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DISCURSIVA PARA A ANATEL

Profa. Júnia Andrade

Aula 01

Prezados alunos,

Recomendo que leiam com bastante atenção os comentários a


seguir e firmem-se nos exemplos comentados. Eles serão
importantíssimos para compreendermos exatamente como estruturar o
texto, seguindo o modelo ideal para nos aproximarmos da leitura
tipicamente feita pelos examinadores do Cespe.

Esclareço, antes de seguir para aula em si, que todos os


comentários aqui feitos e as teorias apresentadas vão além da pura
noção acadêmica do que é escrever. As teorias aqui são essencialmente
fruto dos fatos ocorridos nas redações anteriores já corrigidas pela
banca. Tais informações em seus pormenores são inclusive atualizadas,
com base nas últimas ocorrências desse processo.

Boa aula a todos!

A APRESENTAÇÃO

Classicamente, 10% do valor da redação no Cespe são voltados


para apreciar a “Apresentação” do texto. Essa apresentação inclui os
seguintes pontos e os seguintes cuidados:

Letra: legível. Não precisa ser bonita. Precisa ser legível. Não há
problemas em misturar cursiva ou forma. Mas, vale notar que o aluno
deve se esforçar para deixar claro que está escrevendo letra maiúscula.
Para isso, basta aumentar a maiúsculas para diferenciá-la das
minúsculas. E o que não vale? Fazer este abaixo como se fosse
maiúsculo:

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Arredondamento... (errado!)

Arrendondamento... (este A pode!)

Margem: evite deixar espaços longos em branco, sem que tenha


mudando de linha. E, se for dividir sílaba, é preciso usar hífen. Não se
usa “underline” para tal.

Exemplo:

Casamen- (correto)

Casamen (errado)

“Há um número de hífens que posso usar, Júnia?”

Não! Relaxem com relação a isso. Só fica feio realmente encher a


margem direito de hífens. Para tal, usa-se o bom senso estético.

Paragrafação: não façam parágrafos muito curtos ou muito extensos.


Destinem sempre entre 4 a 8 linhas para compor parágrafos. Sejam
criteriosos com relação a isso! Vejamos o motivo:

Este é um bom recuo para se começar um parágrafo

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Viram que nele há marcas acinzentadas a cada cinco linhas? Certo?

Pois bem, essas marcas ajudam o escâner a identificar


paragrafações longas. Vocês não têm que escrever exatamente um
parágrafo por marca. Mas devem evitar que um parágrafo consuma duas
marcas. Se deixarem isso acontecer, o parágrafo será dado como longo
ou a redação foi mal divida para o espaço de trinta linhas. Com uma
falha dessas, perderemos entre 0,25 a 0,75 ponto, ou seja, falha que
poderia muito bem ser evitada.

Obs: a seta vermelha serve como uma referência para montarem o


recuo, ou seja, o ponto do qual começarão a escrever cada parágrafo.
Isso deve corresponder a cerca de 2 cm. Não façam recuo muito estreito.

O CONTEÚDO

Nas provas do Cespe, o adensar de informações pesa bastante na


hora de desempatar redações com respostas certas. O que quero dizer é
que será preciso, ao estudar os conteúdos previstos, anotar conceitos,
aspectos normativos, doutrinas etc.

Essas fontes irão tornar aquela resposta “meio automática” que


temos em algo mais formal, mais monográfico. É este mesmo sentido da
palavra: pequena monografia. Toda redação para concurso deve ter essa
filosofia textual. Redação com respostas sem comprovação de assuntos
perde muitos pontos; não passa da casa dos 70% dos pontos válidos.

Portanto, nós precisamos de argumentos comprobatórios das


informações fornecidas. E isso deve ocorrer em quase toda a redação.

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Mais adiante, nos exemplos, mostrarei como esse procedimento


deve ser feito. Mas, por enquanto, guardem isto: todas as informações
dadas deverão ser comprovadas.

A ESTRUTURA

Chegamos a outra parte importante da aula. Aqui se define


exatamente o que precisamos para montar um texto que se alinha à
leitura do examinador. Portanto, muita atenção a esta parte do curso.

PRECISÃO TEMÁTICA

Antes de os examinadores lerem os textos de vocês, a redação


passará por um escâner. Nesse processo, é feita a leitura de palavra-
chave. As palavras-chave estão no tema ou nos “aspectos”. Aspectos são
subtemas que compõem uma das formas temáticas mais empregadas
atualmente pelo Cespe.

Exemplo – tema da Abin:

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Vejam que há um tema central, seguido de aspectos. Portanto,


recomendo grifarem termos-chave desses aspectos e trazerem esses
termos para o texto. Observem que fiz uns grifos em vermelho. É preciso
grifá-los para não deixar nada para trás. Se não trouxerem esses termos
para o texto, haverá prejuízos certos!

A redação terá problemas se ocorrerem as seguintes falhas:

 O aspecto continha elemento plural, o aluno o respondeu no


singular.
Exemplo: na prova da Aneel, para engenheiros, havia um aspecto do
tema que pedia “formas de economia de energia”. Naquela prova, um
aluno citou uma forma de economia de energia. Conclusão: o aspecto
valia três pontos, e o aluno conseguiu apenas 1,6 ponto.

Portanto, se pedirem plural, é bom ficarem atentos para citarem,


pelo menos, dois elementos pedidos no aspecto.

 Outro exemplo: no aspecto havia uma palavra X, o aluno trocou


essa palavra por um sinônimo – X´.
Na prova para escrivão, no último concurso da PF, o último aspecto
pedia o seguinte “medidas de combate ao poder financeiro do crime
organizado”. Lembro-me de uma redação em que o aluno trocou o
termo “crime organizado” por “tráfico”. Perdeu pontos por isso.

Outro aluno, abordando esse mesmo aspecto, deixou o termo


“organizado” fora da redação. Falou apenas do “crime”. Também
perdeu pontos por isso, porque “crime”, se pensarmos bem, é
diferente de “crime organizado”. Aquele seria mais abrangente que
este.

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Então, abram cada parágrafo do texto, depois da introdução,


com precisão quanto à abordagem desses aspectos! Não troquem
palavras e tomem cuidado com o plural no Cespe!!!

OBJETIVIDADE

Havendo aspectos, é natural que cada parte do desenvolvimento se


ocupe de um aspecto.

Assim, fica a dúvida: “como começar a redação?”

Resposta simples!

Antes dos aspectos, há um tema central. Abra sua redação,


introduzindo o assunto a partir desse tema central. Você irá compor uma
introdução, com quatro ou cinco linhas, acerca do tema central.

Exemplo: Abin/cargo 2

Trecho introdutório 01:

Com fama infeliz de ser um país onde impera o risco da


criminalidade, o Brasil deve investir mais em políticas públicas que
priorizem a defesa do Estado. Tais políticas devem se originar do
entrecruzamento de estudos na área de segurança que sejam embasadas

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na inteligência de organismos responsáveis pela defesa da soberania


nacional.

Percebam que o candidato começa sua redação, deixando bem


clara a abordagem de termos do tema central. Naturalmente isso se
chama precisão, e a precisão está intimamente ligada à objetividade.
Vejam que o candidato não começa o texto, a partir de históricos,
antecedentes, sobre o assunto em tela. Ele toca na “ferida”, ainda nas
primeiras linhas. Portanto, nos textos de vocês, vou observar esse
cuidado com a objetividade.

Quero lembrá-los de que, se uma redação começa mal, por certo, o


examinador poderá “viciar” a leitura do texto, ou seja, julgar o texto pela
primeira impressão. Assim, vamos começar corretamente nossa redação,
trazendo para as primeiras linhas o tema central.

O que não fazer na introdução:

 Repetir uma pergunta se o tema fez pergunta para o redator. Se o


tema for uma pergunta, é preciso dar logo a solução para ela, e
isso deve ser feito ainda na introdução.
 Fazer pergunta retórica. No vestibular cai bem. Nos concursos,
não!
 Fazer introdução com duas ou três linhas. Desenvolva um pouco
mais a sua introdução.
 Narrar, ou seja, ir à história para depois falar do presente. Sem
chances! Nada disso! Comece do assunto em si.
Está com dificuldades para introduzir o texto?

Muito simples... Volte ao tema em tela..., agora veja como fazer


uma boa introdução:

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Para garantir a defesa do Estado é preciso que o governo


invista, de fato, em políticas públicas...

Agora, completem o restante com a sua criatividade. Mas vejam


que fui diretamente ao ponto.

ORDEM

Por enquanto, estou falando da redação advinda de tema central,


seguido de aspectos. Mais tarde, abordarei outros modelos temáticos.
Mas a redação de aspectos será o nosso ponto de referência para o
trabalho, haja vista os últimos concursos do Cespe seguirem sempre
esse modelo.

Ordem: não tire os aspectos da ordem! Às vezes, o Cespe fará


combinações esquisitas demais. Mas você deve, no desenvolvimento,
manter cada aspecto na ordem prevista no tema.

Por exemplo: Agente da PF/2009

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1 O texto motivador precisa ser esquecido! Ele não pode aparecer na


redação.

Assim, como não houve tema central, você pode “puxar” um


assunto central, criado por você, mas que tenha vínculo com o assunto
dos aspectos.

Como os aspectos falam sobre “eficiência policial”, “repressão”,


“democracia” e “cidadania”, você poderá compor uma introdução, similar
à de um ex-candidato ao concurso à época:

Com o alcance dos anseios democráticos, o papel da polícia se


amplia para garantir os direitos do cidadão. Guardiã de nossa segurança,
a polícia deixou no passado a antiga função repressora, típica da era
ditatorial. Ela hoje atua em conjunto com a sociedade para que seja
garantida a ordem e o bem-estar dos cidadãos brasileiros.

Perceba que o aluno busca nos aspectos alguns termos importantes


para abrir seu texto. Mas, é bom aqui ter cuidado para não deixar a
redação ficar muito repetitiva, visto que será no desenvolvimento que,
de fato, você terá recuperar esses termos dos aspectos, com bastante
precisão.

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A ordem: assim que terminar a introdução, comece seu parágrafo
seguinte, falando do primeiro aspecto (relação entre eficiência
policial e direitos do cidadão).

No terceiro parágrafo, busque já o outro aspecto (finalidade da


repressão policial e sua intensidade).

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E no quarto, busque o terceiro aspecto.

Logicamente, pode ocorrer de um dos aspectos exigir que você


estenda demais o assunto para dar conta da explicação + comprovação.
Nesse caso, recomendo que, em vez de estender demais o parágrafo,
continue o assunto no parágrafo seguinte. Depois, mude o assunto para
o aspecto imediatamente posterior. O que quero dizer é que não há
problema em gastar mais de um parágrafo com a abordagem de
um aspecto.

O que não posso fazer?

 Tirar os aspectos da ordem prevista no tema. Jamais faça isso!


Se couber conclusão?

Se houver espaço para concluir o texto, faça da conclusão uma


parte textual que resume as ideias principais do seu texto.

A conclusão deve manter a imparcialidade que você apresentou na


redação. Portanto, não cabem sentimentalismos ou perguntas em
aberto nessa finalização.

CLAREZA

Vocabulário simples! Não invente! É arriscado. Por mais técnico que


seja o assunto, priorize o uso de palavras simples. Na parte referente à
expressão, haverá uma lista de palavras que desejo que não apareçam
na redação. Algumas estão ali, não por erro, mas porque são perigosas
demais, se forem mal empregadas.

Agora o mais importante: fazer frases curtas.

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Nossas frases não poderão passar de três linhas sem receberem


ponto final. Mas, lá em “Expressão”, leiam sobre os riscos de se quebrar
frases. Há formas e formas de fazer isso, sem criar períodos sem
sentido.

FUNDAMENTAÇÃO

Aqui a gente volta ao “Conteúdo”, mas somando-se isso a que


acabamos de ver.

Como será a abordagem do assunto?

Cada parágrafo do desenvolvimento conterá um assunto, extraído


de um aspecto. Assim, o aluno procederá da seguinte forma resumida:

Precisão (retomar claramente os termos do tema) + objetividade


(retomar esses termos logo nas primeiras linhas do referido
parágrafo) + ordenação.

Explicar o assunto e comprovar sua explicação.

Como assim? Vejamos este trecho:

Tema – TRT 24ª/FCC

Discorra sobre os Embargos de Terceiro no Processo Trabalhista


mencionando:

− conceito;

− hipóteses de cabimento;

− legitimidade para interposição;

− procedimento.

Introdução eficaz:

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De acordo com o Código de Processo Civil, Embargos de Terceiro é [U1] Comentário: Fundamentação
[U2] Comentário: Retomada de
remédio processual, posto à disposição de quem, por estar fora das palavra-chave para compor resposta
objetiva.
partes do processo, tem seus bens apreendidos por ação judicial. Isso
acorre nos casos de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação,
inventário etc.

O tema é lá do Direito Proc. do Trabalho, mas é a montagem dele


que queremos atingir: veja que o candidato não responde
automaticamente o que são “Embargos de Terceiro”. Antes de fazer isso,
ele busca apoio do Código de Processo Civil. É esse tipo de apoio (Leis,
Códigos, citação de sítios oficiais, professores, especialistas etc.) que
darão tônus à resposta. Portanto, não se esqueçam de operar esse
procedimento para cada aspecto respondido.

Nesta redação, por exemplo, a despeito de ser da FCC, cada um


daqueles aspectos (hipóteses de cabimento, legitimidade e
procedimento) deve conter comprovação.

Mas, vejam bem, a gente não precisa de uma comprovação


diferente para cada item. Por exemplo, o candidato que fez essa redação
sobre “Embargos” poderia citar várias vezes o Código de Processo Civil.
Quanto à reiteração da prova, sem problemas. O que não se pode deixar
é resposta sem fundamentação.

Júnia, e se eu, por exemplo, ao me referir a uma lei de cujo artigo


não me lembro?

Não é preciso detalhar a prova! Basta citar a referida Lei.

Bom, para mostrar esses elementos de que falamos, vamos aos


exemplos.

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EXEMPLOS COMENTADOS

Tema 01 – Funiversa/2011

Comecemos por este exemplo de um tema da Funiversa. Na


verdade, apesar de o assunto fugir um pouco ao nosso propósito, o modo
de procedimento do candidato foi interessante, porque ele faz
exatamente o que estamos propondo em termos de organização da
macroestrutura:

Considere a seguintes situações hipotéticas:

Situação 1: Um fazendeiro, com autorização de autoridade


competente, mata uma onça para proteger o seu rebanho, que
garante o sustento dele próprio e de sua família.

Situação 2: Benício, sem autorização de autoridade ambiental


competente, caça peixe-boi na Amazônia com o objetivo de exportar a
pele para países vizinhos.

Situação 3: Uma madeireira destrói vegetação primária, em estágio


médio de regeneração, do bioma Mata Atlântica, cortando e vendendo
essa madeira por decisão exclusiva do seu diretor-presidente.

Com base nessas situações hipotéticas, redija um texto


dissertativo que responda, necessariamente e da forma mais
completa possível, às seguintes perguntas:

(a) o fazendeiro e Benício estão sujeitos a denúncias por


crimes contra a fauna?

(b) a madeireira poderia, em tese, ser responsabilizada civil,


administrativa e penalmente?

Este foi o tema para auditor de atividades urbanas do Distrito


Federal, concurso feito em 2011.

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Vejam que se trata de um estudo de caso, seguido de questões


sobre o caso.

Agora, vou mostrar a vocês como foi elaborada, eficazmente, uma


das redações aprovadas neste concurso. Os comentários seguirão
parte a parte para que haja mais didatismo:

Vejam que o candidato, habilmente, retoma os três casos, de modo


resumido, para orientar o leitor, acerca do que ele defenderá em
seguida. Isso é importante quando há estudo de caso: retomar o caso,
resumidamente, antes de se explicá-lo.

Obs: a letra A, na margem, diz respeito a uma falha estilística do autor,


ao deixar no texto um aparente pleonasmo, ou seja, ou repetição de
ideias – “autorização de autoridade”.

Bom, depois de retomar o caso, nosso redator, foi à resposta das


questões:

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Observem que, em parágrafos de tamanho mediano, o candidato


segue respondendo ao que foi proposto para cada caso, de modo
organizado e com fundamentação clara – cita a Lei 9.605 e a ratifica logo
depois em outra passagem. Essa consciência de retomar a prova ou
inserir outra prova é importante, na medida em que não se deixa o texto
fluir apenas com explicações, mas se preocupa em mostrar que as
explicações têm fundamento.

O mais importante, logo que resume o caso, ele já parte para a


solução dos questionamentos apresentados.

Obs: o B da linha 16 diz respeito a um erro cometido pelo candidato, ao


inserir vírgula após “considera”, já que o verbo está complementado,
semanticamente, pelo termo seguinte.

Por fim, temos a parte final:

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Vejam que o candidato erra. Risca o que está errado, usando


apenas traços simples, sem parênteses.

Mesmo tendo solucionado os casos, ele percebe que ainda há


linhas sobrando. Ficará com o mínimo do texto? NÃO!!!!

É certo que exercícios de caráter discursivo não precisam de


introdução ou de conclusão. O compromisso é com a resposta correta e
coerente. Mas, como a concorrência é forte e muitos candidatos
dominam os assuntos técnicos das discursivas; assim, sai ganhando
quem, além de ter esses predicados, também capricha na forma do
texto.

Sobraram linhas, e o candidato aprovado, habilmente, fez uma


conclusão, resumindo os fatos mais importantes do texto.

Vejam que a conclusão, parte do texto que ainda não abordamos,


mas que vamos falar agora, não é diminuta. Ele a desenvolve,
respeitando a composição de parágrafos que empregou ao longo do
texto.

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Tema 02 – PF/2009/escrivão

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador,


redija um texto dissertativo, abordando, necessariamente, os seguintes
aspectos:

• importância da Convenção de Palermo;


• crime organizado e direitos humanos;
• medidas de combate ao poder financeiro do crime organizado.

Redação 02

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Nos últimos anos, a atividade criminosa passou por um


aprimoramento, que tipicamente ocorre na era global. Houve aumento
das trocas de informações entre os envolvidos nos negócios do crime e
houve uma espécie de “profissionalização” dessas atividades, ocasionada
pela ampliação dos recursos tecnológicos.

Parágrafo introdutório geral, mas pertinente ao assunto: atividade criminosa.

Obs.: sempre que você puder se bem objetivo, melhor será. Assim, só faça
introdução geral, se realmente tiver espaço sobrando para tal.

Com essa expansão do crime organizado, a Convenção de Palermo


ganhou importância singular. Ela consiste numa norma da Organização
das Nações Unidas que obriga os países assinantes a tomar uma série de
medidas para coibir o crime transnacional.

Objetividade cumprida, mas não houve fundamentação. Veja que o primeiro


aspecto é respondido, mas o autor não anexa à explicação nenhuma fonte de
consistência.

A assinatura de acordos mútuos como este revela consonância com o


que hoje deseja, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal, no Brasil:
combater o crime organizado para garantir o respeito aos direitos
humanos. No caso da Convenção de Palermo, é válido dizer um dos
documentos da Convenção tem o propósito de coibir o tráfico de
pessoas, ação que interessa ao Brasil por causa do alto número de
brasileiros, vítimas desse tipo de crime.

Retomada do aspecto 02 e fundamentação com citação do STF.

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Para que os organismos policiais possam obter sucesso nas ações que
limitam o crime transnacional, será sempre preciso acionar os
mecanismos de inteligência policial. Assim, medidas de combate ao
poder financeiro do crime organizado são sempre bem-vindas, porque
cercear o lucro dos criminosos é tirar-lhes a fonte motivadora de suas
ações. No Brasil, as investigações sobre movimentações financeiras
atípicas, oriundas de atividade criminosa, permitem a união de forças
entre o Banco Central e a Polícia Federal.

Retomada do aspecto 03 e comprovação com alusão ao convênio entre o Bacen e a


Polícia Federal.

O que se observa, portanto, é que hoje, na era global, os Estados


precisam trabalhar juntos para reduzir a extensão dos “tentáculos” do
crime organizado. Este já não é mais típico das máfias de determinados
países. O crime se ramificou para além das fronteiras e encontrou
facilidade de locomoção entre países, do mesmo modo que as trocas
mercadológicas existem. Por isso, atividades de colaboração mútua serão
imprescindíveis para combatê-lo.

Obs: o ideal hoje é começar cada parágrafo com a retomada dos aspectos, assim
como foi feito na retomada do aspecto 01. Em outros, houve a retomada do
aspecto apenas no interior dos parágrafos. Não é erro, mas algum examinador, por
descuido, pode não enxergar o cumprimento dessa retomada.

Aproveitamento: 90%

Tema 03 – PF/agente/2012

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Com base na situação hipotética apresentada acima, redija um texto


dissertativo que responda, necessariamente e de maneira fundamentada,
aos seguintes questionamentos.

• Havendo necessidade de repressão uniforme dos crimes acima


mencionados, poderá o Departamento de Polícia Federal investigar
os delitos contra o patrimônio (roubos)?
• Na situação considerada, a proposta feita pelo criminoso ao chefe
da equipe policial configurou crime contra a administração pública?
Em caso afirmativo, especifique o delito.

REDAÇÃO 04

Roubos de cargas de transportadoras privadas vêm sendo


investigados pela Polícia Civil de São Paulo. As ações criminosas
acontecem em estados como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul. Numa dessas investigações, um dos criminosos, com o intuito de
escapar da prisão, ofereceu ao policial que o prendeu dinheiro para
“comprar” sua liberdade. No entanto, o agente agiu com correção, não
aceitou a comprar, e decretou a prisão do criminoso.

Uma das opções para começar um texto oriundo de um estudo de caso é resumir o
caso logo no primeiro parágrafo. Não é obrigatório fazer isso, mas o procedimento
ajuda o texto a ficar mais coeso.

Também não entenda que você está sendo menos objetivo, fazendo isso. Se está
retomando o texto em si, está sendo objetivo, já que não extrapolou a composição
temática.

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Já é sabido que a competência para coibir tal prática criminosa é da


Polícia Civil. No entanto, o art. 144 da Constituição aponta que, em caso
de repressão uniforme, ou seja, ação policial que visa combater o crime
que repercute por vários entes federativos, caberá também ao
Departamento de Polícia Federal.

Observe que há retomada do primeiro aspecto concomitante ao sistema de


comprovação de informações (o artigo constitucional).

Se durante a prisão um dos criminosos oferece dinheiro para


conseguir liberdade, este comete crime contra a Administração Pública.
Ainda que o agente de segurança não aceite a oferta, o ato de oferecer
qualquer valor ou bem em troca de favorecimento está listado no Código
Penal como crime de corrupção ativa.

Aqui está a resposta para o segundo aspecto, também fundamentada (Código


Penal).

Veja que não é preciso detalhar o artigo do CP, mas se o candidato o souber,
melhor será para a fundamentação.

O texto original dessa redação continha 20 linhas. O aproveitamento, somando as


falhas de português da redação original, foi da ordem de 95% da nota. Isso prova
que a redação, mesmo com poucas linhas, desenvolve bem os pedidos temáticos.

Redação 04

A Constituição Federal (CF/88) traz em seu texto normas que


regem a competência do Departamento de Polícia Federal. Dentre tais

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competências, destaca-se a investigação de crimes que exijam de


repercussão interestadual ou internacional e que, por isso, exijam
repressão uniforme, conforme consta no art. 144 da CF/88.

Nesta redação, elaborada para o mesmo tema, o redator prefere seguir


diretamente para a resposta ao primeiro aspecto.

Tal competência da polícia, conforme ensina a professora Ana


Cristina Mendonça, ocorre quando os crimes contra o patrimônio
envolvem bando ou quadrilha, ou seja, participação de quatro os mais
pessoas. O caso em tela, por ter crime em que os autores estavam em
número de três, exclui a participação da Polícia Federal.

O redator soma mais conhecimentos para responder essencialmente o primeiro


aspecto temático e o faz noutro parágrafo para evitar a extensão de um único.
Novamente, ele se vale de fundamentação, mas agora o argumento de autoridade
está na associação da explicação ao nome da professora Ana Cristina, especialista
na área.

No mais, se um dos criminosos oferece dinheiro ao chefe da equipe


policial que o prendeu, aquele comente crime contra a Administração
Pública. Conforme a previsão da parte especial do Código Penal, existem
três modalidades de corrupção: a ativa, a passiva e a ativa e passiva.

No caso de haver oferta de propina feita por particular para incitar


o desvio da função do policial, mesmo que este não aceite o bem ou
dinheiro, o crime é verificado no ato da oferta em si. Isso é o que dispõe
o art. 333 do Código Penal Brasileiro.

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Para a resposta ao aspecto 02, o redator sabiamente dá à resposta desse aspecto


similar tratamento dado à resposta do primeiro: compõe o aspecto em dois
parágrafos, com explicações também fundamentadas.

Assim, somados as falhas gramaticais, o aproveitamento também ficou em 95%


do valor atribuído à redação.

Quando mais simplicidade você empregar na confecção de uma


prova discursiva, melhor será sua nota. Assim, tente não complicar a
estruturação. Basta seguir os quesitos que expus para a autoavaliação.

Agora, vou pegar um tema da Esaf, lá da área de Direito


Tributário, ou seja, um assunto que nada tema ver com o nosso estudo.

Quero, com isso, que você perceba que os elementos estruturais


que você está revendo aqui são certeiros para levar ao examinador a
estrutura ideal do texto.

Portanto, não preste atenção no assunto em si, fique atento à


forma do texto, ok.

Vamos lá!?

O valor dos quesitos avaliativos era o seguinte: conteúdo – 24


pontos; uso do idioma – 16 pontos.

Tema 04/Esaf/ISS RJ/2010

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Objetividade: tema central


logo na primeira linha.

Fundamentação

Fundamentação

Essa é a primeira folha da redação do candidato que, gentilmente,


quis ceder seu material, após ter sido aprovado naquele concurso.

Vejamos o que ele fez:

1. o candidato não perdeu tempo e, logo na primeira linha, de modo


bem visível, topicalizou o tema central “Crédito tributário”.

2. Ele notou que tópico “a” trazia muitas informações para serem
compostas num único parágrafo. Assim vendo, ele dividiu o
assunto por outros parágrafos e fez questão de abordar as
palavras-chaves contidas no tópico (destaque em vermelho).

3. Como não queria ganhar um AF (argumentação fraca), ele logo


tratou também de inserir provas (alusão a Paulo de Barros e ao
CTN). Por tópico, precisamos de, pelo menos, uma comprovação.

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Ou seja, a gente não precisa comprovar todos os parágrafos, mas


precisa comprovar TODOS os tópicos. Assim, nosso redator foi
“espertinho” e colocou logo duas provas para não deixar dúvida
quanto ao procedimento.

4. Assim, para o primeiro tópico, ele não perdeu nada em termos de


desenvolvimento de conteúdo. Há um “o” na linha 12 por causa da
falta de acento em líquida.

Agora, vamos ao tópico b, em que ele terá de abordar as “hipóteses


de suspensão” e conceituar cada uma delas:

Você pode verificar que, a partir da linha 22, ele começa (veja meu
grifo) a resposta pontual e objetiva para o tópico b. Como pode ver
também, não há nenhuma anotação sobre conteúdo e estrutura nessa
passagem. Mas, pessoalmente, vejo duas falhas do examinador:

1º - a fonte de comprovação não aparece para este tópico.

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2º - Como era para abordar as “hipóteses” e conceituá-las, a partir da


linha 23, o redator desenvolve um período enorme, que vai até a linha
33. É fato que ele está, ao mesmo tempo, enumerando e explicando
cada hipótese. Mas ele poderia ter se valido de pontos finais para
enumerá-las (confiramos o próximo tópico, nele o candidato operou
exatamente essa forma mais econômica). É certo que o período longo
pertence ao “uso do idioma”, mas o examinador, dessa vez, “dormiu no
ponto”.

Vamos ao tópico c:

Fundamentação

Observe que o tópico c fica muito mais bem abordado.

1. O redator começa de modo bem preciso a abordagem do tópico.

2. Logo nas primeiras linhas, ele cita o CTN, ou seja, a


fundamentação de suas ideias.

3. No mais, pude ver que o redator percebeu que seria melhor


enumerar as hipóteses (linhas 35, 36 e 37) para depois explicar
cada uma delas separadamente. Assim, ele conseguiu fugir da
armadilha deixada pela Esaf, que seria induzir os redatores a
redigir longos períodos e parágrafos para citar e explicar todos os
conceitos pedidos.

Vamos ao tópico d?

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Fundamentação

Fund
ame
ntaçã
o

Nesta página vemos a finalização do tópico C, que realmente um


tópico longo e notamos à linha 52 a inserção do tópico final. Novamente,
com brilhantismo, o redator retoma os termos do tema também nas
linhas que abrem o parágrafo e, para ser bem convincente, não
economiza nos mecanismos de comprovação. Insere dois bem nítidos,
para não passar perto de qualquer AF.

Pergunto a você: é difícil construir uma estrutura parecida com


esta?

Apesar de ser um texto da Esaf, os moldes são essencialmente


cabíveis a redações do Cespe.

GRAMATICALIDADE TEXTUAL

Aqui, minha meta não é lecionar gramática como faço nos cursos
em que trabalho com português para a prova objetiva.

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A gramática aqui tem a função precípua de ter suas regras


contextualizadas e adaptadas para a exigência de cada banca
examinadora.
Não quero com isso dizer que existe uma gramática para A ou B.
Mas é fato que examinadores da FCC, por exemplo, têm suas manias,
enxergam mais determinados erros cometidos numa área do português.
Já examinadores do Cespe são versados, por exemplo, em verificar a
coesão entre as partes textuais, por isso valorizam tanto o uso de
conectores e outros nexos frasais.
Assim, o que vamos estudar aqui são aquelas falhas comuns, que
alunos da seara dos tribunais sempre cometem e que, por essa razão,
tornam suas falhas presas comuns para o olhar hábil dos examinadores
da FCC.

Os Aspectos Formais

1º - Letra: precisa ser legível. Não importa se é cursiva, se é


escrita em forma ou se vocês misturam letras. Elas precisam ser legíveis.

2º - acentos e demais sinais gráficos: também devem ser todos


muito claros. Assim, desenhe a vírgula com correção e os acentos
também. Não deixe dúvidas quanto ao emprego dos sinais gráficos.
3º- rasura: basta riscar a palavra incorreta e redigir em seguida sua
grafia correta.
4º - divisão silábica: se for dividir sílabas, use hífen. A gente não
usa “underline” (traço abaixo da sílaba) no português.
É muito importante evitar a cacofonia: aquela divisão silábica que
gera uma leitura desagradável ou que induz o leitor a compreender um
significado prévio, diferente do que se quer escrever ao final.
Exemplo:
Cu-

riosidade.
a. Também não deixe sobrar apenas uma vogal na divisão.
a-

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manhece.

5º letra maiúscula: não usamos letra maiúscula após dois pontos ou


após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for próprio.
• Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas:
Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de Contas da União,
Presidente Dilma Rousself etc.
• Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem
pontinhos entre elas: TST, TRE, ONU etc.
• Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas com
inicial maiúscula: Petrobras, Mdic, Ibama, Cemig etc.
Já que falamos em siglas, evite usá-las sem, num primeiro uso,
acompanhá-las do nome extensivo. A melhor forma de empregar siglas é
a seguinte: Tribunal Superior do Trabalho (TST)
Depois desse acompanhamento, usa-se normalmente a sigla, ao
longo do texto.

Os Aspectos Gramaticais

Aqui está o maior número de erros gramaticais facilmente


cometidos em prova:
Concordância Verbal
• SUJEITO DISTANTE DO VERBO
Prefira fazer frases curtas, que ocupem no máximo apenas três
linhas. Isso ajudará você a perder a relação sujeito e verbo.
Exemplo:
a) O desfrute dos amigos e da família, na sociedade
contemporânea, é coisa rara hoje.

Perceba que o núcleo é “desfrute”, mas, sem querer, envolvidos


pela conjunção aditiva E, poderemos no distrair e levar o verbo
para o plural.

• VERBOS TER E VIR

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O plural desses verbos sempre confunde os redatores. Sua forma


de expressão correta é
Eles têm/eles vêm

• VERBOS IMPESSOAIS
Se forem usar o verbo HAVER ou FAZER, indicando tempo
decorrido ou fenômeno natural, usem-nos no singular.
Exemplos:
Faz anos que o país deixou de investir com seriedade em
educação.
A reforma do Estado começou há alguns anos.
Vale uma observação: se empregarem o verbo HAVER no sentido
acima, vocês devem tomar o devido cuidado para não empregarem
a forma redundante “atrás”. Esse advérbio só pode ser empregado,
quando não há o verbo haver.
O verbo TRATAR-SE é outro impessoal que deve ser empregado
apenas no singular. Mas, como se trata de um verbo que induz vocês a
erro, recomendo usar sinônimos dele. Assim, usem CONSISTE,
SIGNIFICA, É etc. Mas não usem “trata-se”.

• Verbos pronominais
São aqueles verbos que possuem partícula SE. Numa dissertação, a
gente usa muito tais formas verbais. Sendo assim, é preciso ter
cuidado com a concordância.
Portanto, um teste simples ajudará a perceber se a aplicação do verbo
foi correta: vale tentar reescrever a frase. Se for possível,
estabeleceremos a concordância. Se não o for, o verbo deverá
obrigatoriamente ficar no singular.
Exemplos:
Constroem-se prédios de luxo na capital

=
Prédios de luxo são construídos (apareceu o plural!)
Portanto, a frase original estava correta (constroem-se)
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Vive-se bem nas urbes pequenas.

Nesse caso, a gente não consegue reescrever a frase. O verbo,


então, ficará no singular.

Concordância nominal
Alguns casos de concordância nominal, situação em que,
geralmente, o adjetivo concorda com o substantivo da frase, geram
dúvidas. Vamos a eles:

• é bom, é necessário, é proibido, etc.


Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier
precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis.
Exemplos:
a. É necessário crase neste a.
b. É necessária a crase neste a.

Caso 2 – alerta
Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no
singular.
Exemplo: os candidatos devem estar alerta para a mudança da
data da prova.

Caso 3 – milhar
Milhar e milhão são expressões masculinas.
Assim, dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”.

Regência verbal
Vez ou outra ocorre de o candidato ter dúvidas quanto ao emprego
da preposição para alguns verbos.

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Nas redações para concursos, os verbos que geram tal dúvida são
praticamente estes: assistir, visar, lembrar, implicar, acarretar.
Assistir
• Quando tal verbo traz o sentido de ver, presenciar, ele deverá ser
empregado com preposição “a”.
Ex.: assiste-se hoje a manifestações contra o governo.
Visar
• Com o sentido de desejar, almejar, o verbo visar solicita
preposição:
A Polícia visa à contratação de novos agentes.
• Mas, se for seguido de outro verbo, o verbo “visar” poderá
dispensar a preposição:
A Polícia visa contratar novos agentes.

Lembrar/esquecer
• sem o pronome, tais verbos não recebem preposição. Exemplo:
lembramos a regra durante a prova.
• Com o pronome, tais verbos exigirão preposição. Exemplo:
lembramo-nos da regra durante a prova.

Implicar/acarretar
• o verbo acarretar nunca deverá ser seguido de preposição. E
o verbo implicar, quando indica o mesmo sentido de
acarretar, também não poderá vir preposicionado. Exemplo:
as leis acarretam segurança social./as leis implicam
segurança social.
• Numa boa, recomendo usar um sinônimo no lugar de implicar
e acarretar. Se sentirem insegurança quanto à regência
desses verbos, use o verbo GERAR ou RESULTAR, pois a
regência é sempre mais simples e mais popular do que a dos
demais verbos.

Emprego da Crase

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Aqui vamos fazer uma pequena revisão sobre o uso da crase, o que é
comum tanto para provas objetivas quanto para provas discursivas:
casos de ocorrência da crase
Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de
regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum nome,
exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a possibilidade
de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir, para formar o que
chamamos “crase”.
Exemplos:
a. No combate à prática de crimes... (o combate A + A (artigo def.
feminino)
b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do pronome
AQUELE)
Casos em que não deve haver crase
Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos:
a. Antes de verbo: a partir de hoje,...
b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ...
c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a ponta,...
d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei...
e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma,
certas, qualquer etc.
f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc.

Casos em que a crase possui emprego facultativo


Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia =
refere-se à sua ideia.
• Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase
somente se antes dela vier o artigo definido também no
plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às leis
federais.
• Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA.
Tais formas não recebem crase!

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Emprego de pronomes

a. O pronome ONDE é empregado apenas para referência a lugar.


Sendo assim, como seu uso é restrito, recomendo um sinônimo
seguro: EM QUE.
b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. É jargão!!! Usem ELE,
ELA, ESTE, ESTA.

Colocação de pronomes oblíquos átonos

a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou


conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa
estar em posição de próclise. Exemplos:
• Estes se dividem em dois grupos.
• Não se deixou abater pelas denúncias.
• Certamente se comprometeria...
• Embora se opusesse ao grupo,...
b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início
de frases. Exemplos:
• Conquistaria-se o poder...(errado)
• Assim, se manifestando....(errado)

Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-se...

Pontuação
Faça frases curtas. Isso ajuda você a não gastar vírgula em vão.
Sempre que aplicar a vírgula, ressalvados os casos a seguir, faça o
seguinte teste: leia frase e pare na vírgula. Se o que leu possuir sentido,
a vírgula está correta. Se interromper o sentido, vírgula errada.

Agora, é legal empregar vírgula depois de expressões adverbiais,


tais como as seguintes: Além disso, ...; Portanto (e outras
conclusivas),...; No entanto,...Sendo assim,...

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Se empregar a expressão POR EXEMPLO, use uma vírgula antes e


depois dessa expressão.
Jamais use o sinal de dois pontos, sem antes empregar um
pronome catafórico, ou seja, um pronome que anuncie a enumeração ou
explicação. Exemplos: ...como o seguinte:... ou ...como estas:...
Agora, jamais use ponto final antes de POIS e de GERÚNDIO,
principalmente quando o gerúndio estiver continuando a frase.

Os Aspectos Textuais

Agora vamos abordar um conjunto de erros gramaticais que podem


até alterar o sentido do que o candidato previa para o texto. Para este
último aspecto, vale manter o gás e centrar-se nos estudos:

As conjunções

Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o valor


de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a grafia
delas. Assim, recomendamos que você use os bons e velhos “porque,
pois, já que”.
a. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais use posto que para
dar sentido de porque!!!
b. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas
conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de que”,
cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do “fim”.
c. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo,
todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas. No
entanto, é bom usar vírgula depois delas!
d. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação! Essas
conjunções deixam bem claro para o examinador que seu texto
entrou na reta final.
São conclusivas as seguintes conjunções: portanto, por
conseguinte, logo, por isso etc. Usem vírgula depois delas, ok.
• ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa
expressão deve ser evitada nas dissertações!

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Pronomes anafóricos

Assunto de extrema importância! Sempre que forem se remeter à


frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso,
fazendo-se a devida concordância.
Exemplo: houve críticas ao programa social. Isso gerou sua
interrupção.
Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem este,
esta.
Exemplo: houver críticas ao programa social. Este não atendia
efetivamente as camadas mais pobres.

Vocabulário

Pessoal, evitem usar estes termos, porque vocês podem cometer


erros, por desconhecimento ou por desatenção: onde, o mesmo,
tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto,
acima, abaixo, mister, hodiernamente.
Se forem usar termos latinos ou estrangeiros, usem aspas.

Bom, com isso, vimos os aspectos principais da microestrutura.


Nosso trabalho agora será aplicar os conhecimentos na nossa primeira
discursiva. Até lá!
Grande abraço!
Júnia Andrade

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Grande abraço e até a próxima!

Júnia

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