio do Ministério do Tra- holandesas mais se identificam. Em relação à tec-
balho uma série de medidas para capacitação de nologia, espera-se que o investimento nesse se-
mão de obra empregada. Essas capacitações in- tor resulte em um rápido crescimento a partir das
privadas (das quais 70% dos beneficiários são fun- deve ser desenvolvida em uma parceria do Mi-
cional para empreendedores “por conta própria”. las com vocação para isso. Existe um centro de
ção, infraestrutura e o capital para inovação tec- à prática desse centro. Como foco principal, se
nológica têm criado novas oportunidades. Um almeja aumentar o interesse dos empregadores
nessLift que é focado na ajuda de empreendedo- sos humanos estratégicos, bem como no interes-
res com dificuldade de captar financiamento. Ou- se dos empregados em assumir responsabilida-
tro ponto de destaque são as incubadoras orga- de por sua condição de empregabilidade. Esses
nizadas em centros de desenvolvimento de tec- objetivos são atingidos tornando visíveis as habi-
nologia, gerenciamento, marketing, exportação lidades pessoais, o que implica diferentes formas
e acesso a capitais de risco. Com relação às em- de aprendizado serem reconhecidas como ade-
preendedoras, o governo Federal tem a intenção quadas para habilidades específicas. Essa medi-
de aumentar a participação das mulheres na for- da é operada pelo Ministério de Assuntos Eco-
tem aumentado, mas o governo em uma estraté- Assuntos Sociais e Emprego, de Educação, Cul-
gia macroeconômica pretende aumentar a ofer- tura e Ciência, e por uma organização privada
• Na Irlanda, em 1999 foi estabelecida a empre- orientação em marketing, finanças, meio ambien-
sa Skillnets, com a finalidade de gerar respostas te, organização e gerenciamento de produto. Para
inovadoras e efetivas para necessidades de trei- tanto, o programa apoia atividades de treinamen-
que mobiliza grupos ou redes de empresas para educação formal. A “Lei de Promoção do Empre-
gerar respostas estratégicas sob medida confor- go” aborda o aprendizado de toda a vida, pelo
me as suas necessidades. As ações são custeadas qual competências adquiridas pelo trabalho po-
pelo National Training Fund, e com participação dem ser enunciadas e potencialmente reconheci-
de, em média, 32% dos recursos financeiros pelas das da mesma forma que aquelas adquiridas por
e de serviços em empresas com 5 a 30 funcioná- das mulheres no ramo dos pequenos negócios,
rios, e cujo objetivo é ampliar a sua competitivida- mediante projetos como treinamento nas melho-
de. Desde 1992, quando teve início, o Programa res práticas de gerenciamento ou em projetos de
FRAM organiza projetos em sete regiões piloto, disponibilizarão de micro finanças (1.000 a 5.000
com planejamento anual e abrangendo diferentes Libras) com juros abaixo do mercado financeiro.
temáticas. Em paralelo, duas atividades básicas O governo preocupado com a ética nos negó-
são uniformes: seminários regionais com foco em cios implementou políticas que promovem ética
aprendizado por troca de experiências entre em- nos negócios com a Ethic Minority Business Advi-
presas participantes; e orientação via especialistas sory Fórum em dezembro de 1999. Como o Rei-
volvimento. O Programa é custeado pelo Fundo em julho de 2000 foi implementado com grande
• Em Portugal a Linha de Ação Inovação Organi- dedorismo a este público, com capital de risco e
zacional (LAIO) é operada pelo Instituto de Trei- fundos de investimento. Esse resultado tem agra-
ções de Trabalho. Seu objetivo é contribuir para a imigrantes, treinamento técnico específico e via-
inovação organizacional nas empresas privadas e bilidade da proposta. A iniciativa jovem ao em-
cooperativas portuguesas que possuem entre 50 preendedorismo no Reino Unido também conta
e 250 funcionários. É concedido apoio financeiro, com programas que oferecem juros baixos, re-
sob a forma de subsídios, e assistência técnica cursos específicos para o tipo de negócios a ser
grandes empresas para a promoção empreende- res. Assim como no Reino Unido, na Suécia tam-
dorismo a esses jovens. Isso tem proporcionado bém é grande o foco das políticas públicas para
• Na Suécia existem projetos como Swedich Job projetos direcionados as suas necessidades de
& Society (Stiftelsen Svenska Jobs and Society) montarem pequenas e médias empresas. As re-
que promovem novos empreendimentos em cer- des de relacionamento também são foco do go-
ca de 100 localidades diferentes do país, sendo o verno suíço, que atua em várias regiões do pa-
ner AB, que é um projeto de financiamento pú- mento entre estas pequenas empresas.
blico com escritórios em 22 escritórios regionais, • Em Taiwan o CYCDA oferece seminários espe-
subordinados ao Ministério da Indústria, tendo ciais para mulheres divorciadas com limitação
como principal objetivo o suporte a micro e pe- de oportunidades de emprego além de muitas
quenas empresas com potencial de crescimento. mulheres que trabalham em negócios da famí-
Já o SME Pckage é um projeto também direcio- lia. No que se refere ao desenvolvimento de em-
nado a pequenas e médias empresas com o ob- presas baseadas em tecnologia o governo tailan-
jetivo de participar do mercado de exportação. dês procura repatriar engenheiros que resolve-
Existem algumas iniciativas para a promoção do ram mudar-se para países como os Estados Uni-
empreendedorismo feminino na Suécia como o dos para que estes elaborem pesquisas em pro-
acesso à informação, ao treinamento e consul- dutos de base tecnológica que possa promover
nibilizados são os juros com taxas mais baixas tailandês promove acordos para a formação de
pois acredita que por meio dessas redes os even- programas brasileiros e os dados de diversos países
tos, treinamentos, congressos possam ser mais apresentados anteriormente é possível apresentar
Programas de incuba-
Promoção ao associati-
Incentivos ao comércio
Incentivos à imigrantes
Incentivos aos jovens
Incentivos ao gênero
Recursos financeiros
ção de empresas
competitividade
Promoção da
Capacitação
empresarial
pregados
feminino
exterior
dades
vismo
sários
Áustria √ √
Austrália √ √ √ √
Alemanha √ √
Canadá √ √ √ √
Bélgica √ √
Dinamarca
Espanha √ √ √ √ √ √
Estados Unidos √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √
Finlândia √ √ √ √ √ √ √ √ √
França √ √
Grécia √ √
Holanda √ √ √ √ √ √
Irlanda √ √ √ √
Islândia √ √ √ √
Itália √ √ √
Noruega √ √ √ √
Portugal √ √ √ √
Reino Unido √ √ √ √ √ √
Suécia √ √ √ √ √ √ √ √
Taiwan √ √ √ √ √
BRASIL √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √
É interessante perceber que a promoção de Para Julien (2005) o estado tem um importante
um ambiente empreendedor por meio de políti- papel na promoção de um ambiente que promova
cas públicas apresentadas em vários países, foca o empreendedorismo. Para o autor, por meio das
pontos relevantes para a análise comparativa do políticas públicas, o estado pode cumprir cinco pa-
que mais se destaca no meio empresarial de ca- péis importantes que são o de orientar, associar,
da nação pesquisada. Essas políticas e programas apoiar, estimular e facilitar recursos para as peque-
namental ou de instituições que se propõem a es- Os Estados Unidos como um dos países mais
se objetivo para promover um ambiente favorá- empreendedores do mundo, visto que sua estru-
vel ao desenvolvimento desses empreendimentos tura tem grande preocupação com a promoção de
e regulação dos mercados em que essas peque- novos negócios e inserção de grupos importan-
nas empresas estão inseridas. Principalmente em tes como estrangeiros jovens. Destaca-se também
países de dimensões continentais, caso brasileiro, uma grande preocupação com a tecnologia, mui-
onde segundo, Biderman e Barberia (2005), a arti- tas vezes promovida mediante os sistemas de in-
culação entre as esferas, Federal, Estadual e Mu- cubação. Nos países europeus, têm-se dado gran-
No caso brasileiro as iniciativas existem, porém posição estratégia para o crescimento dos respecti-
dessas políticas e programas públicos, visto que as Por características específicas brasileiras, que sur-
exigências de um mercado globalizado e altamen- gem a partir da Constituição de 1988, as esferas na-
passaram a ser elementos-chaves, envolvem não só considerável desconexão entre as iniciativas de po-
mudanças técnicas, mas também de comportamen- líticas públicas. Isso pode responder algumas ques-
Alguns pontos comuns entre as políticas públi- bons resultados na área de empreendedorismo bra-
cas brasileiras e os demais países apresentados é a sileiro. Por outro lado, essa autonomia pode resol-
empresários já estabelecidos e jovens no mercado que poderia ser melhor potencializada se, indepen-
de trabalho, além do processo crescente de incenti- dente da esfera governamental, existisse maiores in-
vo a incubadoras. Além disso, parece comum entre vestimentos nas instituições de ensino com o obje-
o Brasil e os demais países apresentados, a inten- tivo de celebrar parcerias em projetos como incuba-
ção de cada país, por meio do empreendedorismo, doras ou capacitação de empresários, por exemplo.
do. No Brasil a preocupação ainda se restringe, ge- parecido independente dos segmentos que esco-
ralmente, na formação de um gestor profissional, lheram para abrir o seu negócio ou setor de empre-
sendo que o objetivo dos países desenvolvidos é a sas que trabalham. Conhecer o perfil empreendedor
é um primeiro passo para saber se está pronto para implantação de um grande projeto dentro de uma
ingressar nesse desafio ou se é necessário aprender empresa, como é o caso dos intraempreendedo-
mais sobre empreendedorismo. res ou ainda desenvolver projetos que tenham co-
mar um empreendedor. Esse é um mito que existe no Enfim, muito tem se estudado sobre esse per-
estudo do empreendedorismo, muita gente acha que fil com o objetivo de entender melhor o porquê
o empreendedor nasce pronto, isso não é totalmen- dessa natureza e que potencial cada tipo de per-
te verdade. Existem pessoas que nascem com o per- fil tem em transformar a sociedade seja pela ge-
fil mais evidente de empreendedores, porém podem ração de renda, seja pela inovação que geram na
acumular conhecimento ao longo da vida e se transfor- economia. McCelland (David) em seu estudo des-
marem em grandes empreendedores, principalmente tacou que os empreendedores têm um perfil se-
por meio de estudos e práticas focados na área. melhante e uma forma de agir muito parecida in-
a seguir não são melhores ou piores que outras, em que estão inseridos, além disso não importa
apenas apresentam um perfil que pode facilitar também a idade, o gênero ou a formação, o per-
o planejamento e implantação de uma empre- fil tende a ser semelhante. Entenda a seguir qual
1. Tem iniciativa e sempre buscam oportunidades: 3. Suas ações se baseiam em qualidade e eficiên-
como os empreendedores têm a capacidade de cia: dar foco em qualidade além de garantir mais
tempo tem uma espécie de antena onde perce- empresa sob todos os aspectos da gestão. Isso
bem oportunidades à medida que desenvolvem significa que dar foco à qualidade se entrega pe-
seu trabalho, quando a questão são os proble- didos nas datas programadas, os custos de pro-
mas, comuns no mundo dos negócios, dão foco dução tendem a ser mais baixos que os concor-
na solução e em geral conseguem ver oportuni- rentes, os produtos tem um padrão permitindo
dades de crescimento nessas situações também, parcerias comerciais com grandes empresas.
é o famoso “faça do limão uma limonada”, as 4. São pessoas persistentes: empreendedores têm
oportunidades de aprender e crescer estão em seus objetivos como a grande motivação para o
2. Calculam o risco dos investimentos e das ações to- rio ter persistência e criatividade para atingi-lo.
madas: Empreendedores avaliam alternativas an- Quando a maioria desiste na primeira dificuldade
tes de tomar a ação. Essas alternativas compreen- a persistência do empreendedor lhe permite es-
dem a análise de tudo o que está em jogo, o que tudar alternativas diferentes para chegar ao obje-
pode ganhar, quando o retorno vai acontecer se 5. Tem comprometimento: dificilmente se conse-
disponíveis na tomada de decisão os empreende- algo que ele não possa cumprir. Isso porque os
dores tendem a escolher pelo que exigem esfor- empreendedores em geral estão comprometi-
ço moderado e maior possibilidade de conquista, dos com seus compromissos. Isso acontece tanto
em geral, descartam as alternativas fáceis e com dentro quanto fora da empresa, uma ver que fez
pequeno retorno, bem como as muito arriscadas o compromisso vai cumpri-lo mesmo que isso lhe
que no caso de sucesso darão grandes retornos. custe um fim de semana ou algo parecido.
6. Estão sempre atualizados: como sempre estão 9. Capacidade de mobilização da rede de contatos:
ram informações em toda a parte, isso aumenta e conhecendo bem seu empreendimento, seus
o sucesso nas decisões tomadas. Por isso são objetivos e com transparência na abordagem em
considerados curiosos consultando desde ami- geral conseguem mobilizar o público interno da
gos, fornecedores até concorrentes, isso lhes empresa, os colaboradores, como o público exter-
permite um cruzamento maior de variáveis para no, seus fornecedores, parceiros e investidores. A
7. Seguem suas metas: como os empreendedores de pessoas que planejam muito e conhece muito as
sucesso têm objetivos muito bem definidos, a partir pessoas a quem decidiram fazer uma proposta.
desses objetivos definem as metas a serem alcan- 10. São independentes e tem grande autoconfian-
çadas. Essa forma de pensar e se organizar resul- ça: como em geral atingem resultados mais que
tam em um desempenho maior que as demais pes- outras pessoas tendem a ter maior autoconfian-
soas, pois estão sempre pensando em seus objeti- ça nas suas atitudes o que os torna mais inde-
vos e isso resulta em menor perca de tempo. pendentes. Essa postura é resultado de todas as
nhamento: planejar é uma arte, uma forma de se Dornelas (2005) adiciona ou reforça algumas ca-
antecipar as dificuldades e sucessos que hão de racterísticas além das já apresentadas, sendo estas:
seado no conhecimento do seu negócio e nas in- 1. Pessoas Visionárias, pois tem a capacidade de arti-
formações que estão sempre recebendo os em- cular e implementar o que vislumbra para o futuro.
corrigir o percurso do planejamento à medida a tomar decisão, onde uns só veem problemas,
<https://www.youtube.com/watch?v=HdtZTw-
da profissional.
cq7o0>.
5. São apaixonados pelo que fazem sendo este um
dos principais combustíveis para seu sucesso. Outro campo do estudo do empreendedorismo
6. Empreendedores são líderes e formadores de equi- é o empreendedorismo social que é uma forma de
pes, pois com a capacidade ímpar de liderança sa- empreender onde os indivíduos focam suas habili-
bem que seus objetivos são alcançados de forma dades na transformação social. Desta forma, o em-
coletiva, por isso a preocupação constante com a preendedor social busca soluções para problemas
formação dos profissionais que estão a sua volta. sociais, como principais características o empreen-
com tantas frentes de trabalho tem que ter um 1. Solução para problemas onde outras pessoas
enorme senso de organização para não se per- não veem solução ou tem a capacidade de ver
Empreendedores que tiveram um grande suces- 2. Capacidade de engajar outras pessoas para a so-
segmento são bem menos comuns que imagina- 3. Capacidade de articulação com governos, orga-
mos. Quando nos deparamos com um empreen- nizações não governamentais e iniciativa privada
dedor bem-sucedido com uma empresa bem es- com objetivo de atender a grandes demandas.
truturada pode ter certeza que por trás desse su- 4. Facilidade de transformar ideias em realidade,
Na unidade I estudamos as várias definições do preendedores que encaram o desafio de abrir um ne-
empreendedorismo, essas variam de acordo com o gócio sem o devido entendimento em gestão, é sur-
ral destacam uma pessoa que tem iniciativa e com conhece o conceito básico de fluxo de caixa.
os mesmo recursos de outras pessoas conseguem Hora, se nosso desafio está em grande parte na
resultados diferenciados. Particularmente gosto da gestão, ainda está longe de termos empreendedo-
definição de Per Davidson que destaca o empreen- res inovadores que criam novos produtos e mudam
dedorismo como loucos abençoados por Deus. Cla- os mercados. Em países desenvolvidos esse foco é
ro que isso não é uma definição com critérios cientí- mais claro e os governos apoiam essas iniciativas.
ficos, até porque, como vimos o empreendedor cor- Aliás, como vimos temos muitas iniciativas, porém
re riscos calculados em seus projetos. ainda não tem o foco e a disponibilidade de recur-
Vimos que as economias estão cada vez mais com- sos exigidos para um país continental como o nosso.
plexas e mais competitivas, copiar o que o vizinho es- Um dos destaques no Brasil no incentivo ao em-
tá fazendo em breve não será um bom negócio, as preendedorismo é o SEBRAE Serviço Brasileiro de
margens de lucro são dia a dia diminuídas e dividir um Apoio a Micro e Pequena Empresa que tem uma
mercado com baixo retorno não será mais viável, ali- boa capilaridade no território nacional e em geral
ás, alguns mercados já chegaram neste estágio. A sa- consegue ter foco e um bom orçamento para arti-
ída será empreender de forma criativa com inovação, cular o desenvolvimento das várias regiões em que
inovando o empreendedor está atendendo a novas atua, inclusive gerando um bom número de inova-
necessidades ou atendendo antigas necessidades de ção, que, conforme destacamos é primordial para
Brasil empreendedores de alto impacto, ou que mu- Desta forma, o(a) convido(a) a estudarmos a se-
dam radicalmente os mercados existentes ainda são gunda unidade onde veremos importantes estudos
em número reduzido, pois nosso grande desafio ainda do empreendedorismo como o processo de criação
1) Como a tecnologia pode melhorar o empreen- 4) Como as incubadoras de empresas podem esti-
dedorismo e que impactos isso pode causar para mular pequenas empresas?
a economia de um país?
5) Uma pessoa nasce empreendedora ou pode se
2) Segundo Hisrish (2004) os recursos humanos são tornar empreendedora no decorrer da sua vida?
Objetivo de Aprendizagem
Plano de Estudo
Iniciar uma empresa é o sonho de muitos, mas de repetir o sucesso de outros, ou melhor, copiar as
que vamos ver na segunda unidade deste livro. Essa Esse processo de criação de empresas deveria
não é uma ciência exata, pois, em geral um negócio estar totalmente associado ao aproveitamento das
começa com um sonho que vira uma ideia e vai cres- oportunidades. Essas oportunidades de mercado
cendo. Digo em geral porque é o que mais aconte- são o que os economistas destacam como lacunas
ce, mas tem empresas que surgem nos lugares mais que podem ser aproveitadas e em alguns casos mu-
variados, em um bar, na praia, em um passeio ou até dar a lógica do mercado existente. É o que ocorre
mesmo de uma discórdia entre sócios, enfim não hoje com algumas empresas que operam via inter-
tem uma fórmula exata, o que existe são direciona- net e que revolucionaram mercados que até antes
mentos gerais de como as empresas iniciam. não se imaginavam grandes mudanças, podemos
O ideal é que na fase do sonho ou da ideia o fu- citar aqui a venda de livro e tênis.
turo empreendedor ou empreendedora esteja tra- Porém, a oportunidade tem que ser bem estuda-
balhando e com condições tranquilas para estudar da, pois o que aparentemente pode ser um grande
minuciosamente sua ideia, pois quando há necessi- negócio na realidade não passa de uma demanda
dade de empreender para se gerar renda é como grande em um período pequeno o que exige inves-
pular etapas do estudo que são importantes para o timento que logo não terá mais utilidade, o que os
Veremos nesta unidade que algumas questões da grandes e com longa duração, pois as margens
devem ser respondidas durante o processo de cria- de lucros tendem a diminuir à medida que novos
ção de uma empresa, porém, uma que acho muito concorrentes entram nesse mercado.
importante é o que meu negócio tem de novo e co- O papel do governo na criação de um ambiente
mo isso pode gerar riqueza? Responder essa ques- saudável ao empreendedorismo é muito importan-
tão é estratégico, pois, conforme já comentamos na te, basicamente o governo, seja municipal, estadual
ou federal deveria cumprir cinco papéis principais: o influências de diferentes variáveis dependendo das
de orientar, de ligar os atores promotores desse am- características de cada negócio. Porém é possível
biente, o de apoiar iniciativas, de estimular e de faci- descrever a maioria das variáveis que são comuns a
litar que todo o processo aconteça da melhor forma todos os tipos de negócios.
possível. Isso permite a criação de empresas de alto Para melhor entendimento desse processo é in-
valor agregado, o que gera crescimento na própria teressante avançarmos o conteúdo por meio de eta-
Finalizando a unidade veremos os riscos e pro- processo. Enfim, estamos falando aqui da criação de
blemas mais comuns de se empreender. Esses ris- um negócio, de um sonho, do futuro de um empre-
empresa, ou seja, empresa é um conjunto de variá- Então, a primeira etapa é talvez a essência para
veis controláveis e não controláveis, e aí é que es- o negócio, é o momento de entender melhor essa
tá o perigo. As variáveis controláveis dependem de ideia de negócio, ideia ou sonho este que de forma
uma atuação focada do empreendedor o que evita fantástica a convergência de toda a energia neces-
estudo do empreendedorismo. O processo de cria- menor diferença, pois o futuro empreendedor es-
ção de um negócio não é uma ciência exata, sofre tá em um momento de sumarização de todos os
conhecimentos adquiridos em sua breve ou longa O que o futuro empreendedor tem que saber já no
história de vida. Isso mesmo! Em geral, o empre- momento de estruturação dessa ideia é quem sua em-
endedorismo vem do conhecimento adquirido du- presa se propõe a atender, seja com produtos ou servi-
rante a vida profissional ou dos bancos da esco- ços, conhecendo quem atende esse público hoje e quais
la ou da faculdade, da percepção de necessidades deficiências existentes e como a futura empresa pode fa-
no ambiente em que vive, do lazer ou ainda da so- zer isso. Ou seja, o que será feito de diferente para que
ma disso tudo. É um momento que é importante se crie neste novo cenário uma verdadeira oportunidade
o tempo, pois é um momento onde é necessário para prosperar dentro do mundo dos negócios.
pensar no negócio de forma mais abstrata, e de- Muitos livros e manuais de empreendedorismo
pois partir para os estudos racionais da proposta, trazem questões que ajudam a entender melhor se
mas isso veremos adiante. sua ideia é uma oportunidade de negócio ou não e
Em geral, o momento em que a ideia aparece é se você realmente tem espírito empreendedor para
um momento solitário onde, inicialmente, o futuro encampar seu projeto. Entre as perguntas mais co-
empreendedor muitas vezes acha que achou a ga- muns podemos destacar:
linha dos ovos de ouro, que teve a melhor ideia do 1. A quem se destinam o que pretendo
empresários que mudaram a história das suas em- 2. O que tenho a oferecer é o que o mercado real-
nheciam profundamente este mercado e isso acon- 3. Quais são os benefícios dos meus produtos ou
teceu depois de anos trabalhando nele, foram exce- serviços para meus clientes ou consumidores?
ções na história as empresas que surgiram para que- 4. Quem são meus concorrentes dentro da propos-
momento de concepção desta ideia é importante 6. Qual será minha estratégia de preços nesse
10. Existe apoio governamental para o segmento des segredos que se transformam em grandes em-
que pretendo atuar? preendimentos são raros, então, conte sua ideia pa-
11. Caso opte por sociedade, que critérios vou ado- ra pessoas de confiança, se conhece um bom pro-
tar para escolher esses sócios? fessor de gestão, procure-o e converse sobre sua
Ao responder essas questões o empreendedor ideia, isso fará com que novas variáveis que não se
começa a entrar na zona do realismo e isso é mui- tinha pensado para o projeto apareçam e torne o
realismo evita surpresas indesejáveis já no início da Um bom ponto para iniciar o conhecimento do
A segunda etapa trata de analisar o mercado e cionamento do negócio. As exigências legais vão
esse é um ponto interessante, pois muitas pesso- desde o regime tributário até as licenças ambien-
as tendem a empreender em algo que goste co- tais, de acessibilidade, bombeiros e outras pertinen-
mo no esporte preferido, algum tipo de lazer ou tes ao empreendimento. O SEBRAE presta assesso-
comida. Gostar do que faz na empresa é primor- ria para abertura de micro e pequenas empresas fa-
dial para o sucesso desta, mas somente isso não cilitando esse processo que no Brasil costuma ser
manda suficiente para o produto ou serviço que Entender o tamanho do mercado que vai atuar e
não dão certo no longo prazo porque o atendimento pessoas apenas pela disponibilidade de dinheiro
nos primeiros dias de funcionamento não foi bom, o que esta tem não é uma boa forma de iniciar uma
que levou os clientes a terem uma má impressão da sociedade, pois este é um novo projeto que neces-
empresa. Em geral, as empresas crescem aos poucos sita de participação de todos, tudo é muito novo e
e com qualidade, para crescer rápido no mercado é cada um pode contribuir para a solução dos proble-
to e isso geralmente não se tem nos primeiros anos. Entenda uma nova empresa como uma série de
Aqui já se tem importantes informações para elabo- lacunas que só podem ser ocupadas com soluções
O sucesso de uma empresa depende das pesso- pessoa não consegue ter todas as competências se-
as envolvidas nesse processo, então o terceiro pas- jam elas gerenciais, técnicas ou comportamentais,
so para a criação de uma empresa diz respeito a que na formação da equipe, seja de profissionais contra-
você vai contratar para compor essa equipe. Para is- tados ou de sócios é preciso se preocupar com que
so é muito importante se ter um esboço do que ca- cada um complete o grupo como um todo e que es-
da um vai fazer dentro da organização e quais são se grupo tenha condições de solucionar problemas
os valores que norteiam essa organização. Poste- ou saber onde buscar a solução.
riormente com toda a equipe formada é o momen- No quarto passo é o momento de elaboração do
to de pensar na missão e na visão da empresa e no plano de negócio, pois grande parte das informações
seu posicionamento estratégico. A participação dos necessárias para alimentar esse plano já estão dispo-
profissionais nesse processo é importante, pois cria níveis. À medida que nos aprofundamos no estudo de
maior comprometimento da equipe no que se re- todos os pontos e variáveis que envolvem uma empre-
fere a forma como a empresa atua nesse mercado sa, normalmente confirmamos algumas informações e
considerando seus valores e estratégia. outras surgem naturalmente, isso ocorre pois não é
No caso de sócios a regra é a mesma, procurar possível pensar em todas as variáveis, por isso a im-
pessoas comprometidas com o projeto, em convidar portância da pesquisa e da troca de informações com
outros empreendedores ou amigos. O plano de negó- ser feito a pesquisa do mercado em que se pretende
cio nada mais é que uma sistematização dessas infor- atuar deve ser muito bem feita. Em geral, o empre-
mações de forma que na sua análise financeira ele dê endedor não dá muita atenção a detalhes quanto se
sinais de viabilidade ou não dessa ideia. fala dos recursos humanos, hoje mais do que nunca
Nas aulas de empreendedorismo quando um descrever o plano de cargos e salários e a visão estra-
aluno termina um plano de negócios e ele se mos- tégica dos recursos humanos é de suma importância
tra inviável, é comum o aluno ficar um tanto quanto no plano de negócios, até mesmo anexar o currículo
frustrado, pois sua ideia não se concretizará em um resumido pessoal e dos profissionais que comporão
negócio. Porém deveria é ficar contente, pois é pa- a equipe. Uma empresa com a gestão profissional
ra isso que também serve a análise de um plano de dos recursos humanos mantém seus talentos em alta
negócio, para evitar que investimos nossos recursos produtividade e tem maior facilidade de captação de
algo que não traria retorno no futuro. No Brasil nós temos uma instituição especializa-
da parte de um plano de negócios, porém já adian- BRAE, esta instituição é uma das mais respeitadas
to que o plano de negócio é uma ferramenta que de- no mundo pelo foco que tem na promoção de no-
ver ser simples e objetiva, nas primeiras páginas que vos negócios e na capacitação de empreendedo-
chamamos de sumário executivo é onde o gerente do res que já estão no mercado. O SEBRAE deve ser
pelo que vai ver adiante. Para isso, as informações de- de negócios, além disso, existem profissionais que
vem ser bem realistas tanto no que se refere aos cus- podem prestar serviço para elaboração desse pla-
tos como para a projeção de faturamento da empresa. no, em geral são professores de instituições de ensi-
Além de um bom sumário o plano de negócios de- no superior, aliás, muitas faculdades têm programas
ve apresentar uma boa análise financeira e apresen- como Empresas Júnior ou setores que podem dar
Como quinto passo e talvez o mais dependente dos A captação de recursos em instituições financeiras
passos anteriores é a capitação dos recursos financeiros, no Brasil é em geral intrigante, aliás, sobre isso pode-
dependente pois como já destacado há a necessidade ríamos escrever um livro. No sistema financeiro brasi-
de um bom plano de negócios para conseguir recursos, leiro, especificamente nas instituições financeiras de
principalmente se a decisão for pelo financiamento. varejo tem seus conselhos administrativos entre as
Muito importante já destacar que o início da maioria mais profissionais do mundo e uma equipe de aten-
das empresas é muito difícil, então se puder escapar do dimento nas agências bancárias entre as mais ama-
pagamento de juros em instituições financeiras é muito doras do mundo. Essa peculiaridade pode ser uma
importante. Para isso o ideal é utilizar capital próprio pa- armadilha cruel para empreendedores desprepara-
ra início dela ou então fontes mais baratas como o em- dos. Os sites dessas instituições, em geral, trazem um
préstimo de familiares. Aliás, cabe aqui chamar a aten- estímulo por meio de uma estratégia publicitária ca-
ção da utilização de recursos de familiares, eles devem paz de convencer os mais experientes empreende-
ser tratados com a mesma seriedade com que se trata dores, no entanto, quando se procura pessoalmente
o recurso de instituições financeiras, é comum perder a esses recursos financeiros a realidade é bem diferen-
amizade de entes queridos por envolvimentos financei- te, desde pessoas despreparadas para o atendimen-
ros, por isso deve-se ter muita austeridade com a admi- to e a baixíssima exposição ao risco que pretendem
nistração dos recursos de familiares. correr, se bem que é de se esperar uma postura des-
Existem os investidores de risco, denominados preocupar com as questões de registro, além dos con-
Angels, porém são raros no Brasil, esse tipo de in- correntes e do mercado propriamente dito.
vestidor participa da gestão por algum tempo e O sétimo passo trata da definição do local de fun-
posteriormente sai do negócio após receber a re- cionamento da empresa, isso faz muita diferença pa-
muneração pelo investimento do seu recurso finan- ra o resultado da empresa, essa diferença pode ser
ceiro. Este tipo de investidor tolera muito mais o ris- nos custos operacionais como no aumento do fatura-
co do que as instituições financeiras comuns, porém mento. No caso de não ter um local para instalação
antes de entrar no negócio faz um estudo minucio- da empresa, a definição do melhor custo-benefício
so do mercado e da empresa que pretende investir. entre localização e valor do aluguel deve ser conside-
Após vencidas as etapas de elaboração do plano rada, aluguéis, principalmente para empresas comer-
e captação do recursos financeiro necessário para seu ciais tendem a ser um alto custo operacional.
funcionamento chega ao sexto passo que trata da for- Em alguns casos, alugar um imóvel não tão central
malização jurídica da empresa. No Brasil o registro é com um aluguel bem mais acessível pode compensar
feito nas três esferas, municipal, estadual e Federal. uma vez que se invista em propaganda bem feita e di-
Com o amadurecimento dos mercados novas facilida- recionada. No caso de uma indústria a localização cen-
des surgem como no SEBRAE onde é possível con- tral não é tão importante, em muitos casos estar perto
centrar várias das atividades de registros, as exigências dos seus fornecedores ou dos seus clientes pode ser
são as mais variadas dependendo do ramo de atuação muito interessante para diminuição dos custos opera-
da empresa, algumas exigem autorizações ambien- cionais, é no plano de negócios que essa localização
tais, de acessibilidade, outras não podem ser monta- vai ser analisada para saber o que é mais vantajoso.
das em determinadas regiões da cidade, outras têm Outro ponto importante quanto ao contrato de
exigências sanitárias. Enfim, as exigências são grandes aluguel diz respeito ao tempo de locação, na indús-
e podem prorrogar consideravelmente o início das tria prefira períodos mais curtos de contrato, pois
operações, por isso na fase de elaboração do plano a empresa tende a crescer e talvez seja necessário
de negócios quando se analisa o mercado é preciso se mudar antes do previsto para um espaço maior, já
no comércio esta regra não deve ser levada ao pé informações de cada candidato a contratação de
da letra, pois algumas localizações privilegiadas são empresas de recrutamento pode ser uma opção in-
importantes para seu negócio, estas somente são teressante apesar de exigir um investimento.
locadas em períodos mais longos. O nono e último passo trata do início do funciona-
A definição da localização deve ser feita com cal- mento da empresa em si. É o momento dos detalhes,
ma e depois de muita análise, pois esse é um pon- em se tratando de um comércio quanto estiver orga-
to importante para o sucesso da empresa, precipita- nizando a área de vendas da loja pense como cliente,
ções e ansiedade nesse momento só prejudicam o em como gostaria de ser atendido, quais os mimos
No oitavo passo do processo de criação da empre- primeira boa impressão, no caso de indústria preo-
sa, se for o caso, é hora de contratar a equipe e para cupe-se desde o primeiro dia com a qualidade total.
isso é muito importante começar corretamente o que Atualmente as grandes empresas estão certifica-
poucas empresas fazem que é a definição dos cargos das em qualidade total e nessa condição dão pre-
e das atividades de responsabilidade de cada cargo, ferência ou exigem que seus fornecedores tenham
isso facilita o processo de recrutamento, pois o entre- certificação ou no mínimo estejam em processo de
empresa é prudente manter uma equipe o mais en- O Brasil tem hoje um sistema de registro de
xuta possível mantendo registro de candidatos com notas fiscais e de boletos com protesto auto-
mático que exigem muita austeridade finan-
potencial para posterior aumento da equipe.
ceira dos empreendedores. Criar um bom his-
Existem empresas especializadas para a sele- tórico com fornecedores é muito importante
para conseguir prazos maiores e se possível
ção de pessoal, não tendo experiência para condu-
financiar seu estoque, quando for necessário.
zir entrevista e posterior análise de currículos e das
É a partir desse momento que inicia a formação Essa percepção pela oportunidade ratifica
de relacionamento não só com os clientes, mas tam- o objetivo do empreendedor segundo Kirzner
bém com fornecedores e com bancos, a formação (1997) que caracteriza o empreendedorismo co-
elaboração do plano de negócio deve-se considerar Hisrich (2004) afirma que essa percepção de opor-
ros para capital de giro da empresa, as disponibili- do com ações como a abertura de novas empresas
dade de juros baixos e de prazos para fornecedores que, aliado ao processo de inovação, promovem o
é bem menos nos primeiros meses de funcionamen- desenvolvimento econômico, pois contribuem pa-
to, à medida que a empresa apresenta bom indica- ra uma melhor distribuição da riqueza na comuni-
dores financeiros e de relacionamento com o merca- dade onde estas empresas estão surgindo. Na visão
do as portas vão se abrindo naturalmente. de Gifford (1998), isso significa a alocação de recur-
Conforme destacou Schumpeter (1949) o em- sim, “aquecer” determinado setor do mercado.
preendedor está associado ao desenvolvimento Bruyat e Julien (2000) sugerem um diagrama que
ordem econômica existente, pois transforma o pro- o individual e a nova criação de valor levam a mu-
cesso de mercado. Isso destaca a importância que danças tanto individuais como mudanças ambien-
perceber a oportunidade.
Imitação
Risco
Pouca
Mudança
para
o
individual
Muita
Empresarial Empresarial
Reprodução
Valorização
Empresarial
Empresarial
O diagrama revela quatro arquétipos empresa- resolveu entrar no mercado depois de vários anos
riais, sendo o individual e a criação de novo valor, de experiência no ramo. O empreendedor propor-
deste modo enfatizando a heterogeneidade do fe- ciona um autoemprego por sua boa performance na
Reprodução empresarial: é uma situação onde a) Imitação empresarial: apesar de não ter uma cria-
o negócio envolve uma baixa criação de valor, sen- ção significante de valor, os empreendedores fazem
do usualmente pouco inovador, e pouco inclina- mais mudanças a partir do seu conhecimento, rede
do a mudanças individuais. Esse seria o caso, por de relacionamentos, habilidades. Esse processo é,
exemplo, da criação de um negócio clássico, um deste modo, um risco inovando com grande incerte-
restaurante padrão iniciado por um cozinheiro que za, sendo um processo de aprendizagem frequente-
mente longo. Um exemplo pode ser um grande exe- dades individuais para modificar o conhecimento e
cutivo de negócios procurando uma mudança radical as redes de relações e a velocidade com o qual a
para a criação de um restaurante padrão. inovação está alterando o ambiente. Os dois pon-
b) Valorização empresarial: neste caso um engenhei- tos são conectados pelo diálogo. O processo e a
em uma grande empresa e que desenvolve um novo tentativa de entender o risco empresarial.
projeto para si mesmo, no campo que conhece bem, Já na visão de Gartner (2001), essa criação de
com um bom projeto para crescimento. Esta pessoa novos negócios e aproveitamento de oportuni-
é uma das poucas nesse campo que conhece o pro- dade pode ser composta por quatro perspectivas
única. Isto é inovação e criação significante de novo 1. Características dos indivíduos que iniciam um
c) Risco empresarial: este caso é raro (Microsoft, 3. O ambiente onde a nova firma está envolvida.
Apple). Quando se consegue sucesso, levam a mu- 4. O processo pelo qual as novas firmas são
de um empreendedor somente como uma pessoa tos adquiridos por cada empreendedor, desta for-
que estabelece uma nova organização provavel- ma, sugere um modelo que apresenta os aspectos
mente não seja o suficiente, pela falta de estudo idiossincráticos formados pelos empreendedores
da própria variação da oportunidade, sendo assim durante suas trajetórias, como decisivos a tomada
destaca-se nesse contexto a necessidade de estu- de decisões diante das oportunidades e até mes-
do dessa oportunidade. Além disso, Shane (2000) mo na identificação dessas oportunidades, confor-
Aspectos
Idiossincráticos
Nesse sentido, Shane (2000) considera impor- delos de ação são usados para explorar oportuni-
de algo novo com valor de mercado, dedicando o dade, economia ou organizações requerem atores
tempo e o esforço necessário, assumindo os riscos no micro nível que tenham a iniciativa, interação
quentes recompensas da satisfação e independên- aconteçam. Neste caso, instituições, bem como o
mento do empreendedor, sendo ingredientes desse doras é de se esperar que um ambiente propício
ção e reorganização de mecanismos sociais e econô- econômica. Wennekers e Thurik (1999), estudando
micos com a finalidade de transformar recursos e si- a influência atual e histórica do empreendedorismo
tuações para proveito prático e o convívio com o ris- chega à conclusão que as nações que promoveram
co calculado e algumas vezes com o fracasso. em nível individual assim como os macroambien-
te refere-se a duas realidades sociais relativamen- quisa propuseram uma ligação entre o empreen-
te distintas. A primeira enfatiza que esse é o fe- dedorismo e o crescimento econômico, apresenta-
Nesse esquema estariam garantidas as principais o papel complementar do Estado. Essa atuação do
preendedor nos níveis individual, da firma e o nível tos ao empreendedor nos mais variáveis locais do
ciais para a formação do empreendedorismo. Isso econômico atuando de forma estruturada e mais
resultaria em impactos pessoais e nas firmas e, con- organizada alocando os recursos disponíveis exis-
Para promoção desse ambiente empreendedor e presas com interesses em comum até o incentivo à
consequente melhoria das condições para aprovei- inovação em um setor estratégico empresarial.
tamento das oportunidades, Julien (2005) apresenta Para Julien (2005) esse papel complementar do
Estado pode-se resumir a cinco ações: Orientar, Ligar, um resumo do papel do Estado, seus objetivos, con-
Apoiar, Estimular e Facilitar. No Quadro 2 apresenta-se dições, atores complementares e os possíveis efeitos.
Papel do Atores
Objetivos Condições Efeitos
Estado Complementares
Aumentar as
Iniciar ou refor- chances de
Obter a informação Consultores com ex-
Orientar çar os estudos sobrevivência
complexa sobre a periência e conheci-
dos principais e de desen-
estrutura industrial. mento da região.
potenciais. volvimento
das firmas.
Aumentar a pere-
nidade e desen- A ajuda pode ser Os agentes inter-
Aumentar a
Apoiar volver as novas fir- multifuncional, com- venientes e outros
exportação.
mas com grande plexa e adaptada. agentes de mudança.
crescimento.
<http://www.fumec.br/revistas/index.php/
pretexto/article/view/470>.
Se analisarmos de perto quais são os problemas var, produzir e comercializar novos bem e serviços.
e os riscos de se empreender naturalmente chega- Neste caso, o aspecto central é que estas empresas
remos a questões relacionadas ao ambiente empre- tanto representam o potencial e a flexibilidade para
endedor e, em geral, teremos resposta na atuação aproveitamento das novidades, como não oferecem
do estado ou mais especificamente as políticas pú- usuais resistências a sua incorporação. Nos anos
blicas administradas tanto pela esfera federal, esta- 1990 houve o acirramento da competição interna-
das nas últimas décadas, as economias vêm expe- dade e capacidade de inovação.
rimentando novas oportunidades e desafios para o Apesar de suas potencialidades e do papel que
va. No que se referem ao empreendedorismo, du- tando, na verdade, uma luta diária pela sobrevivên-
as consequências associadas a estas transformações cia. Sua realidade é o convívio permanente com exi-
têm particular interesse: a maior atenção às possí- gências burocráticas e encargos que dificultam sua
veis contribuições das pequenas empresas ao de- própria existência legal, com restrições de mercado
ções em reorientar e dinamizar as políticas de sua tos, além das próprias carências técnicas e gerenciais.
promoção (LASTRES; ARROIO; LEMOS, 2003). Sem a eliminação destes bloqueios e a existência de
Pode-se notar o aumento da preocupação com políticas específicas de apoio, o potencial das micro e
fatores de maior interesse para micro e pequenas pequenas empresas, como geradoras de ocupações,
empresas. Inicialmente percebe-se o paralelo que será em grande parte desperdiçado (SILVEIRA, 1994).
Por isso a importância de estímulo de um am- dos resultados da síntese entre necessidade social
tece pela interação dos agentes de uma economia Além disso, o governo tem relevante papel no
entre eles aponta-se o papel do Estado. Para Sha- estímulo à pesquisa, apesar desta atuação ainda ter
ne (2003) as mudanças nas políticas voltadas ao em- muito espaço para crescer. Investir na capacitação
preendedorismo, assim como nos sistemas norma- tecnológica de pequenas e médias empresas é um
tivos, dão a possibilidade para que as pessoas re- caminho seguro para melhorar sua produtividade e
aloquem recursos para um novo uso de forma que competitividade, aprimorando sua capacidade de
este se torne mais produtivo. Como é o caso da tec- identificar oportunidades no país e no exterior e de
nologia onde o governo tem grande importância, contribuir para o desenvolvimento econômico co-
Pode-se apresentar também como exemplo e fomento voltado ao pequeno empreendedor que
políticas voltadas ao empreendedorismo, os pro- tem grande importância na expansão de vendas por
consequentemente, expansão no processo produti- dos mais variados problemas das empresas.
Entre as principais ações para a promoção de de MPMEs, variando desde financiamentos dire-
empresas de pequeno porte, podem-se destacar tos (com retorno ou a fundo perdido), incentivos
1. Ações essenciais que se referem à cultura empre- mo destinações específicas de parcela do orça-
utilização de programas de divulgação, demons- 4. Simplificação da burocracia, com esforços que vi-
tração e premiação – como o estabelecimento sam reduzir procedimentos e prazos para facilitar
de datas comemorativas, a realização de feiras a criação de novas empresas, sua atuação e seu
e torneios de empreendedorismo – e também a financiamento. Isso tem sido feito a partir da di-
ços básicos entre outros. Considera-se também a Além disso, é necessário foco na dinamização e
promoção à constituição de incubadoras, empre- modernização produtiva por meio da inovação e in-
sas juniores e parques tecnológicos, bem como serção na sociedade da informação com o objetivo
2. Serviços de apoio que incluem programas de in- nhecimento que estimulem o crescimento e a sus-
formação, capacitação e consultoria. O longo tentabilidade nos mais variados tipos e formatos de
prazo passa a ser uma preocupação das políticas empresas de pequeno porte, podendo estas estar
que vêm procurando apoiar as empresas, fortale- relacionadas a empresas de base tecnológica ou a
de forma continuada, com uma tendência à des- nessas ações incluem o estímulo à pesquisa conjun-
centralização da oferta destes serviços, assim co- ta e às atividades de registro de patentes, à cons-
am como uma porta de entrada para a solução bilização de serviços de consultora, o intercâmbio
entre pesquisadores das instituições de ensino e é o fim de um processo com várias etapas, é sim
pesquisa e funcionários das empresas e a organiza- o começo de uma vida empresarial que está dire-
Salienta-se, ainda, como ação essencial à promo- endedor dispensa a essa empresa. Isso confirma o
ção do ambiente empreendedor a redução de de- que Dornelas (2005) destaca em sua apresentação
mente estas políticas estão voltadas à geração de mais do que os empregados, é pior, em um determi-
emprego e renda, via a promoção do desenvolvi- nado período inicial da empresa pode até ter a me-
sociais, incluindo mulheres, negros, índios, jovens, Por isso a necessidade de determinar quanto di-
entre outros. Nas regiões menos favorecidas o fo- nheiro será necessário reservar para o período em
co do trabalho tem sido o reforço do capital social e que a empresa está crescendo no mercado e não
humano, estimulando o empreendedorismo e a ino- tem muitas sobras de recursos devido a necessida-
Na unidade II podemos verificar que a criação de vens obtiveram grande sucesso em curto período
um negócio passa por etapas que orientam o em- de tempo, isso é um exceção e geralmente esse su-
preendedor a criar seu próprio negócio. Essas eta- cesso não aconteceu da noite para o dia, ele ape-
pas minimizam em muito o insucesso dessa nova nas se realizou nesse curso espaço de tempo, po-
empresa, porém não impedem que isso possa acon- rém os conhecimentos aplicados ali foram adquiri-
tecer, isso porque a abertura de uma empresa não dos durante anos, ou seja, a empresa se formalizou
ram nos diversos mercados, cabe ao empreendedor 1) Por que é importante conhecermos profunda-
visualizar e interpretar a viabilidade de se investir e mente a ideia de negócio antes de investir nela?
colher os resultados.
2) Qual a importância de conhecer os futuros concor-
Antes de avançarmos nos estudos da unidade III
rentes no mercado em que se pretende investir?
destacamos a importância de responder as ques-
tões de autoestudo com objetivo de fixação de con- 3) Como o empreendedor por meio de ideias ino-
desse comportamento?
Objetivo de Aprendizagem
Plano de Estudo
Geralmente associamos o perfil empreendedor mismo, como nós brasileiros somos otimistas por na-
às pessoas que iniciam um negócio e conseguem tureza a elaboração de um plano deve vir acompa-
com isso mudar a própria realidade, bem como ge- nhada de muitas críticas ao que aparentemente ob-
ram empregos e renda, no entanto, esse perfil existe servamos e de muita atenção. Isso porque um plano
também dentro das empresas. Pessoas têm em su- feito de forma errada pode gerar um negócio ruim
as funções posturas empreendedoras tanto quanto que além de consumir todas as reservas financeiras
quem abre um negócio, a isso chamamos de intra- de uma vida profissional, ainda pode deixar dívidas
empreendedorismo. Estes são pessoas que têm uma que exigirão anos de trabalho para serem honradas.
processos que estão sobre sua responsabilidade. bilidade socioambiental do empreendedor. Esse as-
Nesta unidade entenderemos como as pessoas sunto é bastante interessante, pois retrata uma das
que tem o perfil intraempreendedor podem mudar características mais evidentes nos empreendedores,
Aliás, existem empresas que fomentam o surgimen- Enquanto alguns veem despesas por exigência
pício, pois conhecem as transformações que essas justos os empreendedores veem oportunidades pa-
pessoas podem trazer. ra seu negócio, inclusive explorando isso como dife-
mentos que já adquirimos nas últimas duas unida- do sua participação de mercado.
des podemos avançar no estudo do que é mais em- Esta última unidade fecha os vários conceitos
ção de um plano de negócios. O plano de negócios base em cada um dos alunos no entendimento do
é o início da concretização do sonho, porém, exis- estudo do empreendedorismo e quem sabe des-
tem muitas armadilhas e dicas que veremos a seguir. pertar e orientar para o início do estudo de uma
oportunidade em suas vidas e quem sabe o início problemas. Esses problemas podem estar relaciona-
tem a iniciativa e estimula seu grupo a inovar a par- Não importa o tamanho da empresa, seja ela pe-
tir de novas ideias, novos produtos ou novos proce- quena ou grande, esse empreendedor interno bus-
preendedor tem uma incrível capacidade de reali- sim transformando seu ambiente de trabalho em
zação de ideias, consegue concretizar o que outras um terreno fértil a iniciativas inovadoras (PRYOR;
pessoas deixam apenas no nível do sonho. SHAYS, 1993). Para Pinchot (1999) o intraempreen-
Sob o aspecto da atitude, o intraempreende- estudada e alguns autores as dividem em duas di-
dor (ANTONCIC, 2001) analisa velhos problemas mensões básicas. A primeira que foca sua análise na
ável muito maior que um colaborador comum, pa- cios, já a segunda diz respeito à renovação estraté-
ra este praticamente não existe problema sem solu- gica onde ocorre uma reinvenção de processos re-
ção, além disso, sempre é possível aprender com os lacionados aos aspectos estratégicos da empresa
como a abertura de novos negócios, a aplicação de operacionais, sumarizar isso e relacionar a um nú-
novas tecnologias de produção, o reposicionamen- mero, também maior, de possíveis soluções para es-
to da empresa diante de mudanças de mercado e sas inconformidades, para estes profissionais o foco
No entanto, a empresa tem grande responsabili- dos casos não faz muito sentido.
por meio de criação de condições para que os profis- informal e em geral inicia individualmente e vai se
sionais possam expor suas ideias e que tenham con- propagando pela equipe. Hashimoto (2009) desta-
dições de executar essas ideias, o clima organizacio- ca que um número considerável de empresas esti-
nal tem grande importância nesse contexto. Um gru- mulam os empreendedores promovendo um am-
po de funcionários estimulados a empreender na em- biente de trabalho agradável com recompensas pa-
presa melhora os resultados e, consequentemente, ra boas ideias e os estímulos para que essas ideias
res são mais produtivos e conseguem fazer com que que surgem os intraempreendedores formais. Por
seus pares sejam mais produtivos também. outro lado, o intraempreendedor informal apare-
Em um país como o Brasil onde hoje um dos ce de ambiente organizacional que não se preocu-
grandes “gargalos” de crescimento está relaciona- pa em estimular essas competências, mesmo as-
do à produtividade média do trabalhador, estimu- sim, com o risco de não criar nem inovar existem
se grande problema econômico atual que começa “ácidos”, ou seja, intraempreendedores informais.
dentro dos departamentos da maioria das organiza- Nesse tipo de ambiente o esforço é hercúleo, pois
O que faz um intraempreendedor perceber enfrentar resistência dos mais antigos, bem como,
mais oportunidades que outros colaboradores é a em geral, rígida hierarquia, muitas vezes colocan-
Para a empresa o desafio frente ao estímulo dos orçamento para cada gestor já lhe dá uma im-
empreendedores internos e alinhar essas estratégias portante autonomia e responsabilidade, uma vez
de estímulos com os objetivos estratégicos da em- que este orçamento departamental é compo-
presa, de certa forma e canalizar toda essa energia nente do orçamento da organização.
para a melhor obtenção dos resultados esperados. 3. Mostrar aos colaboradores o impacto que ino-
Hamilton (2008) sugere cinco iniciativas que as em- vações podem trazer para o negócio, essa trans-
presas devem ter para a criação de um ambiente que parência leva ao entendimento do todo e enten-
1. Adotar um sistema de recompensas para cada ti- dem contribuir para a melhoria contínua.
As empresas têm grandes ganhos na pro- tando seu conhecimento, multiplicar essas infor-
moção de ambiente que promove iniciativas mações só faz crescer ainda mais essa capacida-
empreendedoras, desde a melhoria no pro-
de de geração de conhecimento.
cesso produtivo até a descoberta de novos
Assim como vimos as características dos empre-
mirem riscos, mesmo calculados riscos são riscos, suas características particulares, sendo elas:
porém, em uma situação dessas pode-se descobrir 1. São indivíduos com alta confiança de si mesmo e
tos menos custosa para produzir algo. 2. Entendem bem como os processos acontecem
2. Os departamentos devem ser considerados uni- dentro da sua organização, seja dentro dos de-
dades de negócio da empresa, sob os aspec- partamentos ou sobe uma ótica mais ampla, utili-
tos que o gestor deste tem controle total so- zando-se de articulação política para atingir seus
3. Mantém uma boa rede de relacionamento, o que 4. Ter sempre em mente que algumas atitudes en-
facilita na resolução de situações uma vez que volvem risco, entre esses riscos o de ser demitido.
conhecem pessoas-chave dentro da organiza- 5. Dividir suas ideias com o maior número de pes-
ção, enfim, geralmente são bem articulados. soas possível, daí sempre sai um bom conselho
4. Como os empreendedores percebem oportuni- ou uma variável não percebida antes e que pode
dades onde a maioria não consegue ver ou ainda ser a chave para o sucesso.
presa, um ambiente empreendedor pode facilitar 7. Cuidar para não fazer a divulgação das con-
esse processo uma vez que os investidores, em ge- quistas antes que elas aconteçam, os céticos
a decisão de investir no negócio. Por isso a impor- 8. Conhecer bem as pessoas que estão partici-
inovação, no entanto o que mais se vê nas empre- 9. Ser realista em relação às possibilidades.
sas é uma hierarquia rígida ou pouco estimulada ao 10. Horar sempre que o apoio for necessário.
3. Pedir desculpas quando necessário. uma forma diferenciada de ver e atuar em relação a
um colaborador comum, uma vez que não lhe traz Para que este sonho seja bem estudado é neces-
maiores transtornos o fato de assumir responsabili- sário estruturá-lo e mais que isso, estudar o merca-
dades. Por isso empreender dentro na empresa ou do e as inúmeras variáveis que envolvem uma em-
do departamento não é um caminho querido pela presa, mesmo as pequenas. Por isso a importância
maioria, que em geral procuram uma zona de con- da elaboração de um plano de negócios que em li-
forto. O caminho do intraempreendedor não é igual nhas gerais é a organização das informações inter-
ao da maioria, com muito mais risco, porém com nas e externas para análise de uma empresa.
muito mais possibilidades de grandes mudanças e Elaborar um plano de negócios é o mesmo que
está em como a empresa cria um ambiente de con- de de analisar oportunidades que não podem ser
fiança entre seus colaboradores, para isso as pes- percebidas sem um estudo mais profundo desse
soas devem ter respeito às ideias uma das outras e empreendimento. De certa forma, estamos sempre
isso requer tempo e dedicação à empresa que tem planejando, antes de sairmos para o trabalho plane-
que ter foco nisso, uma vez que esse ambiente pro- jamos o trajeto mais conveniente, pensamos nas ati-
pício facilita todas as demais iniciativas da empresa. vidades do dia. As mulheres, em geral, muito antes
A concretização de um negócio, que geralmente acontece com viagens, mudança de emprego, en-
começa em um sonho, para ser concretizado é pre- fim, estamos constantemente planejando.
ciso ser analisado detalhadamente. É nessa análise Assim deveria ser com o início de um novo ne-
que o futuro empreendedor verifica os conhecimen- gócio, no entanto, ainda hoje muitas pessoas ini-
tos adquiridos em suas experiências profissionais, em ciam o seu negócio sem um estudo prévio. Para Ai-
assuntos que gosta ou que tem interesse têm possi- dar (2007) isso evitaria muitas situações indeseja-
bilidades de se tornar um empreendimento ou não. das, principalmente, na fase inicial de uma empresa,
onde o empreendedor tem muita vontade de atin- com a linguagem simples e objetiva que este de-
gir o rápido sucesso, mas não tem conhecimento ver ter, pois este plano geralmente é lido por muitos
Tecnicamente o plano de negócios é uma ferra- res ou futuros sócios que pretendem investirem nes-
acontecer nas pequenas empresas também, não so- Diante do que foi apresentado é hora de enten-
mente em sua abertura, mas sempre que houvesse dermos da estrutura de um plano de negócios, bem
necessidades de investimentos, se deveriam elabo- como o que deve ser destacado nesse plano. É inte-
rar planos de negócios. ressante destacar que não existe um plano de negó-
Várias empresas têm adotado o plano de negó- cios adaptado a cada tipo de empresa, o que existe
cios para definirem seus parceiros, isso obriga essas é uma estrutura básica e ajustável que pode apre-
novas parcerias a entenderem melhor o mercado sentar detalhadamente os mais diversos segmentos
comum nas relações entre franchising, onde antes Inicialmente, antes de começar a escrever algo
de abrir uma franquia o investidor tem que elaborar é importante pensar muito sobre o negócio, prin-
Uma das preocupações que se deve ter ao ela- rio pensar no que eu vou fazer de diferente, ou o
borar um plano de negócios (DORNELAS, 2005) é que meu negócio tem de inovador e que vai tornar
esse negócio diferente dos demais, e mais impor- foram encontradas informações específicas do seg-
tante, como isso vai atrair clientes e consumidores. mento que se pretende investir então a alternativa é
Isso pode levar bastante tempo, (BARON; SHANE, elaborar um questionário ou um roteiro de observa-
2010) muitas pessoas pensam anos em seu plano ção e ir a campo entender esse mercado. Essa é uma
enquanto trabalham em uma empresa esperando a das melhores formas de se conhecer algo, pois o em-
hora certa de sair, seja por oportunidade de merca- preendedor tem o contato com um número muito
do ou por aposentadoria. grande de variáveis que nem tinha noção que pode-
Nesse período de pensar o plano, tudo é infor- ria existir e que em geral pesquisas disponibilizadas,
mação, um recorte de jornal, revista, uma entrevista ou melhor, dados secundários não podem mostrar.
disponibilizada na internet, enfim, todo o momento A maioria dos planos de negócios contempla o
deve ser aproveitado para recolher informações pre- conceito da ideia do negócio considerando a admi-
ciosas. Se a opção é abrir uma pizzaria, aproveite o nistração dos riscos inerentes a esses negócios e de-
passeio com a família e vá a uma pizzaria jantar e ana- talhamento das informações financeiras como ren-
lise com olhos de dono de um negócio o que pode tabilidade, lucratividade e fluxo de caixa, bem co-
ser melhorado naquele ambiente, sempre há algo a mo informações mercadológicas como estratégia
melhorar e também podem existir oportunidades ali de marketing, informações de fornecedores e dos
que nem o verdadeiro dono conseguiu observar, essa competidores nesse segmento.
é a magia de se empreender. Birley e Muzyka (2001) Existem inúmeras estruturas de um plano de ne-
destacam que existem informações importantes que gócios, entre elas é comum encontrarmos os se-
e associações como as associações comerciais e ór- 1. Capa: esta é a primeira parte a ser visualizada pe-
gãos representativos como associações de pequenas lo leitor devendo ser objetiva tendo poucas infor-
Outra fonte de informação riquíssima são as pes- pa do plano de negócios informações de conta-
quisas primárias (DOLABELA, 1999), ou seja, não to da empresa como nome, telefone, se já existir
deve-se colocar o endereço e endereço eletrô- orientar a elaboração do plano de negócios (HIS-
nico. Isso porque, após ler o plano de negócios RICH, PETERS; SHEPHERD, 2009) como a breve
um investidor que se interessou vai precisar pos- descrição do modelo de negócios, qual o ine-
teriormente de informações de contato e o local ditismo desse modelo adotado, qual o conheci-
onde sempre se olha inicialmente um plano de mento das pessoas que estarão ou estão à frente
serve para orientar rapidamente determinado as- Apresentação do negócio: em geral negócios
sunto ao leitor, por isso a importância deste no são bem parecidos, por isso na apresentação do ne-
plano de negócios. Uma dica importante é a uti- gócio deve ser enfatizada a oportunidade que foi
lização de índice automático do editor de texto, identificada, e mais importante, como a empresa
isso facilita a atualização automática das páginas, pode transformar essa oportunidade em retorno fi-
uma vez que os números das páginas se alteram nanceiro. Além disso, descrever quem são os em-
estar no início do plano deve ser elaborado por Muito se fala sobre o plano de negócios como
último, pois depende dos demais componentes ferramenta para entender um novo empreen-
dimento, no entanto, é importante destacar
do plano. Deve ser breve e despertar o interesse
que o plano de negócios é um importante ins-
do leitor para o que existe dentro do plano. De- trumento também para situações do cotidia-
no de uma empresa como o investimento em
ve-se apontar no sumário executivo quais os di-
uma ampliação.
ferenciais do negócio que levam a este ter boa
rentabilidade, isso deve ser feito de forma conci- Equipe: além da análise das informações contidas
tências dos integrantes da equipe. rentes, eles mostram as ameaças, porém podem
1. Estrutura: a apresentação da estrutura deve des- apontar também as oportunidades não percebi-
tacar características como as instalações necessá- das e que podem ser o nicho de mercado da em-
a comercialização se for o caso, além disso, de- 3. Plano de marketing: nesse ponto algumas per-
ve-se descrever que tecnologias serão adotadas guntas têm que ser respondidas, como quais ca-
para gerenciar esses processos. Cabe aqui tam- nais de comercialização serão abordados na co-
bém destacar os softwares utilizados nos diferen- mercialização do produto, que tipo de embala-
tes processos da empresa, hoje os programas de gem será utilizada, o porquê delas, quais as es-
gerenciamento integrado estão muito mais aces- tratégias de preços, de desconto e bonificações
2. Análise do Mercado: esse é um ponto em que ços quais são as mídias utilizadas na propaganda,
boa parte dos empreendedores não dá a devi- serão utilizadas publicações em jornais, revistas,
da importância, e paradoxalmente é um dos mais TV, internet e quais as estratégias da equipe co-
importantes. Assim deve-se na análise de merca- mercial. Todas essas informações devem ser con-
do apresentar um estudo profundo desse mer- frontadas com o que os concorrentes no merca-
qual suas expectativas para o futuro, se for o caso Estratégia da empresa: aqui se definem os rumos
apresentar as informações dos mercados interna- que a empresa vai seguir no curto, médio e longo
cionais em que pretende atuar. Entre as informa- prazo. É como conhecer o caminho que a empresa
ções apresentadas estão as questões ambientais, decidiu seguir, isso traz foco à organização e maior
culturais, de tecnologia, demográficas, legais, precisão nos resultados, pois define-se a missão
da direção que a empresa vai seguir no mercado e aqui lembrar que tudo o que é apresentado na par-
as análises dos pontos fortes, dos pontos fracos po- te descritiva do plano deve ser devidamente empe-
dendo assim vislumbrar as oportunidades, bem co- nhado no plano financeiro. O segredo aqui é mos-
mo as ameaças ao negócio. Todo esse autoconheci- trar como manter as pessoas, que têm objetivos di-
mento e conhecimento do ambiente permitem de- ferentes, o mais direcionado possível a missão e vi-
monstrar de forma clara quais serão as estratégias são da empresa. Um ponto muito importante anali-
INDICAÇÃO DE LEITURA nos anexos, isso demonstra que a empresa terá su-
Artigo que apresenta informações importantes cesso na captação de talentos uma vez que sabe o
pessoas, sem elas não existe o que conhecemos co- que o diferencial é a localização e as estratégias
mo empresas, logo o que define se uma empresa é de marketing, não que isso não seja importan-
melhor ou pior é a relação que existe entre as pes- te também às indústrias, pois muitas dessas ad-
soas que compõem essa equipe. No tópico de apre- ministram a estratégia comercial até que o pro-
sentação dos recursos humanos é importante apre- duto chegue ao consumidor final. Por isso de-
sentar as estratégias de capacitação dessa equipe, ve-se apresentar a disposição dos equipamentos
bem como a forma adotada para captação e realo- na planta baixa da empresa (Lay out), bem co-
cação dessas pessoas de acordo com suas compe- mo o fluxo de movimentação dos materiais nos
tências. Isso incorre em investimentos, então cabe processos produtivos. Aqui cabe um destaque
à Logística como um todo, onde deve ser apre- para tal atividade. Para os possíveis investidores
sentado o processo desde o fornecedor das ma- isso demonstra organização e objetivos defini-
térias-primas até o sistema de distribuição até a dos, o que em geral reflete a gestão do negócio
novo empreendimento quanto à viabilidade fi- anexo é o espaço onde podem ser disponibiliza-
TOS; SERRA, 2010). De acordo com Baron e Sha- negócios. Aqui podem ser disponibilizados currí-
ne (2011), o plano econômico financeiro deve for- culos, plantas baixas, mapas de localização, orga-
necer uma avaliação de quais ativos a empresa nogramas, layouts de fabricação, contrato social,
possuirá, quais serão as dívidas sob sua respon- material de propaganda, estatutos, regimentos,
vo de fluxo de caixa (apresentando o valor pre- Em geral os leitores, em especial as pessoas que
visto das entradas e saídas de caixa) e a análi- investem em planos de negócios não levam mais do
se do ponto de equilíbrio (apresentando o nível que cinco minutos para analisar um plano de negó-
de vendas necessárias para que todos os custos cios, se este chamar a atenção provavelmente será
possam ser cobertos). melhor apreciado. Por isso, Baron e Shane (2011) reco-
3. Calendário de implementação: todas as ativida- mendam alguns cuidados para que seu plano de ne-
des propostas no plano de negócios, desde a de- gócio impressione e chame atenção dos interessados:
finição dos móveis que serão utilizados até a da- 1. Plano de negócio não tem aparência profissional:
cronograma de implementação, isso permite ao vários tamanhos e fontes de letras podem causar
futuro empreendedor planejar melhor seus gas- desinteresse do leitor mesmo o plano apresen-
2. Muitos enfeites: muitos gráficos, estatísticas exa- experiência, além disso, não está claro o progra-
da, enfim, quando se enfeita demais o trabalho 6. Informação Financeira: as projeções de preços
dá-se a impressão que ser quer chamar a aten- praticados são muito otimistas, bem como os
ção para algo no intuito de esconder algumas custos estão muito reduzidos, em geral quem
Sumário executivo desconectado do plano: o su- conhece um pouco do mercado e logo percebe
mário é muito bom, porém não retrata o trabalho que aquela projeção financeira não se realizará.
proposto, além disso não pode ser muito extenso, Uma dica importante para chamar atenção das
deve ser objetivo e chamar a atenção do leitor para pessoas que vão ler o seu plano de negócio é co-
3. Sonegação de informações: quando a pessoa cios para o perfil da pessoa que vai ler, às vezes essa
que analisa o plano verifica a fundo informações pessoa tem um estilo mais simples e não fica con-
importantes como em quanto tempo o produto é fortável com termos demasiadamente técnicos. Ou-
fabricado, ou qual o prazo de recebimento as in- tros casos quem vai ler dá mais importância às infor-
formações não existem ou não estão claras, isso mações referentes aos recursos humanos do que às
4. Objetivo principal da empresa: não fica claro no teressante ter duas ou três versões do plano de ne-
plano de negócios o que meu produto ou servi- gócios, cada uma dando ênfase a áreas diferentes.
ço tem de diferente do que já existe no mercado, Imagine que você está participando de uma ro-
muitas vezes apostar apenas no preço mais baixo dada de apresentação de novas ideias ou novas
pode ser uma estratégia fraca, pois os concorren- oportunidades de investimentos para investidores,
tes tendem a reagir quando estão pressionados. estes leram o seu plano de negócios e solicitaram
5. Equipe administrativa: a descrição da equipe é uma apresentação mais detalhada do negócio, co-
ótima, porém não existe comprovação dessa mo fazer a apresentação com qualidade?
Esse é um memento em que você será argumen- aos poucos tem se estendido a pequenos negócios,
tado com objetivo de tirar algumas dúvidas sobre e isso tem acontecido a partir de empresas que tem
ve simplesmente ler o que está escrito nas lâminas, Esta visão empreendedora, que geralmente re-
deve-se utilizar os tópicos principais somente para flete a visão de seu fundador, é completa, no sen-
orientação da sequência do que existe no plano. Es- tido de que o empreendedor por princípios inatos
ta é uma ótima oportunidade de aprofundamento se preocupa com sua comunidade e com o impacto
tá presente no cotidiano das grandes empresas, al- Para os empreendedores as preocupações sociais
gumas corporações até mesmo submetem todas as e ambientais são assunto de planejamento estratégi-
suas operações a análise de especialistas para en- co com acompanhamento e medição dos vários pro-
tender se o que se pretende implementar é social- cessos operacionais definidos na estratégia da em-
mente correto ou de alguma forma afeta o ambien- presa. Se o objetivo é diminuir os resíduos sólidos de
te em que a empresa está inserida. Essa realidade uma fábrica, quais são as alternativas de reutilização
desses resíduos e como o que não pode ser reapro- O empreendedorismo social tem forma de atuação
veitado vai entrar em outro processo produtivo de coletiva com busca de solução de demandas social
outra empresa ou se dará a devida destinação. sendo seu resultado principal o impacto que suas
os empreendedores, pois conforme já destacado Empreender sem esquecer esse foco nos remete
neste livro, empreendedores têm a percepção da ao empreendedorismo sustentável que nada mais é
importância de assuntos como as questões ambien- que administrar os interesses próprios entre eles o
tais e sociais. Alguns empresários só veriam custos lucro, sem este não existe empresa, emprego, ino-
enquanto isso um empreendedor percebe oportu- necessidades de demais agentes como consumido-
Empreendedores conseguem atingir esses objeti- buindo para melhorar a comunidade em que a em-
vos mais facilmente porque tem a capacidade de en- presa está inserida e as futuras gerações.
volver e motivar sua equipe a executar as atividades O empreendedor nesse contexto deve ter três
que levarão ao cumprimento dos objetivos propostos. principais focos para seus negócios, em vários ca-
É isso que o diferencia, transforma objetivo ou ideias sos esses focos norteiam a estratégia da empresa.
em realidades e melhorias à sociedade e ambiente. Primeiro a empresa tem que ser economicamente
Os empreendedores sociais têm suas atuações viável, segundo tem que ser socialmente justa, tan-
de e ambientais, os projetos encampados por es- ambientalmente correta. Isso acontece por ações
ses empreendedores têm foco direto em áreas co- simples que com o tempo se tornam automáticas
mo a criação de emprego e renda por meio de ca- a toda a equipe como a busca constante pela eco-
pacitação de mão de obra, disponibilidade de re- nomia de energia, preocupação com fornecedo-
cursos financeiros com juros mais baixos ou orien- res que tenham princípios similares aos da empre-
tação quanto a gestão de resíduos das empresas. sa, economia de água, preocupação com o conforto
dos seus colaboradores, separação e destinação os planos de negócios, que são estudos aprofundados
Os princípios da responsabilidade social e a sus- estudamos o plano de negócios percebemos que ele
tentabilidade incorporam hoje uma visão moderna é muito utilizado na análise de novos negócios, porém
de gestão empreendedora, uma vez que exige-se deveriam ser muito mais utilizados quando da expan-
para se tornar competitivo dentro desses preceitos, são de uma empresa já existente.
criatividade e inovação que são competências natu- Apesar de muito utilizados, não existe um mode-
CONSIDERAÇÕES FINAIS rentes, pois este plano serve tanto para quem vai in-
Empreendedores não estão apenas à frente de vestir na empresa como para apresentação a forne-
negócios inovadores, estes podem ser encontra- cedores. Enfim, o plano de negócios tem uma estru-
dos dentro de organizações à frente de setores tura geral que deve ser adaptada com objetivo de
envolvendo pessoas para atingir objetivos e cres- apresentar a melhor forma possível a futura empresa
Todas as empresas têm pessoas com esse per- endedor tem como gestor responsável no mercado,
fil, porém o ambiente muitas vezes não permite que seja pela inserção e contribuição que tem na socie-
eles se destaquem, é por esses motivos que as em- dade, pela preocupação ambiental e para o mun-
presas se preocupam em incentivar novas ideias e do que deixará para as próximas gerações e tudo
novas lideranças, pois conforme destacamos na uni- isso sem se esquecer da viabilidade econômica da
dade sabem da importância para os negócios que empresa. É a partir da viabilidade econômica que
Para a organização das ideias tanto empreendedo- cursos financeiros no negócio, porém essa equa-
res quanto intraempreendedores tem a sua disposição lização exige muita criatividade e trabalho, por
Assim, para concluir nossos estudos sobre o em- údo sobre empreendedorismo. Neste livro tivemos
de autoestudo desta unidade. Sucesso a você! sobre o assunto como a definição de empreende-
2) Qual a diferença entre o intraempreendedor for- corrida sem conhecer nada dos competidores, a
4) A quem se destina um plano de negócios? da sua empresa muito complicada ou até sem pos-
6) O que são empreendedores sociais e como seu Sempre afirmo em minhas aulas que a disciplina
foco de atuação pode melhorar o ambiente e de empreendedorismo é muito mais que conteúdo,
porém após o estudo e elaboração de um plano de com a sustentabilidade, o que beneficia a empresa e
negócio sua ideia mudou e este conseguiu sucesso, o empreendedor sobre todos os aspectos.
ao passo, que vemos todos os dias pessoas perden- Assim, espero que a disciplina possa cumprir o
do muito dinheiro, talvez o dinheiro de uma vida to- seu papel que primeiramente é o de permitir o con-
da, em poucos meses porque não estudaram ade- tato dos nossos alunos com o conteúdo e segundo,
quadamente onde empreenderam. que este conteúdo possa ser aplicado ou despertar
ção operacional, financeira e fiscal. O sistema de tri- Desejo a você sucesso na carreira que escolheu
no Brasil melhorou muito a relação de empresas com possa inspirar as pessoas que trabalham com você
o fisco, isso trouxe maior tranquilidade de justiça pa- e que consigamos, cada um fazendo sua parte, me-
ra todo o sistema. Além disso, hoje é mais percebida lhorar nossas vidas, nosso município e nosso país.
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