CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

ENGENHARIA CIVIL

SANEAMENTO I

Dimensionamento de um Sistema de Captação e Tratamento -

Preliminar

Docente.: Elias Neto

Discentes: ___________________________________

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Ribeirão Preto - SP

2019
Memorial descritivo
Dimensionar as estruturas de captação do vertedor da barragem de nível, grades e
desarenador, tomando como base os dados apresentados:
 Vazão média do manancial: 1000 L/s.
 Vazão máxima do manancial: 3000 L/s.
 Vazão mínima do manancial: 100 L/s.
 Vazão dimensionamento das unidades de captação para final do período de projeto: 75 L/s.
 Comprimento do vertedor retangular a ser instalado na barragem: 4,00 m.
 Cota de fundo do canal, depois do desarenador: 500,00 m.
 Velocidade de sedimentação – Vs: 0,021 m/s, para remover 100% das partículas com
diâmetro ≥ 0,20 mm.

 Sólidos sedimentáveis – SSed na água bruta: 0,0002 Lareia / Lágua.

 Período de limpeza do desarenador (t): 3 dias.

 Borda livre das unidades: 0,5 m.
Grades finas
 Espessuras das barras: 5/16’’ (0,79cm).
 Espaçamento previsto entre as barras: 2,0 cm.
 Inclinação com a horizontal: 70º.
 Forma das barras: circular.
 Material das barras: aço carbono com pintura anticorrosiva.
Grades Grossas
 Espessura das barras: 7/16’’ (1,11cm).
 Espaçamento previsto entre as barras: 10,0 cm.
 Inclinação com a horizontal: 70º.
 Forma das barras: circular.
 Material das barras: aço carbono com pintura anticorrosiva.
4. Memorial de cálculo
4.1 Dimensionamento do vertedor da barragem de nível
Adota-se o tipo de vertedor que se deseja construir, em que:

Hd: altura de nível de água na crista do vertedor,

Lv: comprimento do vertedor
Qv: vazão.

Será adotado um vertedor retangular a ser instalado na barragem de nível.

Vetedor retangular: Qv = 1,838 Lv Hd 3/2 Eq.: 1
Hd: carga na soleira do vertedor (m),
Lv : comprimento do vertedor (m);
Qv: vazão que passa pelo vertedor (m³/s).

Qv = Qmanancial – Q Eq.:2
Qmanancial : vazão do manancial (m³/s);
Q: vazão de dimensionamento da captação (m³/s).

Hd= [(Qmanancial – Q)/(1,838x Lv)]2/3 Eq.:3

O manancial tem diferentes vazões. Para determinação da variação do nível no manancial deve-se
trabalhar as vazões máxima e mínima:
Hdmax = [(Qmanancial máx –Q)/(1,838 Lv)] 2/3 Hdmin = [(Qmanancial min – Q)/(1,838 Lv)] 2/3
(Eq.: 4) (Eq.:5)
Hdmax = [(3-0,075/(1,838 x 4)]^2/3 Hdmin = [(0,1-0,075/(1,838 x 4)]^2/3
Hdmax = 0,54m Hdmin = 0,022m

Determinando Hdmax , Hdmin , assim pode- se determinar a oscilação de nível de água acima da crista
do vertedor da barragem de nível, segundo e Eq.:
∆y = Hdmax - Hdmin Eq.: 6
∆y = 0,54-0,022
∆y =0,52m
4.2 Dimensionamento do desarendor (caixa de retenção de areia)
4.3 Dimensionamento do valor de Vs
A NBR 12213/92 indica que a velocidade crítica de sedimentação seja mínima 0,021m/s para
remover as partículas com Ꝋ≥0,2mm, alguns resultados são obtidos experimentalmente, para valor
de Vs. Neste estudo foi adotado:
Vs = 0,021m/s

4.4 Adotar o valor de Vh a ser admitido na caixa de retenção de areia

Os valores devem oscilar entre 0,1m/s ≤ Vh ≥0,3m/s (para facilitar a remoção dos sólidos em
suspensão).
Vh = Q/Bh (Eq.: 7) onde h = Q/B x Vh
h max= Q/B x Vh min h min= Q/B x Vhmax
Hd = Q/B x Vmin
Hdmax = 0,075/ B x 0,1 ∆y = hmax - hmin B= 0,96m, adotado 1m
Hdmax = 0,075/ B x 0,3 logo: hmin = 0,25m; hmax = 0,75

4.5 Determinar o valor do comprimento teórico – L

L = Q/ B x Vs (Eq.: 8) logo, L= 3,56m, adotado 4m

4.6 Determinar o comprimento total do desarenador – Lt

Pela NBR 12213/92, o comprimento do desarenador - L deve ser multiplicado por um coeficiente de
segurança 1,5 com motivos a considerar fatores que reduzem o aumento do tempo teórico de
retenção da água na unidade.
Lt = 1,5 x L logo, Lt = 6m
Nota sempre verificar se Lt/ B≥3, caso contrário, aumentar Lt.
Lt/ B = 6/1= 6 ≥3; OK

4.7 Cálculo do rebaixo da caixa de retenção de areia – e

O cálculo é feito com base no teor de sólidos sedimentáveis – SSed da água do manancial (dado
fornecido pelo exercício) e no período de limpeza dos desarenadores que oscilam entre 2 e 7 dias (já
definidos em exercício)
Descarga de areia (Lareia/s) = vazão de dimensionamento (Lágua /s) x SSed (Lareia/ Lágua) Eq. 9
Volume de areia acumulada = descarga de areia (Lareia/s) x tempo de limpeza Eq. 10
SSed= 0,0002 Lareia/ Lágua Vol. de areia=0,015x3(dias = 86400segundos)
Ls = vazão de projeto X SSed Volume de areia= 3880 L/s
Ls= 0,015 L/s
Volume de areia acumulada (m³) = e x Lt x B Eq.11
e = 0,648 m³/s sendo, que e ≥ 0,25m (valor prático para evitar arraste de areia previamente
depositada).

5.0 Dimensionamento das grades

5.1 Parâmetros para dimensões
Espessura das barras: 1/4'’ (0,64cm) ou 5/16’’ (0,79cm) ou 3/8’’ (0,95cm).
Espaçamento entre as barras 2 a 4cm.
Inclinação com a horizontal: ângulo 70º ≤ α ≤ 80º.
Material das barras: aço carbono com pintura anticorrosiva.

5.2 Determinar largura do canal à jusante da grade fina

Q=VxA Q = V (Bg x hmin) Bg = Q / V x hmin Eq. 12
Bg= 1 m/s

5.3 Determinar número de barras

Analisando figura, adota- se: n = número de espaços vazios entre barras; m = número de barras;
m= n +1, assim: Bg = n(b) + (n +1)(s), onde b= espaçamento entre as barras (metros) (ajustado
próximo ao valor desejado para retenção de sólidos de interesse); s= espessura das barras (metros);
Bg= largura do canal das grades finas
Logo, n= 35,55 m= 37 barras

5.4 Determinar a largura útil de escoamento entre as grades

Para definir a velocidade de escoamento entre as barras, é necessário estabelecer a largura útil de
escoamento entre as barras através:
Bgu = Bg- m x s Bgu = 0,707 m Eq.13

5.5 Determinar velocidade de escoamento entre as barras da grade

Para o cálculo da velocidade de escoamento entre as barras da grade, devem ser considerados: 50%
de obstrução de passagem na grade e hmin.
Veg = Q/ (0,5 x Bgu x hmin) Eq.14
Veg = 0,84m/s
vazão Q (m³/s);
largura útil entre grades Bgu (m)
Altura mínima e nível de água no canal hmin (m).

5.6 Determinar perda de carga na grade - ∆Hgf

∆Hgf = K (Veg)² / 2 g K = β (s/b)1,33 sen α
∆Hgf = 0,0175m K= 0,487

6.0 Dimensionamento da barra grossa

6.1 Parâmetros para dimensões

Espessura das barras: 3/4'’( 1,90cm) ou 7/16’’ (1,11cm) ou 1/2’’(0,95cm)
Espaçamento entre as barras 7,5 a 15cm
Inclinação com a horizontal: ângulo 70º ≤ α ≤ 80º
Material das barras: aço carbono com pintura anticorrosiva
Forma das barras, segundo figura 1

6.2 Seguir os mesmos procedimentos indicados nos itens 5.1 a 5.76

O dimensionamento das grades é análogo ao das grades finas, somente, ter cuidado com os seguintes
aspectos:
1º a largura do canal das grades não muda e é igual a Bg.
2º para determinar a velocidade de escoamento entre as grades grossas, deve se considerar que o
nível crítico de água a ser considerado deve ser:
hming= hmin + ∆hgf
m= 10 barras; Bgu = 0,89m; Veg= 0,63m/s ; hming= 0,2675m; K= 0,088; ∆hggrossa= 0,00179m
Considerações finais
Com os dados apresentados pelo Prof. Elias Neto, para fins didáticos podemos aprender como
são as normas, dimensionamento, das Estruturas de Captação (desarendor, grades e vertedor da
barragem de nível). Os conhecimentos absorvidos serão muito uteis para continuação da matéria de
Saneamento. Vimos também as etapas da captação, como são feitas e seus tipos.

Referências

Classificação das águas doces (CONAMA 357 - 2005)

• Potabilidade (Portaria Consolidação Nº5 - 2017)
Normas para projetos de sistema de abastecimento
NBR12211(1992) – Estudo de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água
NBR 12213(1992) – Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público
NBR 12216(1992) – Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público7
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boas práticas no
abastecimento de água: procedimentos para a minimização de riscos à saúde / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 252 p. – (Série A. Normas
e Manuais Técnicos).