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Marcos Rohling1
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Graduado em Filosofia, Graduando em Direito, Mestre em Filosofia Política (UFSC) e Doutorando em
Educação (UFSC). Dedica-se especialmente às questões relacionadas à educação e justiça social, às obrigações
políticas e à história das doutrinas do direito natural.
dizer, inclusive, no âmbito das políticas públicas educacionais (OLIVEIRA & ALVES,
2012, p. 35-6). Se se considerar que, para o autor, a justiça das instituições sociais
caracteriza-se, num sentido, pela igualdade equitativa de oportunidades, deve-se, então,
exigir que este dispositivo atenda indistintamente conforme a situação e as assimetrias
sociais. Como se pode apreciar, a educação, como instituição social, é encarregada de
assegurar a igualdade de oportunidades por meio da redistribuição dos recursos que compete
a ela, pois
[...] o princípio da diferença alocaria recursos para a educação, digamos, para
elevar as expectativas de longo prazo dos menos favorecidos. Se tal fim for
alcançado dando-se mais atenção aos mais talentosos, é permissível; caso
contrário, não. E, ao tomar essa decisão, não se deve aferir o valor da educação
apenas no tocante à eficiência econômica e ao bem-estar social. Tão ou mais
importante é o papel da educação de capacitar uma pessoa a desfrutar da cultura de
sua sociedade e participar de suas atividades, e desse modo de proporcionar a cada
indivíduo um sentido seguro de seu próprio valor (RAWLS, 2009, §17, p. 121).
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Cabe recordar que os princípios de justiça são escolhidos em função da capacidade de proporcionar, em maior
quantidade, bens primários para todos de um modo mais equitativo.
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Sobre esse tema, recomendam-se o seguinte texto: JOHNSTON, James Scott. Rawls’s Kantian Educational
Theory. Educational Theory, Vol. 55, n° 2, 2005; e ROHLING, Marcos. A Educação e a Educação Moral em
“Uma Teoria da Justiça” de Rawls. Fundamento – Revista de Pesquisa em Filosofia, nº. 4, Jan–Jun, 2012.
menos favorecidos. Assim orientadas, as instituições e as políticas sociais são justas. Quer
dizer, então, que a equidade não demanda a eliminação de todas as desigualdades, mas que,
das desigualdades, todos sejam beneficiados.4
Referências Bibliográficas
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JOHNSTON, James Scott. Rawls’s Kantian Educational Theory. Educational Theory, Vol.
55, n° 2, 2005.
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ROHLING, Marcos & VOLPATO DUTRA, Delamar J. O Direito em “Uma Teoria da
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_______. A Educação e a Educação Moral em “Uma Teoria da Justiça” de Rawls.
Fundamento – Revista de Pesquisa em Filosofia, nº. 4, Jan–Jun, 2012.
ROSAS, João C.; THALER, Mathias; & GONZÁLEZ, Iñigo. Filosofia Política. In:
GALVÃO, P. (Org.) Filosofia: Uma Introdução por Disciplinas. Lisboa: Edições 70, 2012.
VALLE, Ione R. Justiça na Escola: das Desigualdades Justas à Igualdade sem Adjetivos!, In:
VALLE, Ione R.; SILVA Vera Lúcia G. da & DAROS, Maria das Dores (Orgs.). Educação
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VAN PARIJS, Philippe. O que é uma Sociedade Justa? – Introdução à Prática da Filosofia
Política. Trad. Cintia Ávila de Carvalho. São Paulo: Ática, 1997.
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WEBER, Thadeu. A Ideia de um “Mínimo Existencial” de J. Rawls. Kriterion (Belo
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WEITZ, B. A. Equality and Justice in Education: Dewey and Rawls. Human Studies, v 16,
nº. 4, p. 421-34, October, 1993.
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É nesse sentido que se pode estabelecer uma defesa das ações afirmativas.