ANO XL • Nº 290 • MARÇO DE 2018 • MENSAL • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

MOTOR EA111

O motor EA111, desde seu lançamento, passou por diversas atualizações e atu- PEÇA CERTA
almente equipa versões de modelos da família Gol e da família Fox. O Gol de 3­ª
geração foi o primeiro modelo a ser equipado com o motor EA111, popularmente Ofereça tecnologia e segurança ao
conhecido como “motor power”. Esse motor foi pensado para ter durabilidade e seu cliente utilizando os Filtros de
fácil manutenção. Apesar dessa simplicidade, envolve muita tecnologia para ga- Óleo Original Volkswagen.
rantir ótimo desempenho de torque e potência, pois não basta que um veículo de
passeio tenha potência; precisa também ter força. Nesta edição, traremos muitas
dicas sobre a manutenção e o reparo do motor EA111.
EDITORIAL

PARA MARCAR ÉPOCA ANO XL • Nº 290 • MARÇO DE 2018 • MENSAL • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

MOTOR EA111

A Volkswagen já tem mais de 65 anos de atuação no Brasil, com lançamentos que alte-
raram o patamar do mercado de veículos pela qualidade, pelo design, pela tecnologia e pela O motor EA111, desde seu lançamento, passou por diversas atualizações e atu-
almente equipa versões de modelos da família Gol e da família Fox. O Gol de
PEÇA CERTA
Ofereça tecnologia e segurança ao

segurança oferecida aos passageiros.

3ªgeração foi o primeiro modelo a ser equipado com o motor EA111, popularmen-
te conhecido como “motor power”. Esse motor foi pensado para ter durabilidade seu cliente utilizando os Filtros de
e fácil manutenção. Apesar dessa simplicidade, envolve muita tecnologia para ga- Óleo Original Volkswagen.
rantir ótimo desempenho de torque e potência, pois não basta que um veículo de

Com o lançamento do Virtus, no início deste ano, a Volkswagen está marcando época
passeio tenha potência; precisa também ter força. Nesta edição, traremos muitas
dicas sobre a manutenção e o reparo do motor EA111.

com um veículo 100% inovador não apenas para os padrões da montadora, mas também de
toda a indústria automotiva nacional. O Virtus é produzido em solo brasileiro, para orgulho NO_MAR18_v3.indd 1 28/02/2018 15:30:56

de nossa tradicional fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo. JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Vocês, reparadores, que conhecem mecânica e sabem reconhecer quando um produto
Marcelo Gabriel
tem qualidade, tecnologia, acabamento, design, motorização e reparabilidade, assim que
vivenciarem uma experiência com o Virtus concordarão que a indústria brasileira alcançou MTB: 36065/SP
um novo patamar de qualificação.
Prova dessa realidade é que o Virtus é o primeiro automóvel da América Latina a usar CONSELHO EDITORIAL:
inteligência artificial para ajudar os motoristas. Posicionado na categoria de sedãs, tem 4,48 Aguinaldo Rodrigues
metros de comprimento e um design que não o deixa passar desapercebido nas ruas. Já seu André Aiello
motor é uma obra de arte, com um litro e 128 HPs, o que representa muito desempenho
Cleber Lorenzi
com inacreditável economia. Controle de estabilidade, detector de fadiga do motorista e
um painel totalmente digital de 10,5 polegadas são mais alguns dos diferenciais dessa joia Daniel Morroni
sobre rodas. Luis César Akira
A lista de atributos do Virtus é imensa e nas próximas edições de nossa NOTÍCIAS DA OFI- Luiz Fernando Tiosso
CINA vamos apresentar mais desse fantástico carro. Também nas páginas do Jornal Oficina Luiz Toller
Brasil, o Virtus ganhará destaque por sua importância no mercado. Marcela Wieck
Porém, como o carro veio para marcar época, excepcionalmente usaremos este espaço
Marco Aurélio Fróes
para divulgar uma foto do Virtus, pois uma imagem vale mais do que mil palavras. Concordam?
Rodrigo Bueno
Rodrigo Facini
Wagner Carrieri

EDITORAÇÃO / COMERCIALIZAÇÃO:
Germinal Editora e Marketing Ltda.
IMPRESSÃO:
Oceano Indústria Gráfica e Editora
Tiragem: 50 mil exemplares

A revista Notícias da Oficina quer saber mais sobre

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2 | NOTÍCIAS DA OFICINA | MARÇO 2018

 REPARAÇÃO PASSO A PASSO
MOTOR EA111
O motor EA111 foi projetado com bloco
em liga de ferro fundido com a adição de
materiais que proporcionam maior resis-
tência. Todas as versões do motor EA111
foram desenvolvidas em 4 cilindros, po-
rém com cilindradas diferentes, havendo
versões 1.0, 1.4 e 1.6 litro. A versão de 1
litro teve duas variações, de 8 válvulas e
16 válvulas, porém a versão multiválvulas
foi descontinuada a partir da 4ª geração do
Gol.
O motor EA111 utilizado atualmente é
o 1.6 com 8 válvulas, que possui o prefixo
CCRA o qual será o foco nesta edição. As-
sim como os motores da família EA111 so-
freram alterações, os sistemas de gerencia-
mento desses motores também evoluíram
e passaram a ter a tecnologia TotalFlex. A
tecnologia drive-by-wire também foi um
marco dos motores EA111, pois até então o
acelerador era acionado somente por cabo.
Iniciaremos com o procedimento de re-
moção do cabeçote. Para isso, alguns pe-
riféricos devem ser removidos. Começando
pelo conjunto do filtro de ar, seguido da
desmontagem do coxim do motor e finali-
zando com a remoção da correira dentada.
Para colocar o motor no ponto, primeira-
mente remova a correia de acessórios, po-
dendo existir variações de acordo com os
opcionais do veículo – por exemplo, nos
modelos sem ar condicionado ou direção hi-
dráulica a correia será diferente da aplicada
ao veículo com esses equipamentos; outra
variação que pode ser encontrada é que em
alguns modelos a correia que aciona o com-
pressor do ar condicionado é a mesma que
aciona a bomba da direção e o alternador,
enquanto em outros casos o compressor do
ar condicionado é acionado por uma correia
independente. Antes da remoção da correia
poly-v, remova a cobertura de proteção da
caixa de roda para facilitar o trabalho. Se
a correia for substituída, pode ser cortada;
porém, se a correia possuir condições de
ser reutilizada, remova-a com a ferramenta
de extração, conforme a figura a seguir.
CAPÍTULO 1
Se a correia poly-v estiver em condições de ser
reutilizada, marque o sentido de giro antes da
desmontagem e em seguida utilize a ferramenta de
extração conforme a figura, posicionando-a entre a
correia e a polia. Então, gire a árvore de manivelas no
sentido de trabalho; a ferramenta expulsará a correia
da polia, desmontando o conjunto
Após desmontar a correia poly-v, remova a
polia do virabrequim que aciona a correia poly-
-v; essa polia é fixada por 4 parafusos sextava-
dos internos. Depois, remova tanto a cobertura
inferior quanto a superior da correia dentada.
Essa cobertura tem extrema importância, pois
evita que objetos sejam lançados contra a cor-
reia dentada e a quebrem ou que levem o mo-
tor a sair de sincronismo. As capas de proteção
da correia dentada possuem fixação por travas
e parafusos. Tenha cuidado durante a desmon-
tagem para não quebrar as capas.
Após a remoção das capas, posicione o vi-
rabrequim girando-o até que esteja no ponto
correto, que deve coincidir com a marcação da
polia do comando de válvulas e com a marca-
ção no conjunto das capas.
Com o motor no ponto, solte o parafuso de
fixação do rolamento tensor. Não há necessi-
dade de remoção do tensor para o trabalho de
remoção do cabeçote, apenas se forem neces-
sários outros trabalhos que demandem a re-
moção do tensor. Após aliviar a tensão da cor-
reia dentada, a remova das polias; se a correia
for reutilizada na montagem, marque o sentido
Para colocar o motor no ponto, gire o motor até que
a marcação do comando coincida com o ressalto de
plástico na proteção da correia dentada e que o dente
diferenciado da engrenagem do virabrequim coincida
com a ranhura 2V para os motores com 2 válvulas por
cilindro, ou 4V para os motores com 4 válvulas por
cilindro
de seu giro, evitando assim sua quebra.
Na sequência da desmontagem, remova a
engrenagem da árvore de comando de válvulas
com um bloqueador de polias. A engrenagem
da árvore de comando de válvulas não é louca,
ou seja, possui uma chaveta incorporada à en-
grenagem e um entalhe para encaixe na árvore.
O próximo passo é a desconexão da tubula-
ção de combustível. A tubulação possui engate
rápido, basta pressionar as travas laterais e re-
movê-la. Depois, desconecte as ligações elétri-
cas do sensor de rotação, o sensor de detona-
ção, o TMAP, o sensor de posição da árvore de
comando de válvulas, o sensor de temperatura
do líquido de arrefecimento, o interruptor de
pressão de óleo, a bobina de ignição, os injeto-
res e o corpo de borboleta. Lembre-se de sol-
tar a conexão de vácuo do coletor de admissão
com o servofreio.
Prosseguindo com a desmontagem, remo-
va o tubo distribuidor e os injetores. O tubo é
fixado com dois parafusos com cabeça sexta-
vada interna; tome cuidado ao remover os inje-
tores de seu alojamento para que não quebrem
nem se danifiquem.
Depois, drene o líquido de arrefecimento
MARÇO 2018 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 3
REPARAÇÃO PASSO A PASSO
do motor. Para isso, abra o reservatório de ex-
pansão do sistema de arrefecimento e solte a
mangueira inferior do radiador; o líquido pode-
rá escoar. Então, remova a cobertura traseira
da capa da correia dentada, que é fixada por
três parafusos. Para remover o cabeçote tam-
bém é necessário remover a carcaça da válvula
termostática. A carcaça possui conexão com a
bomba d’água por meio de um tubo; remova
a presilha que trava esse tubo na posição cor-
reta. Depois, solte as mangueiras de conexão
do radiador de ar quente, as duas mangueiras
de conexão com o radiador e a mangueira que
se conecta ao reservatório de expansão do sis-
tema. Em seguida, solte o tubo de escape do
coletor e remova a vareta que fica aparafusada
no coletor de admissão.
Por fim, basta soltar os parafusos do cabe-
çote e removê-lo cuidadosamente. O cabeçote
é removido juntamente com os dois coletores,
portanto tome muito cuidado para não que-
brar nenhuma peça, especialmente no coletor
de admissão, onde existem muitas peças em
plástico.
Para soltar o cabeçote, siga a sequência mostrada
na figura acima
Com o cabeçote na bancada, solte seus dois
coletores. Com o cabeçote removido e sem os
componentes periféricos, precisamos desmon-
tá-lo para então iniciar as suas medições e ve-
rificações.
A desmontagem do cabeçote para manu-
tenção é necessária quando se detectam bai-
xa pressão de óleo, ruídos de tucho e de ár-
vore de comando de válvulas, falta de vedação
dos retentores da haste das válvulas, falta de
compressão ou queima de líquido do sistema
de arrefecimento, ou ainda no caso de outras
inspeções em que seja necessário verificar o
cabeçote.
O início da desmontagem do cabeçote
ocorre pela remoção da tampa do cabeçote.
Essa tampa está integrada aos mancais da ár-
vore de comando de válvulas e forma um par
com o cabeçote, pois a usinagem dos mancais
4 | NOTÍCIAS DA OFICINA | MARÇO 2018
é feita em conjunto com a do cabeçote – não é
permitido colocar outra tampa, pois isso leva-
ria os mancais a não ficarem perfeitos, o que
poderia ocasionar desgastes ou travamento da
árvore de comando de válvulas, desgaste dos
componentes e até mesmo queda de pressão
de óleo. Por esse motivo, caso haja necessi-
dade de substituição da tampa do cabeçote,
substitua o par cabeçote e tampa, garantindo
o funcionamento correto dos componentes.
Para verificar se a tampa e o cabeçote formam
um par, existe no cabeçote uma gravação pró-
xima ao coletor de escape e uma gravação pró-
xima ao sensor G40, sensor de posição do co-
mando de válvulas. A tampa do cabeçote deve
ser removida soltando os parafusos de fixação.
Solte os parafusos gradativamente, todos por
igual, para que a força das molas das válvu-
las não cause danos à tampa, como trincas ou
empenamento. Não se esqueça de que há um
parafuso que é acessado por meio do bocal de
abastecimento de óleo. Esse parafuso também
fixa a tampa do cabeçote e deve ser solto em
conjunto com os demais para não danificar a
tampa.
Com a tampa removida, a árvore de coman-
do de válvulas fica solta e pode também ser
removida. Durante a desmontagem, analise os
mancais da árvore de comando de válvulas e a
própria árvore, para verificar se não há riscos ou
marcas que demonstrem desgaste das peças.
A figura acima destaca as regiões nas quais se deve ter
atenção quanto a riscos e desgastes
Após remover a árvore de comando, lim-
pe a superfície de contato da tampa e do ca-
beçote. Tome muito cuidado para não riscar
as peças nem desgastá-las. Com o conjunto
limpo, remova os balancins. Os balancins dos
motores EA111 têm tecnologia RSH (Rollens-
chlepphebel), isto é, são balancins roletados.
Os balancins roletados geram menor atrito
entre o comando de válvulas e o acionamen-
to das válvulas, o que implica diretamente um
menor consumo de energia para acionamento
das válvulas, resultando assim em melhor per-
formance do motor, além de menor consumo
de combustível. Juntamente com os balancins,
os tuchos devem ser removidos.
Sempre que desmontar os balancins e os
tuchos, marque suas posições para que sejam
montados da mesma forma.
Após a remoção dos balancins, realize a
desmontagem das molas das válvulas com
uma ferramenta universal para pressionamen-
to das molas das válvulas. Ao pressionar a mola
de uma válvula, remova as duas meias-luas que
formam uma trava, liberando assim a mola e
possibilitando a retirada da válvula pela parte
inferior do cabeçote.
Após a remoção da mola das válvulas, po-
dem-se substituir os retentores das válvulas.
Para remover o retentor de válvula, utilize uma
ferramenta de extração adequada. À direita está uma
válvula sem o retentor e, à esquerda, uma válvula com o
retentor de válvula montado
Após remover os retentores de válvulas, verifique a
folga basculante das válvulas, que pode indicar desgaste
das guias das válvulas. Assim, se o valor da folga
ultrapassar 0,80 mm, o cabeçote deverá ser substituído
 REPARAÇÃO PASSO A PASSO
Outra medida que deve ser feita no cabeçote é da
folga axial do comando de válvulas. A medição deve ser
feita sem os balancins e tuchos hidráulicos, e a tampa do
cabeçote deve estar removida. A folga máxima admitida
é de 0,15 mm. Caso a medição verificada seja superior à
tolerável, será necessária a substituição do cabeçote
Durante a montagem das válvulas, não se
esqueça de montar os retentores de válvulas
novos. Depois, posicione corretamente os tu-
chos e os balancins. Coloque a árvore de co-
mando de válvulas em sua posição de traba-
lho, instalando novos retentores de comando.
Aplique a cola de vedação na superfície da
tampa do cabeçote, com cuidado para não
haver excesso: basta um filete para a vedação
da tampa. Então, posicione novos parafusos e
comece a encostá-los aos poucos e por igual
até que todos estejam encostados em seu final
de rosca. Depois, torqueie os parafusos com 6
Nm + 90° com o cuidado de não apertar dema-
siadamente e causar danos à tampa, para que
não seja necessário substituir o par cabeçote
e tampa.
Além da remoção e desmontagem do ca-
beçote, pode-se realizar a inspeção e desmon-
tagem da parte inferior do motor, ou seja, das
partes móveis do bloco.
Para desmontar o bloco do motor, é neces-
sário todo o trabalho anteriormente descrito
de remoção do cabeçote. Então, separe o con-
junto do motor do conjunto da transmissão.
Depois, remova a engrenagem de acionamento
da correia dentada, bloqueando o virabrequim
e soltando o parafuso da engrenagem da cor-
reia dentada.
Seguindo com a desmontagem do bloco do
motor, remova o conjunto da embreagem e do
volante do motor.
Depois, remova o cárter de óleo do motor
soltando os parafusos de fixação e descolan-
do-o do bloco do motor. Realize a limpeza das
superfícies onde será aplicada a cola de veda-
ção para que na montagem tenha uma boa ve-
dação, evitando o retrabalho com esse proce-
dimento. Remova também o pescador de óleo.
Verifique o pescador e o conjunto de lubrifica-
ção quanto à carbonização do óleo, e à exis-
tência de borras e cristais, para não impedir a
lubrificação correta e a troca de calor eficiente
entre as peças e o óleo do motor.
Depois de remover o pescador de óleo, re-
mova o conjunto do flange traseiro do motor,
o flange de vedação com o anel impulsor e o
sensor de rotação do motor.
Remova também a bomba de óleo na par-
te da frente do motor e solte os parafusos dos
mancais das bielas. Então, empurre os con-
juntos de pistões para cima, extraindo-os do
bloco do motor. As bielas do motor EA111 são
fraturadas, sua vantagem em comparação com
uma biela usinada é que as fraturadas possuem A marcação dos códigos de cores dos motores EA11
o furo dos mancais mais perfeitos, evitando a pode estar separada, como na figura acima, ou junta na
ovalização que ocorre nas bielas usinadas. Na região D. Cada cor representa o casquilho que deverá ser
desmontagem dos conjuntos de pistão e bie- colocado no mancal correspondente
las, deixe sempre marcada a posição dos man-
cais juntamente com a posição das bielas para
que não haja mistura e troca das capas das bie-
las, que pode ocasionar o travamento do motor
e o desgaste prematuro das peças móveis em
caso de troca.
Depois, remova as capas dos mancais da ár-
vore de manivelas. Para isso, solte os parafusos
da extremidade para o centro e marque a po-
sição de montagem dos mancais para que eles O código do virabrequim pode estar no lado oposto
não sejam invertidos. aos contrapesos, ou junto da ordem dos cilindros e
gravado na face de apoio do volante do motor
Após a remoção da árvore de manivelas,
tome muito cuidado com seu manejo e con- borda inferior da saia do pistão, com um micrô-
servação, pois, se a árvore for acomodada in- metro de precisão milesimal. Os cilindros tam-
corretamente, pode empenar. Com a árvore na bém devem ser verificados quanto a desgastes,
bancada, realize as medições dos diâmetros da realizando a medição de seu diâmetro sempre
árvore de manivelas. em três alturas – parte inferior, superior e meio
do cilindro – e em dois sentidos – sentido do
virabrequim e 90° dessa posição. Assim, em
cada cilindro serão feitas 6 medições, entre as
quais uma diferença maior que 0,06 mm indica
que o cilindro está cônico ou ovalizado.
Acima estão as dimensões da árvore de manivelas do
motor 1.6 de prefixo CCRA. Esse virabrequim permite
retífica, porém após o trabalho de retífica deve-se ajustar
a dimensão dos casquilhos
Para determinar os casquilhos, deve-se ve-
rificar o código das cores no bloco e no virabre-
quim, e então colocar o casquilho correspon-
dente. As cores são representadas por letras: Acima estão as medidas que devem ser encontradas
G para a cor amarela, R para o vermelho e B no motor 1.6 de prefixo CCRA. As medidas são
apresentadas para os pistões e para os cilindros
para o azul.
Os pistões e cilindros também devem ser
verificados quanto a desgastes. Os pistões de- Assim, encerramos o primeiro capítulo com
vem ser medidos na região da saia, pois esse é as dicas de verificação e medição do motor 1.6
o local onde ocorre maior degaste. A medida CCRA. No segundo capítulo, abordaremos a
deve ser feita a aproximadamente 15 mm da montagem desse motor.
MARÇO 2018 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 5
REPARAÇÃO PASSO A PASSO
MONTAGEM DO MOTOR EA111 1.6
A montagem do motor EA111 1.6 CCRA
inicia-se pela colocação do virabrequim e pela
instalação das capas dos mancais. Os parafu-
sos dos mancais devem ser substituídos a cada
remoção e o torque aplicado a esses parafusos
deve ser de 65 Nm, aplicando primeiramente
no mancal central e seguindo para os das ex-
tremidades da árvore. Prossiga a montagem
com a colocação do conjunto pistão e biela.
Para esse procedimento utilize uma cinta de
anéis de pistão convencional e lembre-se de
deixar os anéis posicionados a cada 180° an-
tes de colocar a cinta para montar os pistões.
Coloque as capas referentes a cada biela e
torqueie os parafusos das capas com 30 Nm +
90°, lembrando que esses parafusos também
devem ser novos.
Depois da inserção dos pistões, instale a
bomba de óleo e o flange traseiro. O flange
traseiro necessita de uma ferramenta para po-
sicionamento correto do anel de impulso. Para
isso, coloque o motor no ponto e então aplique
a ferramenta.
Para montar o flange traseiro do motor, posicione
o conjunto do flange com o anel de impulso
e o colocador do retentor na ferramenta de
posicionamento. Então, parafuse no virabrequim os
parafusos A que estão em posições assimétricas, ou
seja, não é possível encaixá-los em qualquer furo do
virabrequim; há somente uma posição correta. Torqueie
a porca da ferramenta com 35 Nm e verifique a altura
entre a superfície do anel de impulso e a face do
virabrequim; deve haver uma distância de 0,5 mm
6 | NOTÍCIAS DA OFICINA | MARÇO 2018
CAPÍTULO 2
A imagem mostra a sequência correta de aperto do cabeçote do motor. O torque a ser aplicado aos parafusos
do cabeçote é de 30 Nm + 180°
Depois de ter posicionado o flange corre- motor; o tensionamento desses dois tipos será
tamente, coloque os parafusos e torqueie com explicado a seguir.
6 Nm + 90° para então remover a ferramen-
ta. Esse torque é o mesmo a ser aplicado aos
parafusos de fixação da bomba de óleo. Então,
monte o pescador e instale o cárter; não se es-
queça de passar a cola numa espessura entre 2
e 3 mm. O torque de aperto dos parafusos do
cárter é de 15 Nm.
Então instale o cabeçote, não se esque-
cendo de aplicar uma nova junta do cabeço-
te com a superfície do bloco limpa. A junta
do cabeçote deve ser analisada quanto a
pequenos vazamentos resultantes de supe-
À esquerda está o tensor sem ajuste; basta remover a
raquecimentos do motor que poderiam oca- trava do tensor para que a correia seja tensionada. À
sionar a sua queima. direita, está o tensor com ajuste; a seta do tensor deve
Após a instalação de uma nova junta do ca- ser ajustada entre a marcação apontada pela seta.
beçote, instale o cabeçote com parafusos novos. Ambos os tensores garantem o correto tensionamento
Depois da instalação do cabeçote, instale o da correia e possuem uma mola de compensação
para amortecer e compensar as vibrações da correia
conjunto da carcaça da válvula termostática e a dentada resultante dos diferentes esforços de acordo
capa traseira da correia dentada. Na sequência, com o funcionamento do motor
instale a polia do comando de válvulas. O para-
fuso de fixação dessa polia deve ser de 30 Nm Por fim, após a montagem da correia den-
+ 90°, e deve ser aplicado um parafuso novo a tada, instale a correia poly-v e conecte as
cada desmontagem. mangueiras e conexões elétricas desconec-
Instale a correia dentada e coloque o rola- tadas na desmontagem. Assim, encerramos
mento tensor. Existem dois tipos de rolamen- nossa edição deste mês. Obrigado a todos e
tos tensores que podem ser aplicados a esse até a próxima.
PEÇA CERTA FILTRO DE ÓLEO

A PEÇA CORRETA INFLUENCIA NO RESULTADO

DA MANUTENÇÃO
Os filtros de óleo Originais Volkswagen
permitem uma purificação contínua do óleo,
retendo partículas abrasivas resultantes do
desgaste normal, bem como resíduos de su-
jeira e combustão.
Um requisito essencial para o funciona-
mento correto de qualquer motor de com-
bustão interna é a lubrificação constante
das peças móveis do motor, através de óleos
que disponham do nível necessário de lim-
peza, de modo a evitar qualquer desgaste
prematuro.
Pelo atrito gerado entre as partes móveis
do motor, o filtro de óleo permite que cada
peça em movimento esteja constantemente
lubrificada, com óleo mantido no nível ne-
cessário de limpeza, eliminando impurezas
como partículas de metal geradas pela fric-
ção das peças móveis do motor e partículas
derivadas da combustão.
sobre a válvula de borracha;
• Projetado e testado dentro dos padrões
rigorosos da engenharia Volkswagen.
Problemas que podem ocorrer por falta
de manutenção
• Saúde do motor: um filtro vencido dei-
xará partículas no motor que poderão da-
nificar peças como pistões, cilindros, anéis,
válvulas e mancais;
• Durabilidade da vida do motor, estas
partículas podem fundir o motor.
Quando trocá-lo?
• A troca do filtro é recomendada sempre
junto com a troca do óleo;
• Em geral, a cada 10.000 km;
• No mínimo uma vez por ano.

Tecnologia e qualidade Somente os filtros de óleo Volkswagen garantem total

Feitos para evitar a circulação de conta-
minantes, os filtros originais possuem vál-
vula de segurança e garantem a lubrificação
ideal do motor mesmo em condições extre-
mas. Apenas nos filtros Originais Volkswa-
gen estão impressas, no corpo da peça, as
orientações para a sua correta substituição,
garantindo a eficiência e evitando vazamen-
tos oriundos da instalação.
Benefícios do Filtro Original Volkswagen
Em parceria com a Sogefi, os filtros são
produzidos mais compactos e leves, redu-
zindo a reciclagem e respeitando o meio
ambiente:
• Tecnologia avançada que oferece maio-
res intervalos de manutenção;
• Filtros ecológicos com peças plásticas
para redução do peso e peças incineráveis;
• Peça sextavada na parte inferior para
auxiliar na remoção do componente;
• Circuito de lubrificação, para evitar o
desgaste nas partidas;
• Distribuição regular da carga da mola
Ter acesso a peças de qualidade o mais rápido possível
é um desafio crucial para o bom resultado de uma
oficina nos dias de hoje. As peças Originais Volkswagen
atendem às especificações de cada modelo e são
facilmente encontradas na rede de concessionárias
autorizadas Volkswagen
Problemas que os filtros não originais po-
dem apresentar
• Distribuição não uniforme da carga da
mola na válvula de borracha;
• Uso de símbolos não padronizados;
• Ausência de válvula de retenção.
desempenho e segurança para os veículos de seus clientes
Qualidade original acima de tudo
Na hora da substituição do filtro de óleo,
pense na produtividade de sua oficina e na
satisfação de seu cliente; não hesite, aplique
a peça Original Volkswagen. Lembre-se que a
cada troca do óleo é importante trocar tam-
bém o filtro. No manual do proprietário do
veículo consta qual é o lubrificante recomen-
dado, bem como a sua quantidade correta.
Dica do especialista Volkswagen: Prati-
cando a manutenção regular do sistema de
lubrificação (óleo do motor, filtro de óleo e
bujão do cárter), o proprietário do veículo
estará prolongando a vida do motor, evitan-
do desgaste excessivo das partes móveis,
aumentando o desempenho e reduzindo o
consumo de combustível.
Luiz Antonio Toller Jr.
Consultor de Gerenciamento
do Produto Volkswagen
MARÇO 2018 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 7