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Diagnóstico das Manifestações Patológicas e Estimativa de

Vida Útil em Estruturas de Reservatórios de Água de


Diferentes Idades: Estudo de Caso

Fuad Carlos Zarzar Júnior 1


Elaine Cristina da Rocha Silva 2
Mauro José Araújo Campelo de Melo 3
Rafaela Larissa 4
Arnaldo Manoel Pereira Carneiro 5

T42 (Building Pathology - Failure cases)

ABSTRACT

The lack of preventive maintenance is one of the major factors contributing to the deterioration of
concrete structures in the metropolitan area of Recife (RMR). It was not different from what happened
to the three reservoirs of the Pernambuco Sanitation Company (Compesa), located on Rua da Mata,
Dois Unidos, Recife (PE). The lack of preventive maintenance and the high content of chloride ions
added to drinking water treatment that acts as a catalyst for the deterioration of these structures
contributes to the emergence of different pathologies. It was proposed by the authors based on the
pathological manifestations compare the diagnoses of each of these reservoirs of different ages to
estimate the service life using the Factor Method [ISO 15681:1] and multiple linear regression, as well
as indicate the best way to repair these structures.

KEYWORDS
Reservoirs, concrete, pathologies, diagnoses, service life.
_________________________________________
1
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, BRAZIL,
fczj@yahoo.com
2 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, BRAZIL,
elaine.rochas@hotmail.com
3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, BRAZIL,
maurocmelo@yahoo.com.br
4 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, BRAZIL,
rafaelarissa@yahoo.com.br
5 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, BRAZIL,
ampc@ufpe.br
6 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife-PE, BRAZIL, andrea_negromonte@yahoo.com.br
Fuad Carlos Zarzar Júnior; Elaine Cristina da Rocha Silva; Mauro José Araújo Campelo de Melo; Rafaela
Larissa; Arnaldo Manoel Pereira Carneiro

1 INTRODUÇÃO

As mudanças climáticas são determinantes no desempenho das estruturas. Entende-se que materiais
compatíveis com os métodos, associados à mão-de-obra capacitada e qualificada, sem esquecer as
condições climáticas de exposição destas estruturas, conduzem a durabilidade e vida útil condizentes
ao projeto.
As manifestações patológicas em estruturas de concreto armado ainda continuam sendo um tema de
relevante discussão. Sitter [1983] mostra a importância de se dar atenção à qualidade, nas etapas de
projeto, construção e manutenção preventiva, no período de iniciação da corrosão, em relação às
manutenções corretivas tomadas no período de propagação.
Neste contexto, diversos trabalhos vêm sendo desenvolvidos com a finalidade de melhorar a
durabilidade e vida útil das estruturas de concreto. Saffarini e Samra [2001] utilizaram o nitrito de
cálcio, como inibidor e retardador da taxa de corrosão após a iniciação, assim como, o bloqueador de
poros hidrofóbico em reparos de estruturas de concreto armado, em ambiente marinho, na Jordânia.
Castro et al [2007] contribuíram com a melhoria da estimação de vida útil de estruturas de concreto a
partir de valores de Cs (concentração de íons cloreto na superfície) em ambiente marinho. No Brasil,
estudos de Medeiros [2008] e Hoppe Filho [2008] referem-se ao controle das etapas de
planejamento/execução das estruturas, com métodos investigativos para identificação e manutenção
das patologias. Cascudo [2001] enfoca os materiais e sua interação no concreto e meio de exposição,
sendo um dos mais expressivos neste sentido.
Na cidade de Recife alguns estudos relevantes envolvendo o tema patologias em estruturas de concreto
foram desenvolvidos, a saber:
1. Andrade [1999], em sua dissertação pesquisou as principais manifestações encontradas em
estruturas de concreto armado, bem como, as formas de reparo empregadas. Neste estudo, constatou
que os pilares, seguidos das vigas e lajes foram os elementos mais afetados, devido à manifestação, no
caso corrosão de armaduras, associada aos efeitos das solicitações estruturais. O surgimento das
manifestações foram inter-relacionadas com procedimentos inadequados nas fases do processo
construtivo: planejamento/projeto e execução;
2. Carneiro [2004] contribuiu para uma posterior intervenção e recuperação de pontes apresentando
um mapa da deterioração e sinalizando as melhorias necessárias;
3. Oliveira et al [2008] apresentaram metodologia de quantificação de danos, roteiro de inspeção com
utilização de ensaios para verificação do estado de deterioração, como também, estimativa de vida útil
de serviço de três edifícios residenciais, baseado em [Zarzar 2007];
4. Mota et al [2009] realizaram uma investigação em elementos de concreto armado aparente dispostos
na orla marítima utilizando a análise do nível de deterioração estabelecido pelo boletim 162 do CEB
[1983], concluindo a necessidade de intervenção imediata.
Uma característica dos trabalhos supracitados foi a disposição das estruturas em ambientes próximos
ao mar, já sendo esperado expressiva interferência dos agentes agressivos ali expostos,
especificamente íons cloreto, nos quesitos de durabilidade e vida útil das mesmas.
Diferente das estruturas convencionais que tendem a sofrer deterioração em função da exposição ao
meio ambiente, sendo a ação dos agentes da área externa para a interna, As estruturas foco deste
trabalho, os reservatórios, foram desenvolvidos para continuamente estarem em contato com material
agressivo, visto que na água armazenada há uma concentração significativa de cloro para tratamento.
Neste caso, a ação agressiva tende a ocorrer em sentido contrário, ou seja, da área interna para a
externa.
Sendo assim, este trabalho apresenta um diagnóstico referente às manifestações e análise de vida útil
em reservatórios de água situados numa unidade de distribuição da Companhia Pernambucana de
Saneamento (Compesa), na cidade de Recife.

2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para realização do diagnóstico quanto a presença de patologias nos reservatórios foram estabelecidos
os procedimentos, a saber: 1. vistoria em área externa (predominantemente em contato direto com sol,
chuva e vento) e interna (predominantemente protegida do sol, chuva e vento) das estruturas; 2.
caracterização física dos elementos a partir de inspeção visual por meio de registro fotográfico e ficha

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Larissa; Arnaldo Manoel Pereira Carneiro

de acompanhamento do nível de deterioração do concreto, este último com base no boletim 162 do
CEB [1983]; 3. caracterização de propriedades mecânicas e químicas a partir dos ensaios:
esclerometria de reflexão, profundidade de carbonatação, mapeamento de fissuras, localização das
armaduras, ensaio de potencial eletroquímico; 4. estimativa de vida útil de serviço calculada através do
Método dos Fatores [ISO 15686-1] e de regressão linear, tomando como parâmetros uma vida útil de
projeto, segundo a BS 7543 [1992] . Nesse estágio, os efeitos dos agentes agressivos começam a se
manifestar, como fissuração do concreto por ataque químico ou manchas devidas à corrosão de
armaduras.

2.2 Ensaios

Para este estudo foram realizados dois tipos de ensaios, a saber:


a) ensaios destrutivos: carbonatação [RILEM CPC 18] e potencial de corrosão [ASTM C87/87];
b) ensaios não-destrutivos: verificação da posição e densidade da armadura com pacômetro
[NBR 6124/80]; [ACI 228.2R-98]; esclerometria [NBR 7584/95]; [ASTM C 805]; [ACI
228.1R-98] e medição de CO2.

2.3 Caracterização do ambiente de exposição das estruturas pesquisas

A região apresenta uma topografia acidentada, altitude de 69 m, de difícil acesso, com ruas estreitas e
vegetação fechada no seu entorno. Segundo a NBR 6118 [2003] a agressividade ambiental é de Classe
IV devido a finalidade de utilização da construção.
As estruturas de reservatório em concreto armado estão situadas na comunidade do Alto do Céu, sito à
Rua da Mata, no bairro de Dois Unidos da cidade de Recife (PE), ver ‘Figs. 3 e 4’. As coordenadas de
localização da área são 7,99580S e 34,91560O.

Figura 3. Localização dos reservatórios. Figura 4. Localização dos reservatórios – área


Fonte: Google Earth [2010] hachurada. Fonte: Google Earth [2010]

2.4 Descrição dos reservatórios vistoriados

Os elementos foco deste estudo são reservatórios de água. Foram analisados 3 reservatórios em
estrutura de concreto armado com idades de 10, 20 e 40 anos. A finalidade dos reservatórios de 10 e
20 anos é a reservação com posterior distribuição para a comunidade no entorno, enquanto o
reservatório de 40 anos é responsável pela cloração e alimentação dos demais.
O reservatório com idade de construção de 10 anos possui estrutura armada e elevada com 6 pilares
apoiando a caixa d´água. O concreto não apresentava revestimento e sobre o mesmo foi aplicada uma
pintura. O reservatório de 20 anos é também elevado com caixa d´água apoiada sobre 6 pilares.
Visualmente apresentava fachadas mais comprometidas do que a dos outros reservatórios. O
revestimento é reboco com acabamento em pintura de cal bastante desgastada.
O reservatório com idade de 40 anos Em estrutura de concreto armado, com um pavimento e do tipo
enterrado, apresenta fachadas revestidas em argamassa e acabamento em pintura. No interior,

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revestimento semelhante ao externo e pintura com cal. Não há registro de reparo ou qualquer tipo de
intervenção nas estruturas de concreto inspecionadas. Também não se obteve informações do processo
construtivo adotado na época de execução da obra, bem como, do projeto estrutural.

4. VISTORIA E LAUDO DAS INSPEÇÕES

4.1 Reservatório de 10 anos

4.1.1 Inspeção visual


As manifestações patológicas presentes neste reservatório foram mínimas, identificando-se alguns
pontos de manchas, lodo e infiltração na caixa d´água. Os pilares apresentavam-se em perfeitas
condições de exposição.

4.1.2 Ensaio de esclerometria


A resistência à compressão foi estimada em três pilares deste reservatório, respectivamente: 39,7
MPa, 35,1 MPa e 38,2 MPa, tendo como média 37,7 MPa.

4.1.3 Concentração de CO2 .


Foram realizadas duas medições de concentração de dióxido de carbono (CO2) próximo ao
reservatório, sendo as medidas 287 ppm e 237 ppm.

4.1.4 Nível de deterioração do concreto


Na investigação de pilares da caixa d´água observou-se que o nível de deterioração, segundo a tabela
do CEB [1983], apresenta classificação A.

4.2 Reservatório de 20 anos

4.2.1 Inspeção visual


Visualmente foram observados nos pilares redução da seção da armadura, manchas e lodo no entorno
de todo o reservatório, conforme ‘Figs. 6 a, b e c’.

P6
P3 P1 P4
P2 P5
(a) (b) (c)
Figura 6. Apresentação e visualização das patologias das fachadas do reservatório.

4.2.2 Ensaio de esclerometria


O Índice Esclerométrico (IE) teve um índice abaixo de 20, classificando-se a cobertura do concreto
solta junto à superfície, apresentando fissuras.

4.2.3 Concentração de CO2 .


Foram realizadas quatro medições de concentração de dióxido de carbono (CO2) próximo ao
reservatório, sendo as medidas 355 ppm, 361 ppm, 337 ppm e 322 ppm, apresentando uma média de
343,75 ppm.

4.2.4 Profundidade de carbonatação

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Larissa; Arnaldo Manoel Pereira Carneiro

Os ensaios com fenolftaleína foram realizados nos pilares P1, P2 e P3 e, apresentaram profundidades
de carbonatacao, 4,46 cm, 4,74 cm e 2,20 cm, respectivamente. Todas as barras iniciaram o processo
de corrosão devido à carbonatação.

4.2.5 Potencial eletroquímico


Realizou-se o ensaio nos pilares P1 (- 236 mV), P2 (- 275 mV) e P3 (- 271 mV), concluindo-se
segundo a norma [ASTM C 876/87] a probabilidade de corrosão como incerta. Vale ressaltar que a
análise visual indicou que o processo de corrosão já havia iniciado.

4.2.6 Nível de deterioração do concreto


Os pilares P1, P2 e P3 apresentam a classificação do nível de deterioração do concreto como D, C e D,
respectivamente, necessitando de intervenção imediata [CEB 1983].

4.3 Reservatório de 40 anos


4.3.1 Inspeção visual
Na área externa observou-se destacamento nas marquises, manchas, lodo e mofo na pintura. Na área
interna estavam visíveis as manchas de mofo, destacamento do revestimento da argamassa com
exposição da alvenaria da coberta, e o arco em viga com perda de seção dos estribos e, provavelmente
da armadura principal ‘Figs. 9 a e b’.

(a) (b)
Figura 9. componentes deteriorados.
4.3.2 Ensaio de esclerometria
Os pilares P1 e P2 nas faces externas, apresentaram resistência a compressão média de 45,5 MPa e 36
MPa, respectivamente.

4.3.3 Carbonatação
O pilar 1 apresentou um nível quase imperceptível de carbonatação. Já, o P2 apresentou profundidade
de carbonatação média de 8,5 mm, cobrimento médio da armadura de 1,9 cm e revestimento médio de
3,2 cm ‘Fig. 10’.

4.3.4 Potencial eletroquímico


Os potenciais médios eletroquímicos dos pilares P1 e P2 foram -271 mV e -332 mV, respectivamente.
Novamente a análise visual indicou que o processo de corrosão já havia iniciado, conforme mostra a
‘Fig. 11’.

Figura 10. A coloração do Figura 11. Aplicação do


concreto mostra a carbonatação eletrodo positivo na face do
acentuada no pilar P2. concreto úmido e o
negativo ligado a armadura
no pilar P1.

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4.3.5 Nível de deterioração do concreto


De acordo com o CEB [1983], os níveis de deterioração dos concretos dos pilares P1 e P2, foram
diagnosticados como A. O interior também foi investigado e classificado como D.

5. ESTIMATIVAS DAS VIDAS ÚTEIS DOS RESERVATÓRIOS

Nos respectivos reservatórios a vida útil foi calculada através do Método dos Fatores [ISO 15.686-
1:2000] e de regressão linear múltipla Zarzar [2007], tomando como parâmetros uma vida útil de
projeto (VUR) = 60 anos segundo a BS 7543 [1992], e usando valores de fatores mínimos e máximos
entre 0,8 – 1,2. de uma escala da [ISO 15.686-1:2000].

Equação da Vida útil de serviço pelo Método dos Fatores:


VUE= VUR×A×B×C×D×E×F×G

Equação da Vida útil de serviço usando regressão linear múltipla:


Ŷ(VUG) = VUR×(- 5,72 + 0,358×A + 0,797×B + 1,40×C + 1,23×D + 0,976×E + 0,777×F + 1,59×G)

Substituindo os valores dos fatores em ambas as equações obtemos as vidas úteis desejadas [Tabela 1,
Tabela 2].

Tabela 1. Valores dos fatores para estimar a vida útil de serviço dos reservatórios de 10, 20 e 40 anos.

Reservatório 1 com 10 anos


Classe dos Características do fatores Valor do
fatores fator
A Qualidade do componente: concreto armado, fck estimado em 37,7 MPa. 1,1
B Nível do projeto: bom. 1,1
C Nível de execução do Trabalho. 1,0
D Ambiente interno: muito úmido, sujeito a ação dos cloretos. 0,8
E Ambiente externo: úmido, sujeito a carbonatação e ação dos cloretos. Sem 0,9
proteção contra vento, sol e chuva.
F Condições de uso: normal (para o reservatório). 1,0
G Nível de manutenção: ruim. 0,8
Reservatório 2 com 20 anos
Classe dos Características do fator Valor do
fatores fator
A Qualidade do componente: concreto armado, fck estimado em 15 MPa; 0,8
(Esse valor era comum há 30 anos atrás, ver NB-1[1978]).
B Nível do projeto: cobrimento das armaduras inadequado. 0,8
C Nível de execução do projeto. 0,9
D Ambiente interno: muito úmido, sujeito a ação dos cloretos. 0,8
E Ambiente externo: úmido, sujeito a carbonatação e ação dos cloretos. Sem 0,9
proteção contra vento, sol e chuva.
F Condições de uso: normal (para o caso de reservatório). 1,0
G Nível de manutenção: ruim. 0,8
Reservatório 3 com 40 anos
Classe dos Características do fator Valor do
fatores fator
A Os pilares P1 e P2, nas faces externas, apresentaram resistência a 1,1
compressão média de 45,5 MPa e 36 MPa, respectivamente.
B Nível do projeto: cobrimento das armaduras inadequado. 0,8
C Nível de execução do projeto. 0,9
D Ambiente interno: muito úmido, sujeito a ação dos cloretos. 0,8
E Ambiente externo: úmido, sujeito a carbonatação e ação dos cloretos. Sem 0,9

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proteção contra vento, sol e chuva.


F Condições de uso: normal (para o caso de reservatório). 1,0
G Nível de manutenção: ruim. 0,8

Tabela 2. Resultados das vidas úteis para análise, usando ambos os métodos

Reservatório 10 anos Reservatório 20 anos Reservatório 40 anos


Vida útil (MF) 41.8 19.9 27.4
Vida útil (RLM) 51 21.8 28.3

6. RECOMENDAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

A partir dos elementos estruturais analisados, considerando os dados estudados propõem-se as


seguintes intervenções de recuperação para cada estrutura:

6.1 Reservatório de 10 anos

A estrutura não apresenta danos significativos detectando-se visualmente manchas. Convém


mencionar a necessidade da elaboração e execução de um plano de manutenção periódico , visto que,
o cobrimento não atende às especificações da NBR 6118. Para a laje, recomenda-se a execução de
impermeabilização.

6.2 Reservatório de 20 anos

A Deterioração apresentada foi de manchas de ferrugens, perda da seção da armadura próximo a 25%,
fissuras longitudinais em vigas e pilares. Segundo Ripper [1998] recomenda-se reforço de armadura
quando a perda da seção for superior a 15%. Entretanto, esse valor é discutível para casos mais sérios.
Para o reservatório, a recomendação será de reforço estrutural nas armaduras que apresentaram perda
de seção, bem como, os procedimentos conhecidos e recomendados pela literatura [Ripper 1998] e
[Helene 1992].
Para a laje recomenda-se a execução de impermeabilização e um plano adequado de manutenção.

6.3 Reservatório de 40 anos

Os pilares investigados não apresentaram necessidade de intervenção. Contudo, a inspeção visual da


área interna constatou a necessidade de maiores investigações e provável intervenção imediata com
reforço estrutural. Por ser responsável pela cloração de água, o reservatório apresenta níveis elevados
de cloretos o que se explica a corrosão das armaduras.
Para as vigas em formato de arcos recomenda-se reforço estrutural e substituição por material
resistente aos íons cloretos. A execução de impermeabilização e um plano adequado de manutenção,
também, fazem-se necessários.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A seguir, são apresentadas algumas considerações sobre o estudo realizado:


1. A concepção dos projetos de estruturas deveria prever a natureza inerentemente agressiva, uma
vez que, os reservatórios mantêm-se constantemente em contato com a água e o cloro;
2. Os planos de manutenção não foram conhecidos ou executados, o que mostra a vulnerabilidade
das estruturas ao longo da vida útil;
3. O Plano de manutenção torna-se necessário em todos os reservatórios estudados, tendo em vista,
os agentes agressivos aos quais as estruturas estão expostas. Um planejamento coerente com a
demanda crescente de abastecimento de água proporcionaria projetos adequados às características
de utilização;

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4. As estruturas em concreto não se mostraram adequadas devido ao ambiente agressivo. Outros


materiais de melhor compatibilidade ao ambiente nocivo poderiam proporcionar maior
durabilidade e desempenho;
5. No reservatório de 20 anos, os resultados foram divergentes em diagnóstico. Enquanto o ensaio de
potencial eletroquímico apresentou incerteza do processo de corrosão, a tabela do CEB [1983]
identificou a necessidade de intervenção imediata. Contudo, não invalidou o estudo, uma vez que
se adotou a situação mais desfavorável;
6. Considerou-se o estudo relevante, propondo-se análises futuras com outros tipos de ensaios
(considerando-se a microestrutura e a macroestrutura dos materiais) e maior número de amostras
incluindo outros elementos estruturais (placas, cascas, paredes, laje de coberta, entre outros);
7. A vida útil de serviço foi compatível com a vida útil calculada nos dois métodos (Método dos
fatores e Regressão linear múltipla). Os elementos dos reservatórios de 20 e 40 anos deveriam ter
sido recuperados nas idades estimadas, aos 19,9 e 27,4 anos, respectivamente. A previsão de vida
útil calculada para os elementos do reservatório de 10 anos apresentou uma vida útil superior a
41,8 anos, frente às condições atuais de exposição;
8. Em síntese, comprovou-se que vida útil de serviço foi inferior à vida útil de projeto, dadas as
condições de planejamento, qualidade de materiais, execução e exposição.

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