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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE JEQUIÉ

INSTITUTO EDUCAR - IE

CENTRO DE ESTUDOS EM PSICANÁLISE E PSICOTERAPIAS - CEEP

CURSO LIVRE EM PSICANÁLISE CLÍNICA

ROSEMARY SANTOS SOUZA

RELAÇÃO ENTRE NEUROFISIOLOGIA


E PSICANÁLISE

Jequié-BA

2018
ROSEMARY SANTOS SOUZA

RELAÇÃO ENTRE NEUROFISIOLOGIA


E PSICANÁLISE

Trabalho apresentado ao professor Esp.


Tarcísio Pereira Guedes, ministrante da
disciplina Neurofisiologia aplicada à
Psicanálise, no Instituto Educar para o
Centro de Estudos em Psicanálise e
Psicoterapias (CEPP), com fim avaliativo.

Jequié/BA

2018
“Jamais despreze uma pessoa deprimida.

A depressão é o último estágio da dor humana.

É a fase exata onde a Alma dói de verdade.”

Rodrigo de Abreu
RELAÇÃO ENTRE NEUROFISIOLOGIA E PSICANÁLISE

A Neurofisiologia é a ciência que se dedica a avaliação funcional do sistema


nervoso humano, de forma clínica, auxiliando as ramificações da saúde, a exemplo,
ortopedia, psiquiatria, neurologia, reumatologia, dentre outras.
Sigmund Freud, médico neurologista cria um método psicanalítico para tratar
de pacientes neuróticos. Posteriormente, na década de 1920, esse método passou a
ser utilizado nas chamadas neuroses de guerra, com Sandor Ferenczi; a demência
precoce, com Karl Abraham e Carl Gustav Jung; e a psicanálise infantil, com Anna
Freud e, sobretudo, Melanie Klein. Tal extensão dos estudos possibilitou a ruptura
da ideia central de Freud, de que a psicanálise estava restrita a adultos neuróticos. A
partir da década de 50, Winnicott amplia a aplicação da psicanálise aos distúrbios
anti-sociais e à delinqüência juvenil; assim como Lacan desenvolveu uma teoria
própria, que deu suporte à clínica das psicoses, e mesmo das perversões. Cada
psicanalista citado desenvolveu novas teorias e técnicas específicas para o seu
campo de atuação.
A princípio Freud abandonou os escritos sem conclusão por entender, na
época, que o sofrimento humano era persistente, mesmo com as diversas
estratégias médicas, psicológicas e religiosas não conseguirem modificar os
comportamentos e o processo acelerado dos pensamentos.
Conversando com a neurofisiologia, Freud, tentou traçar uma relação entre a
natureza biológica da pessoa, as suas emoções e as condições expostas para a
construção de um ser modificado, ou seja, Freud contribuiu antes da criação da
psicanálise, sempre questionando a relação entre o corpo biológico e as emoções e
sob quais condições o sujeito se constituiria a partir de uma base neurofisiológica
sem função específica. Os colegas neurologistas explicavam as ações do sistema
nervoso a partir da resposta imediata à excitação de um nervo, de forma involuntária
pelo sujeito ou animal (arco reflexo).
Nos arvoraremos, para dialogarmos sobre a relação da neurofisiologia e a
psicanálise, em quatro textos específicos cuja síntese consiste em apresentar as
mudanças e transformações que aparecem ao longo do tempo na relação entre as
duas áreas.
No texto 1, ​Freud e as neurociências, um diálogo contemporâneo​, a
autora Villela (2014), apresenta a necessidade de ser reportar a uma obra que
mesmo deixada de lado por seu autor,Freud, mas pode ser retomada por Benilton
Bezerra Junior para que se pudesse compreender melhor a relação entre a
neurologia e a psicopatologia, no livro projeto intitulado ​Projeto para uma psicologia
científica: Freud e as neurociências, ​e o que essa junção traria de contribuição para
se construir uma psicologia científica, conforme os cânones da época.
Neste primeiro momento, Freud abandona seus estudos por entender que a
articulação entre a neurologia e a psicopatologia, naquele momento não seria
pertinente como os são na atualidade, principalmente sobre as bases
neurofisiológicas do funcionamento da mente humana. Segundo Bezerra Júnior,
para Freud não havia divisão entre corpo e alma, cérebro e mente, o biológico e o
psíquico.
No texto 2, ​O modelo estrutural de Freud para o cérebro: uma proposta
de integração entre a psicanálise e a fisiologia​, a autora Lima (2010), apresenta
um breve histórico das tópicas elaboradas por Freud e suas definições bem como o
primeiro desejo de Freud em estabelecer uma relação entre a psicanálise e a
biologia como maneira de alargar os laços elucidativos entre as neurociências e a
psicanálise .
Por não trabalhar com a experimentação controlada de laboratório, uma das
exigências para um estudo obter credibilidade científica, os primeiros estudos de
Freud acabaram sendo relegados ao esquecimento. Entretanto, ao mudar sua
perspectiva de estudo, conseguiu abarcar uma gama maior de respostas
concernentes ao funcionamento psíquico e o mundo exterior.
“Felizmente, conquistas recentes da neurobiologia, relativas a questões caras
aos psicanalistas, como a consciência, a memória, a percepção, processos mentais
inconscientes, a pulsão, o desejo, a sexualidade, entre outros, começam a estar
disponíveis para melhor compreensão da psicanálise” (LIMA, 2010, p. 281).
O trecho acima nos mostra que a interação entre neurociência e psicanálise
trouxe benefícios para estudiosos de ambas áreas e deu consistência científica ao
corpo teórico proposto por Freud, pois desta forma o ser humano não é mais visto de
forma fragmentada, mas como um todo integral com funções distintas, entretanto,
com funcionamento corpo e mente em trabalho integrativo.
No texto 3, intitulado Neuropsicanálise: um novo paradigma para a
psicanálise no século XXI, ​de Carlos Eduardo de Sousa Lyra, (2005), também faz
um recorte da obra de Freud e o apresenta como precursor da neurociência atual
assim como traz uma proposta de fazer da neuropsicanálise um novo paradigma do
século XXI.
A técnica neuropsicanalítica surge a partir da publicação de um artigo pelo
neurocientista Eric Kandel, em 1999, intitulado ​Biology and the future of
psychoanalysis: a new intellectual framework for psychiatry (em português, “A
biologia e o futuro da psicanálise: um novo referencial intelectual para a psiquiatria
revisitado”)​1​, no qual aponta algumas sugestões para a psicanálise no século XXI.
Com o advento do método interdisciplinar neuropsicanalítico, derivado do
método neuropsicológico de Luria, a psicanálise amplia sua capacidade clínica ao
iniciar o tratamento de pacientes com lesões neurológicas. Assim, convergiu-se a
técnica anteriormente aplicada para o estudo da atividade cerebral ligada aos
fenômenos emocionais, para o eixo de investigação das neurociências – dos
processos cognitivos para os fenômenos emocionais – facilitada pelo
desenvolvimento de aparelhos altamente especializados no mapeamento preciso da
atividade cerebral, como é o caso do PET-Scan e da tomografia funcional por
ressonância magnética (fMRI) e assim descobrir as áreas do cérebro que
correspondem aos fenômenos psíquicos descritos por Freud.
E, por fim, o texto 4, intitulado, ​Neuropsicanálise: um projeto abandonado
por Freud​, dos autores Roberto Calazans, Dayane Costa de Souza Pena, Marcioni
Tomaz Brito (2012), apresentam argumentos demonstrando que Freud lançou mão
do ​Projeto para uma psicologia científica: Freud e as neurociências, ​de 1895, não
pensando na construção de uma teoria neuropsicanalítica, mas a busca da etiologia
psíquica das neuroses, ou seja a causa das mesmas ainda que conseguisse
comprovar por meios de exames neurológicos específicos para comprovar suas
afirmativas sobre a existência da patologia em bases biológicas.
Estes autores embasam suas discussões na argumentação de que Freud ao
elaborar o Projeto, não pensava em criar uma neuropsicanálise. Até porque na
época, a medicina não dispunha de recursos tecnológicos para auferir a
comprovação da presença de problemas de ordem neural que afetassem o
comportamento dos pacientes.
Este artigo faz uma crítica e diverge da discussão dos três artigos citados
anteriormente, ao apontar de forma sistemática o não desejo de Freud em elaborar
uma psicologia científica ou a neuropsicanálise, considerando que os sintomas eram
os primeiros a serem identificados e cada paciente conduzido a aceitá-lo e,
posteriormente encontrar a causa dos mesmos e lançar mão da melhor forma de
tratá-los. Causa esta, geralmente oriunda da psique (alma), segundo os autores, por
ser abstração, não poderia ser medida.
Sendo assim, Freud não estaria falando de um cientificismo psicológico, mas
sim da análise dos sintomas a partir da dor física oriundas do sofrimento psíquico.
Ele não estava interessado em comprovação científica dos sintomas apresentados
por seus pacientes, mas seria mais uma base para fundamentar a importância da
psicanálise e de métodos de tratar cada paciente.
REFERÊNCIAS

CALAZANS, Roberto. PENA, Dayane Costa de Souza. BRITO, Marcioni Tomaz.


Neuropsicanálise: um projeto abandonado por Freud. ​Mental - ano X - nº 18 -
Barbacena-MG - jan./jun. 2012 - p. 9-28.

LIMA, Andréa Pereira de. O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta
de integração entre a psicanálise e a neurofisiologia. ​From Freud’s theories to brain
function: integrating psychoanalysis and neurophysiology. Lima AP/​Rev Psiq Clín.
2010;37(6):270-7. Revisão de literatura. Universidade Federal de Uberlândia (UFU),
União Educacional de Minas Gerais (Uniminas).

LYRA, Carlos Eduardo de Sousa. Neuropsicanálise: um novo paradigma para a


psicanálise no século XXI. ​Rev Psiquiatr RS, set/dez 2005;27(3):328-330. Carta aos
editores.

VILLELA, Wilza Vieira. Freud e as neurociências, um diálogo contemporâneo.


Psicologia em Estudo​, Maringá, v. 19, n. 2, p. 353-355, abr./jun. 2014.
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil

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