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DIREITO CIVIL V
PROFESSOR: JOÃO PAULO LIMA CAVALCANTI
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO
IV - pelo divórcio.
A EC 66/2010, ao dar nova redação ao §6º do art. 226 da CF, baniu o instituto
da separação judicial do sistema jurídico pátrio. A separação judicial não mais
existe, restando apenas o divórcio que, ao mesmo tempo, rompe a sociedade
conjugal e extingue o vínculo matrimonial.
RECONCILIAÇÃO
Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se
faça, é lícito aos cônjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por
ato regular em juízo.
Como a lei fala em restabelecer, cabe atentar aos seus efeitos, quer pessoais,
quer patrimoniais, durante o período em que o casal esteve separado.
Restabelecer significa repor, restaurar, colocar no antigo estado, fazer existir
novamente. Porém, não há como persistir, por exemplo, a presunção de
filiação dos filhos nascidos nesse período.
ASPECTOS INTERPEMPORAIS
2. FIM DO CASAMENTO
Com o fim do instituto da separação, o art. 1571 perdeu o sentido. Não existe
mais qualquer causa que termine a sociedade conjugal a não ser a separação
de fato e a separação de corpos. E somente ocorrerá a dissolução da
sociedade conjugal (dissolução do vínculo): pela morte de um dos cônjuges;
quando do trânsito em julgado de sentença anulatória do casamento e com o
divórcio.
3. SEPARAÇÃO DE FATO
O fim da vida em comum leva à cessação do regime de bens – seja ele qual for
-, porquanto já ausente o ânimo socioafetivo, real motivação da comunicação
do patrimônio. Esse é o momento de verificação dos bens para efeito de
partilha.
Apesar do que diz a lei (arts. 1575 e 1576, CC), é a data da separação de fato
que põe fim ao regime de bens.
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários
os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à
subsistência.
4. SEPARAÇÃO DE CORPOS
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge
ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
Mas cabe atentar que o divórcio dissolve o casamento civil e não o religioso.
Com a separação de corpos os cônjuges mantêm o estado de casados, mas o
casamento está rompido, cessando os deveres de coabitação e fidelidade. Do
mesmo modo, acaba a comunicabilidade patrimonial. Qualquer um pode
constituir união estável. A chancela judicial concedida à separação de corpos
serve de prova do fim do casamento, apesar de não o dissolver.
5. O DIVÓRCIO
O divórcio é uma das causas do término da sociedade conjugal (art. 1571, IV,
CC), além de ter o condão de dissolver o casamento (art. 1571, §1º, CC). Com
o divórcio, há alteração do estado civil dos cônjuges, que de casados passam a
ser divorciados. A morte de um dos ex-cônjuges não altera o estado civil do
sobrevivente, que continua sendo divorciado, não adquirindo condição de
viúvo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por
curador, na forma da lei.
Ainda que nada diga a lei, indispensável que na ação de divórcio – seja
consensual, seja litigiosa – reste decidida a guarda dos filhos menores ou
incapazes, o valor dos alimentos e o regime de visitas, por aplicação analógica
ao que determina a lei quanto à separação (art. 731, CPC/2015). Mesmo não
mais existindo a separação, o procedimento existe para o divórcio.
Interpretação extensiva deve ser feita e o entendimento de separação como
separação de fato.
Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-
á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a
658.
Na inicial deve haver deliberação sobre a guarda (arts. 1583 e 1584, CC),
visitação (art. 1589, CC) e alimentos em favor dos filhos, sendo eles menores
ou incapazes. Também precisa ficar consignado o que foi acertado
relativamente a alimentos entre cônjuges. Apesar de os alimento serem
irrenunciáveis (art. 1707, CC), podem ser dispensados na separação, não
havendo a possibilidade de serem buscados em momento posterior, pois não
se estende ao divórcio a regra da separação (art. 1704, CC).
De todo jeito é impositivo chancelar a vontade das partes com relação ao fim
do casamento (direito potestativo das partes).
O CPC regula a ação de divórcio consensual CPC/2015 (arts. 731 a 733). A Lei
do Divórcio só traz o procedimento da separação consensual (LD art. 40, §1º).
Com o fim do instituto da separação não se apagaram as regras processuais,
que merecem ser aplicadas à ação do divórcio litigioso.
Não é necessário (art. 1581, CC), mas é de todo recomendável, que na ação
fiquem solvidas as questões patrimoniais (art. 1581, CC).
Por falta de previsão legal, o tabelião não pode negar a proceder o registro da
escritura dissolutória do casamento. A recusa dá ensejo a mandado de
segurança. No entanto a Resolução (Resolução 35/07, CNJ) admite a
possibilidade de recusa se houver fundados indícios de prejuízo a um dos
cônjuges, ou em caso de dúvida sobre as declarações de vontade. A recusa
deve ser fundamentada e escrita e é uma versão pela via administrativa da
“cláusula de dureza” do magistrado.
6. MORTE
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal;
Não só a morte efetiva, mas também a morte presumida (art. 6º e 7º, CC) e a
declaração de ausência (art. 22 a 39, CC) dissolvem o casamento.